Autor para correspondncia: Marcela Favilla, Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitao Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto, Faculdade de Cincias Mdicas, Universidade Estadual de Campinas, Rua Tesslia Vieira de Camargo, 126, Cidade Universitria Zeferino Vaz, CEP 13083-887, Campinas, SP, Brasil, e-mail: favilla.marcela@yahoo.com

Recebido em 24/10/2012; Reviso em 2/4/2013; Aceito em 3/5/2013.

ISSN 0104-4931Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014http://dx.doi.org/10.4322/cto.2014.064

Resumo: No programa de interveno oportuna em Terapia Ocupacional, a avaliao da viso funcional e do desenvolvimento infantil de crianas com deficincia visual contribui para favorecer o desenvolvimento de suas habilidades. O estudo props apresentar os resultados da avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita e destacar a importncia dos achados para planejamento da interveno em Terapia Ocupacional e orientao aos pais. Foi sujeito do estudo uma criana nascida pr-termo, com seis meses de idade corrigida e diagnstico oftalmolgico de retinopatia da prematuridade participante do Programa de Habilitao e Reabilitao para Deficientes Visuais de uma universidade pblica do interior de So Paulo. Para coleta de dados, foi utilizado a Avaliao da Viso Funcional e do Desenvolvimento Infantil, roteiro de avaliao que permite registrar o desempenho infantil e o comportamento visual da criana cujas respostas so motivadas por diferentes estmulos visuais. Verificou-se que por meio da avaliao da viso funcional foi possvel conhecer as condies que favorecem a habilidade da criana em utilizar funcionalmente sua viso e os recursos sensoriais remanescentes, destacando a importncia das adaptaes materiais e ambientais que favorecem a interao da criana com o meio externo. Os achados foram relevantes para orientao aos pais a respeito das habilidades da criana e a compreenso dos diferentes meios de estimular o uso da viso funcional nas atividades cotidianas. Por fim, complementar avaliao do desenvolvimento neuropsicomotor, constatou-se a relevncia da avaliao da viso funcional de crianas com deficincia visual como parmetro norteador da interveno em Terapia Ocupacional.

Palavras-chave: Estimulao Precoce, Cegueira, Retinopatia da Prematuridade, Terapia Ocupacional.

Functional vision assessment of a premature child with congenital blindness

Abstract: In the program of early intervention in occupational therapy, the assessment of functional vision and infant development of children with visual impairment contributes to improve the development of their skills. The aim of this study was to present the results of the functional vision assessment of a premature child with congenital blindness and point out the importance of the findings for planning occupational therapy intervention and family orientation. The study participant was a preterm child with 6 months of corrected age and ophthalmological diagnosis of retinopathy of prematurity; she participated in the Visually Impaired Habilitation and Rehabilitation Program at a public university in the countryside of Sao Paulo state. For data collection, we used the Assessment of Functional Vision and Infant Development, an evaluation script that enables the record of childrens performance and behavior in response to different visual stimuli. We verified that, through the functional vision assessment, it is possible to learn the conditions that contribute to childrens ability to use their visual functioning and remaining sensory resources, pointing out the importance of material and environmental adaptations that favor childrens interaction with the external environment. The findings are relevant to aid in educating parents about childrens

Avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita1

Marcela Favilla, Ana Flvia Izumi Cruz, Paula Martins, Sonia Maria Chadi de Paula Arruda, Heloisa Gagheggi Ravanini Gardon Gagliardo

Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitao Prof. Dr. Gabriel O. S. Porto, Faculdade de Cincias Mdicas, Universidade Estadual de Campinas Unicamp, Campinas, SP, Brasil

Rel

ato

de

Exp

eri

ncia

Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014

430 Avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita

1 Introduo

A viso desempenha um papel fundamental no sistema sensorial e um dos principais canais para o desenvolvimento fsico e cognitivo da criana; o sentido da viso favorece a interao entre o indivduo e o ambiente e o estimula comunicao, locomoo, mobilidade, orientao e controle de aes e percepes (DUINetal., 1990; GRAZIANO; LEONE, 2005; RUASetal., 2006).

