TratadoMEE ResAR 80 2012

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012 3025

    PRESIDNCIA DA REPBLICA

    Decreto do Presidente da Repblica n. 93/2012

    de 19 de junho

    O Presidente da Repblica decreta, nos termos do ar-tigo 135., alneab), da Constituio, o seguinte:

    ratificado o Tratado que cria o Mecanismo Europeude Estabilidade entre o Reino da Blgica, a RepblicaFederal da Alemanha, a Repblica da Estnia, a Irlanda,a Repblica Helnica, o Reino de Espanha, a RepblicaFrancesa, a Repblica Italiana, a Repblica de Chipre, oGro-Ducado do Luxemburgo, Malta, o Reino dos PasesBaixos, a Repblica da ustria, a Repblica Portuguesa,a Repblica da Eslovnia, a Repblica Eslovaca e a Re-pblica da Finlndia, assinado em Bruxelas em 2 de feve-reiro de 2012, aprovado pela Resoluo da Assembleia daRepblica n. 80/2012, em 13 de abril de 2012.

    Assinado em 12 de junho de 2012.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, ANBALCAVACOSILVA.

    Referendado em 15 de junho de 2012.

    O Primeiro-Ministro,Pedro Passos Coelho.

    Decreto do Presidente da Repblica n. 94/2012

    de 19 de junho

    O Presidente da Repblica decreta, nos termos do ar-tigo 135., alneaa), da Constituio, o seguinte:

    nomeado, sob proposta do Governo, o ministro ple-

    nipotencirio de 2. classe Lus Filipe Melo e Faro Ramospara o cargo de Embaixador de Portugal em Tunes.

    Assinado em 14 de junho de 2012.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, ANBALCAVACOSILVA.

    Referendado em 17 de junho de 2012.

    O Primeiro-Ministro,Pedro Passos Coelho. O Minis-tro de Estado e dos Negcios Estrangeiros,Paulo SacaduraCabral Portas.

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA

    Resoluo da Assembleia da Repblica n. 80/2012

    Aprova o Tratado que cria o Mecanismo Europeu de Estabilidadeentre o Reino da Blgica, a Repblica Federal da Alemanha, aRepblica da Estnia, a Irlanda, a Repblica Helnica, o Reinode Espanha, a Repblica Francesa, a Repblica Italiana, a Re-pblica de Chipre, o Gro-Ducado do Luxemburgo, Malta, oReino dos Pases Baixos, a Repblica da ustria, a RepblicaPortuguesa, a Repblica da Eslovnia, a Repblica Eslovacae a Repblica da Finlndia, assinado em Bruxelas em 2 defevereiro de 2012.

    A Assembleia da Repblica resolve, nos termos daalnea i) do artigo 161. e do n. 5 do artigo 166. daConstituio, aprovar o Tratado que cria o MecanismoEuropeu de Estabilidade entre o Reino da Blgica, a

    Repblica Federal da Alemanha, a Repblica da Estnia,a Irlanda, a Repblica Helnica, o Reino de Espanha, aRepblica Francesa, a Repblica Italiana, a Repblicade Chipre, o Gro-Ducado do Luxemburgo, Malta, oReino dos Pases Baixos, a Repblica da ustria, aRepblica Portuguesa, a Repblica da Eslovnia, a Re-

    pblica Eslovaca e a Repblica da Finlndia, assinadoem Bruxelas em 2 de fevereiro de 2012, cujo texto, naverso autenticada em lngua portuguesa, se publicaem anexo.

    Aprovada em 13 de abril de 2012.

    A Presidente da Assembleia da Repblica, Maria daAssuno A. Esteves.

    TRATADO QUE CRIA O MECANISMO EUROPEU DE ESTABILIDADEENTRE O REINO DA BLGICA, A REPBLICA FEDERAL DAALEMANHA, A REPBLICA DA ESTNIA, A IRLANDA, A REP-BLICA HELNICA, O REINO DE ESPANHA, A REPBLICA FRAN-CESA, A REPBLICA ITALIANA, A REPBLICA DE CHIPRE, O

    GRO-DUCADO DO LUXEMBURGO, MALTA, O REINO DOSPASES BAIXOS, A REPBLICA DA USTRIA, A REPBLICAPORTUGUESA, A REPBLICA DA ESLOVNIA, A REPBLICAESLOVACA E A REPBLICA DA FINLNDIA.

    As Partes Contratantes, o Reino da Blgica, a RepblicaFederal da Alemanha, a Repblica da Estnia, a Irlanda,a Repblica Helnica, o Reino de Espanha, a RepblicaFrancesa, a Repblica Italiana, a Repblica de Chipre, oGro-Ducado do Luxemburgo, Malta, o Reino dos PasesBaixos, a Repblica da ustria, a Repblica Portuguesa,a Repblica da Eslovnia, a Repblica Eslovaca e a Rep-

    blica da Finlndia (a seguir designadas Estados membrosda rea do euro ou membros do MEE):

    Empenhadas em garantir a estabilidade financeira darea do euro;

    Recordando as concluses do Conselho Europeu, ado-tadas em 25 de maro de 2011, sobre a criao de ummecanismo europeu de estabilidade;

    Considerando o seguinte:

    1) Em 17 de dezembro de 2010, o Conselho Europeuchegou a acordo sobre a necessidade de os Estadosmembros da rea do euro criarem um mecanismo per-manente de estabilidade. O Mecanismo Europeu deEstabilidade (MEE) assumir as atribuies atualmentecometidas ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira

    (FEEF) e ao Mecanismo Europeu de Estabilizao Fi-nanceira (MEEF) para a prestao, quando necessrio,de assistncia financeira aos Estados membros da reado euro;

    2) Em 25 de maro de 2011, o Conselho Europeu ado-tou a Deciso n. 2011/199/UE, que altera o artigo 136.do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Euro-peia no que Respeita a um Mecanismo de Estabilidadepara os Estados Membros cuja Moeda seja o Euro (JO,n. L 91, de 6 de abril de 2011, p. 1), aditando o se-guinte pargrafo ao artigo 136.: Os Estados membroscuja moeda seja o euro podem criar um mecanismode estabilidade a acionar caso seja indispensvel parasalvaguardar a estabilidade da rea do euro no seu todo.

