24
REVISTA AIDAR SBZ edição 01 • JUL/2014 LEI ANTICORRUPÇÃO REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA DE EXECUTIVOS E EMPREGADOS Conheça as exigências e os possíveis benefícios para as empresas. Nova área do escritório atende às expectativas do mercado. • Universo Desportivo • • TBR – um Aliado no Diagnóstico Fiscal • • O Novo Built to Suit Carlos Miguel Aidar conta, em entrevista, a trajetória do escritório que tem atraído a atenção de todos. +INOVAÇÃO TRADIÇÃO =AIDAR SBZ

tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

Revista aidaR sBZedição 01 • JUL/2014

LEI ANTICORRUPÇÃO

REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICADE EXECUTIVOS E EMPREGADOS

Conheça as exigências e os possíveisbenefícios para as empresas.

Nova área do escritório atende àsexpectativas do mercado.

• Universo Desportivo • • TBR – um Aliado no Diagnóstico Fiscal •

• O Novo Built to Suit •

Carlos Miguel Aidar conta, em entrevista, a trajetória do escritório que tem atraído a atenção de todos.

+iNOvaÇÃOtRadiÇÃO

=aidaR sBZ

Page 2: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

3revista aidar sbz • JUL 2014

AIDAR SBZ é um escritório que pensa e faz a advocacia com inteligência estratégica, alinhando tradição e inovação na prestação de serviços jurídicos multidisciplinares.

Nossos profissionais são capacitados para oferecer soluções completas e eficazes, com agilidade e transparência, possibilitando aos nossos parceiros alcançarem uma posição diferenciada dentro de um mercado corporativo altamente competitivo.

Contamos com uma equipe formada por mais de 250 profissionais, guiados pela cultura da meritocracia, com investimentos constantes em ações e programas de disseminação do conhecimento e de valorização do ambiente de trabalho, essenciais para sermos a melhor sociedade de advogados para se trabalhar e referência em nossas áreas de atuação.

Com sede em São Paulo e escritórios em Brasília e no Rio de Janeiro, além de uma ampla rede de colaboradores em todo o Brasil, o AIDAR SBZ está preparado para garantir a proximidade e fidelização das suas parcerias e para atender novos clientes, sempre atuando com comprometimento, integridade e respeito.

Gestão executiva

Nossa gestão é direcionada pelos sócios:Alfredo Zucca – Managing PartnerAitan Portela – Diretor FinanceiroGuilherme Amaral – Diretor de Gestão e Pessoas

Comitês Institucionais:Comitê de ClientesComitê de FinançasComitê de Gestão e PessoasComitê de Representação InstitucionalComitê Executivo

iNteLiGÊNCia estRatÉGiCa

Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados

Societário e Operações Estruturadas

Compliance Contencioso Cível

Contencioso Consumidor

Desportivo

Família e Sucessões

Operações Imobiliárias

Propriedade Intelectual

Recuperação Judicial/Recuperação deCrédito

Trabalhista Tributário

Ambiental Arbitragem e Mediação

BancárioAeronáutico

Page 3: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

4 5revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

editORiaLNo primeiro semestre de 2014 comemoramos três anos repletos de novidades. A primeira edição da nossa Revista e a implementação do novo site do Escritório inauguram uma nova fase do AIDAR SBZ, ainda mais dinâmica e interativa. Assim, aliamos de modo contínuo o ideal de estarmos sempre próximos dos nossos clientes, com uma atuação multidisciplinar capaz de proporcionar soluções inovadoras e ágeis, valorizando, ao mesmo tempo, o potencial dos nossos profissionais. Depois de um período de crescimento constante, marcado pela abertura dos Escritórios do Rio de Janeiro e de Brasília, pela expansão da unidade de São Paulo e a fusão com o Almeida Bugelli e Valença Advogados, consolidamos nossas áreas de atuação e capacitamos as equipes para atender os nossos clientes na resolução dos seus casos mais diversos e complexos, além de manter ativa a assessoria customizada na resolução dos problemas cotidianos. O Escritório conta, atualmente, com mais de 250 profissionais preparados para atuar de modo diferenciado, aptos a cumprir com a missão, demonstrar a visão e respeitar nossos valores.

Na entrevista de destaque desta 1ª edição da REVISTA AIDAR SBZ, nosso sócio mais querido, Carlos Miguel Aidar, conta um pouco da sua experiência em recomeçar e enfrentar novos desafios com entusiasmo e determinação, pontuando a matéria com a sinceridade de sempre. A agenda do semestre aponta para a realização de importantes eventos internos e para a participação dos nossos profissionais em seminários de destaque no mercado nacional e internacional.

Os nossos disputados cafés da manhã foram realizados abordando temas atuais com impacto relevante nas atividades dos clientes, como é o caso da nova Lei Anticorrupção e as alterações nas políticas de remuneração dos executivos. Já as nossas campanhas e atividades internas também tiveram um semestre agitado.

No mês de fevereiro, nossos times de futebol masculino e feminino estrearam na Liga Jurídica defendendo os títulos conquistados no ano passado. No dia 1º de abril, data de nosso aniversário, tivemos o lançamento da campanha AIDAR + VERDE, uma política de conscientização ambiental desenvolvida em conjunto pelo Comitê de Gestão e Pessoas e pela área Ambiental do Escritório. No lançamento da campanha realizamos um evento institucional que contou com a palestra do Exmo. Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Dr. Bruno Covas. No espaço SABER SBZ, tivemos neste semestre dez aulas ministradas por nossos advogados e por convidados, com o objetivo precípuo de auxiliar e complementar a formação dos estagiários, atualizar e ampliar o conhecimento dos nossos advogados.

A editoração da nossa revista e o novo site foram desenvolvidos para facilitar a leitura e a exploração de todas essas novidades, eventos, áreas de atuação e profissionais que compõem o AIDAR SBZ. Todo nosso esforço busca de modo permanente o ideal de fazer uma advocacia diferente, inovadora, ágil e criativa, colocada ao alcance dos nossos associados, colaboradores, clientes e amigos.

por Alfredo Zucca • Managing Partner

ÍNdiCeInteligência Estratégica 2

Áreas de atuação 3

Editorial 4

Entrevista com Carlos Miguel Aidar 6

Compliance: As Exigências da Lei Anticorrupção 14

Multidisciplinar: Agilidade comprovada no Universo Desportivo 16

Cultura Interna: Somos Inovadores, Somos AIDAR SBZ 18

Tendência: Momento é de empenho na estratégia de remuneração 20

Imobiliário: Novo Built To Suit 22

Polêmica: Os contratos imobiliários e o Código de Defesa do Consumidor 30

Em Foco: SABER SBZ Investimento nos profissionais 32

Em Foco: Conectado aos tribunais 33

Em Foco: Inovação como premissa 34

Em Foco: Acontece no AIDAR 35

Ferramenta: Tax Brief Review 36

Sustentabilidade: AIDAR + VERDE, a nossa política ambiental 38

Esporte: Com garra, as nossas sereias do futebol 40

AIDAR na mídia 42

Coordenação geral Aidar SBZ Advogados • Alfredo Zucca • Paula Melo ArabiaJornalista responsável Sandra Regina da Silva (MTb 18.811)Projeto gráfico e diagramação Kong Rex DesignFotografias Vitor Lopes • ShutterstockOs casos mencionados nesta edição foram matérias divulgadas na imprensa nacional e internacional.

Page 4: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

6 7revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

entrevista

texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes

Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos

fundadores do escritório, presidente do São Paulo

Futebol Clube, fala da união dos dois fatores na

concepção do AIDAR SBZ, o qual tem chamado

a atenção do mercado por sua modernidade.

+iNOvaÇÃOtRadiÇÃO

=

O Direito é uma ciência humana, de viés humanístico, e não pode ter aquela visão econômica da vida; tem que ter um pouco mais a visão social.”

Page 5: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

8 9revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

entrevista

Com apenas três anos de vida, o escritório AIDAR SBZ tem atraído os olhares, tanto de clientes quanto de advogados. A principal razão para isso, na visão de Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador do escritório de advocacia, é clara e está nas bases de sua fundação: a união da tradição com a inovação. Carlos Miguel é bem conhecido pelos brasileiros, principalmente advogados e os apaixonados por futebol. Os primeiros por ele ter sido presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre 2001 e 2003. Um dos pontos mais marcantes durante sua gestão foi a aprovação da resolução sobre o pro bono, a qual restringia a advocacia gratuita por escritórios. Já na seara esportiva, ou melhor, futebolística, muitos marcos são atribuídos a seu nome, como a idealização do Clube dos 13, a colaboração na redação da Lei Pelé, a criação do Estatuto do Torcedor, além de ter sido presidente do São Paulo Futebol Clube, cargo para o qual foi reeleito em 2014.

Atualmente, com 44 anos de exercício profissional, ele concedeu esta entrevista em uma das salas de reunião de seu escritório, localizado no 15º andar de um edifício da Avenida Paulista, em São Paulo. Ao responder às questões, deixou transparecer claramente sua característica mais forte de gestão: ele é um líder fortemente inclinado à formação de pessoas. Apesar da agenda lotada, Carlos Miguel Aidar falou, entre o atendimento de um telefonema e outro – a maioria para atender meia dúzia de jornalistas que ligaram diretamente em seu celular –, sobre o que mais lhe dá orgulho na atual empreitada (o AIDAR SBZ), sobre os profissionais que ele reuniu, os quais são carinhosamente chamados por ele de “meus meninos”; e sobre sua visão da advocacia brasileira.

> O que o motivou, em 2011, a recomeçar em um novo escritório?Foi a necessidade de ter uma equipe mais motivada e, principalmente, ter um plano de metas consistente, onde não haveria mudanças de rumos e de alternativas no meio do caminho. Eu era sócio de um pequeno escritório e na campanha da presidência da Ordem conheci um advogado, dono de um escritório bastante grande, e me entusiasmei em fazer uma sociedade com ele, porque até então eu não conseguia atender todas as áreas do Direito. Esse escritório atendia e eu gerava muitas coisas em outras áreas que não exclusivamente a minha, que é mais o contencioso e o desportivo. Em 2001 nos unimos, quando eu já era presidente da OAB.

Lá fiquei 10 anos. Porém, nos três últimos anos, eu questionava os resultados e a produtividade. Eu me queixava disso, e os “meninos” – chamo os profissionais da minha equipe assim porque todos eles têm idade para serem meus filhos – estavam inseguros, já que ninguém sabia o dia de amanhã.

> E o que aconteceu?Nesse cenário, um dia, conversando com eles, eu falei: Vamos embora para montar um escritório nosso, onde as regras sejam claras, os objetivos sejam transparentes, as metas sejam cumpridas e as pessoas valorizadas enquanto seres humanos. Não valorizar só o “ter”, mas valorizar o “ser”. O Direito é uma ciência humana, de viés humanístico, e não pode ter aquela visão econômica da vida; tem que ter um pouco mais a visão social. Então, a ideia era essa: fazer um escritório voltado para as pessoas e para pessoas que precisassem do escritório. Claro que os interesses financeiros existem, afinal a vida leva a isso.

O AIDAR SBZ nasceu em 2011 com cerca de 90 profissionais, sendo 70 vindos daquele escritório. De lá para cá, crescemos bárbara e sustentavelmente, sempre com o pé no chão. Hoje, estamos com mais de 250 pessoas, entre elas cerca de 130 advogados. E eu estou muito feliz, porque é uma equipe toda formada por mim, carreguei todos eles no colo, por força de expressão. Mais uma vez estou produzindo pessoas para o mercado de trabalho. Eu tenho essa história de vida, há até desembargadores que foram estagiários meus.

> E o que dizem do escritório por aí?Ouço dizerem no mercado que é um escritório em que as pessoas querem trabalhar, e os que aqui estão gostam de trabalhar aqui. A valorização das pessoas, o companheirismo, a cumplicidade que existe entre as pessoas, a responsabilidade... Não importa se é sábado, domingo, tem gente trabalhando; eles mesmos preparando a pauta para a semana. Muito legal ver essas pessoas jovens, cheias de energia.

> Como o senhor une inovação e tradição no AIDAR SBZ?A tradição, na verdade, é a qualidade do serviço. Estou formado há 44 anos. Tenho mais tempo de exercício de advocacia do que os meus sócios têm de vida. Isso é tradição. Venho, lá atrás na minha origem, de um dos escritórios mais respeitados do Direito brasileiro, de grandes professores, grandes expoentes do mundo jurídico, como Manoel Pedro Pimentel, José Frederico Marques, Waldemar Maris de Oliveira, meu pai Henri Aidar. Fundado em 1946, esse escritório tem uma história e um respeito na área muito grande.

Para manter o profissional vivo, precisamos desafiar a capacidade dele. Acho que os desafios fazem

parte deste trabalho.”

Crescemos bárbara e sustentavelmente, sempre

com o pé no chão.”

Page 6: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

10 11revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

entrevista

Já a inovação está exatamente nesse sistema de gerir, uma forma leve, participativa, motivadora. Não tenho a menor dúvida que reina a felicidade aqui dentro. Também está no jeito de trabalhar, de gerir clientes e casos. Temos uma preocupação muito grande em conhecer o business do cliente. Não é aquela coisa que você fica sentado atrás de uma mesa, no seu gabinete, onde recebe um cliente que fala sobre o seu problema, que é resolvido ali dentro. Nós vamos ao local, ver qual é o negócio, como funciona, para entender o problema na prática. Nosso cliente não é um número. Aqui ele é “o” cliente. Afinal, nada disso existiria se não houvesse o cliente. Então, a forma de tratar, de se relacionar, a forma de tratar do caso, o cuidado e preocupação de entender o negócio, ir até o local do cliente, não medir esforços em hora, fins de semana, feriado, o que for. Damos esse diferencial para ele, o que fazemos com muito carinho.

> Como deve ser pautado o relacionamento com os clientes?O cliente é o mais importante da vida do escritório. Portanto, ele tem que ser valorizado do primeiro segundo até a conclusão da questão que ele veio trazer para resolvermos. Entretanto, precisamos também ter capacidade de dizer não para ele, ter coragem para dizer que ele está errado, quando for o caso.

> Como formar uma equipe multidisciplinar no mercado jurídico?É preciso enxergar as oportunidades e descobrir talentos, oferecendo condições interessantes de trabalho. Além disso, é preciso motivar os

Não tenho a menor dúvida que reina a felicidade aqui dentro.”

profissionais, dividir responsabilidades, dar importância às pessoas para que se sintam partícipes. Destaco que é importante ir ao mercado para buscar profissionais e oferecer uma oportunidade de trabalho melhor do que a que estão exercendo. Talentos existem, o difícil é enxergá-los. Existe cada talento dentro de empresas, por exemplo, mas está escondido atrás de uma mesa barata, uma cadeira puída, com o couro rasgando, e é um gênio. Precisamos descobrir esses talentos.

