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Trabalho escolar sobre seguro internacional
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
Amanda Fernanda Colares Maranhão
Cenny Bárbara da Silva Santos
Geraldo Cornélio Santos de Sousa
Ingrid Alessandra Dias Alves
Jessica Bianca Silva e Silva
Priscila Santos
SEGURO INTERNACIONAL
TURMA: CBR00200101NTA
SALA:206
PROFESSOR: NATANAEL
ANANINDEUA
2016
S U M Á R I O
1. INTRODUÇÃO.......................................................................3
2. ............................4
3. ...............................................54. .....................................................5
5. ….............................................................................6
6. .................................................................................9
7. ......................................................................................11
8. ....................................................................12
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................14
1. INTRODUÇÃO
O objetivo do seguro é dar à carga proteção contra danos ou perdas, visando sempre
repor um dano advindo da ocorrência de um sinistro. O seguro nunca deve ter como
objetivo produzir lucros com relação ao bem segurado.
Para que exista uma operação de seguro no comércio exterior é necessário que
ocorram dois fatos distintos, porém interligados; a venda ou compra de determinada
mercadoria e transporte internacional envolvido.
Numa exportação ou importação de produtos é necessário que a condição de venda
ou compra determine quem tem a responsabilidade de arcar com a contratação do
seguro.
É de extrema importância a contratação do seguro, pois se um embarque não
segurado sofrer um sinistro, a empresa terá de arcar com os custos envolvidos e a perda
poderá, dependendo da situação, significar até uma ameaça para a sobrevivência da
empresa
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2. SEGURO.
Seguro é uma operação que se realiza entre duas partes, segurado e segurador,
coordenada por uma terceira parte denominada corretora, de modo que a parte segurada
que aderiu a este propósito possa resguardar seus bens dos riscos que porventura
venham a ocorrer com a mercadoria a ser indenizada pela seguradora por quaisquer
danos que estes bens tenham sofrido; danos estes previstos neste contrato, mediante o
pagamento de uma importância para este fim.
O seguro visa também cobrir as despesas incorridas pelo beneficiário relativas a
todos as providências tomadas no sentido de evitar ou reduzir os danos que a
mercadoria possa sofre.
Uma operação de seguro é um contrato jurídico realizado entre as partes
envolvidas. O que a caracteriza são as coberturas e cláusulas estabelecidas na assinatura
do contrato, que obrigam o cumprimento de determinadas condições, tanto por parte da
seguradora como do segurado.
As declarações e informações constantes de uma apólice de seguro, tanto as do
segurador quanto as do segurado, precisam respeitar a estrita verdade dos fatos, nada se
omitindo, nem se acrescentando fatos inverídicos. Tal conceito deve ser considerado
durante toda vigência do seguro, inclusive nas providências para recebimento da
indenização por um sinistro. A constatação de informações errôneas, feitas de má-fé,
anula o contrato, perdendo-se o direito ao seguro.
2.1. ORGÃOS DO SISTEMA DE SEGURO.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); subordinado ao ministério da
Fazenda, é o órgão normalizador das operações de seguros no país e tem como
principais funções regulamentar e fiscalizar o funcionamento das entidades envolvidas
na atividade de seguro; determinar as características dos contratos e ramos de seguros;
estabelecer normas e políticas para o setor; estabelecer capitais mínimos para
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funcionamento das entidades envolvidas no mercado de seguros; autorizar corretoras e
seguradoras a operar no mercado, bem como cassar a sua autorização; normalizar a
profissão de corretor e suas corretagens.
A SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) tem por objetivo fiscalizar o
cumprimento das normas estabelecidas pelo CNSP, por parte de todas as entidades
envolvidas na atividade de seguro, quais sejam, corretoras e seguradas. Nesse sentido,
tem por finalidade acompanhar a constituição e operação destas entidades, aplicando as
sanções necessárias em caso de desvio de conduta ou desrespeito às normas
estabelecidas, bem como fixar as condições das apólices e ainda liquidar as empresas
que tiverem a sua autorização de funcionamento.
