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NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR WORD CLOUD CONTACTE-NOS »» 07.JUNHO.2011 N.558 PANORAMA DOCUMENTAÇÃO 30ª EDIÇÃO DO SEMINÁRIO NEGOCIAR COM EFICÁCIA Porto, 13 a 15 de Junho O REENCONTRO DE UMA ALUMNA “A SOCIEDADE PEDE- -NOS MAIS A TODOS” NOVA EDIÇÃO DO PDE: OPEN HOUSE TRANSFORMAR POTENCIAL EM DESEMPENHO O IMPACTO DAS POLÍTICAS DE FAMÍLIA NA SUÉCIA O VALOR DO VOLUNTARIADO DINHEIRO PARA AS ESCOLAS QUE SE REFORMAM Investimentos em escolas alvo de reformas no campo da sua gestão e de avaliação de professores A CEDH NÃO IMPÕE RECONHECER “CASAMENTO GAY” Sentença sobre casamento gay do Tribunal Europeu de Direitos Humanos VENEZUELA SOB O PODER DO CRIME Aumento da criminalidade na Venezuela MARROCOS ABRE-SE A REFORMAS DEMOCRÁTICAS Marrocos enceta um processo De reformas constitucionais democráticas PAPEL DO ISLÃO NAS SOCIEDADES ÁRABES EMERGENTES Debate entre correntes islâmicas, de cariz liberal e de cariz religioso www.aese.pt PASSAPORTE OPINIÃO HAWKING NÃO EXPLICA A CRIAÇÃO A PARTIR DO NADA GREEN ZONE: COMBATE PELA VERDADE A teoria da criação quântica de Stephen Hawking não ameaça a doutrina judaico-cristã Busca de informação fidedigna através do confronto de várias fontes UMA AULA NO PADE Luís Cabral GOVERNO CORPORATIVO E GOVERNANCE Porto, 30 de Junho VOTA NO FMI COMO ME PROTEGER NAS REDES SOCIAIS Agostinho Abrunhosa O COMPROMISSO COM A SOCIEDADE AGENDA NOTÍCIAS

Transformar potencial em alto desempenho · se resume em 3 letras, SoU, sense of urgency, que nos interpela e nos exige mais”, afirmou Ramalho Fontes. Seguiu-se a Cerimónia de

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CONTACTE-NOS »»

07.JUNHO.2011N.558

PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

30ª EDIÇÃO DO SEMINÁRIO NEGOCIAR COM EFICÁCIAPorto, 13 a 15 de Junho

O REENCONTRODE UMA ALUMNA

“A SOCIEDADE PEDE--NOS MAIS A TODOS”

NOVA EDIÇÃODO PDE: OPEN HOUSE

TRANSFORMAR POTENCIAL EM DESEMPENHO

O IMPACTO DAS POLÍTICAS DE FAMÍLIA NA SUÉCIA

O VALOR DO VOLUNTARIADO

DINHEIRO PARA AS ESCOLAS QUE SE REFORMAMInvestimentos em escolas alvo de reformas no campo da sua gestão e de avaliação de professores

A CEDH NÃO IMPÕE RECONHECER “CASAMENTO GAY”Sentença sobre casamento gay do Tribunal Europeu de Direitos Humanos

VENEZUELA SOB O PODER DO CRIMEAumento da criminalidade na Venezuela

MARROCOS ABRE-SE A REFORMAS DEMOCRÁTICASMarrocos enceta um processo De reformas constitucionais democráticas

PAPEL DO ISLÃO NAS SOCIEDADES ÁRABES EMERGENTESDebate entre correntes islâmicas, de cariz liberal e de cariz religioso

www.aese.pt

PASSAPORTE

OPINIÃOHAWKING NÃO EXPLICA A CRIAÇÃO A PARTIR DO NADA

GREEN ZONE: COMBATE PELA VERDADE

A teoria da criação quântica de Stephen Hawking não ameaça a doutrina judaico-cristã

Busca de informação fidedigna através do confronto de várias fontes

UMA AULA NO PADE

Luís Cabral

GOVERNO CORPORATIVO E GOVERNANCEPorto, 30 de Junho

VOTA NO FMI

COMO ME PROTEGER NAS REDES SOCIAISAgostinho Abrunhosa

O COMPROMISSO COM A SOCIEDADE

AGENDANOTÍCIAS

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SESSÃO DE LANÇAMENTO DO PGL

O dia de hoje é marcado pelolançamento do novo programa deexecutivos PGL - Programa deGestão e Liderança.

Acompanhando a evolução tecnoló-gica, a AESE inova ao lançar umprograma totalmente “paper free”:pela disponibilização de um iPad®,cada um dos participantes teráacesso de forma rápida a do-cumentos e conteúdos multimédia,com possibilidade de tomar notas,fazer perguntas, interagir comcolegas e professores.

Outra característica inovadora doprograma é o processo decoaching, que proporciona o aper-feiçoamento das capacidadespessoais e profissionais de cadaparticipante, ao transformar o seupotencial em alto desempenho.

Para a empresas, o PGL trará maisvalias ao dotar os seus cola-boradores com uma maiorcompreensão estratégica donegócio e do mercado.

O PGL destina-se a todos osprofissionais que exerçam funçõesde gestão com mais de cinco anosde experiência e que queiramtransformar o seu potencial em altodesempenho.

Para assinalar a data está marcadauma sessão de lançamento com osmeios de comunicação social, ondeestarão presentes os parceirosdeste projecto: Apple e ActivoBank,by Millennium.

2 CAESE JUNHO 2011

7 DE JUNHO, EM LISBOA

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Transformar potencial em alto desempenho

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SESSÃO DE ENCERRAMENTO DO IX EXECUTIVE MBA AESE/IESE

No passado dia 21, teve lugar naSede da AESE, em Lisboa, aSessão de Encerramento do IXExecutive MBA AESE/IESE.

A abertura da Sessão esteve acargo dos Professores EugénioViassa Monteiro, Presidente doComité do Executive MBAAESE/IESE, e José Luiz CarvalhoCardoso, Fundador da AESE, quedestacaram os 30 anos da Escolade Negócios. No seu discurso,Carvalho Cardoso referiu que oslíderes do terceiro milénio devempossuir espírito de serviço, sabervalorizar a formação dos colabo-radores e centrarem a sua vida emprincípios.

Seguiram-se as intervenções dePatrícia Relvas e Tiago Baleizão,Presidente do IX Executive MBAAESE/IESE, respectivamente, queressaltaram a dedicação, o esforço

e as conquistas alcançadas nosúltimos dois anos, agradecendo atodos os que estiveram envolvidosno processo.

Para Eduardo Bandeira, Presidenteda edição anterior, os novos Alumniestão mais e melhores preparadospara serem cidadãos maiscompetentes e intervenientes nasociedade.

O sentido de compromisso estevepresente durante toda a Sessão.Carlos Cavallé, Dean do IESE de1984 a 2001 e Presidente daSocial Trends Institute referiu, emseu discurso, que nos estudos queestão a ser realizados pela suaInstituição, no campo do CorporateGovernance, observar-se umaausência de compromisso nasociedade, em geral.