Ao encontrar um talento, o escritório tem que ser atraente e motivador para que as pessoas queiram realmente vir trabalhar aqui. Como eu posso trazer alguém se a pessoa não souber que eu existo e que aqui eu tenho um ambiente melhor do que aquele em que ele está? As pessoas que estão aqui divulgam sobre o escritório em seus ambientes, nas suas faculdades, nos seus cursos de pós-graduação, nas suas áreas de relacionamento. E elas falam bem do escritório.

> E para manter esses profissionais motivados, interessados?Eu acho que não é difícil. A mágica está exatamente em dar atenção às pessoas. Acompanhar permanentemente a vida dele aqui dentro, avaliando-o periodicamente – nós temos avaliação bianual –, ter um plano de carreira claro e objetivo. Outra iniciativa é estimular o aperfeiçoamento intelectual com curso de especialista, de mestre e de doutor. Além disso, há a convivência social com o profissional e sua respectiva família. Enfim, para mim, são tarefas prazerosas, em que haja a busca por uma real convergência de ideais, de motivação.

Para manter o profissional vivo, precisamos desafiar a capacidade dele. Acho que os desafios fazem parte deste trabalho. Desafio os “meus meninos” para que eles se motivem prazerosamente no exercício da profissão. Se não for assim, nunca saímos de uma mesmice. Eu tenho a sensação que esse é o melhor escritório do Brasil. Não é mérito meu, mas de todos, desde o estagiário até o decano do escritório.

> E qual é a importância de reter talentos neste mercado?A retenção de talentos é fundamental. A qualidade do trabalho é aferida no dia a dia. Na medida em que as questões vão surgindo, elas são delegadas para esses jovens advogados para a execução dos trabalhos. No decorrer, supervisionamos, corrigimos, comentamos e estabelecemos estratégias processuais. O jovem, às vezes, tem conhecimento teórico dos cursos de aperfeiçoamento, e vem cheio de argumentos do Direito, doutrina, jurisprudência, mas não tem a experiência da vida para traçar uma estratégia processual. Recentemente, houve um caso que comprova o que estou dizendo. Tenho aqui dois gênios de processo que queriam dar um determinado direcionamento a um caso, e eu falei não, vamos seguir outro caminho. Agora, todos estão comemorando, viramos notícia dez vezes por dia em todos os jornais, repórteres ligando... Naquele momento, eu não estava preocupado com o Direito brasileiro, mas com o cliente e com a causa dele.

É importante eles sentirem que também aprendem aqui dentro. O sonho de cada um que entra aqui é ser sócio um dia, e a gente estimula isso, quero todos eles sócios, mas há regras para chegar lá, tem um intervalo probatório, um vestibular para ser sócio. Só o tempo e a vida preparam os profissionais para esse vestibular.

> Então, o senhor se considera um líder formador de pessoas?Gosto muito de formar gente. E me considero um líder formador de pessoas. Veja a Sylvia Valle, que está com 61 anos, e o Ivo Aidar, com 60, estão há 38 anos comigo e foram formados por mim.

> Por que o AIDAR SBZ se posiciona na vanguarda do segmento?São por alguns fatores, mas posso resumir que buscamos inovar na prestação de serviços jurídicos multidisciplinares, nos alinhando ao cliente na busca por resultados diferenciados, com a satisfação plena de nossos profissionais. Completo

Page 7: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

12 13revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

entrevista

ainda que buscamos ser a melhor sociedade de advogados para se trabalhar e referência em nossas áreas de atuação.

> Em sua opinião, qual é a força atual da OAB?Os grandes movimentos de redemocratização deste país, os movimentos sociais de democracia – do Brasil Colônia, Brasil Império, República, Diretas Já, Caras Pintadas, Abaixo o Collor, Fora a Ditadura de Getúlio... – foram comandados por advogados. Todos os grandes movimentos de redemocratização, sem exceção. Até os atos institucionais foram redigidos por advogados na época da ditadura militar, assim como foram os advogados que derrubaram a ditadura militar. Isso foi no passado! Foi muito forte, mas hoje não é mais. A origem da palavra advogado vem do latim, ad vocare, que significa falar por alguém. Então, a advocacia e a Ordem eram realmente os baluartes da democracia, e sem democracia não existe cidadania, sem cidadania não há liberdade, sem liberdade não há democracia.

Com essa enxurrada de advogados no mercado atual, a Ordem se enfraquece, porque não se consegue mais ter grandes expoentes.

> E quanto aos escritórios estrangeiros, o senhor os vê como uma ameaça ao mercado jurídico nacional?Eu acho que não. Veja só: a advocacia não pode ter reserva de mercado. É um problema de competências. Quem as tem se estabelece. Entretanto, o escritório americano pode entrar no Brasil desde que o escritório brasileiro possa entrar nos Estados Unidos. É uma via de duas mãos.

Aliás, o primeiro advogado estrangeiro que recebeu licença de consultor e o primeiro escritório de advocacia estrangeiro que foi autorizado a funcionar no Brasil foram dadas por mim, quando eu presidia a OAB. Sou absolutamente favorável à competição, porque aprimora a qualidade do escritório brasileiro na prestação do mesmo serviço. E é muito mais difícil prestar um serviço fora do seu próprio país. Quem vem de fora tem

que ser muito bom para superar os daqui. Isso obriga quem é daqui a estudar, a se aperfeiçoar para ser melhor do que aquele que está entrando.

> Poderia citar algo que considera como grande obstáculo para o exercício da profissão nos dias de hoje?A capacidade do advogado está em exatamente superar obstáculos, como questões polêmicas, difíceis, de repercussão nacional, até mesmo internacional. A capacidade do advogado está em superar isso. Nada deve atrapalhar a prestação de seu serviço, desde que haja ética.

Os grandes movimentos de redemocratização deste país, os

movimentos sociais de democracia foram comandados por advogados.”

Page 8: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

Desde agosto de 2013, com a chegada da Lei Anticorrupção brasileira, as empresas vêm discutindo quais obrigações foram geradas com a sua criação.

A Lei, que visa o combate à corrupção, tenta evitar que novas práticas ilícitas aconteçam, fazendo com que as empresas detectem eventuais problemas existentes e punindo duramente os atos já consumados. É a tríade “prevenir, detectar e responder”, tão cara aos profissionais de compliance.

A pergunta que permanece é: quais são as novas exigências da Lei? De fato, não foi criada pela Administração Pública nenhuma obrigação adicional às já existentes. Não há previsão legal que determine que as empresas tenham um programa de compliance efetivo ou uma área própria, com profissionais 100% dedicados a esta nova função.

Contudo, a Lei inova ao trazer benefícios às empresas que focarem seus esforços em “prevenir, detectar e responder” os atos ilícitos ali descritos. Isso fica claro em seu texto, ao dizer que serão relevantes para a aplicação das sanções “a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica”, bem como o nível de cooperação da empresa na apuração das infrações. Além disso,

as companhias que buscarem a autodenúncia também podem ser beneficiadas, com redução sensível das penalidades.

Entretanto, as empresas só terão acesso a tais benefícios quando, na apuração dos eventuais atos ilícitos, já tenham um programa de compliance implantado, o qual demonstre, documentalmente, o que foi feito para prevenir a conduta ilícita, o procedimento que levou à detecção ou como ocorreu a remediação. Ou seja, a pessoa jurídica demonstrará que possui programas de integridade, efetua auditoria periódica e, quando teve ciência da existência de um problema, fez de tudo para remediá-lo, o que poderia levar até mesmo ao reporte voluntário às autoridades. Caso uma companhia seja investigada/condenada com base nesta Lei e não possua um programa de compliance, sua penalidade final provavelmente não será reduzida, com a possibilidade de atingir o patamar máximo legal.

Mas não é só: muitas companhias brasileiras sujeitas a essa norma são alvo de diversos tipos de investimento gerindo, inclusive, valores de outras pessoas jurídicas, como ocorre com fundos de pensão, private equity, entre outras modalidades. Nestes casos, é natural que o “investidor”, por assim dizer, queira entender o que a companhia que gerencia seu capital já fez para atender à nova legislação. Certamente, as empresas alvo de investimentos que souberem demonstrar, com

Giovanni Falcetta é sócio responsável pela área de Compliance no AIDAR SBZ, coordenador da Comissão Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial - IBRADEMP e participou ativamente da tramitação da Lei 12.846/2013.

texto Giovanni Falcetta • imageM Shutterstock • FOTOGRAFIA Vitor Lopes

Caso uma companhia seja investigada/condenada com base nesta Lei e não possua um programa de compliance, sua penalidade final provavelmente não será reduzida, com a possibilidade de atingir o patamar máximo legal.

coMPLiance

segurança, quais procedimentos foram adotados – ou, como apontado acima, que já existiam, na medida em que não precisam ser novos – para atender os requerimentos legais, terão uma verdadeira vantagem competitiva frente àqueles que se utilizam de respostas evasivas e simplesmente não buscaram se preparar ao longo dos últimos seis meses para responder aos novos desafios.

Atos ilícitos podem acontecer em empresas preparadas ou não. Porém, a legislação prevê tratamento diverso e menos severo para aquelas que estabeleceram um efetivo programa de compliance. Mais do que a nova legislação em si, o importante aqui é a lei do mercado. As empresas mais preparadas, que conseguem enxergar os novos desafios como oportunidades, nadarão

sozinhas e tranquilas em seus segmentos, atraindo investimentos e novos parceiros. Aquelas que não o fizerem, além de perder posições no mercado, estarão sujeitas às punições mais severas descritas na lei, a qual entrou em vigor no final de janeiro e pode causar não apenas uma “dor de cabeça”, mas até mesmo levar ao fim da corporação.

14 15revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

as exiGências da Lei aNtiCORRupÇÃO

Page 9: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

MuLtidisciPLinar

16 17revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Em um dos casos mais técnicos e trabalhosos que já tivemos no escritório envolvendo as equipes de direito desportivo e do contencioso cível, algumas ações do Campeonato Brasileiro de Futebol 2013 tem demonstrado nossa grande capacidade de trabalho multidisciplinar e em equipe, com respostas imediatas e vitórias convincentes, de um grupo de especialistas de várias áreas nos escritórios de São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

Foi mais de uma centena de ações simultâneas, onde a CBF foi atacada judicialmente por torcedores, associações de consumidores e pelo Ministério Público, em nove Estados brasileiros, mas os resultados que alcançamos foram totalmente positivos.

A base de todos os processos se resume à tentativa da reversão de julgamentos na Justiça Desportiva que culminaram na definição dos participantes e na elaboração das tabelas dos campeonatos brasileiros das séries A e B de 2014. As ações se baseiam em uma falsa premissa de que o Estatuto do Torcedor teria revogado o Código Brasileiro de Justiça Desportiva em questões envolvendo publicação, intimação e publicidade das decisões.

ONDE TUDO COMEÇOU

Vale lembrar que estes casos já se arrastam desde dezembro de 2013 com a denúncia de Portuguesa e Flamengo por uso irregular de atletas na última rodada do Brasileirão. A Comissão Disciplinar do STJD do Futebol julgou e condenou por unanimidade ambos os clubes com a perda de quatro pontos. Ainda brigando na esfera esportiva, Portuguesa e Flamengo recorreram da decisão e apostaram em um novo julgamento no Pleno do Tribunal Desportivo. Entretanto, as duas equipes, mais uma vez, foram derrotadas por unanimidade. Em janeiro de 2014, torcedores inconformados com a decisão da Justiça Desportiva iniciam uma enxurrada de ações na Justiça Comum, sempre apelando a uma mesma tese. Porém, aos poucos, conseguimos derrubar as liminares, uma a uma, provando a ilegitimidade dos torcedores para

texto Gustavo Delbin • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes

Os resultados positivos obtidos, diante da enxurrada de ações contra a CBF, só foram possíveis graças à atuação multidisciplinar do AIDAR SBZ.

aGiLidade coMProvada no

uNiveRsO despORtivO

defenderem direitos de terceiro, bem como com a análise de mérito em algumas decisões. Depois disso, em fevereiro de 2014, foi a vez do Ministério Público de São Paulo entrar com Ação Civil Pública. Entretanto, não conseguiu liminar em primeira instância e seu recurso também foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Posteriormente, desta vez como autora, a CBF obteve decisão favorável expedida pela 2ª Vara Cível do Rio de Janeiro, para manter as tabelas das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2014 já homologadas, de acordo com o Estatuto do Torcedor. Sendo assim, os resultados tidos até o momento determinam o cumprimento fiel e o respeito aos clubes filiados e aos torcedores.

Em Brasília, no STJ, diversas decisões nos Conflitos de Competência, em Agravo Regimental e em Reclamação, fixaram a competência do juízo da Barra da Tijuca/RJ para o julgamento das ações relacionadas.

Elas estenderam inclusive seus efeitos para o julgamento de todas as ações referentes ao

Campeonato Brasileiro de Futebol, ao fixar a competência da Barra da Tijuca para processos em curso e, de forma inédita, para os que ainda possam vir a ser ajuizados.

Nossa equipe tem duas certezas nesta importante disputa em prol do Direito e da Justiça Desportiva Brasileira: a primeira é que teremos ainda muito trabalho pela frente e as diversas ações concatenadas e estrategicamente definidas representam um diferencial que permitiu o resultado expressivo obtido até o momento e, a segunda, que estamos lutando pelo cumprimento das nossas leis e pela defesa de um sistema desportivo íntegro, seguro e respeitado.

Nossa defesa sempre foi segura em afirmar que nenhuma irregularidade processual ocorreu na Justiça Desportiva, que deve ser preservada por sua absoluta – e constitucional – competência material para questões disciplinares e de competição.

Gustavo Delbin é responsável pela equipe de Direito Desportivo no AIDAR SBZ e presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo - IBDD.

Page 10: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

18 19revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

soMos iNOvadORes,

soMos aidaR sBZ

texto Guilherme Amaral • imageM Shutterstock • FOTOGRAFIA Vitor Lopes

E por que trabalhar em um clima de tensão e cobrança excessiva é necessário? Desde o início, acreditamos que o ambiente de trabalho faria toda a diferença na produtividade

do AIDAR SBZ, e hoje é exatamente esse um dos principais fatores que motivam as pessoas a se dedicarem cada vez mais.

cuLtura interna

Somos conhecidos no mercado como os “sem gravata”, diferentes e ousados. Essa cultura interna é muito forte e disseminada entre nossos profissionais, e decorre exclusivamente do fato de acreditarmos em um novo modelo de trabalho e de gestão, afastando a formalidade, dando espaço à tecnologia e buscando resultados melhores através de práticas mais eficientes.

Desde a nossa fundação buscamos ser um Escritório que valoriza, antes de tudo, as pessoas. É pensando em cada um dos profissionais envolvidos no cotidiano do AIDAR SBZ que criamos, desenvolvemos, descobrimos e testamos novos modelos, novos sistemas, novos produtos sempre com o objetivo de afastar o ambiente tenso e formal e de permitir o desenvolvimento de um trabalho sério e impecável do ponto de vista técnico, em um ambiente que motive o profissional e que estimule a inovação.

