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FELIPE CASTILHO MEDEIROS TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE, COMPREENSÃO E ATUAÇÃO DOS PROFESSORES CANOAS, 2007

TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE ... · 2 termo de aprovaÇÃo felipe castilho medeiros transtorno de dÉfict de atenÇÃo/ hiperatividade, compreensÃo e atuaÇÃo

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FELIPE CASTILHO MEDEIROS

TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE,COMPREENSÃO E ATUAÇÃO DOS PROFESSORES

CANOAS, 2007

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FELIPE CASTILHO MEDEIROS

TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE,COMPREENSÃO E ATUAÇÃO DOS PROFESSORES

Trabalho de conclusão apresentado à bancaexaminadora do curso de Educação Física doUNILASALLLE – Centro Universitário La Salle,como exigência parcial para a obtenção de grau deLicenciado em Educação Física, sob orientação doProf. Edson Luís Kurylak.

CANOAS, 2007

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TERMO DE APROVAÇÃO

FELIPE CASTILHO MEDEIROS

TRANSTORNO DE DÉFICT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE,COMPREENSÃO E ATUAÇÃO DOS PROFESSORES

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau deLicenciado em Educação Física do Centro Universitário La Salle – UNILASALLE,

pelo seguinte avaliador:

Prof. Edson Luís KurylakUNILASALLE

Canoas, 09 de julho de 2007

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DEDICATÓRIA

Um trabalho que temos a graça e a

oportunidade de fazer é nossa realização.

Dedicar a alguém é demonstrar,

reconhecer que eles ajudaram de algum

modo. A meus pais, Marinho e Marilaine,

minha esposa Franciele e filhos Victor e

Matheus que amo muito e muito me

ajudaram.

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AGRADECIMENTO

A Deus, Rosiére, Marilaine,

Franciele,... e a todos que contribuíram de

alguma forma, em especial ao Sr. Jorge

Augusto Castilho (in memorian)

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PENSAMENTO

“Há um mundo a ser descoberto

dentro de cada criança e de cada jovem.

Só não consegue descobri-lo quem está

encarcerado dentro de seu próprio

mundo”.

Augusto Cury

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento e como osprofessores administram o trabalho com crianças hiperativas e crianças ditasnormais, fazendo uma relação com as metodologias encontradas na literatura. E como isto se reflete em sua prática docente. A amostra constitui-se deprofessores de escolas estaduais do município de Canoas, RS. O estudo teve comoinstrumento para a coleta de dados a entrevista semi-estruturada aberta. Sendo estapesquisa qualitativa. Este trabalho está organizado em duas etapas. Na primeiraparte estão localizados os referenciais teóricos onde desenvolvi um paralelo aoproblema, e apresentei também as decisões metodológicas que conduziram apesquisa. Na segunda, trato da interpretação dos resultados obtidos. Estasinformações levantaram pontos importantes para a resolução do problema depesquisa, tais como: a preparação dos professores que atuam com criançashiperativas, e o conhecimento deles. Nas considerações finais são apresentadas asminhas reflexões de todo o processo de pesquisa.

Palavras-chave: Hiperatividade, Compreensão, Atuação dos Professores.

ABSTRACT

The present work has as objective to analyze the knowledge and as the professorsmanage the work with hiperativas children and said children normal, making arelation with the methodologies found in literature. E as this if reflects in its practicalprofessor. The sample consists of professors of state schools of the city of Canoas,RS. The study the half-structuralized interview had as instrument for the collection ofdata opened. Being this qualitative research. This work is organized in two stages. Inthe first part the theoretical referenciais are located where I developed a parallel tothe problem, and also presented the metodológicas decisions that had lead theresearch. In second, treatment of the interpretation of the gotten results. Theseinformation had raised important points for the resolution of the research problem,such as: the preparation of the professors who act with hiperativas children, and theknowledge of them. In the final considerações my reflections of all the researchprocess are presented.

Key words: Hiperatividade, Understanding, Performance of the Professors.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

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1.2 Problema de estudo 11

1.3 Perguntas Norteadoras 11

1.4 Objetivos 11

1.4.1 Objetivo Geral 11

1.4.2 Objetivo Específico 11

2 MARCO TEÓRICO 12

2.1Denominando hiperatividade 12

2.1.1 Causas 12

2.1.2 Hereditariedade 13

2.1.3 Fatores Ambientais 13

2.1.4 Outras causas 13

2.2 Sintomas 13

2.2.1Sintomas de desatenção (Quadro A ) 14

2.2.2 Sintomas de hiperatividade e impulsividade (Quadro B ) 14

2.3 Diagnóstico 15

2.4 Co-morbidades 15

2.4.1 Transtorno Opositivo Desafiador 16

2.4.2 Problemas de Aprendizagem 16

2.4.3 Transtorno de Conduta 16

2.4.4 Depressão 16

2.4.5 Ansiedade 16

2.4.6 Transtorno do Humor Bipolar 16

2.4.7Transtornos de Tiques 17

2.5 Tratamento 17

2.5.1 Esclarecimento familiar sobre o TDAH 17

2.5.2 Intervenção psicopedagógica 19

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2.5.2.1 Intervenções propostas nas aulas 20

2.5.3 Intervenção psicoterápica 20

2.5.4 Tratamento farmacológico 21

2.5.4.1 Ritalina ( metilfenidato ) 21

2.5.4.2Strattera ( atomoxetina ) 21

2.5.4.3Trofanil ( antidepressivo ) 22

2.5.4.4 Atensina ( clonidina ) 22

2.5.5 Quadro 1 – Medicações Utilizadas no Tratamento do TDAH

3 MARCO TEÓRICO METODOLÓGICO

3.1 Pesquisa Qualitativa

3.2 Instrumentos de Coletas de Dados

3.2.1 Observação

3.2.2 Entrevista

4 MATERIAL UTILIZADO NO TRABALHO

4.1 Entrevistas e Observações

4.1.1 Cronograma das Entrevistas e Observações

4.1.2 Espaço de coleta

5 CONTEXTO INVESTIGADO

5.1 População

6 ANÁLISE E INTREPRETAÇÃO

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

23

24

24

24

24

25

26

26

26

26

27

27

28

33

34

APÊNDICE A 36

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade vem

de longa data, mas seus estudos tiveram avanços nos últimos anos no intuito de

desvendar, principalmente no meio acadêmico, identificar e distinguir as formas de

psicopatologias.

