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Material para estudo da etologia
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Lysia Basílio
Etologia
Instinto, Etologia e a Teoria de Konrad LorenzZuanon
Familiarização comp. animal - alimento e sobrevivência (hora e local de pesca, caça e defesa). Hoje técnicas elaboradas - agricultura e pecuária.
Animais - formação cultural - cultuação religiosa, trabalho e companhia. Ciência - fenômenos e procedimentos dedutivos experimentais (leis e teorias).
Aristóteles (IV a.C.) – origem, reprodução, anatomia e movimento animal.
Descartes (1641) reflexo - comportamento animal (não intervenção da Razão, espírito e o corpo - psicológico e biológico).
Evolução do conceito de instinto
Zoólogos, naturalistas Pernau (1707), Réaumur (1734), Darwin (1872) e Spalding (1873), Whitman (1898), Jennings (1904), Craig (1918) e Uexküll (1909) - comportamento não-aprendido de animais.
Whitman (1898) e Heinroth (1910) - comportamento de aves - instintos e órgãos - descendência filogenética (caracteres morfológicos, e padrões comportamentais).
Craig (1918) - além de descrição dos comportamentos, instinto com duas fases: comportamento apetitivo (busca inicial variável, se torna específico, variável e plástico, aprendido) e consumatório (responde situação, fixo e estereotipado, inato).
Lorenz – 1º a ver significado teórico das ideias e relacioná-las a teoria integrada do comportamento animal. a) bloqueio central das ações; b) mecanismo de desencadeamento inato c) acumulação endógena de potencial de ação.
“Conhecimento” dos animais implantado pelo Criador X Hereditariedade.
ETOLOGIA (do grego ethos, costume, e, logus, tratado).
Konrad Lorenz, Níkolaas Tinbergen e Karl von Frish - fundamentação.
1935, Lorenz “O companheiro como fator no ambiente da ave”.
James (1890) - Principles of Psychology, - instintos e reflexos. Instintos não fixos, e sim variações.
Séc XX - etologia e psicologia animal independentes:
• A etologia zoólogos na Europa, psicologia animal América do Norte;
• Etologistas – teoria evolucionária, psicologia, oposição;
• Etologistas – comportamento inato de animais no campo, psicólogos – comportamentos aprendidos de espécies nos laboratórios.
Final XIX e início XX - uso exagerado “instinto”, comportamentos incompreendidos.
Negado por behaviorismo de Watson (1928, 1922) – indivíduo-ambiente. Junto com comportamento animal laboratório-Movimento Antiinstinto (20-40 EUA)
a) Psicologia objetivista (MacDougal), instinto é fator extranatural, inacessível, desnecessária explicação (visão mítica);
b) Behaviorismo, concepção não científica, urge explicações causais. Experimentação controlada e legitimidade do conhecimento científico, não observação simples (natural), mas método para analise de aprendizagem.
Identificar um comportamento como inato ou não - deveria ser não aprendido, característico da espécie e adaptativo. Dethier e Stellar (1988) - atos instintivos e estímulos externos, hormônios e influências nervosas centrais excitatórias.
Estímulos externos - padrões temporais e espaciais complexos (“sinais-estímulos”, físicos - luz, temperatura, vegetação. Comportamento - base inata para interações e organizações sociais).
Teoria associativa de Wundt (1922) e reflexologia de Pavlov (1927) - reflexo condicionado, ideal para pesquisa experimental dos behavioristas.
Miller (1962) - método analítico em lugar do estudo ecológico dos animais. Laboratório (controle e precisão, variáveis).
Instinto - reintroduzido nos trabalhos de campo retomados e etólogos europeus provaram padrões complexos de comportamento, nem reflexivos, nem condicionados.
A teoria de Konrad Lorenz (Viena - Áustria, 1903-1989).Dr. em medicina e fisiologia, estudou zoologia e psicologia comparada.
Gansos e patos – movimentos inatos da taxonomia (de Whitman e Heinroth), mesmo que movimentos estereotipados do comportamento compensatório (Craig): endógenos ou instintivos. Coordenações motoras como padrões fixos de ação.
Lorenz (1965) - diferenciou instinto de aprendizagem (inatos e não-dependentes de experiência).