O IRB (Instituto de Resseguros do Brasil); regula, controla e fiscaliza as operações
de resseguro, cosseguro e retrocessão, sempre seguindo as diretrizes emanadas do
CNSP. Tem por finalidade aceitar resseguros quando o valor a ser segurado ultrapassa o
limite técnico das seguradoras, tanto das nacionais como das internacionais, sendo que a
atividade de resseguro das seguradoras do país está reservada apenas a ele, não havendo
concorrência por impedimento governamental. Ele pode, porém, colocar no exterior o
resseguro que exceda a capacidade do mercado segurador nacional ou que não convenha
aos interesses do país.
Companhias Seguradoras são empresas que têm como finalidade segurar os bens,
de acordo com a vontade de seus clientes, e indenizá-los contra danos ou perdas
sofridos pela carga segurada. Autorizadas a funcionar pelo Ministério da Fazenda,
através de solicitação dirigida ao CNSP, apresentada via SUSEP, só podem operar nos
ramos de seguro para os quais recebam a permissão e dentro dos seus limites técnicos,
não podendo ter ou participar de outro tipo de negócio ou comércio. As seguradores são
fiscalizadas pela SUSEP e pelo IRB e têm a obrigação de fornecer quaisquer dados que
forem solicitados em relação às suas atividades.
Corretor de Seguros é uma pessoa física ou jurídica devidamente autorizada pela
FUNENSEG (Fundação Escola Nacional de Seguros) a operar na atividade de seguro,
pela qual recebe da seguradora uma comissão denominada corretagem. O corretor de
seguros como pessoa física não pode ocupar cargos públicos nem ter vínculos
empregatícios ou direcionais com seguradoras. É ele que intermedia a ligação entre o
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cliente que deseja segurar um bem qualquer e uma empresa seguradora com interesse
neste seguro, tendo responsabilidade civil sobre essas operações e respondendo por
qualquer problema, negligência e omissão perante segurados e seguradoras.
2.2. CONCEITOS BÁSICOS
Segurado
É o dono do bem, podendo ser uma pessoa física ou jurídica. É ele quem propõe
uma operação de seguro para determinada mercadoria, muito embora isto possa
ser realizado por um terceiro em seu nome.
Beneficiário
É aquele que será indenizado num eventual sinistro com o bem segurado. Pode
ser o próprio segurado que efetua o seguro para proteger algo que lhe pertence,
como a importação de uma mercadoria qualquer, ou um terceiro, a quem
determinado bem está sendo vendido ou transferido, como uma operação de
exportação na modalidade de venda CIF.
Bem Segurado
É qualquer bem que tenha valor econômico e pelo qual o segurado tenha pago
um prêmio à seguradora para protege-lo do risco de danos e perdas, que será
indenizado em caso de sinistro, possibilitando a sua reposição, e que tenha recebido
a emissão de um certificado ou apólice de seguro, caracterizando-o.
Risco
É algo a que o bem segurado está sujeito e que independe da vontade das partes
envolvidas, podendo ocorrer a qualquer tempo e em qualquer lugar, sendo algo
possível, porém futuro e incerto.
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Somente deve ser segurado um bem cujo risco seja possível e sempre futuro, não
podendo o seguro cobrir algo que já passou do risco ao fato concreto, ou seja, um
sinistro já ocorrido.
Os riscos a que as mercadorias estão sujeitas podem ser classificadas como
causas fortuitas e causas evitáveis. As fortuitas são aquelas que ocorrem através de
situações que podemos chamar de imprevisíveis, como perigos do mar. As evitáveis
são aquelas que constituem situações como roubo, embalagem inadequada etc.
Valor Segurado
O valor de um bem a ser considerado para efeitos de seguro é determinado pelo
segurado e deverá sempre manter uma relação lógica com seu valor real, pois o
segurador poderá exigir uma comprovação deste.
