Trabalho Final Severiano - RUA

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  • 7/25/2019 Trabalho Final Severiano - RUA

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR UFCCENTRO DE HUMANIDADES CHCurso de Psicologia

    Disciplina: Teoria e Prticas em Psicologia Social II Professora: Ftima Severiano

    ANLISE PSICOSSOCIAL E CULTURAL DO GRUPO RUA JUVENTUDE ANTICAPITALISTA

    Camila Gonalves da Costa Velhoo!o Paulo "rsulino Cunha

    #uan Cardoso $arcelos%atasha Chaves &edeiros

    Svio &oreira de $or'aTham(llis dos Santos #ima

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    Fortale)a* Cear%ovem'ro+,-./

    C0&I#0 G1%20#V3S D0 C1ST0 V3#41151 P0"#1 "6S"#I%1 C"%40#"0% C06D1S1 $06C3#1S

    %0T0S40 C40V3S &3D3I61SS7VI1 &163I60 D3 $16$0

    T40&8##IS D1S S0%T1S #I&0

    ANLISE PSICOSSOCIAL E CULTURAL DO GRUPO RUA JUVENTUDE ANTICAPITALISTA

    Tra'alho apresentado comoe9ig ncia para o'ten!o denota na disciplina de Teoria ePrticas em Psicologia SocialII* do curso de Psicologia da"niversidade Federal do Cear ; "FC

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    RESUMO

    3ste relat>rio pretende apresentar a Psicologia Social Cr?tica* da 3scola deFran@furt como sendo um referencial te>rico Aue possui uma atua!o essencialpara se discutir* analisar e compreender fenBmenos de grupos= Foi* destaforma* reali)ada uma pesAuisa 'i'liogrfica atrav s dos materiaisdisponi'ili)ados pela professora Ftima Severiano* na cadeira de Teoria ePrticas de Psicologia Social II* do curso de psicologia da "niversidade Federaldo Cear < "FC= 0 partir da pesAuisa 'i'liogrfica fomos a campo com o

    6esumo -/1. Introdu!o -2. &etodologia -E3. Caracteri)a!o do grupo -4. 0nlise dos fenBmenos psicossociais e culturais .,5. Considera es Finais ,/6. 6efer ncias $i'liogrficas ,

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    coletivo 6"0 uventude 0nticapitalista= 6eali)amos encontros com mem'rosdo coletivo durante o m s de outu'ro e novem'ro de ,-./* reali)andoentrevistas semi

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    Kindustria cultural e unidimensionali)a!o=1 grupo escolhido foi o coletivo 6"0 ; uventude 0nticapitalista* sec!o

    Cear* o Aual n!o possui uma sede f?sica= 0 escolha do grupo deurdios= Foi a partir da conviv ncia em grupo Aue o homem atentou parapossi'ilidade de se sociali)ar em diversos conte9tos e realidades* permitindo*mesmo com suas diferenas* encontrar fatores Aue o identificassem e oapro9imassem dos demais mem'ros daAuele grupo do Aual fa) parte= Tendoem vista a import ncia de se entender como ocorre esse processo deintegra!o de um indiv?duo com outros* se fa) necessrio envolver

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    unidimensionali)a!o e seu v?nculo com a indOstria cultural= 0rticulamosdiversos aspectos da Teoria Cr?tica da Psicologia Social* conceitos de $auman*Severiano em nossa ida a campo=

    Todos os dados levantados foram o'tidos no per?odo do m s de 1utu'rode ,-./* foi feita uma visita a uma reuni!o geral do 6"0 < Cear* na praa daGentil ndia= %essa reuni!o foi feita uma e9posi!o geral so're as frentes deatua!o do grupo e os seus modos de atua!o* al m de tr s entrevistas commem'ros= 1s m todos utili)ados foram de cunho Aualitativo* com o'serva!oparticipante* e anlise de grupo focal= 0s entrevistas foram semiestruturadas*gravadas e analisadas so' a lente de nosso referencial te>rico=

    1 material 'ase para pesAuisa foram os te9tos da apostila da cadeira deTeoria e Prticas em Psicologia Social ; II* ministrada pela Prof=Q Dr=Q FtimaSeveriano da "niversidade Federal do Cear M"FCN* al m da anlise dasentrevistas e o Caderno de Teses dos 3studantes da "FC M,-./N=

