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Execução no Processo do Trabalho

Execução No Processo Do Trabalho

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Execução noProcesso do Trabalho

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1.ª edição — 1989

2.ª edição — 1991

3.ª edição — 1992

4.ª edição — 1994

5.ª edição — 1995

6.ª edição — 1997

7.ª edição — 2001

8.ª edição — 2004

9.ª edição — 2005

10.ª edição — 2011

11.ª edição — 2013

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MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

Advogado. Juiz aposentado do TRT da 9.ª Região. Fundador da Escola da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná. Professor Emérito do Centro Universitário de Curitiba – Unicuritiba. Professor no Curso de Pós-

-Graduação no Centro Universitário de Curitiba. Professor na Escola daMagistratura do Trabalho do Paraná. Membro do Instituto Latinoamericano

de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social; do Instituto de DireitoSocial do Brasil; da Société Internacionale de Droit du Travail et de laSécurité Sociale; do Instituto dos Advogados do Paraná; da AcademiaNacional de Direito do Trabalho; da Academia Paranaense de Letras

Jurídicas; do Instituto dos Advogados de São Paulo.

Execução noProcesso do Trabalho

11.ª Edição

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Teixeira Filho, Manoel Antonio Execução no processo do trabalho / Manoel Antonio Teixeira Filho. — 11. ed. — São Paulo : LTr, 2013. Bibliografi a.

1. Execução (Direito do trabalho) — Brasil I. Título.

)18(133:259.743-UDC 33360-31

Índice para catálogo sistemático:

1. Brasil : Processo de execução : Direito dotrabalho 347.952:331(81)

R

EDITORA LTDA.

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Rua Jaguaribe, 571

CEP 01224-001

São Paulo, SP – Brasil

Fone: (11) 2167-1101

www.ltr.com.br

Junho, 2013.

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Versão impressa - LTr 4895.1 - ISBN 978-85-361-2610-4Versão digital - LTr 7587.7 - ISBN 978-85-361-2634-0

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Dedico este livro aoDr. Armando Casimiro Costa,

em reconhecimento à sua larga contribuiçãoeditorial para o aprimoramento da cultura

jurídica de nossa gente.

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“Portanto, condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da for-ca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma, declaram o réu infame e seus fi lhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifi que, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confi scados, e no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu.”

(Trecho da sentença proferida pelos Juízes da Alçada, em 18-4-1792, que condenou Tiradentes à morte, pela forca, in: Autos da Inconfi dência Mineira. 2. ed. Belo Horizonte: Imprensa Ofi cial, 1982, conforme pes-quisa realizada pelo ilustre amigo, Prof. Hildebrando Campestrini, da Academia Sul-Matogrossense de Letras)

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9EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Índice Sistemático da Matéria

Preâmbulo à 11.ª edição ......................................................................................................... 19

Preâmbulo à 10.ª edição ......................................................................................................... 21

Preâmbulo à 8.ª edição ........................................................................................................... 23

Preâmbulo à 1.ª edição ........................................................................................................... 25

Livro I — Generalidades

Capítulo I — Etimologia e Conceito .................................................................................... 31

1. Etimologia .......................................................................................................................... 31

2. Conceito ............................................................................................................................. 32

2.1. É a atividade jurisdicional do Estado ........................................................................... 33

2.2. De índole essencialmente coercitiva ............................................................................. 35

2.3. Desenvolvida por órgão competente ............................................................................ 36

2.4. De ofício ou mediante iniciativa do interessado .......................................................... 37

2.5. Com o objetivo de compelir o devedor ........................................................................ 38

2.6. Ao cumprimento da obrigação ..................................................................................... 39

2.7. Contida em sentença condenatória transitada em julgado .......................................... 39

2.8. Ou em acordo judicial inadimplido ............................................................................. 40

2.9. Ou em título executivo extrajudicial, previsto em lei .................................................. 40

Capítulo II — Natureza Jurídica ........................................................................................... 42

Capítulo III — Escorço Histórico ......................................................................................... 45

1. Comentário ......................................................................................................................... 45

1.1. Direito Romano ........................................................................................................... 46

1.2. Direito Medieval .......................................................................................................... 49

1.3. Direito Brasileiro ......................................................................................................... 50

1.3.1. Processo Civil .................................................................................................... 50

1.3.2. Processo do Trabalho ......................................................................................... 52

Capítulo IV — Processo de Execução .................................................................................. 57

1. Comentário ......................................................................................................................... 57

1.1. Processo de Conhecimento ......................................................................................... 57

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10 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

1.2. Processo de execução .................................................................................................. 60

1.3. Processo cautelar ......................................................................................................... 61

2. Análise estrutural da execução trabalhista ......................................................................... 65

2.1. Quantifi cação .............................................................................................................. 65

2.2. Constrição ................................................................................................................... 66

2.3. Expropriação ............................................................................................................... 67

3. Sistematização das normas legais regentes da execução trabalhista ................................... 68

3.1. Quantifi cação .............................................................................................................. 68

3.2. Constrição ................................................................................................................... 69

3.3. Expropriação ............................................................................................................... 70

Capítulo V — Procedimento Executivo ................................................................................ 78

1. Considerações introdutórias ............................................................................................... 78

2. O procedimento executivo ................................................................................................. 79

3. A conciliação ...................................................................................................................... 81

Capítulo VI — Ação de Execução ......................................................................................... 85

1. Comentário ......................................................................................................................... 85

2. O princípio da demanda ..................................................................................................... 87

3. A pretensão executiva ......................................................................................................... 88

4. As condições da ação .......................................................................................................... 90

4.1. Possibilidade jurídica do pedido ................................................................................. 90

4.2. Legitimidade ad causam ............................................................................................... 92

4.3. Interesse processual ..................................................................................................... 93

5. Relação processual executiva ............................................................................................. 94

Capítulo VII — Princípios Informativos da Execução ......................................................... 96

1. Da igualdade de tratamento das partes ............................................................................... 96

2. Da natureza real .................................................................................................................. 97

3. Da limitação expropriatória ................................................................................................ 97

4. Da utilidade para o credor .................................................................................................. 98

5. Da não prejudicialidade do devedor ................................................................................... 98

6. Da especifi cidade ................................................................................................................ 98

7. Da responsabilidade pelas despesas processuais ................................................................ 99

8. Do não aviltamento do devedor ......................................................................................... 99

9. Da livre disponibilidade do processo pelo credor .............................................................. 102

9.1. Execução de ofício ...................................................................................................... 102

9.2. Riscos da execução provisória ..................................................................................... 103

9.3. Imodifi cabilidade da sentença exequenda ................................................................... 104

9.4. Direito de prelação do credor ...................................................................................... 104

9.5. Especifi cação, pelo credor, da espécie de execução ..................................................... 106

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11EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

9.6. Só há execução sobre bens penhoráveis ou alienáveis ................................................ 106

9.7. Necessidade de intimação do cônjuge ......................................................................... 106

9.8 Alienação antecipada de bens ...................................................................................... 107

9.9. O juízo da execução é sempre de primeiro grau ......................................................... 108

Capítulo VIII — Finalidade da Prova ................................................................................... 109