Com o passar dos anos os estudos foram avançando e conceituando com

diversas pesquisas e estudos, estabecendo assim critérios e diagnósticos facilitando

então sua compreensão.

Atualmente o advento do Manual de Estatística e Diagnóstico ( DSM –IV), da

Associação Americana de Psiquiatria nos traz benefícios por esclarecer de uma

forma confiável os diagnósticos corretos e os sintomas bem definidos.

O professor tem um papel de fundamental importância em suas aulas e sua

participação e envolvimento são imprescindíveis para que os objetivos sejam

alcançados.

Refletindo que o modo de elaboração e execução das aulas de Educação

Física possui um papel importante na identificação e no tratamento dessas crianças,

busco através deste trabalho apresentar as práticas pedagógicas encontradas no

município de Canoas e como está o conhecimento dos professores a este assunto.

Optei pela metodologia qualitativa em função do assunto em questão, pois

oferece maior liberdade para reflexão no tipo de analise estabelecida pela

investigação.

Aplicarei entrevistas com professores de escolas estaduais desse município e

será observados suas aulas.

Espero com este trabalho estar contribuindo para uma maior reflexão das

metodologias utilizadas nas aulas de Educação Física, assim como a prática

pedagógica utilizada para que possa entender e interpretar os anseios sobre a

hiperatividade procurando cada vez mais o desenvolvimento dessas crianças.

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1.1 Justificativa

Conheci a hiperatividade na graduação de Educação Física, mais

específicamente na disciplina de Aprendizagem e Desenvolvimento Motor.

Aprofundei-me neste assunto um semestre depois quando fiz a disciplina de

Psicomotricidade. Lá escrevi um artigo sobre este assunto e obtive mais informações

através de leituras, observações. Já em estudos mais avançados na disciplina de

Ginástica Adaptada entendi que são muito freqüêntes os casos de hiperatividade

em idade escolar atacando de 3 à 7% das crianças.

Após ter conhecido este problema ocorreu a dúvida. Até onde os professores

tem conhecimento que permita identificar estas crianças? E como é a metodologia

usada em escolas estaduais para trabalhar com estas crianças?

A partir destes fatos comecei a idealizar meu trabalho de conclusão de curso.

Apoiando-me em um transtorno que atinge diversas crianças e no intuito de me

preparar para a docência e saber identificar estas crianças, ajudando-as e estando

sempre bem informado deste problema tão complicado mas que aparecem com uma

certa freqüência.

1.2 Problema de Estudo

Neste trabalho busco mostrar a importância da formação do profissional de

educação física, mais especificamente os professores de escolas estaduais atuando

com crianças hiperativas.

Sendo assim, este trabalho tem como objetivo responder a seguinte questão:

“Os professores de escolas estaduais, sabem identificar Transtorno de Déficit de

Atenção/ Hiperatividade nas crianças diferenciando daquelas que são taxadas como

“bagunceiros”, “avoados” e “burros”?”

1.3 Perguntas norteadoras

a) O que é preciso na formação do profissional de Educação Física para atuar

com crianças hiperativas?

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b) Qual a influência da prática pedagógica nas aulas para crianças hiperativas e

crianças ditas normais?

1.4 Objetivo

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar o conhecimento e como os professores administram o trabalho com

crianças hiperativas e crianças ditas normais, fazendo uma relação com as

metodologias encontradas na literatura.

1.4.2 Objetivo Específico

� Analisar as práticas pedagógicas dos professores de escolas estaduais com

crianças hiperativas;

� Reconhecer os sintomas nas crianças hiperativas diferenciando das crianças

ditas normais;

� Conhecer os diversos tipos de tratamento existentes para o controle de Déficit

de Atenção

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2 MARCO TEÓRICO

2.1 Como denominar hiperatividade

Durante o passar dos tempos várias denominações e siglas foram dadas paras

as pessoas hiperativas. A revista americana Attencion sugere que de agora em

diante se use a sigla DA/HI para Distúrbio do Déficit de Atenção com hiperatividade-

impulsividade e DDA para distúrbio com características predominante desatentas.

Silva (2003) aponta que nenhum dos termos é exato ou esclarece realmente

quanto à origem ou as manifestações dos hiperativos. Ela enfatiza que a criança

não tem DDA, ela é DDA.

2.1.1 Causas

A hiperatividade é um transtorno com estudos recentes, o primeiro autor a

escrever foi Dupré no período da segunda guerra mundial. Ele acreditava que

tratava-se de uma lesão cerebral mínima.(CAUDURO,2005). Por volta de 1962 em

um simpósio de Oxford começou a chamar-se Disfunção Cerebral Mínima. Em 1966

estudantes da Inglaterra concluiu que esta disfunção poderia originar-se de

variações genéticas, não por um gene em particular, mas sim pela união de vários

genes. Em 1980 a Associação Psiquiátrica Americana apresentou uma nova

denominação: Síndrome do Déficit de Atenção que engloba hiperatividade,

incordenação motora, falta de equilíbrio entre outros. Seus portadores apresentam

uma taxa menor de dopamina, que atua pelo controle motor e atenção. Sua

conseqüência seria a falta de concentração e esquecer do que lhe é

ordenado.(LEWIS, 1993)

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2.1.2 Hereditariedade

Não se sabe ao certo qual o gene ou quais os genes que estariam envolvidos

com o TDAH, mas existem muitas teorias que envolvem os genes relacionados a

dopamina, mas ainda não há nada comprovado. (ROHDE, 2003). Muitos

pesquisadores dizem que à predisposição herdada dos pais podem se somar a

outros fatores externos. Para ter certeza de que há fatores genéticos entre as

causas de TDAH foram feitos estudos com crianças adotadas. (ROHDE, 2003)

O estudo com crianças adotadas, comparara-se pais biológicos e pais adotivos

de crianças hiperativas, verificando que há diferença entre os grupos de pais, sendo

os filhos de pais biológicos têm três vezes mais que os filhos de pais adotivos.