    1 coletivo 6"0 possui nOcleos em todo os estados* infeli)mente n!otivemos acesso aos dados e9atos dos nOmeros de filiados* nem no $rasil* nem

    no nOcleo do Cear= %ossa amostra foi composta de R pessoas* de am'os osse9os* do movimento estudantil secundarista e universitrio* de . a , anos=

    3. CARACTERIZAO DO GRUPO

    1 conte9to hist>rico e o porAu do surgimento do 6"0 ; uventude 0nticapitalista nos leva desde a crise econBmica de ,-- ; a maior crise docapitalismo depois da crise de . , ; at o in?cio de Janeiro de ,-./= 0 partir da crise de ,-- * surgem medidas de austeridade* como redu!o de gastos emreas sociais e corte de direitos da classe tra'alhadora e da Juventude* assim

    como surgem grandes ta9as de desemprego=

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    1 Governo Federal apostou no incentivo ao consumo* encarando a crisecomo n!o preocupante* para continuar com a concilia!o Aue J implementava*o lucro para a 'urguesia e relativo poder de compra para a classe tra'alhadora*um modelo econBmico Aue podemos chamar de neodesenvolvimentismoMC0D36%1 D3 T3S3S* ,-./N* mas este modelo mostrou falhas diante umacrise econBmica do capital=

    %o ano de ,-.,* aconteceram as maiores greves das Institui esFederais de 3nsino Superior MI3F3SN do $rasil* R greves foram deflagradas eessa movimenta!o ocorreu num cenrio pol?tico polari)ado* a partir da?* oschamados Umegao'ras e Umegaeventos chamaram a aten!o da sociedade*

    Aue v pessoas po'res sendo desaloJadas em prol de estdios de fute'ol paraeventos mundiais e comunidades ind?genas tam' m sendo desaloJadas emprol de 'arragens e do agroneg>cio=

    1 6"0 surgiu* oficialmente* em Janeiro de ,-./* a partir de uma anlisedos movimentos das K ornadas de unhoK < como intitulam a onda demanifesta es e protestos contra os governos federal e estadual Aueaconteceram em Junho+Julho de ,-.R em vrias partes do $rasil* sucedendotodo esse conte9to citado= &iguel* um dos entrevistados* fala um pouco so'reas manifesta es daAuela poca:

    %aAuela poca* os movimentos eram pouco organi)ados* havia umamicroorgani)a!o* porAue se voc vai com seus amigos* voc J t decerta forma organi)ado= &as n!o havia uma articula!o pol?tica* umauni!o por pautas* muitos estavam insatisfeitos da? foram H rua=

    Foi assim Aue o 6"0 ; uventude 0nticapitalista nasceu* a partir da uni!o

    de dois coletivos* o #evanteW Mconhecido como #evante #aranJaN e o 6ompendo 0marras Aue* por terem semelhanas nos programas defendidos e por comporem a oposi!o de esAuerda da "ni!o %acional dos 3studantes M"%3N*resolveram se fundir e formar um novo coletivo=

    1 6"0 se configura como um coletivo da Juventude* uma organi)a!o de Jovens Aue procuram por mudana do modelo pol?tico e econBmico atual*com'atendo o capitalismo* a principal causa das opress es* segundo eles=UColetivo um conJunto de pessoas Aue tem o'Jetivos e causas Aue

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    convergem* essas pessoas se organi)am e lutam * e9plica 6a(ssa=

    3m ,-.R* o neodesenvolvimentismo adotado pelo Governo Federal*sim'oli)ado principalmente pela Copa do &undo* mostrou centenas de

    contradi es* como os desaloJamentos e a Auantidade de assassinatos deind?genas Mmais Aue o do'ro anual desde o primeiro mandato do governo doPartido dos Tra'alhadores < PTN= 4ouve insatisfa!o generali)ada* tanto para aUdireita Auanto para a UesAuerda = Discurso de >dio por setores conservadores*refletido em estat?sticas de >'ito de negros e negras atrelados ao racismo* demulheres em situa!o de a'orto clandestino* de homosse9uais com ta9as cadave) mais preocupantesL como tam' m alus!o H Urevolu!o de . E/=

    Por outro lado* ocorreram tam' m as greves de ,-./* como a dos garisno 6io de aneiro e a dos setores de transporte metrovirio e rodovirio* aclasse operria foi Hs ruas e protagoni)ou uma das maiores movimenta essociais do pa?s* alertando para o esgotamento do modelo econBmico adotado=