Durante o desenvolvimento infantil h uma integrao dos aspectos neurosensoriomotores, assim, a viso intervm de forma decisiva sobre todas as habilidades infantis a serem desenvolvias (DUINetal., 1990; GAGLIARDO, 2003, 2006). Dessa maneira, a alterao do sistema visual pode causar comprometimentos no desenvolvimento neuropsicomotor, nas habilidades de vida diria e socioafetivas (LOPESetal., 2009; SOUZAetal., 2010).

Portanto, as alteraes visuais na infncia constituem um importante inibidor do desenvolvimento infantil, considerando as possveis variabilidades do desenvolvimento visual e as habilidades de cada criana para aprender a interagir em seu ambiente familiar e social (GAGLIARDO, 2011; MALTAetal., 2006; ALBUQUERQUE; ALVES, 2003).

Segundo Gagliardo e Nobre (2001), a identificao e a interveno oportuna so essenciais para repercusses satisfatrias no desempenho infantil de crianas com deficincia visual, visto que as principais modificaes do comportamento visual ocorrem nos primeiros meses de vida. Durante esse perodo h grande influncia da neuroplasticidade que induzida pela interao entre fatores genticos e experincias ambientais (LANGONE; SARTORI; GONALVES, 2010; RUASetal., 2006).

No programa de interveno oportuna em Terapia Ocupacional, concomitantemente avaliao do desenvolvimento global infantil, tem-se como premissa bsica avaliar a viso funcional e as funes visuais de crianas com deficincia visual, intervindo precocemente no seu desenvolvimento para favorecer o desenvolvimento de suas habilidades (GAGLIARDO, 2011).

H diferentes maneiras de se avaliar a viso funcional de crianas pequenas e uma delas a observao do comportamento. Nessa, utiliza-se um roteiro de avaliao que permite registrar o comportamento visual observado em resposta a diferentes estmulos visuais (GAGLIARDO, 2003). De acordo com Gagliardo (2003) e Montilha, Nobre e Gagliardo (2004), por meio da observao do comportamento espontneo da criana a avaliao da viso funcional qualifica a viso e o desenvolvimento infantil.

Em Terapia Ocupacional, aps acolhimento da criana e da famlia, a avaliao aspecto fundamental para planejamento da interveno. No caso de crianas com deficincia visual, muitas vezes so necessrias adaptaes ambientais e nos objetos para que seja possvel motivar a criana a utilizar todo seu potencial visual e, assim, realizar com critrio e rigor a avaliao da viso funcional.

2 Objetivos

Objetivou-se neste estudo apresentar os resultados da avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita e destacar a importncia dos achados para planejamento da interveno em Terapia Ocupacional e orientao aos pais.

3 Sujeito e mtodo

O desenho metodolgico deste trabalho de natureza descritiva, do tipo estudo de caso, desenvolvido num Programa de Habilitao e Reabilitao para Deficientes Visuais de uma universidade pblica do interior de So Paulo.

Foi sujeito do estudo uma criana do sexo feminino proveniente do interior de um estado vizinho, nascida pr-termo de 27 semanas e 4 dias de idade gestacional, com 1.050 g e 35 cm, que apresenta diagnstico oftalmolgico de retinopatia da prematuridade (ROP) grau 5. A criana foi avaliada no programa aos nove meses de idade cronolgica, correspondente a seis meses de idade corrigida.

O procedimento de coleta de dados deu-se mediante consulta ao pronturio institucional para levantamento de dados clnicos, como idade

skills and understanding the different ways to encourage the use of functional vision in daily activities. Thus, the functional vision assessment of children with visual impairment is a relevant guiding parameter to complement the psychomotor development assessment in occupational therapy intervention.

Keywords: Early Intervention, Blindness, Retinopathy of Prematurity, Occupational Therapy.

431Favilla, M. et al.

Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014

gestacional, diagnstico oftalmolgico, idade cronolgica da criana e informaes complementares e aplicao da Avaliao da Viso Funcional e do Desenvolvimento Infantil.

Para a avaliao da viso funcional da criana e do desenvolvimento infantil utilizou-se um protocolo de avaliao institucional, a Avaliao da Viso Funcional e do Desenvolvimento Infantil, elaborada a partir dos estudos de Hyvrinen (1995) e Knobloch e Pasamanik (1990) e utilizada no setor de Terapia Ocupacional em crianas de 0 a 3 anos.