3 CAESE JUNHO 2011

21 DE MAIO, EM LISBOA

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“A sociedade pede-nos mais a todos”

Alumnis do IX Executive MBA AESE/IESE

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José Ramalho Fontes, Director-Geral da AESE, destacou ocontributo da Escola de Negóciospara a sociedade portuguesa aolongo dos últimos 30 anos, tendoenumerado os desafios que secolocam aos novos Alumni nosentido se fazer face aosproblemas do país: Aumentar ainternacionalização, promover oemprego e ter um espíritoempreendedor.

“Estamos a viver, nos últimosmeses, uma vibração especial quese resume em 3 letras, SoU,sense of urgency, que nosinterpela e nos exige mais”,afirmou Ramalho Fontes.

Seguiu-se a Cerimónia de Entregados Diplomas e o almoço deconfraternização ao longo datarde.

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CARLOS CAVALLÉ ORADOR NA IX EDIÇÃO DO EXECUTIVE MBA

Carlos Cavallé, Dean do IESE de1984 a 2001 e Presidente da SocialTrends Institute foi um dosconvidados presentes na sessão deencerramento do IX Executive MBAAESE/IESE no passado dia 21, nasede da AESE, em Lisboa.

Em seu discurso, Cavallé começoupor referir o trabalho que érealizado na Social Trends Institute,uma fundação sem fins lucrativos,que tem por missão fomentar ainvestigação e a difusão do conhe-cimento científico nas seguintesáreas: família, cultura e estilos, bio-tecnologia e Corporate Governance.

Com base nos estudos que estão aser realizados na área do CorporateGovernance, observou-se uma al-teração, negativa, no com-portamento das organizações e daspessoas, de um modo geral. Foicom base nesta observação, que a

Social Trends, reuniu-se com osempresários, a fim de saber o queestava a correr mal. Segundo estes,os colaboradores estariam a sermal preparados pelas univer-sidades. Questionadas, estasconcordaram com o que havia sidodito, atribuindo aos liceus aresponsabilidade pela má prepa-ração dos alunos e que, em últimainstância, os principais responsá-veis seriam os pais.

Deste estudo conclui-se que háuma falta de compromisso dasociedade, em geral. Todos sãoresponsáveis pela formação doscidadãos. Outro aspecto prende-secom o uso da racionalidade, e aforma como esta é influenciada porum relativismo egocêntrico que nãoreconhece a existência de umaverdade, devendo a ética estarpresente em todas as profissões.5 CAESE JUNHO 2011

21 DE MAIO, EM LISBOA

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O compromisso com a sociedade

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JANTAR COLÓQUIO DOS MBA SOB O TEMA GESTÃO DE FAVORES

O Reencontro de uma Alumna

6 CAESE JUNHO 2011

25 DE MAIO, EM LISBOA

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Terminado o IX MBA, no passadodia 21 de Maio, com a entrega dediplomas, a saudade de regressaràs aulas e de me sentar no meulugar da sala de aula já aperta!Para preencher este vazio, nadamelhor que aceitar o convite quefoi dirigido pelo Prof. Raúl BessaMonteiro para participarmos nonosso primeiro encontro AlumniMBA/IESE.

O que dizer sobre uma Confe-rência Colóquio do Prof. LuísManuel Calleja? Para todosaqueles que tiveram o prazer de oter como Prof. compreende-ram que é pura e simplesmentegenial.

O tema Gestão de favores: algoexclusivamente humano. E láfomos todos nós, levados pelaabordagem "simplista" que o Prof.

nos faz crer sobre um tema tãoimportante e actual como este.

Aprendemos que os favores sãoessenciais ao bom funcionamentodas empresas e organizações.

Aprendemos sobretudo que a afa-bilidade é pedra basilar destaespiral que nos rodeia no nossodia-a-dia. Ouvimos deste Prof.,uma vez mais, certas verdadesque nem sempre são encaradascom frontalidade, como o facto detodo e qualquer cargo directivodever e poder fazer mais favores,do que qualquer colaborador quese encontra numa posição desubordinação na hierarquia.

Aprendemos palavras, comokoinón, koinonia e érgon!

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Raquel Caeiro IX Executive MBA AESE/IESE

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Em suma, o mais importante doMundo e das pessoas não sebaseia apenas e exclusivamentenas relações que envolvemdinheiro ou contrapartidas mone-tárias. Uma rede de favores é asolução para a resolução deproblemas, o que leva a pessoa asentir-se acompanhada e apre-ciada. No final, a entregainteligente e a satisfação de bemservir é condição própria dos sereshumanos!

Nada melhor, para terminar estaprimeira sessão, que um jantarconvívio, onde pudemos convivere conhecer os Alumni de váriosMBAs. Foi muito interessante ouviros Alumni falar, na primeirapessoa, das suas experiências devida, na vertente profissional epessoal.

Foi um partilha muito enrique-cedora onde nos deixamos ir aosabor das intervenções, espon-taneamente sugeridas pelo Eng.ºRamalho Fontes, onde se falou umpouco de tudo, desde a família, à

carreira, projectos de NAVES,Golf, Bolsa de Estudos “Prof.Carlos Parreira”, e até temas quecontemplam o início de umacarreira profissional internacional,até ao regresso da mesma.

A experiência foi óptima e, sobre-tudo, recomenda-se a todosaqueles que ainda não o fizeram,seja por que razão for. Certo é queirei fazer todos os possíveis paracomparecer nestes eventos, quenos fazem lembrar o quãoimportante foi a “viagem” do MBA,bem como a importância daaprendizagem contínua e o criar emanter os laços entre os pares.

Agradeço a todos os que estive-ram presentes, foi um prazerconhecer-vos!

Raquel CaeiroIX Executive MBA AESE/IESE

7 CAESE JUNHO 2011

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O valor do voluntariado

O último encontro do WomenLeader’s Forum da AESE, realiza-do em Lisboa, antes do Verão,tratou um tema com particularactualidade neste ano, em que secelebra o Ano Europeu doVoluntariado e se comemora o 10ºaniversário do Ano Internacionaldo Voluntário.

Conceição Zagalo, actualmentePresidente da Grace (Grupo deReflexão e Apoio à CidadaniaEmpresarial) e até Março passadoDirectora de Marketing, Comuni-cações e Cidadania da IBM, trouxeuma nova visão da Liderança noFeminino baseada no seupercurso pessoal e que apresen-tou em três etapas: Ser Mulher,Ser Profissional e Ser Voluntária.

Para uma autêntica Liderança noFeminino é importante que cadaetapa assuma a anterior. Ou seja,no âmbito profissional é essencialpotenciar as capacidades que àpartida se podem ter maisdesenvolvidas pelo facto de sermulher, tais como a facilidade emtrabalhar em multi-tarefa, opensamento abrangente e delongo prazo, ou a cooperação e apreocupação com os outros. Domesmo modo, quando se partepara o desafio do voluntariado, éprimordial continuar a aplicar ascompetências adquiridas notrabalho profissional.

