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TRANSFORMADOR DE POTENCIAL ÓPTICO BASEADO EM FBG-PZT COM
DEMODULAÇÃO POR REDES GÊMEAS E FILTRO DE FABRY-PEROT
Bessie de Assumpção Ribeiro
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica, COPPE, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Elétrica.
Orientador: Marcelo Martins Werneck
Rio de Janeiro
Abril de 2011
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL ÓPTICO BASEADO EM FBG-PZT COM
DEMODULAÇÃO POR REDES GÊMEAS E FILTRO DE FABRY-PEROT
Bessie de Assumpção Ribeiro
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA
(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA ELÉTRICA.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Marcelo Martins Werneck, Ph.D.
________________________________________________ Profa. Mariane Rembold Petraglia, Ph.D.
________________________________________________ Prof. Marcos Tadeu D’Azeredo Orlando, D.Sc.
________________________________________________ Dra. Regina Célia da Silva Barros Allil, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
ABRIL DE 2011
Ribeiro, Bessie de Assumpção
Transformador de Potencial Óptico Baseado em FBG-
PZT com Demodulação por Redes Gêmeas e Filtro de
Fabry-Perot/ Bessie de Assumpção Ribeiro. – Rio de
Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.
XIV, 107 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Marcelo Martins Werneck
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Elétrica, 2011.
Referencias Bibliográficas: p. 94-99.
1. Transformador de Potencial Òptico. 2. Redes de
Bragg. 3. Filtro de Fabry-Perot. 4. Redes Gêmeas. 5.
Cerâmicas Piezoelétricas. I. Werneck, Marcelo Martins.
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Elétrica. III. Titulo.
iii
Agradecimentos
À Jesus Cristo em quem depositei toda a minha confiança para a realização deste
trabalho.
À minha família, o projeto perfeito de Deus para a minha vida, e especialmente ao meu
pai por ser um orgulho e a minha inspiração a prosseguir.
Ao meu noivo Wanderson Alan, por todo amor, carinho e por sempre enxugar as
minhas lágrimas de alegria e tristeza.
Ao meu orientador, Professor Marcelo Martins Werneck, pessoa que aprendi respeitar.
Especialmente por ter aceitado o “desafio” de me orientar e mesmo com algumas de
minhas limitações conseguiu revertê-las em um resultado tão positivo. Obrigada por
toda sua paciência e seu incentivo comigo.
À um amigo muito especial, Fernando Cunha, por ter participado tão ativamente no
desenvolvimento deste trabalho e acima de tudo, por sua amizade verdadeira.
Agradeço, por fim, a toda equipe do LIF, em especial aos amigos Rafael, Regina e
Alberto, que de alguma forma contribuíram para viabilizar este trabalho.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
TRANSFORMADOR DE POTENCIAL ÓPTICO BASEADO EM FBG-PZT COM
DEMODULAÇÃO POR REDES GÊMEAS E FILTRO DE FABRY-PEROT
Bessie de Assumpção Ribeiro
Abril/2011
Orientador: Marcelo Martins Werneck
Programa: Engenharia Elétrica
A confiabilidade e a precisão dos dados coletados durante o monitoramento dentro
das subestações de energia são de extrema importância. Com esta motivação um
transdutor FBG-PZT (Fiber Bragg Grating-Plubum Zirconate Titanate) foi desenvolvido
com o objetivo de realizar medidas de tensão para aplicação nos Transformadores de
Potencial Ópticos (TPOs). Vantagens como imunidade eletromagnética, isolamento
galvânico, facilidade de monitoramento remoto, alta sensibilidade, peso reduzido além
de precisão, tem tornado possível o uso da tecnologia a redes de Bragg para
monitoramento de parâmetros como tensão e corrente. Em relação às cerâmicas
Piezoelétricas (PZT), estas atuam como um transdutor onde uma tensão elétrica
aplicada é convertida em deformação mecânica através das variações no comprimento
de onda de Bragg de uma FBG colada ao PZT. Para a demodulação óptica utilizada
neste trabalho são apresentadas duas técnicas. A primeira usando um filtro óptico
sintonizável de Fabry-Perot e a outra usando um par de redes de Bragg gêmeas, através
da interação entre uma FBG sensora e uma FBG filtro. A técnica com duas FBGs
gêmeas demonstra uma inovação e sua viabilidade na detecção de medidas de tensão
CA (corrente alternada) em linhas de distribuição. Os resultados obtidos
experimentalmente comprovam os cálculos teóricos estimados, além de comprovarem a
aplicabilidade do protótipo sensor FBG-PZT a ser instalado nos TPOs, tanto para
serviço de medição como para proteção dos sistemas elétricos.
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
OPTICAL VOLTAGE TRANSFORMERS BASED ON FBG-PZT WITH
DEMODULATION FOR TWIN GRATINGS AND FABRY-PEROT FILTER
Bessie de Assumpção Ribeiro
April/2011
Advisor: Marcelo Martins Werneck
Department: Electrical Engineering
The reliability and accuracy of data collected during monitoring inside power
substations are of the most importance. Based on this motivation an FBG-PZT
transducer was developed in order to perform voltage measurements for application in
Optical Voltage Transformers (OVTs). Advantages such as electromagnetic immunity,
galvanic isolation, ease of remote monitoring, high sensitivity, reduced weight in
addition to accuracy, have made possible the use of fiber Bragg gratings technology for
monitoring parameters such as voltage and current. Regarding Piezoceramics (PZT),
they act as transducers where an electric voltage is converted into mechanical
displacement wich changes in the Bragg wavelength of an FBG bonded to the PZT. For
the optical demodulation used in this work, we presented two techniques. The first by
using a Fabry-Perot tunable optical filter and other using a pair of twin Bragg gratings
through the interaction of an FBG sensor and an FBG filter. The technique with twin
FBGs demonstrates an innovation and its feasibility in detecting and measuring AC
voltage in high voltage power lines. Experimental results confirm the theoretical
estimates, and prove the applicability of the prototype PZT-FBG sensor to be installed
in OVTs for both measurement service and for protection of electrical systems.
vi
Sumário Sumário...........................................................................................................................vii
Lista de Figuras................................................................................................................ix
Índice de Tabelas ...........................................................................................................xiii
Lista de Abreviaturas e Siglas ...................................................................................... xiv
Capítulo 1. Introdução ...............................................................................................1
1.1 Objetivos ..................................................................................................1
1.2 Motivação ................................................................................................2
1.3 Organização do trabalho ..........................................................................3
Capítulo 2. Revisão Bibliográfica...............................................................................5
2.1 Transformadores de Potencial...................................................................5
2.1.1 Transformadores Ópticos de Tensão e Corrente...........................7
2.2 Redes de Bragg em Fibras Ópticas...........................................................8
2.2.1 Revisão Histórica e Princípios Básicos das Redes de Bragg.......8
2.2.2 Parâmetros Físicos das Redes de Bragg......................................10
2.2.3 Métodos de Fabricação das Redes de Bragg...............................12
2.2.4 Sensor FBG para Medidas de Tensão..........................................13
2.3 Cerâmicas Piezoelétricas.........................................................................14
2.3.1 Fundamentos da piezoeletricidade...............................................14
2.3.2 Processo de polarização das cerâmicas Piezoelétricas................16
2.3.3 Propriedades das cerâmicas Piezoéletricas..................................17
2.3.4 Algumas aplicações das cerâmicas Piezoelétricas.......................21
2.4 Sensor híbrido para medidas de tensão e corrente usando Redes de Bragg
e cerâmicas Piezoelétricas...................................................................................22
Capítulo 3. Determinação dos Esforços de Tensão Aplicados à Fibra Óptica.....24
3.1 Introdução................................................................................................24
3.2 Curva Tensão x Deformação...................................................................26
3.3 Ensaios de Tração....................................................................................28
3.3.1 Determinação do Módulo de Young...........................................31
3.4 Distribuição Estatística de Weibull.........................................................34
3.5 Técnicas de remoção da cobertura primária............................................35
Capítulo 4. Técnicas de Interrogação para sensores em Redes de Bragg............39
4.1 Técnica de Demodulação por Comprimento de Onda.............................39
vii
4.2 Técnica de Demodulação usando um Filtro Sintonizável.......................40
4.3 Técnica de Demodulação usando Redes Gêmeas....................................43
4.4 Teoria da Convolução..............................................................................44
4.4.1 Implementação do Algoritmo usando a Convolução entra a FBG e o
Filtro Óptico.............................................................................................45
Capítulo 5. Montagem Experimental .....................................................................52
5.1 Introdução...............................................................................................52
5.2 O Protótipo Sensor FBG-PZT.................................................................52
5.2.1 Princípio de Operação do Sensor FBG-PZT...............................55
5.2.2 Cálculos Teóricos para Tensão Contínua (CC)...........................55
5.2.3 Cálculos Teóricos para Tensão Alternada (CA)..........................59
5.3 Materiais e Métodos................................................................................60
5.3.1 Montagem Experimental para medidas de Tensão DC...............61
5.3.2 Montagem Experimental para medidas de Tensão CA...............61
5.3.3 Montagem Experimental para medidas de Tensão CA usando
Redes Gêmeas..........................................................................................64
5.4 Determinação da Sensibilidade Térmica da Rede de Bragg Filtro..........65
5.5 Montagem Experimental para a Determinação da Sensibilidade Térmica
do Conjunto.............................................................................................67
5.5.1 Cálculos teóricos.........................................................................69
Capítulo 6. Resultados e Discussões.........................................................................72
6.1 Resultados aplicando Tensão DC............................................................72
6.1.1 Protótipo Sensor FBG-PZT-4......................................................72
6.1.2 Protótipo Sensor FBG-PZT-5H...................................................76
6.2 Resultados aplicando Tensão CA............................................................79
6.2.1 Protótipo Sensor FBG-PZT-4......................................................80
6.2.2 Protótipo Sensor FBG-PZT-5H...................................................83
6.2.3 Sensor FBG-PZT-4 usando Redes Gêmeas.................................86
6.3 Resultados da Sensibilidade Térmica dos Protótipos..............................88
Capítulo 7. Conclusões .............................................................................................91
Referências bibliográficas.............................................................................................94
Anexos...........................................................................................................................100
viii
Lista de Figuras
Figura 2.1: Fotografia de um Transformador de Potencial...............................................5
Figura 2.2: Diagrama elétrico para um Transformador de Tensão Capacitivo.................6
Figura 2.3: Desenho dos espectros de incidência, reflexão e transmissão da FBG.........10
Figura 2.4: Diagrama elétrico para um Transformador de Tensão Capacitivo...............15
Figura 2.5: Processo de polarização das cerâmicas piezoelétricas..................................17
Figura2.6: Direção das forças que afetam o material piezoelétrico................................17
Figura 2.7: Constantes piezoelétricas ATCP...................................................................19
Figura 2.8: Circuito equivalente de Maisons’s................................................................20
Figura 2.9: Modos de vibração das cerâmicas piezoelétricas..........................................21
Figura 3.1: Diagrama esquemático da seção transversal de uma fibra óptica.................25
Figura 3.2: Gráfico Tensão x Deformação......................................................................27
Figura 3.3: Tela do software da máquina de tração – INSTRON 5569..........................29
Figura 3.4: Gráfico do ensaio de tração com as amostras escorregando no dispositivo.30
Figura 3.5: Fotografia do suporte desenvolvido. (1) Peça suporte para o ensaio de
tração. (2) Fibra Óptica enrolada na peça........................................................................30
Figura 3.6: Gráfico do ensaio de tração realizado com as amostras de fibra óptica
usando a peça suporte desenvolvida................................................................................31
Figura 3.7: Gráfico do ensaio de tração de amostras com o revestimento primário.......32
Figura 3.8: Gráfico da Tensão x Deformação.................................................................33
Figura 3.9: Gráfico do ensaio de tração com amostras sem revestimento primário........34
Figura 3.10: Gráfico de Weibull dos ensaios de tração com fibras ópticas com e sem
revestimento primário......................................................................................................37
Figura 4.1: Diagrama esquemático usando a demodulação por intensidade de
comprimento de onda......................................................................................................40
Figura 4.2: Estrutura básica de um filtro sintonizável de Fabry-Perot...........................41
Figura 4.3: Espectro do filtro sintonizável de Fabry-Perot.............................................41
Figura 4.4: Determinação do comprimento de onda em função da tensão aplicada no
filtro sintonizável de Fabry-Perot...................................................................................42
Figura 4.5: Espectros de reflectância da FBG (protótipo FBG-PZT-4) e de transmitância
do filtro Fabry-Perot em função do comprimento de onda.............................................45
Figura 4.6: Região do espectro da FBG sensora que será vista pelo fotodetector..........46
ix
Figura 4.7: Gráfico simulado da convolução entre os espectros da FBG do sensor FBG-
PZT-4 e o filtro................................................................................................................46
Figura 4.8: Gráfico simulado da derivada da convolução entre os espectros da FBG do
sensor FBG-PZT-4 e o filtro............................................................................................47
Figura 4.9: Espectros de reflectância da FBG (protótipo FBG-PZT-5H) e da
transmitância do filtro Fabry-Perot em função do comprimento de onda.......................48
Figura 4.10: Gráfico simulado da convolução entre a FBG do sensor FBG-PZT-5H e o
filtro.................................................................................................................................49
Figura 4.11: Gráfico simulado da derivada da convolução entre a FBG do sensor FBG-
PZT-5H e o filtro.............................................................................................................49
Figura 4.12: Espectro da fonte óptica (ASE) juntamente com a variação espectral do
filtro.................................................................................................................................50
Figura 4.13: Caracterização espectral da fonte de banda larga.......................................51
Figura 5.1: Desenho ilustrativo com a configuração composta de 10 cerâmicas PZT....53
Figura 5.2: Fotografia do setup experimental para esticar a FBG...................................53
Figura 5.3: Comprimento de onda central da FBG esticada (1538.51 nm).....................54
Figura 5.4: Comprimento de onda central da FBG esticada (1544.62 nm).....................58
Figura 5.5: Fotografia dos protótipos FBG-PZT-4 e FBG-PZT-5H mergulhados em
óleo..................................................................................................................................59
Figura 5.6: Desenho da montagem experimental para medidas em tensão CC..............61
Figura 5.7: Montagem experimental para medidas em tensão CA..................................62
Figura 5.8: Espectro do filtro sintonizável de Fabry-Perot utilizado (FFP-TF)..............63
Figura 5.9: (a) Fotografia do filtro FFP-TF. (b) Fotografia do fotodetector-amplificador
PDA10CS........................................................................................................................64
Figura 5.10: Desenho da montagem experimental para medidas em tensão CA usando
Redes Gêmeas..................................................................................................................65
Figura 5.11: Setup experimental para caracterização da rede filtro................................66
Figura 5.12: Gráfico da sensibilidade térmica da rede filtro...........................................66
Figura 5.13: Fotografia do sensor em operação dentro da estufa....................................67
Figura 5.14: Desenho do setup experimental para a determinação da sensibilidade
térmica do transdutor.......................................................................................................68
Figura 5.15: Caracterização espectral dos sensores emendados na mesma fibra. (a) λB
central do sensor PZT-4 (1535.04 nm). (b) λB central do sensor PZT-5H (1544.24
nm)...................................................................................................................................69
x
Figura 6.1: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão CC
aplicada............................................................................................................................73
Figura 6.2: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função do incremento
na tensão CC aplicada......................................................................................................74
Figura 6.3: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função do decremento
na tensão CC aplicada......................................................................................................75
Figura 6.4: Análise de erros nas medidas com tensão CC do sensor FBG-PZT-4..........75
Figura 6.5 Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função da tensão CC
aplicada............................................................................................................................77
Figura 6.6: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função do incremento
na tensão CC aplicada......................................................................................................78
Figura 6.7: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função do decremento
na tensão CC aplicada......................................................................................................78
Figura 6.8: Análise de erros nas medidas com tensão CC do sensor FBG-PZT-5H.......79
Figura 6.9: Forma de onda do sinal de entrada no sistema e Modelagem para o cálculo
da distorção harmônica do sinal na entrada do sistema...................................................80
Figura 6.10: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão
CA aplicada.....................................................................................................................81
Figura 6.11: Resposta de sensor FBG-PZT-4 na saída do osciloscópio..........................82
Figura 6.12: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão
CA aplicada.....................................................................................................................83
Figura 6.13: Análise de erros nas medidas com tensão CA no sensor FBG-PZT-4........83
Figura 6.14: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-5H em função da
tensão CA aplicada..........................................................................................................84
Figura 6.15: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-5H em função da
tensão CA aplicada..........................................................................................................85
Figura 6.16: Análise de erros nas medidas com tensão CA no sensor FBG-PZT-5H.....85
Figura 6.17: Resposta de sensor FBG-PZT-5H na saída do osciloscópio.......................86
Figura 6.18: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão
CA aplicada usando demodulação por redes gêmeas......................................................87
Figura 6.19: Resposta de sensor FBG-PZT-4 na saída do osciloscópio usando Redes
Gêmeas............................................................................................................................87
Figura 6.20: Gráfico de sensibilidade térmica dos protótipos sensores..........................89
xi
Figura 6.21: Fotografia do arranjo experimental para a realização dos ensaios com
tensão...............................................................................................................................90
xii
Índice de Tabelas
Tabela 3.1: Módulo de Elasticidade para alguns materiais.............................................28
Tabela 3.2: Classe de ensaio............................................................................................33
Tabela 3.3: Dados para cálculo da probabilidade estatística de Weibull........................35
Tabela 3.4: Dados para cálculo da probabilidade estatística de Weibull........................37
Tabela 5.1: Parâmetros das cerâmicas PZT e da FBG....................................................56
Tabela 5.2: Tabela com os parâmetros dos materiais......................................................69
Tabela 6.1: Resultados teóricos e experimentais dos protótipos ………………………89
xiii
Lista de Abreviaturas e Siglas
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANSI – American National Stands Institute
ASE – Amplified Spontaneous Emission
ASTM – American Society for Testing and Materials
CA – Corrente Alternada
CC – Corrente Contínua
CPqD - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações
DCP – Divisor Capacitivo de Potencial
DTG – Draw Tower Grating
FBG – Fiber Bragg Grating
FFP-TF – Fiber Fabry-Perot Tunable Filter
FSC - Fixed Series Capacitor
FSR – Free Spectral Range
FWHM – Full Width Half Maximum
IEC – International Eletrothecnical Commission
IPqM – Instituto de Pesquisas da Marinha
OSA – Optical Spectrum Analyzer
PZT- Lead Zirconium Titanate
Tc – Temperatura de Curie
TC – Transformador de corrente
TIA/EIA – Telecommunication Industry Association/ Electronic Industry Association
TP – Tranformador de potencial
U.V – Ultra Violeta
xiv
1
Capítulo 1
1. Introdução
No ano de 2009, o comitê Nobel homenageou o cientista Charles K. Kao com o
Prêmio Nobel de Física1 afirmando que as descobertas de Kao “abriram caminho à
tecnologia de fibra óptica” utilizada hoje em dia em quase todas os sistemas de
telecomunicações e sensoriamento no mundo. O trabalho de Kao, iniciado com a
pesquisa e o desenvolvimento de uma fibra óptica de baixa perda, permitiu a aplicação
em diversas áreas, desencadeando uma série de inovações tecnológicas para a vida
cotidiana e para a comunidade científica (Kao et al., 1966).
Entre as inovações provenientes da utilização dessa fibra de baixa perda
desenvolvida por Kao destacamos sua utilização na construção de sensores a fibra
óptica e, embora as primeiras pesquisas envolvendo sensores ópticos tenham surgido há
mais de três décadas o interesse por este ramo da Fotônica ainda se encontra em
ascensão. A tendência mostra que cada vez mais novas pesquisas e descobertas irão
proporcionar o desenvolvimento, crescimento e difusão desta tecnologia.
1.1 Objetivos
O desenvolvimento de novas tecnologias de sensoriamento remoto para medir as
condições das linhas de distribuição tem sido objeto de estudos e pesquisas. O
monitoramento e controle dentro das subestações garantem a manutenção dos sistemas,
além de prever possíveis interrupções e falhas que acabam por afetar diversos setores da
sociedade. Sendo assim, a confiabilidade e a precisão dos dados coletados são de
extrema importância. Além do impacto social, novas alternativas surgem para aplicação
no setor elétrico contribuindo para a otimização da relação custo–benefício dos sistemas
finais.
