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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI Érica Turcato Syrayama Fabiana Aparecida Gaeta Francine Sayuri Oshiro Nakama Juliana Cristina da Silva Santos Lais Vicente Matsuki Mayara Alves de Mello Stefany Santos Silva ETOLOGIA COMPORTAMENTO DO COELHO Câmpus Centro Mooca SP 2013

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Érica Turcato Syrayama

Fabiana Aparecida Gaeta

Francine Sayuri Oshiro Nakama

Juliana Cristina da Silva Santos

Lais Vicente Matsuki

Mayara Alves de Mello

Stefany Santos Silva

ETOLOGIA COMPORTAMENTO DO COELHO

Câmpus Centro Mooca SP

2013

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................... 3

OBJETIVO.............................................................................................................4

REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................5

1 COMPORTAMENTO SOCIAL DO COELHO...........................................6 7

1.1 ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS COELHOS................................................8

1.1.1 Luta entre coelhos.........................................................................................9

2 COMPORTAMENTO ALIMENTAR.......................................................10 11

3 COMPORTAMENTO REPRODUTIVO................................................12 13

4 COMPORTAMENTO MATERNAL X PATERNAL............................14 15

5 INTERAÇÃO HOMEM ANIMAL................................................ 16 17 18 19

5.1 TESTES EM LABORATÓRIOS.....................................................................20

5.1.1 O Coelho como pet.................................................................................21 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................23

REFERÊNCIAS..............................................................................................24 25

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SUMÁRIO DE FIGURAS

FIGURA 1. COELHOS E SEU TERRITÓRIO.................................................7

FIGURA 2. COELHO CORRENDO..................................................................9

FIGURA 3. ALIMENTO E DIGESTÃO DOS COELHOS............................10

FIGURA 4. PIRÂMIDE ALIMENTAR DOS COELHOS.............................11

FIGURA 5. POSIÇÃO DA COELHA NO CIO...............................................13

FIGURA 6. NINHO FEITO COM OS PELOS DA REGIÃO ABDOMINAL

DA COELHA...........................................................................................................................14

FIGURA 7. COELHA E LÁPAROS PERÍODO DE ALEITAMENTO.......15

FIGURA 8. COELHO COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO.........................16

FIGURA 9. CASACO DE PELE DE COELHO..............................................17

FIGURA 10. MULTIPLICAÇÃO DE COELHOS NA AUSTRÁLIA..........19

FIGURA 11. FUZZY LOP.................................................................................21

FIGURA 12. LION-HEAD………......................................................................21

FIGURA 13. MINI-HOLANDÊS.......................................................................22

FIGURA 14. HOTOT..........................................................................................23

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INTRODUÇÃO 3

A etologia é a ciência que estuda a motivação do comportamento animal e,

principalmente, do comportamento inato ou instinto. Não se preocupa com o estudo dos

mecanismos físicos das reações aos estímulos, que são investigados pelos fisiologistas, mas

dos quadros de comportamento que são estudados, sob o ponto de vista subjetivo, pela

psicologia.

O estudo do comportamento animal tem a sua origem em fontes diferentes e

bastante separadas.

A que se refere geralmente como Escola Americana começou em 1888, quando

Jacques Loeb publicou uma série de estudos em que procurava descrever todo o

comportamento animal em termos físicos e químicos. Loeb trabalhou admitindo que todos os

movimentos de um animal eram "determinados por forças internas ou externas". O líder

moderno da escola americana é B. F. Skinner, psicólogo da Universidade de Harvard, que

treinou centenas de animais, principalmente ratos e pombas, para desempenharem uma grande

variedade de tarefas não habituais.

A outra escola de estudo de comportamento, a chamada Escola Europeia, é

representada pelo zoólogo austríaco Konrad Lorenz. São Lorenz e os seus seguidores que

chamam a si mesmos etólogos.

Os etólogos procuram analisar os tipos de comportamento instintivo em

determinados grupos de organismos e procurar o mesmo tipo de comportamento entre

espécies relacionadas. Uma grande parte do trabalho dos etólogos foi realizado com peixes e

aves, atendendo que estes animais têm tipos complexos de conduta determinada

geneticamente, o que é uma boa base para este estudo. Enquanto o trabalho de psicólogos da

Escola Americana se realiza principalmente no laboratório, onde podem ser controladas as

variáveis experimentais, os etólogos da Escola Europeia dedicam-se a estudar o

comportamento animal no seu ambiente natural.