Ana MachadoLTCP, Learning TeamCordinator Professor

8 CAESE JUNHO 2011

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WOMEN LEADER’S FORUM17 DE MAIO, EM LISBOA

Conceição Zagalo, Presidente da GRACE

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SESSÃO DE CONTINUIDADE

Impacto das políticas de família na Suécia

Muitas das organizações sociais,no terceiro sector, tratam de darresposta a disfunções da família.Veja-se, por exemplo: “Ajuda deMãe”, “Ajuda de Berço”, “Banco doBebé”, em cujo nome já se percebea própria missão e instituições paraapoio a mães adolescentes, laresresidenciais para crianças ejovens, etc., etc.

Compreende-se, pois, que tudoquanto possa evitar, na raiz, essasdisfunções, será de extremointeresse para o bem estar e afelicidade das crianças e dasfamílias.

Jonas Himmelstrand veio à AESEpara contar algo do muito que temvindo a estudar nos últimos 25anos. Consultor independente degestão e em coaching pessoal,casado e pai de três filhos,

analisou os dados factuais resul-tantes das políticas de Família naSuécia, nos últimos 35 anos.

A Suécia tem sido considerada umpaís de referência pelas medidasadoptadas, sendo de notar porexemplo algumas das suasestatísticas: a melhor licença dematernidade (18 meses); mor-talidade infantil das mais baixas domundo; pobreza infantil reduzida,etc. Os pais gastam muito poucocom os infantários, subsidiados a90% pelo Estado (subsídios de€15,000,00/ano/filho). É fortementedesaconselhado ficar em casa paracuidar dos filhos, e fomenta-se quepai e mãe trabalhem a tempointeiro fora de casa.

9 CAESE JUNHO 2011

16 DE MAIO, EM LISBOA

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Jonas Himmelstrand, autor do livro “Following your Heart”

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Paradoxalmente, os resultadosobtidos não correspondem aosobjectivos pretendidos: acentuadadiminuição da saúde psíquica dosjovens, maus resultados aca-démicos, violência, criação degangs, promiscuidade; entre asmulheres, elevada incidência debaixas médicas, deterioração dascompetências parentais, marcadasegregação no mercado detrabalho em função do género. Asmulheres reformam-se em médiamuito mais cedo do que oshomens, devido a problemaspsíquicos.

Um estudo publicado recen-temente mostra que 7 de cada 10mulheres suecas, sobretudo asmães mais jovens, querem estarmais tempo em casa com osfilhos; e mais de metade dasmulheres gostaria de dedicar-seprofissionalmente a ser dona decasa, se pudesse. Himmelstrandquestiona-se sobre a utilidade denegar à mulher a possibilidade deestar em casa enquanto os filhossão pequenos, para reintegrar-se

de novo no mercado de trabalhoquando eles crescem; e se os 10anos a menos de vida profissionalactiva por parte das mulheresdevido às reformas antecipadas,não poderiam ser altamentecompensados pela possibilidadede estar em casa os mesmo 10anos, durante a infância dos filhos.

A seguir à exposição seguiu-se umvivo debate de perguntas e res-postas, durante cerca de meiahora.

Beatriz AbreuDirectora do Programa GOS

10 CAESE JUNHO 2011

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Agustín Avilés, Professor daAESE, apresenta a 30ªedição de “Negociar comeficácia”, um dos Semi-nários mais bem sucedidosda AESE.

Dirigido a todos os profis-sionais que enfrentem si-tuações de conflito, “Nego-ciar com eficácia” aperfei-çoa a capacidade negocia-ção, com base em casosreais e actuais.

O Seminário ajudará osparticipantes a conhece-rem-se enquanto negocia-dores e a identificarem osprincípios basilares dequalquer negociação.

11 CAESE JUNHO.2011

30ª Edição do Seminário Negociar com Eficácia13 a 15 de Junho, Porto

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AGENDA

Estão abertas as inscriçõespara o próximo OpenHouse do PDE - Programade Direcção de Empresas.

O PDE destina-se a gesto-res com mais de 5 anos deexperiência de direcção deempresários e gestores dePMEs.

As Open House antecipama experiência AESE epermitem testemunhar aqualidade e eficácia doprograma.

Para mais informações, contacte:

Júlia Côrte-Real(+351) 939 871 256(+351) 217 221 [email protected]

Uma aula no PADE

PADE - Programa de AltaDirecção de Empresas des-tina-se a empresários e diri-gentes de primeira linhaque ocupam cargos de AltaDirecção e de Direcção--Geral, com o mínimo de 10anos de experiência degestão.

O encontro visa antecipar obenefício que a aprendiza-gem com outros responsá-veis do mesmo nível e coma utilização do Método doCaso oferecem aos dirigen-tes. Inscrições abertas.

Para mais informações, contacte:

Júlia Côrte-Real(+351) 939 871 256(+351) 217 221 [email protected]

Gestão do Tempo: O caso “Nelson Pereira” a 7 de Junho, em Lisboa.

“Governo Corporativo e Governance”30 de Junho, Porto

Não é suficiente a boa ges-tão; é necessário governarbem a empresa.

As escolhas críticas relati-vamente aos negócios, aestrutura directiva e a con-figuração institucionalconstituem um conjunto detarefas – diagnósticos, es-colhas e execução – comuma natureza e grau direc-tivo diferentes da meragestão.

Durante a sessão o Prof.Luis Manuel Calleja abor-dará um caso real com aperspectiva de governo eapresentará alguns mode-los conceptuais para o bomgoverno.

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Nova Edição do PDEViva a experiência

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BLOG AESEARTIGOS DE OPINIÃO

Comente a opinião dos nossos professores

Como me proteger nas redes sociais?

“Um amigo perguntava-me um destes dias “Como me devo proteger nas redes sociais?”Esta questão levou-me a pensar que as redes sociais online são, por vezes, uma versãoelectrónica das relações pessoais que existem entre as pessoas, mas que se amplificampelas potencialidades das tecnologias que, entre outras, permitem uma ampla e rápidadisseminação da informação…”

Ler mais e comentePublicado no Blog AESE a 1 de Junho de 2011

Vota no FMI

“Depois de muitas hesitações e atrasos chegámos ao acordo com a troika. Numa clarajogada política, Sócrates reclama que se trata das medidas que tinha proposto e foramrejeitadas pela oposição. Mas não tenhamos dúvidas: além da questão do equilíbrioorçamental no curto e médio prazos, o acordo de princípios com a Europa e o FMI é umautêntico programa de reforma estrutural da economia portuguesa….”

Ler mais e comentePublicado no Jornal Expresso a 28 de Maio de 2011 (Pág. 38)

Agostinho Abrunhosa

Luis Cabral

Blog AESE12 CAESE JUNHO 2011

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Errata ao passaporte daedição 557 de Pedro Leão.Por lapso, autoria do livro“Economia dos mercados eda empresa” foi atribuídaincorrectamente à PedroLeão que tem o mesmopercurso académico e nomedo autor.