O objetivo deste trabalho é realizar medidas em alta tensão usando um sensor
híbrido baseado nas propriedades dos materiais piezoelétricos aliado às vantagens da
1 Scientific Background on the Nobel Prize in Physics
2
tecnologia de Redes de Bragg. O sensor desenvolvido será instalado nos
transformadores de medida na classe de 13,8 kV buscando avaliar e medir as condições
das linhas de distribuição.
A eficiência dos sensores de Bragg vem sendo estudada e desenvolvida através
da execução de projetos no Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF) da
COPPE/UFRJ, entre os quais destacamos: o desenvolvimento de sensores de Redes de
Bragg para medidas de temperatura em um gerador hidroelétrico, um sensor óptico para
medida em média tensão utilizando rede de Bragg e cerâmicas baseadas em Titanato
Zirconato de Chumbo (PZT - Pb Zr Ti) e recentemente a utilização desta tecnologia em
medidas de vibração.
Vantagens como imunidade eletromagnética, facilidade de monitoramento
remoto, alta sensibilidade, peso reduzido, além de alta resolução e precisão, têm levado
a utilização destes dispositivos em diversas aplicações. Devido à simplicidade de
instalação junto às linhas de distribuição parâmetros como temperatura, tensão e
corrente podem ser monitorados mais facilmente dentro das subestações.
1.2 Motivação
Usando uma tecnologia fotônica e passiva, os transformadores de potencial e de
corrente (TP e TC) ópticos foram desenvolvidos para substituir os transformadores
convencionais. Estes sensores de tensão e corrente baseados na tecnologia óptica
apresentam uma confiabilidade superior, além de oferecerem vantagens atrativas sobre a
tecnologia tradicional (RAHMATIAN et al., 2003).
Para superar algumas dificuldades de tecnologias convencionais, novas
alternativas surgem para aumentar a simplicidade e a robustez destes sensores. Baseado
nisto, uma das motivações para a realização deste trabalho foi a construção de um
transdutor FBG-PZT (Fiber Bragg Grating - Lead Zirconium Titanate) com o objetivo
de realizar medidas de tensão para aplicação nos TOPs (Transformadores Ópticos de
Potencial). Os dispositivos de sensoriamento utilizando Redes de Bragg em fibra óptica
são capazes de monitorar parâmetros físicos e mecânicos como temperatura,
deformação, pressão e etc. em condições de operação.
No que se refere ao esquema de demodulação usando redes gêmeas, outros
trabalhos já foram publicados onde parâmetros como os citados anteriormente foram
medidos, entretanto, os resultados obtidos neste trabalho demonstram a inovação desta
3
técnica de demodulação na detecção de medidas de tensão CA em linhas de
distribuição.
A motivação para a utilização de um sistema de interrogação usando redes
gêmeas está relacionada à simplicidade e o baixo custo do sistema proposto, já que para
a análise de medidas de tensão CA, a resolução de alguns equipamentos é insuficiente
para detectar as variações no comprimento de onda da FBG. Vale ressaltar também, o
custo elevado das soluções disponíveis no mercado.
Em relação às cerâmicas Piezoelétricas, estas atuam como um transdutor de
tensão e apresentam uma deformação em suas dimensões quando um campo elétrico é
aplicado em seus terminais. Esta tensão elétrica aplicada causa uma deformação no PZT
e acarreta em variações no comprimento de onda de Bragg de uma FBG colada ao PZT.
1.3 Organização do Trabalho
A organização do trabalho é apresentada a seguir e mostra as etapas realizadas
para o desenvolvimento e concretização desta dissertação.
No Capítulo 2, é realizado um levantamento bibliográfico e apresenta os
conceitos básicos dos materiais e dispositivos envolvidos na pesquisa. O capítulo inicia
com uma breve teoria sobre os transformadores de potencial tradicionais e os ópticos. E
ainda, apresenta uma teoria sobre Redes de Bragg e seu funcionamento como sensores
ópticos para medição de diversos parâmetros. A seguir, é realizado o estudo sobre os
materiais piezoelétricos, mostrando suas principais características e aplicações. Por fim,
são mostradas algumas aplicações destes sensores no setor elétrico para medidas de
tensão e corrente.
Como as FBGs são tensionadas quando atuam como sensor de deformação, o
uso a longo prazo nas aplicações em campo precisa ser garantido. Portanto, é necessário
conhecer a resistência mecânica das fibras ópticas, bem como, seu comportamento
térmico. Com esta finalidade, o Capítulo 3 apresenta os resultados dos estudos para
avaliar as características mecânicas quando as fibras são submetidas aos esforços de
tensão.
Por sua vez, o Capítulo 4 faz um levantamento dos principais sistemas de
interrogação de redes de Bragg e apresenta os esquemas usados neste trabalho. O
esquema usando um par de redes gêmeas em uma interação sensor-filtro foi usado para
interrogar as variações no comprimento de onda de Bragg. Assim, o Capítulo encerra-se
4
apresentando a implementação de um algoritmo computacional com objetivo de estudar
o ponto ideal onde a derivada da convolução entre os espectros das redes gêmeas é
máxima.
Em função das condições reais de operação, a seleção do material apropriado é
um fator importante. Deste modo, o Capítulo 5 inicia-se com a construção de dois
protótipos de diferentes composições em formato de uma pilha de cerâmica PZT e uma
FBG colada ao material. Aqui, são comparadas as influências da composição dos dois
materiais quanto à sensibilidade, resolução e faixa térmica de operação durante as
variações de tensão.
No Capítulo 6, é realizada a análise dos resultados obtidos mostrando os
resultados experimentais quando os protótipos são submetidos às variações de tensão
CC e CA. O capítulo ainda apresenta os resultados obtidos para a determinação da
sensibilidade térmica do conjunto, após os sensores terem sido submetidos a uma
variação de temperatura.
O Capítulo 7 encerra-se com as conclusões obtidas durante a realização do
trabalho e mostra sugestões para a continuidade e melhorias no trabalho desenvolvido.
5
Capítulo 2
2. Revisão Bibliográfica
O monitoramento de corrente e tensão em linhas de distribuição é de extrema
importância para medição, proteção e controle nas subestações de energia. Para proteger
os sistemas de condições anormais e garantir a confiabilidade nos resultados das
medidas obtidas é essencial a presença de equipamentos confiáveis e com níveis
elevados de precisão. Neste capítulo serão apresentados os conceitos básicos das
tecnologias envolvidas na construção do sensor desenvolvido.
2.1 Transformadores de Potencial
Atualmente, o monitoramento de subestações é realizado através dos Instrument
Transformers (Transformadores Instrumentais) convencionais capazes de monitorar e
enviar remotamente informações acerca dos sistemas elétricos. Eles estão divididos em
duas categorias: os Transformadores de Potencial (TPs) e os Transformadores de
Corrente (TCs).
Criados há mais de um século, eles são confiáveis para proteção de sobretensão
e sobrecorrente permitindo receitas de medição da ordem de 0.2% de precisão e seu
comportamento é bem conhecido em condições normais e anormais de operação. A
Figura 2.1 ilustra um Transformador de Potencial.
Figura 2.1: Fotografia de um Transformador de Potencial.
(Fonte: http://www.niroutrans.com/site/334/default.aspx).
6
O isolamento é feito de porcelana, dentro do qual há um stack (pilha) de
capacitores idênticos, permitindo que a distribuição de tensão seja uniforme do terminal
de alta tensão para o terra. Esse stack de capacitores forma um divisor de tensão que
fornece a redução da tensão aplicada no primário do transformador que se encontra na
base do TP (vide Figura 2.1). No terminal secundário deste transformador aparece
finalmente a tensão de saída do TP.
O óleo sintético usado em seu interior possui elevadas propriedades de absorção
do gás resultante de descargas parciais. A unidade eletromagnética é embarcada neste
óleo na base do stack de capacitores. Este óleo mineral, além de possuir um elevado
potencial de isolamento, auxilia no processo de transferência de calor.
O diagrama elétrico básico para um transformador de tensão típico é mostrado
na Figura 2.2. O lado primário consiste de dois elementos capacitivos C1 e C2 ligados
em série que formam o divisor capacitivo. O transformador de potencial fornece uma
tensão no secundário vo para os relés de proteção e instrumentos de medição. A
indutância Lc é escolhida para evitar as diferenças de fase entre vi e vo. Um circuito de
supressão ferro-ressonante (FSC) é incluso no circuito apresentado em FERNANDES et
al. (2003).
Figura 2.2: Diagrama elétrico para um Transformador de Tensão Capacitivo.
(Fonte: FERNANDES et al., 2003).
No entanto, esses sistemas de medição são feitos inteiramente de cobre,
cerâmica e ferro, que são materiais pesados, implicando em equipamentos volumosos e
robustos. RAHMATIAN et al. (2002) atenta para o fato dessas estruturas conterem em
seus espaços vazios óleo isolante fazendo com que, em um caso de curto circuito,
sobretensão ou sobrecorrente, eles tendam a explodir sem aviso prévio, resultando na
destruição dos equipamentos existentes nas proximidades das peças de cerâmica e
7
colocando em risco os funcionários dentro das subestações. Além disso, por serem
equipamentos pesados, a dificuldade de instalação e manutenção também torna-se uma
desvantagem para a utilização desta tecnologia.
2.1.1 Transformadores Ópticos de Tensão e Corrente
As limitações mencionadas acima trouxeram a motivação para o
desenvolvimento de uma nova tecnologia capaz de competir tecnologicamente e
comercialmente com a tecnologia tradicional. Estes sensores apresentam uma
confiabilidade superior, além de oferecerem vantagens atrativas sobre a tecnologia
convencional.
Com base em uma tecnologia fotônica e passiva, os transformadores de tensão e
corrente (TPs e TCs) ópticos foram desenvolvidos para substituir os transformadores
convencionais. Propostas anteriores implementam transformadores de tensão e corrente
baseados na tecnologia óptica, como em CEASE et al. (1991), WERNECK et al. (2004)
e NAZARÉ et al. (2010).
Um TP óptico é baseado no efeito Pockels ou efeito eletro-óptico característico
da orientação dos dipolos nos cristais PZT em função da direção das linhas de campo
elétrico e da polarização da luz. Para detectar o sinal óptico, a polarização Pockles é
convertida em modulação da intensidade de luz usando polarizadores conforme
caracterizado na forma descrita por SAWA et al. (1990).
A ausência de componentes eletrônicos e a não necessidade de energia elétrica
no ponto de sensoriamento fornece elevado nível de segurança à equipe de manutenção
e de operação assegurando o isolamento galvânico e a imunidade à interferência
eletromagnética. A ampla faixa dinâmica e precisão destes dispositivos tornam esta
tecnologia uma ferramenta poderosa para registrar medidas e condições de falhas em
tempo real dentro das subestações. O baixo peso e a estrutura compacta destes
dispositivos criam condições de serem instalados em qualquer ponto físico, não
havendo necessidade de gasto com obras civis de grande porte para implantação dos
sensores. Em relação aos impactos ao meio ambiente destacamos a não necessidade de
gás (SF6) ou óleo isolante reduzindo a poluição. Essa combinação de vantagens confere
à tecnologia óptica uma grande flexibilidade que foi demonstrada em diversos trabalhos
(CHAVEZ et al., 2002, SANDERS et al., 2002, BOHNERT et al., 2005,
RAHMATIAN et al., 2003).
8
Uma desvantagem desta tecnologia é que o feixe de luz monocromático está
sujeito às variações de intensidade podendo causar a instabilidade do sistema. As
células Pockels são feitas de cristais, normalmente Niobato de Lítio, exigindo uma
abordagem óptica com lentes e filtros polarizadores, resultando em um sistema instável
e difícil de alinhar. Essas variações sofridas pelo feixe de luz monocromático podem
causar a instabilidade do sistema de aquisição.
A principal desvantagem, no entanto, é o alto custo desta tecnologia para sua
aquisição e manutenção. A tecnologia óptica ainda apresenta custos elevados e exige a
qualificação e treinamento do pessoal responsável pela manutenção e operação desses
dispositivos.
2.2 Redes de Bragg em Fibras Ópticas
Recentemente, o uso dos sensores FBG (Fiber Bragg Grating) tem sido
altamente difundido por causa de suas características, tais como: estrutura simples,
facilidade de multiplexação, monitoramento remoto, etc. Por ser um componente
totalmente passivo e compacto é possível sua aplicação em diversos dispositivos, dentre
os quais podemos destacar o seu uso em aplicações na engenharia civil, na aviação, no
setor elétrico, na indústria de gás e petróleo, em aplicações biomédicas, etc. A
simplicidade com que podem ser manuseados, além do baixo custo envolvido na
implementação destes sensores, tem facilitado sua aplicação em muitos dispositivos.
Alguns exemplos do uso dos sensores FBG são descritos por ZHOU et al. (2003),
WERNECK et al. (2004) e REILLY et al. (2006).
Para a compreensão do trabalho, neste capítulo são apresentados os conceitos
preliminares dos sensores baseados em Redes de Bragg. Os artigos citados nas
referências nos posicionam em relação ao estado da arte em que se encontra a
tecnologia.
2.2.1 Revisão Histórica e Princípios Básicos das Redes de Bragg
HILL et al. (1978) realizaram as primeiras experiências envolvendo a
fotossensibilidade em fibra ópticas. Hill e um grupo de pesquisadores do Canadá
descobriram a presença da fotossensibilidade na matriz das fibras de sílica dopadas com
Germânio induzida pelas alterações periódicas no núcleo, oriundas da incidência de um
9
feixe de um laser de Argônio. Além disto, estas descobertas abriram caminho para as
pesquisas sobre a aplicação deste mecanismo em dispositivos multiplexadores de
comprimento de onda, filtros seletivos e sensores ópticos.
As redes de Bragg são formadas por uma modulação periódica no índice de
refração do núcleo da fibra óptica ao longo de uma direção longitudinal, podendo ser
produzidas através de técnicas de gravação interferométrica e não interferométrica.
Devido às modulações periódicas do índice de refração, a luz guiada ao longo do núcleo
da fibra será refletida por cada grade e vai somar com outras reflexões oriundas de
outras grades na direção contrária. Esta interferência pode ser construtiva ou destrutiva
dependendo do comprimento de onda de Bragg, satisfazendo a condição de Bragg dada
por:
Λ2ηλ effB = (1)
Na equação (1) λB representa o comprimento de onda de Bragg do espectro
refletido quando um sinal luminoso de banda larga incide na FBG. Segundo OTHONOS
et al. (1999), este valor é função de Λ e neff , onde:
neff: índice de refração efetivo do núcleo da fibra.
Λ: período de modulação do índice de refração (distância entre as grades).
Assim, temos que uma deformação longitudinal ou uma variação de
temperatura devido a qualquer agente externo poderá mudar tanto o período de
modulação (Λ) quanto o índice de refração da fibra (neff).
Quando a densidade de potência oriunda de uma fonte de banda larga incide na
fibra, uma componente estreita em comprimento de onda do sinal será refletida pela
grade. Essa componente espectral refletida é observada no início da fibra, o restante do
espectro será transmitido e pode ser usado para iluminar outras FBGs na mesma fibra,
sendo cada uma sintonizada em um comprimento de onda específico. Como resultado
final, teremos no início da fibra, vários picos refletidos pelas diversas FBGs, cada um
com seu comprimento de onda específico, conforme observamos na Figura 2.3.
10
Figura 2.3: Desenho dos espectros de incidência, reflexão e transmissão da FBG.
(Fonte: ALLIL, 2010).
2.2.2 Parâmetros Físicos das Redes de Bragg
Largura de Banda
A FWHM (Full Width Half Maximum) dos sensores de FBG é a largura
espectral dos sinais refletidos e significa a largura de banda (3 dB) com 50% de
refletividade do pico sensor sendo a refletividade o percentual de luz refletida pela rede
de Bragg. O parâmetro FWHM depende principalmente do comprimento da rede e
representa um ponto crítico que contribui para o desempenho de um sensor Bragg.
Em PHING et al. (2007), os autores analisaram amostras de redes de Bragg com
diferentes comprimentos de onda e calcularam o espectro de transmissão, reflexão e a
largura de banda. Quanto à largura de banda do sensor FBG, os experimentos
demonstraram que o valor diminui com o aumento do tamanho da grade. Na maioria das
aplicações a largura de banda está entre 0.05 nm e 0.6 nm para grades de 1 a 10 mm de
comprimento.
Refletividade
A refletividade é função do comprimento da rede e do comprimento de onda.
Este parâmetro aumenta com o aumento da mudança induzida no índice de refração e
com o aumento do comprimento da rede (NUNES, 2004). Em relação à refletividade,
11
PHING et al. (2007) comprovaram que a refletividade aumenta com o aumento do
comprimento das grades de Bragg.
Sensibilidade à temperatura e à deformação
A Equação de Bragg (2) estabelece a relação entre o comprimento de onda, a
deformação e a temperatura aplicada a uma FBG (OTHONOS et al., 1999).
∆Tη)(αε)ρ(1λ∆λ
FBGeB
B ++−= (2)
onde:
∆T: variação de temperatura,
ρe: coeficiente foto-elástico (0.22),
α: coeficiente de expansão térmica da sílica (0.55 x 10-6°C-1),
η: coeficiente termo-óptico (8.6 x 10-6°C-1).
FBG
FBGFBG L
∆Lε =
(3)
sendo,
FBGε : deformação longitudinal da fibra.
LFBG: comprimento da FBG.
∆LFBG: alongamento da FBG.
A tecnologia usando redes de Bragg tornou-se popular para medidas de
deformação e temperatura, devido seu processo de fabricação simples e a alta
intensidade do sinal que é refletido.
Uma das primeiras referências abordando a sensibilidade no comprimento de
onda de Bragg às variações de deformação e temperatura foi registrada por MOREY et
al. (1989). Como estes parâmetros são codificados através das variações nos
comprimentos de onda e, sendo este um parâmetro absoluto, suas medidas não são
afetadas pelas variações na intensidade de luz, por perdas nas conexões entre
acopladores ou mesmo por possíveis instabilidades da fonte luz utilizada.
12
Portanto, as sensibilidades de uma FBG gravada em 1550 nm, quanto à
temperatura e quanto à deformação após a substituição das constantes na Equação 2, são
respectivamente:
Cpm/º14.18∆T∆λ B = (4)
e
µεε
pm/21.∆∆λ B = (5)
Esses valores teóricos apresentados irão depender do processo de fabricação
utilizado e da quantidade de hidrogênio deixado na fibra após o processo de fabricação.
2.2.3 Métodos de Fabricação das Redes de Bragg
Existem dois principais métodos de fabricação de redes de Bragg: método
interferométrico (MELTZ et al., 1989) e método de máscara de fase (HILL et al., 1993).
O método interferométrico foi o primeiro método de gravação de Redes de
Bragg em fibras fotossensíveis (OLIVEIRA, 2009). MELTZ et al. (1989) apresentaram
um método para a formação das grades de Bragg em fibras dopadas com Germânio. A
gravação das FBG é realizada usando um padrão de interferência entre dois feixes
ultravioleta. As franjas de interferência na fibra dopada produzem as modulações
periódicas no índice de refração no núcleo da fibra. A proposta de Meltz ao desenvolver
o método holográfico de formação das Grades de Bragg era melhorar a estabilidade
durante o processo de gravação das redes.
HILL et al. (1993) demonstraram uma técnica de gravação das redes designada
máscara de fase. Essa técnica é a mais difundida e emprega um elemento de difração
óptica usado para modular espacialmente o feixe ultravioleta de escrita (OLIVEIRA,
2009) e consiste numa série de depressões longitudinais na superfície de um substrato
de sílica produzidas por fotolitografia (FRAZÃO et al., 1999).
13
2.2.4 Sensor FBG para Medidas de Tensão
A tecnologia de Redes de Bragg tem sido usada para monitoramento em
aplicações de telecomunicações, sensoriamento, lasers e muitas outras. Vantagens como
o isolamento elétrico, a alta sensibilidade, a precisão, a imunidade à interferência
eletromagnética, a alta resolução, entre outras, tem permitido e disseminado o uso desta
tecnologia na determinação de parâmetros como deformação, temperatura, pressão,
vibração, tensão, corrente, etc.
O uso de sensores FBG tem sido muito empregado no setor elétrico, isto porque
além das vantagens anteriormente citadas, o aumento do número de subestações trouxe
um aumento na quantidade de linhas de transmissão que precisam ser monitoradas.
Sendo assim, é necessário prover tecnologias e equipamentos de baixo custo com
capacidade de serem instalados com rapidez e facilidade, principalmente em locais de
difícil acesso que ofereçem riscos à segurança do operador.
