TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL: ESTUDO DE CASO DE UMAEMPRESA LOGÍSTICA DE SANTA CRUZ DO SUL

Jeane de Lima1

Tâmara Silvana Menuzzi Diverio2

RESUMO

O objetivo da pesquisa é identificar fatores que os exportadores clientes consideramimportantes para a contratação dos serviços de transporte marítimo internacional,buscando conhecer suas necessidades. Trata-se de um estudo de caso em umaempresa de logística que possui sua matriz em Santa Cruz do Sul. Para tanto, podeser classificado como um estudo de natureza quantitativa e qualitativa, utilizando apesquisa documental e bibliográfica, buscando informações sobre o processo deagenciamento de transportes marítimos de exportações realizadas pela empresa emestudo. Por fim, pôde-se concluir que na percepção dos empresários exportadores,a qualidade no atendimento e agilidade no serviço prestado, são os serviçosconsiderados como de extrema importância num processo de exportação marítimo.

Palavras-Chave: Comércio Internacional, logística, transporte internacional.

ABSTRACT

The object of this study was to identify some factors that export customers considerimportant for contract maritime transport services on international process, finding toknow their necessities. It is a study case about a logistic company, which the mainoffice is placed at Santa Cruz do Sul. Such a way, this work can be classified as aquantitative and qualitative study, using the documentary and bibliographicalresearch, and information on the export process from maritime transports carriedthrough by the company in study. Finally, it could be concluded that in theentrepreneur’s perception, a quality attendance and agility in the given service, areconsidered as extreme importance in a maritime export process.

Palavras-Chave: International Commerce, logistic, international transport.

1 Introdução

A troca de mercadorias entre os homens é uma atividade que existe desde os

primórdios da civilização. A partir do século XIV, com as grandes navegações e o

processo colonialista, possibilitou à humanidade acelerar os contatos e a troca de

informações, expandir o capitalismo e interligar os mercados mundiais.

O surgimento do comércio internacional na economia faz parte do processo

de desenvolvimento das diferentes nações do mundo. É caracterizado pelo

intercâmbio de mercadorias e serviços e também pela movimentação de capitais

entre nações. As atividades de comércio e a necessidade de interação com outras

localidades revelam a importância do transporte de mercadorias.

Neste contexto, a logística consiste no conjunto das operações e dos meios

relativos ao deslocamento das mercadorias desde sua fabricação, embalagem,

estocagem, manutenção, transporte, desembaraço aduaneiro, gestão do

fornecimento, acompanhamento das entregas ou dos pedidos. Sua meta é

providenciar bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição

desejada pelo cliente ao menor custo possível.

A empresa em estudo mantém o foco no transporte rodoviário e

armazenagem, e atua como agente de carga aéreo e marítimo, dos mais diversos

setores da economia mundial.

De acordo com esta perspectiva, este trabalho tem por objetivo fornecer

informações básicas e estruturais sobre o transporte internacional, modal marítimo e

com foco nas exportações. Identificando fatores que os clientes consideram

importantes para a contratação dos serviços de transporte marítimo internacional, e

buscar conhecer as necessidades dos clientes para auxiliar o agente de carga nas

suas decisões operacionais e com isto aperfeiçoar a relação cliente e agente.

A partir dessas reflexões, este estudo tem como foco os seguintes problemas

de pesquisa: Por que e com que freqüência os clientes da empresa em estudo

utilizam os serviços de um agente de transporte internacional? Qual a avaliação, de

acordo com a percepção da empresa cliente, dos serviços prestados pelos agentes

de transporte em geral? Para responder a questão de pesquisa apresentada este estudo buscou

atingir o seguinte objetivo geral: Identificar fatores que os clientes consideram

importantes para a contratação dos serviços de transporte marítimo internacional,

buscando enfatizar o aperfeiçoamento da relação empresa exportadora e agente de

carga.

2

2 O Comércio Internacional e o transporte

Este tópico fornece o embasamento teórico utilizado na pesquisa abordando

os itens como globalização, comércio internacional, comércio exterior brasileiro,

processo logístico e transporte internacional.