Hugo Contente (7ºExecutive MBA AESE/IESE)assumiu, recentemente, afunção de Director eRecursos Humanos no ISLA(Instituto Superior deLínguas e Administração).

13 CAESE JUNHO 2011 Nesta secção pretendemos dar notícias sobre algumas trajectórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

Pedro Capaz (6º Executive MBAAESE/IESE) e Beatriz Capaz sãoos responsáveis pelo projectoTen-to-Ten: Lojas de comérciotradicional, com um toquemoderno. Para breve, estáprevista a abertura da quartaloja.

Pedro Nuno Ferreira (9ºExecutive MBA AESE/IESE) e31º PDE é o novo Head Sales ofFinancial Services do GrupoVolkswagen.

PASSAPORTE

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PANORAMA

EUA: Dinheiro para as escolas que se reformam

14 CAESE JUNHO 2011

Nos EUA, as escolas dependemfundamentalmente dos Estados,mas o Departamento de Educa-ção distribui também fundos públi-cos federais para apoiar progra-mas educativos que lhe interes-sam. É o que está a fazer tambéma Administração Obama com oprograma “Race to the Top”, noqual os Estados competem porfundos federais para financiarreformas educativas. Há algunsmeses, efectuou-se o concurso,onde se seleccionaram noveEstados e o Distrito de Colúmbia,que repartirão entre si 3.400milhões de dólares.

Neste caso não se trata de refor-mas futuras, pois o que se valori-

za são as mudanças já empreen-didas nos ensinos primário e se-cundário. Um júri de especialistasno ensino público avaliou as inicia-tivas de cada Estado, em funçãode 19 critérios.

Um dos mais importantes foi adisposição de permitir o cresci-mento das charter schools, esco-las públicas autónomas geridaspor grupos independentes (profes-sores, pais, iniciativas sem finslucrativos, etc.). Este tipo de esco-las, nascidas nos anos 90, obtive-ram bons resultados e têm lista deespera. Embora os sindicatos dosprofessores do ensino público nãoas vejam com bons olhos, aAdministração de Barack Obama

decidiu apoiá-las. Alguns dosEstados que competiram no “Raceto the Top”, como Illinois e NovaIorque, suprimiram os limites paraa criação de charter schools.

Outro critério importante no exa-me das propostas, foram os esfor-ços efectuados para que a avalia-ção dos professores esteja ligadaaos resultados dos alunos. Jádesde 2006 que se vêm adoptan-do medidas em diversos Estadospara que a carreira docente e osalário dos professores não de-pendam apenas do seu título eantiguidade, mas também dos re-sultados dos alunos.

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15 CAESE MAIO 2011

No concurso recebiam pontosadicionais os Estados com o apoiodos sindicatos dos professores àssuas propostas. Isto foi posto emcausa por alguns, por considera-

rem que os sindicatos são preci-samente os maiores opositores aessas reformas.

Nesta segunda edição do “Race to

the Top” competiram 35 Estados.Os dez vencedores irão receberverbas que oscilam entre os 75 eos 700 milhões de dólares.

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O Tribunal Europeu de DireitosHumanos apoiou a decisão daÁustria de negar-se a casar doishomossexuais. Além disso, asentença esclarece que a CEDH(Convenção Europeia de DireitosHumanos) não impõe aos Estadossubscritores (isto é, aos paísesmembros do Conselho da Europa)o reconhecimento do direito aocasamento gay.

Em Setembro de 2002, os aus-tríacos Horst Michael Schalk eJohann Franz Kopf foram casar-seao município de Viena. Mas estenegou o pedido, argumentandoque de acordo com a lei austríaca,o casamento só pode ser contraídoentre um homem e uma mulher. Adecisão foi ratificada pelo governoda capital em 2003 e, vários mesesdepois, pelo próprio TribunalConstitucional austríaco.

Em Agosto de 2004, Schalk e Kopfrecorreram da sentença doTribunal Constitucional para oTribunal Europeu de DireitosHumanos, com sede emEstrasburgo. Os recorrentes ale-garam que a Áustria estava aofender o art. 12 (direito a contraircasamento) da Convenção Euro-peia de Direitos Humanos. Schalke Kopf argumentaram também que

A CEDH não impõe reconhecer “casamento gay”

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16 CAESE JUNHO 2011

a decisão da Áustria constituíauma discriminação por razões dasua orientação sexual (proibidapelo art. 14 da Conven-ção), aomesmo tempo que lhes negava apossibilidade do reco-nhecimentolegal da sua união, o que – naopinião dos recorrentes – ofendeo direito ao respeito da vidaprivada e familiar (reconhe-cido noart. 8 da Convenção).

Em primeiro lugar, diz o TribunalEuropeu, embora na sociedadeactual a procriação já não seja umelemento decisivo do casamentocivil, como têm argumentado osrequerentes, isto não permiteconcluir que a Áustria estejaobrigada, em virtude do art. 12 daConvenção, a ter de reconhecer ocasamento entre pessoas do mes-mo sexo.

Além disso, os sete juízes doTribunal defendem que a Conven-ção não obriga qualquer Estadosubscritor a reconhecer o direito acasar-se dos homossexuais. Estadecisão caberá, em cada caso, acada Estado.

Em seguida, o Tribunal analisa sea decisão da Áustria de restringiro casamento à união entre umhomem e uma mulher discriminaou não os homossexuais. Osjuízes examinam primeiro o direitoao respeito pela vida privada efamiliar de qualquer pessoa. Asentença constata que as atitudessociais para com as uniões daspessoas do mesmo sexo tiveramuma evolução ao longo dos últi-mos anos. Daí conclui – sem ex-plicar muito bem porquê – que aconvivência estável entre dois

homossexuais é equiparável à deduas pessoas de sexo diferente e,portanto, podem ser incluídos noconceito de “vida familiar”.

Ora, uma vez que a relação deconvivência dos recorrentes ficoulegalmente reconhecida na Áustria(após a entrada em vigor da Leide Uniões Civis em Janeiro de2010), a sentença esclarece quenão é missão do Tribunal dizer anenhum país do Conselho daEuropa como deve regulamentaressas uniões.

Daí, ter o Tribunal concluído – por4 votos a favor e 3 contra – que adecisão da Áustria, de não reco-nhecer às uniões homossexuaisos mesmos direitos que têm os

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17 CAESE MAIO 2011

casamentos, não ofende aproibição de discriminação previs-ta no art. 14 da Convenção.

A Lei de Uniões Civis da Áustrianão permite às uniões do mesmosexo a adopção de filhos em

conjunto, nem adoptar os do outromembro dessa união.

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Um título do diário “El Nacional” deCaracas recordou aquilo que osvenezuelanos têm vindo a sofrer háalguns anos e que provocou apolémica. Esses corpos espa-lhados na morgue fariampestanejar até o mais insensível. Ainsegurança e a violência dispa-raram na Venezuela com númerosque ultrapassam os do Iraque e doMéxico.