Os trabalhos propostos usando a aplicação de redes de Bragg para
monitoramento no setor elétrico vêm sendo desenvolvidos ao longo dos últimos anos.
LEE et al. (2006) desenvolveram um sensor de temperatura baseado em redes de Bragg
para aplicação em sistemas de energia elétrica. As variações no comprimento de onda
de Bragg induzidos pela variação de temperatura são monitoradas usando um filtro com
comprimento de onda sintonizável. Um algoritmo usando um ajuste Gaussiano para
aumentar a precisão das medidas e compensar a não linearidade oriunda do filtro óptico
também foi implementado.
Um sensor óptico baseado na tecnologia em redes de Bragg capaz de detectar
falhas em transformadores de alta tensão também foi investigado por MOGHADAS et
al. (2010). O sistema sensor de corrente consiste de um sensor simultâneo de
temperatura e deslocamento com uma FBG colada em cima de um material
magnetoestritivo. Quando ocorre um curto circuito devido à falhas nos transformadores,
um pulso de corrente é enviado ao material magnetoestritivo que é então detectada
através do deslocamento da FBG colada ao material. A partir deste instante, um sinal é
enviado para desligar o relé de proteção mantendo desta forma os sistemas protegidos.
Vale ressaltar que tanto os sensores instalados no primário e secundário dos
transformadores foram monitorados remotamente pela sala de controle da subestação.
14
2.3 Cerâmicas Piezoelétricas
Atualmente as cerâmicas piezoelétricas têm sido utilizadas em diversas
aplicações e uma freqüente discussão, quando trabalhamos com estas cerâmicas está
relacionada com a escolha do tipo de material em função de suas propriedades físicas. O
primeiro passo no desenvolvimento do projeto é a escolha do tipo de cristal apropriado
para cada aplicação. Nesta seção fazemos uma apresentação sobre os cristais
piezoelétricos, abordando suas principais propriedades, que serão necessárias para a
obtenção dos resultados ao longo do trabalho.
2.3.1 Fundamentos da piezoeletricidade
A piezoeletricidade é a propriedade que certas substâncias cristalinas possuem
de gerar cargas elétricas quando estão submetidas à aplicação de uma força mecânica.
Chamamos este efeito de Efeito Piezoelétrico Direto. Reciprocamente, o efeito
piezoelétrico reverso produz uma deformação no cristal quando um campo elétrico é
aplicado. Este efeito foi descoberto em 1880 por Pierre e Jacques Curie. Tanto uma
deformação quanto uma compressão aplicadas ao material geram tensões de polaridades
opostas, sendo a tensão proporcional à força aplicada (APC International Ltd., 2002).
Existem cerâmicas piezoelétricas compostas de diversos materiais, entre elas,
destacamos as primeiras descobertas realizadas contendo Titanato de Bário (BaTiO3), as
compostas de sal de Rochelle e Quartzo e as formadas de Titânio e Chumbo. Entretanto,
pesquisas demonstraram algumas de suas limitações impossibilitando o seu uso em
determinadas aplicações. Entre as limitações, podemos citar a fraca estabilidade do Sal
de Rochelle, o grau limitado de liberdade nas características do Quartzo além da baixa
estabilidade do Bário (PIEZOTITE, 2002).
Dando continuidade à evolução tecnológica das cerâmicas e com intuito de
superar as limitações impostas pelas antigas composições de cerâmicas, JAFFE et al.
(1971) realizaram um estudo usando o acoplamento piezoelétrico em cerâmicas
compostas por Chumbo, Titânio e Zircônio (PZT). As pesquisas envolvendo cerâmicas
PZT comprovaram a superioridade destas em relação às existentes. Sua elevada
eficiência na conversão eletromecânica, a estabilidade das propriedades nas variações
de temperatura, a baixa perda dielétrica e o processo de despolarização menos severo
tornaram seu uso difundido em diversas aplicações.
15
As cerâmicas PZT são cerâmicas policristalinas compostas de íons tetravalentes
de Titânio ou Zircônio e possuem uma simetria tetragonal. Para que um sólido cristalino
apresente polarização espontânea este não pode ser centrossimétrico, ou seja, o centro
de cargas negativas não pode coincidir com o centro de cargas positivas (ALVES,
2004). O centro de simetria entre as cargas positivas e negativas irá depender se o
material está acima ou abaixo de uma temperatura crítica chamada de temperatura de
Curie (ALLIL, 2010).
Quando o material está acima da temperatura de Curie o íon está no centro da
carga (centrossimétrico) e a cerâmica possui simetria cúbica. Neste caso, as cargas
positivas estão alinhadas com as cargas negativas. No material não centrossimétrico a
cerâmica está abaixo da temperatura de Curie e dessa forma o íon é deslocado do centro
de cargas e apresenta uma simetria tetragonal.
Essa simetria produz um momento dipolo elétrico e a polarização do material se
dá através da soma dos momentos dipolo nos materiais. Para que o material apresente
polarização espontânea, além de não ser centrossimétrico, é preciso que seus dipolos
estejam orientados na mesma direção, caso contrário seu momento dipolo será zero. A
Figura 2.4 mostra a estrutura cristalina de uma cerâmica piezoelétrica onde em (a)
observamos o íon positivo no centro de cargas e em (b) o íon deslocado (APC
International Ltd., 2002).
Figura 2.4: Estrutura cristalina de uma cerâmica piezoelétrica tradicional.
(Fonte: APC International Ltd, 2002).
16
2.3.2 Processo de polarização das cerâmicas Piezoelétricas
O processo de fabricação das cerâmicas piezoelétricas se dá primeiramente com
a mistura dos óxidos envolvidos na composição do material (Pb, Zr e Ti). Os materiais
são misturados em proporções específicas e para prover ligadura da mistura é usado
álcool isopropílico (ALLIL, 2010). Para acelerar a reação dos componentes a mistura é
aquecida a 75ºC. A seguir essa mistura é peneirada e calcinada à temperatura de 750ºC.
No processo seguinte as amostras são modeladas a fim de obter as variadas formas
(disco, anel, chapa, etc.). As modelagens são então resfriadas a fim de que os eletrodos
possam ser aplicados nas faces do material. O último passo é o processo de pooling
onde a direção de polarização é definida. Nesta etapa, o material é aquecido e
polarizado em um banho de óleo. Todas as etapas durante o processo de fabricação são
altamente controladas e um pequeno desvio ou alteração irá afetar a qualidade das
cerâmicas (PI Ceramics, 2005).
Antes do processo de polarização, os dipolos estão orientados aleatoriamente
fazendo com que os momentos dipolos se cancelem. Durante o processo de polarização
do material são depositados eletrodos nas faces opostas da cerâmica dependendo da
direção que se deseja polarizar. O material será submetido à aplicação de um campo
elétrico a uma temperatura acima da temperatura de Curie, para orientar e induzir a
polarização espontânea e depois é retirado o campo elétrico.
Antes do processo de polarização os dipolos estão aleatoriamente orientados
conforme Figura 2.5 (a) e, conforme citado, não existe momento dipolo. Quando um
campo elétrico é aplicado os dipolos elétricos são orientados em uma única direção
induzindo uma polarização como mostra a Figura 2.5 (b). Devido às propriedades
dielétricas da cerâmica, mesmo após a retirada do campo elétrico os dipolos elétricos
não perdem sua orientação como observado na Figura 2.5 (c) e as cerâmicas passam a
exibir uma polarização permanente (APC International Ltd, 2002).
17
Figura 2.5: Processo de polarização das cerâmicas piezoelétricas.
(Fonte: APC International Ltd., 2002).
2.3.3 Propriedades das cerâmicas Piezoelétricas
Constante de carga Piezoéletrica (d33)
Devido às suas características anisotrópicas, os efeitos piezoelétricos são
dependentes da direção da força que está sendo aplicada (mecânica ou elétrica) e da
direção perpendicular à força aplicada. Por esta razão, cada constante de carga
piezoelétrica tem dois índices, cada um indicando as direções das forças relacionadas.
A direção de polarização positiva coincide com o eixo Z de um sistema de coordenadas
X, Y e Z, conforme mostra a Figura 2.6.
Figura 2.6: Direção das forças que afetam o material piezoelétrico.
(Fonte: APC International Ltd., 2002).
A constante piezoelétrica dxy é definida como a polarização gerada por uma
tensão mecânica aplicada ao material piezoelétrico ou a tensão mecânica sofrida pelo
material quando um campo elétrico é aplicado. Assim, o primeiro índice de d indica a
18
direção de polarização gerada no material quando o campo elétrico de polarização é
aplicado. O segundo índice indica a direção da tensão aplicada por um campo elétrico.
A deformação da espessura do PZT é dado pela constante d33 que representa a
deformação sofrida pela cerâmica na direção 3 à partir da incidência de um campo
elétrico nesta mesma direção. A relação entre a variação ∆w da cerâmica em função da
tensão aplicada nos eletrodos do PZT é dada por:
Edw∆w
33= (6)
Onde:
∆w : deformação da espessura entre os eletrodos (m),
33d : coeficiente de deslocamento na direção da polarização (pm/V),
E: campo elétrico (V/m).
As cerâmicas piezoelétricas de diferentes materiais podem ser comparadas
através dos valores das constantes dxy. A Figura 2.7 apresenta as constantes para os
diversos tipos de cerâmicas fornecidos pelo fabricante ATCP do Brasil e que foram
utilizadas para a construção dos protótipos desenvolvidos neste trabalho, em nosso caso,
cerâmicas do tipo PZT-4 e PZT-5H.
19
Figura 2.7: Constantes piezoelétricas ATCP.
(Fonte: ALVES, 2010).
Constante Dielétrica (k) e Constante Elástica (s)
A constante dielétrica estabelece a proporcionalidade entre a deformação sofrida
pela cerâmica em função do campo elétrico aplicado e é usada para o cálculo da
capacitância do material. A proporcionalidade entre a deformação e a tensão aplicada é
dada através da constante elástica (s). É possível calcular a velocidade de propagação de
ondas acústicas no material piezoelétrico em qualquer direção e polaridade
(PIEZOTITE, 2002).
Temperatura de Curie e Despolarização Térmica
A temperatura de Curie é a temperatura crítica na qual a estrutura cristalina do
material perde sua polarização espontânea passando da condição de material polarizado
20
para a condição de não polarizado. Assim, para que o material possa trabalhar
satisfatoriamente dentro das condições de operação a temperatura a que o material está
submetido não pode ultrapassar este valor. Para cada tipo de cerâmica existe um ponto
de Curie onde as constantes piezoelétricas são máximas.
Durante as condições de operação, podem ocorrer flutuações repentinas na
temperatura gerando a despolarização dos materiais. Na maioria dos casos, isto é a
causa de inexatidão das medidas.
HOOKER et al. (1998) estudaram as propriedades de expansão térmica de um
grupo de cerâmicas piezoelétricas produzidas comercialmente, quando submetidas a
uma variação de temperatura entre 25ºC e 600ºC. Durante os ensaios, as cerâmicas
foram colocadas em uma câmara com um sensor localizado nas proximidades do
material. Os autores apontaram para o fato do fator de dissipação ser dependente das
variações de temperatura e das medidas de freqüência de cada material.
Frequência de Ressonância e Modos de Vibração
O circuito elétrico equivalente de uma cerâmica piezoelétrica pode ser
representado através de um circuito básico chamado de circuito equivalente de
Maison’s, conforme apresentado na Figura 2.8:
Figura 2.8: Circuito equivalente de Maisons’s
Onde:
L1: indutância do circuito mecânico.
C1: capacitância do circuito mecânico.
R1: resistência em série.
C0: Capacitância do transdutor abaixo da freqüência de ressonância.
21
Existe uma freqüência específica onde a cerâmica PZT produz uma vibração de
amplitude máxima. Esta freqüência é chamada de freqüência de ressonância e depende
da forma do material, além de seus parâmetros elétricos.
Os modos de vibração dependem das propriedades do material, da orientação de
polarização e da direção do campo elétrico que está sendo aplicada aos eletrodos. A
Figura 2.9 mostra os modos de vibração típicos das cerâmicas piezoelétricas.
Figura 2.9: Modos de vibração das cerâmicas piezoelétricas
(Fonte: SPARKLER PIEZOCERAMICS, adaptado para este trabalho).
A determinação das características das cerâmicas é específica para cada
aplicação e a quantidade de deslocamento produzida é função da tensão aplicada, da
direção do vetor de polarização (pooling) e da composição das cerâmicas (ALVES,
2010).
2.3.4 Algumas aplicações das cerâmicas Piezoelétricas
A aplicação dos materiais piezoelétricos estende-se por diversas áreas de
conhecimento. Por possuírem sensibilidade elétrica e mecânica muito maior que outros
22
materiais, a cada momento novas composições vêm sendo estudadas e novas aplicações
vão surgindo. Dentre as aplicações envolvendo estes materiais, podemos destacar o seu
uso como atuadores, sensores, transdutores e geradores.
Uma das vantagens do emprego de cerâmicas PZT na fabricação de sensores e
atuadores é o fato de que estas não exigem uma fonte de alimentação externa para
operar como sensor de deformação sendo uma das principais motivações para o uso na
detecção de sinais de baixa potência (SOMAN, 2010).
Um atuador multicamadas utilizando um material piezoelétrico PZT foi
construído e é descrito em CARVALHO et al. (2010). Através de medidas de
interferometria a laser foi obtida a variação do deslocamento da tensão medida sobre o
atuador em função da variação de tensão aplicada. Os resultados obtidos demonstram os
tempos praticamente imperceptíveis na resposta deste deslocamento em função da
tensão aplicada.
Ainda no campo dos atuadores piezoelétricos QING et al. (2005)
desenvolveram um sistema de diagnóstico portátil para avaliação de veículos e
estruturas aeroespaciais. O sistema híbrido fibra/piezoelétrico utiliza atuadores
piezoelétricos para fornecer uma excitação controlada na estrutura e sensores de fibra
óptica para captar as correspondentes respostas das estruturas mecânicas.
2.4 Sensor híbrido para medidas de tensão e corrente usando Redes de Bragg e
cerâmicas Piezoelétricas
Dando continuidade ao desenvolvimento de sensores ópticos para medidas em
alta tensão, muitos trabalhos apresentam o desenvolvimento de sensores usando
cerâmicas piezoelétricas como um transdutor de tensão juntamente com Redes de Bragg
para medidas de deslocamento. Os protótipos desenvolvidos apresentam a
aplicabilidade deste sensor híbrido para uso em linhas de distribuição e garantem um
sistema seguro e mais leve do que os tradicionais.
Um exemplo desta implementação foi proposto por PACHECO et al. (1999).
Um sensor de baixo custo foi desenvolvido onde a modulação dos deslocamentos no
comprimento de onda de Bragg é obtida como resultado da conversão do efeito piezo-
elétrico. A modulação do sistema foi realizada através de uma FBG colada em um
disco de cerâmicas piezoelétricas. Um sinal linear é obtido através da aplicação de uma
23
tensão alternada aos terminais do sensor. Os autores também propõem o uso de
cerâmicas de diferentes materiais para aumentar a sensibilidade do sistema.
Um sistema semelhante foi utilizado (LI et al., 2002) onde uma tensão elétrica é
aplicada aos eletrodos de um PZT promovendo a modulação periódica de uma FBG
colada no PZT. Essa tensão promove as mudanças no comprimento da Grade de Bragg
do espectro de luz refletido pelo sensor. O sistema apresenta vantagens como baixo
custo e estrutura simples, além de poder ser utilizado em outras aplicações como
medidas de deformação, temperatura, pressão, etc.
YAO et al. (2006) desenvolveram um sensor para medidas de tensão baseado na
relação entre a deformação do PZT e a tensão aplicada, através da demodulação das
variações no comprimento de onda central FBG colada ao PZT. Os resultados obtidos
mostram a relação linear entre a característica piezoelétrica do PZT e a tensão aplicada
aos terminais.
NETO et al. (2006) apresentaram o protótipo de um sensor de tensão à fibra
óptica baseado na utilização de uma FBG fixada paralelamente ao eixo de deformação
de um cristal piezoelétrico para detectar um campo elétrico alternado. Quando
submetido a um campo elétrico as mudanças na dimensão do cristal atuam na FBG e
são detectadas pela monitoração do comprimento de onda de Bragg. O protótipo foi
instalado na rede de distribuição interna de 11.9 kV do CPqD (Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento em Telecomunicações) em uma bucha isoladora com tensão superior
a 30 kV e se mostrou tecnicamente viável para se medir alta tensão.
O sistema proposto em NIEWCZAS et al. (2006) apresenta investigações
experimentais sobre as capacidades dinâmicas de um sensor de tensão híbrido,
composto de uma pilha multicamadas de cerâmicas PZT destinadas a monitorar tensão e
corrente em transformadores.
Outra proposta de sensores FBG utilizando cerâmicas piezoelétricas foi
apresentada por ALLIL et al. (2011). Os autores desenvolveram um sistema de medida
de alta tensão para ser usado em transformadores de tensão na classe de 13.8 kV usando
uma Rede de Bragg colada a um cristal PZT. O sensor desenvolvido apresenta níveis de
precisão na classe 0.2% exigidos pelo IEC 60044-5 (Internacional Eletrothecnical
Commission).
24
Capítulo 3
3. Determinação dos Esforços de Tensão Aplicados à Fibra Óptica
3.1 Introdução
Como comentado anteriormente, uma das muitas aplicações das redes de Bragg
está relacionada ao uso destes dispositivos como sensor óptico de deformação. Como
estas fibras precisam ser tensionadas é importante conhecer a sua resistência e também
melhorar suas propriedades mecânicas a fim de garantir o uso destes dispositivos a
longo prazo nas aplicações em campo.
Dentre os modelos que abordam o estudo da resistência mecânica de uma fibra
óptica, destacamos o estudo das falhas intrínsecas relacionadas aos defeitos do material
de revestimento da fibra e o estudo sobre as falhas extrínsecas relacionadas com o
crescimento de trincas ou micro-fissuras na superfície do material. Em relação às
fissuras BUBEL et al. (1991) e THIRTHA et al. (2002) atentam para o fato de que estas
podem ocorrer quando as fibras são submetidas a alguma situação de stress (tensão) ou
até mesmo durante o manuseio das fibras nas aplicações.
Segundo PINTO (1990), uma fissura iniciada em uma fibra sob ação de uma
tensão, na presença de umidade, pode se propagar lentamente até provocar o
rompimento total da amostra. Estas falhas podem degradar a resistência mecânica e a
confiabilidade da fibra encurtando o seu tempo de vida
Como durante o processo de gravação de uma FBG, o revestimento primário da
fibra precisa ser removido, é necessário conhecer sua resistência também nesta situação.
A literatura reporta diversos trabalhos onde são analisados os métodos para a remoção
do revestimento primário das fibras ópticas.
A fim de aumentar a confiabilidade das fibras, outras propostas surgiram além
da remoção mecânica tradicional usando um alicate comercial. NAGATA et al. (1994)
propuseram um método de remoção usando um fluxo de ar quente originado através de
um soprador térmico. A alta temperatura do ar permite que a cobertura polimérica seja
removida sem deixar resíduos na superfície. O método proposto evita o contato da fibra
com o equipamento de remoção.
25
Outra proposta foi apresentada (BARNIER et al., 1999) usando um laser de CO2
infravermelho para remoção do revestimento. MATTHEWSON et al. (1997)
investigaram o uso de um agente químico para promover a retirada do polímero da
cobertura. Neste trabalho foi utilizado Ácido Sulfúrico (H2SO4) geralmente em
temperaturas entre 180ºC e 220ºC para promover a dissolução do polímero.
Com o objetivo de verificar a resistência das fibras ópticas, neste trabalho foi
estabelecido um procedimento de teste para medir os esforços de tensão aplicados a
uma fibra óptica. Através do método de ensaio de tração é possível caracterizar as
diversas propriedades mecânicas dos materiais tornando possível obter informações
importantes, tais como: propriedade elástica, tensão de ruptura, tenacidade, deformação
plástica, etc (HERTZBERG, 1980).
Em função do alto custo de uma FBG e considerando que os ensaios ocasionam
a destruição das amostras, os testes de tração foram realizados utilizando uma bobina de
fibra óptica de sílica padrão Corning® SMF 28 atendendo a recomendação ITU-T G.652
e a Norma IEC 60793-2. Para simular o efeito ocorrido, quando da inscrição de uma
FBG, foram usadas amostras de fibra sem a cobertura primária.