    1 movimento 6"0 se prop e* ent!o* a convocar as Juventudesindignadas a fortalecerem o campo da esAuerda* visto Aue seus o'Jetivos se

    chocam tanto com os mantidos pelo governo atual* Auanto pela Udireita ; Auetam' m se organi)a diante desse conte9to= U s> por meio da organi)a!ocoletiva e da unidade d9s lutador9s sociais Aue poderemos transformar arealidade social e construirmos um novo tipo de sociedade MC0D36%1 D3T3S3S* ,-./N=

    1 6"0 um coletivo nacional* tendo nOcleos em todos os estados* sendo

    o nOcleo Cear o mais ativo entre eles= Comp e* dentro da "%3 ; "ni!o%acional dos 3studantes ;* a oposi!o de esAuerda* com o cargo de diretor demovimentos sociais= 1ptaram por integrar a "%3* apesar de n!oUsimpati)arem com ela= 6a(ssa e9plica 'em o motivo:

    0 "%3 uma entidade nacional Aue surgiu para representar todos osestudantes* mas desde o governo do PT* ela se 'urocrati)ou porAueos setores do governo comearam a tom

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    espaos de disputas* Aueremos fa)er a galera se tocar Aue aAuele Jeito de militar governista n!o a coisa mais linda do mundo= Somosa pedrinha no sapato da "%3= %>s tam' m compomos a "%3* masn!o e9iste Xa "%3X* mas Xas "%3XsX=

    0o contrrio desses grupos* o 6"0 n!o tem liga!o a um partido pol?tico= 0pesar de ter um movimento estudantil em sua constitui!o* n!o se limita aoUcom'ate Hs opress es apenas dentro da universidade= Suas atitudes giramem torno da luta por uma sociedade anticapitalista* feminista* anti'ica* no geral* considerando os preconceitos Mn!o apenas estesN comonaturali)ados* mas n!o naturais* al m do aspecto de oposi!o Hs pol?ticas doGoverno Federal=

    1 6"0 se organi)a de forma comple9a* e9iste um nOcleo em cada estadoe suas atua es s!o 'aseadas em setoriais: Setorial de mulheres* Setorial denegros e negras e Setorial de l s'icas* ga(s* 'isse9uais e transe9uais ; #G$T=S!o os setoriais Aue de'atem as linhas de com'ate Hs opress es* as pol?ticasAue dever!o ser levadas Hs frentes de atua!o=

    0pesar de ter uma organi)a!o Aue aparentemente separa* tudo transversali)ado* eles n!o segregam grupos diferentes= 1s integrantes* por e9emplo* podem discutir um caso de ass dio por um professor a umaestudante* claro Aue vai implicar mais Aue machismo* mais Aue auniversidade* mais Aue a viol ncia* etc= 1s conhecimentos e a luta s!otransversais* a separa!o em setoriais Auest!o de organi)a!o e todos osintegrantes do 6"0 s!o coerentes com as pautas dos setoriais e com aatua!o nas frentes=

    0s frentes de atua!o s!o vrias: Frente do &ovimento 3studantil*dividido em "niversitrio e SecundaristaL Frente 0ntiproi'icionista* Aue poderiaser o diferencial de outros coletivos* pois fa)em um recorte de classe edefendem a descriminali)a!o das drogas e dos usuriosL Frente de Cultura eFavela* Aue tenta fa)er o recorte de cultura dentro do m'ito das comunidadesde periferia* Aue t m sua cultura pr>pria discriminada como Un!o

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    espaos de milit ncia* os locais de atua!o= 1s militantes* apesar de seremcoerentes com todas as pautas* costumam se atrelar H frente Aue mais lheinteressa=

    0 organi)a!o tam' m se d via Coordena es %acionais MC%YsN* Aue uma pessoa de cada setorial destacada em cada estado para discutir pol?ticasdos setoriais* levando opini es* contri'ui es* demandas* conAuistas* etc= parareuni es nacionais de C%YsL e Coordena es Gerais MCGYsN* Aue s!o duaspessoas destacadas em cada estado ; uma da capital e uma do interior ; pararepresentar o nOcleo estadual do 6"0= %a amostra estudada* o 6"0 Cearest em reuni es com outras CGYs* para fa)er o 'alano de como est se

    configurando o coletivo nacionalmente= 0pesar dessa organi)a!o* essaspessoas ou Ucargos pareceram menos como figuras de l?der do coletivo e maiscomo forma de organi)a!o= Se h uma figura de l?der* essa parece seconfigurar nas pautas do coletivo* pois o Aue os une o sentimento de Auerer mudanas* diminuir as opress es* etc=