Na capital e restantes cidades dopaís já é paisagem comum verfortalezas onde antes havia casas,zonas onde ninguém se aventuraquando antes eram frequentadasaté de noite. A oposição acusa ogoverno de Hugo Chávez de nãoenfrentar o problema – não divulgaestatísticas sobre violência desde2005 – e a administraçãobolivariana acusa os opositores de

quererem obter efeitos políticos doassunto.

Após esse título do “El Nacional” de13 de Agosto passado, o governoproibiu os diários de publicaremnotícias e imagens sobre violência.Longe de se submeter à medida, ojornal de Caracas divulgou uminquérito do Instituto Nacional de

Venezuela sob o poder do crime

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Estadística (INE) – instituiçãogovernamental –, que alguémfiltrou para este meio decomunicação. O estudo, intitulado“Encuesta Nacional deVictimización y Percepción de laSeguridad Ciudadana”, reveloualguns dados pavorosos: houvena Venezuela, em 2009, 19.133assassínios, 75 por cada 100.000habitantes, bastante mais que os49 por 100.000 de 2006. Foram16.917 sequestros em 2009, 46casos denunciados por dia.

O “The New York Times” publicouem 23 de Agosto passado umartigo que contribuiu para aumen-tar a polémica em torno da faltade segurança no país caribenho.O matutino norte-americano indi-cou que na Venezuela morrem porhomicídios mais pessoas do que

em países onde se enfrenta oterrorismo islâmico – Iraque – ouuma guerra gerada pelo tráfico dedroga como é o caso do México.

Segundo o Iraq Body Count,pormenorizou o “The New YorkTimes”, em 2009, morreram 4.644civis devido ao conflito armado noIraque, contra os mais de 19.000na Venezuela de acordo com oINE, ou 16.000, como assegura oObservatorio Venezolano deViolencia (OVV). O México, porseu turno, concentrado numabatalha sem quartel entre oExército e os grupos de traficantesda droga, teve mais de 28.000mortos devido a assassíniosdesde 2006; pelo contrário, emsolo venezuelano, houve desde2007, quase 44.000 homicídios.

Para o presidente Chávez, ocrescente problema da violêncianão se circunscreve apenas àVenezuela, tratando-se de umproblema à escala mundial. Parao líder bolivariano, a falta desoluções tem a ver com osgovernos que o precederamquando a pobreza da populaçãovenezuelana “tinha atingido os70% e a miséria havia chegadoaos 25%”.

De qualquer forma, desde 1999,houve no tempo da Presidênciachavista, mais de 118.000assassínios no país, de acordocom um relatório do OVV Omesmo estudo referiu Caracascomo a cidade mais perigosa daAmérica Latina com uma médiade 200 assassínios por cada

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100.000 habitantes, mais do queBogotá – a capital colombiana –que tem 22,7 homicídios por cada100.000 habitantes, e São Paulo –a maior cidade do Brasil – com 14por cada 100.000.

O governo venezuelano asseguraque formou uma nova divisão daPolícia e que está a trabalharactivamente num sector da cidadede Caracas onde conseguiu redu-zir consideravelmente os homicí-dios e os roubos.

Para fechar o panorama, o OVVdestacou que 90% dos crimes naVenezuela não são esclarecidos.Os relatórios deste instituto indi-cam que em 1999, quandoChávez assumiu o poder, foramcontabilizadas 5.017 detençõespor homicídios; em 2009, esse

número caiu para 1.491.

Neste sentido, o número dedetidos por cada cem assassíniospassou de 110 presos em 1999,para 9 em 2009. De acordo com oOVV, a quantidade de casosimpunes subiram até 100.045desde que Hugo Chávez setornou presidente da república daVenezuela.

A Justiça venezuelana politizou--se, especialmente desde 2004,de tal modo que os magistradossão quase todos chavistas. Osassuntos que prosperam judicial-mente são aqueles movidos con-tra os opositores ou contra di-rectores de meios de comunica-ção social. É assim que funciona aVenezuela de Chávez, é assimque funciona a justiça num país

cujo governo procura desespera-damente melhorar uma imagemem baixa e uma economia extre-mamente afectada.

P. D.

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Hawking não explica a criação a partir do nada

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Stephen M. Barr, professor defísica na Universidade doDelaware, escreveu em “FirstThings” (10 de Setembro de 2010)sobre o último livro de StephenHawking, “The Grand Design”, edefende que a sua teoria dacriação quântica não explica, nempode fazê-lo, por que existe ouniverso.

Stephen Barr é taxativo: “As ideiaspropostas no livro de Hawking nãoconstituem qualquer ameaça paraa doutrina judaico-cristã da cria-ção”. Na argumentação do astro-físico britânico não há nada denovo; acolhe, simplesmente, umateoria já conhecida no âmbitocientífico da física quântica.

Explica Barr que se “trata de umaideia extremamente especulativa,que ainda não foi formulada deum modo matematicamente rigo-roso e, portanto, não se podenesta altura fazer qualquer vaticí-nio comprovável. Além disso, édifícil imaginar como poderiaverificar-se”. Ora, isto não signi-fica, acrescenta, que os crentesnão devam prestar atenção aestas propostas, pois a possibili-dade de criação de diferentesuniversos quânticos não carecede fundamento.

No artigo publicado pela “FirstThings”, Stephen Barr avançaalgumas explicações científicas. Amecânica quântica tem em conta

sistemas físicos com possíveis ediferentes “estados quânticos”,que se regem pelas leis dadinâmica. Graças a estas leis eaos princípios fundamentais dafísica quântica, pode-se calcular aprobabilidade de um sistemamudar de um estado para outro.

Pode aplicar-se esta teoria aonosso universo? “Para os físicos,diversamente dos teólogos ou me-tafísicos, o conceito de universonão significa ‘tudo o que existe’ ou‘a totalidade das coisas’, precisa.Significa uma estrutura física autó-noma, com inúmeros espaços--tempo, partículas e outroselementos a movimentarem-senesse espaço-tempo”. Nesse

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PANORAMA

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sentido, pode haver umamultiplicidade de universos, comalguns a assumirem a sua exis-tência, enquanto outros saemdela, por exemplo. Diferentesuniversos físicos compõem o quese denomina de “sistema deuniversos”. “Quando o número deuniversos muda, isso deve-se aofacto de o sistema global tersofrido uma transição de umestado quântico para outro”,transições e mudanças que seexplicam a partir das leis dadinâmica.

Aquilo que Hawking defende noseu livro é a possibilidade de quenum sistema de universos jáexistente, pudesse passar-se deum “estado de não universo”, paraoutro estado com um ou maisuniversos. “Seria isto uma criação

no sentido dos teólogos, interroga--se Barr? (…) A resposta é não”,porque não começa do nada. “O‘estado de não-universo’ nestescenários especulativos não é‘nada’, mas algo muito definido: éum particular estado quânticoentre muitos de um complicadosistema regido por leis (…), tempropriedades específicas e poten-cialidades definidas matematica-mente”.