O revestimento das fibras possui duas camadas, onde a camada interna possui
um baixo módulo de elasticidade que garante aderência, sensibilidade aos efeitos de
micro curvaturas além de possuir excelente resistência à oxidação e à Luz Ultravioleta
(U.V.). De acordo com MÉNDEZ et al. (2007), a camada mais externa possui um alto
módulo de elasticidade, o que garante um baixo coeficiente de atrito e elevada
resistência aos agentes mecânicos que podem atingir a fibra. A Figura 3.1 apresenta o
diagrama da seção transversal de uma fibra óptica onde podemos observar suas
respectivas camadas.
Figura 3.1: Diagrama esquemático da seção transversal de uma fibra óptica.
(Fonte: MÉNDEZ et al., 2007 – adaptado para este trabalho).
26
IMAMURA et al. (1998) atentam para o fato de que a resistência à ruptura de
uma fibra sem cobertura exposta à radiação Ultravioleta (U.V.) é menor do que a
resistência de uma fibra sem o revestimento. De acordo com os estudos realizados, a
exposição excessiva da fibra óptica à radiação U.V. durante o processo de gravação de
uma FBG degrada a sua resistência mecânica reduzindo o valor do Yield Strength.
(Tensão de Ruptura). Isto porque durante este processo o revestimento da fibra precisa
ser removido, provocando micro-fissuras em sua superfície e consequentemente seu
enfraquecimento.
3.2 Curva Tensão x Deformação
Os primeiros estudos sobre a resistência mecânica do vidro iniciaram no Século
XVI com as primeiras experiências de Robert Hooke sobre a mecânica dos corpos
sólidos. Em 1678, ele descreveu a Lei de Hooke onde afirmava que a tensão era
proporcional ao alongamento. Esta relação é expressa por:
KxF = (7)
Onde:
F: força aplicada,
x: deformação,
K: constante de elasticidade do material.
Quando esta força age em uma área de seção transversal A sujeita a deformação
de um material de comprimento l, a Equação (7) pode ser reescrita como em (8)
(HERTZBERG, 1980):
Eεσ = (8)
Onde:
σ: F/A = stress (tensão).
ε: x/l = strain (deformação).
E: Módulo de Young (Módulo de elasticidade).
27
Com base nas Equações (7) e (8), temos que a tensão é proporcional a
deformação e depende do Módulo de Young e das dimensões do material da fibra
óptica. No gráfico da Figura 3.2, foi utilizada uma amostra de fibra óptica para
demonstrar a curva da tensão em função da deformação através da Lei de Hooke. O
Módulo de Young é determinado dividindo a tensão em qualquer ponto ao longo da reta
pela deformação no mesmo ponto. A Figura 3.2 também demonstra o ensaio sendo
executado até provocar a ruptura da amostra.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 0,2
Deformação
Tens
ão (M
Pa)
Tensão de Ruptura (MPa) (Yield Strength)
Figura 3.2: Gráfico Tensão x Deformação.
Os diferentes valores do módulo de Young para cada tipo de material estão
relacionados às diferenças na resistência das forças entre os átomos e íons adjacentes
(PINTO, 1990). A seguir, a Tabela 1.1 apresenta o módulo de Young para alguns
materiais.
28
Tabela 3.1: Módulo de Elasticidade para alguns materiais.
(Fonte: http://www.ct.ufrgs.br/ntcm/graduacao/ENG06638/IEM-Texto-4.pdf).
3.3 Ensaios de Tração
O ensaio de tração é o método de ensaio padrão comumente usado para
caracterizar as propriedades mecânicas dos materiais. Neste trabalho, os ensaios foram
realizados usando uma máquina de tração universal (INSTRON 5567) contendo uma
célula de carga de 1 kN. Um grupo de amostras de fibra monomodo padrão Corning®
SMF-28, contendo 9 µm de diâmetro do núcleo e 125 µm de casca foram testadas em
condições idênticas. Os ensaios foram conduzidos na atmosfera de 25ºC ±2ºC de
temperatura e 50 ± 5% de umidade relativa conforme metodologia de ensaio padrão
definido pela norma ASTM D638-99. As configurações dos parâmetros de prova, bem
como o acionamento da máquina, foram realizadas via um software de aquisição de
dados fornecidos pelo fabricante conforme mostra a Fig 3.3.
29
Figura 3.3: Tela do software da máquina de tração – INSTRON 5569.
Os estudos já mencionados não relatam, mas a fixação das amostras de fibra nas
garras de uma máquina de tração é um grande problema. Isto porque em função do
diâmetro externo da fibra ser de 125 µm, os suportes originais da máquina não
conseguem prendê-las. Na maior parte dos casos, as amostras escorregam durante os
ensaios antes que elas cheguem à ruptura. Quando são usadas amostras sem o
revestimento primário a resistência da fibra diminui ainda mais e qualquer manuseio
inadequado pode provocar o descarte das mesmas. Outro problema que pode ocorrer é a
fibra escorregar dentro do revestimento e desta forma também invalidar os testes.
Nos primeiros ensaios realizados, 10 amostras de fibra com 160 mm de
comprimento foram ensaiadas. O gráfico da Figura 3.4 mostra os resultados onde a
situação mencionada no parágrafo anterior pode ser observada. As amostras de fibras
escorregaram durante os ensaios mostrando os traços paralelos ao eixo de deformação,
indicando que a máquina andou, mas a fibra não.
30
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 2 4 6 8 10 12 14 16Deformação (%)
Tens
ão (M
Pa) Amostra 01
Amostra 02
Amostra 03Amostra 04
Amostra 05
Amostra 06Amostra 07
Amostra 08
Amostra 09Amostra 10
Figura 3.4: Gráfico do ensaio de tração com as amostras escorregando no dispositivo.
A fim de evitar este tipo de situação, um suporte mecânico foi desenvolvido para
fixar os extremos da fibra sem prejudicá-las e permitir sua adaptação na máquina de
tração. A peça mecânica foi fixada no suporte da máquina e cada amostra de fibra óptica
foi enrolada duas vezes garantindo uma adequada adesão. A Figura 3.5 ilustra a peça
desenvolvida já adaptada ao suporte original da máquina.
Figura 3.5: Fotografia do suporte desenvolvido. (1) Peça suporte para o ensaio de
tração. (2) Fibra óptica enrolada na peça.
1
2
1
31
A Figura 3.6 representa o ensaio realizado com as amostras de fibra óptica
enroladas à peça-suporte. É possível ver que as fibras foram submetidas a um esforço de
tensão e conseguiram ser levadas até a ruptura (eixo vertical). É possível observar
também que algumas amostras romperam antes das outras, o que pode ter ocorrido
devido a falhas de fabricação na própria bobina de fibra, ou até mesmo, durante o
manuseio das amostras para a acomodação nos suportes.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 5 10 15 20 25
Ten
são
(MPa
)
Amostra 1
Amostra 2
Amostra 3
Amostra 4
Amostra 6
Amostra 6
Amostra 7
Amostra 8
Amostra 9
Amostra 10
Deformação (%)
Figura 3.6: Gráfico do ensaio de tração realizado com as amostras de fibra óptica
usando a peça suporte desenvolvida.
3.3.1 Determinação do Módulo de Young
Nos ensaios de tração realizados, podemos observar que as fibras foram levadas
à ruptura e registraram um Yield Strength de aproximadamente 4.5 GPa bem próximos
dos valores encontrados na literatura (CAMILO et al., 1997 e PARK et al., 1999).
Entretanto, ao verificarmos o módulo de Young obtido através da derivada da curva da
Figura 3.6, percebemos um valor de 23 GPa, divergente do valor teórico para uma fibra
óptica, que é em torno de 70 GPa.
Este resultado pode ser analisado através do gráfico da Figura 3.6, onde é
possível distinguir duas regiões. Uma região linear, no início dos ensaios e uma região
não linear, à medida que as amostras vão se aproximando da região de ruptura.
32
Durante os ensaios, em função do módulo de elasticidade do alumínio (69 GPa)
ser menor do que o vidro (70 GPa) a máquina de tração procedeu também com a tração
do alumínio, seguido da tração na fibra óptica, mostrando que a peça suporte
desenvolvida cedeu durante os ensaios e interferiu nos resultados.
Uma alternativa encontrada para contornar esta situação e conseguir determinar
o módulo de Young correto foi refazer os testes e interrompê-lo, antes das amostras
chegarem à ruptura. Como o valor do módulo de Young é dado pela tensão em qualquer
ponto ao longo da região linear dividida pela deformação neste mesmo ponto, as
amostras foram testadas sem a peça-suporte e os dados foram registrados nos instantes
iniciais do ensaio, ou seja, na região linear do gráfico.
O gráfico abaixo mostra os resultados para 10 amostras de fibra sem a peça
suporte e realizando o procedimento discutido anteriormente. Para as amostras de fibra
com o revestimento primário, encontramos o módulo de Young de aproximadamente
70.19 GPa, mostrando a concordância com os valores encontrados na literatura
conforme mostra a Tabela 3.1 apresentada anteriormente.
y = 7,019E+04x - 6,986E+00R2 = 9,999E-01
0
500
1000
1500
2000
2500
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035Deformação
Stre
ss (M
Pa)
Sample 01Sample 02Sample 03Sample 04Sample 05Sample 06Sample 07Sample 08Sample 09Sample 10
Figura 3.7: Gráfico do ensaio de tração de amostras com o revestimento primário.
Traçando o gráfico da tensão em função da deformação dada em (%) de acordo
com a Figura 3.8, podemos verificar a relação entre a tensão mínima aplicada e a
33
deformação da fibra óptica. Os ensaios são divididos em classes podendo variar de
acordo com os valores indicados na Tabela 3.2, segundo a norma NBR 13503 (2000).
De acordo com o gráfico, temos que as amostras testadas, atendem a norma em
questão.
Tabela 3.2: Classe de ensaio Classe Tensãomín (GPa) Deformação (%)
1 0,35 0,5
2 0,49 0,7
3 0,70 1,0
4 1,05 1,5
5 1,40 2,0
(Fonte: NBR 13503 – Fibras ópticas – Ensaio de tensão mecânica constante – Método
de ensaio)
0
500
1000
1500
2000
2500
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5Deformação (%)
Tens
ão (M
Pa) Amostra 01
Amostra 02Amostra 03Amostra 04Amostra 05Amostra 06Amostra 07Amostra 08Amostra 09Amostra 10
Figura 3.8: Gráfico da Tensão x Deformação
Os ensaios experimentais usando fibras ópticas sem a cobertura primária,
conforme apresentado na Figura 3.9, mostram que o módulo de Young de 68.70 GPa
ainda permanece próximo ao valor registrado para o módulo de Young das fibras com a
cobertura. Dessa maneira, podemos concluir que a remoção do revestimento da fibra,
embora diminua sua resistência mecânica, não altera significativamente o módulo de
Young.
34
y = 6,870E+04x - 5,610E+00R2 = 9,992E-01
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008Deformação
Tens
ão (M
Pa)
Amostra 01Amostra 02Amostra 03Amostra 04
Amostra 05Amostra 06Amostra 07Amostra 08
Figura 3.9: Gráfico do ensaio de tração com amostras sem revestimento primário.
3.4 Distribuição Estatística de Weibull
Quando trabalha-se com materiais frágeis como a fibra óptica, a resistência à
fratura é dada em função de uma distribuição estatística, já que, durante os ensaios
muitas amostras são descartadas. Essa variação na resistência é o resultado de trincas
pré-existentes na superfície oriundas do processo de fabricação, ou mesmo, durante o
manuseio das amostras para a acomodação no suporte da máquina. Nestes casos, uma
análise estatística dos dados é a forma mais correta de avaliar a resistência mecânica do
material conforme analisa PINTO, (1990). Para a construção do gráfico estatístico de
Weibull, os valores de tensão são utilizados para a construção da abscissa do gráfico e
os valores para a construção da ordenada são dados pela Equação (9).
0.5)N(nP(%) −= (9)
Onde:
P(%) = Probabilidade de falha.
n = Número de amostras.
N = Total de amostras ensaiadas.
35
A Tabela 3.3 mostra os dados referentes aos ensaios realizados em 10 amostras
de fibra óptica original, ou seja, com o revestimento primário. Verifica-se uma
resistência de aproximadamente 4.5 GPa. Este valor obtido está de acordo com os
valores expressos pela norma IEC 60793-1-30 que assegura um mínimo de 0.69 GPa
durante o ensaio de tração.
Tabela 3.3: Dados para cálculo da probabilidade estatística de Weibull.
Amostra Resistência à Tração (MPa)
Probabilidade de Falha (%) Fibra Original com revestimento
1 1019.083 0.05
2 2229.796 0.15
3 4114.444 0.25
4 4204.114 0.35
5 4425.473 0.45
6 4425.883 0.55
7 4478.939 0.65
8 4514.956 0.75
9 4519.409 0.85
10 4531.936 0.95
Média 4425.678
3.5 Técnicas de remoção da cobertura primária
O processo de extração do revestimento primário em fibra óptica tem sido
estudado por diversos pesquisadores. Essa cobertura primária também chamada de
buffer possui um baixo módulo de elasticidade que garante uma boa aderência ao vidro
mesmo em ambientes úmidos. A aplicação deste buffer de proteção garante a resistência
da fibra e protege contra deformações. Quando esta cobertura é removida sua resistência
mecânica é alterada, como relatado anteriormente.
Um dos principais problemas que contribui para a diminuição da resistência
mecânica da fibra é quando ela se encontra exposta ao vapor d’água ou à umidade.
Nesta situação, PINTO (1990) acrescenta que ocorre o crescimento de micro-trincas
iniciadas na superfície da fibra, e caso o material esteja sob tensão, esse crescimento é
acelerado. A reação química entre o H2O e a ligação Si-O ocasiona duas ligações Si-OH
conforme a Equação química:
36
[SiOH] 2 OH Si] - O - [Si 2 ⇔+ (10)
O transporte de íons entre a matriz vítrea e a ponta de uma trinca ocasiona o
crescimento de trincas que a longo prazo compromete a resistência podendo até
provocar a destruição da amostra.
Quanto à camada interna, esta apresenta um alto módulo de elasticidade
garantindo um baixo coeficiente de atrito e elevada resistência. Quando há necessidade
de realizar emendas ópticas ou mesmo colar as fibras nos dispositivos, esta camada
precisa ser removida. Portanto, foram realizados neste trabalho os ensaios para medir a
resistência de uma fibra óptica após a remoção desta cobertura através de um método de
remoção mecânica usando um alicate de extração convencional e usando o reagente
químico Cloreto de Metileno vulgarmente conhecido como diclorometano (CH2Cl2).
Os ensaios realizados com as amostras sem revestimento seguiram os
procedimentos executados anteriormente e os dados obtidos mostraram uma degradação
na resistência da fibra óptica, quando comparados com os resultados de uma fibra óptica
original. Os dados obtidos com as fibras após a extração mecânica e química
apresentaram uma resistência à tração de aproximadamente 0.58 GPa e 0.81 GPa,
respectivamente conforme dados da Tabela 3.4. Estes dados revelam que ambos os
métodos provocam a diminuição na resistência da fibra óptica, entretanto, embora o
método de remoção química não introduza falhas na superfície da fibra, a reação do
reagente diclorometano com a cobertura de acrilato também pode provocar o
enfraquecimento da amostra ocasionando a diminuição da sua resistência.
37
Tabela 3.4: Dados para cálculo da probabilidade estatística de Weibull.
Amostra Resistência à Tração (GPa)
Probabilidade de Falha (%) Remoção Mecânica Remoção Química
1 0.26 0.25 0.05
2 0.38 0.42 0.15
3 0.38 0.43 0.25
4 0.46 0.52 0.35
5 0.57 0.72 0.45
6 0.60 0.89 0.55
7 0.62 0.94 0.65
8 0.63 0.96 0.75
9 0.67 1.08 0.85
10 0.72 1.11 0.95
Média 0.58 0.81
A Figura 3.10 mostra a construção do gráfico de Weibull com os dados oriundos
das Tabelas 3.3 e 3.4 mostrando uma comparação entre a probabilidade de resistência à
tração para os diferentes métodos de remoção utilizados. Como é possível perceber, o
ponto de ruptura das amostras de fibra original está bem acima das fibras sem o
revestimento primário, usando tanto o método tradicional com alicate, quanto usando o
reagente químico.
1
10
100
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 10
Resistência a Tração (GPa)
Prob
abili
dade
de
Falh
a (%
)
Fibra com revestimento
Fibra sem revestimento (Remoção química)
Fibra sem revestimento (Remoção Mecânica)
Figura 3.10: Gráfico de Weibull dos ensaios de tração com fibras ópticas com e sem
revestimento primário.
38
A literatura ainda relata outras técnicas de remoção do revestimento primário
como citados anteriormente, entretanto a degradação é visível em qualquer um dos
métodos demonstrados. A maioria das técnicas de remoção utilizadas não consegue
remover o revestimento sem causar danos à superfície da fibra.
Segundo acrescenta ALLIL (2010), uma maneira de contornar os problemas de
enfraquecimento das redes quando estão submetidas a uma situação de esforço, seria a
utilização de Redes Draw Tower Grating (DTG), que são redes escritas durante o
processo de fabricação. Neste tipo de inscrição, não há a necessidade de remoção da
cobertura antes da colagem da FBG nos dispositivos.
39
Capítulo 4
4. Técnicas de Interrogação para sensores em Redes de Bragg
4.1 Introdução
O maior desafio enfrentado quando se trata de Redes de Bragg é o estudo das
técnicas de demodulação usadas para interrogar estes sensores. A fim de utilizar a
característica de um sensor FBG é necessário desenvolver sistemas de demodulação
para detectar os deslocamentos no comprimento de onda de Bragg, em função de algum
parâmetro a ser medido.
Os sistemas de interrogação são classificados em dois métodos: um baseado nas
medidas do espectro de reflexão da FBG e outro baseado na modulação das variações
no comprimento de onda convertidos em intensidade óptica.
Como a resolução de alguns equipamentos comerciais é insuficiente para
detectar as variações no comprimento de onda da FBG, novas técnicas de interrogação
propostas buscam sistemas de demodulação mais simples e eficientes. A finalidade das
inovações neste assunto tem por objetivo aumentar a precisão e a sensibilidade dos
sistemas de demodulação propostos.
Apresentaremos neste capítulo alguns métodos de demodulação utilizados,
seguido de um método de demodulação baseado na implementação de um algoritmo de
convolução entre os espectros da FBG sensor e do filtro.
4.1 Técnica de Demodulação por Comprimento de Onda
O método de interrogação usando a demodulação por comprimento de onda
mede diretamente os deslocamentos no comprimento de onda de uma FBG. Este
sistema de interrogação utiliza uma fonte óptica de banda larga, um circulador óptico ou
um acoplador óptico e um analisador de espectro óptico, que acompanha as variações no
comprimento de onda da FBG monitorada.
A Figura 4.1 apresenta o diagrama esquemático usando a demodulação por
comprimento de onda. Através de uma fonte de banda larga com Emissão Espontânea
40
(ASE – Amplified Spontaneous Emission), o sinal incide na FBG pela porta (1) via um
circulador óptico. O sinal representado pelo comprimento de onda de Bragg (λB) é
refletido através da porta (2) do circulador óptico e enviado pela porta (3) para ser
detectado através do OSA (Optical Spectrum Analizer).
Figura 4.1: Diagrama esquemático usando a demodulação por intensidade de
comprimento de onda.
NUNES et al. (2004) destaca o fato que, embora essa técnica de interrogação
seja muito simples, o principal desafio em utilizá-la está relacionado ao grande tempo
de resposta decorrente da quantidade de sensores a serem interrogados. A maioria dos
analisadores de espectro limita-se em medidas estáticas, além de não possuir resolução
suficiente para detectar pequenas variações (< 50pm) no comprimento de onda.
Nesse caso, o desenvolvimento de novas técnicas deve garantir também
características essenciais como leituras estáticas e dinâmicas, medidas em tempo real,
precisão, resolução, além de baixo custo.
4.2 Técnica de Demodulação usando um Filtro Sintonizável
O método de interferometria usando o filtro de Fabry-Perot é uma tecnologia
consolidada de alta resolução e precisão, entretanto ainda apresenta um custo moderado.
Esta técnica é adequada para detectar as variações no comprimento de onda de uma
FBG. Através do ajuste dos espelhos e variando a cavidade interna do cristal PZT
utilizado para a varredura do espectro, é possível sintonizar o filtro e selecionar o
41
comprimento de onda desejado. A estrutura básica de um filtro de Fabry-Perot é
mostrada na Figura 4.2.