1. Legitimação ativa ................................................................................................................ 109

1.1. Espólio, herdeiros ou sucessores ................................................................................. 109

1.2. Cessionários ................................................................................................................ 111

1.3. Sub-rogados ................................................................................................................. 112

1.4. A Procuradoria da Justiça do Trabalho ........................................................................ 113

1.5. O devedor .................................................................................................................... 113

1.6. O juiz ........................................................................................................................... 115

1.7. O advogado ................................................................................................................. 117

2. Legitimação passiva ............................................................................................................ 117

2.1. O devedor .................................................................................................................... 117

2.2. Espólio, herdeiros ou sucessores ................................................................................. 118

2.3. Novo devedor .............................................................................................................. 126

2.4. Fiador .......................................................................................................................... 128

2.5. Massa falida ................................................................................................................. 130

Capítulo IX — Competência ................................................................................................. 131

1. Comentário ......................................................................................................................... 131

1.1. Título Judicial ............................................................................................................... 131

1.2. Título extrajudicial ....................................................................................................... 133

2. Ausência de identidade física ............................................................................................. 134

3. Execução mediante carta. Embargos .................................................................................. 136

3.1. Embargos do devedor .................................................................................................. 136

3.2. Embargos de terceiro ................................................................................................... 137

Capítulo X — Interesse Processual ...................................................................................... 139

1. Comentário ......................................................................................................................... 139

2. O interesse processual na execução .................................................................................... 141

Capítulo XI — Requisitos Necessários para Realizar a Execução ....................................... 145

1. Comentário .......................................................................................................................... 145

2. Inadimplemento do devedor .............................................................................................. 145

3. Título executivo ................................................................................................................. 148

3.1. Títulos judiciais ........................................................................................................... 148

3.1.1. Sentença transitada em julgado ......................................................................... 148

3.1.2. Acordo inadimplido .......................................................................................... 153

3.2. Títulos extrajudiciais ................................................................................................... 156

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12 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

Capítulo XII — Execução Defi nitiva e Execução Provisória ............................................... 158

1. Execução defi nitiva ............................................................................................................ 158

2. Execução provisória ........................................................................................................... 159

3. Execução e recurso extraordinário ..................................................................................... 170

4. Execução provisória das obrigações de fazer ...................................................................... 171

5. Execução provisória na antecipação da tutela de mérito ................................................... 173

Capítulo XIII — Cumulação de Execuções .......................................................................... 178

Comentário ............................................................................................................................ 178

Capítulo XIV — Execução de Obrigações Alternativas ....................................................... 181

Comentário ............................................................................................................................ 181

Capítulo XV — Execução Sujeita a Condição ou Termo ..................................................... 186

Comentário ............................................................................................................................ 186

Capítulo XVI — Execução e Prestações Sucessivas ............................................................. 188

Comentário ............................................................................................................................ 188

Capítulo XVII — Responsabilidade Patrimonial do Devedor ............................................. 193

Comentário ............................................................................................................................ 193

Capítulo XVIII — Fraude de Execução ................................................................................ 197

1. Comentário ......................................................................................................................... 197

1.1. Quando sobre os bens pender ação fundada em direito real ....................................... 199

1.2. Quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência ............................................................................................ 199

1.2.1. A Súmula n. 375, do STJ .................................................................................... 201

1.3. Nos demais casos expressos em lei ............................................................................. 203

Capítulo XIX — Ato Atentatório à Dignidade da Justiça .................................................... 206

1. Comentário ......................................................................................................................... 206

1.1. Fraude de execução ..................................................................................................... 208

1.2. Oposição maliciosa ...................................................................................................... 208

1.3. Resistência injustifi cada .............................................................................................. 209

1.4. Não indicação de bens ................................................................................................. 210

Capítulo XX — Execução Contra a Fazenda Pública ........................................................... 214

1. Comentário ......................................................................................................................... 214

2. O art. 100 da Constituição Federal .................................................................................... 223

Capítulo XXI — Execução Contra a Massa Falida e Contra as Sociedades em Regime de Liquidação Extrajudicial .............................................................................................. 229

1. Massa falida ........................................................................................................................ 229

2. Sociedades em regime de liquidação extrajudicial ............................................................. 233

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Page 13: Execução No Processo Do Trabalho

13EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Capítulo XXII — Prescrição Intercorrente ........................................................................... 235

Comentário ............................................................................................................................ 235

Capítulo XXIII — Recurso na Execução .............................................................................. 240

1. Comentário ......................................................................................................................... 240

2. Execução e Mandado de Segurança .................................................................................... 243

Capítulo XXIV — Suspensão e Extinção da Execução ........................................................ 246

1. Suspensão ........................................................................................................................... 246

1.1. Embargos do devedor .................................................................................................. 246

1.2. Casos do art. 265 do CPC ........................................................................................... 247

1.3. Inexistência de bens penhoráveis ................................................................................ 249

2. Extinção .............................................................................................................................. 255

Capítulo XXV — Nulidade da Execução .............................................................................. 257

1. Comentário ......................................................................................................................... 257

2. Título .................................................................................................................................. 257

3. Citação ................................................................................................................................ 258

4. Resumo ............................................................................................................................... 260

5. Condição ou termo ............................................................................................................. 262

Capítulo XXVI — Desistência da Execução ......................................................................... 263

Comentário ............................................................................................................................ 263

Capítulo XXVII — Liquidação da Sentença ......................................................................... 266

1. Nótula introdutória .......................................................................................................... 266

2. Conceito .......................................................................................................................... 267

3. Natureza jurídica da liquidação ....................................................................................... 269

4. Finalidade ........................................................................................................................ 270

5. Excesso de liquidação ...................................................................................................... 272

6. Liquidação mista .............................................................................................................. 275

7. Execução parcial .............................................................................................................. 276

8. Liquidações autônomas ................................................................................................... 276

9. Liquidação das obrigações alternativas ............................................................................ 277

10. Assistência na liquidação ................................................................................................. 278

11. Sentença de liquidação. Natureza jurídica ....................................................................... 280

12. Irrecorribilidade da “sentença” de liquidação ................................................................. 282

13. Modalidades de liquidação .............................................................................................. 283

13.1. Cálculos .................................................................................................................. 284

13.1.1. Processamento ............................................................................................. 285

13.1.2. Concessão de Prazo ..................................................................................... 286

a) Cálculo do contador (CLT, art. 879, § 2.º) ............................................. 286

b) Cálculo da parte (CLT, art. 879, § 3.º) .................................................... 288

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14 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

13.1.3. Não concessão de prazo (CLT, art. 884, § 3.º) ............................................ 289

13.2. Arbitramento .......................................................................................................... 290

13.2.1. Processamento ............................................................................................. 291

13.3. Artigos .................................................................................................................... 292

13.3.1. Processamento ............................................................................................. 296

Livro II — Das Espécies de Execução

Capítulo I — Execução para a Entrega de Coisa Certa ....................................................... 307

1. Generalidades ..................................................................................................................... 307

2. Procedimento ..................................................................................................................... 308