Para o explicar, Barr recorre a umexemplo: Uma conta bancáriapode ser considerada como umsistema com muitos estados: azero, centenas de dólares, núme-ros negativos… No sistema hálugar, com efeito, a transições en-tre diferentes estados. “Por exem-plo, encargos por créditos ou jurosa cobrar. Inclusivamente, se a

conta passar para zero numdeterminado dia, a conta, de qual-quer forma, é algo definido e real,não é ‘nada’. Pressupõe um ban-co, um sistema monetário, umcontrato, tudo isso regido pordiferentes sistemas de regras”.

Ora, “a teoria quântica de criaçãode um universo – na versão deHawking ou na de outros – ésimilar à transição que sucedenuma conta a zero para umarepleta de dinheiro. Por isso, o‘nada’ de que parte Hawking nasua teoria da criação do nossouniverso não é um ‘nada’ emsentido metafísico”. O seu nada,por assim dizer, “existe no quadrode um complexo sistema globalcom regras específicas. Destaforma, podemos ver que, a seremverdadeiras, as teorias apresenta-

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-das por Hawking não ameaçam adoutrina clássica da criação apartir do nada”.

De facto, conclui no seu artigo oprofessor Barr, todas as per-guntas sobre a criação a partir do

nada se situam fora do âmbito daciência: sobre elas, a física nãonos pode oferecer respostas. Aeste propósito, refere uma frasede um livro de Hawking, “Brevehistória do tempo”, no qual ocientista britânico salientava: “O

enfoque habitual da ciência deconstruir um modelo matemático,não pode responder à perguntado que levaria à existência de umuniverso para o modelo quedescreve”.

(In “First Things”)

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Realizador: Paul GreengrassActores: Matt Damon;

Brendan GleesonMúsica: John PowellDuração: 115 min.Ano: 2010

O conflito no Iraque começa a serpalco de vários filmes mais ou

menos ficcionais ou realistas.Neste caso, deparamos com umoficial encarregado de descobriras “armas de destruição maciça”.

Depois de várias missõesinfrutíferas, começa a desconfiarde que exista algum erro nasordens que recebe para investigar

as diferentes pistas. Queraprofundar de quem parte adecisão de pesquisar os locaissuspeitos, mas onde nada seencontra. Fala com umajornalista. Os mass mediapoderiam ajudá-lo com novosindícios, mas sente que tambémesses estão sujeitos a pressões e

Green Zone: Combate pela Verdade

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ânsia de respostas que levam ainformações inexactas. Ele próprioconstata isso ao confrontar arepórter com os dados que elatransmitia como sendo de fontefidedigna...

Finalmente, as tentativas do rapazfazem com que consiga contactardirectamente com um general ini-migo, a tal “fonte”, algo queninguém conseguira até aí…

O desenrolar da história vai serdesempenhado por um iraquiano.Ele tinha um grande interessepessoal em querer “apanhar” essemesmo general. Prova ao oficialamericano que era de confiança.

Dá pistas concretas e reais que seconfirmam verdadeiras. Trabalhan-

do juntos, alcançam o objectivo.Estava empenhado a sério nessaquestão. No final, vai conseguirresolver tudo à sua maneira, masde um modo que pode parecerincompreensível a outros olhos… éque nem toda a satisfação équantificável materialmente…

Tópicos de análise:

1. O entusiasmo cresce perante desafios nobres e elevados.

2. Ouvir opiniões alheias ajuda a não nos guiarmos cegamente apenas pelo interesse pessoal.

3. A percepção de algo na sua totalidade só se adquire confrontando várias fontes.

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DOCUMENTAÇÃO

Marrocos abre-se a reformas democráticas

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Que se passou com a onda derebeliões nos países árabesdesde que caíram as ditaduras daTunísia e do Egipto? Nesta alturadeparamo-nos com um panoramamuito diferente do de há algumassemanas antes, quando tudoparecia indicar um efeito dominófulminante.Por um lado, a insurreição contrao regime líbio começou a perderterreno e hoje estaria quasevencida se a aviação da NATOnão tivesse detido a ofensiva dasforças leais a Muammar Kadhafi.Por outro lado, a resistência doemir do Bahrein a deixar o poderconta já com a ajuda militar daArábia Saudita, enquanto no

Iemen se passa algo de parecidosem que o regime de AbdullahSaleh se sinta demasiado pressio-nado para pedir apoio militar aoseu poderoso vizinho do Norte.Por outras palavras, enquanto ostunisinos e egípcios esperam paraver em que vão consistir asreformas constitucionais, levadasà prática pelos herdeiros dosantigos regimes, todo o processode mudanças, com excepção deMarrocos, parece suspenso àespera de ver o resultado darebelião líbia, onde Kadhafi optoupela resposta a que nem Ben Alinem Mubarak se atreveram:banho de sangue contra a sediçãodos seus dissidentes. Embora

também seja verdade que a LigaÁrabe, depois de longas dúvidas,decidiu considerar “ilegítimo” oregime de Kadhafi e, inclusiva-mente, teve a “coragem” de apoiar– com a oposição significativa daSíria e da Argélia – uma zona deexclusão aérea na Líbia. Masnenhum país árabe moveu umdedo para prestar apoio aosrebeldes líbios, como se todosestivessem à espera de que opresumível esmagamento dasublevação viesse a servir deaviso aos seus próprios revol-tosos. E, agora, a intervençãoestrangeira contra Kadhafi enviaum aviso bem diferente.

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Os jovens pedem mudançasEm todo o caso, os acontecimen-tos da Tunísia e do Egipto, mesmose nestes países acabar por seimpor um sistema democrático “àturca”, isto é, sob a vigilância doexército, mas sem quaisquer com-promissos com a laicidade, servi-ram já para que alguns dirigentesárabes tenham entendido a men-sagem dos jovens que se lança-ram à rua procurando liberdade.Marrocos foi o caso mais paradig-mático, uma monarquia que sem-pre se considerou como o postoavançado das liberdades no mun-do árabe, assente num “pacto”entre o trono e o povo: a defesapelo rei da religião e da culturaislâmicas, objecto de acordo des-de a abertura ao mundo ocidental,em troca da submissão – achamada be’ia – ao monarca.