Figura 4.2: Estrutura básica de um filtro sintonizável de Fabry-Perot
(Fonte: KOONEN, 2006 - adaptado para este trabalho).
O filtro óptico sintonizável é baseado na cavidade Fabry-Perot extrínsica,
possuindo dois cordões de fibra óptica monomodo e duas lentes, uma anti reflexo e
outra altamente reflexiva. É possível observar pelo gráfico da Figura 4.3 que o espectro
óptico do filtro não é totalmente simétrico, o que pode ser atribuído a defeitos na
geometria das lentes durante o processo de fabricação. Estes defeitos podem provocar a
instabilidade no sistema de leitura.
Figura 4.3: Espectro do filtro sintonizável de Fabry-Perot.
42
A largura de banda do filtro pode ser ajustada variando a tensão através de uma
fonte de alimentação comum. A relação entre a variação no comprimento de onda do
filtro e uma tensão aplicada, é ilustrada no gráfico da Figura 4.4. Como podemos
observar, a sintonia do filtro é linear com a tensão aplicada.
As exigências para a utilização do filtro sintonizável na demodulação de Redes
de Bragg é que ele possua uma FWHM igual ou maior que a excursão do comprimento
de onda da FBG.
y = -4,8853x + 1565,5R2 = 0,9999
1530
1535
1540
1545
1550
1555
1560
1565
1570
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5Tensão (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 4.4: Determinação do comprimento de onda em função da tensão
aplicada no filtro sintonizável de Fabry-Perot.
KERSEY et al. (1993) propuseram o uso de um filtro Fabry-Perot para
demodulação de um sensor FBG. O sistema proposto é usado para interrogar um
conjunto de sensores. A tensão no filtro está relacionada às perturbações térmicas ou
mecânicas sofridas pela FBG. Caso o comprimento de onda da FBG coincida
exatamente com o espectro refletido do filtro, temos um casamento dos espectros e
nesse ponto a potência lida pelo fotodetector será máxima.
TIAN et al. (2008), também apresentaram um sistema de interrogação baseado
em um filtro sintonizável de Fabry-Perot e uma rede de referência usada como sensor.
Quando o pico de transmissão do filtro coincide com o pico de reflexão do sensor FBG
a intensidade de luz detectada através de um fotodetector é máxima.
43
Alguns algoritmos têm sido propostos para melhorar a precisão e a estabilidade
dos sistemas de modulação. ZHANG et al. (2009) apresentaram um esquema de
demodulação baseado em um algoritmo de calibração da sensibilidade do sistema, capaz
de eliminar os erros oriundos da não linearidade e instabilidade do filtro sintonizável de
Fabry-Perot.
4.3 Técnica de Demodulação usando Redes Gêmeas
As técnicas de demodulação citadas anteriormente, além das desvantagens de
possuírem um custo elevado e apresentarem o problema da instabilidade dos
componentes, ainda requerem a necessidade de calibração dos componentes. Uma
forma de reduzir o custo da implementação e minimizar o problema da instabilidade do
filtro, seria a utilização de um esquema de demodulação usando a interferometria com
redes gêmeas.
Este esquema de demodulação usa somente um par de redes de Bragg e seu
princípio de operação é baseado em uma FBG sensora casada com uma FBG filtro, no
lugar de um filtro de Fabry-Perot. A FBG filtro funciona como um filtro espectral para
a demodulação da rede sensora.
A técnica de interrogação analisada teoricamente e demonstrada
experimentalmente por ZHAN et al. (2010), apresenta o casamento entre duas FBGs
para receber o sinal refletido da rede que funciona como sensor. Para coletar o sinal
refletido, é utilizado um fotodetector que registra o sinal de saída oriundo da convolução
espectral entre as duas FBGs. De acordo com os autores, neste esquema de
demodulação a faixa de interrogação é maior e, além disso, é possível interrogar vários
sensores simultaneamente.
Um método de demodulação para detectar as variações no comprimento de onda
da FBG foi desenvolvido (TAO et al., 2009). A estrutura do sensor está baseada em
uma viga, uma bobina eletromagnética, uma FBG usada como elemento sensor e outra
usada para demodulação do comprimento de onda, medindo diferentes parâmetros como
corrente e vibração.
44
4.4 Teoria da Convolução
A convolução digital desempenha um papel importante em processamento
digital de sinais, que combina dois sinais para formar um terceiro. Ao relacionar três
sinais de interesse: sinal de entrada, sinal de saída e a resposta ao impulso, um sistema
linear invariante no tempo pode ser representado usando uma
soma de convolução digital. Através de uma operação matemática, cada valor de saída
é expresso como a soma dos valores de entrada, multiplicado por um conjunto de
coeficentes de ponderação (SMITH, 1999).
Dadas duas funções f1(t) e f2(t), temos a convolução das funções como sendo:
∫∞
∞
=-
21 dττ)(t-f(t)f f(t) (11)
Onde τ é a variável independente na integral da convolução, f1(τ) representa o
espectro de reflexão da FBG e f2(τ) o espectro de transmissão do filtro. Esta integral
define a convolução das funções f1(t) e f2(t) (LATHI, 1968). A integral da convolução é
expressa simbolicamente como:
(t)f*(t)f f(t) 21= (12)
A função f2(-τ) é obtida espelhando a função em relação ao eixo das ordenadas
deslocando f2(τ) sobre o eixo vertical. O termo f2(t-τ) representa a função f2(τ) deslocada
ao longo do eixo de τ no sentido positivo. O valor da integral da convolução é dada pela
integral na Equação (13) e representa a área sob o produto da curva de f1(τ ) e f2(t1-τ).
(t)f*(t)f 21 ∫∞
∞
=-
τ21 dτ)(t-f(t)f (13)
45
4.4.1 Implementação do Algoritmo usando a Convolução entre a FBG e Filtro
Óptico Sintonizável.
Para o desenvolvimento do algoritmo foi usada a teoria da convolução
apresentada nesta seção.
Simulação do Algoritmo para a FBG do Protótipo sensor FBG-PZT-4
Primeiramente plotamos os espectros da FBG e do filtro óptico em função do
comprimento de onda. Os espectros foram plotados usando o programa MATLAB 7.9 a
partir dos dados obtidos da interrogação espectral da FBG e do filtro. Para esta
simulação foi utilizada a FBG do primeiro protótipo FBG-PZT-4, cuja construção está
detalhada no Capítulo 5.
Pela Figura 4.5 temos um comprimento de onda central da FBG de 1538.48 nm
e uma FWHM de 0.96 nm. Já o filtro apresenta um comprimento de onda central de
1540.16 nm e FWHM de 0.86 nm.
Figura 4.5: Espectros de reflectância da FBG (protótipo FBG-PZT-4) e de
transmitância do filtro Fabry-Perot em função do comprimento de onda.
Pelo desenho do setup óptico mostrado na página 62, vemos que a porção do
espectro refletido pela FBG sensora e que irá atravessar o filtro será injetada no
fotodetector.
46
Como o espectro da FBG sensora descreve um movimento alternado (já que está
respondendo a uma excitação CA), ele vai interagir com o filtro em pontos diferentes
em cada ciclo da senóide. Assim a porção de energia que atravessa o filtro é exatamente
a integral da região comum entre os dois espectros, conforme mostra o esquema
ilustrativo da Figura 4.6.
Figura 4.6: Região do espectro da FBG sensora que será vista pelo fotodetector.
(Fonte: NUNES, 2004 – adaptado para este trabalho).
Para determinar o valor da integral instantânea em cada ponto do deslocamento
do filtro, foi efetuada a convolução entre estes dois espectros. Conforme mostra o
gráfico da Figura 4.7.
Figura 4.7: Gráfico simulado da convolução entre os espectros da FBG do sensor
FBG-PZT-4 e o filtro.
Para a determinação do ponto de máxima sensibilidade do sistema sensor,
derivamos o espectro da convolução conforme mostra a Figura 4.8. No ponto, de
47
máxima derivada temos o ponto de máxima sensibilidade do sistema e o ponto de
posicionamento do filtro para o perfeito casamento entre os espectros. Neste ponto
temos uma sensibilidade máxima de 0.75 µW.
Figura 4.8: Gráfico simulado da derivada da convolução entre os espectros da
FBG do sensor FBG-PZT-4 e o filtro.
À medida que o espectro do filtro é deslocado, através da simulação, e se
aproxima da FBG sensora ocorre uma superposição espectral e assim a área de
interseção entre os espectros tende a aumentar ou diminuir, dependendo de quão
próxima esteja do ponto de derivada máxima.
Para a simulação em questão é necessário promover um deslocamento espectral
de 3.31 nm no comprimento de onda central do filtro, para que seu espectro esteja
casado com a FBG. Isso é possível determinando seu comprimento de onda em função
da tensão aplicada em seus terminais, como mostrado através da caracterização da
Figura 4.4.
À medida que o espectro do filtro se aproxima da FBG, ou seja, no ponto de
máxima sensibilidade determinado pelo algoritmo, a área de interseção entre as curvas
tende a aumentar, e ocorre um incremento na potência óptica na saída do fotodetector. À
medida que o espectro do filtro se afasta da FBG, a área de interseção entre as curvas
tende a diminuir, se afastando do ponto de máxima sensibilidade. Consequentemente a
potência óptica de saída lida no fotodetector será mínima.
48
Simulação do Algoritmo para a FBG do Protótipo sensor FBG-PZT-5H
Figura 4.9: Espectros de reflectância da FBG (protótipo FBG-PZT-5H) e da
transmitância do filtro Fabry-Perot em função do comprimento de onda.
A Figura 4.9 mostra o gráfico da caracterização espectral do sensor e do filtro
para o segundo protótipo construído. O comprimento de onda central da FBG é de
1544.62 nm e a FWHM de 0.5 nm. Já o filtro, possui um comprimento de onda de
1542.12 e uma FWHM de 0.86 nm.
Usando o algoritmo implementado, da mesma forma como apresentado
anteriormente, determinamos o ponto de máxima sensibilidade do sistema sensor,
derivando o espectro da convolução conforme mostrado nas Figuras 4.10 e 4.11. Neste
ponto temos a sensibilidade máxima do sistema de 1.59 µW.
Para a simulação em questão, é necessário promover um deslocamento espectral
de 3.14 nm no comprimento de onda central do filtro, para que seu espectro esteja
casado com a FBG.
49
Figura 4.10: Gráfico simulado da convolução entre os espectros da FBG do sensor
FBG-PZT-5H e o filtro.
Figura 4.11: Gráfico simulado da derivada da convolução entre os espectros da FBG do
sensor FBG-PZT-5H e o filtro.
A determinação do ponto de derivada máxima é importante quando estamos
trabalhando com medidas dinâmicas como é o caso de medidas com tensão CA. Neste
caso, as medidas irão excursionar em torno de um valor máximo, podendo se aproximar
ou se afastar deste ponto.
Um aspecto a considerar, nas simulações realizadas, é a analise da instabilidade
do filtro, bem como as flutuações na fonte óptica utilizada. A Figura 4.12 apresenta, no
mesmo gráfico, os espectros da fonte óptica e do filtro Fabry-Perot plotados em função
do comprimento de onda.
50
Essa caracterização espectral foi realizada dentro da faixa de operação da FBG e
do filtro. A intensidade da transmitância do filtro é função da intensidade de potência
óptica fornecida pela fonte de banda larga.
Assim, para aumentar a sensibilidade na saída do fotodetector, uma opção é
escolher uma FBG com comprimento de onda central que coincida com a máxima
densidade espectral na saída da fonte de banda larga. Uma segunda alternativa é
aumentar o ganho na saída do circuito de conversão eletro-óptico.
A Figura 4.12 mostra o gráfico espectral da fonte de banda larga (ASE) em
função da posição espectral do filtro. O comprimento de onda central do filtro foi
sintonizado de acordo com a variação de tensão aplicada.
Figura 4.12: Espectro da fonte óptica (ASE) juntamente com a variação espectral
do filtro.
Agora, fazendo uma ampliação deste gráfico, observamos uma variação pequena
dentro do range de operação da FBG e do filtro, isto é, entre 1538 nm e 1541 nm, de
aproximadamente 0.9x10-3 W, conforme detalhado na Figura 4.13. Dessa forma, os
efeitos indesejáveis de flutuações oriundos da fonte de banda larga podem ser
ignorados.
51
Figura 4.13: Caracterização espectral da fonte de banda larga.
52
Capítulo 5
5. Montagem Experimental
5.1 Introdução
Nas próximas seções serão descritos os procedimentos e os materiais usados
para a construção dos protótipos nos ensaios realizados.
5.2 O Protótipo Sensor FBG-PZT
Um desenho ilustrativo do protótipo desenvolvido é mostrado na Figura 5.1. A
montagem foi feita usando várias camadas de cerâmicas PZT, formando uma pilha
(stack).
Para a construção do primeiro protótipo, foram usadas 10 cerâmicas do tipo
PZT-4 em formato de anel, com 4 mm de espessura cada. A cerâmica PZT-4 possui um
d33 = 300 pm/V conforme dados da Tabela 5.1. As cerâmicas foram separadas por
chapas de cobre de 0.2 mm de espessura, onde foram fixados os terminais. Os eletrodos
foram organizados em ambos os lados dos discos e foram conectados em paralelo de tal
maneira que todos os discos ficam submetidos a mesma tensão. A face contendo o
eletrodo positivo de uma cerâmica foi colocada em contato com a face do eletrodo
positivo da cerâmica seguinte e assim por diante, até formar o stack.
Para unir a pilha de cerâmicas às chapas de cobre, foi usada a cola EPO-TEK
302-3M e o protótipo foi mantido em uma estufa durante 4 horas a uma temperatura de
65°C para a cura. Uma estrutura de alumínio foi usada para acomodar a pilha de
cerâmicas e as chapas de metal, juntamente com uma FBG de 28 mm de comprimento
colada com cola LOCTITE 416, em cima do alumínio, conforme o desenho da Figura
5.1.
53
Figura 5.1: Desenho ilustrativo com a configuração composta de 10 cerâmicas PZT.
A FBG com comprimento de onda inicialmente de 1536.18 nm, foi esticada
antes de ser colada na estrutura de alumínio, a fim de acompanhar as deformações no
PZT, isto é, uma expansão ou uma compressão. A Figura 5.2 ilustra o setup montando
para esticar e colar as redes de Bragg na estrutura da Figura 5.1. As FBGs foram
colocadas em um posicionador mecânico com um micrômetro, usado para produzir as
deformações na rede de Bragg. Para a interrogação dos deslocamentos no comprimento
de onda central da FBG, foi utilizado o setup montado na Figura 4.1, usando a fonte
ASE, um circulador óptico e um analisador de espectro óptico (OSA) com uma precisão
de 200 pm e resolução de 50 pm.
Figura 5.2: Fotografia setup experimental para esticar a FBG
54
A princípio, somente uma das extremidades da FBG foi colada à peça de
alumínio, a outra extremidade foi colocada no posicionador para promover o
deslocamento. Na Figura 5.3 tem-se o comprimento de onda central da FBG esticada. O
comprimento de onda central passou de 1536.18 nm, para 1538.51, provocando um
deslocamento de 2.33 nm.
Figura 5.3: Comprimento de onda central da FBG esticada (1538.51 nm).
5.2.1 Princípio de Operação do Sensor FBG-PZT
Como descrito anteriormente, os cristais PZT atuam como transdutores de tensão
e apresentam uma deformação em suas dimensões, quando um campo elétrico é
aplicado em seus eletrodos. Essas deformações sofridas pelo PZT são convertidas em
variações no comprimento de onda de Bragg da FBG colada ao PZT, usando a
demodulação por intensidade da luz refletida. Em relação à deformação sofrida pelo
PZT, esta se dá através de uma compressão ou uma expansão dependendo da polaridade
da tensão aplicada aos seus terminais.
O objetivo desta seção é demonstrar a relação entre o deslocamento no
comprimento de onda de Bragg de uma FBG, quando uma tensão é aplicada ao PZT.
55
5.2.2 Cálculos Teóricos para Tensão Contínua (CC)
A fim de calcular o deslocamento da FBG colada ao PZT, quando uma tensão é
aplicada em seus eletrodos, usamos a seguinte equação:
wVd
w∆w
33= (14)
onde w é a espessura da cerâmica e V é a tensão aplicada. Como a FBG está colada ao
PZT, ela sofrerá a mesma deformação, assim podemos combinar a Equação (2) com a
Equação (14), resultando em:
∆Tη)(αwVd)ρ(1
λ∆λ
33eB
B ++−= (15)
e à temperatura ambiente constante (∆T=0), temos que:
wVd)ρ(1λ∆λ 33eBB −=
(16)
A Tabela 5.1 mostra os parâmetros e as constantes da FBG e das cerâmicas
usadas para a construção dos protótipos desenvolvidos.
56
Tabela 5.1: Parâmetros das cerâmicas PZT e da FBG. PZT
Propriedades Físicas Valores
Tipo PZT-4 PZT-5H
Formato Anel Anel
Constante Piezoelétrica d33 300 pm/V 550 pm/V
Espessura da cerâmica w = 4 mm w = 7 mm
Máximo Campo Elétrico Direto 1-2 kV/mm 1-2 kV/mm
Máximo Campo Elétrico Reverso 350-500 V/mm 350-500 V/mm
Temperatura de Curie Tc = 325°C Tc = 190°C
Número de elementos na pilha n=10 n=10
FBG
Comprimento de Onda de Bragg λB = 1538.48 nm λB = 1544.62 nm
Coeficiente Foto-Elástico ρe = 0.22 ρe = 0.22
Coeficiente de Expansão Térmica α = 0.55 x 10-6/°C α = 0.55 x 10-6/°C
Coeficiente Termo-Óptico (dn/dT) η = 8.6 x 10-6/°C η = 8.6 x 10-6/°C
Comprimento da FBG L = 28 mm L = 18 mm
(Fonte: ATCP, 2010 e OTHONOS et al., 1999).
Agora, substituindo as constantes da cerâmica PZT-4, de acordo com a Tabela
5.1 na Eq. (16), temos para uma cerâmica uma sensibilidade de:
pm/kV 09∆V∆λ B = (17)
que significa um deslocamento no comprimento de onda de Bragg de 89 pm para cada
1000 V aplicado ao PZT-4. Neste caso, se quisermos medir 13.8 kV, que é a tensão da
linha de distribuição convencional, para alcançar o nível de precisão de 0,2%, temos que
ser capazes de medir 27.6 V. De acordo com a Equação (17), esse valor é equivalente a
um deslocamento de Bragg de 2.48 pm, cuja resolução está perto do limite inferior dos
equipamentos interrogadores disponíveis comercialmente.
Para calcular a sensibilidade do protótipo sensor para um stack de cerâmicas,
reescrevemos a Equação (14) incluindo o número de elementos (n) de cerâmicas
utilizadas para formar o protótipo com cerâmicas PZT-4:
Vnd∆w 33= (18)
57
como a FBG está colada às extremidades da pilha de cerâmicas, a deformação do PZT
calculada em (18), será transmitida para a FBG, deste modo:
FBG∆L∆w = (19)
Agora combinando (2), (3), (18) e (19) e considerando ∆T=0 (temperatura
ambiente constante), teremos:
FBG
33eBB L
Vnd)ρ(1λ∆λ −= (20)
A Equação (20) mostra que quanto menor o comprimento da FBG maior o
deslocamento (∆λB) experimentado pela FBG, consequentemente maior a sensibilidade
do sistema proposto. Substituindo as constantes da cerâmica PZT-4, de acordo com a
Tabela 5.1, na Equação (20), teremos a seguinte sensibilidade:
pm/kV 6128.∆V∆λ
in
B = (21)
Uma forma de diminuir o comprimento da FBG na configuração mecânica
desenvolvida e assim aumentar a deformação longitudinal da fibra (εFBG), seria
diminuindo a distância entre os dois pontos de cola (vide Figura 5.1) prendendo as
extremidades da fibra mais perto uma da outra.
Atendendo a este fato, a peça de alumínio foi projetada com uma parte da
estrutura de alumínio se projetando para o interior da montagem. Apenas um
espaçamento de 10 mm, referente ao local de gravação da rede sensora, foi deixado
livre.
Uma outra maneira de aumentar o deslocamento longitudinal da FBG, seria
usando cerâmicas com valores maiores de constante de carga piezoelétrica, ou seja,
aumentando o d33, a sensibilidade também aumenta.