2.1 Globalização

A Globalização é a unificação do mercado em escala mundial. Maia (2007)

ressalta que ela completa a obra iniciada há cinco séculos pelas viagens marítimas

de descoberta da América e da rota para a Índia. Pode-se dizer que a globalização é

um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e

pessoas de todas as partes do mundo. Através deste processo, as pessoas, os

governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais

e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

O fenômeno da Globalização pode ser caracterizado, de maneira concisa,como a transformação da economia mundial de países independentes parauma economia integrada e interdependente, onde o que antes era localatinge o nível global. (LUZ, 2006, p.311).

Para Dias e Rodrigues (2007) o termo globalização tem sido utilizado para

explicar uma grande variedade de acontecimentos que ocorrem no cenário

econômico mundial. É também um sinônimo de liberação comercial, compreendendo

maior abertura das economias nacionais.

A globalização pode ser classificada em: financeira e produtiva. De acordo

com Gonçalves (1994), a globalização financeira é a conseqüência da

intercomunicação dos mercados de capitais, já a globalização produtiva é a

internacionalização da produção, ou seja, é também o acirramento da concorrência

internacional.

2.2 Comércio Internacional

O surgimento do comércio internacional na economia faz parte do processo

de desenvolvimento das diferentes nações do mundo. É caracterizado pelo

intercâmbio de mercadorias e serviços e também pela movimentação de capitais

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entre nações. Afirma Rossetti (1990, p. 67) que “várias questões motivam ao

comércio internacional, desde a sobrevivência de uma nação até a satisfação de

necessidades menos vitais”.

Tavares (2002) define o comércio internacional como as relações comerciais

entre as nações, ou seja, o Comércio Internacional pauta-se por tratados, acordos e

outros dispositivos institucionais, os quais, quando firmados e ratificados pelos

governos nacionais, aplicam-se igualmente a todos os participantes.

De acordo com Maia (2007), além da divisão do trabalho outros fatos

tornaram o comércio internacional uma necessidade, tais como: desigual distribuição

das jazidas minerais em nosso planeta. O referido autor cita o petróleo, que é

inexistente em alguns lugares e abundante em outros, diferença de solos e climas,

que diversifica a produção agrícola dos países e a diferença dos estágios de

desenvolvimento econômico.

Neste sentido Luz (2006) destaca que a globalização tem suas vantagens e

algumas desvantagens. Entre as vantagens está o livre comércio e os efeitos

dinâmicos da integração mundial, com a melhor alocação dos fatores produtivos. Já

uma desvantagem é o alto grau de interdependência, onde uma crise em um país

distante, que não tenha maiores relações com os outros países, acaba refletindo

nestes últimos e também a alta instabilidade dos fluxos financeiros.

2.3 O comércio exterior Brasileiro

O número de empresas brasileiras interessadas em vender seus produtos em

outros países é cada vez maior. Esta atitude é um reflexo da economia mundial mais

globalizada. Para Segre (2006), exportar é uma postura empresarial, uma alternativa

estratégica de desenvolvimento, um ganho de experiência que propicia uma

dimensão global à empresa. O referido autor lembra que as razões que levam uma

empresa a exportar se deve ao fato de uma maior valorização do produto no

mercado externo em relação ao interno, menor dependência no mercado interno

conquista de novos clientes e mercados, aumentando a produção e aprimorando a

qualidade, valorizando o nome e a marca.

Cabe observar que, quando empresas brasileiras exportam, o país recebe

divisas em moeda estrangeira, gera mais emprego e renda, ao mesmo tempo, se

torna reconhecido em várias áreas, o que vem a fortalecer sua economia.

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No que se refere ao desempenho atual do Brasil nas exportações, a

Associação Brasileira de Comércio Exterior, diz que o saldo em transações

correntes expandiu-se 223,9%, no entanto ainda persiste a vulnerabilidade nas

contas do país.

Vale apontar que a boa performance da balança comercial nos últimos anos

deveu-se muito mais a fatores externos, com expansão da demanda mundial por

produtos abundantes no Brasil (minérios, grãos, açúcar, café, carnes) que a políticas

de incentivo à exportação, como por exemplo, investimentos em infra-estrutura de

transporte, apenas para citar um dos setores problemáticos e carentes de atenção.

No que se refere ao destino das exportações brasileiras, a tabela 1 mostra as

exportações brasileiras e as principais regiões de destino.