    1 feminismo do coletivo um feminismo classista* diferenciando ascondi es dadas Hs mulheres de acordo com sua classe social= 3 o nomeUanticapitalista surgiu para dar espao Hs pessoas Aue n!o s!o socialistas*mas s!o anticapitalistas* apro9imaremprio coletivo possui epela pr>pria ideia do Aue representa estar na rua= 0s principais conAuistas dostra'alhadores e das mulheres* como direitos tra'alhistas e o voto*respectivamente* foram conAuistados nas ruas= 3les Auerem dei9ar claro Aue*sem luta* n!o h conAuista e Aue o espao de luta s> se configura na rua* pois

    ali Aue h a manifesta!o de indigna!o contra o Aue se encontra como fatona realidade* indigna!o Aue anseia mudana deste fato=

    Por ser um coletivo novo* muitas de suas frentes ainda est!o comeando

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    < n!o e9istem todas essas frentes em todos os nOcleos* pois isso vai depender da constitui!o org nica delas em cada estado

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    . ANLISE DOS FEN!MENOS PSICOSSOCIAIS ECULTURAIS

    "# G$"% &' ()&(*(&%"+,- /-0- ')'( "+,- &- ()&(* &%- )- $%4-

    1 indiv?duo e a cultura se afirmam reciprocamente Auando a cultura

    reconhece Aue seu o'Jetivo principal a individua!o e o indiv?duo valori)a acultura como um Uoutro no Aual ele se reconhece* sendo o processo deindividua!o composto tam' m pela sociali)a!o MC61C4[\* . EN=

    0o falar desse processo* falamos do indiv?duo se caracteri)ando comodiferente das massas= %o oposto* ocorre a homogenei)a!o* Auando o ideal deeu n!o se diferencia o suficiente do eu* sendo as a es do eu guiadas por

    ideais e9ternos a ele* como iderios de massa* mesmo Aue para se tornar parteda massa* os indiv?duos precisem ter seus interesses contemplados dentro dosinteresses da massa MC61C4[\* . EN=

    Identificamos alto grau de diferencia!o entre a amostra pesAuisada aose perguntar* por e9emplo* Aual sua figura inspiradora entre autores e figuraspO'licas revolucionrias= Todas as respostas foram diferenciadas* citaramTrots@(* &ar9* 6osa #u9em'urgo* #emins@i* &auro #asi* entre outros=

    0s pautas do 6"0 s!o reivindicadas por todos os integrantes* mas o s!o

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    por motiva es diferentes* Aue foi o Aue os levou a participar do 6"0= Seusinteresses convergem com os interesses do grupo e ao passo Aue todosdisseram n!o se en9ergarem mais sem a milit ncia em suas vidas* essamilit ncia n!o se prenderia apenas ao 6"0* a import ncia est em lutar por uma mudana em nossa realidade e n!o em integrar este grupo espec?fico=

    Foram captadas atrav s das entrevistas e da o'serva!o participante apresena de motiva es racionais* a e9emplo de sua criticidade em rela!o Hsideias do Governo Federal e at Hs suas pr>prias ideias* Auando emformula!o de uma pauta* Aue conta com a participa!o de integrantes emplenrias=

    Podemos citar tam' m o caso de 6o'son* Aue une sua rea de atua!o*a geografia* a sentimentos de dOvida* pois apesar de nascer de classe m dia*ao lado de sua casa havia uma Ufavela * e ele sempre 'rincou l Auandocriana e se perguntou o porAu de tamanha diferena= Tam' m foramcaptadas motiva es emocionais* como no caso de 6a(ssa* ao responder oporAu integra o 6"0:

    o insight Aue eu tive foi Auando eu sofri um ass dio=== eu n!oconsegui* n!o consegui me ver ali parada* sa'er Aue aAuilo Aue eusenti outras mulheres sentem=== e n!o fa)er nada* sa'e] 3u ent!oresolvi n!o me calar e incentivar Hs outras a n!o se calarem tam' m*eu Auero mudar isso* e=== eu Auero Aue elas lutem pela mudana M===N%!o me veJo mais sem ser militando