Criamos um modelo de gestão e um plano de carreira totalmente diferentes do que existiam no mercado, pensando nas necessidades particulares de cada um, mas prestigiando o resultado coletivo. Avaliamos competências, conduta, e não apenas o número de horas trabalhadas por cada um.

Por sermos dessa forma, nosso Escritório é o primeiro a testar uma nova ferramenta, que substitui a intranet.

O Conecta Aidar SBZ é uma rede social, customizada para o AIDAR SBZ, e que não só permite a publicação de documentos, como uma intranet comum, mas nos permite estimular a interação dos profissionais.

Cada profissional possui um perfil e pode participar de grupos de seu interesse. Com o compartilhamento de informação e conhecimento de maneira uniforme e integrada a todos, o desenvolvimento técnico de nossos profissionais é acompanhado de um ganho sensível em nossa área de Comunicação Interna, que tem acesso a cada profissional de maneira muito mais eficiente que o bom e velho e-mail enviado a toda a coletividade.

Com a implantação desta ferramenta, somos o primeiro Escritório de Advocacia a ter uma rede social interna. Por isso, repetimos: somos inovadores, somos AIDAR SBZ.

Guilherme Amaral é sócio, diretor do Comitê de Gestão e Pessoas e responsável pela área de Direito Aeronáutico no AIDAR SBZ.

Page 11: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

Caio Taniguchi é sócio e responsável pela área de Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados do AIDAR SBZ.

20 21revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

A concorrência pela mão de obra especializada e qualificada no Brasil cresceu exponencialmente na última década, reflexo da baixa taxa de desemprego e da relativa estabilidade da economia. Consequentemente, as empresas foram pressionadas a aperfeiçoar ou criar instrumentos de remuneração e benefícios capazes de atrair e reter talentos, sem perder de vista o alinhamento de interesses e riscos (expectativas x custos).

Não é por outro motivo que os temas relativos à remuneração e aos benefícios de trabalhadores são objeto de publicações especializadas, geralmente direcionadas aos líderes da área de

tendência

recursos humanos e gestão de pessoas, os quais são os responsáveis pelo desenvolvimento de instrumentos capazes de atrair e reter talentos, com a maior eficiência possível (custos x retorno).

Ciente desta realidade e dedicado a aprimorar os seus serviços, o AIDAR SBZ criou a área de “Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados”, especializada na área previdenciária (com foco na construção e revisão de políticas de contratação, remuneração e benefícios, sob a ótica das contribuições previdenciárias) e integrada por corpo multidisciplinar (todas as demais áreas do Direito), proporcionando uma visão holística do tema.

Nesse contexto e atenta ao alinhamento mundial de práticas e políticas de remuneração e benefícios, a área de “Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados” do AIDAR SBZ proporciona uma visão global das questões jurídicas necessárias à tomada de decisões estratégicas, considerando os seguintes aspectos:

I. Tributos e encargos (contribuições previdenciárias, programa de desoneração da folha de pagamentos, reflexos trabalhistas, FGTS, IRRF, dedutibilidade e questões regulatórias);II. As normas de governança corporativa e compliance; eIII. O e-Social, o qual demandará conexão entre todas as áreas da empresa – RH, gestão de pessoas, folha de pagamento, contratos, jurídico, saúde ocupacional e todas aquelas que estão envolvidas com remuneração e benefícios.

texto Caio TaniguchiFOTOGRAFIAS Vitor Lopes

empeNhO NaestRatÉGia de RemuNeRaÇÃO

MoMento é de

Para atender a expectativa do mercado, o AIDAR SBZ cria a área de Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados, com foco no custeio previdenciário.Com objetivo de criar políticas capazes de atrair e reter talentos com o menor impacto financeiro e legal possíveis.

O nosso trabalho, de forma objetiva, é o de contribuir na construção e na revisão das políticas de contratação, remuneração e benefícios oferecendo segurança jurídica à gestão e tomada de decisões.

Além disso, aliamos o nosso conhecimento técnico à plena atualização jurisprudencial, por intermédio do acompanhamento presencial de todas as sessões de julgamento (relativas à matéria fiscal previdenciária) do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

O nosso trabalho é o de contribuir na construção e na revisão

das políticas de contratação, remuneração e benefícios.”

Page 12: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

22 23revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Morbi ornare ut erat sed tristique. Ut commodo dolor sit amet lacus dapibus tempor. Nunc id vulputate velit.

Built to suit – palavra de origem inglesa cuja tradução literal é “construir para servir” –, é uma modalidade contratual projetada para atender as necessidades das grandes operações empresariais, seja de natureza de serviços, comércio ou indústria. A partir do built to suit, uma empresa interessada em desenvolver uma atividade empresarial “Empresa” contrata com outra empresa, geralmente do ramo imobiliário “Empreendedor Imobiliário”, a aquisição de um terreno específico e a construção de uma unidade empresarial que atenda às exigências da Empresa. Uma vez definidos o terreno e o projeto de desenvolvimento da unidade empresarial, o Empreendedor Imobiliário aluga tal unidade empresarial à Empresa.

O built to suit surgiu no mercado imobiliário norte-americano em virtude do crescimento e fortalecimento da atividade empresarial e em decorrência da obsolescência imobiliária. As companhias, em resposta ao crescimento da demanda, passaram a adquirir novos imóveis para instalação de suas unidades operacionais. Ocorre que a aquisição dos terrenos e a construção das unidades, além de não fazerem parte da atividade fim das empresas, não lhes apresentavam vantagens em termos contábeis e fiscais, uma vez que tal processo envolve apenas imobilização de capitais. Além disso, surgiu o conceito da obsolescência imobiliária diretamente atrelada ao aumento das restrições de caráter ambiental

para efeitos de desenvolvimento das atividades empresariais.

Diante desse cenário e da necessidade de melhoria dos índices de liquidez das empresas, bem como do desenvolvimento de unidades produtivas cada vez mais ambientalmente sustentáveis, o contrato de built to suit surgiu como uma forte alternativa para as empresas manterem o foco e os investimentos em sua atividade fim, sem comprometimento do capital de giro e evitando também a imobilização dos recursos necessários à aquisição do terreno e à construção da unidade.

Os fatores que levaram ao surgimento do built to suit nos Estados Unidos manifestaram-se no Brasil mais acentuadamente a partir da década de 1990, com a abertura da economia e estabilidade monetária. A partir da década de 2000, o mercado financeiro assimilou o built to suit como lastro de produtos financeiros e passou a destinar recursos para os empreendedores imobiliários desenvolverem os projetos de built to suit.

O built to suit é moldado de acordo com as exigências e particularidades da Empresa, caracterizando-se por sua natureza intuitu personae. Tanto é que no built to suit a prestação devida pela Empresa locatária não remunera o

HISTÓRICO

DESENVOLVIMENTO DO BUILT TO SUIT

Empreendedor Imobiliário locador apenas pela cessão de uso e fruição do bem. Remunera-o também pela amortização dos investimentos feitos pelo Empreendedor Imobiliário locador na aquisição do terreno, construção da unidade e amortização dos compromissos financeiros necessários à aquisição e construção. E para que o Empreendedor Imobiliário locador obtenha o retorno dos investimentos realizados, a Empresa locatária obriga-se ao pagamento dos custos desses investimentos ao longo do prazo estabelecido para a vigência da locação, não podendo rescindir o contrato antecipadamente, sob pena de pagamento de indenização correspondente ao valor dos aluguéis vincendos até o término do prazo da locação “Aceleração Aluguéis Vincendos”. Sob o argumento da natureza intuitu personae, justifica-se a Aceleração dos Aluguéis Vincendos em razão das peculiaridades que envolveram a escolha do terreno, a definição do projeto e a execução das obras, intimamente relacionados às demandas da Empresa locatária. Assim, o rompimento unilateral do contrato por esta, basicamente, levaria à perda do investimento feito pelo Empreendedor Imobiliário locador, porque não seria possível alugar ou vender o imóvel após a ocupação da Empresa locatária, dado que as características daquele foram moldadas conforme as necessidades desta última.

Posteriormente, com a mudança do Código Civil brasileiro em 2002, o argumento da natureza intuitu personae perdeu força pelos seguintes dois motivos: (a) a hipótese de não locação ou venda da unidade após rescisão unilateral pela Empresa locatária é muito remota, principalmente se considerarmos as unidades desenvolvidas para fins logísticos – ou seja, é possível alugar a unidade novamente e concluir a recuperação dos investimentos feitos pelo Empreendedor Imobiliário locador –; e (b) o Código Civil de 2002 substituiu o conceito de natureza intuitu personae pelo conceito de natureza relevante do investimento.

Nesse sentido, a justificativa para Aceleração dos Aluguéis Vincendos passou a ter como fundamento

o parágrafo único do artigo 473 do novo Código Civil que determina que a rescisão unilateral só produzirá efeitos depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos implementados pelo Empreendedor Imobiliário locador para a execução do contrato1.

À época da vigência do novo Código Civil houve questionamentos envolvendo a Aceleração dos Aluguéis Vincendos – que não estava legalmente regulamentada até então – tendo em vista que o artigo 2.036 daquele Código determina que as locações de prédios urbanos sejam reguladas pela Lei 8.245/91 “Lei de Locações”.

Assim, na tentativa de sanar tais questionamentos e pacificar o entendimento sobre os contratos de built to suit, em 2012 foi publicada a Lei nº 12.744, que alterou o artigo 4º e introduziu o artigo 54-A na Lei de Locações2, enquadrando o built to suit em uma espécie de contrato de locação não residencial típico de imóvel urbano, em que será possível a Aceleração dos Aluguéis Vincendos desde que presentes as seguintes características:

1Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei

expressa ou implicitamente o permita, opera mediante

denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém,

dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito

investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia

unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo

compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.2Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na

qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou

substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel

então especificado pelo pretendente à locação, a fim de que

seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as

condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as

disposições procedimentais previstas nesta Lei.

§ 1º Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão

do valor dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato

de locação.

§ 2º Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício

pelo locatário, compromete-se este a cumprir a multa

convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores

dos aluguéis a receber até o termo final da locação.

texto Marcelo Valença • FOTOGRAFIAS Alfredo Zucca

iMobiLiário NOvO BuiLt tO suit

Page 13: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

24 25revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

O BUILT TO SUIT E O CPC 06

Há uma tendência manifestada pelas empresas de auditoria no sentido de equiparar o built to suit ao arrendamento mercantil sob o argumento de que, quando o valor do contrato built to suit supera o valor do imóvel objeto deste, aplicar-se-iam as regras contábeis do arredamento mercantil.

Primeiramente, cumpre definir que built to suit é uma espécie contratual na qual as partes avençam que o Empreendedor Imobiliário locador adquirirá um terreno específico para nele desenvolver uma unidade em conformidade com as necessidades da Empresa locatária, locando tal unidade a esta última por um prazo determinado. Assim, o Empreendedor Imobiliário locador permanecerá com a propriedade da unidade, mesmo ao término do prazo contratual, sendo que a Empresa locatária não contabilizará o bem em seu ativo, o que lhe proporcionará maior liquidez e o não comprometimento de capital de giro. Já o arrendamento mercantil “é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de usar um ativo por um período de tempo acordado3”.

Historicamente, antes do surgimento de normas internacionais estabelecendo o tratamento contábil das operações de arrendamento mercantil, existia uma divergência que dizia respeito a qual das partes contratantes (arrendador ou arrendatário) seria imputada a responsabilidade por imobilizar o ativo objeto da operação. Nos Estados Unidos, por exemplo, era comum que a imobilização do bem fosse feito pela empresa arrendatária, que o utilizaria conforme as suas necessidades e, ao final do prazo estipulado, lhe seria transferida

a propriedade desse bem. Em outros países, a prática era que o bem poderia ser imobilizado pela arrendadora como ativo imobiliário e pela arrendatária como ativo intangível.

A imobilização do imóvel pela arrendatária implica em reconhecer que a amortização mensal do arrendamento mercantil é uma despesa financeira da arrendatária e em contrapartida uma receita financeira da arrendadora.

Assim, visando o esclarecimento da divergência envolvendo as operações de arrendamento mercantil, a Junta de Normas Internacionais de Contabilidade - IASB, responsável pela padronização e harmonização das normas contábeis, editou uma norma específica para o regramento contábil das operações de arrendamento mercantil, o IAS 17 - LEASES. No Brasil, devido à necessidade de convergência ao padrão das normas internacionais para resolução de conflitos internos ocasionados pela elaboração de diferentes normas contábeis, foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis “CPC”, que elaborou o Pronunciamento Técnico CPC 06 “CPC 06”, o qual reflete todo o tratamento contábil estabelecido pelo IAS 17.

O CPC 06, de acordo com o IAS 17, classifica o arrendamento mercantil em duas modalidades distintas, conforme a essência da operação. São elas: (a) arrendamento mercantil operacional, na qual os riscos e benefícios inerentes à propriedade remanescem com o arrendador; e (b) arrendamento mercantil financeiro, na qual todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade são substancialmente transferidos para o arrendatário.

Em outras palavras, a operação de arrendamento financeiro será reconhecida no balanço da empresa arrendatária, uma vez que a propriedade do ativo será transferida para ela ao término do prazo contratual. Desta forma, o arrendamento financeiro pode ser assimilado a uma espécie de financiamento.

Já na modalidade operacional, assimilada a um aluguel, a arrendadora transfere à arrendatária

apenas o direito de uso do bem arrendado por um período de tempo determinado contratualmente, sendo que o ativo permanecerá contabilizado na empresa arrendadora, cabendo à empresa arrendatária apenas a contabilização como despesa operacional dos pagamentos feitos pela utilização do bem arrendado. Por tais motivos, o arrendamento mercantil operacional é muitas vezes equiparado ao built to suit.

Entretanto, considerando a essência do built to suit e do arrendamento mercantil, bem como o tratamento contábil estabelecido para as operações de arrendamento mercantil no CPC 06, a conclusão a que se chega é que estamos diante de institutos distintos. Corroborando tal argumento, tem-se que:

(a) No built to suit inexiste instituição financeira para concretização da operação, ao contrário do que ocorre no arrendamento mercantil, em que o arrendador deve necessariamente ser uma instituição financeira, com autorização para operar na carteira de leasing, ou sociedade de arrendamento mercantil;

(b) Cada instituto possui um regramento próprio: o built to suit está regulamentado na Lei 8.245/91, com a alteração trazida pela Lei 12.744/2012, enquanto que o arrendamento mercantil fundamenta-se na Lei 6.099/74 e no CPC 06;

(c) No built to suit o Empreendedor Imobiliário locador permanecerá com a propriedade do bem, mesmo após o término do prazo contratual, o que não ocorre no arrendamento mercantil, em que ao final do prazo contratual o arrendador transferirá a propriedade do ativo para o arrendatário.