A principal fonte de desacordo entre os etólogos e os psicólogos tem sido a

importância relativa do "instinto" e da "aprendizagem", e as dificuldades que há em definir

estes dois conceitos.

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OBJETIVO 4

O conhecimento científico do comportamento animal algo relativamente novo na

história humana leva-nos a ver os animais como organismos dotados de seus próprios

atributos e não dos nossos. E com esse objetivo de entender o comportamento animal para

melhor obtermos, lucros, ter qualidade de produtos, ter um animal de estimação com bem-

estar estudaremos a seguir o comportamento do coelho em sua forma social, alimentar,

reprodutiva, maternal x paternal, e sua interação com o homem.

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REVISÃO DE LITERATURA 5

Comportamento Social

Comportamento Alimentar

Comportamento Reprodutivo

Comportamento maternal x paternal

Interação Homem Animal

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1 COMPORTAMENTO SOCIAL DO COELHO 6

Entre os animais existe uma biocomunicação, ou seja, um intercâmbio de

informação sob a forma de sinais, entendendo-se por sinal toda a ação exercida por um animal

que por sua vez provoca outra reação determinada em outro animal. Estes sinais podem ser do

tipo táctil, olfativo, visual ou auditivo.

O australiano Dr. Mykytowiez estudou nos coelhos a função social de certas

glândulas produtoras de odor, situadas no ânus, e de outra situada sob o queixo, onde se

encontra uma superfície na qual a pele é coberta de uma matéria dessecada e amarelada

proveniente das glândulas situadas debaixo da epiderme.

Das experiências, demonstrou-se que os coelhos delimitam o seu território

servindo-se dos odores, julgando-se que estes odores se combinam formando um odor de

grupo, com a função de avisar os estranhos e assegurar aos membros do grupo o seu domínio.

As glândulas citadas variam em seu tamanho, segundo a posição social do coelho,

sendo mais importantes as dos machos do que as das fêmeas, por terem estes que se

encarregar de delimitar o seu território.

Entre os machos também se estabelecem diferenças.

Sobre as glândulas anais o coelho expele duas classes de excrementos, uns como

lógica expulsão dos resíduos da digestão dos alimentos, que se produz casualmente,

encontrando-se as bolas fecais espalhadas, e outros que se encontram formando pequenos

amontoados, com um cheiro característico a coelho, mais forte, produto das referidas

glândulas, que delimitam o perímetro da zona ocupada pelo coelho.

O comportamento dos coelhos perante as diferentes formas pelas quais se

encontram os excrementos é diferente. Se os encontram espalhados, os coelhos não reagem,

mas se as bolas fecais aparecem formando pequenos amontoados que bordejam uma área

determinada, manifesta-se uma certa hesitação, por representar uma posse onde um grupo de

coelhos estabeleceu sua vida.

Sobre as glândulas do queixo, observa-se que os coelhos, e em especial os

machos, têm o costume de esfregar a parte inferior do seu focinho nos objetos, impregnando-

os com o seu próprio cheiro, considerando-os como seus pertences, sendo os machos

dominantes não só os que possuem as glândulas maiores, mas também os que friccionam os

objetos com maior frequência em sinal da sua posição social. Os odores desprendidos pelas

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citadas glândulas permitem ao coelho estabelecer uma biocomunicação com os seus

semelhantes.

Figura 1 Coelhos e seu território

Fonte: Coelhos do Vale do Ribeira Blogspot

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1.2 ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS COELHOS 8

Na organização social dos coelhos tem um interesse fundamental o cheiro do

grupo.

Os láparos são capazes de identificar o cheiro do seu próprio ninho e é muito

possível que o olfato os guie nos seus primeiros passos, não só para mamar quando a mãe

entra no ninho, mas também para reconhecer o território marcado pelo cheiro materno,

impedindo que saiam do mesmo. O cheiro característico dos pais também protege as crias

dos restantes membros de um grupo.

Os machos urinam sobre os jovens chegados de um território distinto do seu,

tornando-se aceitáveis ao conferir-lhe o cheiro do seu clã, assim como demonstra o fato

anteriormente indicado da disposição dos excrementos em pequenos amontoados.