2.1.3 Fatores Ambientais

A história familiar é muito importante para o histórico de TDAH. Problemas

familiares como brigas, baixa instrução da mãe, classe social baixa, familia muito

numerosa, abandono poderiam ajudar para um quadro de TDAH.(MATTOS, 2005). É

importante frizar que problemas familiares podem agravar um quadro, mas nunca

ser a causa efetiva dele.

2.1.4 Outras causas

Existem ainda outros fatores que podem ser a causa de TDAH, mas sem

comprovação cientifica solidificada como: aditivos alimentares (corantes e

conservantes), aspartame, excesso de açúcar na alimentação, luz fluorescente, falta

de vitaminas, problemas na tireóide.(MATTOS, 2005).

2.2 Sintomas

Segundo Cauduro (2005) as crianças podem possuir vários sintomas, como

impaciência, desatenção, inquietude, falta de concentração, baixo rendimento

escolar, baixa auto- estima, pessimismo em relação ao futuro, raiva crônica,

comportamento anti- sociais, fruto de dificuldades de adaptação às normas e

conveniências sociais.

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O DSM- III.R 1987- manual de diagnóstico e estatísticas das doenças

mentais- Associação Americana de Psiquiatria lista 18 sintomas ligados a TDAH,

tornando os diagnósticos mais padronizados entre profissionais da saúde.

2.2.1 Sintomas de desatenção (Quadro A )

1) Prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção;

2)Dificuldade de concentrar ( tanto em tarefas como em jogos e brincadeiras);

3)Parecer estar prestando atenção em outras coisas numa conversa;

4)Dificuldade em seguir instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem

terminar;

5)Dificuldade em se organizar para fazer algo ou se planejar com antecedência;

6)Relutância ou antipatia em relação a tarefas que exijam esforço mental por muito

tempo;

7)Perder objetos necessários para realizar as tarefas do dia- a- dia;

8)Distrair-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com seus

próprios pensamentos, parecem sonhar acordadas;

9)Esquecer-se de coisas que deveria fazer no dia- a- dia.

(MATTOS, 2005, p.20)

2.2.2 Sintomas de hiperatividade e impulsividade (Quadro B )

1)Ficar mexendo as mãos e pés quando sentado ou se mexer muito na cadeira;

2)Dificuldade de permanecer sentados em situações em que isso é esperado (sala

de aula, mesa, etc.);

3)Correr ou escalar coisas, em situações em que isto é inapropriado;

4)Dificuldades para se manter em atividades de lazer em silêncio;

5)Parecer ser “elétrico” e a “mil por hora”;

6)Falar demais;

7)Responder perguntas de elas serem concluídas;

8)Não conseguir aguardar a sua vez em jogos, sala de aula, em filas, etc.;

9)Interromper os outros ou se meter em conversas.

(MATTOS, 2005, p. 21)

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2.3 Diagnóstico

Segundo Mattos (2005) o TDAH pode ser evidenciada de três formas:

Forma predominante desatenta, é quando a criança apresenta sintomas do Quadro-

A. É o mais comum em crianças de idade escolar, pois perdem a atenção quando o

professor esta falando, e presta atenção em qualquer coisa que esteja acontecendo.

Forma predominante hiperativa/ impulsiva, quando a criança apresenta

sintomas do Quadro-B. Este tipo é um pouco mais raro. São aquelas crianças que

olham um botão vermelho, apertam e depois perguntam para que serve. Agem por

impulso. Não tem noção de perigo, por isso costumam estar sempre machucados

pelo fato de serem estabanados.

Forma combinada, quando a criança possui vários sintomas do quadro A e B.

Este caso é mais comum em consultórios e ambulatórios pois causa mais problemas

para a criança do que para os pais, o que os leva a procurar auxílio médico com

freqüência.

A palavra predominante indica que pode ocorrer sintomas de um quadro no

outro nas crianças. Pode haver casos de desatenção com sintomas de impulsividade

e também o contrário.(ROHDE, 2003). Há autores que ainda falam que se

apresentar só os sintomas de um dos quadros esta criança pode não ter

hiperatividade.

É muito importante para que seja diagnosticado uma criança hiperativa desatenta

ela deve apresentar pelo menos seis sintomas do quadro A, e hiperativa impulsiva,

seis sintomas do quadro B.(MATTOS, 2005)

Estes sintomas também devem persistirem por no mínimo seis meses, e dos 7 a 12

anos de idade. Devem também causar problemas em dois âmbitos, casa e escola

por exemplo. Estes sintomas devem atrapalhar a vida da criança, e não podem ser

explicados por ansiedade, depressão que os sintomas são muito parecidos.

2.4 Co-morbidades

São transtornos que aparecem juntamente com TDAH. E devem ser tratadas ao

mesmo tempo, mas de maneira diferente e específica de acordo com as

recomendações de próprias de cada um. Os profissionais devem ter muito cuidado

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ao diagnosticar, pois em algumas idades é comum ter falta de atenção ou

hiperatividade com um conportamento idêntico ao de TDAH.(MATTOS, 2005).

As comorbidades que mais freqüentemente acompanham o TDAH são:

2.4.1Transtorno Opositivo Desafiador (60%)

São crianças que estão sempre desafiando seus pais, que muitas vezes são

depressivos (um deles ou o casal). Possuem um comportamento hostil, batem boca

com os pais, perdem a cabeça e incomodam e culpam os outros deliberadamente.

2.4.2 Problemas de Aprendizagem (40%)

Caracteriza- se quando houver uma discrepância visivel entre o potencial

intelectual e o desempenho acadêmico. Os trabalhos escolares se tornam mais

difícil, a criança precisa apresentar um rendimento que não é capaz.

2.4.3 Transtorno de Conduta (30%-40%)

São caracterizados geralmente por crianças que possuem as causas

ambientais, que tem problemas na família, como drogas, pais ausentes, pobreza e

falta de educação.

2.4.4 Depressão (40%-50%)

A criança perde o interesse por atividades exercidas anteriormente. Possuem

o sentimento de tristeza, desamparo, baixa auto- estima e um pessimismo em

relação ao futuro. Apresentam estas caracteristicas pois recebem muitas críticas,

acarretando muitas frustações por causa do esquecumento.