Capítulo II — Execução para a Entrega de Coisa Incerta ................................................... 312

1. Generalidades ..................................................................................................................... 312

2. Procedimento ..................................................................................................................... 312

Capítulo III — Execução das Obrigações de Fazer .............................................................. 316

1. Generalidades ..................................................................................................................... 316

2. Procedimento ..................................................................................................................... 316

3. Execução das obrigações de fazer típicas das relações trabalhistas .................................... 319

3.1. Entrega de guias para a movimentação do FGTS ........................................................ 319

3.2. Reintegração de empregado estável ............................................................................. 320

3.3. Anotações na Carteira de Trabalho ............................................................................. 322

Capítulo IV — Execução das Obrigações de Não Fazer ...................................................... 323

1. Generalidades ..................................................................................................................... 323

2. Procedimento ..................................................................................................................... 323

3. À guisa de sugestão ............................................................................................................ 325

Capítulo V — Execução da Obrigação de Emitir Declaração de Vontade .......................... 329

1. Generalidades ..................................................................................................................... 329

2. Procedimento ..................................................................................................................... 333

Capítulo VI — Execução por Quantia Certa ........................................................................ 334

1. Generalidades ..................................................................................................................... 334

2. Mandado executivo ............................................................................................................ 336

3. Citação ................................................................................................................................ 337

4. A questão da multa prevista no art. 475-J do CPC ............................................................. 339

4.1. O cumprimento da sentença, no CPC .......................................................................... 339

4.1.1. Omissão da CLT ................................................................................................. 341

4.1.2. Duração razoável do processo ............................................................................ 345

4.2. A multa ......................................................................................................................... 346

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15EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

4.3. A medida judicial apropriada para afastar a aplicação do art. 475-J, do CPC, no pro- cesso do trabalho .......................................................................................................... 348

4.4. Conclusões ................................................................................................................... 351

5. Penhora e avaliação ............................................................................................................ 352

5.1. Nótula introdutória ..................................................................................................... 352

5.2. Natureza jurídica ......................................................................................................... 358

5.3. Bens penhoráveis ......................................................................................................... 360

5.4. Penhora de bem hipotecado ........................................................................................ 362

5.5. Bens impenhoráveis ..................................................................................................... 364

5.6. Impenhorabilidade absoluta ........................................................................................ 365

5.7. Nota particular sobre o bem de família ....................................................................... 374

5.8. Impenhorabilidade relativa .......................................................................................... 375

5.9. Penhora de bens alienados fi duciariamente ................................................................ 377

5.10. Nomeação de bens ..................................................................................................... 378

5.10.1. Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição fi nanceira .... 379

5.10.2. Veículos de via terrestre ................................................................................. 380

5.10.3. Bens móveis em geral ..................................................................................... 380

5.10.4. Bens imóveis ................................................................................................... 380

5.10.5. Navios e aeronaves ......................................................................................... 380

5.10.6. Ações e quotas de sociedades empresariais .................................................... 381

5.10.7. Percentual do faturamento de empresa devedora .......................................... 381

5.10.8. Pedras e metais preciosos ............................................................................... 381

5.10.9. Títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado ................................................................................................... 382

5.10.10. Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado ............................... 382

5.10.11. Outros direitos ............................................................................................. 382

5.11. Nulidade da penhora ................................................................................................. 383

5.12. Inefi cácia da penhora ................................................................................................ 383

5.13. A penhora por meio eletrônico ................................................................................. 385

5.14. Nomeação de bens na execução provisória ............................................................... 387

5.15. Bens situados fora da comarca ................................................................................... 388

5.15.1. Execução mediante carta ................................................................................ 388

5.15.2. Execução no foro de situação dos bens ou do domicílio do devedor ............ 390

5.16. A atuação do ofi cial de justiça ................................................................................... 391

5.17. Auto de penhora e depósito e termo de nomeação ................................................... 392

5.18. Substituição da penhora ............................................................................................. 394

5.19. Expropriação antecipada ........................................................................................... 395

5.20. Penhora de direitos .................................................................................................... 397

5.21. Penhora de crédito e de outros direitos patrimoniais ............................................... 398

5.22. Penhora no rosto dos autos ....................................................................................... 399

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16 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

5.23. Penhora de empresas e outros estabelecimentos ....................................................... 400 5.24. Penhora de navio ou aeronave ...................................................................................... 402

5.25. Averbação da penhora ............................................................................................... 402

5.26. Alteração da penhora ................................................................................................. 403

5.27. Depósito dos bens penhorados .................................................................................. 406

5.28. Depositário ................................................................................................................ 407

5.28.1. Nomeação do depositário .............................................................................. 408

5.28.2. Atribuições do depositário ............................................................................ 409

5.28.3. Direitos, deveres e responsabilidades do depositário .................................... 410

5.28.4. Ação de depósito ........................................................................................... 411

5.28.5. Ação de prestação de contas .......................................................................... 415

5.28.6. Responsabilidade civil do depositário ........................................................... 417

5.29. Considerações sobre o bloqueio on line .................................................................... 418

5.29.1. Introdução ..................................................................................................... 418

5.29.2. Pressupostos .................................................................................................. 420

a) Pressupostos para a emissão da ordem judicial ........................................ 420

b) Pressupostos para a concretização do bloqueio ........................................ 421

b.1) A proporcionalidade do bloqueio ...................................................... 421

b.2) A utilidade do bloqueio ..................................................................... 422

b.3) A convolação para penhora ............................................................... 423

5.30. Legalidade .................................................................................................................. 423

5.31. Inconstitucionalidade ................................................................................................. 423

5.32. Arrematação .............................................................................................................. 428

5.32.1. Introdução .................................................................................................... 428

5.32.2. Conceito e natureza jurídica ......................................................................... 430

5.32.3. Avaliação ....................................................................................................... 432

5.32.4. Edital de praça e leilão .................................................................................. 436

5.32.5. O procedimento na arrematação .................................................................. 441

5.32.6. Lanço vil ....................................................................................................... 443

5.32.7. Auto de arrematação ..................................................................................... 444

5.32.8. Desfazimento da arrematação ....................................................................... 446

5.32.9. Carta de arrematação .................................................................................... 448

5.32.10. Consequências jurídicas da arrematação .................................................... 450

5.32.11. Evicção do arrematante ............................................................................... 451

5.32.12. Pagamento ao credor ................................................................................... 452

5.33. Adjudicação ............................................................................................................... 455

5.33.1. Conceito ....................................................................................................... 456

5.33.2. Natureza jurídica .......................................................................................... 457

5.33.3. Objeto da adjudicação .................................................................................. 457

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Page 17: Execução No Processo Do Trabalho

17EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

5.33.4. Requerimento de adjudicação ...................................................................... 458

5.33.5. Legitimidade para requerer a adjudicação .................................................... 459

5.33.6. O preço ......................................................................................................... 460

5.33.7. Auto e carta de adjudicação .......................................................................... 460

5.33.8. Adjudicação e preço vil ................................................................................ 462

5.33.9. Tradição dos bens adjudicados ..................................................................... 462

5.33.10. Usufruto de móvel ou imóvel ...................................................................... 463

5.34. Remição ..................................................................................................................... 466