    A concesso de qualquer assistncia financeira neces-sria ao abrigo do mecanismo ficar sujeita a rigorosacondicionalidade.;

    3) Com vista a aumentar a eficcia da assistncia finan-ceira e a evitar o risco de contgio, os chefes de estado ou

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    de governo dos Estados membros cuja moeda o euro acor-daram, em 21 de julho de 2011, reforar a flexibilidade[do MEE] a par de uma condicionalidade adequada;

    4) A escrupulosa observncia do quadro estabelecidopela Unio Europeia da superviso macroeconmicaintegrada, em especial do Pacto de Estabilidade e Cres-

    cimento, do quadro aplicvel aos desequilbrios macroe-conmicos e das regras relativas governao econmicada Unio Europeia, continuar a ser a principal defesacontra as crises de confiana que afetem a estabilidadeda rea do euro;

    5) Em 9 de dezembro de 2011, os chefes de estado oude governo dos Estados membros cuja moeda o euroacordaram em avanar para uma unio econmica maisforte, incluindo um novo pacto oramental e uma coor-denao reforada das polticas econmicas atravs deum acordo internacional, o Tratado sobre a Estabilidade,a Coordenao e a Governao na Unio Econmica eMonetria (TECG). O TECG contribuir para desenvolveruma coordenao mais estreita na rea do euro a fim deassegurar uma gesto duradoura, s e robusta das finanas

    pblicas e desse modo lidar com uma das principais fontesde instabilidade financeira. O presente Tratado e o TECGcomplementam-se na promoo da responsabilidade e so-lidariedade oramentais na unio econmica e monetria.Reconhece-se e acorda-se que a concesso de assistnciafinanceira no quadro de novos programas ao abrigo doMEE fica condicionada, a partir de 1 de maro de 2013, ratificao do TECG pelo membro do MEE em questo e,aquando da caducidade do perodo de transposio a quese refere o artigo 3., n. 2, do TECG, ao cumprimento dosrequisitos estabelecidos nesse artigo;

    6) Uma vez que h na rea do euro uma forte inter-

    dependncia, a existncia de riscos graves para a esta-bilidade financeira dos Estados membros cuja moeda o euro pode pr em perigo a estabilidade financeira detoda a rea do euro. O MEE pode, pois, prestar apoiode estabilidade com base em rigorosa condicionalidade,adequada ao instrumento de assistncia financeira es-colhido, se tal for indispensvel para salvaguardar aestabilidade financeira da rea do euro no seu todo e dosseus Estados membros. A capacidade de financiamentomxima inicial do MEE fixada em 500 mil milhesde euros, incluindo o apoio de estabilidade no quadrodo FEEF j concedido. A adequao da capacidade definanciamento mxima conjunta do MEE e do FEEF

    ser, todavia, reavaliada antes da entrada em vigor dopresente Tratado. Se tal for adequado, a capacidade seraumentada pelo Conselho de Governadores do MEE,nos termos do artigo 10., aquando da entrada em vigordo presente Tratado;

    7) Todos os Estados membros da rea do euro seromembros do MEE. Um Estado membro da Unio Europeiaque adira rea do euro passar a ser membro do MEEcom os mesmos direitos e obrigaes que os das PartesContratantes;

    8) O MEE cooperar estreitamente com o Fundo Mo-netrio Internacional (FMI) na concesso de apoio deestabilidade. Solicitar-se- a participao ativa do FMItanto num plano tcnico como financeiro. Espera-se dos

    Estados membros da rea do euro que solicitem assistnciafinanceira ao MEE que, sempre que possvel, dirijam umpedido anlogo ao FMI;

    9) Os Estados membros da Unio Europeia cuja moedano o euro (Estados membros que no integram a rea

    do euro) e que participem numa base ad hoc,a par doMEE, numa operao de estabilizao a Estados membrosda rea do euro sero convidados a participar, na qualidadede observadores, nas reunies do MEE aquando da discus-so desse apoio de estabilidade e da sua monitorizao.Tero acesso a todas as informaes atempadamente e

    sero devidamente consultados.10) Em 20 de junho de 2011, os representantes dosGovernos dos Estados membros da Unio Europeiaautorizaram as Partes Contratantes no presente Tratadoa solicitar Comisso Europeia e ao Banco CentralEuropeu (BCE) que desempenhem as atribuies neleprevistas;

    11) Na sua declarao de 28 de novembro de 2010, oEurogrupo indicou que clusulas de ao coletiva (CAC)normalizadas e idnticas seriam includas, em moldesque preservem a liquidez do mercado, nos termos e con-dies de todas as novas obrigaes do Estado da rea doeuro. Tal como pedido pelo Conselho Europeu em 25 demaro de 2011, as disposies jurdicas pormenorizadas

    para incluir as CAC nos ttulos da dvida pblica darea do euro foram ultimadas pelo Comit Econmicoe Financeiro;

    12) De acordo com a prtica do FMI, em casos ex-cecionais, a participao adequada e proporcionada dosetor privado considerada nos casos em que o apoiode estabilidade seja prestado acompanhado por condi-cionalidade sob forma de um programa de ajustamentomacroeconmico;

    13) Tal como o FMI, o MEE prestar apoio de estabi-lidade a membros do MEE quando o seu acesso regulara financiamento pelo mercado estiver comprometido ouem risco de o ser. Nessa linha, os chefes de estado ou de

    governo declararam que os emprstimos do MEE benefi-ciaro do estatuto de credor privilegiado de modo anlogoaos do FMI, aceitando no entanto que o estatuto de credor

    privilegiado do FMI prevalea sobre o do MEE. Esse esta-tuto ser aplicvel a partir da data de entrada em vigor dopresente Tratado. Na hiptese de assistncia financeira doMEE, sob a forma de emprstimos do MEE, subsequentea um programa europeu de assistncia financeira em vigor data de assinatura do presente Tratado, o MEE gozar damesma prioridade que os demais emprstimos e obriga-es do membro do MEE beneficirio, com exceo dosemprstimos do FMI.

    14) Os Estados membros da rea do euro apoiaro a

    equivalncia entre o estatuto de credor do MEE e o deoutros Estados que concedam emprstimos a ttulo bilateralem coordenao com o MEE;

    15) As condies de financiamento do MEE para os Es-tados membros submetidos a um programa de ajustamentomacroeconmico, incluindo as referidas no artigo 40. do

    presente Tratado, devem cobrir os custos de financiamentoe operacionais do MEE e devero ser compatveis comas condies de financiamento dos acordos relativos aoinstrumento de assistncia financeira assinados entre oFEEF, a Irlanda e o Central Bank of Ireland, por um lado,e entre o FEEF, a Repblica Portuguesa e o Banco dePortugal, por outro;

    16) O Tribunal de Justia da Unio Europeia dever

    ser competente para conhecer dos litgios entre as PartesContratantes, ou entre estas e o MEE, em matria de in-terpretao e aplicao do presente Tratado, nos termos doartigo 273. do Tratado sobre o Funcionamento da UnioEuropeia (TFUE);

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    17) A superviso ps-programa ser levada a cabo pelaComisso Europeia e pelo Conselho da Unio Europeiano mbito dos artigos 121. e 136. do TFUE;

    acordaram no seguinte:

    CAPTULO 1

    Participao e misso

    Artigo 1.

    Constituio e membros

    1 As Partes Contratantes constituem entre si pelopresente Tratado uma instituio financeira internacional,a designar Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

    2 As Partes Contratantes so membros do MEE.

    Artigo 2.

    Novos membros

    1 A adeso ao MEE est aberta aos demais Estadosmembros da Unio Europeia a partir da entrada em vigorda deciso do Conselho da Unio Europeia, adotada nostermos do artigo 140., n. 2, do TFUE, que revogar arespetiva derrogao de adotarem o euro.

    2 Os novos membros do MEE so admitidos nosmesmos termos e condies que os atuais membros doMEE, nos termos do artigo 44.

    3 Os novos membros que aderirem ao MEE aps asua constituio recebem, como contrapartida da respe-tiva contribuio para o capital, partes de capital do MEEcalculadas segundo a chave de contribuio estabelecida

    no artigo 11.