A avaliao caracteriza a viso funcional e o comportamento espontneo da criana. composta por 43 itens agrupados em 21 domnios: 1-reao luz (reflexo fotomotor, consensual, percepo de luz e projeo de luz), 2-fixao (firme, estvel, direta e indireta), 3-seguimento visual (movimentos coordenados, horizontais e verticais), 4-coordenao binocular, 5-contato face a face (contato de olho), 6-resposta social (sorriso) ao contato facial, 7-acuidade visual (esfera visual para localizao em centmetros, tamanho do objeto em centmetros, percepo de detalhes), 8-olho preferencial (olho direito e olho esquerdo), 9-acomodao (a que distncia em centmetros), 10-campo visual (temporal direito, esquerdo, superior e inferior), 11-viso de cores (preferncia, pareamento, identificao, nomeao), 12-adaptao visual (claro e escuro), 13-viso de contraste (h necessidade), 14-binocularidade (percepo de profundidade), 15-ambiente de melhor eficincia visual (ambiente iluminado e semiescurecido), 16-sinais e sintomas (olho vermelho, secreo, fotofobia, sinal de Francischet, desvio e outros), 17-manifestaes comportamentais (calma, receptiva, irritvel, choro, desconforto e baixa tolerncia), 18-observaes complementares (identificao de figuras, encaixe de pinos, imitao de gestos e expresses faciais, transferncia de objetos de uma mo para outra, aproximao para explorao visual, entre outras), 19-comportamento motor, 20-comportamento socioafetivo e 21-linguagem.

De acordo com Gagliardo (2003) e Montilha, Nobre e Gagliardo (2004), esse modelo de avaliao caracteriza-se como um procedimento informal, que qualifica a viso e o desenvolvimento infantil da criana por meio da observao de seu comportamento espontneo. O protocolo de avaliao instrumento utilizado na rotina de atendimento da instituio e abrange aspectos do desenvolvimento psicomotor, cognitivo, socioafetivo, da linguagem e das funes visuais da criana para traar seu perfil de desenvolvimento e elaborar as estratgias

de interveno (estmulos utilizados e orientaes familiares).

A coleta de dados deu-se durante primeira avaliao de interveno precoce em Terapia Ocupacional e foi realizada por uma terapeuta ocupacional, individualmente criana, na presena dos pais. O tempo mdio para a avaliao foi de 40 minutos.

O recurso teraputico utilizado foi o brincar, visto que fundamental e facilitador para otimizao da eficincia visual e do desenvolvimento das funes motora, cognitiva, perceptiva, sensorial, social e linguagem (FRANGIOSI; ROSINI, 2011; SANTOS; ELIANA; PFEIFER, 2006). Os materiais utilizados constaram de lanterna com focos de luz de diferentes cores, figurasimpressas em cores de contraste (preto e branco), objetos de diferentes texturas, tamanhos e cores, como bichinhos de borracha, bonecas, cubos e bolas, que constituem parte dos materiais utilizados nos atendimentos de interveno precoce em Terapia Ocupacional da instituio. A avaliao foi realizada em ambiente com diferentes graus de luminosidade.

4 Resultados e discusso

A Avaliao da Viso Funcional e do Desenvolvimento Infantil permitiu observar as funes visuais e o desempenho da criana por meio da observao de seu comportamento espontneo.

Verificaram-se as funes visuais bsicas e visuomotoras, destacando-se as reaes visuais ao estmulo luminoso (percepo e projeo da fonte luminosa no campo perifrico e central) com esfera visual de resposta de aproximadamente 30centmetros.

Na avaliao monocular reagiu ocluso de ambos os olhos, embora melhor reao visual no olho esquerdo. O estimulo visual tambm foi desencadeado a partir de luz direta com som de animais, no qual demonstrou preferncia por alguns tipos de sons, notada atravs de uma reao social (sorriso).

Notou-se breve fixao e seguimento visual (funes oculomotoras) em trajetria horizontal, num ngulo de 60, aproximadamente, de figuraem contraste preto e branco, com luz dirigida sobre a mesma e esboo de coordenao apendicular desencadeada pela viso, sempre com a necessidade de apoio luminoso.