5.34.1. Conceito ....................................................................................................... 466

5.34.2. Remição da execução e remição da penhora ................................................ 467

5.34.3. Procedimento na remição da execução ........................................................ 468

5.34.4. Remição e adjudicação ................................................................................. 469

Capítulo VII — Embargos do Devedor ................................................................................. 470

1. Introdução ....................................................................................................................... 470

2. Generalidades .................................................................................................................. 470

2.1. Execução de título judicial ....................................................................................... 470

2.2. Execução de título extrajudicial .............................................................................. 472

3. Conceito .......................................................................................................................... 473

4. Embargos à penhora ........................................................................................................ 475

5. Natureza jurídica ............................................................................................................. 476

6. Classifi cação .................................................................................................................... 476

7. Legitimidade .................................................................................................................... 477

8. Competência .................................................................................................................... 478

9. Prazo ................................................................................................................................ 481

9-A. Pagamento da dívida no prazo para embargo .................................................................. 484

10. Garantia do juízo ............................................................................................................. 486

11. Efeito ................................................................................................................................ 489

12. Rejeição liminar ............................................................................................................... 490

13. Matéria alegável ............................................................................................................... 493

13.1. Execução de título judicial ...................................................................................... 493

13.2. Execução de título extrajudicial .............................................................................. 500

14. Procedimento ................................................................................................................... 501

15. Das exceções, pelo embargante ........................................................................................ 504

16. Revelia ............................................................................................................................. 505

17. Reconvenção .................................................................................................................... 506

18. Sentença ........................................................................................................................... 506

19. Recurso ............................................................................................................................ 507

20. Exceção de pré-executividade ......................................................................................... 509

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Page 18: Execução No Processo Do Trabalho

18 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

Capítulo VIII — Embargos à Expropriação ......................................................................... 516

1. Introdução ....................................................................................................................... 516

2. Oportunidade para embargar ........................................................................................... 516

3. Matérias alegáveis ............................................................................................................ 517

4. Legitimidade .................................................................................................................... 518

5. Competência .................................................................................................................... 518

6. Natureza jurídica ............................................................................................................. 519

7. Prazo ................................................................................................................................ 519

8. Efeitos .............................................................................................................................. 519

9. Procedimento ................................................................................................................... 520

Capítulo IX — Embargos de Terceiro ................................................................................... 522

1. Conceito .......................................................................................................................... 522

2. Natureza jurídica e efi cácia .............................................................................................. 523

3. Pressupostos .................................................................................................................... 525

4. Embargos de terceiro e embargos do devedor ................................................................. 525

5. Legitimidade .................................................................................................................... 526

6. Competência .................................................................................................................... 528

7. Prazo ................................................................................................................................ 529

8. Distribuição ..................................................................................................................... 531

9. Procedimento ................................................................................................................... 531

10. Recurso interponível ........................................................................................................ 536

Livro III — Execução de Contribuições Sociais

Capítulo I — As Emendas Constitucionais ns. 20/1998 e 45/2004 .................................... 541

1. Comentário ...................................................................................................................... 541

1.1. O INSS e a relação processual .................................................................................. 543

1.2. Título executivo ....................................................................................................... 543

1.2.1. Título .............................................................................................................. 543

1.2.2. Natureza jurídica ............................................................................................ 544

1.3. Prescrição ................................................................................................................. 545

1.4. Procedimento ........................................................................................................... 546

Capítulo II — A Lei n. 10.035/2000 ..................................................................................... 547

1. Comentário ...................................................................................................................... 547

2. Questões correlatas .......................................................................................................... 557

Referências bibliográfi cas ..................................................................................................... 559

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19EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Preâmbulo à 11.a Edição

Nesta edição introduzimos, em especial, comentários à Súmula n. 375, do STJ, com o objetivo de demonstrar a sua incompatibilidade com o processo do trabalho.

Este é o teor da Súmula:

“Fraude à execução — Reconhecimento — Registro da penhora do bem alienado ou prova de má-fé do terceiro adquirente.

O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”.

A orientação jurisprudencial cristalizada nessa Súmula estimula as velhacadas do devedor ao tornar mais difícil a confi guração do ilícito processual da fraude à execução. Ademais, a Súmula vem tumultuar um cenário que, no plano do processo do trabalho, estava razoavelmente pacifi cado.

Curitiba, maio de 2013.

O Autor

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21EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Preâmbulo à 10.a Edição

Ainda é intensa, nos sítios da doutrina e da jurisprudência, a discussão sobre a incidência, ou não, no processo do trabalho, da multa prevista no art. 475-J, do CPC.

Com vistas a isso, dedicamos um item específi co ao assunto, no qual concluímos pela inaplicabilidade dessa multa no processo do trabalho.

São estes, estes síntese, os fundamentos de nossa opinião:

1. A aplicação do art. 475-J, do CPC, em substituição aos dispositivos da CLT que regulam os embargos do devedor (quando esta estiver fundada em título judicial e for promovida em face de devedor privado), implica manifesta e injustifi cável ofensa:

a) ao art. 769, da CLT, que só autoriza a adoção de normas do processo civil quando a CLT for, efetivamente, omissa, não sendo juridicamente razoável cogitar-se de omissão pelo simples fato de o CPC haver sido dotado de novas disposições, como se o processo do trabalho fosse um alter ego deste;

b) ao art. 889, da CLT, que atribui preeminência supletiva à Lei n. 6.830/80, em relação ao CPC, em tema de execução, sabendo-se que esta norma legal também prevê a fi gura dos embargos do devedor;

c) à garantia constitucional do devido processo legal (due process of law), materializada no inciso LIV, do art. 5.º, da CF; e

d) ao princípio da legalidade, inscrito no inciso II, do art. 5.°, da Suprema Carta Política de nosso País.

2. Somente por lei futura será possível o afastamento de normas do processo do trabalho, para serem colocadas, em seu lugar, normas do CPC.

3. Se a menção à incidência do caput e do § 1.°, do art. 475-J, do CPC, for efetuada na sentença proferida no processo de conhecimento, o réu deverá manifestar contrariedade a isso no recurso ordinário. Caso a referência a essa norma do CPC constar, apenas, do mandado executivo, os embargos do devedor constituirão, em princípio, o meio adequado à impugnação desse ato judicial. Não é desarrazoado, entrementes, em certos casos, o uso da ação de mandado de segurança, no lugar dos embargos, pois o que estará em causa, na espécie, não é uma simples decisão emitida, como tantas outras, no processo de execução, e, sim, uma decisão manifestamente transgressora de “direito líquido e certo” do devedor em não ver a execução processada com fundamento

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22 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

no caput e no § 1.°, do art. 475-J, do CPC, senão que nos estritos termos das disposições próprias da CLT, que confi guram o devido processo legal, no âmbito desta Justiça, ainda Especializada.

Curitiba, setembro de 2010.