    Artigo 3.

    Misso

    O MEE tem como misso reunir fundos e prestar apoiode estabilidade, sob rigorosa condicionalidade, adequadaao instrumento financeiro escolhido, em benefcio de mem-

    bros do MEE que estejam a ser afetados ou ameaados porgraves problemas de financiamento, se tal for indispensvel

    para salvaguardar a estabilidade financeira da rea do eurono seu todo e dos seus Estados membros. Para o efeito, oMEE fica autorizado a reunir fundos atravs da emissode instrumentos financeiros ou da celebrao de acordosou convnios financeiros ou de outra natureza com osmembros do MEE, instituies financeiras ou terceiros.

    CAPTULO 2

    Governao

    Artigo 4.

    Estrutura e sistema de votao

    1 O MEE constitudo por um Conselho de Gover-nadores e um Conselho de Administrao, bem como porum Diretor Executivo e pelo restante pessoal prprio que

    for necessrio.2 As decises do Conselho de Governadores e do

    Conselho de Administrao so tomadas de comum acordo,por maioria qualificada ou por maioria simples, tal comoespecificado no presente Tratado. Uma deciso s pode

    ser tomada se estiver presente um qurum de dois terosdos membros representando pelo menos dois teros dosdireitos de voto.

    3 A adoo de uma deciso de comum acordo exigea unanimidade dos membros participantes na votao.As abstenes no impedem a adoo de uma deciso de

    comum acordo.4 Em derrogao do n. 3, recorre-se a um procedi-mento urgente de votao nos casos em que tanto a Comis-so Europeia como o BCE conclurem que a no adoourgente de uma deciso de concesso ou execuo de assis-tncia financeira, tal como definida nos artigos 13. a 18.,ameaaria a sustentabilidade econmica e financeira darea do euro. A adoo de uma deciso de comum acordo

    pelo Conselho de Governadores a que se refere o artigo 5.,n. 6, alneas f) eg),e pelo Conselho de Administraopelo procedimento urgente referido exige uma maioriaqualificada de 85 % dos votos expressos.

    Caso se recorra ao procedimento urgente a que se refere

    o primeiro pargrafo, feita uma transferncia do fundo dereserva e ou do capital realizado para um fundo de reservade emergncia, a fim de constituir uma reserva especficaque cubra os riscos resultantes do apoio financeiro conce-dido por fora do procedimento urgente referido. O Con-selho de Governadores pode decidir cancelar o fundo dereserva de emergncia e transferir o seu contedo de voltapara o fundo de reserva e ou o capital realizado.

    5 A adoo de uma deciso por maioria qualificadaexige 80 % dos votos expressos.

    6 A adoo de uma deciso por maioria simples exigea maioria dos votos expressos.

    7 Os direitos de voto de cada membro do MEE, exer-

    cidos pela pessoa por aquele nomeada ou pelo represen-tante dela no Conselho de Governadores ou no Conselhode Administrao, so iguais ao nmero de partes de capitalque esse membro tiver subscrito no capital autorizado doMEE, tal como estabelecido no anexo II.

    8 O membro do MEE que no realizar uma parte dassuas obrigaes relativamente s partes de capital realizadoou s mobilizaes de capital nos termos dos artigos 8.,9. e 10., ou relativamente ao reembolso da assistnciafinanceira concedida nos termos do artigo 16. ou 17.,fica inibido do exerccio dos seus direitos de voto durantetodo o perodo de incumprimento. Os limiares de voto sorecalculados em conformidade.

    Artigo 5.Conselho de governadores

    1 Cada membro do MEE nomeia um governador eum governador suplente. Os respetivos mandatos so revo-gveis a qualquer momento. O governador o membro dogoverno do membro do MEE responsvel pelas finanas.O governador suplente tem plenos poderes para agir emnome do governador quando este no estiver presente.

    2 O Conselho de Governadores decide ser presididopelo Presidente do Eurogrupo, a que se refere o Protocolo(n. 14) Relativo ao Eurogrupo, anexo ao Tratado da UnioEuropeia e ao TFUE, ou eleger de entre os seus membros

    um presidente e um vice-presidente por um mandato dedois anos. O presidente e o vice-presidente podem serreeleitos. So realizadas sem demora novas eleies seum titular deixar de exercer as funes necessrias paraser designado governador.

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    3 O membro da Comisso Europeia responsvelpelos assuntos econmicos e monetrios e o Presidentedo BCE, bem como o Presidente do Eurogrupo se nofor presidente do Conselho de Governadores ou um dosgovernadores, podem participar nas reunies do Conselhode Governadores na qualidade de observadores.

    4 Os representantes dos Estados membros que nointegram a rea do euro e que participem numa base ad hoc,a par do MEE, numa operao de apoio de estabilidade aEstados membros da rea do euro tambm so convidadosa participar nas reunies do Conselho de Governadores,na qualidade de observadores, aquando da discusso desseapoio de estabilidade e da sua monitorizao.

    5 O Conselho de Governadores pode convidar, attulo ad hoc,outras pessoas, incluindo representantesde instituies ou organizaes, como o FMI, a assistir areunies na qualidade de observadores.

    6 O Conselho de Governadores toma as seguintesdecises de comum acordo:

    a) O cancelamento do fundo de reserva de emergnciae a transferncia do seu contedo de volta ao fundo dereserva e ou ao capital realizado, nos termos do artigo 4.,n. 4;

    b) A emisso de novas aes que no ao par, nos termosdo artigo 8., n. 2;

    c) As mobilizaes de capital, nos termos do artigo 9.,n. 1;

    d) As alteraes ao capital autorizado e a adaptao dacapacidade de financiamento mxima do MEE, nos termosdo artigo 10., n. 1;

    e) A tomada em conta de uma eventual atualizao databela de contribuio para o capital do BCE, nos termosdo artigo 11., n. 3, e as alteraes ao anexo I, nos termosdo artigo 11., n. 6;

    f) A concesso de apoio de estabilidade pelo MEE, in-cluindo a condicionalidade de poltica econmica pre-vista no memorando de entendimento a que se refere oartigo 13., n. 3, a escolha de instrumentos e a determi-nao dos termos financeiros e condies, nos termos dosartigos 12. a 18.;

    g) O mandato a atribuir Comisso Europeia para ne-gociar, em articulao com o BCE, a condicionalidadede poltica econmica que acompanha cada assistnciafinanceira, nos termos do artigo 13., n. 3;

    h) As alteraes poltica de fixao de juros e s orien-

    taes sobre a fixao dos mesmos para efeitos da assis-tncia financeira, nos termos do artigo 20.;

    i) As alteraes lista de instrumentos de assistnciafinanceira que podem ser utilizados pelo MEE, nos termosdo artigo 19.;

    j) A definio das modalidades de transferncia dosapoios concedidos pelo FEEF para o MEE, nos termosdo artigo 40.;

    k) A aprovao do pedido de adeso ao MEE por partede novos membros, referida no artigo 44.;

    l) As adaptaes ao presente Tratado a introduzir em con-sequncia direta da adeso de novos membros, incluindoas alteraes repartio do capital entre os membros do

    MEE e o clculo da mesma a efetuar em consequnciadireta da adeso de um novo membro ao MEE, nos termosdo artigo 44.; e

    m) A delegao no Conselho de Administrao das atri-buies enumeradas no presente artigo.