As melhores respostas visuais foram observadas em ambiente semiescurecido, com luz dirigida sobre os objetos. Verificou-se a necessidade de objetos de

Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014

432 Avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita

alto contraste para despertar a ateno visual da criana e motiv-la para as aes de manipulao.

Tais achados corroboram os estudos de Gagliardo (2003) e Montilha, Nobre e Gagliardo (2004), que referem que um importante comprometimento visual interfere na aquisio de habilidades visuomotoras e que h necessidade de adaptao ambiental para favorecer o uso funcional da viso.

Com relao a sinais e sintomas que indicassem alteraes visuais, observou-se a presena do sinal de Francischet (contato de mo nos olhos para autoestimulao visual). Segundo Chapmanetal. (1992), a pouca estimulao visual em crianas cegas bastante comum. Isso pode levar, em muitos casos, autoestimulao, que poder tornar-se mais tarde um comportamento estereotipado. Sendo assim, considerado um importante achado para preveno de possvel deficincia secundria durante o processo de habilitao infantil e orientao de pais.

Quanto s manifestaes comportamentais, observou-se que a criana se demonstrou calma e receptiva durante a avaliao. Segundo Souzaetal. (2010), a socializao da criana ocorre, primeiramente, no grupo familiar, que possui grande responsabilidade na formao psicoafetiva da criana. A relao social depende da forma como a criana estimulada, o que determinar como ela vai interagir com as pessoas, objetos e ambiente em que vive (MALTAetal., 2006).

Em relao ao comportamento motor, social e a linguagem, observou-se que a criana possuiu controle cervical, postura simtrica, rolar espontneo, habilidade de manter-se sentada com apoio e habilidade de trazer a mo para a linha mdia corporal. No que se refere ao uso dos membros superiores para manuteno do equilbrio e para habilidades manipulativas, verificou-se que a criana no apresentou reao de proteo na postura sentada, precria explorao ttil e esboo de coordenao apendicular a partir do estimulo visual. No realizou a transferncia de objetos de uma mo para outra. Quanto linguagem, no emitiu sons e no sorriu ao contato facial, mesmo na esfera visual de 20 centmetros e com estmulo luminoso dirigido face do avaliador. Reagiu aos sons diminuindo a movimentao corporal, mas no buscou a fonte sonora. No apresentou esboo de coordenao ouvido-mo.

Com base nos dados coletados neste estudo, corrigindo-se a idade gestacional da criana, identif icou-se atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Embora para muitas habilidades a correo da idade gestacional de crianas prematuras

permita a expresso de um desenvolvimento tpico, de modo geral crianas prematuras extremas apresentam atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo, principalmente nos primeiros 18 meses de vida (ALBUQUERQUEetal., 2009; VAN HAASTERTetal., 2006). Alm disso, corroborando a literatura (CHAPMANetal., 1992; SOUZAetal., 2010), a criana com cegueira congnita pode apresentar atrasos no desenvolvimento motor e os comprometimentos sensoriais causam alteraes no desenvolvimento em diversas reas comportamentais.

Sendo assim, quanto mais cedo a retinopatia da prematuridade for diagnosticada e a criana inserida em um programa de estimulao oportuna, melhores sero as suas chances de vivenciar experincias enriquecedoras para a promoo do seu desempenho, prevenindo atrasos no desenvolvimento bem como a instalao de deficincias secundrias (ANDERSONetal., 2003). Destaca-se tambm que, no presente estudo, a avaliao proposta identificou, alm dos atrasos no desenvolvimento da viso, importantes repercusses na aquisio das habilidades motoras mediadas pela viso. Assim, parte da interveno em Terapia Ocupacional deve fundamentar-se no fato de que o desenvolvimento da coordenao motora fina e visual depende de um adequado controle postural e de uma relao de reciprocidade entre a funo visual e a funo motora apendicular (GAGLIARDO, 2006; RUASetal., 2010).

Com base nas informaes acima verificou-se que por meio da avaliao da viso funcional foi possvel conhecer as condies que mais favoreciam a habilidade da criana em utilizar funcionalmente sua viso e os recursos sensoriais remanescentes, destacando-se a importncia das adaptaes materiais e ambientais que favoreciam a interao da criana com o meio externo. Nesse sentido, Hyvrinen (1998) enfatiza que, com crianas deficientes visuais, a associao de estmulos visuais a informaes tteis durante a explorao dos objetos favorece a integrao das diferentes informaes sensoriais e motiva a criana explorao do ambiente e realizao de suas atividades funcionais. Assim, a integrao dos sentidos remanescentes e a estimulao do uso da viso residual so consideradas fundamentais no processo de habilitao infantil (PALHARESetal, 2000).

