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Transição Demográfica Transição Epidemiológica Epidemiologia das Doenças Crônicas Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública Epidemiologia 1 Profa. Dra. Jaqueline Garcia A. Ballestero

Transição Demográfica Transição Epidemiológica

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Page 1: Transição Demográfica Transição Epidemiológica

Transição DemográficaTransição Epidemiológica

Epidemiologia das Doenças Crônicas

Universidade de São PauloEscola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde PúblicaEpidemiologia

1

Profa. Dra. Jaqueline Garcia A. Ballestero

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Ilustração gráfica (histograma / gráfico de barras) que representa a distribuição deuma população de acordo com diferentes faixas etárias.

PIRÂMIDES ETÁRIAS

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Redução da taxa de natalidade

Queda da mortalidade

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CAUSAS DE ÓBITOS

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FASES

TEORIA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

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Alta natalidade e

alta mortalidade

com expectativa

de vida baixa

PRIMITIVA

Redução brusca da

mortalidade com natalidade ainda elevada: crescimento acelerado da população

DIVERGENTE

Natalidade diminui mais

acelerada que a mortalidade;

limitação progressiva do

ritmo de crescimento;

envelhecimento da população

CONVERGENTE

Alta expectativa de vida e grande

número de pessoas idosas

PÓS TRANSIÇÃO

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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

A transição demográfica é um conceito que descreve dinâmica populacional ao longo da evolução histórica das sociedades humanas. Ela ocorre por meio da relação entre

nascimentos, óbitos, fluxos de imigração e emigração.

O que causou a transição demográfica?

As mudanças sociais, econômicas, políticas e científicas iniciadas no século XIX, com auge no século XX.

*Queda da natalidade = urbanização, melhoria das condições de educação, métodos contraceptivos e planejamento familiar, inserção da mulher no mercado

de trabalho, etc.

*Queda da mortalidade = do que morriam as pessoas e por que elas pararam de morrer?

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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Conceito que descreve as mudanças ocorridas no perfil de morbimortalidade e de invalidez de uma população ao longo das transformações demográficas, sociais e

econômicas de uma sociedade.

O que causou a transição epidemiológica?

• Declínio da mortalidade principalmente entre as doenças infecciosas devido aoavanço na organização das cidades e do cuidado em saúde

• População com maior expectativa de vida que, por consequencia, possui maiorexposição a fatores de risco associado a doenças crônicas degenerativas.

• Mudanças sociais levando ao crescimento da violência e acidentes

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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

• Modificações, em longo prazo, dos padrões:- Morbidade,- Invalidez;-Morte

• Ocorrem em conjunto com outras transformaçõesdemográficas, sociais e econômicas.

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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

• Mudanças básicas:

Doenças Transmissíveis

Predomínio da mortalidade

Morbi-mortalidade de

jovens

Predomínio da morbidade

Morbi-mortalidade de

idosos

Doenças Não Transmissíveis e causas externas

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TEORIA DA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

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Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?

• Os processos de transição epidemiológica e demográfica estão interligados!

• “A princípio, o declínio da mortalidade concentra-se seletivamente entre asdoenças infecciosas e tende a beneficiar os grupos mais jovens da população,que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças crônico-degenerativas e, na medida em que cresce o número de idosos e aumenta aexpectativa de vida, as doenças não transmissíveis tornam-se mais frequentes.(Vermelho & Monteiro, 2002)”

Retirado de http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/nav.php?s_livro_id=6&capitulo_id=77&autor_id=&sub_capitulo_id=703&arquivo=ver_pop_up

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PERGUNTA:

Atualmente, com quais condições de saúde nossa sociedade convive?

Apresentador
Notas de apresentação
Comentários: A princípio, o declínio da mortalidade concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas e beneficia os grupos mais jovens que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças crônicas e, à medida que cresce a população idosa, incrementando a expectativa de vida, as doenças crônicas tornam-se mais prevalentes. Os principais fatores determinantes do aumento das condições crônicas são as mudanças demográficas, as mudanças nos padrões de consumo e nos estilos de vida, a urbanização acelerada e as estratégias mercadológicas.
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Acumulação epidemiológica (FRENK et al., 1991) ou de dupla carga de doenças (OMS, 2003) é o termo que designa uma transição caracterizada pelos seguintes atributos:

SUPERPOSIÇÃO DE ETAPAS: persistência concomitante das doenças infecciosas e

carenciais e das doenças crônicas;

RESSURGIMENTO DE DOENÇAS que se acreditavam superadas (doenças reemergentes);

FALTA DE RESOLUÇÃO da transição num sentido definitivo;

POLARIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, representada pela agudização das desigualdades sociais

em matéria de saúde;

SURGIMENTO DE NOVAS DOENÇAS ou enfermidades emergentes

(MENDES, 1999).