2.4.5 Ansiedade (25%)

Crianças com este problema possuem alguns medos não compatíveis com

sua idade. A ansiedade pode ainda modificar alguns sintomas do TDAH,

principalmente diminuindo a impulsividade. Possuem mair dificuldade de executar

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tarefas que exijam maior demanda de memória, comparando com crianças que

possuem apenas TDAH.

2.4.6 Transtorno do Humor Bipolar (25%)

É caracterizado por humor exaltado, euforia, agitação psicomotora e pode

evoluir para delírios e alucinações. Possuem sintomas mistos com duração mais

cronica, agressivos e irritados.

2.4.7 Transtornos de Tiques (TT)

São movimentos ou vocalizações repentinos e rápidos, não ritmicos,

estereotipados. São divididos em Transtorno de Tourette, tique motor crônico, tique

vocal crônico e transtorno do tique transitório. O Transtorno de Tourette causa

diversos tiques motores e pelo menos um tique vocal, e se estende por no mínimo

um ano. O tique motor crônico não pussui tiques vocais e o tiques vocais não

possuem tiques motores. O transtorno de tiques transitórios são em menos tempo e

duram no máximo por um ano.(MATTOS, 2005, p.85).

2.5 Tratamento

As intervenções precoces podem minimizar o impacto negativo na vida da

criança, dos pais e de seus professores. Se não tratado pode trazer problemas

sociais, pessoais, familiares e escolares, continuando na adolescência e na vida

adulta.

É deixado claro que um tratamento exige múltiplas intervenções com um

esclarecimento familiar, intervenção psicoterápica com a criança e o adolescente,

intervenção psicopedagógica ou reforços de conteúdos e em alguns casos

medicações.(CAUDURO, 2005).

2.5.1 Esclarecimento familiar sobre o TDAH

Este é o primeiro passo de um tratamento, pois é necessário que noções erradas

possam ser corrigidas e rótulos como os de preguiçoso e burro sejam retirados. Os

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pais devem esclarecer suas dúvidas sobre vários aspectos deste transtorno com um

profissional de saúde mental. O autor San Goldstein (2002) em seu livro:

Hiperatividade. Como desenvolver a capacidade de atenção da criança, criou nove

pontos de uma série de estratégias para ser usadas por pais.

1. Aprender o que é TDAH

Os pais devem compreender que, para poder controlar em casa o comportamento

resultante do TDAH, é preciso ter um conhecimento correto do distúrbio e suas

complicações.

2. Incapacidade de compreensão versus rebeldia

Os pais devem desenvolver a capacidade de distinguir entre problemas que

resultam de incapacidade e problemas que resultam de recusa ativa em obedecer

ordens. Os primeiros devem ser tratados através da educação e desenvolvimento de

habilidades. Os outros são resolvidos de maneira satisfatória através de

manipulação das conseqüências.

3. Dar instruções positivas

Pais devem cuidar para que seus pedidos sejam feitos de maneira positiva ao invés

de negativa. Uma indicação positiva mostra para a criança o que deve começar a ser

feito e evita que ela focalize em parar o que está fazendo.

4. Recompensar

Os pais devem recompensar amplamente o comportamento adequado. Crianças

com TDAH exigem respostas imediatas, freqüentes, previsíveis e coerentemente

aplicadas ao seu comportamento. Da mesma maneira, necessitam de mais

tentativas para aprender corretamente. Quando a criança consegue completar uma

tarefa ou realiza alguma coisa corretamente, deve ser recompensada socialmente ou

com algo tangível mais freqüentemente que o normal.

5. Escolher as batalhas

Os pais deveriam escolher quando e como gastar suas energias numa batalha,

sempre reforçando o positivo, aplicando conseqüências imediatas para

comportamentos que não podem se ignorados e usando o sistema de créditos ou

pontos. É essencial que os pais estejam sempre um passo a frente.

6. Usar técnicas de “custo de resposta”

Os pais devem entender bem o que seja “custo de resposta”, uma técnica de

punição em que se pode perder o que se ganhou.

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7. Planejar adequadamente

Os pais devem aprender a reagir aos limites de seu filho de maneira positiva e ativa.

Aceitar o diagnóstico de TDAH significa aceitar a necessidade de fazer modificações

no ambiente da criança. A rotina deve ser consistente e raramente variar. As regras

devem ser dadas de maneira clara e concisa. Atividades ou situações em que já

ocorreram problemas devem ser evitadas ou cuidadosamente planejadas.

8. Punir adequadamente

Os pais devem compreender que a punição sozinha não irá reduzir os sintomas de

TDAH. Punir deve ser uma atitude diretamente relacionada apenas a um

comportamento declaradamente desobediente. No entanto, a punição só trará

modificação de comportamento para crianças com TDAH se acompanhada de uma

estratégia de controle.

9. Construir ilhas de competência

O que realmente importa para o sucesso dessa criança na vida é o que existe de

certo com ela e não o que está errado. Cada vez mais, a área da saúde mental

focaliza seu trabalho em aumentar os pontos fortes em vez de tentar diminuir os

pontos fracos. Uma das melhores maneiras de criar pontos fortes é uma boa relação

dos pais com seu filho.

2.5.2 Intervenção psicopedagógica

O professor tem um papel fundamental para o desenvolvimento das habilidades

da criança, do processo de aprendizagem e na saúde mental. Em primeiro lugar o

professor deve entender o que ocorre numa família com membros portadores de

TDAH e assim entenderão a atitude dos pais, e os pais entenderão as dificuldades

que seus filhos passam na escola. Pais e professores devem trabalhar juntos, se

comunicando para que possam trocar experiências. Devem saber o que está se

passando no outro ambiente para que haja uma cooperação. A comunicação escrita

é muito aconselhável, mas com bom senso para que não se crie uma rivalidade e

uma cobrança.

O educador sempre percebe com mais facilidade problemas de atenção,

aprendizagem, emocionais e afetivos da criança, por que muitas vezes passa mais

tempo com a criança que seus pais. Sabendo isso deve identificar o que esta

acontecendo efetivamente.(NEGRINE, 1983).