Observam-se as reações provocadas à vista desses amontoados formados por matérias

fecais provenientes de um território estranho, depois de cheirá-los intensamente, cobriam-

nos com as suas próprias fezes, confirmando-se que estes últimos amontoados possuíam o

forte cheiro característico do coelho.

Tudo isso nos indica que a urina possui o cheiro característico das glândulas

anais, tal como acontece com as fezes usadas para delimitar seu território.

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1.1.1 Luta entre coelhos 9

O coelho na natureza tem os seus inimigos, dos quais se defende pela sua

agilidade, tanto na corrida como no salto, e pela arte que tem de se esconder em algum

matagal, já que não possui armas defensivas.

Figura 2. Coelho correndo

Fonte: Recreio Online

As lutas não são frequentes entre os coelhos, porém a agressividade constitui por

uma necessidade de defesa, as lutas acontecem na maioria dos casos por todos os coelhos

quererem utilizar ao mesmo tempo comedouros e bebedouros, obrigando a separar dos

grupos os coelhos mais agressivos.

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2 COMPORTAMENTO ALIMENTAR 10

Espécie herbívora não-ruminante de ceco funcional, os coelhos, possuem a

característica de acomodar em seu trato digestivo uma população microbiana simbiótica, com

funções digestivas nas quais o hospedeiro é incapaz de realizar, como a digestão de

carboidratos estruturais, a síntese de aminoácidos essenciais e de vitaminas do complexo B,

permitindo a sobrevivência à base de rações de baixo valor nutricional como os alimentos

fibrosos (Cheeke, 1987; De Blas, 1989).

A eficiência digestiva nos coelhos relaciona-se com a cecotrofia, ingestão de

cecotrofos ou fezes moles, cuja constituição difere das fezes duras ou verdadeiras, em termos

de composição, tamanho e processo de formação, pois os mecanismos peristálticos, a

absorção e liberação de água, eletrólitos, amônia e ácidos graxos voláteis . Esse processo

melhora a absorção de energia e de diversos nutrientes, sendo consumido, preferencialmente.

Essa formação de fezes e de cecotrofos apresentam inter-relações complexas entre o

metabolismo bacteriano e ciclo de excreção fecal ao longo do intestino grosso (Proto, 1976;

Vernay, 1987).

Os coelhos estão adaptados ao consumo de alimentos fibrosos, especialmente pelo

fato de os constituintes menos digestíveis da parede celular concorrerem para manutenção do

funcionamento normal do sistema digestivo.

Figura 3. Alimento e digestão dos coelhos

Fonte: Pet Bunny e Cia

O coelho em seu habitat natural come muitas espécies de plantas. Na primavera e

no verão, seu alimento são folhas verdes incluindo trevos, capins e outras ervas. No inverno,

come galhinhos, cascas e frutos de arbustos e árvores. Os coelhos às vezes causam prejuízo à

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lavoura porque mordiscam os brotos tenros de feijão, alface, ervilha e outras plantas. Também

danificam árvores frutíferas porque roem sua casca. Ressalta-se que os coelhos não devem,

em hipótese alguma, comer alface, pois esse vegetal pode causar diarreia.

Feno

Proporciona a fibra necessária para estimular a mobilidade intestinal,

permitindo que o animal não se aborreça e não tenha problemas comportamentais, permite o

desgaste dos dentes, estimula o apetite e a ingestão de cecotrofos, mantem a flora cecal

estável e com isso permite a correta absorção dos nutrientes e evita a proliferação de

bactérias nocivas.

Granulado

A ração se trata de um complemento da alimentação e não a base da alimentação.

As rações devem ser ricas em fibras e de preferência granulada, ao invés de rações de

sementes de girassol que contêm elevado teor de gordura.

Vegetais frescos e Ervas

Os vegetais frescos e a erva são o alimento natural por excelência para um

coelho. Como a maioria dos coelhos criados para mascotes não está habituado a eles, devem

ser introduzidos gradualmente na dieta, no entanto devem ser oferecidos diariamente como

fonte de vitaminas, sais minerais e proteína.

Figura 4. Pirâmide alimentar dos coelhos

Fonte: Blog do professor Rui

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3 COMPORTAMENTO REPRODUTIVO

12

O comportamento reprodutivo dos coelhos começa a aparecer quando eles

atingem a maturidade sexual.

Os machos marcam com urina e às vezes fezes o local que habitam.