Transição demográfica e epidemiológica no Brasil: “Acumulação epidemiológica ”

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- TRIPLA CARGA DE DOENÇAS E AGRAVOS NO BRASIL -

Doenças infeciosasAgudas e reemergentes, como a dengue

Crônicas, como o HIV/aids, a TB, a hanseníase, que podem “agudizar”

Doenças crônicas não transmissíveisDoenças cardiovasculares, neoplasias, adoecimento mental, que também se

agudizam durante sua cronicidade

Violência e acidentes (Causas externas)Geram traumas e invalidez irreversíveis

72% DCNT;10% doenças infecciosas e parasitária;

5% distúrbios materno-infantis

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TRIPLA CARGA

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...para não perder o fio da meada...

Fonte da imagem: https://catracalivre.com.br/rio/agenda/barato/luiz-pizarro-apresenta-fio-da-meada-no-espaco-sesc/

Crise do sistema de saúde: modelos ineficazes

Reforma setorial: SUS, a Atenção Primária à Saúde e o paradigma da Vigilância em Saúde

Reorganização das práticas: territorialização, interdisciplinaridade, intersetorialidade, cuidado centrado no paciente, família e comunidade

Epidemiologia como eixo da Saúde Pública

Ferramenta para planejar, executar e avaliar uma intervenção em saúde que seja compatível com a realidade

(ROUQUAYROL, ALMEIDA-FILHO, 2009)

Acumulação epidemiológica

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Doenças crônicas não-transmissíveis (DNCT)- Doenças do aparelho circulatório- Doenças neoplásicas- Adoecimento mental

Causas externas- Violência- Acidentes

As doenças crônicas e os distúrbios mentais representam 59% do total de óbitos no mundo.

Até o ano 2020, as condições crônicas serão responsáveis por 78% da carga global de doenças nos países em desenvolvimento

(OMS, 2003)

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DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

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FATORES DE

RISCOCOMPARTILHADOS

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Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas- Diabetes Mellitus

Fatores de risco (exposição)SedentarismoEstresseHábitos alimentaresPredisposição individual Doenças do aparelho circulatório

- Doença isquêmica do coração: infarto agudo do miocárdio, doenças coronarianas

- Doenças cerebrovasculares: acidente vascular encefálico- Doenças do aparelho circulatório: hipertensão

Fatores de risco (exposição)TabagismoSedentarismoEstresseHipercolesterolemiaObesidadeDiabete mellitusPredisposição individual

Risco: probabilidade de ocorrênciade um resultado desfavorável, danoou fenômeno indesejado

Fator de Risco: característicaou circunstância queacompanha um aumento deprobabilidade da ocorrência,sem que o dito fator tenhaintervindo necessariamenteem sua causalidade

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Doenças neoplásicas- Neoplasias Pulmão, traqueia e brônquios Esôfago Estômago Cólon, reto, junção reto-sigmóide e ânus Mama feminina e Colo do útero (sexo feminino) Próstata (sexo masculino)

Fatores de risco (exposição)AmbienteEstilos de vida (Comportamental e Dietética)Predisposição individual

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CAUSAS EXTERNAS

- Violência (homicídio e lesões infligidas com intenção de ferir ou matar, lesões auto-provocadas, complicações de assistência médica e cirúrgica)

- Acidentes (de trânsito e traumatismos acidentais)

* Acidente de trabalho entram em uma categoria diferente

Fatores de risco (exposição)Aspectos culturais e de desenvolvimento socioeconômico

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CAUSAS EXTERNAS

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ReflexõesLei Maria da PenhaObrigatoriedade do cinto de segurançaDiminuição da velocidade nas marginais (ex.: São Paulo)Lei Seca

Falta de dados disponíveis para entender as causas externas

Maior disponibilidade de dados com eventos fatais (Sistema deInformação em Mortalidade) e invisibilidade de eventos não-fatais (Fichade notificação de causas externas).

Registros médicos podem conter informações de diagnóstico sobre alesão e o tratamento, mas não as circunstâncias do acidente ou aviolência relacionadas à lesão.

Interdisciplinaridade no manejo da exposição da população às causasexternas

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Anos Potenciais de Vida Perdidos

Número de anos que teoricamente uma determinada população deixa de viver se morrer prematuramente (antes dos 70 anos).

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