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O material a ser utilizado em uma aula de Educação Física para crianças

portadoras de TDAH deve ser bem variado e adequado as habilidades da criança

pois ela irá experimentar todos. Deve utilizar estratégias que façam a criança se

corrigir, para melhorar o seu comportamento. As atividades devem ser variadas e

interessantes do início ao fim sempre respeitando os graus de dificuldade, do fácil ao

complexo. O professor deve saber bem identificar incompetência de desobediência,

para saber atuar nos dois problemas.(NEGRINE, 1983).

2.5.2.1 Intervenções propostas nas aulas

Ter uma estrutura bem definida da aula para o professor se guiar, isso ajuda no

processo de ensino. Uma programação seria interessante composta por objetivos,

metodologia, recursos humanos, materiais variados e no final uma avaliação ou um

parecer do professor. Esta programação deve conter adaptações para se estender a

todos tipos de alunos e se não funcionar um atividade já ter uma variação pronta ou

outra atividade.

Os alunos devem ser freqüentemente encorajados e elogiados, pois eles

desanimam facilmente. se o aluno é muito agitado, deve receber bastante

responsabilidades, pois se sentem mais valorizados. Nunca provocar

constrangimento ou menosprezar nenhum aluno, seja com TDAH ou não. Tentar

trabalhar sempre em grupos pequenos, assim eles aprendem mais e bagunçam

menos. O professor deve também recompensar os esforços do aluno, com isso ele

se motiva mais à novas atividades. Favorecer a relação aluno- professor, isto

permite um maior controle sobre a criança além de proporcionar oportunidades de

reforço positivo e incentivo para um comportamento mais adequado.(NEGRINE,

1983).

2.5.3 Intervenção psicoterápica

Em algumas vezes as crianças necessitam de um acompanhamento

psicoterápico para o adequado manejo dos sintomas deste transtorno.(MATTOS,

2005). O tipo de intervenção é escolhido pelo profissional de saúde mental que

estiver tratando a criança e sua família. Muitas vezes o transtorno é acompanhado

de sintomas de depressão, ansiedade, baixa auto- estima. Assim o profissional deve

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utilizar estratégias de apoio e de compreensão das dificuldades pela qual a criança

estiver passando.

2.5.4 Tratamento farmacológico

Alguns estudos nos dizem que 70% das crianças e adolescentes com TDAH

apresentam melhoras com o uso correto de medicações nos seus sintomas de

desatenção, hiperatividade ou impulsividade na escola ou em casa. Mas não é em

todas as crianças que isto funciona, portanto deve- se usar um teste terapêutico,

iniciando o uso do remédio adequado e avaliar se há melhora significativa na

criança.

Os medicamentos mais utilizados no controle do TDAH são os psicoestimulantes

à base de cafeína que agem nas áreas cerebrais responsáveis pelo comportamento

inibitório, melhorando o “freio inibitório” fazendo com que estas crianças pensem

antes de agir. Isto porque estas crianças não pensam antes de fazer alguma coisa

errada, pondo em risco sua integridade física. Segue alguns medicamentos mais

utilizados.(MATTOS, 2005).

2.5.4.1 Ritalina ( metilfenidato )

É o medicamento mais utilizado no Brasil e são duas. As de curta duração e

as que são tomadas uma única vez ao dia que é o de ação prolongada. Trata- se de

um estimulante que age no sistema nervoso e aumenta a capacidade da criança de

se consentrar. Esta medicação pode causar sintomas gerais de dor de cabeça, mal-

estar, nauseas, vômitos e tonturas. Isso acontesse com uma parcela pequena de

crianças e adolecentes, mas que se perde com o uso continuado da medicação.

2.5.4.2 Strattera ( atomoxetina )

É um medicamento que que aumenta os níveis de noradrenalina, e em menor

grau de dopamina que não é estimulante e indicado para crianças, adolecentes e

adultos. Pode causar irritabilidade e maior dificuldade de dormir à noite. Se isto

acontecer deve ser ajustado a dose e não ministrar perto do meio dia e ou após.

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2.5.4.3 Trofanil ( antidepressivo )

Podem ser utilizados mesmo quando não existem sintomas de depressão. É

inferior à Ritalina, mas podem ter várias outras indicações além da sua indicação

principal, como por exemplo no tratamento de enxaqueca, tensão pré- menstrual e

ejaculação precosse. Pode causar perda de apetite, com a diminuição do peso ou

sua estabilização. Para isso é recomendado que se use após as refeições.

2.5.4.4 Atensina ( clonidina )

É um medicamento utilizado no tratamento da hipertensão arterial. Age mais

na hiperatividade do que na desatensão. O principal cuidado é justamente o controle

da pressão arterial da criança. É pouco utilizada.

Em um tratamento pode haver casos que é necessário mais de um medicamento.

Um exemplo é usar estimulante e clonidina juntos, especialmente quando o primeiro

causa insônia, exacerba, tiques ou provoca agitação. Também é usado dois

medicamentos simultaneamente quando existe uma co-morbidade junta. Assim

utiliza- se o medicamento específico para ela juntamente com o de TDAH.

Os pais se preocupam muito quanto a dependência ao uso dos estimulantes, pois

eles são feitos à base de anfetaminas. Mas nada indica que as crianças que usaram

o medicamento apresentam maior risco de abuso ou dependência da medicação ou

de drogas na adolescência. Os benefícios dos medicamentos são muito maiores que

eventuais riscos que eles possam causar.

