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Universidade Federal Rural da Amazônia
Gilson do Carmo Alexandrino - 20121053Loriene Miranda Avelar - 20121090
Thiara Luana Mamoré Rodrigues - 20121055
Fisiologia do Palmiteiro (Euterpe edulis)
Belém, PA2013
GILSON ALEXANDRINO – 20121053LORIENE AVELAR – 20121090
THIARA LUANA - 20121055
Fisiologia do Palmiteiro (Euterpe edulis)
TRABALHO APRESENTADO AO PROFESSOR ROBERTO CEZAR DA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA VEGETAL PARA OBTENÇÃO DE NAP2 NA TURMA DO 2º PERÍODO DO CURSO DE ENG. AGRONÔMICA – UFRA.
Belém, PA2013
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................4
Sobre o Palmito (Euterpe edulis)............................................................................................................5
Respiração..........................................................................................................................................5
Etileno................................................................................................................................................6
Temperatura......................................................................................................................................6
Atividade Enzimática..........................................................................................................................6
Quanto a morfologia e classificação botânica........................................................................................7
Morfologia..........................................................................................................................................7
Florescimento.........................................................................................................................................8
Reprodução............................................................................................................................................8
Frutificação.............................................................................................................................................9
Germinação............................................................................................................................................9
Efeitos de fatores ecológicos................................................................................................................10
Conclusão.............................................................................................................................................11
Bibliografia...........................................................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor e exportador de palmito em conserva do mundo, isso se dá
pela alta biodiversidade de palmeiras potenciais a fornecer essa iguaria de alta qualidade e de
diferentes tipos. O Brasil participa com 95% da exportação mundial de palmito com receitas
médias anuais de 30 milhões de dólares e com tendência de expansão constante, além do
mercado interno do palmito em conserva ser estimado em pelo menos seis vezes maior do que
o internacional (Brasil - 180 milhões de dólares), ainda assim o preço para comercialização
tem sido idêntico no mercado interno e externo (Bovi, 1993). Os principais importadores do
Brasil são: França, Espanha, EUA, Argentina, Itália, Canadá e Uruguai.
O principal palmiteiro, dentre muitos, no Brasil é a Euterpes edulis. Uma espécie
tipicamente brasileira, mais encontrada na Mata Atlântica, mas com distribuição geográfica
bastante ampla, abrangendo parte da região nordeste, sudeste e o restante do centro-sul.
Atualmente a espécie Euterpe edulis é um dos produtos mais explorados na Floresta
Atlântica. Como tem alto valor econômico como alimento, sofre, em virtude disto, intenso
extrativismo. Essa exploração contribui para a degradação do meio ambiente e tornou-se um
fator de preocupação para a preservação da espécie, uma vez que não há rebrota após o corte
para a extração do palmito (MORTARA e VALERIANO,2001).
Para que o palmito continue a existir e seja fonte renovável de riqueza, deve-se
conhecer as orientações legais voltadas à preservação, extração e industrialização do produto.
Ao lado disso, torna-se necessário intensificar a preocupação com a reposição da espécie por
meio do replantio.
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Sobre o Palmito (Euterpe edulis)
Os toletes de palmito são extraídos do ápice dos estipes das palmeiras e correspondem
às folhas jovens em crescimento na planta. Os toletes representam cerca de 40% da porção
comestível das hastes das palmeiras cortadas.
O ácido lático é predominante no palmito da Pupunha. Em relação ao palmito Juçara,
seu teor de glicosídeo cianogênico é quatro vezes maior e sua concentração de açúcares
redutores e totais, responsável pelo sabor adocicado do produto, é o dobro da encontrada no
Juçara. Por outro lado, o palmito Pupunha tem metade da concentração de tanino, composto
fenólico responsável pela adstringência.
Espécies do gênero Euterpe apresenta escurecimento após o corte, o que não
possibilita sua comercialização “in natura”.
Respiração
A perecebilidade de frutas e hortaliças é diretamente proporcional à sua atividade
respiratória e é variável entre as diferentes estruturas morfológicas e estádios de
desenvolvimento. Talos em crescimento e tecidos florais apresentam maiores taxas
respiratórias que frutos imaturos, frutos maduros, tubérculos, bulbos e raízes. Partes das
plantas com tecidos meristemáticos, como aspargos, brócolis, palmito, têm taxa respiratória
mais elevada. A colheita representa um estresse ao produto pela interrupção do fornecimento
de nutrientes pela planta, pelo dano aos tecidos provocado pelo corte ou abscisão e pela
alteração nas trocas gasosas e na temperatura do produto, entre outros. Todas essas alterações
afetam as vias primárias e secundárias do metabolismo vegetal. O consumo de carboidratos,
proteínas e lipídeos pelo processo respiratório acelera a senescência dos tecidos, reduz o valor
nutritivo, causa perdas de sabor e aroma e reduz a quantidade de matéria seca dos produtos
vegetais. Por sua vez, a liberação de energia na forma de calor e a produção de etileno
também têm influência sobre a conservação pós-colheita, sendo necessária a aplicação de
refrigeração e ventilação para prolongar a vida útil do produto.