Não obstante, no built to suit a Empresa locatária paga aluguel ao Empreendedor Imobiliário locador como simples despesa operacional sem necessidade de ativação da unidade em seu balanço. Interpretação diversa, no sentido de equiparar o built to suit ao arrendamento mercantil, levaria a uma situação no mínimo inusitada, ou seja, a Empresa locatária deveria

contingenciar o valor integral do built to suit como dívida, comprometendo assim o seu balanço e, por conseguinte, pelo princípio das duplas partidas deveria ativar o imóvel. No que se refere à contraprestação paga ao Empreendedor Imobiliário locador, isso seria uma despesa financeira e não operacional.

Por outro lado, sob a ótica do Empreendedor Imobiliário locador, ele também imobilizaria o imóvel, apropriaria a depreciação sobre este e contabilizaria os aluguéis recebidos como receita imobiliária, uma vez que o imóvel é seu e que na qualidade de locador ele tem controle sobre o imóvel4.

Subsidiariamente, caso ainda se entenda que os institutos do built to suit e do arrendamento mercantil se aproximam, a equiparação seria possível apenas com a modalidade de arrendamento mercantil operacional, tendo em vista que essa operação não transfere todos os riscos e benefícios da operação para a arrendatária. Ainda assim, prevalece o entendimento de que se tratam de institutos distintos, bem como que o CPC 06 não se aplica às operações de built to suit, pelos motivos já expostos.

3Conforme definição disposta no Pronunciamento Técnico

CPC 06. 4Quem contrata a aquisição do terreno, a construção da

unidade, quem é responsável pelas obras estruturais, quem

é responsável pela manutenção do locatário no uso manso

e pacífico do imóvel, quem autoriza as reformas e quem é o

titular do seguro sobre o imóvel é o locador.

Resolvida a questão da não aplicação do CPC 06 aos contratos de built to suit resta a dúvida no sentido de que a aceleração dos aluguéis futuros é uma obrigação da Empresa locatária que deveria ser contabilizada em seu balanço como obrigação

Há uma tendência manifestada pelas empresas de auditoria no

sentido de equiparar o built to suit ao arrendamento mercantil.”

(a) prévia aquisição, construção ou substancial reforma, pelo locador ou por terceiros, de imóvel urbano especificado pelo pretendente à locação; (b) locação por prazo determinado; (c) ocorrência de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário; e (d) estipulação de multa que não excederá a soma dos aluguéis a receber até o termo final da locação.

Page 14: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

26 27revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

OS MECANISMOS MITIGADORES DA ACELERAÇÃO DOS ALUGUÉIS VINCENDOS

Pagamentos dos Aluguéis Vincendos no Fluxo Original

Quando o built to suit, na década de 1990, foi importado para o Brasil, absorveu-se o conceito de que, no caso de rescisão antecipada do built to suit pela Empresa locatária, esta estaria obrigada a pagar de uma só vez, cuja amortização vem sendo feita pela Empresa locatária na periodicidade ajustada, os aluguéis vincendos até o término do prazo da locação “Aceleração Aluguéis Vincendos”, conceito este que vem sendo definido como tal ao longo deste artigo. Ora, se a Empresa locatária se obrigou originalmente a pagar o aluguel no fluxo estabelecido no contrato, seja ele mensal, semestral, anual etc., por que estaria obrigada a indenizar o Empreendedor Imobiliário locador por este fluxo acelerado em caso de resilição unilateral? Se for indenização, esta terá que cobrir o prejuízo. Se o prejuízo é a perda do investimento contratualmente, por que não manter a indenização desta mesma forma?

Possibilidade de Sublocação do Imóvel e Cessão da Locação pelo Locatário

Outro mecanismo mitigador são as possibilidades de a Empresa locatária valer-se dos mercados secundários de locação (sublocação) e primário de locação (cessão do contrato). Nos contratos de locação modelo built to suit é comum, quase que padrão, a vedação à sublocação do imóvel e/ou cessão do contrato a terceiros5. Ora, cobrar da Empresa locatária pelo fluxo original do contrato (independentemente de Aceleração de Aluguéis Vincendos ou pagamento no fluxo do contrato) sem que ela possa usufruir do imóvel poderia ser considerada uma obrigação excessivamente onerosa, uma vez que o Empreendedor Imobiliário locador estaria recebendo da Empresa locatária a contraprestação pelo uso do imóvel e retorno do investimento enquanto teria a disponibilidade de alugar novamente o imóvel e receber, SIMULTANEAMENTE, além do fluxo original do contrato da antiga Empresa locatária, o aluguel da nova empresa locatária.

Considerando que nos contratos de locação da modalidade built to suit prevalecem as condições livremente pactuadas entre as partes, conforme dispõe o artigo 54-A, caput, da Lei de Locações,

poder-se-ia estipular que a Empresa locatária poderia (a) sublocar o imóvel a terceiros e com os aluguéis recebidos em virtude da sublocação amortizar, total ou parcialmente, o fluxo dos aluguéis vincendos; ou (b) ceder o contrato de locação built to suit a terceiro que promovesse a assunção total ou parcial de dívida da Empresa locatária original para com o Empreendedor Imobiliário locador. Seja em quaisquer das hipóteses ora mencionadas, a Empresa locatária original seria desonerada do pagamento dos aluguéis vincendos.

Atuação Concreta do Locador na Nova Locação do Imóvel

Outro mecanismo mitigador muito importante a ser considerado, que está praticamente no DNA das relações locatícias americanas, é o fato de que os aluguéis que o Empreendedor Imobiliário locador receber com a comercialização do imóvel “Novos Aluguéis” após a saída de um determinado locatário serão creditados contra a indenização devida pela antiga Empresa locatária. Nesse sentido, destacamos a seguir a compilação das Leis do Estado da Flórida do ano de 2013, que em seu capítulo 83.595 determina o seguinte:

“83.595 Choice of remedies upon breach or early termination by tenant.—If the tenant breaches the rental agreement for the dwelling unit and the landlord has obtained a writ of possession, or the tenant has surrendered possession of the dwelling unit to the landlord, or the tenant has abandoned the dwelling unit, the landlord may: (1) Treat the rental agreement as terminated and retake possession for his or her own account, thereby terminating any further liability of the tenant;(2) Retake possession of the dwelling unit for the account of the tenant, holding the tenant liable for the difference between the rent stipulated to be paid under the rental agreement and what the landlord is able to recover from a reletting. If the landlord retakes possession, the landlord has a duty to exercise good faith in attempting to relet the premises, and any rent received by the landlord as a result of the reletting must be deducted from the balance of rent due from

5Lei 8.245/91 - Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e

o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do

consentimento prévio e escrito do locador.

§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do

locador em manifestar formalmente a sua oposição.

§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de

ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá

o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua

oposição.6“83.595 Mecanismos mitigadores em casos de rescisão

antecipada do contrato de locação pelo locatário:

Se o locatário rescindir o contrato de locação e o proprietário

obtiver a posse do imóvel, ou se o locatário restituir a posse do

imóvel ao proprietário, ou se o locatário abandonar o imóvel, o

proprietário/locador deverá:

(1) Considerar o contrato de locação como encerrado e

retomar a posse do imóvel por sua própria conta, extinguindo,

assim, qualquer outra responsabilidade do locatário;

(2) Retomar a posse do imóvel para a conta do locatário,

mantendo o locatário responsável pela diferença entre o

aluguel estipulado a ser pago nos termos do contrato de locação

e aquilo que o proprietário/locador é capaz de reaver com a

relocação do imóvel. Se o proprietário/locador retomar a posse

do imóvel, ele terá o dever de exercer a boa-fé na tentativa de

relocação da propriedade, sendo que qualquer aluguel recebido

pelo proprietário/locador em decorrência da relocação deverá

ser deduzido do saldo do aluguel devido pelo locatário. Para os

fins desta subseção, o termo “boa-fé na tentativa de sublocação

das unidades” significa que o proprietário/locador emprega

pelo menos os mesmos esforços para relocar a propriedade tal

como ela foi utilizada durante a locação inicial ou pelo menos

os mesmos esforços que o proprietário/locador emprega em

uma tentativa de alugar outras propriedades similares, mas

que não exija que o proprietário/locador dê preferência em

alugar as propriedades sobre outras propriedades vagas que o

proprietário/locador possua ou que tenha a responsabilidade

de alugar.”

Se o prejuízo é a perda do investimento

contratualmente, por que não manter a indenização

desta mesma forma?”

the tenant. For purposes of this subsection, the term “good faith in attempting to relet the premises” means that the landlord uses at least the same efforts to relet the premises as were used in the initial rental or at least the same efforts as the landlord uses in attempting to rent other similar rental units but does not require the landlord to give a preference in renting the premises over other vacant dwelling units that the landlord owns or has the responsibility to rent.”6

líquida e certa, contribuindo desta forma para o aumento de seu endividamento e para a caracterização do built to suit como operação in balance para a Empresa locatária.

Page 15: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

Marcelo Valença é sócio e responsável pelas áreas de Operações Imobiliárias, Societário e Operações Estruturadas no AIDAR SBZ.

28 29revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

A ACELERAÇÃO DOS ALUGUÉIS VINCENDOS NÃO É UMA DÍVIDA LÍQUIDA E CERTA DA EMPRESA LOCATÁRIA

BUILT TO SUIT E A SECURITIZAÇÃO DE RECEBÍVEIS IMOBILIÁRIOS

Retomando a questão do CPC 06, discorremos anteriormente que não se aplicam as disposições do arrendamento mercantil à locação built to suit no que se refere à contabilização do contrato pelo seu valor integral como passivo da Empresa locatária. Primeiro, devemos considerar que, do ponto de vista legal, arrendamento mercantil e locação built to suit são contratos distintos, típicos e com regramentos objetivos e materiais específicos. Segundo, ainda que em um exercício de elucubração consideremos a locação built to suit como arrendamento mercantil, estaria muito mais para arrendamento mercantil operacional do que para arrendamento mercantil financeiro, tendo em vista que o controle sobre a Unidade objeto da locação built to suit é do Empreendedor locador e não da Empresa locatária.

Restou a dúvida sobre a necessidade da contabilização da Aceleração dos Aluguéis Vincendos como dívida líquida e certa da Empresa locatária, o que, caso acontecesse, oneraria o seu balanço.

A partir da década de 2000, o mercado financeiro assimilou o built to suit como lastro de produtos financeiros e passou a destinar recursos para os empreendedores imobiliários desenvolverem os projetos de built to suit.

O built to suit serve de lastro, em sentido amplo, para várias operações do mercado financeiro. Entre elas podemos destacar as emissões de Certificados de Recebíveis Imobiliários “CRIs”.

No caso dos CRIs, o Empreendedor Imobiliário locador transforma o built to suit em uma Cédula de Crédito Imobiliário “CCI”, que é cedida a uma companhia securitizadora “Cia. Sec.”, que, por sua vez, emite CRIs lastreados nos aluguéis do built to suit. Com os recursos captados na emissão pela Cia. Sec., ela paga o Empreendedor Imobiliário pelos aluguéis cedidos e, com estes recursos, o Empreendedor Imobiliário viabiliza a aquisição do terreno e a construção da unidade. A operação seria relativamente simples e linear se não fossem as garantias exigidas pelos investidores que subscrevem os CRIs. Entre essas garantias podemos citar: (a) a coobrigação do Empreendedor Imobiliário em relação aos aluguéis devidos pela Empresa locatária; (b) a contragarantia à coobrigação consistente na alienação fiduciária do imóvel objeto do built to suit; (c) capacidade creditícia (investment grade) da Empresa devedora dos aluguéis; (d) garantias de que a construção da

O fato é que na essência da locação built to suit não existe a Aceleração dos Aluguéis Vincendos. O que existe é: pagamento da indenização por rescisão antecipada da locação pela Empresa locatária no mesmo fluxo dos aluguéis originalmente pactuados; a negativa expressa de devolução antecipada do imóvel pela Empresa locatária, devendo esta atuar nos mercados secundário e primário de locação no sentido de recuperar no mercado o valor a ser pago ao Empreendedor Imobiliário locador a título de rescisão antecipada; e, finalmente, o padrão de good faith in attempting to relet the premises que o Empreendedor Imobiliário locador deve seguir no sentido de creditar a favor da antiga Empresa locatária os Novos Aluguéis.

Assim sendo, é nossa opinião de que a locação modelo built to suit continua sendo uma operação 100% off balance para a Empresa locatária, não se aplicando o CPC 06 a este tipo de operação e a indenização por rescisão antecipada é uma obrigação da Empresa locatária que, em última instância, será devida no fluxo original dos aluguéis e cessará quando da nova comercialização do imóvel.

unidade será realizada de forma a gerar o aluguel; (e) cessão das garantias eventualmente fornecidas pela Empresa devedora dos aluguéis.

No contexto dessas garantias, os contratos de locação modelo built to suit acabam por conter disposições que são diametralmente opostas aos mecanismos mitigadores da Aceleração dos Aluguéis Vincendos. Ou seja, a regra é que em caso de rescisão antecipada da locação prevalecerá a Aceleração dos Aluguéis Vincendos; não há possibilidade de sublocação da unidade ou cessão do contrato; e a liquidação da emissão de CRIs em cenário de stress mediante execução da alienação fiduciária com a venda forçada do imóvel. O novo built to suit, não sujeito ao CPC 06 e ao endividamento por parte da Empresa locatária, não se enquadra mais aos padrões atualmente adotados pelos investidores adquirentes de CRIs.

A conclusão geral é que ou morre o built to suit sufocado pela necessidade contábil de classificá-lo como endividamento da Empresa locatária (neste caso, as empresas locatárias podem se valer de recursos de investimento direto dos sócios ou alavancagem a taxas muito menores do que a taxa interna de retorno do built to suit) ou o mercado financeiro interessado em títulos lastreados em built to suit vai ter que se adequar ao novo padrão. A partir da década de 2000,

o mercado financeiro assimilou o built to suit como lastro de

produtos financeiros.”

Page 16: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

Bruno Maglione é advogado da área de Operações Imobiliárias Contencioso no AIDAR SBZ.

30 31revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Desde o advento do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8078/90), criou-se a expectativa de que os consumidores teriam à disposição um instrumento suficientemente eficaz para impedir que continuassem sofrendo com os entraves existentes nas relações de consumo, haja vista a inexistência de uma norma reguladora.

A ideia do legislador, portanto, corria no sentido de permitir por intermédio da nova legislação a existência de uma relação com maior equidade entre as partes, minimizando os impactos da vulnerabilidade intrínseca de cada consumidor.

O que não se esperava era que, mesmo quase 24 anos após a sua promulgação, a lei específica também fosse a responsável por inúmeras controvérsias e conflitos no Judiciário brasileiro. Dentro de uma

e o códiGo de defesa do consuMidorOs CONtRatOs imOBiLiáRiOs

análise contextual e evolutiva da norma no espaço e no tempo, não há como dissociar a existência desse novo conflito da decorrência direta de uma interpretação extremamente restritiva e casuística imposta na aplicação da legislação.