Veja asseguir todos os medicamentos utilizados no tatamento de TDAH, retirado

do livro No Mundo da Lua (2005):

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Quadro 1 – Medicações Utilizadas no Tratamento do TDAH

MEDICAMENTOS DE PRIMEIRA LINHA

Nome químicoNomecomercial

DosagemDuraçãodo efeito

Metilfenidato (ação curta)

RitalinaMetadateMethylin

5 a 20mg de 2 a 3 vezes aodia

3 a 5horas

Metilfenidato (ação intermediária)

Ritalina LAMetadateERMethylinER

Ritalina LA: 20 a 40mg pelamanhã

Cerca de 8horas

Metilfenidato (ação prolongada)

ConcertaMetadateCD

Concerta: 18 a 72mg pelamanhã Cerca de

12 horas

Desmetilfenidato (metilfenidatomodificado de ação curta)

Focalin 2,5 a 10mg 2 vezes ao dia3 a 5horas

Anfetamina (ação curta)DexedrineDextrostat

5 a 15mg 2 vezes ao dia OU5 a 10mg 3 vezes ao dia

4 a 6horas

Anfetamina (ação intermediária)

AdderallDexedrineSpansule

5 a 30mg 1 vez ao dia OU5 a 15mg 2 vezes ao dia

6 a 8horas

Anfetamina (ação prolongada) Aderall XR 10 a 30mg 1 vez ao diaCerca de12 horas

Atomoxetina Strattera 10,18,25,40 e 60mg 1 ao diaCerca de24 horas

MEDICAMENTOS DE SEGUNDA LINHA (não são a primeira opção)

Imipramina (antidepressivo) Tofranil2,5 a 5mg por kg de pesodivididos em 2 doses

Nortriptilina (antidepressivo) Pamelor1 a 2,5mg por kg de pesodivididos em 2 doses

Desipramina (antidepressivo) Norpramin2,5 a 5mg por kg de pesodivididos em 2 doses

Bupropiona (antidepressivo)

WellbutrinWellbutrinSR

50 a 100mg 1 a 3 vezes aodia (Wellbutrin) OU100 a 150mg 2 vezes ao dia(Wellbutrin SR)

Clonidina (medicamento anti-hipertensivo) Atensina

0,01mg ao deitar ou 2 vezesao dia

12 a 24horas

Fonte: MATTOS, 2005, p.163.

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3 MARCO TEÓRICO METODOLÓGICO

3.1 Pesquisa Qualitativa

Neste trabalho monográfico foi utilizado uma pesquisa qualitativa de

investigação, observações e uma entrevista semi-estruturada, que procura explorar

a fundo os conceito, comportamentos, opiniões e atributos daquilo que é

pesquisado.

A pesquisa qualitativa tem também o objetivo de avaliar os aspectos

emocionais e intencionais nas opiniões daqueles que são observados utilizando

entrevistas, discussões, observações e estudo documental. (CAUDURO, 2004, p.20)

Escolhi a pesquisa qualitativa pois ela tende a interpretar melhor os dados

obtidos através de observações e entrevistas, fazendo uma análise mais verdadeira.

3.2 Instrumentos de Coletas de Dados

Os instrumentos utilizados foram a observação presencial e a entrevista semi-

estruturada.

3.2.1 Observação

A observação é o principal meio de buscar informações sobre um

determinado contexto. Serve para observar algo ou alguém para que se obtenha

informações sobre o mesmo.

Negrine (1999) afirma que “é fundamental que a observação das pessoas se

realize num contexto real no qual desenvolvem normalmente suas atividades”.

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Neste estudo foi utilizado esse método para verificar o nível de conhecimento

dos professores de escolas duas escolas estaduais.

3.2.2 Entrevista

Para entender o nível de conhecimento dos professores das escolas

estaduais, foi visitado 2 escolas estaduais e aplicado uma entrevista semi-

estruturada pelo autor desse trabalho monográfico. Na entrevista constavam 5

perguntas para 4 professores que se em suas turmas tinham crianças hiperativas.

Em todos os casos os professores identificaram o Transtorno de Déficit de Atenção

nas crianças.

Conforme Negrine (1999, p.80) “[...] o pesquisador ao proceder a análise das

respostas dadas pelos participantes, deve poder interpretá-las e, de certa forma,

encontrar respostas para seu projeto inicial”.

A entrevista foi escolhida e utilizada nesta pesquisa, sendo aplicado aos

professores que fazem parte do grupo que está participando do processo

investigativo.

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4 MATERIAL UTILIZADO NO TRABALHO

4.1 Entrevistas e Observações

4.1.1 Cronograma das Entrevistas e Observações

Quadro 2 - Cronograma

DATA LOCAL OBJETIVO PROFESSOR

10/04/2007 Escola A Entrevista nº 1 Professor 1

12/04/2007 Escola A Entrevista nº 2 Professor 2

16/04/2007 Escola B Entrevista nº 3 Professor 3

18/04/2007 Escola B Entrevista nº 4 Professor 4

23/04/2007 Escola A Observação nº 1 Criança 1

24/04/2007 Escola A Observação nº 2 Criança 2

25/04/2007 Escola B Observação nº 3 Criança 3

26/04/2007 Escola B Observação nº 4 Criança 4

Fonte: Próprio autor, 2007.

4.1.2 Espaço de coleta

Os espaços utilizados para a pesquisa foram duas escolas estaduais, do

município de Canoas, que tem em seu efetivo alunos hiperativos e alunos ditos

normais que estudam juntos sem distinção. Foram denominados de Escola A e

Escola B.

A Escola A é composta por duas quadras e uma pracinha. Possui um efetivo

de duas bolas de vôlei, uma de futebol de salão e uma de basquete. As aulas foram

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observadas nos cinco períodos, sendo dois de Educação Física. O tempo de

duração de cada período é de 45 minutos, e um intervalo de 15 minutos.

A Escola B é composta por duas quadras também e uma pracinha com estilo

mais rústica e um espaço reservado para as crianças com desenhos pintados no

chão para brincadeiras como amarelinha. O tempo de cada período é de 45 minutos

e o recreio é de 15 minutos.

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5 CONTEXTO INVESTIGADO

5.1 População

A pesquisa foi realizada em duas escolas estaduais do município de Canoas.

Foram entrevistados quatro profissionais da área de Educação Física que

estão atuando durante o período da pesquisa como professores da mesma, sendo

estes responsáveis pela elaboração e planejamento das aulas.

Na Escola A, foram entrevistado uma Professora formada no ano de 2002, um

professor formado no ano de 1999. Nesta escola foi observado uma criança de 7

anos e uma de 9 anos durante todo o turno.

Na escola B, foram entrevistados um professor formado no ano de 2003 e

uma professora formada no ano de 2004. Nesta escola foi observado uma criança

de 7 anos e uma de 8 anos durante todo o turno.

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6 ANÁLISE E INTREPRETAÇÃO

Após concluir as entrevistas, as observações, e a pesquisa bibliográfica,

chega o momento de cruzar as informações para que se obtenha os resultados da

pesquisa.