O conhecimento da taxa respiratória é fundamental tanto para a caracterização
fisiológica de frutas e hortaliças, bem como para determinar as condições de armazenamento
adequadas a cada produto, como a temperatura, tipo de embalagem e as concentrações de O2
e CO2 no interior da embalagem.
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Etileno
O etileno é um fitohormônio produzido por todas as partes das plantas superiores em
taxas que variam de acordo com o órgão ou tecido e com o seu estádio de desenvolvimento. A
taxa de produção de etileno é um indicador da maturidade fisiológica de frutos climatéricos,
do nível de estresse ao qual os tecidos vegetais são submetidos e de sua senescência. O etileno
regula diversos aspectos do crescimento, desenvolvimento e senescência dos vegetais e é
fisiologicamente ativo em concentrações baixas (0,1mg).
A biossíntese do etileno em produtos hortícolas pode ser reduzida pelo
armazenamento em baixas temperaturas e em ambientes com baixas concentrações de O2,
menores que 8%, e sua ação é reduzida em concentrações de CO2 maiores que 2%.
Dentre as inúmeras mudanças, desejáveis e indesejáveis, que ocorrem nas frutas e
hortaliças durante seu desenvolvimento e amadurecimento, é interessante notar que o aspargo
continua o seu crescimento mesmo após a colheita e que o etileno estimula a lignificação do
xilema e das fibras resultando em aumento na fibrosidade e na perda da palatabilidade. Tal
comportamento também é observado em palmitos, pois ambos os produtos são constituídos
por tecido meristemático.
Temperatura
O metabolismo de frutas e hortaliças está diretamente relacionado com a temperatura à
qual são expostos. No intervalo entre 0° e 30° C, a taxa respiratória de um produto pode
duplicar e até quadruplicar a cada acréscimo de 10º C em sua temperatura. Dessa forma, o
resfriamento de produtos hortícolas além de reduzir sua taxa de respiração, retarda os seus
processos bioquímicos e o desenvolvimento microbiológico responsável por sua deterioração.
Atividade Enzimática
As frutas e hortaliças são submetidas a uma série de estresses a partir da colheita e
durante o manuseio pós-colheita em decorrência do corte, da supressão no suprimento de
nutrientes, de alterações em sua temperatura, composição e trocas gasosas, que resultam na
modificação do metabolismo dos produtos vegetais. Durante todo o desenvolvimento e na
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fase pós-colheita, as reações bioquímicas são responsáveis por modificações nos atributos
sensoriais e nutricionais dos vegetais. Assim, a caracterização da atividade enzimática é um
excelente indicador da qualidade global do produto e das alterações metabólicas após a
colheita.
As peroxidases atuam na catálise de reações oxidativas, peroxidativas e de
hidroxilação e oxidam diferentes doadores de hidrogênio, como os compostos fenólicos,
aminas, leucobases, carotenóides, clorofila e ácido ascórbico. A ação das peroxidases está
relacionada aos processos de desenvolvimento e senescência nos tecidos e tem inúmeras 7
funções fisiológicas, como a biossíntese de lignina. Sua atividade apresenta aumento
significativo após a colheita, quando uma gama de compostos torna-se suscetível à sua ação e
sua presença em níveis elevados está relacionada com a deterioração oxidativa de produtos
hortícolas que se encontram em estádio avançado de amadurecimento ou senescência.
As peroxidases alteram o valor nutritivo dos produtos e seus atributos sensoriais
relativos ao escurecimento e coloração; ao aumento de fibrosidade e desenvolvimento de
sabor estranho.
Quanto a morfologia e classificação botânica.