TABELA 1 – Exportação Brasileira de janeiro/dezembro: Principais regiões de

destino

Fonte: Associação de Comércio Exterior do Brasil (2007, p. 7)

Sublinhando isso, Segre (2006) cita os documentos exigidos na atividade de

Exportação: a fatura pró-forma, a fatura comercial, o registro de exportação, o

romaneio de embarque, o certificado de origem, conhecimento de embarque, nota

fiscal e o contrato de câmbio. O referido autor lembra ainda que os custos do

transporte são influenciados por diversas características, tais como: tipo de carga,

peso e volume, fragilidade, embalagem, valor, distância e localização dos pontos de

embarque e desembarque. Já a tarifa de frete depende do meio de transporte

utilizado, podendo ser marítimo, aéreo, rodoviário e ferroviário.

2.4 Processo Logístico

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A logística inicialmente, foi utilizada pelas Forças Armadas nas operações

militares, relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de

materiais durante a Guerra, utilizando todos os recursos disponíveis para realizar o

deslocamento das tropas.

Na visão de Ballou (2007) a logística empresarial consiste em uma forma de

prover melhores níveis de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes,

através do planejamento, da organização e controle das atividades de

movimentação e armazenagem. Rodrigues (2002, p. 98) acrescenta ainda que:

A Logística por estar intrinsecamente relacionada com qualidade, constata-seque, na definição das estratégias bem sucedidas, é imprescindível planejar oatendimento contínuo das necessidades dos clientes, tanto na produção debens quanto na prestação de serviços, eliminando burocracia, demoras,insegurança, falhas, erros, defeitos, retrabalhos e todas as demais tarefasdesnecessárias.

De certa forma, a logística tem sido encarada, tradicionalmente, como uma

fonte de custo, e consequentemente, isto leva as empresas a procurar uma melhoria

na eficiência da operação e foco na redução do custo. Atualmente um dos seus

principais desafios da logística é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de

serviço. O maior obstáculo está no fato de que cada vez mais os clientes estão

exigindo melhores serviços, mas ao mesmo tempo não estão dispostos a pagar por

isso. O preço está passando a ser um qualificador e o nível de serviço um

diferenciador perante o mercado. Ching (1999, p.25) destaca que “atualmente a

logística exerce a função de responder por toda a movimentação de materiais, tanto

no ambiente interno, como no externo de uma empresa”.

Assim, o sucesso da indústria de transporte em desenvolver um sistema de

transporte rápido, confiável e eficiente contribuiu para a expansão do comércio

internacional ocorrida nos últimos anos. Ballou (2007) lembra que o transporte mais

barato permitiu as indústrias domésticas tirar vantagens das diferenças nos custos

do trabalho em nível mundial, assegurar matérias-primas geograficamente dispersas

e o colocar mercadorias competitivas em mercados muito além das fronteiras.

Em vista do exposto, Vieira (2002) ressalta que com o aumento acelerado da

concorrência, não só nacional como internacional, a exportação tem deixado de ser

uma alternativa rentável a certas empresas para converter-se em uma necessidade.

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E cada vez mais o êxito comercial, dependerá de sua habilidade de incorporar-se as

redes de comércio internacional, nas quais encontrará clientes extremamente

exigentes, não só no que se refere a preço e qualidade, mas também quanto ao

serviço logístico incorporado ao produto.

Assim sendo o transporte assume uma importância cada vez maior no

comércio internacional, influindo de forma decisiva no custo dos produtos exportados

e importados, e constituindo, em relação aos mesmos, um fator determinante de sua

competitividade.

2.5 Transporte Internacional

O transporte representa uma parcela substancial do custo logístico, influindo

diretamente na competitividade dos produtos vendidos e se torna um fator de

extrema importância a ser considerado no planejamento empresarial, já que seus

custos podem fazer com que se tornem inviáveis as operações de comércio exterior.

Basicamente, os modais de transporte existentes são: marítimo, fluvial,

rodoviário, ferroviário, aéreo e por dutos. Para Vieira (2002) cada um tem suas

características próprias e apresenta vantagens e desvantagens, tornando-se mais

ou menos adequado a determinada situação e mercadoria.