    7 O Conselho de Governadores toma as seguintesdecises por maioria qualificada:

    a) As modalidades tcnicas da adeso de um novo mem-bro ao MEE, nos termos do artigo 44.;

    b) Se a sua presidncia exercida pelo Presidente doEurogrupo ou se elege, por maioria qualificada, o presi-dente e o vice-presidente do Conselho de Governadores,nos termos do n. 2;

    c) Os estatutos do MEE e os regulamentos internosdo Conselho de Governadores e do Conselho de Admi-nistrao (incluindo o direito de criar comits e rgosauxiliares), nos termos do n. 9;

    d) A lista das atividades incompatveis com as funesde administrador e de administrador suplente, nos termosdo artigo 6., n. 8;

    e) A nomeao e a exonerao do Diretor Executivo,nos termos do artigo 7.;

    f) A constituio de outros fundos, nos termos do ar-tigo 24.;

    g) As medidas a adotar para recuperar um montantedevido por um membro do MEE, nos termos do artigo 25.,n.os 2 e 3;

    h) A aprovao das contas anuais do MEE, nos termosdo artigo 27., n. 1;

    i) A nomeao dos membros do conselho de auditoria,nos termos do artigo 30.;

    j) A aprovao dos auditores externos, nos termos doartigo 29.;

    k) O levantamento da imunidade do presidente do Con-selho de Governadores, de um governador, governadorsuplente, administrador ou administrador suplente ou doDiretor Executivo, nos termos do artigo 35., n. 2;

    l) O regime fiscal aplicvel ao pessoal do MEE, nos

    termos do artigo 36., n. 5;m) A deciso sobre um litgio, nos termos do artigo 37.,

    n. 2; en) Qualquer outra deciso necessria que no esteja

    explicitamente prevista no presente Tratado.

    8 O presidente convoca e preside s reunies do Con-selho de Governadores. Nos impedimentos do presidente,o vice-presidente preside a estas reunies.

    9 O Conselho de Governadores adota o seu regula-mento interno e os estatutos do MEE.

    Artigo 6.

    Conselho de administrao

    1 Cada governador nomeia, de entre pessoas quepossuam elevada competncia em matria econmica efinanceira, um administrador e um administrador suplente.Os respetivos mandatos so revogveis a qualquer mo-mento. O administrador suplente tem plenos poderes paraagir em nome do administrador quando este no estiverpresente.

    2 O membro da Comisso Europeia responsvelpelos assuntos econmicos e monetrios e o Presidente doBCE podem cada um deles nomear um observador.

    3 Os representantes dos Estados membros que nointegram a rea do euro e que participem numa base ad hoc,

    a par do MEE, numa operao de assistncia financeira aEstados membros da rea do euro tambm so convidadosa participar nas reunies do Conselho de Administrao,na qualidade de observadores, aquando da discusso dessaassistncia financeira e da sua monitorizao.

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    4 O Conselho de Governadores pode convidar, attulo ad hoc,outras pessoas, incluindo representantesde instituies ou organizaes, a assistir a reunies naqualidade de observadores.

    5 O Conselho de Administrao toma as suas deci-ses por maioria qualificada, salvo disposio em contrrio

    do presente Tratado. As decises tomadas com base emcompetncias delegadas pelo Conselho de Governadoresso adotadas nos termos das regras de votao aplicveisdo artigo 5., n.os 6 e 7.

    6 Sem prejuzo das competncias do Conselho deGovernadores previstas no artigo 5., o Conselho de Ad-ministrao assegura a gesto do MEE nos termos dopresente Tratado e dos estatutos do MEE adotados peloConselho de Governadores. Toma as decises previstas no

    presente Tratado ou que lhe forem delegadas pelo Conselhode Governadores.

    7 Qualquer vaga no Conselho de Administrao imediatamente provida nos termos do n. 1.

    8 O Conselho de Governadores determina as ativi-dades incompatveis com as funes de administrador ede administrador suplente, os estatutos do MEE e o regu-lamento interno do Conselho de Administrao.

    Artigo 7.

    Diretor Executivo

    1 O Conselho de Governadores nomeia o DiretorExecutivo de entre candidatos que tenham a nacionali-dade de um membro do MEE, que possuam experinciainternacional adequada e um elevado nvel de competn-cia em matria econmica e financeira. Durante o seumandato, o Diretor Executivo no pode exercer funes

    nem de governador nem de administrador, como titularou suplente.2 O mandato do Diretor Executivo tem uma durao

    de cinco anos. O mandato pode ser renovado uma vez.No entanto, o Diretor Executivo cessa funes se o Con-selho de Governadores assim o decidir.

    3 O Diretor Executivo preside s reunies do Conse-lho de Administrao e participa nas reunies do Conselhode Governadores.

    4 O Diretor Executivo exerce funes de chefe dosservios do MEE. responsvel pela organizao, no-meao e cessao de funes dos membros do pessoal,nos termos do regime aplicvel ao pessoal a adotar peloConselho de Administrao.

    5 O Diretor Executivo o representante legal doMEE e assegura, sob a direo do Conselho de Adminis-trao, a gesto das atividades correntes do MEE.

    CAPTULO 3

    Capital

    Artigo 8.

    Capital autorizado

    1 O capital autorizado de 700 mil milhes de euros.Est dividido em 7 milhes de aes, com um valor nomi-

    nal de 100 000 euros cada, disponveis para subscrio deacordo com a chave inicial de contribuio estabelecidano artigo 11. e calculada no anexo I.

    2 O capital autorizado composto por partes decapital realizado e por partes de capital a realizar. O valor

    nominal agregado total inicial das partes de capital rea-lizado de 80 mil milhes de euros. As partes de capitalautorizado inicialmente subscritas so emitidas ao par.Outras partes de capital so emitidas ao par, exceto se oConselho de Governadores decidir emiti-las, em circuns-tncias especiais, sob outras condies.

    3 As partes de capital autorizado no devem seroneradas ou dadas em garantia, sob qualquer forma, eno so transmissveis, exceo das transfernciaspara efeitos de ajustamentos da chave de contribuioestabelecida no artigo 11., na medida do necessrio

    para assegurar que a sua distribuio corresponde chave ajustada.

    4 Os membros do MEE assumem o compromissoirrevogvel e incondicional de contriburem para o capitalautorizado, segundo a chave de contribuio estabelecidano anexo I. Devem satisfazer atempadamente todas asmobilizaes de capital, nos termos fixados no presenteTratado.

    5 A responsabilidade de cada membro do MEE ficasempre limitada sua parte no capital autorizado, ao preode emisso. Os membros do MEE no so responsveisem virtude do seu estatuto de membro pelas obrigaes doMEE. A obrigao de os membros do MEE contriburempara o capital autorizado, nos termos do presente Tratado,no afetada pelo facto de qualquer um deles poder vira ser beneficirio ou beneficiar da assistncia financeirado MEE.