A comprovação do valor real do objeto do seguro pode ser feita pela fatura
comercial ou qualquer outro documento hábil aceito pelo segurador.
É normal que o seguro seja realizado, considerando-se 100% do valor do bem,
acrescido de um percentual de cerca de 10% para cobrir despesas diversas que o
segurado possa ter com relação ao sinistro que porventura venha a ocorrer,
segurando-se a mercadoria em torno de 110% do seu valor.
Em caso de seguro de uma mercadoria, pode-se acrescentar a este valor mais
25% para dar cobertura também ao valor do frete e despesas em que o beneficiário
venha a incorrer em caso de sinistro.
Prêmio de Seguro
É o valor pago pelo segurado à seguradora, de modo a ter seus bens protegidos, e
que cobre indenizações pagas aos segurados em caso de sinistro.
O prêmio é calculado por um percentual sobre o valor da mercadoria e
determinado pelo tipo de transporte, mercadoria, embalagem, perecibilidade,
destino, período coberto, coberturas contratadas etc.
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Também influencia o valor do prêmio o índice de ocorrência de acidentes de um
determinado bem, que quanto mais baixo for, menor a taxa de seguro. A falta de
pagamento de seguro isenta a seguradora da responsabilidade sobre o seguro
efetuado.
O embarque aéreo tem uma tarifa de seguro média menor que a marítima e
terrestre, sendo aproximadamente a sua metade. Já embarques marítimos efetuados
em containers têm uma redução no prêmio de seguro entre 10% e 20%.
Sinistro
É a concretização de um risco previsto que causa dano ou perda aos bens
segurados por qualquer motivo, atingindo-os parcial ou totalmente e trazendo
prejuízos ao segurado ou beneficiário, que deverá ser devidamente indenizado pela
seguradora.
Valor Indenizado
É o valor em dinheiro pago ao segurado, pela seguradora, em face de sinistro da
mercadoria previamente segurada. No Brasil, muito embora o seguro tenha sido em
moeda estrangeira, o ressarcimento de um sinistro será pago em moeda nacional. Se
for pago no exterior, o será moeda estrangeira segurada.
Sub-rogação
Significa o direito de o segurador tomar posse das mercadorias indenizadas e de
recorrer contra o transportador para se ressarcir da indenização paga ao segurado,
em face de um sinistro ocorrido.
É necessário que ocorra primeiro a indenização para que o segurador possa ter
direito de sub-rogação.
Franquia
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É a parcela que deve ser suportada pelo segurado e que não tem a cobertura do
seguro mediante o prêmio pago. Desde o início do seguro, considera-se de
responsabilidade do segurado. Isto visa evitar pagamentos de pequenas quantias,
reduzindo os gastos das seguradoras e, portanto, reduzindo o valor dos prêmios para
os próprios segurados.
Representa, em geral, de 1% a 5% do valor segurado, sendo que a variação leva
em conta as características e a fragilidade da mercadoria. Pode, porém, ser
negociado entre as partes e, conforme a conveniência, ser maior ou mesmo não ser
aplicada.
2.3. DOCUMENTOS DE SEGURO
Apólice de Seguro
É o documento que representa o contrato de seguro realizado entre as partes
intervenientes e que tem valor jurídico.
Na apólice de seguro deverão constar os dados de:
Nome e endereço
Bem segurado
Riscos cobertos pelo prêmio pago
Valor do prêmio
Valor segurado e franquia
Prazo de vigência do seguro
Nome do veículo transportador
Data de embarque e qualquer outro detalhe que venha a interessar
A apólice de seguro pode ser:
- Simples ou Avulsa: É a apólice emitida para cada viagem ou embarque,
que cobre um risco desde o local de origem da mercadoria até o local de
destino, mencionando o momento em que tais riscos começam e findam.
O pagamento do prêmio deste seguro é efetuado individualmente para
cada apólice emitida, sendo interessante a utilização da cláusula Transit
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Clause para cobrir a mercadoria desde o cais de embarque até o cais de
desembarque quando os pontos de origem e destino não estiverem
totalmente claros no contrato de seguro.