6.1 Análise a partir das perguntas norteadoras:

As perguntas Norteadoras a seguir procuram delinear o contexto investigado.

6.1.1 Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção? E o que significa?

Transtorno de Déficit de Atenção caracteriza-se pela inquietação motora, falta

de atenção e impulsividade. É de fundamental importância que os professores

tenham uma noção e saibam pelo menos diferenciar uma criança normal de uma

hiperativa. O profissional deve ter consciência de sempre estar buscando novos

conhecimentos que enriqueçam tal atividade. E assim elaborando seus planos de

aula com objetivos bem definidos para que se obtenha sucesso na prática.

A partir da análise dos questionários constatei que os professores possuem

um conhecimento muito básico, nenhum mencionou fazer cursos para se aperfeiçoar

e nem procurar na literatura. Em nossas aulas, principalmente se tratando de

crianças com Déficit de Atenção, precisamos estar sempre bem informados de

intervenções e novas metodologias.

Sim. É relativo a conduta e atenção da criança. ( Professor 1 escola A)Sim. São crianças hiperativas. ( Professor 2 escola B)Sim são crianças com dificuldades de concentração. (Professor 3 escola B)Para mim é uma criança que não para quieta, está sempre fazendo algumacoisa para chamar atenção. ( Professor 4 escola B)

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Outro fator importante constatado foi a falta de conhecimento técnico sobre o

problema, visto que as repostas foram simplificadas. “[…] São crianças hiperativas.”

( Professor 2 escola B)

6.1.2 Você saberia diferenciar uma criança dita normal de uma hiperativa?

É preciso que tenhamos cuidado, no sentido de tentar diferenciar quais são as

crianças que realmente possuem um desvio em sua atenção, daquelas que, na

verdade, possuem um comportamento inadequado. (CAUDURO, 2002, p. 73)

Esta situação é muito freqüente de os professores rotularem as crianças

chamando-os de hiperativos, sem um diagnóstico médico.

Se for uma criança muito bagunceira e não hiperativa acho que enganaria”.( Professor 3 escola B)

Esta resposta é um exemplo da realidade que estamos vivendo em nossas

escolas estaduais do município de Canoas.

Outro caso onde foi visivelmente verificada esta situação ocorreu em:

É difícil, mas acho que sim. (Professor 1 escola A)Sim, o hiperativo se sobressai de outra criança. (Professor 2 escola A)Sim, você nota de longe uma criança que possui algum distúrbio.(Professor 4 escola B)

Após a observação da aula pude verificar que é complicado dar uma aula se

tu não tiveres sempre um controle sobre o aluno, não expondo-o como chamar sua

atenção na frente dos colegas, mas o incentivando e o elogiando após um acerto.

6.1.3 Você conhece algum sintoma de hiperatividade?

As metodologias encontradas durante a pesquisa variam de professor para

professor e de escola para escola. Fazendo uma análise geral verificou-se que eles

conhecem sim, alguns sintomas.

Mas vale lembrar que para ser hiperativo deve constar pelo menos seis dos

nove sintomas de um dos quadros citados, permanecer por pelo menos por seis

meses e que causem problemas em dois contextos diferentes( casa, escola).

(MATTOS, 2005, p. 22)

Eles não param um minuto, estão sempre bagunçando. (Professor 1 escolaA)

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São bagunceiros, conversadores e não prestam atenção em aula.(Professor 2 escola A)O meu aluno perturba a aula, os colegas e age sem pensar. (Professor 3escola B)São muitos inquietos e sem ouvidos. (Professor 4 escola B)

6.1.4 Você já se deparou com algum caso de hiperatividade?

Cada experiência vivênciada ao longo dos anos melhora nossa visão do

problema e nos desafia a se aprofundar nos assuntos buscando a melhora de nosso

currículo.

Encaixando todos esses temas desenvolvidos até o momento, resultado de

vários anos de estudos e leituras de diversos autores, retiramos pensamentos e

conceitos, organizando em uma sistematização. ( CAUDURO, 2005)

Freqüentemente. (Professor 1 escola A)Sim. (Professor 2 escola A)Já me deparei em quase todas as turmas que trabalhei. (Professor 3 escolaB)Este ano estou com 1 aluno. (Professor 4 escola B)

6.1.5 Que atitude você toma quanto a esses alunos?

Um dos objetivos fundamentais desta pesquisa foi o de saber o que estava

sendo feito nas escolas pelos professores. Qual tipo de metodologia estão

utilizando, e qual o nível de conhecimento deles.

Procuro estar sempre chamando sua atenção para que ele se foque naaula e fazer o que lhe é determinado. (Professor 1 escola A)

Este professor me chamou atenção por sua falta de metodologia com seus

alunos, e principalmente com o hiperativo. Com muita dificuldade de fazer a

chamada foi liberando seus alunos um a um, de forma que os que estavam quietos

saiam primeiro. A criança hiperativa ficou quase por último, o que o deixou meio

desmotivado. Logo após liberar todos quando foi para a quadra os alunos estavam

dispersos, o que demorou mais uns 10 minutos para reunir e dar a atividade.

Faço eles me ajudar em aula, sendo como um auxiliar buscando bolas,pegando material, assim não tenho nenhum problema com eles. (Professor2 escola A)Aplico jogos e tento fazer com que eles não parem para que gastem bemsuas energias. (Professor 3 escola B)

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Observar o aluno, conversar com ma família, identificar se a criança temalgum atendimento com outros profissionais e principalmente, participar aescola do que está acontecendo. Procuro realizar um trabalho em equipecom a família, escola e os outros professores. (Professor 4 escola B)

Um controle do professor nas séries iniciais, pode melhorar os malefícios que

TDAH traz à vida da criança, por isso que venho frisar novamente de como é

importante o papel do professor e de seu trabalho de qualidade para que as

experiências negativas da criança não perdure para a adolescência de uma forma

mais crítica.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após ter feito a triangulação dos resultados obtidos através dos instrumentos

de coleta de dados, conclui que a presença de professores compreensivos e que

dominem o conhecimento a respeito do transtorno, a disponibilidade de sistemas de

apoio e oportunidades para se engajar em atividades que conduzem ao sucesso nas

aulas de Educação Física são obrigatórios para que as crianças possam

desenvolver todo seu potencial.