O Autor

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23EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Preâmbulo à 8.a Edição

I

Ao longo das sete edições anteriores deste livro, fomos manifestando nossas opiniões acerca das matérias sobre as quais escrevíamos. Todas essas opiniões foram produto de uma acurada refl exão feita, essencialmente, com base na legislação então vigente, motivo por que traduziam uma nossa fi rme convicção.

Os tempos, agora, são outros. Houve consideráveis alterações na legislação. Em virtude disso, fomos levados a rever, nesta 8.ª edição, algumas opiniões que havíamos externado nas edições pretéritas.

Em rigor, não mudamos de opinião — conquanto essa atitude seja perfeitamente justifi cável naqueles espíritos arejados, que não se fecham às mutações exteriores. O que mudou, como dissemos, foi a legislação que dava sustentação às opiniões que havíamos manifestado.

Assim, numa espécie de prestação de contas espontânea aos nossos amáveis leitores, indicamos, a seguir, quais foram as opiniões que abandonamos:

1. Não pode haver execução de título extrajudicial na Justiça do Trabalho

Assim entendíamos, em face da redação primitiva do art. 876 da CLT, que somente fazia alusão a títulos judiciais, quais sejam: a) a sentença condenatória; e b) a sentença homologatória de transação.

Entretanto, a Lei n. 9.958, de 12 de janeiro de 2000, deu nova redação a esse dispositivo da CLT, para atribuir efi cácia de títulos extrajudiciais ao termo de conciliação fi rmado no âmbito das Comissões de Conciliação Prévia instituídas pela mesma norma legal, e ao termo de ajustamento de conduta, celebrado com o Ministério Público do Trabalho.

Isso não signifi ca que o processo do trabalho passou a admitir a execução por quantia certa fundada em qualquer título extrajudicial; os títulos que autorizam a execução são, apenas, aqueles expressamente mencionados na Lei.

2. Não há preclusão diante dos cálculos apresentados pela parte

Com os olhos postos na redação do § 2.º do art. 879 da CLT — e na própria tradição —, entendíamos que, no processo do trabalho, os cálculos deveriam ser, ofi cialmente, elaborados pelo contador (a que a praxe denominou perito) e não pelas partes. Essa nossa opinião tinha um sentido pragmático, pois somente se houvesse silêncio das partes diante dos

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24 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

cálculos apresentados pelo contador é que se poderia cogitar da preclusão prevista no aludido artigo.

Ocorre, porém, que a Lei n. 10.035, de 25 de outubro de 2000, introduziu os §§ 1.º-B e 3.º no art. 879 da CLT, para deixar claro que o juiz poderá determinar que os cálculos sejam apresentados tanto pelas partes quanto pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho.

Diante da clareza dessa dicção legal, já não temos como sustentar o antigo ponto de vista, razão por que o colocamos de lado.

Segue-se que, doravante, a critério exclusivo do juiz, os cálculos de liquidação poderão ser feitos pelas partes ou por algum auxiliar do juízo, como é o caso do contador. Sendo assim, se uma das partes deixar de manifestar-se acerca dos cálculos apresentados pela outra, haverá, para aquela, preclusão, por forma a impedi-la de discutir os cálculos (por meio de embargos, de agravo de petição, de recurso de revista etc.) na mesma relação processual. Não fosse assim, não faria sentido a preclusão de que trata a lei.

II

Por outro lado, introduzimos o Livro III, no qual examinamos, de maneira objetiva, as disposições da mencionada Lei n. 10.035/2000, que estabeleceu, mediante alteração de diversos artigos da CLT, “os procedimentos, no âmbito da Justiça do Trabalho, de execução das contribuições devidas à Previdência Social”.

Como se sabe, a Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, inseriu no art. 114 da Constituição Federal o § 3.º, para atribuir competência à Justiça do Trabalho para promover execução de contribuições devidas à Previdência Social, derivantes de sentença condenatória ou homologatória de transação, emitida por essa Justiça Especializada.

Caberá à jurisprudência, entretanto, fi xar os rumos defi nitivos da interpretação a ser dada às disposições da Lei n. 10.035/2000.

Em resumo, esta 8.ª edição foi atualizada de acordo com as Emendas Constitucionais: a) n. 20, de 15 de dezembro de 1998, que atribuiu competência à Justiça do Trabalho para promover execução de contribuições devidas à Previdência Social; b) n. 24, de 9 de dezembro de 1999, que extinguiu a representação classista nesta Justiça Especializada e alterou a denominação dos seus órgãos de primeiro grau de Juntas de Conciliação e Julgamento para Varas do Trabalho; c) n. 30, de 13 de setembro de 2000, que dispôs sobre os precatórios-requisitórios de verbas. E, também, segundo as Leis: a) n. 9.957, de 12 de janeiro de 2000, que introduziu o procedimento sumaríssimo na Justiça do Trabalho; b) n. 9.958, de 12 de janeiro de 2000, que instituiu as Comissões de Conciliação Prévia; c) n. 10.035, de 25 de outubro de 2000, que alterou diversos dispositivos da CLT, com vistas à execução forçada das contribuições devidas à Previdência Social.

Além disso, inserimos comentários específi cos acerca do uso da ação de mandado de segurança na execução forçada, admitido pela Orientação Jurisprudencial n. 62 da SDI-2 do TST.

Curitiba, janeiro de 2004.

O Autor

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25EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Preâmbulo à 1.a Edição

I

Sistemas jurídicos vigentes em épocas remotas atribuíram à execução — notadamente a destinada à cobrança de dívida — caráter pessoal, permitindo que os atos executivos incidissem na pessoa física do devedor.

Exemplo característico desse período era a manus iniectio romana, pela qual o credor tinha poderes para dispor da liberdade ou da própria vida do devedor. No primeiro caso, este era acorrentado e conduzido à residência daquele, onde permanecia em regime de prisão domiciliar, ou era vendido como escravo; no segundo, o credor poderia matá-lo e, em certas situações, esquartejá-lo.

É verdade que se pode colocar em dúvida se esses meios execrandos e infamantes chegaram, efetivamente, a ser postos em prática; de qualquer modo, a possibilidade legal de o credor poder restringir a liberdade física do devedor, vendê-lo como servo ou tirar-lhe a vida evidencia a extremada exaltação que alguns desses sistemas jurídicos antigos faziam dos créditos pertencentes aos indivíduos e a natureza barbaresca das medidas que colocavam à disposição destes, a fi m de que pudessem exigir a satisfação do direito.

Tempos depois, o Estado, conscientizando-se de que o simples fato de alguém estar a dever determinada quantia a outrem não poderia constituir razão jurídica para despojá-lo de certos valores humanos fundamentais, como a vida e a liberdade, rompeu com a perversa tradição e declarou que a execução possuía índole, exclusivamente, patrimonial. Podemos apontar a Lex Poetelia (século V a.C.) como um dos mais expressivos marcos históricos nessa nova fase estatal, assinalada pela humanização das execuções de dívidas. Esse elogiável escopo avançou com a pignoris capio — que outorgava ao credor a faculdade de, na presença de três testemunhas, realizar a apreensão extrajudicial de bens do devedor — e com as leis subsequentes.