O palmiteiro é classificado, segundo Engler e Cronquist, da seguinte maneira:
Tabela 1 Classificação botânica do palmiteiroEngler Cronquist
Divisão Angiospermae Magnoliophyta
Classe Monocotyledone Liliopsida
Subclasse --- Arecidae
Ordem Arecales Arecales
Família Arecaceae Arecaceae
Subfamília Ceroxylinae Ceroxylinae
Gênero Euterpe Euterpe
Espécie Euterpe edulis Euterpe edulis
Morfologia – caule solitário, liso, colunar, acinzentado, de 5 a 12m de altura e 10cm de
diâmetro, com um cone visível de raízes na base de um palmito liso de 1,0-1,5 m de cor verde
ou ocasionalmente alaranjado no topo. Folhas pinadas em números de 8-15 contemporâneas,
arqueadas, providas de grandes bainhas verdes desenvolvidas; pinas dispostas num mesmo
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plano, ficando horizontalmente ou pêndulas, brilhantes, de 62-72 pares. As inflorescências
infrafoliares (abaixo do palmito), que medem cerca de 70cm de comprimento, são ramificadas
ano nível de primeira ordem apenas na base, com dezenas de ramos florais eretos como
espigas e cobertos de pelos curtos. Flores unissexuais de ambos os sexos, aderidas em ráquilas
na mesma inflorescência, dispostas em tríade (uma flor feminina e duas masculinas). Frutos
drupáceos, carnosos, globosos, roxo-escuros ou pretos, com mesocarpo fino e fibrocarnoso,
contendo uma única semente, formados a partir de infrutescências, originadas a partir de
inflorescências em espádice, os quais produzem cerca de 3325 frutos maduros.
Florescimento
Observa-se a ocorrência do evento de floração de Euterpe edulis entre os meses de
novembro a março, com pico em dezembro e janeiro. As infrutescências estão se
desenvolvendo, novas inflorescências vão sendo emitidas sequencialmente, chegando a um
máximo de 5 panículas por indivíduo adulto.
Reprodução
A fase reprodutiva corresponde ao período da vida do vegetal mais susceptível às
variações no ambiente. Diferentes aspectos tais como fotoperíodo, umidade, temperatura,
polinizadores e dispersores, podem estar envolvidos nas variações apresentadas pelas
florações e frutificações de um ano para outro.
Euterpe edulis é espécie de sistema misto de reprodução, combinando
autofecundações e cruzamentos, com predomínio de cruzamentos. Partes dos cruzamentos
ocorrem de forma não aleatória devido à ocorrência de cruzamentos entre indivíduos parentes
e cruzamentos biparentais. A porcentagem de indivíduos férteis também aumenta com o
tamanho da palmeira. O palmiteiro torna-se adulto reprodutivo quando atinge cerca de 10 m
de altura.
Frutificação
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Frutos do palmito são do tipo drupa, podem variar de 10mm a 15mm, sendo o que o
Quilo de frutos contém aproximadamente 750 unidades. O fruto do palmiteiro pode ser
consumido por até 30 espécies de aves e 15 de mamíferos, em função dessa diversidade de
agentes essa palmeira pode apresentar dispersão de sementes a longas distâncias.
A boa produção de frutos pode ser favorecida pela distribuição regular de chuvas antes
e durante a floração e a frutificação.
Germinação
As sementes de palmiteiro levam em trono de 60 dias para germinar, sendo a
germinação lenta e desuniforme, provavelmente por conta da hemicelulose presente em seu
endosperma. Sua germinação é melhor em lugares com solo úmido e com temperatura entre
20 e 30° C. Sua multiplicação se dá apenas por sementes. Para a propagação da espécie, os
frutos devem ser colhidos quando atingem o ponto ótimo de maturação (coloração preta). A
testa oleaginosa da semente normalmente dificulta a germinação. As sementes não devem ser
armazenadas, pois possuem sensibilidade á perda de umidade e baixas temperaturas.
Sob o ponto de vista fisiológico, germinar é simplesmente sair do repouso e entrar em
atividade metabólica. O amadurecimento dos frutos no cacho é heterogêneo, podendo ser
distinguidos pela sua coloração. Para a finalidade de propagação da espécie, os frutos do
palmiteiro devem ser colhidos quando atingem o ponto ótimo de maturação, apresentando-se
pretos e luzidios.
Como se sabe, a qualidade da semente é considerada como um dos principais fatores
determinantes do sucesso do estabelecimento de uma área de produção. O tamanho da
semente em muitas espécies é indicativo de sua qualidade fisiológica. Assim, dentro de um
mesmo lote, as sementes grandes e médias apresentam maior germinação e vigor que as de
tamanho menor.
O grau de maturidade e o tamanho dos frutos afetam a germinação, mas não a
viabilidade. Frutos verdes e pequenos têm viabilidade tão alta quanto os frutos maduros e
grandes. Os frutos maduros e grandes têm maior porcentagem de germinação do que os frutos
verdes e pequenos. Isso significa que a coloração vermelha uniforme do embrião e do
endosperma dos frutos não foi um indicador da boa germinação para frutos de palmiteiro. O
vigor dos frutos cresceu com o aumento do grau de maturidade.