Os resultados encontrados após este estudo trazem informações relevantes

para contextualizar a importância da metodologia encontrada nas aulas, pois

percebe-se que esta tem um papel fundamental para a continuação de sua prática

durante a adolescência.

Nas escolas pesquisadas os professores vem fazendo um bom trabalho se

empenhando ao máximo, mas o que está deficiente é a falta de novos

embasamentos e métodos em sua vida profissional.

Outro item importante a ser concluído é que o público em questão tem idade

de 7 a 9 anos, então a forma de ensino deve ser principalmente lúdica, para que

chame a atenção da criança e se torne mais prazerosa. Pois assim ela irá ainda

trabalhar a exteriorização que apresentam, em geral, baixa auto estima e a

socialização entre outros.

Portanto o ensino das escolas fica a critério do bom senso do profissional que

trabalha com as séries iniciais. Este deve buscar novas informações e práticas

pedagógicas, visto que ele será o que mais facilmente perceberá quando o aluno

está com problemas de atenção, aprendizagem, comportamento, emocional e

afetivo.

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REFERÊNCIAS

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CAUDURO, Maria Teresa. Motor… motricidade… psicomotricidade… comoentender? Novo Hamburgo: Feevale, 2002.

CAUDURO, Maria T. (Org). Investigação física e esportes. Novo Hamburgo:Feevale, 2004.

CÓRIA-SABINI, Maria Aparecida. Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo:Editora Ática, 1998.

FARIA, Anália Rodrigues de. O desenvolvimento da criança e do adolescentesegundo Piaget. São Paulo: Ática, 1989.

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introduçãoao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1980.

GOLDSTEIN, Sam. Manual para a escola do TDAH: versão para professores.Academic Press, 2002.

MATTOS, Paulo. No mundo da lua: perguntas e respostas sobre Transtorno deDéficit de Atenção com Hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4 ed.São Paulo: Lemos Editorial, 2005.

MEINEL, K. Motricidade I – Teoria da motricidade esportiva sob o aspectopedagógico. Rios de Janeiro: Ed. Ao livro técnico S/A indústria e comércio, 1987.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem & desenvolvimento infantil: perspectivas psico-pedagógicas. Porto Alegre: PRODIL, 1994.

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NEGRINE, Aírton. Instrumentos de coleta de informações na pesquisa qualitativa. In:MOLINA NETO, Vicente; TRIVIÑOS, Augusto N. S. A Pesquisa qualitativa naEducação Física. Porto Alegre: Editora da Universidade/Sulina, 1999.

NEGRINE, Airton. O Corpo na Educação Infantil. Caxias do Sul: EDUCS, 2002.

OLIVEIRA, Gislene de C. Psicomotricidade – Educação e Reeducação numenfoque Psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes,1997.

PIAGET, J. A Psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahareditores, 1982.

ROHDE, Luis Augusto. Princípios e práticas em transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

ROHDE, Luis Augusto. Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade: o queé? Como ajudar?. Porto Alegre: Artmed, 1999.

SILVA, Ana Beatriz. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoasdistraídas, compulsivas e hiperativas. São Paulo: Gente, 2003.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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APÊNDICE - A - Entrevistas

7.1 Entrevistas para professores de escolas estaduais

7.1.1 Entrevista com professor 1 escola A

1) Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção? E o que significa?

R: Sim. É relativo a conduta de atenção da criança

2) Você saberia diferenciar uma criança dita normal de uma hiperativa?

R: É difícil, mas acho que sim.

3) Você conhece algum sintoma de hiperatividade?

R: Eles não param um minuto, estão sempre bagunçando.

4) Você já se deparou com algum caso de hiperatividade?

R: Freqüentemente, hoje estou com um aluno.

5) Que atitude você toma quanto a esses assuntos?

R: Procuro estar sempre chamando sua atenção para que ele se foque na aula e

fazer o que lhe é determinado.

7.1.2 Entrevista com professor 2 escola A

1) Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção? E o que significa?

R: Sim. Déficit de Atenção é quando a criança não consegue prestar atenção na

aula, e nas tarefas que é determinado.

2) Você saberia diferenciar uma criança dita normal de uma hiperativa?

R: Sim , o hiperativo se sobre sai de outra criança.

3) Você conhece algum sintoma de hiperatividade?

R: São bagunceiros, conversadores e não prestam atenção em aula.

4) Você já se deparou com algum caso de hiperatividade?

R: Sim.

5) Que atitude você toma quanto a esses assuntos?

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R: Faço eles me ajudar em aula buscando bolas, pegando material, sendo como um

auxiliar, assim não tenho nenhum problema com eles.

7.1.3 Entrevista com professor 3 escola B

1) Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção? E o que significa?

R: Sim. São crianças que tem dificuldades de concentração.

2) Você saberia diferenciar uma criança dita normal de uma hiperativa?

R: Se for uma criança muito bagunceira e não hiperativa acho que me enganaria.

3) Você conhece algum sintoma de hiperatividade?

R: O meu aluno perturba a aula, os colegas e agem sem pensar.

4) Você já se deparou com algum caso de hiperatividade?

R: Já me deparei em quase todas as turmas que trabalhei.

5) Que atitude você toma quanto a esses assuntos?

R: Aplico jogos e tento fazer com que eles não parem para que gastem bem suas

energias.

7.1.4 Entrevista com professor 4 escola B

1) Você sabe o que é Transtorno de Déficit de Atenção? E o que significa?

R: Para mim é uma criança que não para quieta, está sempre fazendo alguma coisa

para chamar atenção.

2) Você saberia diferenciar uma criança dita normal de uma hiperativa?

R: Sim, você nota de longe uma criança que possui algum distúrbio.

3) Você conhece algum sintoma de hiperatividade?

R: São muito inquietos e sem ouvidos

4) Você já se deparou com algum caso de hiperatividade?

R: Este ano tenho duas crianças.

5) Que atitude você toma quanto a esses assuntos?

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R: Observar a criança em sua totalidade, conversar com a família, identificar se esta

criança tem algum atendimento com outros profissionais e, principalmente, participar

a escola do que está acontecendo.