As fêmeas costumam esfregar o queixo nas pessoas e móveis para deixar seu

“cheiro”, é raro fazerem a marcação com urina.

Após os 03 meses de idade os machos devem ser separados em gaiolas

individuais, porque podem brigar entre si e se ficarem juntos com as fêmeas pode ocorrer

cobertura precoce e afetar o desenvolvimento da futura matriz.

A idade ideal para os coelhos começarem a se reproduzir é aproximadamente 04

meses.

Para o acasalamento, que também é chamado de cobertura ou copula, deve-se

sempre levar a fêmea até a gaiola do macho e nunca ao contrário, pois o macho pode

estranhar o local, tornando-se inquieto e ignorando a fêmea.

Aos 04 meses o macho deve limitar-se a 02 ou 03 coberturas por semana, após os

05 meses ele pode fazer até 04 coberturas por dia, devendo ter um dia de descanso entre os

dias de cobertura.

As fêmeas podem se reproduzir dos 04 meses aos 03 anos, algumas podem

produzir ninhadas até os 05 ou 06 anos.

A coelha aceita o macho somente quando está no cio e o cio acontece todos os

meses com duração de 08 a 10 dias.

Nesse período ela apresenta alguns sinais, como falta de apetite, agitação,

nervosismo, movimentação constante da cauda, além destes sinais a região vulvar fica

ligeiramente entreaberta, úmida e avermelhada.

A cobertura da coelha é rápida dura de 02 a 14 segundos e deve ser feita de

preferência pela manhã ou à tarde, quando os coelhos estão mais calmos e descansados.

A coelha no cio procura facilitar o ato sexual, terminado o ato, o coelho solta um

grito característico, encolhe-se e cai de lado, a coelha deve então ser levada à sua gaiola.

Para ter certeza do acasalamento a fêmea deve ser levada à gaiola do macho 03

dias após a cobertura, se ela recusar o macho é um sinal de que está prenhe, a gestação deve

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ser confirmada depois de 15 dias pela palpação leve do abdome dos dois lados, que deve

indicar aumentos pequenos e arredondados no volume do útero.

A gestação da coelha dura em média de 30 a 31 dias. Em cada ninhada podem

nascer de 03 a 12 filhotes. O animal pode ter de 03 a 6 crias por ano, no máximo.

Figura 5. Posição da coelha no cio

Fonte: Livro Cunicultura A Arte de Criar Coelhos

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4 COMPORTAMENTO MATERNAL X PATERNAL 14

Poucas horas ou dias antes do parto, a fêmea remove grande quantidade de pelos

da região abdominal e constrói o ninho, e é interessante notar que geralmente conhecemos as

coelhas más criadeiras quando elas não retiram os pelos da barriga para confecção do ninho.

O canibalismo é raro em coelhos. Quando ocorre, este fato é associado a recém-nascido,

deformados, mortos ou com fêmea primípara muito excitável, placentofagia, perturbações

ambientais, uma dieta de baixa caloria, ou quando não bebe água.

Figura 6. Ninho feito com os pelos da região abdominal da coelha

Fonte: Cunicultura Mossoi

Quando se for limpar o ninho ou verificar se está de maneira adequada, deve se

fazer somente quando a fêmea estiver fora dele, para que ela não se assuste e venha a

machucar ou mesmo matar os filhotes. Caso todas as causas possíveis de ela estar comendo os

filhotes forem descartadas, a fêmea deve ser sacrificada, pois então este hábito já se tornou

um vício que não tem cura (no caso de coelhas reprodutoras em criadouros).

Os coelhos jovens podem ser abandonados caso sejam separados do ninho, ou

seja, inadequado. Em muitos casos os jovens podem também ser abandonados quando

rastejam para fora do ninho, perdendo a temperatura corpórea, a fêmea apresenta agalactia,

mastite, ou seja, perturbada. As fêmeas não repõe as crias no ninho e as toxinas produzidas

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em associação as infecções da trompa uterina pode diminuir o instinto maternal, fazendo com

que a fêmea negligencie os filhotes.

