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Universidade Federal de Viçosa Sociologia do Trabalho ERU: 315 1ª Questão O modelo japonês de produção gerou diversas mudanças no mercado de trabalho. Este modelo passou a exigir que os trabalhadores tivessem novas qualificações devido a produção ser mais flexível e isto exigia cada vez mais deles. Outra mudança que foi promovia por este modelo foi que devido a preocupação em reduzir os custos, as empresas que adotaram o modelo japonês de produção passaram a terceirizar os serviços que eram feitos anteriormente dentro das próprias fábricas. O processo de terceirização causado pelo Toyotismo fez com que surgisse uma cadeia de produção muito grande e complexa. Ou seja, diversas empresas menores iam surgindo para atender àquela que necessitava de determinados produtos a um preço mais barato. Esta expansão da cadeia de produção foi tão grande que chegou a informalidade. Por exemplo, uma empresa X contrata a empresa Y para fornecer um material para sua produção. Por sua vez, para baratear a sua cadeia produtiva, a empresa Y contrata a empresa Z para conseguir produzir o seu produto, e a empresa Z contrata trabalhadores “informais” para alimentar toda esta cadeia. Toda está cadeia gera uma grande precarização do trabalho. Principalmente com relação ao trabalhador informal que está na base desta cadeia. Este trabalhador recebe normalmente

Trabalho ERU 315

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Questões Sociologia Rural

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Universidade Federal de Viçosa

Sociologia do Trabalho ERU: 315

1ª Questão

O modelo japonês de produção gerou diversas mudanças no mercado de

trabalho. Este modelo passou a exigir que os trabalhadores tivessem novas

qualificações devido a produção ser mais flexível e isto exigia cada vez mais

deles. Outra mudança que foi promovia por este modelo foi que devido a

preocupação em reduzir os custos, as empresas que adotaram o modelo

japonês de produção passaram a terceirizar os serviços que eram feitos

anteriormente dentro das próprias fábricas. O processo de terceirização

causado pelo Toyotismo fez com que surgisse uma cadeia de produção muito

grande e complexa. Ou seja, diversas empresas menores iam surgindo para

atender àquela que necessitava de determinados produtos a um preço mais

barato. Esta expansão da cadeia de produção foi tão grande que chegou a

informalidade. Por exemplo, uma empresa X contrata a empresa Y para

fornecer um material para sua produção. Por sua vez, para baratear a sua

cadeia produtiva, a empresa Y contrata a empresa Z para conseguir produzir o

seu produto, e a empresa Z contrata trabalhadores “informais” para alimentar

toda esta cadeia.

Toda está cadeia gera uma grande precarização do trabalho. Principalmente

com relação ao trabalhador informal que está na base desta cadeia. Este

trabalhador recebe normalmente um valor baixo por seu produto e trabalha em

condições inadequadas e sem direitos por não ter um contrato de trabalho

firmado.

2ª Questão

Antes de começar a explanar sobre este tema é importante falar que sempre

que ocorre alteração em um modelo produtivo surgem formas diferentes de

gestão da produção, gestão do trabalho getão de pessoas e relações sociais

fabris. Portanto com um novo modelo produtivo voltado para a flexibilidade, ou

seja, trabalhar com estoques reduzidos, os sindicatos também precisaram

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sofrer alterações. É muito difícil citar de forma geral as mudanças ocorridas,

pois existem peculiaridades em cada país. Por exemplo, na França, na era pós-

fordista os sindicatos passaram a ter uma natureza mais participativa, ao invés

da anterior que era reivindicativa por ter que lutar principalmente a respeito das

alterações que ocorriam na fábrica e também buscar melhorias salariais para

os trabalhadores. Outra mudança relevante que ocorre no processo produtivo

pós-fordista é a terceirização. Com a terceirização, ocorreu a precarização das

condições de trabalha, o que fez com que os sindicatos tivessem que atuar de

forma mais ativa nessas empresas.