A própria nomenclatura da Lei já contraria as premissas basilares da Constituição Federal e induz os magistrados a superprotegerem os consumidores, uma vez que deveria ser chamado de Código de Proteção das Relações de Consumo e não de Código de Defesa do Consumidor.

E foi assim que o jurisdicionado, impulsionado por interpretações protecionistas, afastadas do princípio normativo e regulatório que norteia e justifica a existência das leis, encontrou no novo código a válvula para desabrochar uma demanda reprimida. O consumidor, reprimido há tempos,

viu-se diante de uma oportunidade ímpar para tutelar seus direitos como consumidor, ainda que baseado em fatos e provas desarrazoadas.

Como consequência indelével, tem-se o fato de que a lei protetiva das relações de consumo, ao deixar de ter papel predominantemente regulatório e passar a ser vista e utilizada unicamente como norma protetiva, perpetuou um estado de conflito permanente, absolutamente indesejável e inserto num círculo vicioso temerário e improdutivo.

Com o aquecimento exponencial do mercado imobiliário e o aumento do crédito disponível aos consumidores nos últimos cinco anos, o Judiciário foi atingido por uma enxurrada de novas discussões contratuais envolvendo temas como correção monetária, tolerância de 180 dias, comissão de corretagem e existência ou não de danos materiais e morais causados por eventual descumprimento de cláusulas contratuais.

Os temas inseridos nos contratos imobiliários são tão complexos quanto à própria construção civil em si e, consequentemente, fazem jus a uma atenção especial, razão pela qual o Poder Judiciário, pautado pela Constituição Federal, Código Civil, Código de Defesa do Consumidor e demais leis vigentes, desempenha papel importantíssimo para manter equilibrada a relação entre as partes nestes contratos de adesão.

O problema se agrava, contudo, quando a lei passa a ser aplicada indiscriminadamente, criando-se uma proteção desarrazoada ao consumidor que, embora possa ser vulnerável, assume diversas obrigações que precisam ser cumpridas para a manutenção do equilíbrio contratual.

Ora, até que ponto o Judiciário pode, visando proteger os consumidores, simplesmente desconsiderar as cláusulas contratuais e ignorar o direito dos fornecedores, sobrepondo e ignorando princípios constitucionais insculpidos em cláusulas pétreas?

Além disso, é importante ressaltar que a autonomia da vontade e a obrigatoriedade dos contratos

(pacta sunt servanda) são princípios basilares do Direito Contratual e não podem ser banidos ou ignorados pelo Judiciário.

Note-se que a existência do princípio da função social do contrato foi uma das mais importantes inovações, no âmbito contratual, trazidas pelo Código Civil de 2002, sendo que este princípio foi concebido nos anseios da nova realidade social, exatamente para resguardar os interesses coletivos em detrimento da vontade individual, relativizando a autonomia das partes e a obrigatoriedade dos contratos.

O conteúdo de todos os contratos, portanto, incluindo-se nessa seara os contratos imobiliários, jamais poderão atender apenas aos interesses dos particulares, devendo estar sempre em harmonia com os interesses sociais e a garantia dos direitos fundamentais estampados na Constituição Federal.

De qualquer maneira, embora haja de fato uma relativização da autonomia da vontade e do pacta sunt servanda, tal relativização jamais pode resultar na criação de um consumidor detentor de “superpoderes jurídicos”, capaz de passar por cima dos próprios contratos ou de normas legais vigentes como se lícito fosse.

O Judiciário, portanto, reafirma seu papel fundamental de manutenção da segurança jurídica e deve analisar os contratos imobiliários com muito cuidado zelando pelo equilíbrio da relação como um todo, de modo a proteger não apenas os consumidores vulneráveis de eventuais abusos, mas também garantindo o direito dos fornecedores, construtoras e incorporadores, resguardando as normas contratuais, a aplicação da legislação civil e da Constituição Federal.

texto Bruno Maglione • imageM Shutterstock • FOTOGRAFIA Vitor Lopes

No atual cenário de aquecimento do mercado imobiliário e do aumento do crédito aos consumidores, há uma enxurrada de novas discussões contratuais levadas ao Judiciário.

coLunaPoLêMica

Page 17: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

32 33revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

saBeR sBZ investiMento NOs pROfissiONais

Em encontros quinzenais, o SABER SBZ reforça e compartilha o conhecimento, destacando temas jurídicos ou de interesse comum ao escritório, com a proposta de aumentar a proximidade entre as diferentes áreas de atuação e de capacitar nossos profissionais para executar serviços jurídicos multidisciplinares.

Também desenvolvemos módulos de especia-lização específicos, direcionados a incrementar o conhecimento técnico e possibilitar aos nossos profissionais uma atuação com inte-ligência estratégica, focada na busca por

soluções integradas que resolvam, de modo efetivo, os problemas apresentados por nossos clientes.

O investimento na formação, no desenvolvimento constante dos profissionais e na inter-relação entre toda a equipe do AIDAR SBZ é matéria no SABER SBZ.

eM foco

No AIDAR SBZ temos a convicção de que o maior capital do escritório são os seus profissionais. Eles são o nosso bem mais precioso. Essa cultura se reflete em um dos principais programas que desenvolvemos: o SABER SBZ.

É inegável que a tecnologia facilitou o acesso aos Tribunais Superiores, Ministérios e Autarquias. A tramitação eletrônica de processos revolucionou o comportamento dos escritórios e, consequentemente, alterou a rotina e a estrutura de trabalho dos profissionais. Porém, ao mesmo tempo em que prestigiou o acesso e sustentabilidade na tramitação de processos, a era virtual também deixou mais clara a importância da pessoalidade nas relações.

Mais do que um ponto de apoio logístico aos nossos clientes nos principais órgãos de Administração Pública Federal, a atuação da unidade de Brasília tem como foco preservar a pessoalidade no patrocínio de interesses de nossos clientes, respeitando os padrões éticos nas relações com o Poder Público.

Ao mesmo tempo em que a presença na Capital Federal nos aproxima das decisões que possam refletir nos negócios de clientes, também permite que o mercado local conheça e usufrua de nosso conceito de serviço jurídico multidisciplinar.

texto Leonardo Bezerra é advogado responsável pelo escritório AIDAR SBZ em BrasíliaimageM Banco AIDAR SBZ

CONeCtadO aOs tRiBuNais

eM foco

Page 18: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

34 35revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

iNOvaÇÃO COmO pRemissa

Sempre buscamos a proximidade de nossos clientes, oferecendo ao mercado uma nova forma de advogar. Uma forma direta e descomplicada. Retiramos a burocracia que nos separava de nossos parceiros e colaboradores. Nosso espaço físico foi planejado para ter fácil acesso aos líderes e gestores. Agora, nosso novo site é muito mais que um cartão de visita para o mercado. É uma ferramenta totalmente inovadora de comunicação, dinâmica, ágil e moderna. Não temos os grandes textos corridos que são utilizados em diversos sites que conhecemos; não vamos falar mais do mesmo.

Nosso portal é uma plataforma de informações relevantes. Nossa proposta é destacar os profissionais que fazem parte do escritório e as inovações que acontecem em suas áreas e mercado com informações constantemente atualizadas.

Neste nosso novo ambiente virtual destacamos novas áreas, atendendo a uma demanda do mercado por serviços multidisciplinares e abrangentes, como Compliance e Remuneração Estratégica de Executivos e Empregados. Em cada área, colocamos em destaque os principais profissionais que são o ponto de contato com o mercado, onde também é possível visualizar os dados de advogados e sócios.

texto João Biazzo é sócio e diretor de Representação

Institucional no AIDAR SBZ

FOTOGRAFIA Vitor Lopes

O portal conta ainda com notícias atualizadas, boletins e alertas escritos de forma simples e acessível, inclusive com atualizações sobre decisões e julgamentos em nossas áreas de atuação. Temos também informações sobre eventos organizados pelo AIDAR SBZ ou por outras instituições.

Mensalmente, serão disponibilizadas em nosso portal informações sobre o SABER SBZ, um evento em que advogados e estagiários têm a oportunidade de aprender mais sobre as áreas e inovações que acontecem no escritório. Através dele, estimulamos a troca de informações e o constante aprendizado entre os profissionais. Esses encontros podem, ocasionalmente, contar com a participação de clientes e parceiros.

O AIDAR SBZ nasceu há apenas três anos e está sempre em busca de formas inovadoras e acessíveis para continuarmos nossa jornada de crescimento junto a nossos colaboradores e clientes. Nosso novo site é mais um passo neste caminho, um portal diferente, simples, inovador. É mais uma ferramenta que fortalece nosso compromisso em prestar um serviço multidisciplinar, ágil e objetivo a nossos clientes, capacitando-os cada vez mais a realizar todo o potencial dos seus negócios. Visite-nos em www.aidarsbz.com

aCONteCe NO aidaR

O escritório realizou, em 7 de novembro, café da manhã para discutir a nova legislação anticorrupção e seus impactos. A norma, sancionada em agosto, responsabiliza as empresas em casos de atos ilícitos praticados contra a administração pública.

O evento contou com a presença de diversos representantes de empresas que buscavam mais informações sobre a nova norma. A condução ficou a cargo de Giovanni Falcetta, responsável pela área de Compliance do AIDAR SBZ e membro da

Comissão Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial - Ibrademp.

Daniel Sibille, Compliance Counsel da Oracle, e Fernando Palma, consultor atuante na área de Compliance, Ética e Integridade Corporativa e professor da FIA, foram os debatedores convidados, que destacaram as condutas adotadas em casos recentes no mercado internacional e ações que podem ser aplicadas às empresas brasileiras.

aidar sbZ reaLiZa café da Manhã Para discutir

os iMPactos da nova Lei anticorruPção

eM foco eM foco

Page 19: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

36 37revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Como é de conhecimento geral, os contribuintes brasileiros estão sujeitos a diversas obrigações tributárias principais e acessórias, além de sofrerem com as constantes mutações legislativas e jurisprudenciais pertinentes à matéria.

Por esse motivo, não raro os profissionais responsáveis por cuidar dos assuntos tributários das sociedades empresárias dispensam tempo considerável para ter uma visão abrangente sobre o cenário e as rotinas fiscais as quais tais sociedades se sujeitam, além de como essas rotinas são diariamente impactadas pelas inovações introduzidas em nosso ordenamento jurídico.

texto Alexandre Gleria

O T.B.R., instrumento desenvolvido pelo AIDAR SBZ, permite ampla visão e a interpretação do contexto fiscal de uma sociedade.

tax BRief ReviewtraZ inovação ao diaGnóstico

Como componente adicional desse quadro, as ferramentas usualmente disponíveis no mercado aptas a permitir uma análise dos procedimentos fiscais de determinada sociedade são limitadas e, por vezes, envolvem processos demasiadamente burocráticos.

Foi neste contexto que a Equipe Tributária do AIDAR SBZ desenvolveu o Tax Brief Review (T.B.R.), instrumento inovador de diagnóstico fiscal que permite aos representantes das sociedades terem uma visão abrangente acerca de eventuais melhorias em seus processos, suas contingências e suas provisões.

ferraMenta

Fonte: AIDAR SBZ

Os principais diferenciais do T.B.R. são a rapidez na conclusão do trabalho, a sua forma de entrega (mediante relatório gráfico e objetivo) e sua abrangência, já que conta com uma análise nas searas tributária, aduaneira, previdenciária e de compliance fiscal. O T.B.R. já pode ser implementado nos mais diversos segmentos da economia, independentemente do porte da sociedade analisada.

Os principais diferenciais do T.B.R. são a rapidez na conclusão

do trabalho, a sua forma de entrega (mediante relatório gráfico

e objetivo) e sua abrangência.”Por fim, com objetivo de ilustrar as características mais relevantes do T.B.R., apresentamos a seguir quadro comparativo – o qual reflete as práticas costumeiras do mercado e não deve ser interpretado de forma absoluta – do T.B.R. com os demais trabalhos usualmente oferecidos pelo mercado na área do Direito Tributário.

Alexandre Gleria é advogado e responsável pelo Tributário Consultivo no AIDAR SBZ.

Consultoria

Limitada deacordo com a

opção do cliente

De acordo com aescolha do cliente

Memorando,Legal Opinione/ou Relatório

Análisedocumental e

entrevistas

Apenas sobdemanda

De acordo com ademanda

Fixos e/ou êxito

Revisão Fiscal

Limitada deacordo com a

opção do cliente

Oportunidades eriscos

Análisedocumental e

entrevistas

Apenas sobdemanda

Fixos e êxito

Relatório

Média/Alta

Auditoria

Limitadaconforme escopopré-determinado

Usualmenteriscos

Relatório

Análisedocumental e

entrevistas

N/A

Média/Alta

Fixos e/ou êxito

Levantamento de Créditos

Oportunidades

PER/DCOMPse/ou Medidas

Judiciais

Usualmente naárea tributária

Análisedocumental

Fixos e êxito

Média/Alta

Não

T.B.R.

Tributária (contenciosa econsultiva), previdenciária,

aduaneira e compliance fiscal

Oportunidades, riscos ereadequações

Report analítico e gráfico

Análise documental deacordo com entrevistas e

Q&A/fluxograma

Sim

Baixa

Fixos

Matéria/Área

Foco

Materialização

Metodologia

Revisão dePráticas deAuditoria

Quantidade deprofissionaisenvolvidos

Honorários

Page 20: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

38 39revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Atualmente, a moderna gestão empresarial focada na sustentabilidade é um dos grandes desafios das empresas. Sabe-se que a ideia de sustentabilidade se desdobra em “socialmente inclusivo, ambientalmente sustentável e econo-micamente sustentado no tempo”.

A partir da criação da área de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável no Escritório, o AIDAR SBZ passou a oferecer um trabalho específico, ao assessorar empresas já instaladas ou novos empreendimentos, tanto no contencioso ambiental, quanto na assessoria ambiental preventiva, com ênfase na mitigação de riscos. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da área Ambiental do Escritório, identificamos a necessidade de trazer para nosso dia a dia os mesmos elementos norteadores de todo nosso

texto Telma Bartholomeu é advogada e responsável pela Área Ambiental no AIDAR SBZ FOTOGRAFIAS Vitor Lopes

O projeto inclui diversas iniciativas que visam plantar a semente da sustentabilidade nos colaboradores e clientes.

aidaR + veRde, a nossa PoLítica aMbientaL

trabalho com os clientes e, desta forma, surgiu a vontade de também atuar internamente com Responsabilidade Socioambiental.