- Flutuante: É aquela na qual se estabelecem apenas as condições gerais
do seguro e que é emitida para um tempo determinado, normalmente com
máximo de 12 meses. Visa cobrir uma série de embarques individuais e
consecutivos que vão sendo averbados à mesma. O nome do veículo
transportador e os detalhes década embarque são informados antes que
ocorram ou no máximo até o momento do embarque.
- Aberto: É uma apólice emitida sem tempo de validade predeterminado,
independente de produtos e valores a serem exportados e cujo embarque
vão sendo averbados à mesma. Assemelha-se à flutuante, com exceção
de uma duração mais longa, podendo ser permanentes
Certificado de Seguro
Este é o documento que costuma substituir a apólice de seguro. É
normalmente emitido pelas companhias seguradoras para cada embarque,
quando há diversos embarques num determinado período de tempo, cobertos por
uma apólice única, que pode ser Aberta ou Flutuante. Este documento é
negociado e enviado ao importador, juntamente com os demais documentos de
exportação referentes ao embarque efetuado.
No certificado devem ser declarados todos os dados do embarque,
fazendo-se referência à apólice de seguro emitida. Este documento é aceito
normalmente no Comércio Exterior, em substituição à apólice.
Averbação
Averbação constitui o documento utilizado para informar a seguradora
sobre os bens a serem segurados, em caso de utilização de uma apólice Aberta
ou Flutuante, para que possam ser considerados para efeito de cobertura.
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Neste documento serão mencionados todos os detalhes do bem em
questão, já que a apólice em aberto necessita ser complementada com os dados
de cada embarque ocorrido, para que possa ser considerado segurado. A falta de
informação em tempo hábil poderá prejudicar o seguro da mercadoria.
A averbação poderá ser provisória, aquela realizada bem antes do
embarque, constituindo uma informação de que no futuro haverá um embarque a
ser realizado, ou definitiva, aquela na qual os dados de embarque já são efetivos.
Endosso
Endosso significa qualquer alteração efetuada numa apólice de seguro.
Toda vez que se altera algum item na mesma, está se procedendo um endosso,
que é o termo utilizado nesta atividade.
Tipos de Cobertura
Os bens segurados podem ter coberturas básicas, coberturas adicionais e
coberturas especiais. A mercadoria terá um prêmio de seguro por cobertura
escolhida. Podem ser feitas coberturas adicionais e especiais, de acordo com as
necessidades ou preferências dos segurados.
O período de cobertura de um seguro, vai do momento em que as
mercadorias deixam o armazém do vendedor até o momento em que são
entregues no armazém do importador.
Se as mercadorias permanecem no porto após descarregadas, não
seguindo para o depósito do importador, o seguro expirará após o período
convencionado na apólice.
No caso de embarque aéreo, a cobertura para permanência no aeroporto
de desembarque é de 30 dias, o mesmo ocorrendo no transporte terrestre, quando
as mercadorias ficarem no armazém, da empresa transportadora.
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3. RAMOS DO SEGURO
Temos, no comércio exterior, os seguintes ramos de seguros, que podem ser
utilizados com os diversos tipos de transporte:
Marítimo
Fluvial
Aéreo
Rodoviário
Ferroviário
Seguro de transporte de mercadoria/cobertura básica.
É a modalidade que tem por finalidade segurar as mercadorias e ressarcir prejuízos
ocorridos no seu transporte por água, terra ou ar. Cobre também as despesas incorridas
para o salvamento da carga e as efetuadas para evitar que a mesma sofra maiores danos.
Este seguro expira na entrega da mercadoria no armazém do importador. Porém, se
as mercadorias permanecerem no porto após serem descarregadas, não seguindo para o
depósito do importador, o seguro, após o período convencionado na apólice, que é de 60
dias, perderá a validade. Também expirará havendo liberação da mercadoria, ainda que
ela permaneça no porto armazenada.