Instinto pode ocorrer “no vácuo”, por partes, depende do tempo transcorrido da última ocorrência (longo, desencadeia movimento com estimulação mínima; se breve, estimular o organismo fortemente). Nada com reflexo.
Mais tempo privado de coordenação motora - maior probabilidade de apresentação diante de meros pedaços. Privações de estimulação - energia no SN, estímulo-sinal, atua sobre o mecanismo de represamento (inibidor do comportamento), desencadeia comportamento instintivo.
Energia Específica de Ação ou Potencial Específico de Ação.
Modelo “Psico-hidráulico” (Lorenz, 1950): processos fisiológicos na preparaçãoe realização de comportamento.
Nível da água - nível de Potencial Específico de Ação para realizar um comportamento que se encontra inibido; Torneira, enchendo o reservatório - fonte de estímulo endógeno;Válvula, em espiral - mecanismo desencadeador inato inibindo realização do comportamento;Força aplicada sobre a válvula em espiral - estímulos externos (ambientais).http://www.youtube.com/watch?v=YrAMLHYe_Z4
CRÍTICAS
Comportamentos decorrentes de aprendizado e habituação.
Elementos independentes de aprendizado não podem ser, simplesmente, inatos (impossibilidade de excluir aprendizado ovo ou útero).
Comportamento menos constante que padrão fixo de ação. Barlow (1977) - diminui exigência de estereotipagem: Padrão de Ação Modal (MAP).
Energia específica de ação, mecanismo desencadeador inato e similares rejeitados - vagos e não fundamentados neurologicamente.
ATUALIDADES
Interações genótipo, ambiente, fisiologia e experiência - comportamento.
Teorias e métodos da psicologia cognitiva - causas de comportamentos que ocorrem naturalmente.
Modelos funcionais - como os processos cognitivos ocorrem (neurobiologia e métodos comparativos).
Pesquisas interdisciplinares da cognição animal – sinergismo, embora diferenças de terminologia e atitudes nos laboratórios X campo sejam barreiras.
Esboço de etograma de crianças em idade pré-escolar (PIRES) Descrição dos comportamentos de espécie. Biólogos e comportamento - descrição, etogramas - Repertório comportamental antes de interação (aquelas elucidam esta). Impossível completo nos humanos.
Crianças de menos de 5a (observáveis e alteram menos comportamentos).
Schaffer – etologia - analisar relações parentais, comportamentos precisos X entidades globais (hostilidade e dependência), mais que entrevista e questionário.
1984, Montagner - comportamento das crianças ao longo do tempo, e modificações em função de alterações do meio. Etólogos – do estudo animal o método: naturalista, unidades elementares e análises funcionais e de sequências. Final dec. 60 – 1ºs etogramas.
1972: 1ªs obras - organização social de crianças em infantário (Etologia Social) «Estudos etológicos do comportamento da criança» de Blurton-Jones (1972) e «An ethological study children’s behavior)) de McGrew (1972).
UTILIZAÇÃO
Quando e como comportamentos se combinam para constituir mais complexos (idade, sexo, família, acontecimentos sociais, em variáveis ecológicas). 1 passo - análise funcional: que unidades tendem a ocorrer conjuntos: supracategorias.Comportamento pacificador e de união; de ameaça; medo e fuga;agressivos ou de isolamento.
Inclui outros com mesma função (sorrir e oferecer um objeto ou tocar suavemente apareceriam na 1ª categoria). Smith e Connolly (1972) – componente maturidade social (brincar em grupo e falar X brincar sozinho e olhar fixo). Blurton-Jones (1972b) - fatores principais: Brincadeira turbulenta X trabalho (bater, engalfinhar-se, correr, pular e rir X desenho, barro); Agressão (franzir sobrancelhas, bater, empurrar) X Sociabilidade (apontar, dar, receber, sorrir e falar).
#s no comportamento em função da idade, sexo e experiência de creche.
Montagner (1984) - Pacificação e união; Ameaça (provocar medo, fugir, chorar);Agressão (provoca choro e isolamento). Dominância hierárquica - minimizar agressão intragrupo estabelecendo conjunto relativamente estável de prerrogativas seriais para cada membro (Strayer, 1980).