    Artigo 9.

    Mobilizao de capital

    1 O Conselho de Governadores pode, em qualquer

    momento, proceder a uma mobilizao de capital autori-zado no realizado e fixar um prazo adequado para a suarealizao pelos membros do MEE.

    2 O Conselho de Administrao pode proceder a umamobilizao de capital autorizado no realizado, mediantedeciso tomada por maioria simples, para restabelecer onvel de capital realizado se o montante deste ltimo forinferior, em virtude da absoro de perdas, ao nvel esta-belecido no artigo 8., n. 2, que pode ser alterado peloConselho de Governadores pelo procedimento previsto noartigo 10., e fixar um prazo adequado para a sua realizaopelos membros do MEE.

    3 Em caso de necessidade para evitar o incumpri-

    mento por parte do MEE de qualquer obrigao de pa-gamento prevista ou outra obrigao de pagamento juntodos seus credores, o Diretor Executivo procede, em devidotempo, a uma mobilizao de capital autorizado no reali-zado. O Diretor Executivo informa desse facto o Conselhode Administrao e o Conselho de Governadores. Quandofor detetado um potencial dfice de fundos do MEE, oDiretor Executivo procede a essa(s) mobilizao(es) decapital o mais rapidamente possvel, com vista a assegu-rar que o MEE dispe de fundos suficientes para efetuarintegralmente os pagamentos devidos aos credores na datado seu vencimento. Os membros do MEE assumem ocompromisso irrevogvel e incondicional de realizaremo capital solicitado pelo Diretor Executivo em aplicao

    do presente nmero, no prazo de sete dias a contar dareceo desse pedido.

    4 O Conselho de Administrao adota as regras econdies aplicveis s mobilizaes de capital em apli-cao do presente artigo.

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    3030 Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012

    Artigo 10.

    Alteraes ao capital autorizado

    1 O Conselho de Governadores rev periodicamente,e pelo menos de cinco em cinco anos, a capacidade definanciamento mxima e a adequao do capital autori-

    zado do MEE. Pode decidir alterar o capital autorizado e,concomitantemente, o artigo 8. e o anexo II. Essa decisoentra em vigor aps os membros do MEE terem notificadoo depositrio do cumprimento dos respetivos procedimen-tos nacionais aplicveis. As novas aes so atribudasaos membros do MEE segundo a chave de contribuioestabelecida no artigo 11. e no anexo I.

    2 O Conselho de Administrao adota as regras econdies aplicveis s alteraes realizadas nos termosdo n. 1.

    3 Caso um Estado membro da Unio Europeia passea ser um novo membro do MEE, o capital autorizado doMEE automaticamente aumentado multiplicando os res-

    petivos montantes em vigor nessa data pelo rcio, dentro databela de contribuio ajustada estabelecida no artigo 11.,entre a ponderao atribuda ao novo membro e a ponde-rao dos outros membros do MEE.

    Artigo 11.

    Chave de contribuio

    1 Sob reserva dos n.os 2 e 3, a chave de contribuiopara subscrio de capital autorizado do MEE baseia-se nachave de repartio para subscrio, pelos bancos centraisnacionais dos membros do MEE, do capital do BCE, emaplicao do artigo 29. do Protocolo (n. 4) Relativo aos

    Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e doBanco Central Europeu (a seguir denominado Estatutosdo SEBC), anexo ao Tratado da Unio Europeia e aoTFUE.

    2 A chave de contribuio para subscrio do capitalautorizado do MEE consta do anexo I.

    3 A chave de contribuio para subscrio do capitalautorizado do MEE ajustada caso:

    a) Um Estado membro da Unio Europeia passe a serum novo membro do MEE e o capital autorizado do MEEseja automaticamente aumentado, conforme previsto noartigo 10., n. 3; ou

    b) A correo temporria de 12 anos aplicvel a um

    membro do MEE, nos termos do artigo 42., caduque.

    4 O Conselho de Governadores pode decidir ter emconta eventuais atualizaes da chave de repartio parasubscrio do capital do BCE a que se refere o n. 1 caso achave de contribuio seja ajustada, nos termos do n. 3, oucaso o capital autorizado seja alterado, conforme previstono artigo 10., n. 1.

    5 Caso a chave de contribuio para subscrio docapital autorizado do MEE seja ajustada, os membros doMEE podem transferir entre si as partes de capital auto-rizado necessrias para assegurar que a distribuio docapital autorizado corresponde chave ajustada.

    6 O anexo I alterado por deciso do Conselho deGovernadores aquando qualquer ajustamento referido nopresente artigo.

    7 O Conselho de Administrao toma todas as outrasmedidas necessrias aplicao do presente artigo.

    CAPTULO 4

    Operaes

    Artigo 12.

    Princpios

    1 Caso seja indispensvel para salvaguardar a es-tabilidade financeira da rea do euro no seu todo e dosseus Estados membros, o MEE pode prestar apoio deestabilidade a membros do MEE, sujeito a rigorosa con-dicionalidade, adequada ao instrumento de assistnciafinanceira escolhido. Essa condicionalidade pode variarentre um programa de ajustamento macroeconmico e ocumprimento continuado de condies de elegibilidadepreestabelecidas.

    2 Sem prejuzo do artigo 19., o apoio de estabili-dade no quadro do MEE pode ser concedido atravs dosinstrumentos previstos nos artigos 14. a 18.

    3 So includas, a partir de 1 de janeiro de 2013,clusulas de ao coletiva em todos os novos ttulos dedvida pblica da rea do euro com prazo de vencimentosuperior a um ano, em moldes que assegurem que o seuimpacto jurdico idntico.

    Artigo 13.

    Procedimento para a concesso de apoio de estabilidade

    1 Um membro do MEE dirige um pedido de apoio deestabilidade ao presidente do Conselho de Governadores.Esse pedido deve indicar o instrumento ou os instrumentosde assistncia financeira a considerar. Aps receo do pe-dido, o presidente do Conselho de Governadores incumbe

    a Comisso Europeia, em articulao com o BCE:a) Da avaliao da existncia de um risco para a estabi-

    lidade financeira da rea do euro no seu todo ou dos seusEstados membros, salvo se o BCE j tiver apresentadouma anlise nos termos do artigo 18., n. 2;

    b) Da avaliao da sustentabilidade da dvida pblica.Sempre que adequado e possvel, essa avaliao deveriaser realizada em conjunto com o FMI;

    c) Da avaliao das necessidades reais ou potenciais definanciamento do membro do MEE em causa.

    2 Com base no pedido do membro do MEE e na ava-liao referida no n. 1, o Conselho de Governadores podedecidir, em princpio, conceder apoio de estabilidade aomembro do MEE em causa, sob forma de um instrumentode assistncia financeira.