A cobertura básica neste tipo de seguro pode ser representada pelas seguintes
cláusulas:
Cláusula “C” (marítimo)
RTA (aéreo)
RR (terrestre)
Clausula “B” (marítimo)
Estas têm por objetivo cobrir danos às mercadorias, causados por riscos normais de
transporte, isto é, aqueles inerentes ao próprio meio de transporte utilizado, tais como:
Aquaviário: Naufrágio, encalhe, abalroamento, explosão, incêndio, raio,
tempestade etc.
Terrestre: Descarrilamento, capotagem, colisão, explosão, incêndio etc.
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Aéreo: Queda do avião, aterrissagem forçada, abalroamento, colisão,
explosão, incêndio etc.
Poderão ser feitas também coberturas adicionais ou especiais, mediante pagamento
de taxas extras, visando garantir contra outros sinistros que poderão, eventualmente,
ocorrer com a mercadoria durante a sua viagem, ou permanência em armazéns.
Cláusula “A” (marítimo)
All Risks (aéreo)
Todos os riscos (terrestre)
Têm por objetivo cobrir todos os riscos de transporte e os eventos que possam
ocorrer de causas externas, decorrentes do transporte da mercadoria.
Clausula “C”, RTA (Risco de Transporte Aéreo) e RR (Risco Rodoviário)
A cobertura básica de um seguro de transporte aquaviário, aéreo ou terrestre pode
ser dada por estas cláusulas.
Isto implica que a mercadoria tem cobertura mais restrita, ficando excluídas
reclamações por avaria particular, o que indica que o segurador estará isento da
responsabilidade por avarias ou perdas parciais ocorridas com cada volume da
mercadoria e que a cobertura se restringe apenas a acidentes com o veículo
transportador.
O seguro é tratado por volume de mercadoria e não por lote total. Portanto, em caso
de perda ou avaria total de algum volume, o segurado terá direito a indenização para
aquele volume. Caso ocorra apenas uma avaria parcial no mesmo, não haverá
indenização a ser paga.
Clausula “B”
Também é uma cobertura básica para transporte aquaviário. Porém, contrariamente
à cláusula “C”, dá cobertura para danos parciais nos volumes. Isto significa que
pequenos danos, uma vez que no seu todo ultrapassem a margem de franquia
estabelecida, serão indenizados.
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Clausula “A”, All Risks e Todos os Riscos.
Cláusulas básicas utilizadas para transportes aquaviários, aéreos e terrestres, cuja
cobertura é a mais ampla do mercado.
A diferença em relação às anteriores é que são bastantes abrangentes no que refere
às avarias ocorridas no veículo transportador. Protegem a mercadoria também dos
acidentes de causas externas, como embarques, desembarques, movimentações
portuárias, enquanto armazenadas etc., significando não terem restrições conquanto o
acidente se dê relativamente ao transporte da mercadoria. Cobrem também extravio,
ferrugem, quebra, amassamento, derrame, água de chuva e vazamento.
3.1. SEGURO DE
CRÉDITO À EXPORTAÇÃO
O seguro de crédito à exportação visa resguardar o exportador de prejuízos
comerciais e políticos, sofridos com a falta de pagamento das cambiais por parte do
comprador no exterior. Riscos comerciais são os ocorridos por inadimplência do
importador em face de problemas financeiros, calote ou insolvência igual a ou mais de
180 dias. Riscos políticos são a proibição de remessa de divisas ao exterior, decretação
de moratória por parte do país importador, guerra civil e revolução, por períodos iguais
ou superiores a 180 dias. Estão cobertos também riscos de ocorrência de fenômenos
naturais, assim classificados, como terremotos, furacões etc.
3.2. OBRIGATORIED
ADE DO SEGURO NO BRASIL.
A legislação brasileira obriga à contratação do seguro das importações no país,
sendo vedada a contratação com empresas no exterior. Na exportação, é liberada a
contratação do seguro, que pode ser realizada no Brasil ou no exterior, pelo importador.