Assim, nasceu a ideia de implementar uma Política Ambiental interna procurando incorporar na cultura do AIDAR SBZ ações que fazem a diferença, impactando nossos colaboradores e clientes no caminho da preservação ambiental. Neste contexto, desenvolvemos o Projeto AIDAR + VERDE, que essencialmente considerou o empreendimento como um todo, para então apresentar e executar uma série de soluções para incluir os valores da sustentabilidade no desenvolvimento do negócio. O projeto apoiou-se em três pilares fundamentais: o Econômico, o Social e o Ambiental.

sustentabiLidade

Desta forma, o objetivo que vem orientando nossas escolhas e práticas – nos quesitos de iluminação, fornecedores, comunicação visual, política interna e externa – tem sido o de tornar o AIDAR SBZ um escritório ambientalmente sustentável, possibilitando um suporte para crescimento em bases sólidas e legalmente compatíveis com a moderna legislação ambiental. A partir do lema AIDAR + VERDE, o Escritório vem se estruturando para prestar serviços que atendam à demanda mercadológica, as quais, ao mesmo tempo, compatibilizem a responsabilidade social e a conservação do meio ambiente.

Assim, sintonizado às tendências do mercado mundial, assegurando credibilidade junto ao segmento e, ainda, agregando valor aos serviços prestados, o AIDAR SBZ adota, no desenvolvimento cotidiano de suas atividades, medidas para minimizar a produção de resíduos, com a separação e reciclagem, além de desenvolver ações para conscientização de seus colaboradores e clientes, de realizar palestras e workshops e vem implantando boas práticas ambientais em todas as suas ações e eventos. Tudo na busca incansável da concretização de sua Respon-sabilidade Socioambiental.

A escolha do nosso símbolo – a árvore – procura transmitir o que pretendemos com o projeto AIDAR + VERDE: que seja forte, crie raízes no decorrer do tempo e dê muitos frutos.

Em 26 de março 2014 ocorreu, na sede São Paulo do AIDAR SBZ, o lançamento oficial do Projeto AIDAR + VERDE com a presença do então Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Dr. Bruno Covas. Na ocasião, o Secretário pôde discorrer sobre os avanços das Políticas Públicas e da Legislação Ambiental no nosso Estado, pioneiro em várias questões ambientais do país.

Nossos advogados estagiários e demais cola-boradores prestigiaram o evento e tiveram a oportunidade de conhecer um pouco do Projeto e demais ações que serão implementadas, fruto do trabalho conjunto da área ambiental e demais Comitês envolvidos. Assim, desde aquele momento o projeto passou a ser de todos nós.

A presença do Secretário muito nos honrou neste evento, e ações como esta representam sempre um divisor de águas pela importância da integração entre Poder Público e iniciativa privada.

LançaMento do

Projeto aidar + verde

coM a ParticiPação de

bruno covas

Page 21: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

40 41revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

COM GARRA,as nossas sereias do futeboL

Na seleção das pessoas para esta entrevista, senti um pouquinho na pele a sensação dos grandes técnicos antes de escalar seus times: muita gente boa querendo participar para poucos lugares, mas se engana quem pensa que neste time existe espaço para disputa por espaço e ego. Sem cerimônia, trocaram o salto pela chuteira, preparando-se para o próximo treino, que seria em seguida a esta entrevista. Sim, esta matéria é sobre o time feminino do AIDAR SBZ. Em uma sala com nove mulheres, antes de começar efetivamente a formular as questões, elas discutiam sobre o próximo churrasco, que acontece às vezes após o treino. Com preocupação, uma delas pergunta: “Mas será que teremos um bom quórum para o churrasco?”. Enquanto outra enfatiza: “Não comemos carne, nós tomamos cerveja!”

As Sereias do AIDAR SBZ, como são conhecidas, são bicampeãs do futebol society feminino da Liga Jurídica. Entretanto, o início não foi fácil e montar um time de futebol feminino foi um desafio. A participação no campeonato tinha uma única obrigação, nunca dar W.O., já que, caso acontecesse, o time estaria fora dos planos do escritório. A capitã do time, Juliana Cicereli, depois de muita negociação, conseguiu a aprovação para montar um time e participar da Liga.

O primeiro dia de treino é lembrado entre risadas. “Nosso primeiro técnico foi o Alfredo [Alfredo Zucca, Managing Partner do escritório]. No primeiro treino, tínhamos 20 meninas, e ele perguntou com qual perna chutávamos. Ninguém sabia o que responder. Foi um grande desafio para todos. Treinamos tão forte nesse dia que no dia do jogo estávamos doloridas, mas não perdermos, empatamos. Ele foi duro, mas era o que precisávamos naquele momento”, relembra uma delas.

No primeiro ano, em 2012, o time feminino do AIDAR SBZ era a zebra do campeonato ocupando o último lugar, mas as Sereias não perdiam. Sem uma artilheira no elenco, todas precisavam se ajudar, formando realmente um time. No mesmo ano, o time masculino perdeu a final nos pênaltis, momentos antes da final feminina. Isso não abalou o time, ao contrário, fez com que elas tivessem mais vontade de jogar e mostrar a força do AIDAR SBZ no esporte. As Sereias ganharam o campeonato e o time, que só tinha a obrigação de não dar W.O., transformou-se no orgulho de todos.

Agora, há três anos jogando juntas, são treinadas há dois anos por Thiago Silva, um dos integrantes do time masculino do escritório. “O Thiago trouxe a emoção. Ele aprimorou nossa técnica. Ele é um mestre, um líder que se lembra dos pequenos detalhes, como ligar antes da nossa prova na OAB. Enfim, ele se preocupa para que todas se sintam parte do time”, conta Juliana Norcia, estagiária do Contencioso Cível.

Entretanto, o técnico não é o único que incentiva esse time; os sócios possuem lugar cativo nos treinos e jogos. “Aqui, a presença dos sócios nos treinos e nos jogos é muito ativa. Eles levam seus filhos, esposas, torcem muito e incentivam o time. Não existe cobrança, existe apoio”, revela Rosana Cintia, advogada do Contencioso Cível.

texto Sandra Regina da Silva

esPorte

A foto que tiramos do time contou com a participação mais que especial do time masculino, escalado para “proteger” as Sereias.

E, quando pergunto sobre os treinos que acontecem às quintas-feiras a partir das 23h e vai até às 3h da manhã, a resposta é uniforme: “A gente namora, vai para faculdade, trabalha... O horário do treino é tarde, mas é perfeito. Depois de um dia de trabalho, é ótimo encontrar os amigos no fim da noite, correr, relaxar. Sempre somos expulsas da quadra. Alguém chega e fala: Acabou, vocês precisam liberar a quadra”.

A advogada Kathleen Militello, que está há um ano no escritório, reforça a imagem unida e acolhedora do time. “Eu entrei no escritório e, da mesma forma que fui bem recebida pela minha equipe de trabalho, fui bem recebida no time. Você pensa: vai ser uma panelinha, um grupo fechado, mas não foi isso, todas torcem por você, todas se ajudam”, revela Kathleen, que integra a equipe do Tributário.

Essa amizade do time ultrapassa os campos de futebol e fortalece a ligação entre as equipes no dia a dia. “Outros escritórios fazem apenas happy hours, que é aquela coisa mais formal, todo mundo sentado. Aqui, nossa cerveja é depois do treino, todo mundo suado, cansado, de chinelo... Isso aproxima muito os profissionais”, diz Paula Vazquez, estagiária do Desportivo.

“Algumas pessoas falam que o AIDAR SBZ é um time de futebol e que selecionamos no mercado apenas profissionais que jogam bem. Isso não é verdade, mas é natural indicarmos profissionais que conhecemos e confiamos. Nossos sócios fizeram parte das ‘atléticas’ de suas faculdades, e ali se iniciou um histórico de confiança entre os profissionais, que foi se expandindo até chegar aos dias de hoje”, defende Paula.

Essa união, empenho e vontade de participar de esportes coletivos é o diferencial do AIDAR SBZ. Neste ano, as regras foram flexibilizadas, para que outros escritórios consigam completar seus times com profissionais do administrativo e ex-funcionárias. Independente disso, a participação no nosso time é disputada de forma saudável, sem rivalidade. Todas querem participar para fazer parte desse grupo extremamente unido.

O AIDAR SBZ possui dois grupos internos para o Futebol (masculino e feminino). Ao todo 60 profissionais estão envolvidos com o time. Nos treinos temos no mínimo a participação de 12 pessoas. Ninguém tem medo de se machucar, jogar na chuva ou reservar os domingos para os jogos; ao contrário, as marcas são brindes das lutas. E seus maridos, namorados e pais são os torcedores apaixonados na plateia.“Futebol é uma bagunça divertida”, palavra de bicampeãs.

No ano passado, antes do jogo da final, foram muitas mensagens de apoio para o time:

“Treinamos muito em 2012 e nos dedicamos como nenhum outro time; jogamos com muita vontade, com raça infinita, durante todos os jogos da competição. O título daquele campeonato foi o PRÊMIO por todo o esforço; não éramos o melhor time da competição, longe disso, mas ganhamos de modo implacável, sem questionamento!”Alfredo Zucca, Managing Partner

“Domingo dia 27/10 às 15:23:25Tirando alguns pontos repetitivos e de extrema importância como superação, controlar a ansiedade/nervosismo, valorizar o trabalho em equipe etc., eu não sabia mais o que falar para motivá-las para o grande jogo. Dei exemplo de vencedores/ídolos que, nos momentos de tensão, também tinham medo, mas a forma como lidar com o medo/nervosismo, fez com que eles se tornassem ’espelho’ para outras pessoas. De repente, fazendo a retrospectiva do ano, comecei a rir e na realidade senti a obrigação de agradecer a vocês pela oportunidade que me deram e pela confiança depositada. De maneira espontânea, perguntei se vocês gostariam que eu continuasse o ano que vem independente do resultado, até porque eu gostaria de continuar no cargo. Quando olhei para o sorriso de vocês de alegria (sorriso que, a meu ver, fez a adrenalina baixar um pouco), ao ver o mestre João Biazzo emocionado, o escritório inteiro na torcida pensei: ’Elas serão massacradas hoje’. O resultado:”

Thiago Silva, advogado e técnico do time feminino, em mensagem antes do último jogo da temporada 2013. (O time das Sereias saiu campeão).

Page 22: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

42 43revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

31 de Março de 2014Veículo: Valor Econômico

Dezembro de 2013Veículo: Você S/A

Ordem quer flexibilizar segredo profissional Advogado João Biazzo: a denúncia de crime é um dever do Estado e não do profissional da advocacia, que estaria extrapolando as suas funções.

Novos escritórios, para novos tempos“Eu queria mais qualidade de vida e um ambiente menos competitivo, mais acolhedor”, diz Giovanni Falcetta.Falcetta foi contratado pelo Aidar SBZ, criado há dois anos, que ilustra a tendência dos novos escritórios de advocacia de trocar o ar sisudo da área por ambientes despojados, com políticas de RH mais atraentes para os jovens profissionais.

Jornal Valor --- Página 1 da edição "31/03/2014 1a CAD E" ---- Impressa por cgbarbosa às 30/03/2014@16:31:23

São Paulo | Fim de semana, 29, 30 e segunda-feira, 31 de março de 2014 | E1

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD E - LEGISLACAO - 31/3/2014 (16:31) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

Le gi slaç ão&Tributos SP

D e st a q u e s

Danos moraisA 3a Turma do Tribunal Superiordo Trabalho (TST) condenou a Na-ckoneczny & Cia a indenizar em R$10 mil um motorista de caminhãoque sofreu assalto em Jundiaí (SP)e não teve assistência da emprega-dora para atendimento a necessi-dades mais urgentes, como hospe-dagem, alimentação e remédios.Para os ministros, o empregadortem responsabilidade objetiva pordanos morais decorrentes de as-salto sofrido por empregado queexerce atividade de risco — bancá -rio, motorista de cargas e de trans-porte coletivo, entre outros. Naação, o motorista relatou que, de-pois de sofrer o assalto e passarhoras amarrado no meio do matoaté conseguir escapar, informou oocorrido à empresa, que assegu-rou envio de apoio em horas. Mas,segundo ele, permaneceu por diassem assistência, “tendo sobrevivi-do com ajuda dos colegas de pro-fissão e submetido à situação de-g r a d a n t e”. Sem dinheiro e sem do-cumentos, o motorista teria ficadonum quarto no pátio de uma em-presa onde os colegas de profissãodescarregavam os caminhões,com um colchão emprestado peloporteiro do local. Os colegas te-riam feito uma “v a q u i n h a” paraque ele comprasse alimentação eremédios. A empresa se defendeuafirmando que enviou dois repre-sentantes ao local no dia seguinteao assalto e que foi prestada assis-tência ao empregado.

Avião lotadoO Tribunal de Justiça do RioGrande do Sul (TJ-RS) mantevesentença que condenou a com-panhia aérea Air China a pagar adanos materiais e morais esti-mados em mais de R$ 7 mil. Adecisão é da 12a Câmara Cível.No caso, o cliente havia adquiri-do duas passagens aéreas paraque pudesse viajar de Guaru-lhos, em São Paulo, a Madri, naEspanha. Contudo, não conse-guiu embarcar no voo de volta,apesar de chegar com duas ho-ras de antecedência ao aeropor-to, pois todos os aviões da com-panhia com destino ao Brasil es-tavam lotados. Aguardou maisde 15 horas no saguão até umfuncionário da companhia pres-tar informação de que não seriapossível embarcar. Somente trêsdias após a data inicialmentemarcada a Air China o acomo-dou em um voo de volta ao país.Em razão desse atraso, o passa-geiro perdeu um espetáculo pa-ra o qual havia comprado ticketsanteriormente, bem como tevede adquirir passagens de SãoPaulo a Porto Alegre e da últimaaté Santo Ângelo.

Justiça gratuitaUma empregada aposentada doBanco do Brasil (BB) obteve noTribunal Superior do Trabalho(TST) o reconhecimento do direi-to ao benefício da justiça gratuitae não terá que arcar com as custasde processo que ajuizou contra ainstituição financeira. Para terseu recurso acolhido, ela fez umempréstimo pessoal e recolheu(pagou) as custas, apesar de ter sedeclarado juridicamente pobre.Ao conceder o benefício, a 6a Tur -ma do TST entendeu que o fatode a bancária ter recolhido ascustas não afasta a presunção demiserabilidade jurídica, nemconfigura renúncia tácita ao di-reito. A assistente administrativatrabalhou para o BB de novem-bro de 1981 a dezembro de 2005,data em que foi aposentada. Emjuízo, ela requereu que fossemdeclaradas nulas alterações con-tratuais, que considerou prejudi-ciais, e a concessão da justiça gra-tuita por não ter condições de ar-car com os ônus do processo semprejuízo de seu sustento ou desua família. Ao apreciar o caso, a4a Vara do Trabalho de Porto Ve-lho (RO) julgou improcedente aação da aposentada e indeferiuseu pedido de gratuidade da Jus-tiça. Ela interpôs recurso, mas asegunda instância também inde-feriu a gratuidade.

São Paulo beneficia setor de energiaBárbara MengardoDe Brasília

Duas normas publicadas na edi-ção de sexta-feira do Diário Oficialdo Estado de São Paulo concedembenefícios de ICMS a empresas quegeram energia elétrica ou térmicaa partir de fontes alternativas, co-mo bagaço de cana ou luz solar.