No que se refere aos Incoterms, estes visam simplificar os contratos de

compra e venda internacional ao contemplarem os direitos e obrigações mínimas do

vendedor e do comprador. Foram agrupados em quatro categorias por ordem

crescente de obrigação do vendedor, que são: Grupo “E” partida – mínima obrigação

para o exportador, Grupo “F”: transporte principal não pago pelo exportador, Grupo

“C”: transporte principal pago pelo exportador e Grupo “D”: chegada – máxima

obrigação para o exportador. De acordo com Castro (2002), a utilização dos

incoterms é feita por meio de 13 siglas, sendo as que se aplicam ao transporte

marítimo: FAS, FOB, CFR, CIF, DES e DEQ.

De acordo com Happi (2002) o transporte marítimo é o mais antigo e o

principal meio de transporte internacional em volume, ou seja, um navio pode

carregar até 7.000 contêineres, compreendendo cerca de 95% do comercio mundial

em volume e 80% em valores.

Vieira (2002) observa que o transporte marítimo de linha regular pode ser

contratado através de agentes marítimos (representantes das companhias de

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navegação); Freight Forwarders (transitários ou agentes internacionais de carga);

NVOCC`s – Non Vessel Owner Common Carriers (companhias de navegação que

não possuem navios próprios); operadores logísticos (além da distribuição física, são

responsáveis pelas demais atividades logísticas) ou assessoria de comércio exterior,

que muitas vezes podem intermediar a contratação do transporte.

3 Metodologia

Quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva, pois analisa e descreve as

atividades de agentes de transporte internacional de cargas. Quanto à abordagem

do problema esta pesquisa é quantitativa e qualitativa. É um processo a partir do

qual questões-chave são identificadas e perguntas são formuladas, buscando avaliar

as necessidades e opinião dos clientes em relação à qualidade do atendimento e

suporte prestado num processo de exportação marítimo internacional.

A fim de determinar o universo da pesquisa foram considerados todos os

clientes exportadores, que utilizaram os serviços de agenciamento marítimo de

cargas, da empresa em estudo, durante o período de janeiro de 2006 a dezembro de

2007. Foram selecionados através de uma planilha de controle de volume de cargas

marítimas de exportação, utilizada pelo setor comercial da empresa. Desta forma, foi

possível identificar quais os principais clientes que deveriam responder a pesquisa.

Aplicou-se um questionário, através de perguntas objetivas, composto de 09

questões de múltipla escolha, que direcionam a pesquisa aos fatores mais

importantes para a melhoria contínua do processo. Foram questionadas 40

empresas, de diversos segmentos, sendo possível destacar o setor moveleiro e

cerâmico. Buscou-se assim enfatizar o aperfeiçoamento da relação empresa

exportadora e agente de carga.

Como instrumento de pesquisa, utilizou-se a pesquisa documental

(conhecimentos de transporte, planilhas e registros) e bibliográfica, através de

informações sobre o processo de agenciamento de transportes marítimos de

exportações realizadas pela empresa em estudo, assim como observações e

experiências práticas, e contribuições já publicadas sobre o tema.

4 Apresentação e análise dos resultados

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Apresentam-se neste item os principais resultados da pesquisa, que tem

como objetivo geral identificar fatores que os clientes consideram importantes para a

contratação dos serviços de transporte marítimo internacional, buscando enfatizar o

aperfeiçoamento da relação empresa exportadora e agente de carga.

As empresas quando questionadas sobre: Por que a sua empresa utiliza os

serviços de um agente de transporte internacional? Apontaram valores de fretes

atraentes, atendimento e suporte prestado e a praticidade da operação, conforme

demonstra o gráfico 1.

GRÁFICO 1 – Motivo da utilização de um agente de transporte internacional

Dessa forma cabe ressaltar que a competitividade de uma empresa decorre

de sua capacidade de produção mais o conhecimento e utilização adequada dos

mecanismos de oferta de seus produtos, atendendo satisfatoriamente as condições

de preço, prazo e qualidade. Sendo assim, as empresas devem estar atentas para

estruturar os seus serviços de maneira que busque a máxima efetividade, sabendo

que o transporte tanto doméstico e internacional são itens decisivos de logística na

formação do custo final da mercadoria.

Quanto a freqüência que contrata um agente nas operações de exportações

marítimas, 40% das empresas responderam que sempre, 30% frequentemente, 21%

às vezes e 9% raramente. Conforme constatado no gráfico 2.

GRÁFICO 2 – Freqüência que contrata um agente nas operações de exportações marítimas

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Isto indica que as empresas estão atentas as opções disponíveis no mercado.