    3 Se for adotada uma deciso nos termos do n. 2,o Conselho de Governadores deve incumbir a ComissoEuropeia de em articulao com o BCE e, sempre que

    possvel, em conjunto com o FMI negociar com o mem-bro do MEE em causa um memorando de entendimento(Memorando de Entendimento) que especifique a con-dicionalidade que acompanha o instrumento de assistnciafinanceira. O contedo do Memorando de Entendimentodeve refletir a gravidade dos problemas a abordar e oinstrumento de assistncia financeira escolhido. Paralela-

    mente, o Diretor Executivo do MEE deve preparar umaproposta de acordo relativo ao instrumento de assistnciafinanceira, incluindo os termos financeiros e as condies,assim como a escolha de instrumentos, a adotar pelo Con-selho de Governadores.

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012 3031

    O Memorando de Entendimento deve ser integralmentecompatvel com as medidas de coordenao de polticaeconmica previstas no TFUE, nomeadamente com qual-quer ato de direito da Unio Europeia, incluindo eventuaispareceres, advertncias, recomendaes ou decises diri-gidas ao membro do MEE em causa.

    4 A Comisso Europeia assina o Memorando deEntendimento em nome do MEE, sob reserva do prviocumprimento das condies fixadas no n. 3 e aprovaopelo Conselho de Governadores.

    5 O Conselho de Administrao aprova o acordorelativo ao instrumento de assistncia financeira especi-ficando os aspetos financeiros do apoio de estabilidade aconceder e, se for caso disso, a disponibilizao da primeiraparcela da assistncia.

    6 O MEE instaura um sistema de alerta adequadopara garantir que recebe atempadamente quaisquer reem-bolsos devidos pelo membro do MEE que beneficia deapoio de estabilidade.

    7 A Comisso Europeia em articulao com o BCE

    e, sempre que possvel, em conjunto com o FMI fica in-cumbida de monitorizar a observncia da condicionalidadeque acompanha o instrumento de assistncia financeira.

    Artigo 14.

    Assistncia financeira do MEE a ttulo cautelar

    1 O Conselho de Governadores pode decidir conce-der assistncia financeira a ttulo cautelar, sob forma deuma linha de crdito cautelar sujeita a certas condies oude uma linha de crdito sujeita a condies mais rigorosas,nos termos do artigo 12., n. 1.

    2 A condicionalidade que acompanha a assistncia fi-

    nanceira do MEE a ttulo cautelar deve ser especificada noMemorando de Entendimento, nos termos do artigo 13.,n. 3.

    3 Os termos financeiros e as condies da assistnciafinanceira do MEE a ttulo cautelar devem ser especifica-dos num acordo relativo ao instrumento de assistncia fi-nanceira a ttulo cautelar, a assinar pelo Diretor Executivo.

    4 O Conselho de Administrao adota orientaesespecficas aplicveis s modalidades de execuo da as-sistncia financeira do MEE a ttulo cautelar.

    5 O Conselho de Administrao decide, de comumacordo, sob proposta do Diretor Executivo e aps ter re-cebido um relatrio da Comisso Europeia, nos termos doartigo 13., n. 7, se a linha de crdito dever ser mantida.

    6 Depois de o membro do MEE ter beneficiado defundos pela primeira vez (atravs de um emprstimo oude uma compra no mercado primrio), o Conselho deAdministrao decide, de comum acordo, sob propostado Diretor Executivo e com base numa avaliao efetuadapela Comisso Europeia, em articulao com o BCE, se alinha de crdito continua a ser adequada ou se necessriaoutra forma de assistncia financeira.

    Artigo 15.

    Assistncia financeira para a recapitalizao das instituiesfinanceiras de um membro do MEE

    1 O Conselho de Governadores pode decidir con-

    ceder assistncia financeira mediante emprstimos a ummembro do MEE para o fim especfico de recapitalizar asinstituies financeiras desse membro do MEE.

    2 A condicionalidade que acompanha a assistn-cia financeira para a recapitalizao das instituies

    financeiras de um membro do MEE deve ser especifi-cada no Memorando de Entendimento, nos termos doartigo 13., n. 3.

    3 Sem prejuzo dos artigos 107. e 108. do TFUE, ostermos financeiros e as condies da assistncia financeirapara a recapitalizao das instituies financeiras de um

    membro do MEE devem ser especificados num acordorelativo ao instrumento de assistncia financeira, a assinarpelo Diretor Executivo.

    4 O Conselho de Administrao adota orientaesespecficas aplicveis s modalidades de execuo da as-sistncia financeira para a recapitalizao das instituiesfinanceiras de um membro do MEE.

    5 Se for caso disso, o Conselho de Administrao de-cide, de comum acordo, sob proposta do Diretor Executivoe aps ter recebido um relatrio da Comisso Europeia, nostermos do artigo 13., n. 7, da disponibilizao das parce-las da assistncia financeira subsequentes primeira.

    Artigo 16.

    Emprstimos do MEE

    1 O Conselho de Governadores pode decidir conce-der assistncia financeira, sob forma de um emprstimo aum membro do MEE, nos termos do artigo 12.

    2 A condicionalidade que acompanha os emprstimosdo MEE deve constar de um programa de ajustamentomacroeconmico especificado no Memorando de Enten-dimento, nos termos do artigo 13., n. 3.

    3 Os termos financeiros e as condies dos emprsti-mos do MEE devem ser especificados num acordo relativoao instrumento de assistncia financeira, a assinar peloDiretor Executivo.

    4 O Conselho de Administrao adota orientaesespecficas aplicveis s modalidades de execuo dosemprstimos do MEE.

    5 O Conselho de Administrao decide, de comumacordo, sob proposta do Diretor Executivo e aps ter re-cebido um relatrio da Comisso Europeia, nos termosdo artigo 13., n. 7, da disponibilizao das parcelas daassistncia financeira subsequentes primeira.

    Artigo 17.

    Mecanismo de apoio em mercado primrio

    1 O Conselho de Governadores pode decidir tomar

    medidas para a aquisio de obrigaes de um membrodo MEE no mercado primrio, nos termos do artigo 12.e com o objetivo de maximizar a eficincia de custos daassistncia financeira.

    2 A condicionalidade que acompanha o mecanismode apoio no mercado primrio deve ser especificada noMemorando de Entendimento, nos termos do artigo 13.,n. 3.

    3 Os termos financeiros e as condies para a aqui-sio de obrigaes so especificados num acordo relativoao instrumento de assistncia financeira, a assinar peloDiretor Executivo.

    4 O Conselho de Administrao adota orientaesespecficas aplicveis s modalidades de execuo do me-

    canismo de apoio em mercado primrio.5 O Conselho de Administrao decide, de comum

    acordo, sob proposta do Diretor Executivo e aps ter re-cebido um relatrio da Comisso Europeia, nos termosdo artigo 13., n. 7, da disponibilizao da assistncia

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    financeira a um Estado membro beneficirio atravs deoperaes em mercado primrio.

    Artigo 18.

    Mecanismo de apoio em mercado secundrio

    1 O Conselho de Administrao pode decidir tomarmedidas para a aquisio de obrigaes de um membro doMEE no mercado secundrio, nos termos do artigo 12.,n. 1.

    2 As decises de interveno no mercado secundriopara evitar o risco de contgio so tomadas com base numaanlise do BCE que reconhea a existncia de circuns-tncias excecionais no mercado financeiro e riscos para aestabilidade financeira.