Os decretos, de números 60.297 e

60.298, possibilitam a suspensão doimposto estadual na importação debens destinados ao ativo imobiliza-do, desde que não existam similaresnacionais. O ICMS só deverá ser reco-lhido caso os equipamentos adqui-ridos sejam revendidos em até qua-tro anos da data da compra.

As empresas beneficiadas pode-rão ainda utilizar integralmente ocrédito de ICMS resultante da

aquisição de bem para o ativo imo-bilizado. De acordo com o advoga-do Marcelo Jabour, diretor da LexLegis Consultoria Tributária, a re-gra atual determina o parcelamen-to do crédito em 48 meses.

As normas também beneficiamgeradoras em fase pré-operacio-nal. Nesse caso, as companhias po-derão alterar o prazo para a utiliza-ção dos créditos de ICMS. O objeti-

vo é que os créditos não percam avalidade antes que as empresaspossam compensar os valores comimpostos a serem pagos.

Os decretos, já em vigor, podemser utilizados por empresas quegeram energia elétrica ou térmicaa partir de resíduos da cana-de-açúcar, luz solar, resíduos sólidosurbanos (lixo) ou que produzambiogás ou biometano.

Normapoderáprever opro bonoDe São Paulo

Dois outros pontos que interes-sam à advocacia também foramtratados no anteprojeto que prevêa alteração do Código de Ética daOrdem dos Advogados do Brasil(OAB): a publicidade, que não de-ve ter alteração significativa, e aprevisão da atividade pro bono(gratuita) pelo profissional.

A advocacia pro bono já é exer-cida em larga escala pelo país. Po-rém, não está prevista no Códigode Ética para que advogados sejamresponsabilizados por eventuaisirregularidades ao praticá-la.

O artigo 30 do novo texto prevêque “no exercício da advocacia probono, como defensor nomeado,conveniado ou dativo, o advogadoempregará todo o zelo e dedicaçãonecessários, de forma que a partepor ele assistida se sinta amparadae confie no seu patrocínio”.

Para Marcos Fuchs, diretor exe-cutivo do Instituto Pro Bono “só ofato de finalmente termos umamenção à advocacia pro bono já éum avanço e uma conquista muitov a l i o s a”. Isso deve, segundo Fuchs,permitir que os advogados pos-sam atuar gratuitamente para pes-soas físicas e entidades em todo oterritório nacional.

Hoje, o tema, tratado em resolu-ção de 2002 da seccional paulistada OAB, traz uma restrição: a advo-cacia pro bono deve ocorrer ape-nas para auxiliar pessoas jurídicassem fins lucrativos, do terceiro se-tor. Segundo Fuchs, o Conselho Fe-deral da OAB também tem traba-lhado na elaboração de uma reso-lução específica para dar maiortransparência à atividade.

Para o advogado Marcelo Knop-felmacher, diretor presidente doMovimento de Defesa da Advoca-cia (MDA), o artigo 30 do novo tex-to traz um reforço para uma ativi-dade. “Mas seria conveniente havera regulamentação mais específicaque limite a quantidade de casos eque discrimine quais os requisitospara que a atividade seja gratuita”.

Apesar da expectativa de algunsadvogados, a questão da publici-dade não foi alterada substancial-mente. O texto manteve a linha deorientação do código vigente e doProvimento no 94, de 2000. Os dis-positivos ressaltam que a publici-dade deve ter caráter informativo enão persuasivo. E continua a proi-bição dos atos que visem à capta-ção de clientela.

Segundo o relator do anteprojeto,conselheiro da OAB Paulo RobertoGouvêa Medina, o texto preserva a li-nha tradicional e segue o modelofrancês e português, que difere subs-tancialmente do americano, no quala advocacia é uma atividade empre-sarial como qualquer outra. “Esse te-ma não deve ser alterado não só pe-los nossos costumes, mas pelo riscoque pode trazer em tempo de proli-feração indiscriminada dos cursosde direito”, afirma.

Para o advogado João Biazzo, doAidar SBZ Advogados, os artigos quetratam de publicidade detalhammais o que é ou não permitido, semgrandes alterações. “Muitas dasatualizações confirmam decisõesdos tribunais de ética.” (AA)

De São Paulo

A Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB) resolveu entrar efetiva-mente no combate ao pagamentode baixos honorários a advogados.O anteprojeto que pretende alteraro Código de Ética e Disciplina pre-vê, no parágrafo único do artigo 29,que quando as empresas públicasou privadas forem detectadas pa-gando honorários considerados“av i l t a n t e s ”, o respectivo departa-mento jurídico será solicitado a in-tervir para corrigir o abuso, “semprejuízo de providências que a Or-dem dos Advogados do Brasil ve-

nha a tomar junto aos órgãos com-petentes, com o mesmo objetivo”.

Segundo advogados, esse dispo-sitivo deve inibir a atuação de escri-tórios que atuam na chamada ad-vocacia contenciosa de massa eque, pelo volume de processos, co-bram valores muito abaixo dosprevistos na tabela de honoráriosda OAB. De acordo com João Biaz-zo, do Aidar SBZ Advogados, aguerra de preços entre os escritó-rios “é absurda” e esses pagamen-tos de honorários consideradosaviltantes são comuns no mercado.

A alteração representa uma ino-vação do anteprojeto, segundo o re-

lator, conselheiro Paulo Roberto deGouvêa Medina. “Não é fácil coibiressas situações. Por isso, está previstaa responsabilização do advogadoque responde pelo escritório ou de-partamento jurídico, que pode pas-sar a sofrer um processo disciplinarna OAB”, diz. Segundo o conselheiro,o assunto tem sido amplamente dis-cutido na Ordem, que formou umacomissão para elaborar uma resolu-ção específica sobre o tema.

A ideia do artigo, segundo o pre-sidente nacional da OAB, MarcusVinicius Furtado Coêlho, é fazer oadvogado ser selecionado pelaqualidade, e não pelo preço. Se-

gundo Coêlho, a advocacia não éuma profissão com feição merca-dológica e, a partir das sugestõesque vierem na consulta pública doanteprojeto, o objetivo é aperfei-çoar o combate ao problema.

Para o advogado Marcelo Knop-felmacher, diretor presidente doMovimento de Defesa da Advocacia(MDA), porém, esse artigo pode setornar letra morta e não ter eficáciaprática. “Causa estranheza a inter-venção do departamento jurídico.Ele não tem autonomia para intervirnos preços pagos. Transferir essa res-ponsabilidade ao departamento ju-rídico é complicado”, diz. (AA)

NILANI GOETTEMS/VALOR

Advogado João Biazzo: a denúncia de crime é um dever do Estado e não do profissional da advocacia, que estaria extrapolando as suas funções

Advocacia Medida está prevista em anteprojeto do novo código de ética

Ordem quer flexibilizarsegredo profissionalAdriana AguiarDe São Paulo

O Código de Ética e Disciplinada Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB) é claro: o profissionaldeve guardar segredo sobre todasas confidências de seu cliente.Agora, porém, 19 anos depois daedição da norma, a advocaciapretende flexibilizar essa regra.Um artigo, previsto no anteproje-to de alteração do código, coloca-do em consulta pública no iníciodo mês, no portal da OAB, estabe-lece que o advogado deverá re-nunciar ao mandato e agir deacordo com “os ditames de suaconsciência e conforme as cir-cunstâncias recomendarem” se oseu cliente confessar ter cometi-do um crime, no qual um inocen-te esteja respondendo por ele.

O dispositivo tem provocadopolêmica entre os advogados queconsideram perigoso relativizar osegredo profissional. A minutacom o novo texto foi elaboradapela Comissão Especial para Estu-do da Atualização do Código deÉtica e Disciplina da OAB, cujo re-lator é o conselheiro Paulo Rober-to de Gouvêa Medina. A consultaficará aberta por 90 dias.

Dentro desse prazo, a classejurídica poderá propor modifi-cações no texto. A entidade já re-cebeu 218 sugestões até o dia

21. A ideia é elaborar um novotexto para entrar em vigor noinício do ano que vem , segundoo presidente nacional da OAB,Marcus Vinicius Furtado Coêlho.O atual é antigo, e acrescenta opresidente da entidade, precisade atualizações.

Segundo o advogado crimina-lista Pierpaolo Bottini, do Bottini &Tamasauskas Advogados, essa pre-visão de quebra do segredo profis-sional “é muito complicada”. Issoporque, segundo ele, o advogado eseu cliente têm uma relação de ple-na confiança. “Todos os documen-tos e confidenciais ficam protegi-dos pelo mais estrito sigilo”, diz. Oprofissional só poderia quebrar es-sa regra, acrescenta Bottini, se ocliente o enganar e passa a utilizaressa proteção para cometer atosilícitos. “Nas demais hipóteses nãoconcordo com a quebra de sigilo.O advogado não tem que fazer opapel de polícia ou do MinistérioPúblico e denunciar o seu cliente.”

Até mesmo com a recente edi-ção das leis de combate à lava-gem de dinheiro e anticorrup-ção, Bottini acredita que o sigilodo advogado sobre o seu clientedeve ser absoluto. “Mesmo comessas leis, não há previsão deque o advogado tenha que en-tregar informações”, diz. Atéporque, segundo o advogado, oEstatuto da OAB, já prevê a in-

violabilidade dos escritórios deadvocacia e dos documentosfornecidos pelos clientes. “Nemcom ordem judicial, esses docu-mentos podem ser retirados.”

O artigo, tal como está redigi-do, pode comprometer a relaçãoadvogado e cliente, segundo aprofessora de Direito Penal da es-cola de Direito da Fundação Ge-túlio Vargas (FGV) em São Paulo,Heloísa Estellita. “O cliente, espe-cialmente na esfera penal, nãovai mais sentir segurança parafornecer todas as informações,porque ele não tem a garantia deque elas não serão reveladas peloa d v o g a d o”, afirma.

Segundo Heloísa, o advogadojá pode recusar-se a continuarno caso, no momento que qui-ser. Porém, dar o poder de deci-são para o profissional sobre asinformações confidenciais seria“extremamente delicado”, acres-centa. A professora ainda afirmaque o artigo 23 do Código Penal,também protege o advogado, aoquebrar o sigilo profissional, emestado de necessidade, em legíti-ma defesa ou em estrito cumpri-mento de dever legal. “Nesses ca-sos, as exceções já estão previs-tas”, diz. “O texto do artigo estáconfuso e poderia ser alteradopara estar em consonância como Código Penal e o Estatuto daA d v o c a c i a .”

O advogado João Biazzo, doAidar SBZ Advogados, tambémconcorda que o artigo é polêmi-co. Para ele, denunciar o crimeconfessado por cliente é extra-polar as funções do profissional.“Isso é dever do Estado e não doa d v o g a d o”, afirma.

A origem desse artigo, segun-do o relator do anteprojeto, con-selheiro da OAB Paulo Robertode Gouvêa Medina, está nas le-gislações de outros países e nadoutrina. “A intenção é que ino-centes parem de responder pe-los crimes que não cometeram”,diz. Para Medina, contudo, é im-portante ressaltar que não háuma imposição no artigo, ape-nas uma liberação desse advoga-do para que haja de acordo coma sua consciência. “O anteproje-to está em consulta publica jus-tamente para receber suges-tões”, afirma.

Para o presidente Marcus Vini-cius Furtado Coêlho “todas as su-gestões e críticas são muito bem-vindas”. Ele afirma que as infor-mações colhidas serão analisa-das e debatidas na XXII Confe-rência Nacional dos Advogados,em outubro, no Rio de janeiro.Assim, a perspectiva do presi-dente é a de que o novo Códigode Ética seja votado pelo Conse-lho Federal até o fim do ano, paravigorar em 2015.

Novo código impede pagamento de baixos honorários

Curta

Memória do MundoO acervo de processos trabalhis-

tas do Rio Grande do Sul agora épatrimônio da humanidade. A co-leção preservada pelo Memorialda Justiça do Trabalho gaúcha re-cebeu o selo do programa “Memó -ria do Mundo”, concedido pela Or-ganização das Nações Unidas paraa Educação, a Ciência e a Cultura(Unesco). O certificado foi entre-gue em solenidade no Arquivo Na-cional, no Rio de Janeiro.

Você pode conferir tudo que sai na mídia sobre o AIDAR SBZ em nosso novo site

aidaR Na mÍdia fatos Marcantes de nossa história

1 de Junho de 2012Veículo: Você S/A

A revolta dos bacharéis contra os escritórios tradicionais“Aqui, a única cobrança é entregar o que se está fazendo no prazo combinado”, diz Alfredo Zucca, de 36 anos, o Z do AidarSBZ.

Page 23: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

44 45revista aidar sbz • JUL 2014 revista aidar sbz • JUL 2014

Março de 2014Veículo: LEC

Compliance na sala de aulaGiovanni Falcetta, responsável pela área de Compliance do Aidar SBZ, segundo da esquerda para direita na foto, é um dos professores do curso de Compliance na LEC – Legal Ethics Compliance.

28 de Março de 2014Veículo: Valor Econômico

Carf aceita PLR como base em resultado do GrupoCaio Marques: vinculação em PLR ocorreu pela proximidade entre empresas

Jornal Valor --- Página 1 da edição "28/03/2014 1a CAD E" ---- Impressa por ivsilva às 27/03/2014@20:16:51

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD E - LEGISLACAO - 28/3/2014 (20:16) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW

São Paulo | Sexta-feira, 28 de março de 2014 | E1

Le gi slaç ão&Tributos SP

D e st a q u e s

Pagamento de seguroO Superior Tribunal de Justiça(STJ) entendeu que o pagamentodo seguro não depende de emis-são da apólice. A decisão foi dadapela 4a Turma em recurso em queuma seguradora reclamava daobrigação de pagar o seguro, de-pois de ocorrido o sinistro. No ca-so, o segurado firmou contratocom a seguradora e 13 dias de-pois teve o carro roubado. Ele pe-diu o pagamento do seguro, masfoi informado de que o contratonão havia se consolidado em fun-ção de irregularidade no CPF deum dos condutores do veículo.Após a regularização, porém, aseguradora recusou-se a pagar,com o argumento de que se trata-va de sinistro preexistente. O juí-zo de primeiro grau e o Tribunalde Justiça de São Paulo (TJ-SP) jul-garam procedente o pedido deindenização. Contudo, a segura-dora interpôs recurso ao STJ, como argumento de que somente es-taria obrigada ao pagamento dosinistro com a formalização docontrato, o que dependeria daemissão da apólice ou de docu-mentação que comprovasse o pa-gamento do prêmio. Porém, parao relator no STJ, ministro Luis Fe-lipe Salomão, o seguro é contratoconsensual que se aperfeiçoacom manifestação de vontade,independentemente de emissãoda apólice. Ele afirmou que aexistência do acordo não pode fi-car à mercê de um dos contratan-tes, sob pena de se ter uma con-duta puramente potestativa, oque é vedado pelo artigo 122 doCódigo Civil de 2002.