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Existem diversos países que adotam o mesmo sistema de contratação do seguro em seu
próprio mercado, para preservar divisas, incentivar empresas nacionais e facilitar a
liquidação de sinistros que porventura venham a ocorrer.
3.3. PROCESSO DE INDENIZAÇÃO
O segurado deve notificar o sinistro ao segurador imediatamente após o mesmo ter
acontecido, pois isso é indispensável para o processo de indenização. O atraso neste
aviso poderá trazer problemas ao segurado, inclusive pelo fato de que quanto maior o
tempo transcorrido, menor será a chance de verificação das causas que levam ao
sinistro. Em sequência o benificiário deve apresentar à seguradora uma carta relatando o
sinistro e demonstrando os prejuízos sofridos, anexando os documentos pertinentes ao
lote embarcado e sinistrado.
Os documentos a serem apresentados são a apólice ou certificado de seguro, o
conhecimento de transporte, a fatura comercial, o certificado de origem, packing list, o
laudo de inspeção e quaisquer outros documentos relativos à mercadoria importada ou
exportada que foram solicitados pela seguradora. Deve também ser apresentado o valor
estimado dos danos sofridos.
O direito a indenização decorrerá do perfeito encaminhamento do processo, bem
como da prova de que as mercadorias estavam em boas condições quando do embarque.
4. SEGURO DO TRANSPORTADOR
É um seguro efetuado pelo transportador para os seus veículos, navios, aeronaves
etc. Apresenta diferenças em relação ao anteriores, pois enquanto o de mercadorias é
efetuado pelo dono das mesmas para cobrir danos ou perdas que as atingirem enquanto
transportadas ou armazenadas, o de transporte visa cobrir danos ou perdas acarretados
aos veículos que vão deslocar a mercadoria de um ponto a outro.
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O transportador também pode ter seguro de responsabilidade civil, que cobre danos
ocorridos à mercadoria, sendo possível recorrer a ele para ressarcimento de danos ou
perdas ocorridos em seus veículos. As seguradoras dos comerciantes, que têm de
indenizar perdas ou danos às mercadorias, costumam recorrer a este seguro.
4.1. MODAL RODOVIÁRIO
Seguro de caminhões
São seguros efetuados pelos transportadores para proteger os seus veículos de
acidentes como capotagem, colisão, tombamento, roubos, incêndios etc., que venham a
ocorrer com os mesmos. Não cobrem a carga que está sendo transportada, que é sempre
objeto de outro tipo de seguro.
Seguro de Responsabilidade Civil Obrigatório – Rodoviário
É um seguro contratado pelo transportador rodoviário para cobrir danos e
perdas à cargas de terceiros, que lhe está confiada. Cobre todo o trajeto do transporte.
Dependendo da companhia seguradora, se esta opera nos países envolvidos por
si ou em convênio com seguradoras locais, este seguro poderá ser contratado para cobrir
o percurso total da viagem, desde o ponto de origem até o destino, ou ser contratado em
duas etapas com duas seguradoras; sendo uma para o trajeto nacional e outra para o
trajeto no pais importador.
Este seguro cobre perdas ou danos às mercadorias, desde que ocorram durante o
transporte e sejam causados por motivos inerentes ao meio de transporte utilizado,
como/;
Colisão, capotagem, abalroamento ou tombamento do veículo transportador;
Incêndio ou explosão com o veículo.
Cobre também as mercadorias enquanto depositadas em armazéns, pátios e
depósitos fora do país que emitiu a apólice, desde que os danos tenham sidos
provocados por incêndios e explosões nestes locais.
Abaixo, alguns fatos que isentam a seguradora da cobertura de seguro:
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- Culpa do segurado ou seus representantes no sinistro ou tentativa de
obter vantagens ilícitas com o seguro
- Problemas na produção da mercadoria e embalagem.
- Quebra, vazamento, rachadura, derrame, contaminação
- Roubos ou extravios
- Atos de guerra, rebelião, confisco ou qualquer ato de autoridade civil ou
militar.