5 Consideraes finais

O modelo de avaliao utilizado permitiu identificar a qualidade e eficincia das respostas visuais; identificar os atrasos no desenvolvimento

433Favilla, M. et al.

Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014

neuropsicomotor, principalmente os relacionados ao uso dos membros superiores, reconhecendo que parte de sua natureza inerente deficincia visual, conhecer e compreender capacidades e dificuldades da criana e a necessidade de adaptao de objetos e ambiente para favorecer o uso eficiente da viso e funcional de membros superiores. Tais achados foram relevantes para elaborao e planejamento da interveno em Terapia Ocupacional e para a orientao aos pais. Para os pais, a devolutiva permitiu tambm o conhecimento das habilidades da criana e a compreenso dos diferentes meios de estimular o uso da viso funcional nas atividades cotidianas. Nessa abordagem, o terapeuta ocupacional o responsvel pela avaliao da viso funcional da criana cujos dados so compartilhados com os profissionais da equipe interdisciplinar. Frente s incertezas das consequncias visuais decorrentes da retinopatia da prematuridade e s suas repercusses no desenvolvimento global infantil, a avaliao favoreceu a elaborao de estratgias para a promoo do desenvolvimento neuropsicomotor e da preveno de deficincias secundrias em todos os ambientes de acesso da criana.

RefernciasALBUQUERQUE, R. C.; ALVES, J. G. B. Afeces oculares prevalentes em crianas de baixa renda atendidas em um servio oftalmolgico na cidade do Recife-PE, Brasil. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, So Paulo, v.66, n.6, p.831-834, 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27492003000700017ALBUQUERQUE, R. C.et al. Comportamiento visuomotor de lactantes pretrmino en el primer mes de vida. Comparacin entre las edades cronolgica y corregida. Revista de Neurologa, Barcelona, v.48, n.1, p.13-16, 2009.ANDERSON, L. M.etal. G. The effectiveness of early childhood development programs: a systematic review. American Journal of Preventive Medicine, New York, v.24, n.35, p.32-46, 2003. http://dx.doi.org/10.1016/S0749-3797(02)00655-4CHAPMAN, E. K.etal. Management of low vision in children: programe for the prevention of blindness. Bangkok: WHO, 1992.DUIN, J. V. H. V.etal. Visual outcome at 5 years of newborn infants at risk of cerebral visual impairment. Developmental Medicine & Child Neurology, United Kingdom, v.40, n.5, p.302-309, 1990.FRANGIOSI, G.; ROSINI, A. M. A importncia dos jogos e brincadeiras na prtica educativa: sries iniciais. Revista Inovao Tecnolgica, So Paulo, v.1, n.1, p.59-64, 2011.GAGLIARDO, H. G. R. G.; NOBRE, M. I. R. S. Interveno precoce na criana com baixa viso. Revista Neurocincias, So Paulo, v.9, n.1, p.16-19, 2001.