A fêmea cuida dos filhotes uma vez por dia, geralmente no início da manhã,

podendo, portanto dar uma impressão errônea de abandono da ninhada. Animais abandonados

podem ser transferidos para outra coelha caso tenham menos de 2 semanas de idade, sendo

importante que a fêmea que ira recebê-los tenha uma cria de não mais que 2 dias de idade. A

mortalidade entre animais adotados é geralmente alta e o odor destes, estranho para a fêmea,

deve ser mascarado. Para tanto, aplica-se uma solução perfumada nos jovens e na região nasal

da fêmea.

O período de aleitamento tem uma duração de 30 a 35 dias, mas quando os

filhotes atingem os 20 dias de idade começam a comer os mesmos alimentos destinados a

mãe; entretanto ainda não devemos separá-los antes dos 30 dias. Nessa época é que iremos

fazer o desmame, lembrando que nunca deverão ser retirados todos da mãe ao mesmo tempo.

Esta separação será feita aos poucos, de acordo com o vigor e desenvolvimento dos láparos.

Assim, primeiro serão separados os animais mais fortes e vigorosos, enquanto que os mais

fracos deverão ficar mais tempo em companhia da mãe, para terem uma superalimentação,

beneficiando-se mais tempo do leite materno.

Figura 7. Coelha e Láparos período de aleitamento

Fonte: Cunicultura Mossoi

Após o acasalamento o macho deve ser separado da fêmea, pois ela precisa ter

tranquilidade durante sua gestação, pois o coelho fica tentando subir nela, sem falar que

quando os filhotes nascem o coelho não tem comportamento paternal e acabam por comer os

filhotes.

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5 INTERAÇÃO HOMEM ANIMAL

O coelho já convive com o ser humano há milhares de anos.

Inicialmente era visto apenas como caça e com o passar do tempo passou a ser criado também

como animal de estimação.

Figura 8. Coelho como animal de estimação

Fonte: Dreamstime

Os coelhos vivem nas Américas, África e Europa e outras partes do mundo.

Fazem suas tocas nos campos, onde podem esconder os filhotes sob arbustos ou entre os

capins altos.

Hoje, a maioria dos coelhos usados como alimento é para aproveitamento de pele

são criados pelo homem, mas os caçadores continuam a caçar coelhos selvagens. Muitos

povos apreciam a carne de coelho, que é vendida fresca ou congelada. As peles são usadas

para fazer casacos ou como enfeite para casacos de fazenda ou chapéus. As peles podem ser

cortadas e tingidas para se parecerem com as de bisão, castor ou algumas outras peles mais

valiosas. Uma fazenda chamada "feltro" pode ser fabricada com os pelos de coelho

compactados com outras espécies de pelos. O pelo longo dos coelhos angorás é torcido em

fios macios e quentes usados em suéteres e outros agasalhos.

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Figura 9. Casaco de pele de coelho

Fonte: Loja São Leopoldo

Não há dúvidas ou controvérsias de que todos os coelhos domésticos descendem

do coelho selvagem europeu (Lepus cuniculus). Basta fazermos uma comparação e veremos

que não há diferenças apreciáveis entre eles, tanto nas suas formas, fisiologia ou

hereditariedade, exceto quanto ao caráter calmo do doméstico e o arisco do selvagem. É fato

conhecido que, se soltarmos coelhos domésticos nos campos, eles logo se tornarão selvagens,

enquanto que, se prendermos alguns filhotes de coelhos selvagens, eles ficarão mansos e

fáceis de domesticar, mas conservando uma grande tendência ao retorno à vida selvagem.

Nenhum outro animal, com exceção, talvez, do cachorro, sofreu, durante seu processo de

domesticação, tantas transformações como os coelhos.

Do coelho selvagem europeu, foi obtido um grande número de raças de diversas

cores e pesos, chegando os coelhos Gigantes de Flandres a atingirem mais de 9 quilos, o que

representa 5 vezes mais do que o peso do coelho selvagem. Além disso, sofreu profundas

modificações na cor do manto, na cor dos olhos e no comprimento do pelo e das orelhas.

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Já 2600 anos antes da era cristã, segundo Charles Darwin, Confúcio, o grande

sábio chinês, se referia à existência do coelho na China.

A maioria dos autores considera o coelho como originário da península Ibérica, da

Espanha, embora outros julguem o seu berço a África e ainda outros, o sul da Europa. Os que

consideram a África o berço do coelho, acham que daí é que ele passou para a Europa.