    Pudemos notar nos relatos Aue as motiva es emocionais e racionaisest!o intrinsecamente ligadas entre si e tam' m ligadas a uma capacidade decr?tica de tudo o Aue ocorre em suas vidas* seJa no cotidiano ou em discuss es

    com outros grupos e entre o pr>prio grupo=

    3ssa capacidade cr?tica talve) seJa porAue* principalmente* eles n!o sehomogene?)am= Procuram* mesmo Aue individualmente* sempre estudar erefletir o porAu de tudo* encarando os fatos como naturali)ados* mas n!onaturais* e lutando contra o Aue acham inJusto* contra forma de opress esUinvisi'ili)adas * por e9emplo* pela grande m?dia=

    1 6"0* por se caracteri)ar por um grupo Aue acha Aue a rua campo de

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    luta* tam' m se mostra como e9tremamente racional ao pensar em rotas dopercurso e nas atitudes e reivindica es Aue ter!o+far!o= Pensam*principalmente* na segurana dos integrantes e fa)em ; antes de AualAuer manifesta!o e* se preciso* durante ela ; reuni es procurando refletir o porAudevem Mou n!oN fa)er algo* resolvendo Jogamos pedra na pol?cia* n!o podemos nos levar pelomomento M===N %o final* fomos ta9ados de covardes M===N * disse 6a(ssa= 0Auipodemos ver Aue eles evitam ser sugestionados por outros grupos* pois n!oentram em contradi!o com suas caracter?sticas pr>prias Mtanto comoindiv?duos* como grupoN* refletindo antes de AualAuer a!o=

    0pesar de sua individualidade preservada pelo senso cr?tico* foi un nimeAue a milit ncia no 6"0 ocupa muito tempo de suas vidas* tempo Aue poderiaestar destinado a interesses pessoais e profissionais* mas Aue gratificantefa)er parte do coletivo e adJetivos como UcoraJosos eUconfiantes foram citadosAuando perguntado de seus sentimentos individuais enAuanto grupo* mastranspareceu Aue lutar pela mudana parece ser essencial a todos* estando oun!o no 6"0=

    Fle9i'ili)a!o e Press!o grupal nada mais s!o Aue determinadas formasde coagir ou n!o um determinado comportamento ou atitude de um indiv?duoperante a posi!o grupal= 3stes fenBmenos s!o notoriamente opostos* sendo apress!o grupal uma forma de retalia!o ou ridiculari)a!o de um indiv?duo pelogrupo inteiro=

    3ste fenBmeno pode ser melhor o'servado em grupos onde se encontra oUargumento da esperana * ou seJa* grupos Aue dependem de Auest es

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    relacionadas a f para Aue os mem'ros se mantenham unidos= 3m religi es comum este tipo de representa!o para com as pessoas Aue saem do grupo=

    3m rela!o ao grupo o'servado neste tra'alho* n!o encontramos o

    fenBmeno da press!o grupal diretamente* por m h uma repress!o e umcom'ate muito grande a pessoas Aue tem ideias Aue v!o em conflito as ideiasdo coletivo* como por e9emplo* homof>'icos= Por m* os indiv?duos Aue entramno grupo inicialmente J demonstram concordar com as ideias do grupo* ent!oa sa?da do grupo deve ser acarretada por outros fatores* geralmente respeitadapelo coletivo=

    Talve) por conta do carter cr?tico do grupo ao capitalismo* n!o foramencontrados vest?gios de identifica!o com marcas de produtos Uofertadospelo mercado* ou o deseJo pelo Aue o mercado pr

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    Como parte da constitui!o li'idinal dos grupos o ideal do ego* permiteAue grupos Aue t m um l?der e n!o puderam passar por uma organi)a!o Auepermitiria adAuirir as caracter?sticas de um indiv?duo* passando a colocar umo'Jeto no lugar de seu ideal do ego* permitindo uma identifica!o uns com osoutros em seu ego= 0lgo Aue n!o o'servado no 6"0 tendo em vista oprocesso de auto

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    3ntretanto* essa rela!o narc?sica sempre dual* gerando amor e >dio Aueinicialmente s!o para o o'Jeto central desse narcisismo= 1 Aue ocorre apenasinicialmente* pois o sentimento de preserva!o e9istente para o grupo identificanesse >dio um risco para o 'em estar social e* em uma atitude de defesa*transfere

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    pessoas de hierarAuia iguais ou pr>9imas dentro do grupo* ou verticais* aidentifica!o com o l?der ou algu m de um n?vel muito superior ao seu=