O prestador de serviços marítimos que melhor atender suas necessidades,

oferecendo sempre maiores vantagens dentro do que o exportador cliente puder

pagar, e de acordo com a operação que precisa realizar, poderá obter maior

fidelização do seu cliente.

Aliado ao exposto, é importante salientar que 90,9% das empresas

questionadas consideram o agente como um organizador do transporte, de modo a

atender as necessidades de seu cliente. Isto demonstra que o serviço oferecido pelo

agente de carga tem um diferencial competitivo perante o exportador cliente, e é um

fator pré-determinante para tomada de decisão na contratação do tipo de prestador

de serviço.

Quando questionados sobre se a opção de utilizar um agente de transporte

reflete na redução dos custos operacionais para sua empresa, 81% responderam

que sim, conforme gráfico 3.

GRÁFICO 3 – A opção de utilizar um agente de transporte reflete na redução dos custos operacionais para sua empresa

10

O estudo mostra que o atendimento customizado oferecido pelos agentes de

transportes atua como um fator decisório no momento da contratação, se

comparado com uma companhia marítima.

No gráfico 4, conforme percepção dos empresários, identificam-se os serviços

em relação ao grau de importância em um processo de exportação marítimo,

apontando os seguintes resultados:

GRÁFICO 4 – Os serviços em relação ao grau de importância em um processo de exportação marítimo.

Pelo exposto pode-se constatar que a qualidade do atendimento e agilidade

no serviço prestado é considerada por todos os clientes como fator fundamental e

extremamente importante para contratação de serviços de transporte de cargas.

Paladini (2006) destaca que a necessidade pela qualidade de produtos e

serviços, é decorrente na maioria das vezes, de formas variadas de concorrência. O

autor observa também que gestão da qualidade envolve toda a organização e é

desenvolvida ao longo do tempo, de forma contínua e progressiva.

Outro fator de destaque é a agilidade na liberação da documentação e

conformidade, que nesta abordagem considera-se o documento principal para o

transporte, o conhecimento de embarque - Bill of Lading (B/L). De acordo com Vieira

(2002), o B/L é o principal documento utilizado na formalização de um contrato de

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transporte marítimo de linha regular, devendo estar contida nele toda a informação

necessária à realização do transporte e a delimitação das responsabilidades das

partes. Suas funções básicas são: servir como recibo de entrega da carga a ser

embarcada, evidenciar um contrato de transporte, representar um título de

propriedade da mercadoria (transferível e negociável).

Cabe ressaltar ainda que a agilidade da entrega e liberação da mercadoria no

exterior, e confiabilidade nos prazos, é considerado ponto de evidência pelos

empresários exportadores. Conforme Bassani (2006), na prestação de serviço

logístico uma das cobranças mais realizadas é quanto ao prazo de entrega dos

produtos. O referido autor lembra que os agentes de cargas negociam com

companhias aéreas e marítimas, cuidam dos documentos antecipadamente,

realizam o início do processo aduaneiro em excelente tempo e entregam o produto

no tempo, no lugar e no custo determinado, tudo para a obtenção da satisfação do

cliente.

Na área de transportes, como acontece em tantas outras, a agilidade nas

operações representa um fator determinante para entrega ao cliente no prazo

estipulado, e acordado entre as partes. Devido a burocracias relacionadas aos

trâmites aduaneiros, tanto na origem, quanto no destino das cargas, muitas vezes a

mercadoria poderá ficar presa para cumprimento de exigências, ou divergências no

documento de transporte, diferenças de pagamento e câmbio, ou até mesmo por

falhas na comunicação. Assim, torna-se importante que o prestador de serviço

esteja acompanhando detalhadamente o processo, junto aos demais agentes

envolvidos, para reparar e corrigir imediatamente qualquer contratempo, que esteja

ao seu alcance, pois dependendo das proporções do problema ocorrido, poderá

representar o fim das operações do seu cliente (exportador) com o importador.

Assessoria e feedback em relação ao processo de transporte está interligada

a informatização das informações, que de acordo com o resultado da pesquisa são

fatores em destaque pelos exportadores, devido a atual dinâmica empresarial estar

totalmente conectada pela internet. Desta forma, o contato através de e-mails e

demais ferramentas disponíveis de comunicação, facilitam e tornam ágeis as

operações, principalmente no comércio internacional.