Modernamente, os diversos sistemas jurídicos ocidentais, em sua maioria, acentuaram e tornaram defi nitivo o traço patrimonial da execução das obrigações de pagar quantia certa. Em nosso meio, e. g., o atual Código de Processo Civil dispõe — com força de autêntica declaração de princípio — que o “devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei” (art. 591; grifamos), esclarecendo, ainda, nessa linha de concepção resgatadora da dignidade humana, que o objetivo da execução por quantia certa radica na expropriação judicial do patrimônio do devedor, no todo ou em parte (art. 646). Com sua inegável

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26 MANOEL ANTONIO TEIXEIRA FILHO

(*) Essa alteração foi imposta pela Lei n. 9.958, de 12 de janeiro de 2000, que introduziu o art. 625-E na CLT, cujo parágrafo único dispõe que no âmbito das Comissões de Conciliação Prévia o termo de conciliação valerá como título executivo extrajudicial.

preeminência hierárquico-normativa, a vigente Constituição da República proclama, por outro lado, que não haverá prisão civil por dívida, exceto a do responsável pelo inadimple-mento (ainda assim voluntário e inescusável) de obrigação alimentícia e a do depositário infi el (art. 5.º, LXVII).

O processo do trabalho, a despeito de sua marcante especifi cidade e dos singulares princípios que o informam, acolhe, sem reservas, as referidas dicções do processo civil e se submete, como é elementar, à regra constitucional na qual se inscreve o veto à prisão civil em virtude de dívida.

II

No plano do processo civil, a execução lato sensu é provida de autonomia ontológica e fi nalística, bastando argumentar com o fato de poder fundar-se em título extrajudicial (CPC, art. 583); demais disso, o estatuto processual de 1973 dedicou-lhe Livro específi co (II), colocando-o, axiologicamente, entre os processos de conhecimento (I) e cautelar (III).

Sem que nos impulsione, todavia, o propósito de sugerir uma involução dos estudos doutrinais respeitantes ao assunto em exame, desejamos chamar a atenção à circunstância de que a execução trabalhista possui signifi cativas particularidades, que nos autorizam a considerá-la desapercebida de autonomia ontológica, conquanto reconheçamos que a possua sob o ponto de vista teleológico (e também procedimental).

Com efeito, essa execução pressupõe, invariavelmente, um processo cognitivo, do qual se origina o título executivo em que ela se estriba. Isso corresponde a afi rmar que tal execução apenas pode lastrear-se em título judicial, consubstanciado em sentença condenatória passada em julgado ou homologatória de transação inadimplida — conforme prevê, aliás, o art. 876 da CLT. Sem título judicial, conseguintemente, não se pode pensar em execução do processo do trabalho de lege lata; as opiniões doutrinárias divergentes só podem ser admitidas, data venia, na hipótese de sobrevir alteração legislativa à qual se conformem(*).

A peculiaridade de o próprio magistrado receber, da norma legal (CLT, art. 878, caput), a faculdade de dar, por sua incoação, início à série dos atos integrantes do procedimento executivo realça o fato de a execução trabalhista nada mais representar, sob o prisma orgânico, do que mero capítulo, mera fase sequente ao processo cognitivo, que se encerrou com a prolação da sentença agora convertida — pelo fenômeno jurídico da coisa julgada material — em título executivo.

Em suma: não há, no processo do trabalho, execução sem processo de conhecimento; por aí se percebe que nos fi cam a dever uma explicação, juridicamente razoável, aqueles que insistem em conceder a essa execução uma autonomia ontológica, vale dizer, dotada de existência própria.

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27EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

III

Sob a óptica estrutural, o procedimento da execução trabalhista por quantia certa (contra devedor solvente) assemelha-se ao do processo civil, na medida em que tanto lá como aqui estão presentes as fases lógicas e preordenadas de: a) quantifi cação obrigacional; b) constrição de bens; c) expropriação judicial.

Dá-se, entretanto, que o legislador trabalhista, preocupado, por suposto, em estabelecer um sistema normativo que ensejasse rápida satisfação do direito do credor, dedicou à execução precária quantidade de artigos que, em concreto, acabaram por revelar-se insufi cientes para resolver os problemas que, a mancheias, soem entravar o seu curso e colocar, com isso, em risco o seu alcandorado ideal de celeridade. De outra parte, devemos reconhecer que essa execução é destituída de instrumentos efi cazes no combate aos atos procrasti-natórios e às velhacadas, tão a gosto de alguns devedores, que a isso se lançam, não raro com lamentável sucesso; daí deriva a necessidade da adoção — embora supletiva, tópica e ocasional — de determinados institutos do processo civil, como a fraude à execução e o ato atentatório à dignidade da justiça, que quando adequadamente manejados pelo juiz manifestam a excelência de sua efi cácia como instrumentos destinados a atender aos fi ns essenciais da execução. Tudo recomenda, portanto, que os precitados institutos forâneos — sem prejuízo de outros — sejam incorporados ao processo do trabalho de lege ferenda, sem receio de causarem ofensa à sua íntima contextura ideológica.

Idealmente, porém, anseia-se não apenas pela instituição de um Código de Processo do Trabalho, mas, também, que esse futuro estatuto, atento às lições ditadas pela experiência prática, seja municiado de elementos indispensáveis à rápida satisfação do direito do credor. Como contributo a essa causa, alvitramos a criação de algo semelhante a um “Fundo de Execuções Trabalhistas” — já preconizado por outros estudiosos de assuntos processuais —, a ser constituído mediante contribuições compulsórias dos empregadores, como providência destinada a evitar, o quanto possível, a lenteza e os incidentes relativos à penhora de bens e à expropriação judicial (como, p. ex., os embargos de terceiro e os embargos à alienação), que estão a comprometer, nos dias atuais, a fi nalidade da execução e, de certa forma, o prestígio da Justiça do Trabalho.

Neste livro encontram-se instiladas algumas ideias tendentes a estabelecer um aprimoramento e uma sistematização normativa da execução sub examen, hoje regida por embaraçante multiplicidade de textos legais (CLT; Lei n. 5.584/70; Lei n. 6.830/80; CPC — segundo essa ordem de incidência), que a tornam intricada e morosa; não ocultamos, contudo, o desejo de que algumas dessas ideias possam ser aproveitadas, quando de porvindoura reelaboração legislativa do processo do trabalho e, em especial, da execução que lhe corresponde.

Curitiba, junho de 1989.

O Autor

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Livro I

Generalidades

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Capítulo I

Etimologia e Conceito

1. Etimologia

Da forma românica executare provieram a vernácula executar, a espanhola ejecutar e a francesa exécuter; ao contrário do que se possa supor, executar não é derivante de exsèqui, pois este verbo latino é depoente, vale dizer, possui forma passiva mas sentido ativo, apresentando como tempos primitivos exsèquor, exsecutus e exsèqui (LIMA, Alcides de Mendonça. Comentários ao Código de Processo Civil. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1979. v. VI, t. I, p. 1).

São inúmeras as palavras que trazem como elemento comum os radicais seq e sec; dentre elas, podem ser mencionadas: seguinte, sequência, conseguir, consecução, consequente, prosseguir, prossecução, prossecutor, perseguir, perseguição, subsequente, sequela, séquito, sectário, sequaz, executar, execução, exequível, executivo etc.