    Para tanto* alguns elementos au9iliam nesse processo de identifica!o*

    como a semelhana em aspectos f?sicos ou ideol>gicos* a mesma rotina ou omesmo estilo de vida* a mesma rela!o com os outros ; amigos e inimigos ;*entre outros fatores=

    0l m disso* tam' m importante falarmos do fenBmeno da ideali)a!o*est ocorrendo em condi es iguais ou ainda mais e9igentes Aue aidentifica!o vertical= %a identifica!o* o individuo proJeta o seu ideal do eu ;Aue envolve suas admira es* seus deseJos ; na imagem do l?der* tornando

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    F';(6/( "+,-

    1 fetichismo para &ar9* Auando determinado o'Jeto oculta as rela esde produ!o do mesmo* ocultando o processo pelo o'Jeto= Por e9emplo*

    Auando vamos a uma loJa e compramos uma camisa* n!o estamos pensandoonde aAuela mercadoria foi produ)ida* ou Auantas pessoas participaram daprodu!o da mesma* Aual a margem de lucro da fa'ricante em rela!o aocusto de produ!o de cada unidade* ou mesmo a remunera!o das pessoasAue participaram do processo de produ!o dela= 3ssas informa es s!oocultadas em prol do pr>prio o'Jeto camisa* ele tem o poder de esconder estasinforma es* alienando o consumidor para o ocultamento destas rela es

    sociais de tra'alho=

    Contudo* a partir do processo de glo'ali)a!o e da crescente 'usca por maiores lucros* inova es tecnol>gicas e mercados consumidores* as grandesempresas passaram a ser sediadas em vrios pa?ses ao inv s de um s>*ocasionando o surgimento das multinacionais= 3ste processo* no entanto podeser melhor entendido se nomeado de desnacionali)a!o* pois umanacionalidade implica sentimentos e compromisso com as causas da ptria* eesta nova modalidade de empresas s> 'usca instalar umprocesso de ocultamento das rela es sociais de tra'alho em prol do produto*como tam' m ocasiona atualmente um ocultamento do pr>prio produto em proldo seu signo* da sua marca=

    1 Aue as indOstrias vendem hoJe n!o mais um aparelho de celular* uma

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    camisa* ou uma cadeira* o Aue vendido hoJe um estilo de vidaproporcionado pelos signos Aue determinado produto tra)= Ter um aparelho decelular hoJe n!o uma garantia de Aue est!o supridas as suas necessidadesde comunica!o* pelo menos esta a postura miditica em rela!o ao setor= 0l m de ter um aparelho de celular* este tem Aue ser da marca U^ * modelo U8 *os mais atuais dispon?veis no mercado=

    39emplificando em nosso dia a dia* podemos o'servar* al m daescancarada propaganda miditica* nosso pr>prio discurso relacionado aossignos de um produto= Dificilmente encontramos algu m Aue chama umtelefone celular da marca U0pple de celular* por e9emplo* este se chama

    UiPhone = Ter um celular e ter um UiPhone s!o duas coisas diferentes= 0felicidade proporcionada ao detentor de um UiPhone superior a de umdetentor de uma Umarca gen rica e isso Aue vendido hoJe em dia* estarela!o entre satisfa!o* reali)a!o* felicidade e o signo enco're o pr>prioproduto Aue estampa as vitrines=

    Durante as entrevistas com os mem'ros do coletivo 6"0* n!oconseguimos identificar todos os pontos* de uma forma clara* caracter?sticos doduplopria camisa= 0 segunda vertente*o duploprias ideias do coletivo* ent!o podeprio o'Jeto est em segundo plano em prol das ideiasdefendidas para uma sociedade mais Justa e igualitria* tornando presente umadas caracter?sticas da segunda vertente do duplopriasu'Jetividade e individualidade do ser ocultada em prol do signo* e n!oconseguimos identificar essa perca da su'Jetividade pelos mem'ros do grupo*por este o'Jeto n!o ser consensual entre os mem'ros e pelo fato do pr>priogrupo ter caracter?sticas autocr?ticas=

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    '# F')prio nome

    J di)* o surgimento de um p nico em rela!o ao t rmino do grupo= 3ntre suasprincipais caracter?sticas* est!o a perda da significa!o das ordens dadas pelol?der do grupo=