Nesta mesma percepção, o rastreamento online de cargas é

fundamentalmente importante para as empresas, tanto ao exportador quanto para o

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cliente no exterior, pois poderão planejar suas ações e as demais etapas do

processo logístico até a chegada da mercadoria no ponto de entrega.

E, sobretudo, o valor de frete também é outro ponto de destaque pelas

empresas, pois hoje buscam a melhoria contínua dos processos, otimizando suas

operações e unindo baixos custos ao bom atendimento, praticidade, tecnologia, e

tudo que puder agregar valor ao seu produto.

Robbins (2005) ressalta que o aumento crescente da concorrência mundial

obriga os executivos de empresas, a reduzir custos ao mesmo tempo em que

necessitam aumentar a produtividade de suas empresas e a qualidade dos produtos

e serviços oferecidos.

5 Considerações finais

Neste item, expõem-se as considerações finais do estudo, que buscou

identificar fatores, atributos que os clientes consideram importantes para a

contratação dos serviços de transporte marítimo internacional.

As empresas apontaram preços de fretes atraentes, atendimento e suporte

prestado e a praticidade da operação como o motivo que as leva a utilizarem os

serviços de um agente de carga internacional.

Constatou-se ainda que as empresas exportadoras clientes utilizam com

grande freqüência, os serviços de um agente nas operações de exportação

marítima. Os resultados apontam que grande parte das empresas exportadoras

clientes consideram que utilizar um agente de transporte reflete na redução dos

custos operacionais para sua empresa e que o atendimento customizado oferecido

pelos agentes de transportes atua como um fator decisório no momento da

contratação, se comparado com uma companhia marítima.

Na percepção dos empresários, a agilidade na entrega, a confiabilidade nos

prazos, a liberação e a conformidade de documentação e a qualidade no

atendimento, valores de frete atraentes são os principais fatores considerados como

de extrema importância num serviço prestado num processo de exportação

marítimo.

A empresa estudada deverá estar atenta para cada vez mais oferecer

vantagens competitivas aos seus clientes, aprimorando seu departamento de

operações e documentação, planejamento, transporte e distribuição, bem como

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estar assessorada por profissionais especializados e com conhecimento no

mercado, oferecendo aos clientes benefícios nos custos logísticos e cada vez mais

vantagens competitivas.

Merece atenção especial a questão dos fretes, pois, conforme já foi

mencionado, o diferencial competitivo do agente de carga é seu atendimento

personalizado, e acompanhamento do processo de exportação desde a origem até a

entrega no destino.

A maior parte dos exportadores clientes de agente de carga são empresas

que possuem pequenos volumes, empresas de pequeno e médio porte, que em

alguns casos nem possuem um departamento de exportação estruturado. Desta

forma, a questão financeira das empresas, num mercado tão competitivo, exige

muitas vezes que sejam avaliados os custos como fator determinante, e assim

buscam valores de frete atraentes aliados a uma assessoria no processo de

exportação. Neste o agente, devido ao seu volume de cargas proveniente de vários

pequenos e médios exportadores, garante um poder de barganha perante as

companhias marítimas na negociação dos fretes, assim poderá oferecer um frete

mais baixo ao exportador, do que se ele negociasse direto com a companhia

marítima.

Nesta perspectiva, pode-se ressaltar que a área comercial da empresa está

sempre em busca de fretes mais competitivos para seus clientes e parcerias no

exterior, visando um bom atendimento aliado a baixos custos.

Já a área operacional merece atenção especial, para garantir maior agilidade

na liberação da documentação, tanto na origem quanto no exterior, e sua

conformidade, prestando assessoria ao cliente, assim como fornecer informações

constantes sobre a posição (status) de suas cargas.

Assim, a empresa deve focar e investir nos serviços de maior importância,

elegidos pela pesquisa aplicada aos seus clientes, e colocá-los em prática no dia-a-

dia, buscando parcerias com companhias marítimas e outros agentes de carga no

exterior.

6 Referências

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15

TAVARES, Neyde Penitente. Incentivos fiscais e formação de preço de venda naexportação. Programa MULTIPLICAR. Fundação Dom Cabral, SEBRAE-APEX, 2002.

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1 Formanda em Administração de Empresas, Faculdade Dom Alberto.2 Economista, Docente Faculdade Dom Alberto e orientadora da pesquisa.