Os adjetivos exequente e executante designam aquele que está promovendo a execução forçada. Embora, regra geral, os termos referidos se liguem à pessoa do credor, facultava a lei que a execução fosse iniciada a requerimento do próprio devedor, hipótese em que este assumiria, no processo, “posição idêntica à do credor” (CPC, art. 570). Tratava-se da denominada “execução inversa”, pela qual o devedor procurava eximir-se da obrigação. O art. 570, do CPC, contudo, acabou sendo revogado pela Lei n. 11.232/2005, por ter sido considerado inútil no terreno do processo civil. A despeito disto, entendemos que, no processo do trabalho, o devedor continua podendo dar início à execução, desde que demonstre o seu interesse (CPC, art. 3.°) com vista a isto. Reconhecemos, porém, serem extremamente raros os casos em que, neste processo, o devedor toma a iniciativa da execução.

O vocábulo executado pode ter função substantiva ou adjetiva, indicando, no primeiro caso, o sujeito que está situado no polo passivo da relação processual executiva; no segundo, aquilo ou o que se executa.

Excutir, verbo transitivo, corresponde a executar, conquanto a sua acepção seja estritamente jurídica.

Possuem também previsão léxica os substantivos executória (juízo por onde se processa a execução das rendas ou dívidas de alguma corporação), executoriedade (qualidade do que é executório) e exequibilidade (qualidade do que é exequível); os adjetivos executável e exequível (que se pode executar), executivo (que executa, que põe em execução), executor

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(que ou quem executa), executório (que dá o poder de executar), exequendo (que está em execução) e exequido (que é executado); os advérbios executivamente e executoriamente, ambos signifi cativos daquilo que se realiza de maneira executiva.

Execudor (adjetivo e substantivo) é sinônimo de executor; em que pese ao fato de essa palavra encontrar-se dicionarizada, trata-se de reconhecido arcaísmo, motivo por que é desaconselhável o seu uso.

Por outro lado, Pontes de Miranda, em opinião algo insulada, preconiza que se evite a palavra “execução” para nomear-se o atendimento ao cumpra-se à ordem judicial, concluindo que o verbo “executar”, no sentido de mando, ordem ou lei, é impróprio, pois não atende ao fato de que a ciência do direito requer terminologia exata e precisa (Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1976. p. 4).

A censura formulada pelo ilustre jurista lastreia-se — como ele próprio esclarece — na particularidade de que, em tema de ciência do direito, deve-se atender, necessariamente, à classifi cação quinária — que tem por base o número cinco — das ações e das sentenças, na qual se incluem as mandamentais. Segundo Goldschmidt, essa peculiar modalidade de ação tem como escopo “obter um mandado dirigido a outro órgão do Estado por meio de sentença judicial” (Derecho procesal Civil. Barcelona: Labor, 1936. p. 113). Pontes de Miranda, adotando como critério o que chamou de efi cácia predominante, também reconhece a existência de ações mandamentais, colocando-as como integrantes de espécie distinta, ao lado das demais (Tratado da ação rescisória. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976. p. 48).

Não compartilhamos, data venia, esse entendimento. A nosso ver, os insignes pensa-dores citados laboraram em erro inescusável ao restringir às ações ditas mandamentais a possibilidade de conseguir-se, por intermédio da sentença a que conduzem, a expedição de mandado dirigido a órgãos estatais, como se tal ordem não pudesse emanar de sen-tenças de conteúdo constitutivo, condenatório ou, até mesmo, declaratório. Justas foram, portanto, as críticas que a essa corrente de opinião endereçou Celso Agrícola Barbi: “Assim se vê que a categoria de ações e sentenças mandamentais só pode ser admitida em outra classifi cação, na qual o elemento diferenciador seja a existência, ou não, de um mandado a outro órgão do Estado” (Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1981. v. I, p. 57).

Segue-se que nenhuma impropriedade técnico-jurídica há no emprego do verbo executar com o senso de ordem, de mando judicial, como imaginou, equivocadamente, Pontes de Miranda.

2. Conceito

Para Moacyr Amaral Santos, a execução forçada é o processo mediante o qual o Estado, via órgão jurisdicional competente, baseando-se em título judicial ou extrajudicial e fazendo uso de medidas coativas, torna efetiva e realiza a sanção, visando a “alcançar, contra a vontade do executado, a satisfação do direito do credor” (Primeiras linhas de direito processual civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1981. 3.º vol., p. 205). José Frederico

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Marques a tem como o conjunto de atos praticados pelos litigantes, o juiz e respectivos auxiliares, “a fi m de ser dado a cada um o que é seu” (Manual de direito processual civil. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1981. 4.º vol., p. 1). José da Silva Pacheco refere-se à execução — no sentido em que a estamos tomando — como prestação jurisdicional do Estado, a pedido do interessado, para a efetivação do enunciado da sentença exequível ou do título executivo (Tratado das execuções — processo de execução. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1976. 1.º vol., p. 70). Liebman, enfatizando o elemento sancionatório, inerente ao provimento jurisdicional, defi ne a execução como “il diritto all’atuazione della sanzione” (Manuale di diritto processuale civile. vol. I, p. 85, n. 33).

Em obra anterior (Liquidação da sentença no processo do trabalho. 5. ed. São Paulo, LTr, 1996. p. 36-39) ensaiamos um conceito específi co de execução forçada, no âmbito do processo do trabalho, que agora reproduziremos com pequenas modifi cações literais: (1) é a atividade jurisdicional do Estado, (2) de índole essencialmente coercitiva, (3) desenvolvida por órgão competente, (4) de ofício ou mediante iniciativa do interessado, (5) com o objetivo de compelir o devedor (6) ao cumprimento da obrigação (7) contida em sentença condenatória transitada em julgado (8) ou em acordo judicial inadimplido (9) ou em título extrajudicial, previsto em lei.

Analisemos, individualmente, os diversos elementos componentes desse conceito.

2.1. É a atividade jurisdicional do Estado

Na história do direito dos povos, vamos encontrar eras priscas em que se permitia aos indivíduos envolvidos em confl itos de interesses satisfazer as suas pretensões, relativas a bens ou a utilidades da vida segundo os meios pessoais de que dispusessem: era o nebuloso período da autotutela de direitos (ou de supostos direitos), em que cada litigante atuava, de certa forma, como árbitro exclusivo dos seus próprios atos. Um dos traços característicos desse período era a imposição — de modo quase sempre violento — da vontade de uma das partes à outra.

Sob a óptica dos tempos modernos, não é difícil verifi car-se a grande inconveniência desse sistema, em que, permitida a liça marcadamente pessoal e desprovida de quaisquer regras procedimentais subordinantes da atuação dos contendores, a prevalência, no geral, não era do direito, como seria desejável, aos olhos das legislações modernas, mas sim da astúcia, da força, da prepotência; equivale a dizer, dos poderosos e das classes ocasionalmente detentoras do poder político ou econômico.

