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Trabalho sobre Estado
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGPROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CURSO DE ESPECIALIZAO EM GESTO PBLICAMODALIDADE DE EDUCAO DISTNCIA
Claudinei Ayala Brenha, Pg68423
Geraldo Andrade Coelho Pinto, Pg68595
Paula Francieli Tomazini, Pg69509
O ESTADO E OS PROBLEMAS CONTEMPORNEOS
Trabalho de ps-graduao disciplina O Estado e os ProblemasContemporneos do Curso de Ps-graduao em Gesto Pblica daUniversidade Estadual de Maring.
Orientadores:
Prof. Paulo Marcelo Ferraresi Pegino
Prof. William Borges
Sarandi-PR
2014
1) POLTICAS PBLICASApresentamos neste tpico inicial do trabalho da disciplina O Estado e os
problemas contemporneos trs polticas pblicas desenvolvidas pelo Governo
Federal, com o objetivo de melhorar o acesso dos cidados aos servios de sade,
educao e promover a distribuio de renda s famlias carentes, atuao relevante
para uma politica consistente no plano da assistncia social.
a) Mais EducaoO Programa Mais Educao foi institudo atravs da Portaria Interministerial
n 17/2007 e regulamentado pelo Decreto n 7.083/2010, em ateno ao disposto na
Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei n 9394/96) que, em seu artigo 34,
estabelece a ampliao progressiva do tempo de permanncia das crianas junto s
instituies educativas. Promovendo com isso a ampliao da jornada escolar em
instituies pblicas de ensino para, no mnimo, 07 horas dirias. Nesse perodo a
criana participa de diferentes atividades no campo pedaggico, desportivo, incluso
digital, cultural e de lazer. O desenvolvimento dessas aes comporta ainda a
distribuio de material didtico e o fornecimento de refeies para os alunos
durante o perodo de permanncia na escola. O Programa Mais Educao
coordenado pela Secretaria de Educao Bsica (SEB/MEC), em parceria com as
Secretarias Estaduais e/ou Municipais de Educao.
As atividades desse Programa iniciaram-se no ano de 2008 com a
participao de 1380 instituies de ensino, em 55 municpios nos 26 estados e no
Distrito Federal, atendendo 386.000 estudantes. Dados do Ministrio da Educao
indicam que no ano de 2011, aderiram ao Programa Mais Educao 14.995 escolas
com 3.067.644 estudantes, sendo necessria a observncia do seguintes critrios
para insero no Programa: a) escolas estaduais ou municipais de baixo IDEB que
foram contempladas com o PDE/Escola 2009; b) escolas localizadas em territrios
de vulnerabilidade social; c) escolas situadas em cidades com populao igual ou
superior a 18.844 habitantes.
A meta do Ministrio da Educao chegar ao patamar de 60.000 instituies
cadastradas no Programa, o que significa beneficiar um total de 7.000.000 de alunos
no territrio nacional.
b) Estratgia Sade da FamliaO Programa Estratgia Sade da Famlia (anteriormente nominado PSF
Programa Sade da Famlia) foi institudo no ano de 1994, com o intuito de
promover o atendimento de pacientes externamente aos centros hospitalares,
levando os cuidados mdicos de uma equipe multidisciplinar at a residncia do
enfermo; atuando ainda na preveno de enfermidades e no desenvolvimento de
campanhas do Ministrio da Sade e Secretarias estaduais e municipais de
Sade.
A gnese do Programa reside na ideia de que a organizao familiar, em
razo dos laos afetivos, de suma importncia no processo de recuperao do
paciente, assim levar o atendimento mdico at sua residncia ao invs de desloca-
lo para um centro hospitalar nas enfermidades que assim permitirem apresenta
melhores resultados.
Dados do Ministrio da Sade divulgados em 2013 indicam que 2.265
municpios brasileiros dispunham do Programa atendendo 16.200.000 brasileiros. O
repasse de recursos para a Estratgia Sade da Famlia aos estados e municpios
chegam soma de R$ 33.400.000,00.
2) BOLSA FAMLIA
O Programa Bolsa Famlia apresenta-se como instrumento de transferncia
direta de renda, beneficiando famlias em situao de pobreza e de extrema pobreza
em todo territrio. Esse programa integra o Plano Brasil Sem Misria, voltado ao
atendimento de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77,00 mensais,
baseando-se na garantia de renda, incluso produtiva e acesso aos servios
pblicos. O Programa foi institudo pela Lei n 10.836/2004 e regulamentado pelo
Decreto n 5.209/2004, sua gesto e fiscalizao descentralizada e compartilhada
entre a Unio, estados, Distrito Federal e municpios.
Dados de 2013 indicam que o Programa o Bolsa Famlia contempla 13,8
milhes de famlias, beneficiando cerca de 50 milhes de pessoas, tendo retirado 36
milhes de brasileiros da condio de pobreza extrema. Seu custo absorve 0,5% do
Produto Interno Bruto brasileiro, o que representa R$ 25 bilhes ao ano.
3) ANLISE DO PROGRAMA ESTRATGIA SADE DA FAMLIA EM MARINGO Estratgia Sade da Famlia foi implantado no municpio de Maring no ano
de 1999, contando inicialmente com sete equipes (LOPES E MARCON, 2012).
Dados do Ministrio da Sade indicam que no ms de agosto do corrente ano, a
cidade contava com 66 equipes do Programa, atendendo aproximadamente 224.250
pessoas, o que corresponde a 65% da populao total de Maring, contando com
383 Agentes Comunitrios de Sade (BRASIL, 2014). Em relao avaliao do
atendimento prestado, a maioria dos beneficirios o qualifica como de boa
qualidade, ao passo que a avaliao do Sistema nico de Sade em Maring atinge
apenas 26% de satisfao por parte dos usurios.