Sendo assim, um segundo protótipo foi construído com cerâmicas do tipo PZT-
5H. Este tipo de cerâmica apresenta uma constante piezoelétrica de 550 pm/kV, e para
58
efeitos de comparação a quantidade de cerâmicas utilizadas nos dois protótipos foi
mantida a mesma.
O deslocamento produzido na FBG do sensor PZT-5H também foi realizado
usando o setup mecânico da Figura 5.2. No espectro evidenciado na Figura 5.4, a FBG
possuía um comprimento de onda central de 1542.8 nm e após o deslocamento, o
comprimento variou para 1544.62 nm. A deformação sofrida pela FBG foi de 1.82 nm.
Figura 5.4: Comprimento de onda central da FBG esticada (1544.62 nm).
Utilizando a Equação (20) com a constante d33 e o comprimento da FBG
referentes à cerâmica PZT-5H, encontramos a sensibilidade para o novo protótipo:
pm/kV 31368.∆V∆λ B = (22)
O resultado teórico obtido mostra um aumento na sensibilidade três vezes maior
do que o resultado encontrado para o protótipo anterior, conforme era de se esperar.
Após a montagem e colagem, os protótipos foram colocados em um recipiente
de vidro e imersos em um banho de óleo mineral naftênico, com o objetivo de propiciar
o isolamento elétrico quando os sensores fossem submetidos às variações de tensão. A
Figura 5.5 mostra a fotografia com os dois protótipos construídos e imersos em óleo
isolante.
59
Conforme mostra a figura, embora a quantidade de cerâmicas usadas na
construção dos dois protótipos tenha sido a mesma, em função da maior espessura das
cerâmicas PZT-5H, este protótipo é maior.
Figura 5.5: Fotografia dos protótipos FBG-PZT-4 e FBG-PZT-5H mergulhados em
óleo.
5.2.3 Cálculos Teóricos para Tensão Alternada (CA)
Para o cálculo teórico da sensibilidade dos protótipos a partir da incidência de
uma tensão CA aplicada aos terminais do PZT, partimos da Equação (6). Sendo k1 o
valor calculado na Equação (21).
in1B Vk∆λ ∆= (23)
Agora substituindo o valor encontrado em (23) e aplicando na Equação (24),
calculamos a sensibilidade do conjunto sensor expressa por k2. O valor de k2 expresso
em [W/m] representa a amplitude da potência na entrada do fotodetector e pode ser
obtido usando o valor do ponto máximo na derivada encontrada com o algoritmo de
convolução implementado.
B2in ∆λkP = (24)
Na saída do circuito de conversão eletro-óptico, para calcular a corrente, usamos
a responsividade do fotodetector, expressa por k3 e obtida através da corrente de saída
60
[A] em função da potência de entrada [W]. De acordo com a especificação do
fabricante, o valor de k3 é 0.95 A/W. Assim temos:
in3out PkI = (25)
Após passar pelo circuito de conversão eletro-óptico, o sinal é amplificado, onde
k4 representa o ganho de transcondutância do fotodetector expresso em [V/A]. Segundo
as especificações do fotodetector usado, em 70 dB, o ganho é 4.75x10-6 V/A. Assim
temos:
in4out IkV =∆ (26)
Combinando as Equações (23), (24), (25), (26) e usando o valor k2 encontrado
pelo algoritmo desenvolvido, obtemos a tensão de saída no osciloscópio.
432Bin
out kkk∆λ∆V∆V
= (27)
Substituindo na equação para os protótipos FBG-PZT-4 e FBG-PZT-5H,
obtemos o valor do ganho em (28) e (29) respectivamente:
4)(PZT3
in
out 10x0.8∆V∆V
−−=
(28)
e,
5H)(PZT3
in
out 10x4.4∆V∆V
−−=
(29)
5.3 Materiais e Métodos
Apresentamos a seguir, a montagem experimental para os ensaios aplicando
tensão CC e tensão CA. A configuração e a montagem do setup experimental foram
realizadas segundo os esquemas de interrogação abordados no Capítulo 4.
61
5.3.1 Montagem Experimental para medidas de Tensão CC
Uma tensão CC foi aplicada nos terminais do PZT usando uma fonte de alta
tensão e a deformação sofrida pelo PZT foi convertida em variações do comprimento de
onda de Bragg refletido pela grade (∆λB). Para a interrogação destas variações, foi
usado o esquema de demodulação por comprimento de onda usando um interrogador
óptico comercial, conforme ilustrado na Figura 5.6.
O equipamento usado é o SpectralEye do fabricante FOS&S com precisão de 2.0
pm e resolução de 1 pm. A diferença deste interrogador para a montagem tradicional, é
que ele possui todos os componentes ópticos embarcados dentro de um único sistema.
Por ser um equipamento portátil, a vantagem de sua utilização está na facilidade de
transporte para análises em campo, além de reduzir o custo da implementação.
A luz proveniente de uma fonte de banda larga (ASE) foi usada para iluminar o
sensor FBG via porta (1) de um acoplador óptico. A luz refletida pela FBG retorna pela
porta (2) é enviado para a porta (3) que conectada a um OSA onde o espectro refletido é
analisado. Os deslocamentos espectrais podem ser acessadas usando um computador,
conectado à saída USB do interrogador.
Figura 5.6: Desenho da montagem experimental para medidas em tensão CC.
5.3.2 Montagem Experimental para medidas de Tensão CA
Na Figura 5.7 podemos ver o diagrama do sistema de interrogação para medidas
de tensão CA. A razão de não utilizarmos o mesmo setup óptico mostrado na Figura 5.6
é que o analisador de espectro óptico é lento para responder a freqüência da linha de 60
Hz, assim como a maioria dos equipamentos comerciais disponíveis que não conseguem
62
detectar as medidas dinâmicas no comprimento de onda de Bragg. Com isso, uma
melhor resolução do sistema pode ser obtida através da demodulação por comprimento
de onda, baseado no método de interferometria de Fabry-Perot juntamente com circuito
fotodetector-amplificador.
A luz incide na FBG através da porta (1) do primeiro circulador óptico e circula
até a porta (2). O espectro refletido da FBG retorna através da porta (2) deste mesmo
circulador onde é então direcionado para a porta (3) que está ligada a um filtro óptico
sintonizável de Fabry-Perot.
Na técnica de demodulação utilizada, o sinal refletido pelo sensor, que irá incidir
no fotodetector, representa a interseção entre os espectros do sensor e do filtro utilizado.
O sinal elétrico proveniente do fotodetector é amplificado e em seguida, é monitorado
usando um osciloscópio.
Figura 5.7: Montagem experimental para medidas em tensão CA.
A conversão do sinal óptico em elétrico foi realizado usando um fotodetector
amplificador de InGaAs modelo PDA10CS da Thorlabs usado na detecção do
comprimento de onda na faixa entre 700 – 1800 nm com uma resposta de 0.95 A/W em
1550 nm. O fotodetector possui uma chave de posição que permite variar o ganho em
passos de 10 dB. Os ensaios experimentais foram realizados com o fotodetector
ajustado com um ganho de 70 dB.
63
O filtro sintonizável foi sintonizado através da aplicação de uma tensão de 7.2
Volts usando uma fonte de alimentação. O filtro FFP-TF (Fiber Fabry-Perot Tunable
Filter) utilizado possui 0.89 nm de largura de banda, finesse nominal de 130 e uma FSR
(Free Spectral Range) de 116 nm, ou seja, a diferença espectral entre dos picos. A
Figura 5.8 mostra sua caracterização espectral.
Figura 5.8: Espectro do filtro sintonizável de Fabry-Perot utilizado (FFP-TF).
A escolha do ajuste para a posição do filtro sintonizável foi obtida calculando-se
o ponto de intersecção entre os espectros do sensor e do filtro usando o algoritmo
implementado na seção 4.4. Nesse ponto é possível obter a máxima potência óptica
disponível para o fotodetector.
A Figura 5.9 mostra a fotografia do filtro FFP-TF e do fotodetector PDA10CS
utilizados. O método de interferometria de Fabry Perot apesar de ser uma tecnologia de
fácil implementação e possuir alta resolução ainda apresenta um custo elevado para
aquisição.
64
(a) (b)
Figura 5.9: (a) Fotografia do filtro FFP-TF. (b) Fotografia do fotodetector-amplificador
PDA10CS.
5.3.3 Montagem Experimental para medidas de Tensão CA usando Redes Gêmeas
Esta técnica de demodulação dispensa a utilização do filtro sintonizável e está
baseada na utilização de uma FBG que funciona como um sensor de deformação e uma
FBG que funciona como um filtro espectral demodulando o sensor.
Neste trabalho, foi implementado o esquema de demodulação usando duas redes
gêmeas para medidas de tensão CA. Conforme mencionado anteriormente, o uso de
duas redes gêmeas como técnica de demodulação têm sido muito difundido e aplicado
na detecção de parâmetros como pressão, temperatura, vibração, etc., entretanto o uso
em medidas dinâmicas, como tensão alternada, ainda é novo.
A técnica de demodulação usando redes gêmeas, além de ser uma técnica
simples, sua utilização reduz o custo dos sistemas de leitura, já que, quando comparado
a um filtro sintonizável, o custo de uma FBG é menor.
O diagrama da Figura 5.10 ilustra o esquema de demodulação usando duas redes
gêmeas. A fonte ASE foi utilizada para iluminar o sensor através da porta de entrada (1)
do primeiro circulador óptico. O espectro refletido pela FBG sensora atravessa o
primeiro circulador através da porta (2) e então é enviado para a porta (3). O sinal
vindo da porta (3) do primeiro circulador é encaminhado para a porta (1) do segundo
circulador e segue até a porta (2) que refletirá o espectro da FBG filtro. Esse sinal é
enviado para o fotodetctor onde é convertido e após a amplificação, é lido usando o
osciloscópio.
65
Como as variações na tensão são proporcionais às variações no comprimento de
onda de Bragg, quando os espectros do filtro e da FBG coincidem, obedecendo ao ponto
ótimo calculado pelo algoritmo, a intensidade de luz refletida pela rede filtro é maxima.
Figura 5.10: Desenho da montagem experimental para medidas em tensão CA usando
redes gêmeas.
5.4 Determinação da Sensibilidade Térmica da Rede de Bragg Filtro
Para a utilização das redes de Bragg nos ensaios de CA usando redes gêmeas, a
FBG filtro foi previamente caracterizada e submetida a uma variação de temperatura
para obtermos sua sensibilidade térmica. O objetivo desta caracterização é sintonizar
termicamente a rede filtro em função da rede sensora, para o ponto onde a derivada da
interseção entre os espectros da FBG e do filtro é máxima. Esta sintonia é feita fazendo
a rede filtro coincidir com o espectro da rede sensora, usando sua sensibilidade térmica.
Para este ensaio, foi utilizado um becker contendo água onde a FBG filtro foi
colocada. A FBG foi submetida à uma variação de temperatura entre 15 ºC e 70ºC
utilizando um agitador térmico. As leituras do comprimento de onda foram obtidas
usando um interrogador comercial e para registrar as variações de temperatura foi
utilizado o termômetro digital de dois canais, modelo TD-990, com resolução de 0.1ºC e
exatidão de ± (0.3% leitura +1ºC).
66
Após os dados serem registrados pelo computador, traçou-se a curva da variação
de temperatura em função do comprimento de onda da FBG filtro. A Figura 5.11 mostra
a montagem experimental para a caracterização e determinação da sensibilidade térmica
da FBG filtro.
Figura 5.11: Setup experimental para caracterização da rede filtro
É possível ver através da derivada do gráfico da Figura 5.12 que a sensibilidade
térmica da FBG é de 9.98 pm/ºC, valor próximo ao valor teórico registrado
anteriormente (vide seção 2.2.2).
y = 9,881E-03x + 1,536E+03R2 = 9,989E-01
1535,9
1536
1536,1
1536,2
1536,3
1536,4
1536,5
1536,6
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura (ºC)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 5.12: Gráfico da sensibilidade térmica da rede filtro.
67
De posse do gráfico e conhecendo sua sensibilidade térmica, é possível fazer a
FBG filtro deslocar e acompanhar as variações térmicas sofridas pelo sensor em
operação mantendo a potência máxima entre a convolução dos espectros do sensor e
filtro.
No trabalho em questão, após ajustar a FBG filtro no ponto ótimo, o conjunto
sensor foi mantido em temperatura constante dentro de uma estufa, onde também foi
possível aplicar a tensão CA. Conforme mostra a fotografia da Figura 5.13.
Figura 5.13: Fotografia do sensor em operação dentro da estufa.
5.5 Montagem Experimental para a Determinação da Sensibilidade Térmica do
Conjunto
A resposta de temperatura dos protótipos sensores FBG-PZT também foi
estudada. Como mencionado no Capítulo 2, os dados teóricos mostram que uma
variação de 1ºC na temperatura irá causar um deslocamento de Bragg de
aproximadamente 14 pm, assim todo o conjunto sensor FBG-PZT precisa ser
caracterizado termicamente. É importante notar que em operação, qualquer variação na
68
temperatura irá afetar tanto a resposta do sensor como todas as partes do protótipo,
produzindo repostas inesperadas. Conhecendo o coeficiente de dilatação das partes
envolvidas na construção do protótipo transdutor é possível realizar os cálculos teóricos
para determinação da sensibilidade térmica do conjunto. Os protótipos foram
previamente aquecidos em uma estufa sem a influência da tensão.
Figura 5.14: Desenho do setup experimental para a determinação da sensibilidade
térmica do transdutor.
Os sensores foram unidos através de uma emenda óptica, a fim de que os ensaios
fossem realizados simultaneamente nos dois sensores. A caracterização prévia dos
sensores foi realizada com um OSA e está ilustrada na Figura 5.15.
69
(a) (b)
Figura 5.15: Caracterização espectral dos sensores emendados na mesma fibra. (a) λB
central do sensor PZT-4 (1535.04 nm). (b) λB central do sensor PZT-5H (1544.24 nm).
Usando um termômetro de dois canais e o interrogador óptico, as variações na
temperatura e os deslocamentos no comprimento de onda de Bragg foram registrados
usando um computador.
5.5.1 Cálculos teóricos
Para calcular a sensibilidade térmica dos sensores foi utilizado o comprimento
de cada material envolvido na montagem, bem como seus coeficientes de dilatação
térmica, conforme os dados da Tabela 5.2:
Tabela 5.2: Tabela com os parâmetros dos materiais. PZT-4 PZT-5H
Material
Coeficiente de
Dilatação Térmica
(α)
Comprimento da
Peça (L)
Coeficiente de
Dilatação Térmica
(α)
Comprimento da
Peça (L)
PZT 6.4x10-6/ºC 47.8 mm 2.1x10-6/ºC 70.8 mm
Alumínio 24x10-6/ºC 58 mm 24x10-6/ºC 100 mm
Cobre 17x10-6/ºC 2.2 mm 17x10-6/ºC 2.2 mm
Usando a variação no comprimento dos materiais, podemos calcular a expansão
do protótipo através da Equação (23). A expansão do protótipo pode ser calculada
através da variação no GAP, ou seja, a distância entre os dois pontos de cola, mostrados
70
na Figura 5.1. Esta variação representa o espaçamento entre as extremidades da peça de
alumínio. Quando o PZT sofre uma deformação e expande, o alumínio sofre uma
deformação proporcional e as extremidades da peça de alumínio sofrem deformação de
sentido contrário, já que todo o conjunto sensor está colado, por isso, na Equação (30)
os sinais das variações no comprimento do PZT e do cobre, têm sentido contrário ao do
alumínio.
CuAlPZTGAP ∆L∆L∆L∆ +−= (30)
Usando os dados da Tabela 5.2 e aplicando na Equação (31), obtemos a variação
no comprimento do PZT em função da temperatura (32):
)(αLC/º∆L PZTPZTPZT = (31)
C/º0.31x10∆L 6PZT
−= (32)
Calculando a variação no comprimento do alumínio, temos:
)(αLC/º∆L AlAlAl = (33)
C/ºx1039.1∆L 6Al
−= (34)
E para as chapas de cobre, temos:
C/º10x1.39∆L 6Al
−= (35)
C/º10x0.04∆L 6Cu
−= (36)
Aplicando os resultados anteriores na Equação (30), podemos agora calcular a
variação do GAP:
C/º10x1.04∆ 6GAP
−−= (37)
71
Considerando a variação do GAP, a mesma deformação sofrida pela FBG e
aplicando na Equação (3), obtemos o εFBG
C/º10x38.2ε 6FBG
−−= (38)
Substituindo o valor de (38) na Equação de Bragg (2) e considerando o
comprimento da FBG de acordo com a Tabela 5.1, podemos agora obter a sensibilidade
térmica do protótipo sensor PZT-4:
Cpm/º60.17∆T∆λ 4PZT
B −=−
(39)
Refazendo os cálculos com os dados da Tabela 5.2 e com os dados da Tabela 5.1
para a cerâmica PZT-5H, obtemos a sensibilidade térmica para este protótipo:
Cpm/º133∆T
∆λ 5HPZTB −=
−
(40)
Como conclusão, vemos que com o aumento da temperatura ocorre uma redução
da distensão da FBG, causando um erro na medida. Assim, para as aplicações no
campo, sujeitas às variações térmicas será necessário compensar estas variações com
técnicas apropriadas. ALLIL et al. (2011) sugerem técnicas para compensação, como
por exemplo, colocar mais uma FBG em contato com o óleo, somente para medir a
temperatura e efetuar a compensação.
72
Capítulo 6
6. Resultados e Discussões
6.1 Resultados aplicando Tensão CC
Nesta primeira etapa, os experimentos foram realizados aplicando tensão CC nos
terminais do PZT, a fim de medir as variações no comprimento de onda de Bragg do
sensor.
6.1.1 Protótipo Sensor FBG-PZT-4
O primeiro protótipo foi submetido as variações de tensão usando uma fonte de
alta tensão de 15 kV/10 mA. A tensão aplicada no PZT variou entre 0 e 2000 V a fim de
não exceder os campos elétricos máximo direto e reverso especificados pelo fabricante
das cerâmicas. Embora a recomendação imponha uma tensão máxima permitida de
2000 V, o fabricante observa que no sentido direto ainda é possível aplicar 30% além
deste valor sem despolarizar as cerâmicas e sem alterar suas propriedades físicas. Da
Equação (41) temos que:
máxmáx wEV = (41)
Considerando os dados da Tabela 5.1 e usando a Equação (41), podemos
calcular a máxima tensão que pode ser aplicada no protótipo FBG-PZT-4:
2000Vmáx = V (42)
Com as medidas obtidas foi possível traçar o gráfico da Figura 6.1 e observar
que a resposta das variações do sensor são proporcionais à tensão CC aplicada. Pode-se
ver também que a sensibilidade medida para o protótipo sensor de cerâmicas PZT-4 foi
de 91.5 pm/kV e o coeficiente de correlação de 0.999. Este valor significa um
73
deslocamento de onda de Bragg de 91.5 pm para cada 1000 V de tensão aplicado aos
terminais do PZT.
Este valor atende a classe 2 da norma IEC 60044-5, já que para alcançar o nível
de precisão de 0.2% temos que medir 27.6 V o que corresponde a um deslocamento de
Bragg de 2.52 pm.
O resultado experimental serviu para validar o modelo matemático desenvolvido
na seção 5.2.1 mostrando uma boa coerência entre o resultado teórico de 128.6 pm/kV
(Equação 21) e o resultado experimental.
y = 9,154E-05x + 1,537E+03R2 = 9,990E-01
1536,7
1536,72
1536,74
1536,76
1536,78
1536,8
1536,82
1536,84
1536,86
1536,88
1536,9
1536,92
1536,94
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a de
Bra
gg (n
m)
Figura 6.1: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão CC
aplicada.
A seguir foram realizados vários ensaios variando-se novamente a tensão de
entrada para cima e para baixo através da fonte de alta tensão. Todos os ensaios
efetuados iniciaram e retornaram do mesmo ponto, ou seja, não houve variação do
comprimento de onda central de Bragg. Isso comprova que o valor do campo máximo
permitido não foi excedido, e as propriedades das cerâmicas não foram alteradas com o
ensaio até 2000 V.
Um outro parâmetro a ser considerado, ao observar os gráficos da Figuras 6.2 e
6.3, deve-se à variação dos resultados durante a operação do sensor. Como podemos
avaliar, houve pouca dispersão nos resultados obtidos, mostrando que durante os
74
ensaios, para a cerâmica em questão e sob a aplicação da tensão CC, a variação de
temperatura foi pequena.