Recordemos que os jovens que selançaram nas ruas das principaiscidades de Marrocos, no passadomês de Fevereiro, reclamaramalgo tão insólito como a sepa-ração de poderes a título degarantia de uma reforma dasinstituições políticas e sociais. Defacto, esta separação existia nasrepúblicas devoradas pelas revol-tas, na medida em que os gover-nantes desses países não exer-ciam a autoridade religiosa, assu-mida pelos conselhos de ulemasou doutores da lei os quais, porseu turno, estiveram submetidosao poder.Em Marrocos, apesar de o reiexercer um papel primordial como“Príncipe dos Crentes” e guiaespiritual do seu povo, tambémexistem movimentos “islamistas”,considerando-se este termo como

uma corrente político-religiosa queaspira a um maior rigor na aplica-ção da sharia e a uma recusaradical das “inovações” com ori-gem nos países “ímpios”, isto é,ocidentais.Tenha-se em con ta a es tepropósito que o Islão não admiteuma autoridade única com capa-cidade para interpretar o Corão eadaptá-lo às circunstâncias histó-ricas. No mesmo Marrocos, ape-sar de a dinastia alauita basear asua autoridade religiosa no factode descender do profeta Maomé,o próprio rei conta sempre com oapoio formal dos ulemas de cadavez que introduz qualquer reformasocial ou política. Na realidade,todo o debate que sacode osislamistas das mais diversastendências, desde o salafismo aojihadismo, baseia-se na aplicação

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literal da sharia ou na sua adapta-ção às reformas democráticas. Éo velho dilema de islamizar amodernidade ou modernizar oIslão. Como se sabe, este não foio leitmotiv da batalha desen-cadeada pelos jovens nas ruas.Ora, Mohammed VI anunciou umareforma da Constituição que, emprincípio, significa uma separaçãode poderes até hoje insólita numateocracia como a marroquina: oprimeiro-ministro só será respon-sável perante o parlamento e nãoperante o monarca, não haverálimitações à legalização de parti-dos políticos – ou seja, os isla-mistas poderão participar naseleições – e serão suprimidos osgovernadores civis no quadro deuma divisão do país em regiõesautónomas, já pré-figurada com aabsorção do Saará. Evidente-

mente, o Islão será a religião doEstado, mas aumentará a liber-dade de culto naquilo que o reiconsidera erradamente como “li-berdade religiosa”, ao mesmotempo que se abrirão as portaspara a igualdade plena da mulherna sociedade.

Medo da liberdade religiosaTendo em vista o programa dereformas é de perguntar se tudomudará para que tudo continuena mesma. A separação de po-deres, que talvez seja o maisaudacioso dos propósitos do rei,deverá examinar-se à medida emque for sendo aplicada, porquenão há qualquer antecedente deque o rei tenha deixado governarum partido maioritário sem intervirdirectamente em assuntos queforam sempre objecto de especial

atenção pessoal, como é adiplomacia e a política de ordeminterna e de defesa. Em todo ocaso, as alterações anunciadasvaleram já ao rei marroquino asfelicitações de todas as demo-cracias ocidentais, a começar pelorei Juan Carlos e a acabar emBarack Obama, incluindo NicolasSarkozy. Toda a gente, portanto,parece apoiar o rei xerifiano.Mas, agora, resta a prova de fogo:será suficiente para travar a ondade descontentamentos? Já seregistaram algumas tímidas mani-festações de rejeição, todaviaserá necessário esperar pelopróximo referendo constitucional,que não demorará muito, por-quanto já está a trabalhar acomissão consultiva encarregadada revisão da Constituição quedeverá entrar em contacto com

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todos os partidos e instituiçõessociais “sem nenhuma excepção”,de acordo com as instruções domonarca. Que, possivelmente, pe-diu aos seus membros para faze-rem gala de “engenho e criativi-dade”…A seu modo, Mohammed VI veiodizer que o Islão é plenamentecompatível com a democracia.Mas, que democracia? Até agora,para um Estado islâmico, omáximo de liberdade possívelconsistia numa aparência deeleições controladas pelo poder,enquanto que no quadro religiosoo tecto se situava na liberdade deculto (em Marrocos há numerosasigrejas católicas, herdadas daépoca colonial, embora muitasdelas estejam fechadas por faltade sacerdotes e de fiéis). E,embora desta vez Mohammed VI

tenha expressado a sua vontadede assumir a defesa dos direitoshumanos no quadro dos tratadosinternacionais, a verdade é que,somente no dia em que o Islãonão tiver medo da liberdade reli-giosa, se poderá falar com pro-priedade de democracia. Não obs-tante, o passo dado por Marrocosconstitui já uma evolução sau-dável…Em todo o caso, é evidente que omero estabelecimento de sis-temas democráticos formais nospaíses árabes, será já umamudança fundamental na culturadeste mundo tão próximo daEuropa… e tão afastado em cos-tumes, embora de lá possam sur-gir, a partir de agora, duas corren-tes opostas: a que utilize a demo-cracia para aprofundar os direitoshumanos e o respeito pelas mino-

rias, e a que se aproveite delapara percorrer o caminho con-trário, a reislamização da socie-dade a partir de uma aplicaçãoliteral da lei islâmica.Em ambos os casos, as socie-dades emergentes estarão no seudireito de viverem de acordo comestruturas próprias que nuncapoderão ser impostas de acordocom o “modelo” ocidental. Daí, omundo ocidental dever tambémrever o comportamento seguidoaté agora perante este novomundo que emerge da fome, dosangue… e da submissão. Istosem entrar numa análise do quese vai passar na Líbia, o novovespeiro que a Europa vai ter nassuas costas e que pode marcarcomportamentos futuros

M.C.

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Que função desempenhará o Islãonas novas sociedades emer-gentes nos países árabes, apósas revoltas iniciadas no passadomês de Janeiro na Tunísia e noEgipto? Até que ponto os partidosislamistas aceitarão as reformasdemocráticas em curso? Em resu-mo, regressa o velho dilema: serácompatível o Islão com a demo-cracia? Estas e outras perguntasvão-se fazendo – sem respostasclaras, de momento. Os observa-dores do mundo árabe e os seuspróprios habitantes, são objectode contínuos debates nos meiosde comunicação franceses que,por acaso, são os que com maisatenção e interesse acompanham

o decorrer dos acontecimentos aseguir às revoltas no Norte deÁfrica e no Médio Oriente.O diário parisiense Le Monde ci-tou dois dos “pesos pesados”mais polémicos do momento eque representam as tendências li-beral e religiosa que dividem opensamento islâmico: o intelectualtunisino Abdeluahab Meddeb e ocontroverso professor de pensa-mento islâmico residente na Suí-ça, Tariq Ramadan. Recordemos,antes de entrar na matéria daapaixonante discussão mantidaperante o moderador NicolásTruong, que Meddeb é autor deum ensaio muito crítico sobre ointegrismo islâmico, “O integrismo,

doença do Islão”, e de um livrosobre a “Primavera da Tunísia”.Por seu turno, o professorRamadan, neto do fundador daconfraria egípcia dos IrmãosMuçulmanos, é acusado de man-ter uma perigosa ambiguidadedoutrinal: por um lado, defensorde um Islão “modernizado” naEuropa e, por outro, de um regres-so ao Estado islâmico quando falaperante o seu público muçulmano.Em todo o caso, ambos rejeitamcom igual vigor a corrente islamó-foba que se instalou em grandeparte da sociedade ocidental, queprocura converter o Islão em bodeexpiatório das suas insuficiências.