Existem espalhados nas regiões montanhosas da Arábia, Síria e Palestina, um animal muito

parecido com o coelho e conhecido por "sphan", o que provavelmente levou os Fenícios a

denominarem "sphania", que significa costa dos coelhos, a região em que desembarcaram,

hoje Espanha, pois aí encontraram grandes quantidades desses animais que eles confundiram

com aquele roedor do Oriente. Também de "Cuniculosa" foi chamada a Hispânia, por

Estrabão, o grande geógrafo grego, o qual menciona que os coelhos ali se multiplicavam tão

rapidamente que se tornaram um perigo para os seus habitantes.

Plínio afirma que os coelhos, partindo de Tarragona, se espalharam pelas ilhas do

mar Mediterrâneo e que, na ilha Minorca, se reproduziram tanto que os seus moradores

tiveram que pedir ao Imperador Romano Augusto que enviasse seus legionários para

combaterem o perigo que representavam esses pequenos animais. Das ilhas Baleares, segundo

Ayala, os coelhos se disseminaram pelos países mediterrâneos e, daí, pela Europa Central e do

Norte.

Na Inglaterra, segundo Brehn, o coelho foi introduzido no ano de 1309 por

entusiastas da caça. Os antigos egípcios, gregos, hindus e chineses já criavam coelhos,

segundo revelam documentos dos séculos XVIII e XIX. Na China, simbolizando a

fecundidade, em 1600 templos, eram sacrificados mais de 30000 coelhos, na primavera, para

pedir aos deuses que a terra fosse fecunda como esses animais e no outono, em agradecimento

pelo que a terra havia produzido.

Atualmente, os coelhos se encontram espalhados por todos os continentes. A

grande capacidade que tem de se reproduzirem, isto é, a sua prolificidade, reconhecida desde

a antiguidade, é a sua principal característica, sendo mesmo a qualidade que os torna um dos

animais domésticos cuja criação poderá atingir um desenvolvimento incalculável, produzindo

em pouco tempo, grandes quantidades de alimentos, abrigos e bons lucros aos criadores.

Levados para a Austrália, não encontrando aí inimigos naturais e sim boas

condições de clima e alimentação variada e abundante, multiplicaram-se tanto e tão

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rapidamente que se tornaram uma terrível praga, um problema de calamidade pública até

agora insolúvel, pois causam grandes prejuízos àquele país, devastando suas pastagens e

plantações.

Hoje em dia, é, calculado em 500 milhões o número de coelhos existentes nesse

país. A tal ponto chegou a situação que, para o país não ser todo invadido pela praga dos

coelhos, foi construída uma cerca de tela de arame de 2 metros de altura e com 2240 km de

extensão, dividindo o país em duas partes, uma das quais dominada por esses pequenos

animais. Todos os métodos de combate e extermínio contra essa qualidade dos coelhos já

foram tentados mas sem resultados satisfatórios. Devido a sua prolificidade, se tornou uma

praga na Austrália. O mesmo já está começando a ocorrer no sul da Argentina e do Chile.

Figura 10. Multiplicação de coelhos na Austrália

Fonte: Balanced Score

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5.1 TESTES EM LABORATÓRIOS

Os coelhos também contribuíram muito para a ciência pois até hoje são usados

como em testes de laboratórios.

Realizado desde 1944, visa avaliar alterações oculares e perioculares provocadas

por produtos químicos diversos. Para execução do teste, são colocados 100 mg de solução

concentrada de determinada substância nos olhos de um grupo de seis a nove coelhos albinos

que não receberam anestesia. O coelho albino é o mais usado pois é dócil, barato e tem olhos

grandes, o que facilita a avaliação das lesões. Os coelhos permanecem em caixas de

contenção, imobilizados pelo pescoço (muitos o quebram, tentando escapar). Não se usam

analgésicos, pois os cientistas alegam que seu emprego altera os resultados. As pálpebras dos

animais frequentemente são presas com grampos que mantêm os olhos constantemente

abertos. Embora 72 horas geralmente sejam suficientes para obtenção de resultado, a prova

pode durar até 18 dias, quando então o olho do animal se transforma em uma massa irritada e

dolorida. Muitas vezes, usam-se os dois olhos de um mesmo coelho para diminuir custos. As

reações observadas incluem processos inflamatórios das pálpebras e íris, úlceras, hemorragias

ou mesmo cegueira.

Os olhos do coelho apresentam estrutura e fisiologia diferentes dos humanos.