Para as várias medidas realizadas encontramos uma sensibilidade de 89.7 pm/kV
nos ensaios incrementando a tensão CC e uma sensibilidade de 90.1 pm/kV para os
ensaios decrementando a tensão aplicada. Uma diferença de 0.4 pm, considerada
pequena, pois encontra-se dentro do intervalo de incerteza do interrogador óptico. Os
coeficentes de correlação de 0.999 mostram a linearidade dos resultados.
A causa para esta diferença está realcionada aos valores do módulo de
elasticidade dos materiais envolvidos. Como o módulo de Young da fibra (70 GPa) é
maior do que o módulo de Young do alumínio (69 GPa), à medida que a tensão é
aplicada, a FBG colada ao alumínio impede que o PZT deforme tanto quanto deveria,
dessa forma, a sensibilidade medida é menor do que a calculada teoricamente.
y = 8,972E-05x + 1,537E+03R2 = 9,975E-01
1536,7
1536,72
1536,74
1536,76
1536,78
1536,8
1536,82
1536,84
1536,86
1536,88
1536,9
1536,92
1536,94
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 6.2: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função do incremento
na tensão CC aplicada.
75
y = 9,016E-05x + 1,537E+03R2 = 9,991E-01
1536,7
1536,72
1536,74
1536,76
1536,78
1536,8
1536,82
1536,84
1536,86
1536,88
1536,9
1536,92
1536,94
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 6.3: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-4 em função do decremento
na tensão CC aplicada.
Com os dados do gráfico da Figura 6.3, foi relizado a análise de erros das
medidas obtidas. O gráfico da Figura 6.4 indica que os erros para as medidas de tensão
CC com o protótipo FBG-PZT-4 são uniformes em relação a tensão de operação e varia
entre ± 0.007 nm, mostrando uma repetiblidade medida satisfatória durante as variações
de tensão.
Figura 6.4: Análise de erros nas medidas com tensão CC do sensor FBG-PZT-4.
76
6.1.2 Protótipo Sensor FBG-PZT-5H
O segundo experimento usando tensão CC, foi realizado usando o protótipo de
cerâmicas PZT-5H. A tensão aplicada no PZT variou entre 0 V e 3000 V
aproximadamente, a fim de não exceder os campos elétricos máximo direto e reverso
permitidos, conforme calculado pela Equação (43).
máxmáx wEV = (43)
3500Vmáx = V (44)
Novamente a fonte de alta tensão foi utilizada para aplicar a tensão CC nos
eletrodos do PZT. Como mencionado anteriormente, a utilização de cerâmicas com uma
valor de constante de carga piezoelétrica maior, acarreta um aumento longitudinal
melhorando o nível de precisão do sistema. A sensibilidade medida para este protótipo
foi de 269.8 pm/kV com o coeficiente de correlação de 0.995 conforme mostra o gráfico
da Figura 6.5. Como discutido na seção anterior, esse resutlado experimental mostra um
resultado próximo do valor teórico calculado no Capítulo 5 que foi de 368.13 pm/kV
(Equação 22).
Novamente o valor atende a classe 2 da norma IEC 60044-5, já que para
alcançar o nível de precisão de 0.2% temos que medir 27.6 V o que corresponde a um
deslocamento de Bragg de 7.44 pm.
Aqui, novamente, o valor do módulo de Young da fibra (70 GPa) perto do valor
do módulo de Young do alumínio (69 GPa), impede que o PZT deforme tanto quanto
deveria e assim temos uma sensibilidade medida menor do que a sensibilidade
calculada teoricamente.
77
y = 2,698E-04x + 1,546E+03R2 = 9,955E-01
1545,8
1545,85
1545,9
1545,95
1546
1546,05
1546,1
1546,15
1546,2
1546,25
1546,3
1546,35
1546,4
1546,45
1546,5
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 6.5 Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função da tensão CC
aplicada.
As Figuras 6.6 e 6.7 mostram os resultados para vários ensaios aplicando tensão
CC. A análise gráfica mostra uma dispersão maior nos resultados obtidos se comparada
com os resultados obtidos para o protótipo FBG-PZT-4. Este fato pode ser explicado em
função do maior coeficiente de dilatação térmica nas cerâmicas PZT-5H (vide Tabela
5.2).
A análise de erros na Figura 6.8 mostra uma variação maior, na faixa entre ±
0.05 nm.
78
y = 2,691E-04x + 1,546E+03R2 = 9,983E-01
1545,81545,85
1545,91545,95
15461546,05
1546,11546,15
1546,21546,25
1546,31546,35
1546,41546,45
1546,5
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a (n
m)
Figura 6.6: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função do incremento
na tensão CC aplicada.
y = 2,657E-04x + 1,546E+03R2 = 9,935E-01
1545,8
1545,85
1545,9
1545,95
1546
1546,05
1546,1
1546,15
1546,2
1546,25
1546,3
1546,35
1546,4
1546,45
1546,5
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Tensão de Entrada (V)
Com
prim
ento
de
Ond
a de
Bra
gg (n
m)
Figura 6.7: Gráfico do deslocamento do sensor FBG-PZT-5H em função do
decremento na tensão CC aplicada.
79
Figura 6.8: Análise de erros nas medidas com tensão CC do sensor FBG-PZT-5H.
6.2 Resultados aplicando Tensão CA
A segunda etapa de ensaios, consiste em medir as variações no comprimento de
onda de Bragg convertidos em tensão na saída do fotodetector, em função da tensão CA
aplicada aos terminais dos sensor FBG-PZT-5H.
Para a análise das medidas dinâmicas do sinal de saída foi necessário medir a
distorção harmônica do sinal de entrada na rede. A Figura 6.9 mostra a forma de onda
do sinal proveniente da rede interna do LIF e o diagrama em blocos usado na simulação.
O objetivo desta análise foi verificar o comportamento do sinal de entrada
proveniente da rede e medir a distorção harmônica deste sinal. Foi usada a modelagem
usando o programa SIMULINK. Como calculado pela simulação, a distorção harmônica
encontrada foi de 4.72%.
Este baixo valor garante que a distorção harmônica apresentada nos resultados
com tensão CA, não está relacionada ao sinal proveniente da rede de entrada, e sim, em
função do sinal atingir uma região não linear do espectro de convolução entre o espectro
do filtro e da FBG, conforme será mostrado nos resultados das próximas seções.
80
Figura 6.9: Forma de onda do sinal de entrada no sistema e Modelagem para o cálculo da
distorção harmônica do sinal na entrada do sistema
6.2.1 Protótipo Sensor FBG-PZT-4
Quando uma tensão CA de entrada é aplicada aos terminais do PZT, é possível
obter uma resposta entre a tensão Vrms na saída do fotodetector e a tensão oriunda da
fonte de alta tensão.
A Figura 6.10 mostra a saída do sensor em função da tensão CA aplicada. O
gráfico mostra uma relação linear entre a tensão Vrms de saída e a tensão aplicada no
PZT. A relação entre a tensão de entrada e a tensão na saída medida para o protótipo
sensor FBG-PZT-4 é de 0.78x10-3 com coeficiente de correlação de 0.995. Este
resultado mostra a concordância com o resultado teórico de 0.8 x10-3 como calculado
pela Equação (28).
81
y = 7,837E-04x - 7,341E-02R2 = 9,955E-01
0
0,25
0,5
0,75
1
1,25
1,5
1,75
2
2,25
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250
Tensão de Entrada (V)
Tens
ão d
e Sa
ída
(Vrm
s)
Figura 6.10: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da
tensão CA aplicada.
A Figura 6.11 mostra o resultado do ensaio para as variações (aumento) na
tensão de entrada aplicada ao PZT. É possível perceber uma distorção harmônica
através das formas de onda provenientes do osciloscópio, quando a tensão aplicada
atinge o final da escala. A análise das formas de onda foi verificada, quando o sensor foi
submetido a uma variação de tensão entre 380 V e 2040 V aproximadamente.
82
Figura 6.11: Resposta de sensor FBG-PZT-4 na saída do osciloscópio.
Os repetidos ensaios realizados mostram pelo gráfico da Figura 6.12, que a
dispersão dos pontos aumenta à medida que há um incremento na tensão de entrada.
Esta distorção harmônica no sinal de saída, mais perceptível na parte inferior da senóide
ocorre quando a excursão do sinal de entrada atinge uma região não linear do espectro
de convolução encontrado no algoritmo implementado, conforme mostrado no gráfico
da Figura 4.7.
Essa região corresponde à faixa de excursão quando o sinal se aproxima ou se
afasta do ponto de derivada máxima da convolução espectral entre o sensor e o filtro.
A análise de erros na Figura 6.13 mostra uma variação na faixa entre ± 400 V
além de evidenciar maiores erros em tensões mais elevadas.
83
y = 8,827E-04x - 7,319E-02R2 = 9,976E-01
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
0 500 1000 1500 2000 2500
Tensão de Entrada (V)
Tens
ão d
e Sa
ída
(Vrm
s)
Figura 6.12: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da tensão
CA aplicada.
Figura 6.13: Análise de erros nas medidas com tensão CA no sensor FBG-PZT-4.
6.2.2 Protótipo Sensor FBG-PZT-5H
A tensão CA de entrada é aplicada aos terminais do sensor FBG-PZT-5H. A
resposta entre a tensão CA aplicada pela fonte de alta tensão e a tensão Vrms na saída do
osciloscópio é apresentada na Figura 6.14. A relação entre a tensão medida na saída do
fotodetector em função da tensão de entrada aplicada ao PZT é de 1.27x10-3 com
coeficiente de correlação de 0.996. Este resultado mostra que este valor está dentro da
mesma ordem de grandeza do resultado teórico calculado (vide Equação 29).
84
y = 1,276E-03x - 5,469E-02R2 = 9,964E-01
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 500 1000 1500 2000 2500
Tensão de Entrada (V)
Tens
ão d
e Sa
ída
(Vrm
s)
Figura 6.14: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-5H em função da
tensão CA aplicada.
Os resultados de vários ensaios para as variações da tensão CA de entrada
aplicada ao PZT mostram uma boa repetibilidade nas medidas, conforme podemos
observar no gráfico da Figura 6.15. E no gráfico da Figura 6.16, a análise de erros
variou entre ± 200 V.
85
y = 1,252E-03x - 1,042E-01R2 = 9,972E-01
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 500 1000 1500 2000 2500
Tensão de Entrada (V)
Tens
ão d
e Sa
ída
(Vrm
s)
Figura 6.15: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-5H em função da
tensão CA aplicada.
Figura 6.16: Análise de erros nas medidas com tensão CA no sensor FBG-PZT-5H.
O resultado para o ensaio variando a tensão de entrada aplicada ao sensor é
mostrado na Figura 6.17. As formas de onda provenientes do osciloscópio mostram um
sinal distorcido. Embora a tensão máxima permitida para as cerâmicas PZT-5H chegue
perto dos 3.5 kV, percebeu-se uma limitação na fase experimental, quando o valor da
fonte de alta tensão chegou próximo aos 2.5 kV. A razão é a mesma explicada
anteriormente, ou seja, a excursão do sinal de entrada atinge uma região não-linear da
convolução.
86
Figura 6.17: Resposta de sensor FBG-PZT-5H na saída do osciloscópio.
6.2.3 Sensor FBG-PZT-4 usando Redes Gêmeas
Usando o esquema de demodulação proposto na seção 5.4, os ensaios usando um
par de redes gêmeas foram realizados. Como proposto na seção anterior, uma tensão CA
de entrada é aplicada aos terminais do PZT e novamente obtemos a resposta entre a
tensão Vrms na saída do osciloscópio e a tensão CA aplicada no PZT pela fonte de alta
tensão.
O ensaio aplicando tensão CA, usando redes gêmeas, foi realizado com o
protótipo de cerâmicas PZT-4 em função da proximidade entre os comprimentos de
onda central da FBG no sensor e uma FBG filtro disponível. Lembramos que a
demodulação poderia ser realizada com o segundo protótipo, bastando para isso utilizar
uma outra FBG filtro com seu comprimento de onda casado com a FBG sensora. O
esquema proposto em 5.5 também poderia ser utilizado para aproximar as redes.
A relação entre a tensão medida na saída do fotodetector e a tensão de entrada é
de 0.5x10-3 com o coeficiente de correlação de 0.997 segundo mostra o gráfico da
Figura 6.18.
87
y = 5,060E-04x + 4,978E-04R2 = 9,973E-01
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250
Tensão de Entrada (V)
Tens
ão d
e Sa
ída
(Vrm
s)
Figura 6.18: Gráfico da tensão Vrms de saída do sensor FBG-PZT-4 em função da
tensão CA aplicada usando demodulação por redes gêmeas.
A forma de onda na saída do osciloscópio, quando uma tensão de
aproximadamente 2000 V é aplicada no sensor, é demonstrada na Figura 6.19. Temos
para uma tensão de 2 kV uma tensão de saída de aproximadamente 1V.
Novamente observa-se uma distorção harmônica no sinal de saída, quando a
excursão do sinal de entrada atinge uma região não linear do espectro de convolução.
Figura 6.19: Resposta de sensor FBG-PZT-4 na saída do osciloscópio usando Redes
Gêmeas.
88
6.3 Resultados da sensibilidade térmica dos protótipos
Inicialmente os protótipos de sensores foram submetidos a uma variação de
temperatura entre 25 º C e 45 º C sem a influência da tensão. O objetivo deste resultado
foi verificar o funcionamento do conjunto sensor FBG-PZT em condições de operação.
A variação de temperatura, dentro do range especificado, mostrou uma boa
linearidade tanto para as cerâmicas PZT-4 quanto para as cerâmicas PZT-5H. À medida
que a temperatura excede o valor de 45 ºC, a resposta se torna não linear.
Os resultados experimentais mostram uma dependência da temperatura com as
variações no comprimento de onda de Bragg e através do gráfico da Figura 6.20 temos
uma sensibilidade térmica para o protótipo sensor FBG-PZT-4 de -55.1 pm/ºC e para o
sensor FBG-PZT-5H de -108.9 pm/ºC com coeficientes lineares de 0.998 e 0.996,
respectivamente.
A maior sensibilidade do PZT-5H está relacionada com o maior fator de
dissipação dessas cerâmicas em relação às cerâmicas do tipo PZT-4. Além disso, de
acordo com a Tabela 5.2, sabemos que o coeficiente de dilatação térmica do alumínio é
maior que o coeficiente de dilatação térmica do PZT, dessa forma, como mencionado
anteriormente, ao sofrer a deformação, o PZT tende a expandir-se ao mesmo tempo que
o alumínio sofre uma dilatação e tende a diminuir o GAP. Em função disso, nos
resultados experimentais realizados, temos através do gráfico da Figura 6.20 um valor
negativo para a sensibilidade térmica dos protótipos.
Os resultados mostram que os valores experimentais obtidos estão próximos dos
valores teóricos calculados na seção 5.6.1 que foram de -60.17 pm/ºC para o protótipo
FBG-PZT-4 e de -133 pm/ºC para o protótipo FBG-PZT-5H. A diferença entre estes
valores pode ser explicada, em função da montagem dos protótipos. O tipo de cola
usado para a montagem dos protótipos tem grande influência nas respotas obtidas.
Como foi utilizada uma resina para colar toda a montagem e posteriormente, o
conjunto foi preso usando uma prensa, não é possível conseguir um perfeito
acoplamento entre os materiais, assim no ensaio, à medida que a temperatura aumenta o
fator de acoplamento diminui, aumentando o erro nas medidas de tensão e
consequentemente, reduzindo a sensibilidade do sensor.
89
y = -0,0551x + 1537,8R2 = 0,9989
y = -0,1089x + 1549,4R2 = 0,9967
1535
1536,5
1538
1539,5
1541
1542,5
1544
1545,5
1547
1548,5
20 25 30 35 40 45 50Temperatura (ºC)
Com
prim
ento
de
Ond
a de
Bra
gg (n
m)
PZT4 PZT-5H
Figura 6.20: Gráfico de sensibilidade térmica dos protótipos sensores.
A Tabela 6.1 mostra os resultados teóricos e experimentais obtidos com os
ensaios realizados com os protótipos construídos.
Tabela 6.1: Resultados teóricos e experimentais dos protótipos
Resultado Teórico Resultado Experimental
Ensaio FBG-PZT-4 FBG-PZT-5H FBG-PZT-4 FBG-PZT-5H
Tensão Contínua (CC) 128.6 pm/kV 368.1 pm/kV 90.1 pm/kV 265.7 pm/kV
Tensão Alternada (CA) 0.8x10-3 4.4x10-3 0.8 x10-3 1.2 x10-3
Sensibilidade Térmica -60.17 pm/ºC -133 pm/ºC 55.1 pm/ºC 108.9 pm/ºC
90
A Figura 6.21 mostra o arranjo experimental para a realização dos ensaios com
tensão.
Figura 6.21: Fotografia do arranjo experimental para a realização dos ensaios com
tensão.
91
Capítulo 7
7. Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros
Neste capítulo serão apresentadas as conclusões obtidas como resultado deste
trabalho e algumas propostas para sua continuidade que permitam melhorias no sistema
desenvolvido, algumas delas já em andamento:
7.1 Conclusões
Neste trabalho foi apresentado o desenvolvimento de um sistema sensor baseado
na combinação entre a tecnologia de Redes de Bragg e a tecnologia de cerâmicas
piezolétricas para medição das condições das linhas de distribuição.
Inicialmente, é proposto um procedimento de teste para medir os esforços de
tensão aplicados a uma fibra óptica usando o ensaio de tração. Esse estudo é necessário
quando estamos trabalhando com uma FBG como sensor de deformação.
A partir da análise dos resultados, levantamos as curvas para a determinação do
Yield Strength (Tensão de Ruptura) e do módulo de Young das fibras ópticas. Os
valores experimentais encontrados (4.5 GPa e 70 GPa) respectivamente, mostram
valores próximos aos registrados na literatura.
Para a demodulação óptica das variações do comprimento de onda de Bragg da
FBG colada ao PZT, foram propostas duas técnicas de demodulação. A primeira
utilizada para a obtenção dos resultados das medidas em CC, usando um interrogador
óptico comercial. Uma segunda técnica, usando um filtro sintonizável, para a
demodulação óptica das medidas com tensão CA. Por último, é proposta a
implementação da técnica de demodulação usando um par de redes gêmeas, onde uma
funciona como uma rede sensora e a outra funciona como um filtro espectral.
A sugestão neste trabalho para a implementação da técnica usando redes gêmeas
na detecção das variações no comprimento de onda de Bragg, mostra uma inovação para
aplicações com tensão CA.
Os ensaios com tensão CA realizados com o protótipo FBG-PZT-4 usando o
filtro sintonizável, apresentaram uma relação entre a tensão de saída a partir de uma
tensão de entrada em torno de 0.78x10-3. Para o mesmo protótipo, usando redes gêmeas,
92
a relação entre a saída e a tensão na entrada foi de 0.50x10-3 mostrando uma diferença
de 0,28x10-3 entres os resultados.
Esta diferença está relacionada com a sintonia da FBG filtro, que neste trabalho
foi realizada usando a variação de temperatura, para a rede deslocar até o ponto de
máxima sensibilidade. Entretanto, esse problema será solucionado com o
desenvolvimento de um circuito eletrônico usando um módulo termo-elétrico para
promover as variações no comprimento de onda da FBG filtro.
Um algoritmo computacional implementado com o programa MATLAB foi
desenvolvido, baseado na determinação do ponto de máxima sensibilidade da
convolução espectral entre uma FBG com um filtro. Através do algoritmo é possível
determinar a posição de sintonia do filtro onde teremos a máxima potência disponível
para o fotodetector. Essa sintonia é realizada promovendo um deslocamento espectral
no filtro.
A estimativa deste ponto de máxima sensibilidade obtido através do algoritmo,
também demonstra outra inovação apresentada no trabalho, pois quando estamos
trabalhando com tensão CA, como as medidas são dinâmicas, elas irão excursionar em
torno de um valor máximo, que em nosso caso, é obtido através deste ponto de derivada
máxima da convolução espectral.
Para a construção dos protótipos utilizados foram usadas cerâmicas do tipo 4 e
cerâmicas do tipo 5H. As cerâmicas diferenciam-se pelo valor da constante piezoelétrica
(d33) destes materiais que é de 300 pm/kV para a cerâmica do tipo 4 e 550 pm/kV para
as cerâmicas do tipo 5H.