Para falar da relação que existe entre sindicalismo, competência,

empregabilidade e empreendedorismo é importante abordar todas as relações

de forma individual. A relação entre sindicalismo e competência é muito

pequena. Estudos mostram que a gestão de competências é um termo

ausente nas negociações coletivas e desconhecido pelos sindicatos,

reduzindo-se a ações de identificação e a metas abusivas, o que é para

muitos trabalhadores a principal queixa contra empresas privadas. Já em

relação a o sindicalismo e empregabilidade podemos dizer que  os

sindicatos buscam sempre defender os direitos do trabalhador, garantindo

uma maior estabilidade no seu emprego, que foi estabelecido na

constituição de 1988. A relação entre sindicalismo e empreendedorismo é

que com as ideias que surgem dos empreendedores, gera a criação de

diversas empresas que por serem de micro ou pequeno porte podem acabar

aumentando o número de trabalhadores em condições de trabalho

inadequadas. Além disso, o empreendedorismo gera um grande número de

trabalhadores informais, que são aqueles que não possuem autorização

para funcionar legalmente, e conforme citado em sala de aula o número de

trabalhadores informais é tão representativo que foi “criado” o sindicato dos

trabalhadores informais, que busca garantir o direito destes trabalhadores.

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3ª Questão

Estes dois conceitos abordados segundo Luciano Rodrigues Costa são muito

difíceis de definir. Diversos autores conceituam ambos, porém não chegaram a

um termo comum a respeito da definição destes conceitos.

De acordo com Friedmann a qualificação se caracteriza pelo saber e saber

fazer adquiridos no trabalho e na aprendizagem sistemática. Ainda segundo

este autor, a qualificação se define a partir de quatro elementos. São eles:

competência técnica, uma situação dentro da escala de prestígio, uma

frequência relativa das qualidades requisitadas e uma responsabilidade dentro

da produção.

Já Pierre Naville diz que a qualificação é um processo de formação autônomo

que depende de elementos presentes no ambiente social, como o tempo de

escolarização, o salário, as operações de classificação e a hierarquia do

trabalho.

Um dos poucos sensos comuns que estes autores chegaram é que a

qualificação ainda não pode ser mensurada.

Segundo Tanguy (1997) a qualificação é o que determina as atribuições do

posto de trabalho, sua remuneração e promoção. De forma resumida é a

capacidade potencial de trabalho.

A competência diz respeito ao uso de técnicas para execução de tarefas

complexas. A competência também diz respeito a capacidade do trabalhador

agir em situações imprevisíveis e inesperadas. Segundo Demailly (1987) a

competência não está ligada aos saberes profissionais dos trabalhadores, mas

sim a subjetividade dos mesmos.

Com relação a autonomia, segundo o artigo de Luciano, a partir do momento

que o trabalhador se mostra mais competente, ele passa a ter mais autonomia

por haver maior confiança do seu superior em seu trabalho. A autonomia

também permite maior liberdade para que o trabalhador use sua criatividade

para resolver problemas que aparecerem, podendo assim mostrar a sua

competência.

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Com a crescente discussão destes dois conceitos fica cada vez mais claro que

não basta uma pessoa apenas ter um diploma em determinada área, ela deve

ser boa e eficiente na mesma. Porém, em um processo seletivo o que mais

chama atenção é o curriculum da pessoa, ou seja, a qualificação é uma forma

de atrair a atenção para a pessoa ser selecionada para próxima fase. Somente

após passar por essa fase de verificação das qualificações (análise de

curriculum) que a pessoa terá que mostrar as suas competências para assumir

o cargo.

Portanto, hoje em dia, ser qualificado é pré-requisito para se conseguir um

emprego e poder mostrar sua competência.

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Referências

DEMAILLY. L.. La qualification ou la compétence professionnelle des e nseignements.

FRIEDMANN, Georges & NAVILLE, Pierre. (1962). Tratado de Sociologia do

Trabalho. São Paulo: Cultrix.

NAVILLE, Pierre. (1956). Essai sur la qualification du travail. Paris: Librairie Riviere.

TANGUY, L. (orgs.). Saberes e Competência: o uso de tais noções na escola e na

empresa. Campinas-SP: Papirus, 1997.