DOCUMENTAÇÃO

Papel do Islão nas sociedades árabes emergentes

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Serão islâmicas as revoltas?Feitas estas observações, vamosver aqui, numa breve síntese, oque foi respondido às perguntascomprometidas do moderador dodebate:À pergunta de se poderem, ou

não, qualificar de pós-islâmicas asrevoltas árabes, Tariq Ramadanadmite que, embora tais movi-mentos – tão surpreendentes einesperados – não tenham surgidoa reclamar-se do Islão, não seopõem, contudo, aos seus valoresreligiosos e culturais: as revoltasnão são islamistas, mas sãoislâmicas, pois a referencial reli-giosa não desapareceu das mobi-lizações. Já Abdeluahab Meddebconsidera que as revoltas vãopara lá do Islão e não têm nada aver com a identidade religiosa oucultural: as pessoas ergueram-se

contra uma situação onde não erarespeitada a menor liberdadeindividual. Não foram portanto osmuçulmanos que protestaram,mas os oprimidos. A sua únicareferência foi o direito à liberdade,à dignidade e à justiça que todo oser humano reivindica, aspectoque excede a dicotomia Oriente-Ocidente.Numa opinião de sentido com-trário, Tariq Ramadan estima quea divulgação dos valores dademocracia tão presente nas re-voltas, não contradiz os princípiosculturais e religiosos do Islão. Areferência é a Turquia, não o Irão;inclusivamente uma parte dospartidos islamistas reclamam jáum Estado civil… Perante estasafirmações, Meddeb conclui: oque aconteceu, veio precipitar aevolução de todas as tendências.

Saiu-se da fatalidade que opunhaa ditadura ao islamismo e,consequentemente, o islamismopoderia evoluir para uma“democracia islâmica” imitando a“democracia cristã”.

A sharia nas novas Consti-tuições árabes?Então, que valores fundamentaisvão ter pr imazia nas novasConstituições em elaboração? Aesta pergunta, Tariq Ramadanprecisa que os novos modelosárabes não se vão decidir noOcidente, mas serão produto dahistória, da cultura e da psicologiacolectiva islâmica. Isso implica, nasua opinião, cinco princípios:Estado de Direito, cidadania igua-litária, sufrágio universal, respon-sabilidade política dos gover-nantes e separação de poderes.

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Ou seja, os valores universais…enriquecidos pelo factor religiosocomo uma questão ética. Maisainda: Ramadan arrisca-se aafirmar que não existe no Islãonada que se oponha à distinçãoentre o poder religioso e o podercivil democrático e secularizado;aquilo que acontece é que olaicismo no mundo árabe estáassociado às ditaduras (SaddamHussein, Bashar al-Assad, BenAli, Mubarak…), assim como àcolonização ocidental.Não defende a mesma coisaMeddeb, como era de esperar:para o ensaísta tunisino, terá dehaver muita acrobacia paraconciliar o Estado civil com odireito divino definido pela sharia ecom a integração do Islão comoreligião do Estado, tal comorecomendava Hasan Al Banna, o

antecessor de Ramadan. Ao citara sharia, Ramadan recorda ofrustrado debate sobre a inclusãodo cristianismo na Constituiçãoeuropeia, recusado em nome dalaicidade e defende que a shariaocupe o seu lugar nas novasConstituições como “orientaçãoética”, embora se deva definir comprecisão o que este nome significae evoca.

Uma releitura do CorãoMas porquê arriscar-se a intro-duzir a sharia como norma consti-tucional, pergunta o moderador. ERamadan, depois de insistir emque nada se opõe no Islão àseparação de poderes – é umaopinião, claro está –, explica odebate aberto no mundo islâmico:enquanto alguns gostaríam deaproveitar as revoltas para impor

uma teocracia literal, outrosgostariam de seguir as pegadasdo Ocidente, o que torna neces-sário um debate crítico que per-mita a emergência de sociedadeslivres e reconciliadas consigomesmas.Meddeb, por seu turno, é defensorda suspensão de qualquer re-ferência à sharia em troca deinstituições racionais que organi-zem a convivência dos cidadãos.E recorda: “A sharia significa emárabe a via, o caminho e o queimporta é descobrir a saída. Intro-duzi-la novamente nas instituiçõesconstituiria um recuo”, algo a queMeddeb não está disposto e queanuncia ir combater. Ramadan,não obstante, insiste na referênciaética do termo que tanto assusta,mas com o cuidado de que nãosirva de base a uma teocracia30 CAESE JUNHO 2011

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islâmica. Ao que Meddeb replicainsistindo ser necessário “des-construir” a sharia como um sinalde identidade contrário à liber-dade. E neste sentido advertecontra a tentativa de Ramadanpara “reinventar” ex novo (daquipara a frente) a democracia…impondo a sharia. E conclui: “OIluminismo não pertence ao Oci-dente, mas a toda a humanidade”.O debate não termina aí. ParaRamadan há que reivindicar aterminologia islâmica própria,como sugeria no século XIV osábio andaluz Shatibi, uma alusãoque Meddeb “volta ao contrário”na medida em que o citadopensador se inspirou no Direitoromano. Daí insistir: a grandezado Islão foi forjada por ter acolhidoo pensamento grego, o romano, opersa, o indiano, o chinês, etc. E

insiste em algo que se costumaesquecer: para impor a dimnitud,isto é, a imposição de “protecção”aos cristãos reconhecidos comoinferiores, o legislador islâmicorecorreu aos versículos 42-50 docapítulo V do Corão, enquanto nocapítulo XI, versículo 118, se dizque se Deus o tivesse querido,teria feito de todos os homensuma única comunidade, vindoassim o texto sagrado a reco-nhecer o respeito pela diversi-dade.O mesmo é dizer que o Corão – oqual apresenta muitos exemploscontraditórios - pode ser lido deoutro modo se se quiser respeitaro seu espírito de convivênciaentre as crenças, o que, podemosacrescentar, seria uma propostaabsolutamente revolucionária nomundo islâmico, a qual já foi

mencionada por outros pensa-dores liberais islâmicos.

Crise de identidade da EuropaPerante esta observação, omoderador adverte que o próprioCorão convida igualmente a umaleitura integrista e alude aoestatuto da mulher… EmboraMedded observe que também naBiblia se alude a um estatutosimilar da mulher, afirma que oproblema está no facto de osmuçulmanos lerem ainda o Corãodentro do contexto patriarcal, dotempo das revelações, isto é, oséculo VII. E acrescenta que umaparte do Corão está obsoleta, peloque se deve ter em conta umacrítica histórica – uma herme-nêutica – no quadro do sensocomum. Ramadan não concorda edepois de citar tradições cristãs e

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budistas que, na sua opinião,partem de textos que hoje podemparecer chocantes, acha quetambém o Islão teve interpre-tações ao longo da história, evi-tando a observação de Meddeb.Concluindo, após uma alusão àhomossexualidade e à lapidaçãodos adúlteros disposta pelo Islãocomo algo contrário à civilização,Ramadan refere-se à crise deidentidade da Europa, provocadapela mundialização e que explica,na sua opinião, a crispação fran-cesa diante de signos islâmicoscomo a burka ou os minaretes. EMeddeb conclui provocador, quese devia ensinar Voltaire nasescolas islâmicas, para descobriralguns enganos históricos edesmontar o fanatismo islâmico.

M. C.

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