4.2. MODAL AÉREO
Seguro para sinistros Aeronáuticos
Este seguro visa cobrir danos e prejuízos ocorridos às aeronaves em face de
acidentes, bem como eventuais despesas que venham a ocorrem em virtude destes.
Cobre também as despesas com prováveis socorros e danos causados pela
aeronave, bem como as despesas incorridas com indenizações a terceiros, em
virtude do acidente ocorrido.
O seguro está sujeito à vistoria prévia da aeronave pela entidade seguradora ou
por empresa especializada, por ela apontada, visando constatar as boas condições
técnicas e visuais.
4.3. MODAL MARÍTIMO
Seguro de Cascos
Esse tipo de seguro visa indenizar o segurado por danos causados à embarcação,
considerada esta como sendo o próprio navio (casco) e todos os seus equipamentos e
maquinaria, tanto em viagem quanto atracado em algum porto, operando ou não, em
estaleiro ou canais.
As coberturas, assim como nos demais tipos de seguro, podem ser básicas ou
especiais, conforme segue:
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Básicas: são aquelas que cobrem eventos próprios ao negócio de
navegação marítima, ou seja, naufrágio, encalhe, abalroamento,
colisão, tempestades, pilhagem etc.
Especiais: são aquelas que cobrem indenizações como motins,
greves, guerra, comoções civis, socorros, participações em avaria
grossa, responsabilidade civil em abalroamentos etc.
A condição para a realização e cobertura deste seguro, bem como suas
renovações, é a embarcação ser vistoriada pela seguradora ou alguma entidade
internacional de classificação de navios.
Avaria
É todo dano ou perda, parcial ou total, sofrida pela carga ou pelo navio, ou por
ambos durante a viagem, incluindo todas as despesas envolvidas na mesmo até que
chegue a seu termo.
A avaria tanto pode ser simples ou particular, como pode ser comum ou
grossa. As particulares ou comuns não se referem à gravidade ou não da ocorrência, mas
a um fortuito ou voluntário do comandante, que afeta as partes envolvidas em uma
viagem.
Avaria Simples ou Particular
A avaria simples ou particular é a perda ou dano que ocorre involuntariamente e
afeta uma das partes envolvidas, ou seja, embarcador ou transportador. A parte afetada
pela avaria arca com as consequências do fato. É direito de quem assume as despessas
recorrer contra aquele que lhe causou danos.
Avaria Comum ou Grossa
A avaria comum ou grossa é aquela provocada por um ato deliberado do
comandante do navio diante de um perigo e decidido por ele apenas em face da
conjuntura temporal, tendo sempre como ideal central o bem comum das partes e
objetos envolvidos, de modo a tentar salvar a carga e o navio ou reduzir os danos ou
perdas de todos os envolvidos
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Neste tipo de avaria, todos os envolvidos, embarcador e transportador, devem
contribuir para os reparos da avaria ocorrida já que o comandante, ao provocar estes
danos, foi movido pelo sentido de proteção aos interesses comuns comprometidos, pois
estes poderia, ser bem maiores se não tivesse agido dessa forma.
Como exemplo de avaria grossa, pode-se citar o encalhe de um navio provocado
voluntariamente pelo seu comandante durante uma violenta tempestade, pois se assim
não tivesse agido, o destino do navio seria o naufrágio. Neste caso, o ato do capitão
provocou um mal menor, com o qual todos foram beneficiados através do salvamento
dos patrimônios envolvidos. Portanto, todos terão de participar da reparação dos danos
ocorridos à carga e ao navio.
A contribuição dos mesmos na reparação dos danos causados dar-se-á de acordo
com a participação de cada um no transporte, considerando-se os valores implícitos na
avaria em relação aos valores totais da carga transportada e ao valor do navio.
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10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mendonça, Paulo C. – Transportes e seguros no comércio exterior
/São Paulo: Aduaneiras, 1997.
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