Conscientizando-se, mais tarde, de que o sistema da autodefesa estava a provocar profundas perturbações na harmonia e na estabilidade das relações sociais — e na própria ordem jurídica —, o Estado acabou por tornar defesa a autossatisfação de interesses individuais (o Código Penal brasileiro, como corolário dessa afi rmação, considera crime contra a Administração da Justiça o exercício arbitrário das próprias razões, ainda que destinado a satisfazer pretensão legítima: art. 345), avocando, em caráter monopolístico, o encargo de compor, heteronomamente, os confl itos de interesses. Desse rígido veto estatal à realização da justiça pelas próprias mãos originou-se, em prol dos indivíduos e das coletividades, um direito de suprema importância para as suas esferas jurídicas: o

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direito de ação, hoje alcandorado à categoria constitucional, em diversos países, como é, felizmente, o caso do Brasil (CF, art. 5.º, XXXV). Esse fato é sobremodo relevante, pois, tendo o direito de ação sede constitucional, o seu exercício não poderá ser eliminado, ou mesmo coarctado, por norma legal ordinária.

Podem ser mencionadas como reminiscências legais do período da autotutela a legítima defesa (CP, art. 21, caput) e o desforço físico do possuidor turbado ou esbulhado na defesa da posse (CC, art. 1.210, § 1.° ), embora num e noutro caso se exija que o possuidor aja desde logo , não podendo, todavia, “ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”.

Instaurava-se, a contar daí, a Justiça Pública ou Ofi cial; e com ela surgiam os provectos institutos da jurisdição, da ação e do processo — essa tríade fundamental, em que se apoiam os modernos sistemas ofi ciais de solução de confl itos de interesses protegidos pela ordem jurídica, e a fi gura neutral do Estado-juiz, que veio a substituir o particular na investigação do direito, para, ao fi nal, proclamá-lo com a autoridade que lhe é própria.

Tem-se propalado, com certo vezo retórico, que a jurisdição constitui poder do Estado; anatematizada, contudo, a possibilidade de autotutela dos interesses individuais, é inevitável admitir que a jurisdição traduz, também, um inequívoco dever estatal. Trata--se, em resumo, de autêntico poder-dever, que ao indivíduo incumbe invocar, nos casos e formas legais (CPC, art. 2.º), sempre que tiver sofrido lesão de direito, ou encontrar-se na iminência de sofrê-la, porquanto a jurisdição — exceções à parte — é informada pelo princípio da inércia.

Nada obstante a particularidade de o Estado moderno ser detentor do monopólio da administração da justiça, ele reserva às partes a possibilidade de autocomposição dos litígios — que se manifesta, em concreto, sob as modalidades de: a) desistência (renúncia à pretensão); b) submissão (renúncia da resistência à pretensão); e c) transação (estabe-lecimento de concessões recíprocas).

Processualmente, a renúncia à pretensão revela-se não sob a forma de desistência da ação (CPC, art. 267, VIII), como se possa imaginar, uma vez que, neste caso, a extinção do processo ocorre sem resolução do mérito (CPC, art. 267, caput), mas, sim, de renún-cia ao direito em que se funda a ação (CPC, art. 269, V), hipótese em que o processo se extinguirá com exaustão do mérito (CPC, art. 269, caput). A dessemelhança reside em que, no primeiro caso, o autor poderá intentar, novamente, a ação (CPC, art. 268, caput), ao passo que, no segundo, não.

A submissão se concretiza mediante ato a que o atual CPC denomina reconhecimen-to da “procedência” (sic) do pedido (art. 269, II). Essa terminologia do Código é, venia concessa, inadequada, pois, em rigor, o ato da parte sempre “procede”, ainda que não venha a obter sucesso em juízo, ou, de modo geral, a alcançar o êxito colimado. Ora, o substantivo “procedência” indica, lexicamente, a proveniência, a origem de alguma coisa, não se justifi cando, por isso, a sua adoção pela norma legal, pela doutrina, pela jurisprudência e por quem quer que seja, para designar o resultado do julgamento. Estabeleceu-se, dessa maneira, de longa data, equivocada sinonímia processual entre os conceitos díspares de

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“procedência” (sic) da ação e do resultado da entrega da prestação jurisdicional. Uma ação poderá ser “procedente” (isto é, desde que atendidas as condições previstas em lei) sem que, necessariamente, os pedidos venham a ser acolhidos, no todo ou em parte. Semelhante impropriedade se verifi ca no emprego do adjetivo “improcedência”. Tudo sugere, portanto, que a doutrina, com o magistério que lhe é característico, passe a denunciar tais erros — sendo imprescindível, todavia, que ela mesma deixe de incorrer neles. Bons serviços prestariam à ciência processual e à técnica de redação das sentenças os juízes que abandonassem o inveterado hábito de utilizar, no dispositivo das sentenças, as formas “procedência” e “improcedência”, sempre que desejarem proclamar o resultado do julgamento. Os pedidos — conclua-se — são acolhidos ou rejeitados; o art. 459, caput, do CPC soube respeitar essa regra, embora o art. 269, II, do mesmo Código a tenha, lamentavelmente, infringido. A CLT, acientífi ca, também alude à “procedência” (sic) do pedido (art. 832, § 1.º).

O acordo, de que fala o art. 764, § 2.º, da CLT, corresponde à transação, negócio jurídico bilateral por meio do qual as partes extinguem obrigações duvidosas ou litigiosas, via concessões recíprocas (CC, art. 840). Transação e renúncia, porém, não se confundem: enquanto a primeira, além de ser bilateral, pressupõe a incerteza do direito (res dubia), a segunda, eminentemente unilateral, se calca na certeza do direito que é objeto da manifes-tação volitiva do renunciante.

As considerações históricas aqui expendidas foram necessárias para que pudéssemos demonstrar que, estando a execução compreendida no conceito de ação, não é lícito ao credor — no atual estádio de desenvolvimento de nossas estruturas normativas — exigir, pelas próprias mãos, que o devedor satisfaça a obrigação constante do título executivo obtido.

Cabe-lhe, isto sim, vindicar ao Estado-juiz que conduza o devedor ao adimplemento da obrigação — valendo-se, se for o caso, de todo o aparato jurídico coercitivo de que dispõe.

A execução é, conseguintemente, privativa da jurisdição; e a sua natureza jurisdicional não é desfi gurada pela presença de certos atos de aparência administrativa que o juiz pratica no processo, como a determinação para que os bens penhorados sejam submetidos à alienação em praça ou em leilão; para que seja expedida carta de arrematação ou adjudicação e o mais.

2.2. De índole essencialmente coercitiva

A sentença condenatória, proferida no processo de conhecimento, não apenas declara o direito, mas, acima de tudo, impõe ao réu (se este for o caso) o cumprimento de uma obrigação. Se o devedor atender, espontaneamente, ao comando da sentença, vindo a satisfazer a obrigação, o processo será extinto; caso contrário, incumbirá ao credor solicitar ao juiz que torne concreta e efetiva a sanção de que se faz dotado o título executivo judicial. Sob esse aspecto, a execução representa a atuação da sanção inerente ao título (SANTOS, Moacyr Amaral. Obra cit., p. 205).

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