GAGLIARDO, H. G. R. G. Contribuies de terapia ocupacional para deteco de alteraes visuais na fonoaudiologia. Sade em Revista, Piracicaba, v.5, n.9, p.89-94, 2003.GAGLIARDO, H. G. R. G. Desenvolvimento da coordenao visuomotora. In: MOURA-RIBEIRO, M. V. L.; GONALVES, V. M. G. Neurologia do desenvolvimento da criana. Rio de Janeiro: Revinter, 2006. p.297-312.GAGLIARDO, H. G. R. G. Terapia Ocupacional na avaliao da viso funcional de crianas com baixa viso: aspectos conceituais e metodolgicos. In: CONGRESSO BR ASILEIRO; IX CONGRESSO LATINO AMERICANO DE TERAPIA OCUPACIONAL, 12, 2011, So Carlos. Anais... So Carlos: UFSCar, 2011.GRAZIANO, R. M.; LEONE, C. R. Problemas oftalmolgicos mais freqentes e desenvolvimento visual do pr-termo extremo. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.81, n.1, p.S95-S100, 2005.HYVRINEN, L. Considerations in evaluation and treatment of the child with low vision. American Journal of Occupational Therapy, Bethesda, v.49, n.9, p.891-897, 1995. http://dx.doi.org/10.5014/ajot.49.9.891HYVRINEN, L. 1998. Stimulation of vision. Disponvel em: . Acesso em: 14 jan. 2012.KNOBLOCH, H.; PASAMANIK, B. Gesell e Amatruda: diagnstico do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990.LANGONE, F.; SARTORI, C. R.; GONALVES, V. M. G. Neuroplasticidade. In: MOURA-RIBEIRO, M. V. L.; GONALVES, V. M. G. Neurologia do desenvolvimento da criana. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2010. p.135-1149.LOPES, M. C. B.etal. Avaliao da qualidade de vida relacionada viso em crianas com catarata congnita bilateral. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, So Paulo, v.72, n.4, p.467-80, 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27492009000400008MALTA, J.etal. Desempenho funcional de crianas com deficincia visual, atendidas no departamento de estimulao visual da fundao Altino Ventura. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, So Paulo, v.69, n.4, p.571-574, 2006. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27492006000400021MONTILHA, R. C. I.; NOBRE, M. I. R. S.; GAGLIARDO, H. G. R. G. Atuao teraputico-ocupacional junto a pacientes com transtornos da viso. In: DE CARLO, M. R. P.; LUZO, M. C. M. Terapia Ocupacional: reabilitao fsica e contextos hospitalares. So Paulo: Roca, 2004. p.276-291.PALHARES, M. S.etal. Uma proposta de interveno para a criana com viso subnormal. Temas sobre desenvolvimento, So Paulo, v.9, n.53, p.95-104, 2000.RUAS, T. C. B.etal. Avaliao do comportamento visual de lactentes no primeiro e segundo meses de vida. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, So Paulo, v.16, n.3, p.1-8, 2006.

Cad. Ter. Ocup. UFSCar, So Carlos, v. 22, n. 2, p. 429-434, 2014

434 Avaliao da viso funcional de uma criana prematura com cegueira congnita

RUAS, T. C. B. et al. A comparao de funes apendiculares desencadeadas pela viso em lactentes nascidos pr-termo e a termo no primeiro trimestre de vida. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, So Paulo, v.20, n.3, p.680-687, 2010.SANTOS, C. A.; ELIANA, M. M.; PFEIFER, L. I. A brinquedoteca sob a viso da terapia ocupacional: diferentes contextos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, So Carlos, v.14, n.2, p.91-102, 2006.

SOUZA, T. A.etal. Descrio do desenvolvimento neuropsicomotor e visual de crianas com deficincia visual. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, So Paulo, v.73, n.6, p.526-30, 2010. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27492010000600012VAN HAASTERT, L. C.etal. Early gross motor development of preterm infants according to the Alberta Infant Motor Scale. The Journal of Pediatrics, New York, v.149, n.5, p.617-22, 2006.

Contribuio dos AutoresMarcela Favilla: Concepo da pesquisa, pesquisa bibliogrfica, coleta, anlise e interpretao dos resultados e redao final do manuscrito. Ana Flvia Izumi Cruz: Pesquisa bibliogrfica, anlise e interpretao dos resultados e redao final do manuscrito. Paula Martins: Pesquisa bibliogrfica, anlise e interpretao dos resultados. Sonia Maria Chadi de Paula Arruda: Reviso da verso final do manuscrito. Heloisa Gagheggi Ravanini Gardon Gagliardo: Concepo da pesquisa, anlise e interpretao dos resultados e redao final do manuscrito.

Notas1 Este estudo faz parte de pesquisa ampla que investigou o desenvolvimento de criana com deficincia visual congnita

mediante interveno de Terapia Ocupacional. O estudo esteve de acordo com as normatizaes da pesquisa com seres humanos e foi realizado aps aprovao do Comit de tica em Pesquisa em Seres Humanos da Unicamp, sob parecer n. 925/2011. Parte do texto foi apresentada na forma de poster no IV Congresso Internacional de Sade da Criana e do Adolescente.