    Durante este processo* o ideal de ego do indiv?duo passa a se diferenciar do l?der* saindo este Oltimo da condi!o de Uacima do 'em e do mal = 1s laosli'idinais s!o enfraAuecidos* ocasionando tam' m um descaso do indiv?duo em

    rela!o ao grupo* sendo e9posto em suas atitudes e pensamentos maisvoltados para o individual Aue para os outros mem'ros do grupo= 3mconseAu ncia deste processo* Aue'rams entrevistados mostraram uma ideali)a!o das ideiasAue o coletivo representa* e n!o do coletivo em si ou de uma figura de

    liderana atuante no grupo= Zuando perguntados so're um poss?vel fim do6"0* os entrevistados responderam Aue ficariam muito decepcionados* masAue seguiriam a luta pela sociedade igualitria* criando um novo coletivo ouentrando em algum e9istente* desde Aue o mesmo tenha ideais semelhantesao do atual grupo=

    "ma parcela de contri'ui!o da n!o forma!o de fenBmeno do p nico no

    grupo Aue o o'Jeto central do pr>prio grupo n!o f?sico ou personificado* oAue n!o dei9a Aue o ideal de ego do suJeito seJa su'stitu?do por um suJeito l?der ou uma representa!o do mesmo=

    :# V()6%8"+>'7 6-0 " I)&?7;$(" C%8;%$"8

    1 conceito de UIndOstria Cultural foi formulado por 0dorno e 4or@heimer para su'stituir o termo Ucultura de massa * uma ve) Aue consideravam Aue o

    termo mascarava a realidade* ou seJa* dava um carter democrtico H culturaenAuanto* para eles* essa era indu)ida de forma compuls>ria pelo grande

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    capital Hs massas* de uma maneira mascarada MSeveriano* s=d=N= imposto Hs pessoas o Aue elas devem comprar* por m de uma forma

    Aue parece Aue ela Aue est escolhendo aAuilo* com isso passa a ocorresuma pseudo

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    tudo o Aue eles lutam

    # U)(&(0')7(-)"8( "+,-

    1 conceito de "nidimensionali)a!o utili)ado por &arcuse M. ,N* di)respeito ao homem imediatista* Aue ignora o passado e o futuro e* portanto* conformado com com sua sociedade e n!o possui ideais= 0 conseAu ncia dissotudo a perda da transcend ncia do real= 1 indiv?duo unidimensional controlado pelas regras 'urocrticas e acha Aue luta por um 'em comum* masna realidade pelo de grupos particulares* como aponta Severiano M,-- N=

    uma sociedade unidimensional seria aAuela em Aue todos os meios

    controlam o homem* com o intuito de causar essa "nidimensionali)a!o eretirar a criticidade da popula!o e Utransformar a sociedade em um mundosem oposi!o * como tam' m apontado por Severiano M,-- N=

    0 principal caracter?stica do 6"0 sua criticidade* por esse motivo n!o poss?vel encai9'ico para dentro dos estdios= 0 maioria dos torcedores de times de

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    fute'ol possuem um discurso homof>'ico e machista* e isso ignorado pelamaioria das pessoas* mas os participantes do 6"0 tentam mudar isso= 0l mdisso* eles possuem um ideal* Aue seria uma sociedade igualitria* e tentam'usc

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    conciliar os horrios dos mem'ros da eAuipe com os horrios dos mem'ros docoletivo para reali)armos as entrevistas=

    Por fim* vale ressaltar Aue esse estudo n!o apenas um tra'alho* mas

    sim uma e9peri ncia necessria para a forma!o do psic>logo* uma profiss!oAue e9ige interven!o de campo e capacidade de relacionar teoria e prtica*como dois componentes essenciais H constru!o do nosso conhecimento=

    B. REFER NCIAS I LIOGRFICAS

    $0"&0%* _(gmunt= V(&" 4"$" 6-)7%0- = 6io de aneiro: _ahar* ,-- =

    C1%G63SS1 D3 3ST"D0%T3S D0 "FC= C"&'$)- &' T'7'7 = ,-./=

    C61C4[\* = #= U%otas so're a Psicologia Social de T=`= 0dorno * In:P7(6-8- (" ' S-6('&"&' ; 6evista da 0ssocia!o $rasileira de PsicologiaSocial ; 0$60PS1* V= M.N* p: /R

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    S3V36I0%1* &= F= V= %ota de aula:P$()6 4(-7 7(6-7= Ms=d=N