Carta de fiançaO Tribunal Superior do Trabalho(TST) condenou a Empresa Gon-tijo de Transportes a pagar inde-nização de R$ 20 mil a uma bi-lheteira por exigir carta de fiançano curso do contrato de traba-lho. Para o ministro CláudioMascarenhas Brandão, relator docaso, a exigência revela condutaabusiva e discriminatória do em-pregador, “pois coloca em dúvi-da a honestidade do empregadoque terá acesso à movimentaçãode dinheiro da empresa”. Commais de sete anos na empresa, abilheteira foi dispensada semjusta causa em setembro de2009. Ao ajuizar a ação, um anodepois da demissão, afirmouque foi submetida ao constran-gimento de pedir a seus pais queassinassem a carta de fiança. Co-mo prova, apresentou documen-to assinado em cartório, com lo-gotipo da empresa, identificadocomo “carta de fiança”, em que ofiador assumia responsabilidadefinanceira de R$ 3 mil referente àvenda de passagens em Curitiba.Ao julgar o caso, porém, o Tribu-nal Regional do Trabalho (TRT)do Paraná havia consideradoque a exigência da carta não im-plicava ofensa específica à inte-gridade moral da trabalhadora.

Tratamento oftalmológicoA 6a Câmara de Direito Civil doTribunal de Justiça de Santa Ca-tarina (TJ-SC) confirmou senten-ça que concedeu indenização deR$ 40 mil, por danos materiais emorais, para uma mulher que te-ve negado, por seu plano de saú-de, tratamento oftalmológicopara reverter quadro de cegueiraiminente. A operadora de saúde,em sua defesa, alegou que a ten-tativa de salvar a visão a que sesubmeteu a cliente era apenasexperimental e não está, portan-to, entre os casos beneficiadoscom cobertura pela empresa. Osmagistrados destacaram, porém,que o caso se ajusta às regras doCódigo de Defesa do Consumi-dor e que as alegações do planode saúde não se sustentam. A re-latora do recurso, desembarga-dora Denise Volpato, ressaltouque a lista de casos seguradosconstitui apenas referência bási-ca para cobertura assistencialmínima obrigatória, não indi-cando, de forma discriminada,todos os tratamentos que devemser cobertos pelas operadoras.

Ministér ioreg ularátrabalho aosdomingosAdriana AguiarDe São Paulo

O Ministério do Trabalho eEmprego (MTE) está preparandouma instrução normativa pararegulamentar a Portaria no 375,publicada na segunda-feira. Anorma trata dos requisitos ne-cessários para estabelecimentoscomerciais obterem autorizaçãopara o funcionamento aos do-mingos e feriados. A medida,que dentre outros pontos esta-beleceu suspensão de autoriza-ção se houver irregularidadessobre jornada de trabalho, saú-de e segurança nos últimos cin-co anos, foi recebida com críti-cas pelo setor empresarial.

Ainda não há data para a pu-blicação da instrução normati-va, mas o secretário de inspeçãodo trabalho do MTE, Paulo Ser-gio de Almeida, esclarece de an-temão que serão consideradoscomo irregularidades os autosde infrações já lavrados. Esse éum dos pontos que causaramdúvidas entre advogados.

Apesar das críticas, o secretá-rio afirma que a intenção da Por-taria no 375 foi justamente detornar o procedimento menosburocrático para companhiasque precisam de autorização es-poradicamente. “Essa portaria éum avanço, a medida que dimi-nui a burocracia. Agora podemosacessar, por meio da tecnologia,todo o histórico da empresa, ava-liar se há ou não irregularidades,e conceder a autorização commais agilidade”, diz.

O empregador que não tiver au-tos de infração registrados sobrejornada de trabalho, saúde ou se-gurança, nos últimos cinco anos,estará automaticamente autoriza-do, sem a necessidade de realiza-ção de inspeção fiscal prévia — oque antes da portaria era necessá-rio. “Atendemos a uma demandaempresarial que reclamava da de-mora na inspeção prévia para a au-t o r i z a ç ã o”, afirma Almeida.

Segundo o secretário, não pro-cede a crítica de que a portariadificultaria a concessão da per-missão. O secretário diz que o fis-cal já levava em consideração nainspeção prévia se a empresaapresentava irregularidades. Edessa forma, suspendia a autori-zação ou não a concedia para ascompanhias reincidentes, quedescumprissem o mesmo itemde segurança, saúde ou jornadade trabalho, como excesso de jor-nada ou não concessão de des-canso semanal remunerado.

Para o secretário, a portaria sóformalizou esse procedimento.“Nada impede, porém, que essaautorização seja novamente con-cedida após uma outra inspeçãoprévia que detecte que essas irre-gularidades foram sanadas.”

Diante das críticas da Confede-ração Nacional da Industria (CNI)e também da Central Única dosTrabalhadores (CUT), que nesse ca-so questiona a dispensa da inspe-ção prévia, o secretário afirma queestá aberto ao diálogo. “ É difícilagradar a todos em todos os pon-tos”, diz. Almeida ressalta que cha-mou as entidades para conversar arespeito e que, ao entender quenão haveria nenhuma grandequestão, resolveu editar a portaria.

A portaria só tem validade pa-ra empresas que pedem autori-zação para serviços esporádicosaos domingos e feriados, segun-do Almeida. A norma não valepara atividades consideradas es-senciais, como hospitais, empre-sas de telefonia e hotéis que têmseu funcionamento regulamen-tado por decreto. Também nãohá impacto para o comércio,que possui lei específica preven-do o funcionamento aos domin-gos e feriados.

Tributário Tribunal administrativoderruba autuação de R$ 1 milhão

Carf aceitaPLR com baseem resultadodo grupo

ANA PAULA PAIVA/VALOR

Caio Marques: vinculação em PLR ocorreu pela proximidade entre empresas

Bárbara MengardoDe Brasília

O Conselho Administrativo deRecursos Fiscais (Carf) conside-rou válido um programa de Parti-cipação nos Lucros e Resultados(PLR) cuja base foram os ganhosobtidos por um grupo econômi-co. A operação foi questionadapela Receita Federal por interpre-tar que a lei sobre PLR permitiriaapenas a distribuição de lucro ob-tido pela própria empresa.

O processo administrativoanalisado pelo conselho envolvea Jost Brasil Sistemas Automoti-vos. A companhia, que produzautopeças, pertence ao grupoRandon, fabricante de imple-mentos rodoviários, como va-gões, reboques e semirreboques.

De acordo com o advogado dacompanhia, Caio Alexandre Tani-guchi Marques, do Aidar SDZ Ad-vogados, a Jost havia sido autuadaem aproximadamente R$ 1 milhãopelo suposto não recolhimento decontribuição previdenciária.

Os autos de infração, relativosao período de janeiro de 2006 adezembro de 2008, foram lavra-dos porque a PLR dos emprega-dos da empresa estava vinculadaao lucro líquido apurado pelascompanhias do grupo Randon.Por considerar o procedimentoirregular, o Fisco desconsiderou oplano de PLR da Jost e determi-nou o pagamento ao Instituto

Nacional do Seguro Social (INSS).Segundo Marques, a opção de

vincular a PLR ao resultado dogrupo se deu pela proximidadedas companhias que o compõem.Na época da autuação, segundo oadvogado, a Randon detinha ocontrole de 51% da Jost. Ele afirmaainda que em alguns meses, acontroladora chega a comprar100% da produção da fabricantede autopeças. “Sem a Jost, a Ran-don não entrega a seus clientes oproduto final”, afirma. Marquesatuou no processo juntamentecom o advogado Felipe Perottoni,do Perottoni Advogados.

O julgamento do caso, que ocor-reu no dia 18 na 2a Turma da 3a Câ -mara do Carf, terminou com umplacar de quatro votos a dois a fa-vor do contribuinte. Para o conse-lheiro Leonardo Henrique Lopes,que divergiu do relator e foi segui-do pela maioria dos conselheiros,a Lei no 10.101, de 2000, que regu-lamenta a PLR, não veda a criaçãode planos que abarcam os resulta-dos de grupos econômicos.

Para o conselheiro, a isençãode contribuição previdenciária épossível desde que as atividadesdas companhias do grupo guar-dem relação entre si. “Meu escri-tório atua com uma construtoraque possui 169 sociedades depropósito específico [SPEs]. Seriapreciso fazer 169 programas dePLR? ”, questiona.

Para o advogado Leandro Ca-

Souza Cruz é condenada a indenizar trabalhadorBeatriz OlivonDe São Paulo

A Souza Cruz foi condenadapela Justiça do Trabalho a pagarR$ 500 mil de indenização pordanos morais para um provadorde cigarros que, após dez anosna função, adquiriu grave doen-ça pulmonar. O caso foi analisa-do recentemente pela Subseção1 Especializada em Dissídios In-dividuais (SDI-1) do Tribunal Su-perior do Trabalho (TST), quenegou provimento a recurso dafabricante contra decisão ante-rior do próprio TST.

A 8a Turma da Corte haviamantido as decisões de primeiro

e segundo graus, reduzindo ape-nas a indenização de cerca de R$2 milhões (cálculo de 2012) paraR$ 500 mil. O valor inicial dacondenação seria de 288 vezes oúltimo salário do empregado.Os ministros consideraram omontante inicial exorbitante, fo-ra dos padrões que vêm sendoadotados pelo TST.

O trabalhador alegou que, jáfuncionário da Souza Cruz, en-tre os 18 e os 28 anos, participoudo chamado “painel sensorial”de avaliação de cigarros. A ativi-dade consistia em experimentaruma média de 200 cigarros pordia, quatro vezes por semana,das 7 às 9h, em jejum.

No ano passado, o próprio TSTconsiderou a atividade lícita, masmanteve condenação por danosmorais coletivos no valor de R$ 1milhão, dada em ação civil públicaproposta em 2003 pelo MinistérioPúblico do Trabalho.

Por meio de nota, a Souza Cruzinformou que analisará a possi-bilidade de recorrer ao SupremoTribunal Federal após a publica-ção da íntegra da decisão. Eacrescentou que “todas as deci-sões definitivas já proferidas pe-lo Judiciário em ações indivi-duais ajuizadas por ex-integran-tes do painel rejeitaram os pedi-dos indenizatórios dos autores”.

De acordo com a companhia,

todos os participantes são maioresde idade, previamente fumantes,“e voluntariamente optaram porparticipar do painel, no exercíciodo seu livre-arbítrio”.

Procurado pelo Va l o r , o advo-gado Antônio Lemos Serafim,que representa o trabalhador,preferiu não comentar a decisão.

Para o advogado Antônio CarlosFrugis, sócio do Demarest Advoga-dos, a decisão do TST foi acertada.“Se o empregado sofre algumadoença profissional em razão dafunção, a empresa tem que res-ponder por não ter conseguidominimizar os riscos”, diz o advoga-do, que considerou, porém, “exa -g e r a d o” o valor da indenização.

De Brasília

A Procuradoria-Geral da Fa-zenda Nacional (PGFN) poderáentrar com novos embargos dedeclaração no caso que discute,no Superior Tribunal de Justiça(STJ), a incidência de contribui-ção previdenciária sobre férias.Isso porque, no entendimentodo órgão, os integrantes da 1a Se -ção teriam votado na quarta-fei-ra pela tributação da verba.

A polêmica teve início após o STJfinalizar o julgamento de ação en-

volvendo a Globex (Ponto Frio) eque discute a tributação de férias esalário-maternidade. Em 2013, osministros decidiram pela não tri-butação das duas verbas, mas sus-penderam o caso até o julgamentode recurso repetitivo. Decidiu-se,no repetitivo, que o salário-mater-nidade deveria ser tributado. O re-curso, porém, não discutia férias.

Na sessão de quarta-feira, ao re-tomar o caso da Globex, o relator,ministro Napoleão Nunes Maia Fi-lho, declarou que a empresa desis-tiu da discussão sobre o salário-

maternidade. Quanto aos demaistópicos, estaria acolhendo os em-bargos de declaração apresenta-dos pela Fazenda Nacional paramodificar o entendimento ante-rior proferido pelo STJ e adaptá-loà decisão tomada no repetitivo.Seu voto foi seguido pelos demaisintegrantes da 1a S e ç ã o.

Ao Va l o r , Maia Filho afirmouque o voto, na prática, determina-va a não incidência de contribui-ção previdenciária sobre as férias.Para ele, a verba “não foi alcançadapelo efeito modificativo” de seu

voto. “Se não existe um [recurso]repetitivo sobre as férias, essa par-te não foi objeto de modificação.”

Para o coordenador-geral da re-presentação judicial da PGFN, JoãoBatista de Figueiredo, entretanto,ao votarem com o relator os minis-tros teriam adaptado o entendi-mento anterior à jurisprudênciado STJ, que admite a tributação dasférias. “Do jeito como foi colocadopelo relator, a Fazenda entendeque ele deu provimento aos nossosembargos para manter a jurispru-dência do STJ”, disse. (BM)

bral, do Velloza & Girotto Advo-gados Associados, ao optarempor PLRs nesses moldes, as com-panhias devem verificar se as em-presas do grupo respondem aomesmo sindicato. “Eu já vi autua-ções em que o Fisco não questio-na o fato de ser grupo, mas o fatode o sindicato de determinadacategoria não ter participado dadiscussão da PLR”, diz.

Essa, entretanto, não foi a pri-meira vez que o Carf decidiu deforma favorável aos contribuin-tes em caso semelhante. Em 2012,a 1a Turma da 3a Câmara do con-selho analisou a PLR de uma ou-tra companhia do grupo Randon,a Suspensys Sistemas Automoti-vos, e o considerou legal.

O processo discutido em 2012envolve uma autuação de apro-

ximadamente R$ 2,1 milhões,segundo dados da decisão. O re-lator do caso destacou que a PLRda companhia foi aprovadaapós reunião entre a Suspensys eo sindicato da categoria. O fatoevidenciaria que o plano foiaprovado após discussão entreos funcionários e a companhiaespecífica, apesar de prever re-muneração baseada no resulta-do do grupo.

Segundo o advogado Julio CésarSoares, do Advocacia Dias de Sou-za, processos como esses não sãocomuns no Carf, pois estabelecerPLRs que englobem grupo econô-mico não é usual entre as compa-nhias. “As empresas evitam fazeresse tipo de coisa para que o pre-juízo de uma empresa não afete asaúde do grupo todo”, afirma.

Fazenda Nacional pode recorrer paraesclarecer decisão do STJ sobre fériasTudo que sai na mídia sobre o AIDAR SBZ em nosso novo site: www.aidarsbz.com+

Page 24: tRadiÇÃO +iNOvaÇÃO =aidaR sBZ€¦ · texto Sandra Regina da Silva • FOTOGRAFIAS Vitor Lopes Carlos Miguel Castex Aidar, idealizador e um dos fundadores do escritório, presidente

46 revista aidar sbz • JUL 2014

SÃo PauloRio de janeirobrasília

www.aidarsbz.com