    3 A condicionalidade que acompanha a aquisiode obrigaes no mercado secundrio deve ser especi-ficada no Memorando de Entendimento, nos termos doartigo 13., n. 3.

    4 Os termos financeiros e as condies para as in-tervenes no mercado secundrio so especificados numacordo relativo ao instrumento de assistncia financeira, aassinar pelo Diretor Executivo.

    5 O Conselho de Administrao adota orientaesespecficas aplicveis s modalidades de execuo do apoiono mercado secundrio.

    6 O Conselho de Administrao decide, de comumacordo, sob proposta do Diretor Executivo, sobre o inciodas operaes em mercado secundrio.

    Artigo 19.

    Reviso da lista dos instrumentos de assistncia financeira

    O Conselho de Governadores pode rever a lista de ins-trumentos de assistncia financeira prevista nos artigos 14.a 18. e decidir alter-la.

    Artigo 20.

    Poltica de fixao de custos

    1 Ao conceder apoio de estabilidade, o MEE tem porfinalidade cobrir integralmente os seus custos de financia-mento e operacionais, prevendo uma margem adequada.

    2 Para todos os instrumentos de assistncia finan-ceira, a poltica de fixao de custos especificada emorientaes para o efeito, a adotar pelo Conselho de Go-vernadores.

    3 O Conselho de Governadores pode rever a polticade fixao de custos.

    Artigo 21.

    Operaes de contrao de emprstimos

    1 Para cumprir a sua misso, o MEE fica habilitadoa contrair emprstimos nos mercados de capitais junto de

    bancos, instituies financeiras ou outras entidades ouinstituies.

    2 As modalidades de operaes de contrao de em-prstimos so definidas pelo Diretor Executivo, segundo

    orientaes especficas a adotar pelo Conselho de Admi-nistrao.

    3 O MEE faz uso de instrumentos de gesto dosriscos adequados, que devem ser revistos periodicamentepelo Conselho de Administrao.

    CAPTULO 5

    Gesto financeira

    Artigo 22.

    Poltica de investimento

    1 O Diretor Executivo executa uma poltica de inves-timento prudente do MEE, de modo a assegurar-lhe a maiselevada qualidade de crdito, segundo orientaes a adotare a rever periodicamente pelo Conselho de Administrao.O MEE tem o direito de utilizar uma parte do rendimentoda sua carteira de investimentos para cobrir os seus custosoperacionais e de gesto.

    2 As operaes do MEE respeitam os princpios deboa gesto financeira e de gesto do risco.

    Artigo 23.

    Poltica de dividendos

    1 O Conselho de Administrao pode decidir, por maio-ria simples, distribuir dividendos aos membros do MEE se omontante de capital realizado e o fundo de reserva excederemo nvel necessrio para o MEE manter a sua capacidade definanciamento e o produto do investimento no for necessriopara evitar um dfice de fundos para pagamento aos credo-res. Os dividendos so distribudos proporcionalmente scontribuies para o capital realizado, tendo em conta a even-tual realizao antecipada a que se refere o artigo 41., n. 3.

    2 Enquanto o MEE no tiver prestado assistncia fi-nanceira a um dos seus membros, o produto do investimentode capital realizado do MEE deve ser devolvido aos mem-

    bros do MEE de acordo com as respetivas contribuies parao capital realizado, aps deduo dos custos operacionais,desde que os objetivos em termos de capacidade de con-cesso de financiamento estejam plenamente preenchidos.

    3 O Diretor Executivo executa a poltica de dividen-dos do MEE, segundo orientaes a adotar pelo Conselhode Administrao.

    Artigo 24.

    Reserva e outros fundos

    1 O Conselho de Governadores estabelece um fundode reserva e, caso seja adequado, outros fundos.

    2 Sem prejuzo do artigo 23., as receitas lquidasgeradas pelas operaes do MEE e o produto das sanesfinanceiras aplicadas aos membros do MEE no mbito do

    procedimento de superviso multilateral, dos procedimen-tos relativos aos dfices excessivos e dos desequilbriosmacroeconmicos estabelecidos ao abrigo do TFUE socolocados num fundo de reserva.

    3 Os recursos do fundo de reserva so investidos se-gundo orientaes a adotar pelo Conselho de Administrao.

    4 O Conselho de Administrao adota as regras ne-cessrias ao estabelecimento, administrao e utilizaode outros fundos.

    Artigo 25.

    Cobertura de perdas

    1 As perdas decorrentes das operaes do MEE so

    imputadas:a) Em primeiro lugar, ao fundo de reserva;b) Em segundo lugar, ao capital realizado; ec) Por ltimo, a um montante adequado do capital autori-

    zado no realizado, mobilizado nos termos do artigo 9., n. 3.

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    Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012 3033

    2 Se um membro do MEE no disponibilizar o capitalsolicitado em aplicao do artigo 9., n.os 2 ou 3, lanadauma nova mobilizao de capital, com um valor maiselevado, a todos os membros do MEE para assegurar queo MEE recebe o montante total de capital realizado neces-srio. O Conselho de Governadores decide das medidas

    adequadas para assegurar que o membro do MEE em causaliquide a sua dvida ao MEE num prazo razovel. O Con-selho de Governadores tem o direito de exigir o pagamentode juros de mora sobre o montante em atraso.

    3 Quando um membro do MEE liquidar a sua dvidaao MEE, como referido no n. 2, o excedente de capitaldeve reverter a favor dos restantes membros do MEE,segundo regras a adotar pelo Conselho de Governadores.

    Artigo 26.

    Oramento

    O Conselho de Administrao aprova o oramento anualdo MEE.

    Artigo 27.

    Contas anuais

    1 O Conselho de Governadores aprova as contasanuais do MEE.

    2 O MEE publica um relatrio anual com uma decla-rao de contas certificada e transmite trimestralmente aosmembros do MEE um resumo da sua situao financeira,assim como uma demonstrao de resultados das suasoperaes.

    Artigo 28.

    Auditoria interna

    estabelecida uma funo de auditoria interna em con-formidade com as normas internacionais.

    Artigo 29.

    Auditoria externa

    As contas do MEE so fiscalizadas por auditores ex-ternos independentes aprovados pelo Conselho de Gover-nadores, os quais so responsveis pela certificao dasdemonstraes financeiras anuais. Os auditores externostm plenos poderes para examinar todos os livros e con-tas do MEE e obter informaes completas sobre as suas

    operaes.Artigo 30.

    Conselho de auditoria

    1 O conselho de auditoria composto por cincomembros, nomeados pelo Conselho de Governadores emrazo da sua competncia no domnio da auditoria e emmatria financeira, incluindo dois membros das mais altasinstituies de fiscalizao dos membros do MEE queos designam por rotao entre si e um do Tribunal deContas Europeu.

    2 Os membros do conselho de auditoria so indepen-dentes. No solicitam nem aceitam instrues dos rgos

    de governao do MEE, dos membros do MEE nem dequalquer outro organismo pblico ou privado.

    3 O conselho de auditoria elabora auditorias inde-pendentes. Inspeciona as contas do MEE e verifica se asdemonstraes de resultados e o balano esto corretos.