Comportamento e variáveis ecológicas X número de crianças, de brinquedos, brinquedo preferido e objetos novidade. Os estudos comparativos de #s culturas.
McGrew (1972) - alterações no comportamento nos 1ºs 5 dias de creche.Decréscimo de imobilidade, automanipulação, olhar de relance, e aumento de correr e interações agonísticas.
Evolução das interações agonísticas - comportamentos de medo (fugir, andar para trás, ceder brinquedo) por comportamentos de defesa (erguer antebraço, recuar, cobrir-se com as mãos ou curvar-se sobre o brinquedo disputado).
Escolhem comportamentos: cada vez + agressivos, + amigáveis, isolados, medrosos. Cada vez maior estabilidade ou reforço dos perfis de comportamento de mês para outro, a partir do 3º ano. Perfis familiares, principalmente da mãe.
MÉTODO
Videografia - 21 crianças – infantário - 4.5 e 5.5 anos - atividade livre - 3 meses - habituação de 2 semanas - 20 min filmagem cada criança em
sessões de 45 minutos - observação dos vídeos por vários observadores.
SELEÇÃO
Interações sociais, não com material: o sujeito A tem para com B comportamento X, ou mostra X a B e B responde com comportamento Y
(Hinde, 1979).
“uma criança brinca com um objeto, uma carta, por exemplo, e pousa-a em cima da
mesa. De seguida, outra criança pega nessa carta. A primeira criança pode tentar reaver imediatamente a carta, pode dar uma olhadela para a criança que tirou a
carta ou pode apenas, e aparentemente, continuar a sua tarefa. Em qualquer destes casos consideramos que houve uma interação, mesmo no último. Os
comportamentos a descrever são, assim, o tirar objeto, tentar reaver objeto e olhadela”.
DESCRIÇÃO também contexto ou antecedentes
Formal - movimentos e posições de membros e tronco (palmada - braço flexionado)
Por consequências - resultado específico (aproximação - deslocação p perto de outra criança...)
DIFICULDADES – mesma categoria comportamentos de descrição formal distinta; Vários níveis de descrições; objetivos e recursos impossibilitam uniformidade.
Variabilidade de gradações no contínuo dos comportamentos.
Uni de tempo grandes - comportamentos natureza social. (brincadeira paralela).
CATEGORIAS DE INTERAÇÃO CRIANÇA-CRIANÇA1. Olhadela2. Olhar3. Sorrir4. Bater palmas5. Juntar as mãos6. Tirar ou tentar tirar objeto7. Tentar conservar ou reaver um objeto8. Acenar que não com a cabeça9. Acenar que sim com a cabeça10. Aproximação11. Afastar12. Empurrar13. Puxar14. Palmada15. Rir16. Cotovelada17. Arrepanhar18. Controlo da atenção19. Apontar20. Pontapé21. Queixar-se22. Saltitar23. Afagar24. Mão no ombro25. Abraçar
26. Abraçar e levantar o outro27. Desinquietar
28. Espreitar29. Cavalitas
30. Lutar de joelhos e cair aos tombos31. Pedir objeto
32. Girar33. Dar ajuda
34. Mexer nas coisas do outro35. Desfeita
36. Oferecer objeto37. Seguir a atividade do outro
38. Parado39. Ameaça
40. Assobiar41. Cantar42. Correr
43. Pisar objeto44. Choro
45. Choro-grito46. Fazer ruídos ao brincar
do tipo: «brruum» ou «uuuh».47. Agarrar/sacudir
48. Mostrar49. Luta simulada
Diferentes execuções de comportamentos idênticos – ambiguidade # interpretações.
Combinação de estímulos = significado diferente (ameaçar com dedo sorrindo). Função biológica de atividade - vantagem seletiva. Sinal = modifica comportamento de quem reage para modo mais adaptativo em situações futuras (regula interações). Ameaça - evitar consequências cognitivas adversas (tensão, ansiedade, dor e choro).
Importância do contexto geral da atividade (jogo simbólico).
Etograma de Branningam e Humphries (1972) descreve 70 unidades comportamentais só para a face (7 tipos de sorrisos) X maioria um tipo. Descrição leva a identificar outros.