Além de a córnea do coelho ser mais delgada que a nossa (0,35mm contra 0,51mm,

respectivamente), suas glândulas lacrimais não são tão eficientes e os coelhos piscam menos).

Além disso, têm membrana nictitante (3a pálpebra), que nós não temos. Seu humor aquoso é

muito mais alcalino (pH 8,2 contra 7,1-7,3 nos humanos), dificultando a dissolução das

substâncias testadas. A leitura dos resultados é muito subjetiva e de baixa confiabilidade,

variando de laboratório para laboratório e também de coelho para coelho, não servindo para

predizer o que ocorreria no olho humano.

Os testes muitas vezes são pouco precisos e causam danos irreparáveis a vida do

animal.

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5.1.1 O Coelho como pet

O crescimento no interesse pela criação deste animal como pet, levou os criadores

a desenvolverem diversas raças domésticas dos quais podemos considerar como mais

conhecidos aqui no Brasil:

Fuzzy Lop

Com orelhas caídas e pelo longo, pode ser encontrado em várias cores.

Figura 11. Fuzzy Lop

Fonte: Mini coelhos da Serra

Lion-head

Também conhecido como Mini-Lion, de orelhas curtas e eretas e várias cores

disponíveis. Sua pelagem é única longa em volta da cabeça e na "saia", perto da cauda.

Figura 12. Lion-Head

Fonte: Pet Bunny e Cia

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Mini Holandês

Com pelo curto e orelhas eretas, pode ter cor única, mas o padrão bicolor

caracteriza a raça: metade do corpo branco, metade de outra cor caramelo, preto ou chocolate.

Figura 13. Mini-Holandês

Fonte: Orelha amada

Hotot

Um dos menores geralmente em cores preto e branco.

Figura 14. Hotot

Fonte: Mini coelhos baby

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os animais e seu comportamento sempre despertou o interesse do ser humano. No

alvorecer da história humana, muito desse interesse estava fundamentado em necessidades

práticas. Nossos ancestrais teriam maior sucesso na caça – fonte de alimentos e peles para

abrigo e vestimenta - se conhecessem os segredos de sua conduta, os limites de sua

percepção, táticas de fuga, locais mais frequentados e rotas de migração.

As pinturas em cavernas, produzidas por populações humanas muito antigas, retratam o

interesse do homem paleolítico pelo comportamento animal. Muitos antropólogos acreditam

que essas representações serviriam para rituais religiosos e para o ensino das novas gerações

sobre o comportamento dos animais e técnicas de caça.

E hoje, milhares de anos depois, não é muito diferente. Continuamos nos fascinando

com a conduta dos animais, nos surpreendendo com seu estilo de vida, apresentado por

documentários televisivos, que sempre tem uma audiência garantida. Instintivamente

procuramos nos cercar deles, os trazemos para dentro de nossas casas e agora muitos lutam

pela sua sobrevivência. Talvez tudo isso seja um reconhecimento inconsciente de nossa

natureza biológica e origem animal.

E ainda hoje o interesse pelo comportamento animal continua sendo estimulado por

necessidades práticas, lucrativas e domesticação dos mesmos. Com esse conhecimento alguns

ganham a vida adestrando animais, outros descobrem formas melhores de combater pragas e

cientistas desvendam mistérios do próprio comportamento humano, aplicados pela Psicologia,

pela Psiquiatria, pela Sociologia e pela Pedagogia e sob este enfoque abordamos a espécie dos

coelhos, com a explanação sobre o seu comportamento social, alimentar, reprodutivo,

maternal e sua interação com o homem demonstrando seu aproveitamento econômico quer

como animal de corte para alimentação e aproveitamento de pele, quer por sua

comercialização como animais de estimação. É importante também ressaltar o uso da espécie

como animais de testes de laboratório e a observação de seus hábitos como forma de controle

de sua população em estado de convívio com a natureza.

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REFERÊNCIAS 24

Harkness John E Wagner Joseph E Biologia e Clínica de Coelhos e Roedores Ed. Roca 1993

Medina G Jean. Cunicultura – A arte de criar coelhos Ed. Instituto Campineiro de Ensino

Agricola 1988

ZAPATERO, Juan, M.: Coelhos, alojamento e maneio 3ª.ed. Espírito Santo Ed Coop. 1979.

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