Trabalho Execução e Liquidação Trablahista

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Direito do trabalho

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CINCIAS JURDICAS DEPARTAMENTO DE DIREITO

Maria Ldia BorriPrycila Rayssa Cezrio dos Santos

LIQUIDAO E EXECUO TRABALHISTA: Disposio da CLT e CPC e as lacunas ontolgicas

PONTA GROSSA 2015 Maria Ldia BorriPrycila Rayssa Cezrio dos Santos

LIQUIDAO E EXECUO TRABALHISTA: Disposio da CLT e CPC e as lacunas ontolgicas

Trabalho apresentado disciplina de Processo do Trabalho como parte da avaliao do 5 ano do curso de Bacharelado em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Prof. Volney Campos

PONTA GROSSA 2015 Sumrio

Introduo..41 Liquidao trabalhista.51.1 Espcies de liquidao...51.1.1 Liquidao por clculos...51.1.2 Liquidao por arbitramento...51.1.3 Liquidao por artigos..62 Execuo trabalhista7

INTRODUOO presente trabalho visa abordar o tema liquidao e execuo trabalhista acerca das disposies da Consolidao das Leis do Trabalho e do Cdigo de Processo Civil e as lacunas ontolgicas. A liquidao da sentena constitui em um conjunto de atos processuais em determinada fase do processo, onde os valores na sentena passaro a ser individualizados a fim de serem executados.[footnoteRef:2] Nada mais que dar clareza a um ttulo que possui certeza, mas no liquidez. [2: SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho, So Paulo: LrR, 2008.]

J a execuo constitui em uma atividade estatal, essencialmente coercitiva, com a finalidade de compelir o devedor a cumprir determinada obrigao. [footnoteRef:3] [3: PRETTI, Gleibe et CARLOS, Vera L. Para aprender Direito- Direito do Trabalho. 7 Edio. So Paulo: Editora Barros, Fischer & Associados, 2010. p. 148.]

Como a CLT dotada de diversas lacunas torna-se necessrio o preenchimento das mesmas atravs de institutos de outros ramos do direito a fim de dar maior efetividade justia e a pacificao social.