Resumindo;
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1. Os frutos de maior diâmetro têm maior peso de matéria seca.
2. Os frutos com maior tamanho apresentaram melhor germinação.
3. Os frutos bem maduros, com pericarpos pretos, tiveram maior germinação e vigor
do que os frutos verdes.
Efeitos de fatores ecológicos
O palmiteiro pode ser encontrado nos climas tropical, subtropical úmido e subtropical
de altitude, em áreas de temperatura anual média de 18,1ºC.
Habita áreas com precipitação pluvial desde 1100 mm até 3200 mm. Geralmente os
melhores índices de crescimento podem ser obtidos em regiões com precipitação pluvial
superior a 1500 mm anuais.
O palmiteiro se caracteriza por sua adaptação a lugares parcialmente sombreados,
cujas plântulas apresentam melhor desenvolvimento com índice de radiação em torno de
20%-30% da luz solar total.
É importante salientar que baixas temperaturas e deficit hídrico contribuem para o
atraso do crescimento da planta e, também, para diminuição no rendimento do palmito.
Períodos de seca, mais ou menos prolongados, também prejudicam a qualidade do palmito,
que se torna mais fibroso.
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Conclusão
A frutificação inicia-se entre os meses de outubro e novembro, sendo o crescimento
lento até a maturação dos frutos, Esta maturação dos frutos concentrou-se, principalmente,
nos meses de maio e junho. Quando se relaciona a produção com a quantidade de cachos
maduros produzidos por indivíduo, pode-se observar que várias árvores chegaram a produzir
até 4 cachos.
Diversos tipos de palmeiras podem fornecer palmito de boa qualidade, que se
diferenciam pela precocidade, cor e pelos sabores diferentes. O palmito da guarirobeira
(Syagrus oleracea) caracteriza-se pelo sabor amargo e diferente dos gêneros Euterpe
(Açaízeiro e Juçara) e a pupunheira (Bactris gasipaes), que é de textura mais firme, sabor
adocicado, o que é previsto na classificação de tipos de sabores no padrão para palmito do
Codex pela inclusão dos sabores doce e amargo.
O período para início de produção de palmito e a periodicidade para cortes sucessivos
em espécies que perfilham é variável. Desta forma para Juçara (Euterpe edulis) e Açaízeiro
(Euterpe oleracea), início de 8 a 12 anos e intervalos de 4 anos; híbrido de Euterpe.
A população do palmiteiro vem sofrendo grandes perdas com o processo de
fragmentação das florestas, além de ter sua regeneração natural drasticamente reduzida pela
intensa exploração em virtude do alto valor alimentício e comercial do palmito. Devido ao
fato da palmeira Euterpe edulis necessitar de seis a nove anos para produzir sementes, a
retirada do palmito em indivíduos imaturos (sem apresentar qualquer sinal de florescimento
ou frutificação), impede que a árvore complete seu ciclo reprodutivo, provocando assim, o seu
desaparecimento da floresta. Por estes motivos à espécie encontra-se extinta em várias áreas
de ocorrência natural.
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Bibliografia
BOVI, M.L.A. Híbridos de palmiteiro. In: ENCONTRO SOBRE PRODUÇÃO DE PALMITO,1.,1993, Piracicaba. Anais ...Piracicaba: CALQ, 1993. p. 39-48, 1993.
MORTARA, M.O.; VALERIANO, D.M. Modelagem da distribuição potencial do palmiteiro (Euterpe edulis Martius) a partir de variáveis topográficas. Anais X SBSR, Foz do Iguaçu, 21-26 abril 2001, INPE, p. 459-471, Sessão Técnica Oral.
Valentini, Sílvia Regina de Toledo Conservação de toletes de palmito Pupunha (Bactris gasipaes Kunth.) "in natura" sob-refrigeração e atmosfera modificada / Sílvia Regina de Toledo Valentini. Campinas, SP: [s.n.], 2010.
Material com conteúdo retirado da internet:http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/biociencias/article/viewFile/271/223http://www.biologo.com.br/biodiversidade/Euterpe_edulis.htmhttp://d.yimg.com/kq/groups/14430160/1656407130/name/palmiteiro.pdfhttp://www.fruticultura.iciag.ufu.br/palmaceas.html#Dormência em palmeirashttp://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr69/cap01.pdfhttp://www.seb-ecologia.org.br/viiceb/resumos/314a.pdf
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