Um dado preocupante diz respeito ao nmero de mdicos inferior ao total de
equipes do Sade da Famlia, uma vez que existem 14 equipes que no dispe
desse profissional em seu quadro. Tal quadro deve-se falta de interessados em
preencher as vagas disponibilizadas por meio de concurso pblico. De acordo com a
Secretaria Municipal de Sade de Maring, foram abertos 13 concursos porm no
houve inscritos.
4) POLTICAS SOCIAIS NO BRASIL SOB A PERSPECTIVA DOWELFARE STATE
Primeiramente antes das anlises que aqui sero apresentadas sobre as
polticas sociais no Brasil sob a perspectiva do welfare state, se faz necessrio
apresentar a definio deste termo, que traduzido para o portugus consiste em
Estado de Bem Estar Social.
Podemos definir o Estado de Bem Estar Social como aquele que assume a
proteo social de todos os cidados, patrocinando ou regulamentando fortemente
sistemas nacionais de Sade, Educao, Habitao, Previdncia e Assistncia
Social; normatizando relaes de trabalho e salrios; e assegurando a renda, em
casos de desemprego (SANTOS, 2012).
Segundo Bobbio, et al (1997) um Estado que garante tipos mnimos de
renda, alimentao, sade, habitao, assegurados a todos os cidados, no como
caridade, mas enquanto o direito poltico.
E ainda, podemos dizer que o Welfare State no pode ser compreendido
apenas em termos de direitos e garantias. Tambm precisamos considerar de que
forma as atividades estatais entrelaam com o papel do mercado e da famlia em
termos de previso social (ESPING-ANDERSEN, 1991).
Ou seja, diante das definies aqui apresentadas, podemos dizer que
consiste em um modo de organizao, onde o Estado o agente regulador poltico,
econmico e social do pas, sendo responsvel por garantir a prestao de servios
pblicos e a proteo populao.
Podemos citar como exemplo bem sucedido, ou seja, como um programa que
nos aproxima do Estado de Bem Estar Social, o j mencionado anteriormente,
Programa Mais Educao, uma vez que a promoo educao indispensvel
para o desenvolvimento do pas, e este programa atravs da ampliao da jornada
escolar seguida de uma srie de outras medidas como acompanhamento
pedaggico, promoo sade, esporte e cultura, visa formao do cidado.
Ainda como outra iniciativa positiva do governo em relao ao Estado de Bem
Estar Social, podemos citar a Portaria n. 371, de 07/05/2014, a qual institui
diretrizes para a organizao da ateno integral e humanizada ao recm-nascido
no SUS, Sistema nico de Sade. Medidas simples como assegurar que a criana,
assim que nasce, seja colocada em contato imediato com me, segundo estudos,
diminui o risco de morte e anemia do beb, no gera nenhum nus ao governo e
garante o bem estar de ambos.
Entendemos como atitude negativa que nos afasta do welfare state, as
privatizaes do sistema carcerrio, que vm ocorrendo em alguns estados
brasileiros, sob a nominao de parceria pblico privada, objeto de questionamento
por parte de juristas, pesquisadores e representantes de entidades de classe, como
por exemplo a Ordem dos Advogados do Brasil. Com a participao de empresrios,
a interveno de interesses polticos e a participao de empresas, que muitas
vezes so doadoras nas campanhas eleitorais, o preso passa a ser visto como um
produto. No h registros de melhora no sistema carcerrio e nem mesmo sinais de
que possa melhorar.
Citamos ainda o Programa Mais Mdicos, que neste ms completa um ano
desde sua implantao, e se distancia do welfare state pois no assegura a proteo
populao. Tal Programa que tem como objetivo suprir a carncia de mdicos nos
municpios do interior e nas periferias das grandes cidades, com a contratao de
profissionais estrangeiros, apresenta desrespeito prpria legislao, como na falta
de superviso e tutoria para os mdicos intercambistas, alm de ser constatada
carncia de matrias, medicamentos e aparelhos, o que coloca em risco a parcela
mais vulnervel da populao, que depende do SUS.
Referncias
ACONTECE COMUNICAES E NOTCIAS. Um ano de Programa Mais Mdicospara o Brasil: situao preocupante. Joo Ladislau Rosa.. Acesso em 30.10.2014.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionrio de Poltica. Editora UnB,v. 1, 10. ed., p.416-419. Braslia, 1997.
BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Ministrio da Sade e Municpios: 2013.Disponvel em:http://189.28.128.178/sage/sistemas/apresentacoes/arquivos/revista_ms_e_municipios_2013.pdf. Acesso em 25 out. 2014.
CONTAS ABERTAS. Governo federal repassa quase 25 bilhes de reais aobeneficirios do Bolsa Famlia. Disponvel em:http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/7603. Acesso em 25 out. 2014
ESPING-ANDERSEN, G. As trs economias polfticas do Welfare State. L ua Nova,n. 24, setembro, 1991.
LOPES, M. C. de L.; MARCON, S. S. Assistncia famlia na ateno bsica:facilidades e dificuldades enfrentadas pelos profissionais de sade. ActaScientiarum, v. 34, n. 1, p. 85-93. Jan./jun. 2012.
R7 Notcias. Privatizao do Sistema Carcerrio caminho sem volta, dizespecialista. Disponvel em: Acesso em 30 out. 2014.
R7 Notcias. SUS passa a ter novas regras para parto humanizado. Disponvelem: Acesso em 30 out. 2014.
SANTOS, M. P. G. dos. O estado e os problemas contemporneos. 2. ed.Florianpolis: UFSC, 2012.