1 LIQUIDAO TRABALHISTANo processo do trabalhista se permite a fase liquidao de sentena conforme exposto no art. 879 da CLT, que elucida: Art. 879 Sendo ilquida a sentena exequenda, ordenar-se-, previamente, a sua liquidao, que poder ser feita por clculo, por arbitramento ou por artigosCabe ressaltar alguns doutrinadores da seara laboral so consoantes que a liquidao de sentena compe uma fase preparatria da execuo, pois seus enunciados pertencem ao captulo V da Execuo.Outro, como o Ilustre Doutrinador Renato Saraiva elenca em sua obra (Curso de Direito Processual do Trabalho)5 ed., p. 612 que a doutrina mais moderna conceitua a liquidao de sentena como uma ao declaratria do valor de condenao, situada entre o processo de conhecimento e o processo executivo, prestigiando assim a sua autonomia.1.1 ESPCIES DE LIQUIDAO1.1.1 Liquidao por clculosTrata-se da hiptese mais comum de liquidao de sentena, consistindo na apresentao e anlise de clculos aritmticos pelas partes, conforme art. 879 da CLT e 475-B do CPC. Nesse procedimento, utilizado para as situaes mais corriqueiras do processo do trabalho, o credor ser intimado para apresentar os clculos de liquidao em 10 (dez) dias. Os clculos devem ser apresentados de maneira discriminada e atualizada.O credor, ao elaborar os clculos de liquidao, dever incluir os valores devidos Previdncia Social a ttulo de contribuio previdenciria incidente sobre a condenao. Por fim, a liquidao por clculos pode ser utilizada para aferir o valor da condenao imposta sobre as seguintes verbas: frias, 13 salrio, horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade e periculosidade, etc.1.1.2 Liquidao por arbitramentoEsta modalidade ser efetuada quando as partes expressamente concordarem ou for determinado pelo Juiz prolator da sentena e ainda quando a natureza do objeto de liquidao exigir.As dificuldades de apurar o quantum debeaturatravs de clculos, ensejar na possibilidade de apurao, atravs de arbitramento, assim, nos socorremos das palavras do Mestre Manoel Antnio Teixeira (Execuo no processo do trabalho, p. 369):H casos em que a liquidao, a despeito de no reclamar a prova de fatos novos, tambm no pode ser efetuada por mero clculo contador, pois a quantificao ou a individualizao de seu objeto dependem de conhecimentos especializados, de perito que no podem ser satisfatoriamente captados pela percepo sensria comum das pessoas em geral. Surge, ento, a necessidade de a liquidao ser realizada por meio de arbitramento.O arbitramento consiste, portanto, em exame ou vistoria pericial de pessoas ou coisas, com a finalidade de apurar o quantum relativo obrigao pecuniria, que dever ser adimplida pelo devedor, ou, em determinados casos, de individuar, com preciso, o objeto da condenao.O exemplo apontado majoritariamente pela Doutrina consiste na hiptese de apresentar os clculos dos salrios do reclamante que prestou servios por perodo sem remunerao e sua relao de emprego foi reconhecida pela Justia do Trabalho, que outrora, nomeou um arbitro para realizar a pesquisa no mercado de trabalho sobre a remunerao a ser pago ao trabalhador.1.1.3 Liquidao por artigosA modalidade liquidao por artigos ser utilizada quando a real necessidade de provar fatos novos serviro como base para fixar a condenao, ser sempre dependente da comprovao de fatos que ainda no foram elucidados na fase de conhecimento.O Ilustre Doutrinador Renato Saraiva (Curso de Direito Processual do Trabalho)5 ed., p. 617, esclarece:A liquidao de sentena trabalhista pelo mtodo de artigos feita quando sua liquidez depender de comprovao de fatos ainda no esclarecidos suficientemente no processo de conhecimento, de modo a permitir valorao imediata do ttulo executivo.Como exemplo de liquidao por artigos, podemos citar a sentena que reconhece a realizao de horas extras pelo obreiro, mas no as quantifica, tornando-se necessria, por conseguinte, a realizao da liquidao por artigos, objetivando apurar, por meio das provas articuladas pelas partes, o nmero de horas suplementares efetivamente prestadas.E por ltimo elenca:Em ltima anlise, verifica-se que a liquidao por artigos muito complexa, constituindo-se em verdadeiro processo de cognio, podendo haver indeferimento da petio de liquidao, suspenso e extino da liquidao, revelia do devedor, produo de provas, julgamento antecipado da liquidao e designao de audincia para coleta de prova oral, sendo, em funo do princpio da celeridade, desaconselhvel a adoo de tla modalidade de liquidao no mbito laboral.2 EXECUO TRABALHISTA

A execuo trabalhista a fase do processo em que se impe o cumprimento do que foi determinado pela Justia, o que inclui a cobrana forada feita a devedores para garantir o pagamento de direitos. A fase de execuo s comea se houver condenao ou acordo no cumprido na fase de conhecimento, em que se discutiu ou no a existncia de direitos.Os princpios processuais trabalhista na execuo so: princpio da superioridade do exequente trabalhista, princpio da patrimonial idade ou da natureza real, princpio da utilidade, princpio do superprivilgio do crdito trabalhista, princpio do dever de indicao obrigatria dos bens sujeitos execuoTem incio quando h condenao e o devedor no cumpre espontaneamente a deciso judicialou quando h acordo no cumprido. A primeira parte da execuo a liquidao, em que calculado, em moeda corrente, o valor do que foi objeto de condenao. A liquidao pode ocorrer a partir de quatro tipos de clculos: clculo apresentado pela parte, clculo realizado por um contador judicial, clculo feito por um perito (liquidao por arbitramento) e por artigos de liquidao (procedimento judicial que permite a produo de provas em questes relacionadas ao clculo).