Os resultados teóricos desenvolvidos analiticamente no capítulo 5, tanto para
análise em CC quanto para análise em CA, nos permitiram estimar a sensibilidade
teórica dos protótipos sensores desenvolvidos, baseado nos parâmetros das cerâmicas e
da FBG. Comparando-se os resultados teóricos obtidos, verificou-se que os resultados
experimentais apresentados no capítulo 6, concordam com o modelo teórico
desenvolvido.
Resultados preliminares foram obtidos com cerâmicas do tipo PZT-4 onde temos
para uma variação de tensão CC entre 0 V e 2.5 kV, aplicada aos terminais do PZT, uma
sensibilidade de 128.4 pm/kV. Um segundo protótipo desenvolvido com as cerâmicas
do tipo PZT-5H, mostrou uma sensibilidade de 368.43 pm/kV. Este aumento,
aproximadamente três vezes maior na sensibilidade do protótipo sensor FBG-PZT-5H
em relação ao protótipo sensor FBG-PZT-4, era esperado, em função do maior d33
93
destas cerâmicas em relação às outras, mostrando que para os ensaios com tensão CC, o
sensor FBG-PZT5H apresentou um melhor desempenho.
Os ensaios aplicando tensão CA, apresentaram uma relação entre a tensão de
saída em função da tensão de entrada em torno de 0.78x10-3 para o protótipo sensor
FBG-PZT-4, e para o protótipo sensor FBG-PZT-5H a relação encontrada foi 1.26x10-3
mostrando novamente um melhor desempenho, quando usamos o segundo tipo de
sensor.
O trabalho encerra com análise da sensibilidade térmica dos sensores FBG-PZT.
Os resultados com tensão CA mostram que em operação, o ponto de máxima
sensibilidade determinado no algoritmo, é deslocado em função do aumento de
temperatura.
O êxito alcançado com a construção dos dois protótipos desenvolvidos mostra
sua aplicabilidade para a construção de um TP em substituição à tecnologia
convencional.
7.2 Trabalhos Futuros
- Estender a construção dos protótipos usando outros tipos de cerâmicas, de
diferentes composições e diferentes d33, visando o aumento da sensibilidade do sistema.
Uma parceria entre a COPPE e um órgão público, que confecciona cerâmicas PZT, está
sendo realizada. Essa parceria irá permitir a fabricação de cerâmicas específicas para
esta aplicação.
- Construção de um sistema para sintonia da FBG filtro que já se encontra em
desenvolvimento no LIF. As variações no comprimento de onda central da FBG filtro
serão controladas eletronicamente usando um circuito termo-elétrico. Neste sistema, um
Peltier será controlado para promover os deslocamentos no comprimento de onda de
uma FBG.
- Embora os resultados preliminares tenham sido realizados com a preocupação
de não exceder o valor do campo máximo permitido para as cerâmicas PZT utilizadas,
para a aplicação do sensor em campo com tensões superiores, faz-se necessária a
utilização do sensor acoplado a um divisor de potencial capacitivo para permitir o
isolamento contra altas-tensões.
- Desenvolvimento de uma solução para compensar as variações térmicas nas
aplicações em campo.
94
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100
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RIBEIRO B., WERNECK M. M., “FBG-PZT sensor system for high voltage
measurements”, 2011 IEEE International Instrumentation and Measurement
Technology Conference, Binjiang, Hanghzou, China, May 10-12, 2011.
XXXIII Encontro Nacional de Fısica da Materia Condensada / ID: 626-1 1
Tensile Response of re-coated optical fiber using a recoating machine
Bessie Ribeiro, Marcelo Martins WerneckUFRJ - RJ - Brasil
The optical-fiber sensors industry has grown in recent years and most of the efforts involving the sensors industryfocused on the employment of strain monitoring measurements by using Fiber Bragg Grating (FBG) as sensorelement. Since the fibers in these applications have to be stressed, it is important to know the mechanicalstrength of the fibers in order to obtain a maximum life span of these devices. Furthermore, when using FBG,the fiber ends have to be uncoated in order to be fixed to the tensile device without slipping and this processdecreases even more such fragile sensor. When a coated fiber is fixed by any means in a stressing element, thefiber itself tends to slip inside the coating producing an erroneous responses. In order ensure realiability of thetests, the length of fixed part of the fiber has to be much larger than the machine grips. For this reason webuilt the apparatus that assures a sufficient length of the fixed part of the fiber and thus assuring a sufficientfrictiion between the glass and the coating. A mechanical device was developed to mount the optical fiber on astress test machine and perform the tensile test. It was used a simple method to reinforced the fiber after thestripping process. Our results show that, by using this device, the values for the tensile tests are in accordingto the limits determined by the IEC 60793 as the minimum 0,69 GPa of proof stress. With the mechanicalstripping process the strength decreases substantially when we compare with chemical process. When use thefiber recoating to reinforced the fibers after the mechanical stripping process, the mechanical strength increases,but for the chemical process, this does not occur.
FBG-PZT sensor system for high voltage measurements
Bessie Ribeiro Electrical Engineering Program (PEE)
Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro, Brazil
Marcelo Martins Werneck Electrical Engineering Program (PEE)
Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) Rio de Janeiro, Brazil
Abstract—This paper evaluates the design and testing of an optical voltage transformer (VT) using a fiber Bragg grating (FBG) and a PZT ceramics stack. The application is directed to the power industry to measure voltage in high-voltage distribution lines and can be used as the core of a practical 13.8 kV-Class VT. The sensor consists of a stack of ceramic rings spaced by thin copper discs and an FBG sensor attached to an aluminum support where the stack is fixed. Experimental results indicate linear relationship between voltages applied to the sensor and the displacement of reflective spectrum of FBG in high voltage applications.
Keywords-fiber Bragg grating (FBG) sensor; voltage measurement; PZT; OSA; Fabry Perot tunable filter.
I. INTRODUCTION
The optical-fiber sensors industry has grown in recent years, and most of the efforts involving the sensors industry focused the use of Fiber Bragg Grating (FBG) as a sensor element. Among the parameters of interest most of the works found in the literature focus on temperature, strain, pressure, displacement, acceleration, vibration, voltage and current.
The behavior of optical current transformer (OCT) and optical voltage transformer (OVT) applied on electric power transmission system has been widely discussed in the literature because they present advantages when compared with conventional transformers. The innovations coming from the optical transformers circumvent problems such as the risk of explosion, high weight, electric safety, insulation oil, difficulty of installation, etc [1]-[4].
However, the main drawback is still the high cost of this new technology, not only for acquisition but also maintenance, demanding specialty skills uncommonly available among company personnel. With this motivation, this paper relates the development of a high voltage measuring system to be used as the core of a 13.8-kV-class OVT for the electric power industry application using a PZT (Lead Titanate Zirconate) crystal as voltage transducer and FBG as strain measuring sensor. This new technology can be developed at a cost fully compatible with conventional CTs and VTs.
FBG technology is one of the most popular choices for optical-fiber sensor for strain or temperature measurements due to their simple manufacturing, besides it is relatively easy
to deal with and reliable. The use of piezoelectric ceramics in the last decade due to piezoelectric characteristics and transducer properties has attracted interest to electric power systems measurements because of their properties to convert electrical energy to mechanical energy [5]–[7].
In the present contribution, a voltage was applied in a combined PZT and FBG sensor by using a high voltage power supply. This voltage acts on the PZT ceramic causing a mechanical deformation and by using a FBG as interrogation system, the spectrum of the reflected light from the FBG is captured and demodulated to obtain a sinusoidal signal proportional to the applied voltage.
The results showed a linear relationship between the applied voltage to the PZT-FBG sensor with the reflected Bragg wavelength shift. The easy implementation and the low cost of the equipment used prove the viability of this project for applications in the electric power industries.
From previous experimental studies it has been proven that the exposure to ultraviolet radiation during the FBG inscription process decreases the silica yield strength, furthermore, when stretching the FBG to bond it to the stress element, it is necessary to remove the optical fiber coating, and this process can degrade the fiber strength [8]-[10].
To study the mechanical strength and the fiber resistance to strain, in a previous paper [11] we measured the tensile strength of silica optical fiber. By providing information about mechanical strength it is possible to obtain a maximum life span for these devices.
II. TENSILE STRENGTH TEST
Equation (1) shows the strain when the fiber is under the action of an external force, where E is the Young’s modulus of the fiber and (εz) is the strain of the fiber given by ΔL/L0.
E = σ/εz (1) The stress on the fiber produced by an applied force acting
on its cross-section is given by (2) [12]:
σ = F/A (2) Substituting (2) into (1) we obtain the fiber strain (3):
ΔL = F.L0 / E.A (3)
102
The tensile test method was performed by using an INSTRON 5567 tensile testing machine. The relationship between axial strain in percentage (%) and the stress applied in Pascal (Pa) are plotted in Fig. 1. The optical fiber specimens used in this test, were taken from uncoated single mode fiber.
As it can be observed, these samples showed the yield strength around 2.5 GPa, which is in accordance with the International Standard that ensures the minimum of 0.69 GPa strength of proof stress [13]. The measured Young’s modulus was 70 GPa and the correlation coefficient (R2) was 0.999, showing repeatability in the samples measurements.
y = 7,019E+04x - 6,986E+00R2 = 9,999E-01
0
500
1000
1500
2000
2500
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035Strain (%)
Stre
ss (M
Pa)
Sample 01Sample 02Sample 03Sample 04Sample 05Sample 06Sample 07Sample 08Sample 09Sample 10
Figure 1. Stress x Strain curve under a proof test method.
III. FIBER BRAGG GRATING SENSORS AND PIEZOELETRIC TECHNOLOGY
A. Fiber Bragg Grating
An FBG is a periodic modulation of the refractive index in the core of an optical fiber [14]–[15]. The Bragg wavelength (λB) of a Bragg grating is a function of the effective refractive index of the fiber (ηeff) and the periodicity of the grating (Λ). The fiber with an FBG acts as a selective mirror that reflects the Bragg wavelength. The relationship between these parameters is given by:
λB = 2ηeffΛ (4)
The displacement of the central Bragg wavelength, λB, with an applied strain, is given by:
ΔλB/λB = (1-pe)εz + (α+η)ΔT (5)
Where ΔT is the temperature variation, ρe is the silica photo-elastic coefficient (normally equals to 0.22), α is the thermal expansion coefficient of the silica and η is the thermo-optic coefficient, representing the temperature dependence of the refractive index (dn/dT).
Essentially, any external agent that is capable of changing Λ will displace the reflected spectrum centered at Bragg wavelength. Therefore, by using these sensors we can obtain measurements of strain, temperature, pressure or vibration.
B. Piezoeletric Ceramics Properties
The properties of piezoelectric ceramics were found by B. Jaffe in 1954 [17]. Because of stable piezoelectric
characteristics and transducer properties, they are very useful for strain measurements in several remote sensing applications. The PZT is a polycrystalline ceramic material with piezoelectric properties and in these materials the changes in their dimensions are related to the applied voltage. The variation in length, ΔL, of a PZT ceramic is obtained by equation (6), where L0 is the length of a ceramic element [m], E is the electric field [V/m] applied to the PZT electrodes and dij is the strain coefficient of the material [m/V] being “i” and “j” the coordinates for field and displacement in polarization direction, respectively.
ΔLPZT/L0=dijE (6)
By considering the electric field equals to V/d, being “V” the voltage and “d” the thickness of ceramic, we have:
ΔLPZT= Vdij (7)
Since ΔL is very small, a greater expansion can be obtained by using a stack of ceramic rings separated by thin metallic electrodes. Therefore, in a ring shape PZT with electrodes deposited on both sides, d33 stands for a wall thickness displacement. The displacement of the FBG-PZT sensor can be evaluated by (8), with “n” being the number of ceramic layers.
ΔLPZT= Vndij (8)
IV. EXPERIMENTAL SETUP
As mentioned above, we used a PZT crystal as voltage transducer and a FBG as strain measuring sensor. The experimental setup of the FBG-PZT sensor system is shown in Fig 2. The ceramic stack was built using ten 4-mm-thick PZT rings, with d33 = 300 pm/V separated by 0.2-mm thick copper electrodes where the contacts were fixed. The electrodes were arranged on both sides of the ceramic discs and were connected in a parallel fashion. The ceramic disks were glued together separated by the cooper plates using EPO-TEK 302-3M resin and kept in the oven for three hours at a temperature of 65°C for curing. A double aluminum structure was used to accommodate the ceramic stack and the 82-mm-length FBG sensor was glued on the top of it.
Figure 2. Schematic diagram of the FBG-Piezostack.
For improving isolation for high voltage the entire assembly was immersed in a bath of insulating oil. The FBG
103
with central wavelength of 1532.9 nm was stretched to 1535.18 nm as shown in Fig. 3, before cemented to the aluminum structure to allow measurements in both directions, that is augmenting and retreating PZT thickness.
(a)
(b)
Figure 3. (a) The FBG reflection spectrum before glued to the aluminum (a) and after glued to the aluminum (b).
Notice that by bonding the FBG on the PZT stack as we described, we would have the strain on the FBG equals to the strain on the PZT. This is because, although the total displacement is bigger, so is the length of the fiber, yielding therefore the same strain.
Since the fiber is bonded to the ends of the stack, the displacement previewed by (8) will be transmitted to the fiber, so that
ΔLPZT= ∆LFBG (9)
Now combining (5), (8) e (9) and considering ΔT=0 (constant temperature environment), we achieve:
ΔλB=λB(1-ρe) (nd33V)/L (10)
Substituting the PZT constants of Table I in (10) we have the following sensitivity for the applied DC voltage:
ΔλB/ΔV=128.3 pm/kV (11)
Notice that the larger the LFBG, the greater the strain experienced by the FBG and consequently, the greater the sensitivity.
TABLE I. FBG AND PZT PARAMETERS
Physical and dielectric properties Value PZT
PZT type PZT4 Ceramic Shape Ring
Piezoeletric strain constant d33 = 300 pm/V Thickness of ceramic d = 4 mm
Maximum allowed direct field strength 1-2 kV/mm Maximum allowed reverse field strength 350-500 V/mm
Curie Temperature (Tc) 325°C Number of elements in stack n=10
FBG Bragg wavelength λB = 1535.18 nm
Photo-elastic coefficient ρe = 0.22 Coefficient of thermal expansion α = 0.55 x 10-6/°C Thermo-optic coefficient (dn/dT) η = 8.6 x 10-6/°C
Length of FBG L = 28 mm
V. SIMULATION AND RESULTS
A. The optical setup with a DC voltage power supply
A DC voltage was applied on the PZT crystal terminals by using a high voltage supply and the displacement of the PZT was converted into variations of the Bragg central wavelength. The interrogation system for DC voltage measurements is schematically illustrated in Fig 4. The light from an amplified spontaneous emission (ASE) ranging from 1520 nm to 1610 nm was used to illuminate the sensor and a commercial interrogation system from FOS&S model Spectral Eye 400, with accuracy of 2.0 pm was used to measure the reflected FBG spectrum accordingly to the sensor displacement.
Figure 4. Schematic diagram of experiment setup for DC voltage.
For the first experiment, only DC voltages were applied to the PZT in order to measure the Bragg displacement accurately by the interrogation system. Eq. 12 was used to calculate the maximum voltage to be applied to the PZT ceramic in order to not exceed the allowed value, according to Table I, where
V = Emáxd (12)
104
By applying a DC voltage to the PZT and recording the respective Bragg shift we can see the linear relationship between the applied voltage and the central Bragg wavelength. The results show that the measured sensitivity was of 91.5 pm/kV and the correlation coefficient (R2) was 0.999.
y = 9,154E-05x + 1,537E+03R2 = 9,990E-01
1536,7
1536,72
1536,74
1536,76
1536,78
1536,8
1536,82
1536,84
1536,86
1536,88
1536,9
1536,92
1536,94
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Vin (V)
Bra
gg w
avel
engt
h sh
ift (n
m)
Figure 5. FBG-PZT sensor curve when a DC voltage is applied.
B. The optical setup with a AC voltage power supply
Fig. 6 represents the interrogation system for AC voltage measurements. Since the optical spectrum analyzer is too slow to respond to the 60-Hz line frequency, the central wavelength variation can be obtained by using a photo-detector. The light from the ASE illuminates the FBG-PZT sensor via an optical circulator. The reflected spectrum of the sensor pass through the Fabry-Perot tunable filter (FFP-TF) with 0.89 nm bandwidth, nominal finesse of 130 and 116 nm of free spectral range (FSR). The light signal enters an amplified photo-detector with an spectrum range of 700 nm ~ 1800 nm. The AC output signal is monitored by an oscilloscope. The FFP filter was tuned in 1540.04 nm by applying a voltage of the 7.2 volts. This demodulation technique is based on the convolution between the FBG spectrum and the FFP filter spectrum. The maximum range of the input signal (high voltage) is on the linear region of the convolution function.
Figure 6. Schematic diagram of experiment setup for AC voltage.
From Fig. 7 we can see a linear relationship between the AC voltage applied to the FBG-PZT sensor and the output signal. A high voltage source was used to supply the input signal ranging from 0 kV to 2 kV at the terminals of the PZT electrodes.
y = 7,837E-04x - 7,341E-02R2 = 9,955E-01
0
0,25
0,5
0,75
1
1,25
1,5
1,75
2
2,25
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250
Vin (V)
Vout
(V)
Figure 7. Relationship between the input AC voltage versus output signal.
Fig. 8 shows the sequence of screens of the oscilloscope when the voltage ranges from 170 mV to 2000 V approximately.
Figure 8. Photodetector output signal. Vertical Scale ≈ 1200 Vinrms/Voutrms.
Horizontal scale = 5 ms/Div.
We can notice a harmonic distortion, particularly when the input voltage reaches the end of scale, approximately at 2000 Volts. The reason for this harmonic distortion is the input signal reaching a nonlinear region of the convolution function between FBG and FFP filter spectrums.
C. Mechanical and Temperature Stability All mechanicals parts are very rigid, including the PZT
ceramics and the FBG itself which presents a Young modulus of 70 GPa, close to that of steel as measured in section II. In an OVT the vibrations are mainly of 60 Hz, due to magnetic movement of the transformer core. However, in the case of an optical CT, there is no iron core to vibrate and then this equipment is noiseless and does not present this kind of
105
vibrations.
Fig. 9 shows the results for several acquisitions accomplished employing with the sensor, a low dispersion of results when a DC voltage is applied on the terminals of the sensor. However, it is important to notice that one degree Celsius in temperature change will cause an approximately 14 pm Bragg wavelength displacement. Therefore, temperature compensation is important in these applications because the drift caused by temperature variation will affect not only the sensor response, but also all parts of the transducer, producing unwanted drifts. Therefore a simple high-pass filter easily filters out temperature drifts from the output signal. This experiment provided information for the mathematical model developed in section IV and showed a good repeatability in sets of measurements and a correlation coefficient (R2) of 0,997.
y = 8,972E-05x + 1,537E+03R2 = 9,975E-01
1536,7
1536,72
1536,74
1536,76
1536,78
1536,8
1536,82
1536,84
1536,86
1536,88
1536,9
1536,92
1536,94
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 2500
Vin (V)
Bra
gg w
avel
engt
h sh
ift (n
m)
Figure 9. FBG-PZT sensor curve when a DC voltage is applied.
A photograph of the experimental setup development in our laboratory can be seen in Fig. 10.
Figure 10. Photograph of the FBG-PZT sensor.
VI. CONCLUSIONS
In this work we presented the development of an optical high voltage transformer based in FBG and PZT piezoelectric
ceramics for use on a 13.8 kV-Class electric power transmission system The advantages of piezoelectric material with the characteristics of a sensor fiber Bragg grating is employed. For the assembly of the prototype, the aluminum structure was designed in order to support a larger number of ceramic rings and thus increase the longitudinal displacement of the material therefore improving the resolution of the demodulation system. An aspect to be considered is related to the maximum field strength allowed according to the manufacturer's specifications restricting the voltage applied to the sensor, an aspect that can be solved with a capacitive divider. Despite this limitation, the results make it viable the use of this technology for monitoring power substations. In order to improve the system and increase accuracy, a more appropriate setup is under development. An increased longitudinal displacement can be obtained with a new prototype sensor based on ceramics with a higher piezoelectric charge constant and by encapsulation of the sensor by increasing the sensitivity.
ACKNOWLEDGMENT
The authors would like to thank the LIF – Instrumentation and Photonics Laboratory, COPPE-UFRJ for the support to this work.
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