    Tem pleno acesso a todos os documentos do MEE neces-srios ao desempenho das suas atribuies.

    4 O conselho de auditoria pode informar o Conselhode Administrao das suas concluses, em qualquer mo-mento. Elabora um relatrio anual a apresentar ao Conselhode Governadores.

    5 O Conselho de Governadores disponibiliza o rela-trio anual aos parlamentos nacionais assim como s maisaltas instituies de fiscalizao dos membros do MEE eao Tribunal de Contas Europeu.

    6 Qualquer matria relacionada com o presente artigo especificada nos estatutos do MEE.

    CAPTULO 6

    Disposies gerais

    Artigo 31.

    Locais de estabelecimento

    1 O MEE tem sede e os servios principais no Lu-xemburgo.

    2 O MEE pode criar um gabinete de ligao emBruxelas.

    Artigo 32.

    Estatuto jurdico, privilgios e imunidades

    1 Para que o MEE possa desempenhar a sua misso,so-lhe concedidos no territrio de todos os membros doMEE o estatuto jurdico e os privilgios e imunidades de-finidos no presente artigo. O MEE deve envidar esforos

    para obter o reconhecimento do seu estatuto jurdico e dosseus privilgios e imunidades noutros territrios em queexera atividade ou detenha ativos.

    2 O MEE tem plena personalidade jurdica; goza deplena capacidade jurdica para:

    a) Adquirir e alienar bens mveis e imveis;b) Celebrar contratos;c) Estar em juzo; ed) Celebrar um acordo de sede e ou protocolos em fun-

    o das necessidades para assegurar que o seu estatutojurdico e os seus privilgios e imunidades sejam reco-nhecidos e aplicados.

    3 O MEE, os seus bens, fundos e ativos, indepen-dentemente do lugar onde se encontrem e de quem os de-tenha, gozam de imunidade de qualquer forma de processojudicial, exceto na medida em que o MEE expressamenterenunciar a essa imunidade para efeitos de quaisquer pro-cessos ou nos termos de um contrato, incluindo a docu-mentao relativa aos instrumentos de financiamento.

    4 Os bens, fundos e ativos do MEE, independente-mente do lugar onde se encontrem e de quem os detenha,so imunes de busca, requisio, confisco, expropriaoou qualquer outra forma de apreenso, arresto ou onerao,determinado por ao executiva, judicial, administrativaou legislativa.

    5 Os arquivos do MEE e todos os documentos que

    lhe pertencem ou que se encontrem na sua posse so in-violveis.

    6 Os locais do MEE so inviolveis.7 As comunicaes oficiais do MEE recebem por

    parte de cada membro do MEE e de cada Estado que tiver

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    reconhecido o estatuto jurdico e os privilgios e as imuni-dades do MEE o mesmo tratamento que as comunicaesoficiais de um membro do MEE.

    8 Na medida do necessrio para o exerccio das ativi-dades previstas no presente Tratado, todos os bens, fundose ativos do MEE ficam isentos de restries, regulamenta-

    es, controlos e moratrias de qualquer natureza.9 O MEE fica isento de qualquer obrigao de autori-zao ou acordo enquanto instituio de crdito, prestadorde servios de investimento ou outra entidade autorizada,aprovada ou regulamentada de acordo com o direito decada membro do MEE.

    Artigo 33.

    Pessoal do MEE

    O Conselho de Administrao determina o regime detrabalho aplicvel ao Diretor Executivo e ao restante pes-soal do MEE.

    Artigo 34.

    Sigilo profissional

    Os membros ou antigos membros do Conselho de Go-vernadores e do Conselho de Administrao e quaisqueroutras pessoas que, de alguma forma, trabalham ou quetenham trabalhado para o MEE no podem divulgar in-formaes sujeitas a sigilo profissional. Ficam obrigados,mesmo aps a cessao das suas funes, a no divulgarinformaes que, pela sua natureza, estejam abrangidaspelo sigilo profissional.

    Artigo 35.

    Imunidade das pessoas

    1 No interesse do MEE, o presidente do Conselhode Governadores, os governadores, os governadores su-

    plentes, os administradores e os administradores suplentes,bem como o Diretor Executivo e os restantes membros dopessoal, gozam de imunidade de jurisdio relativamenteaos atos por eles praticados no exerccio oficial das suasfunes e gozam de inviolabilidade no que respeita aosseus documentos oficiais.

    2 O Conselho de Governadores pode, na medida enas condies por ele determinadas, levantar as imunidadesconferidas pelo presente artigo em relao ao presidentedo Conselho de Governadores, aos governadores, aos go-

    vernadores suplentes, aos administradores, aos adminis-tradores suplentes e ao Diretor Executivo.3 O Diretor Executivo pode levantar as referidas

    imunidades em relao a qualquer membro do pessoal doMEE com exceo dele prprio.

    4 Cada membro do MEE toma prontamente as me-didas necessrias para dar cumprimento ao disposto no

    presente artigo nos termos do seu prprio direito e informao MEE das medidas adotadas para o efeito.

    Artigo 36.

    Iseno de tributao

    1 No mbito das suas atividades oficiais, o MEE,

    os seus ativos, rendimentos, bens, operaes e transaesautorizadas pelo presente Tratado esto isentos de quais-quer impostos diretos.

    2 Os membros do MEE tomam, sempre que lhes forpossvel, as medidas adequadas tendo em vista a remisso

    ou o reembolso do montante dos impostos indiretos oudas taxas sobre a venda que integrem o preo dos bensmveis ou imveis, no caso de o MEE realizar, para seuuso oficial, compras importantes em cujo preo estejamincludos impostos e taxas dessa natureza.

    3 No so concedidas exoneraes quanto a impos-

    tos, taxas e direitos que constituam mera remunerao deservios de interesse geral.4 Os bens importados pelo MEE necessrios ao exer-

    ccio das suas atividades oficiais esto isentos de todos osdireitos e taxas de importao e de quaisquer proibies erestries importao.

    5 O pessoal do MEE fica sujeito a um imposto internoque incide sobre os vencimentos e emolumentos pagos peloMEE e que reverte em seu benefcio, de acordo com regras aadotar pelo Conselho de Governadores. A partir da data emque esse imposto for aplicado, esses vencimentos e emolu-mentos ficam isentos do imposto nacional sobre o rendimento.

    6 As obrigaes ou ttulos emitidos pelo MEE, in-

    cluindo os respetivos juros ou dividendos, independen-temente de quem for o seu detentor, no esto sujeitos aqualquer tipo de tributao:

    a) Que tiver natureza discriminatria relativamente aessas obrigaes ou ttulos, exclusivamente com base nasua origem; ou

    b) Se a nica base jurdica para essa tributao for olugar ou a moeda em que essas obrigaes ou ttulos soemitidos, pagveis ou pagos, ou a localizao de qualquerescritrio ou local de atividade do MEE.

    Artigo 37.

    Interpretao e resoluo de litgios

    1 Qualquer questo relativa interpretao ou apli-cao das disposies do presente Tratado e dos estatutosdo MEE que se suscite entre o MEE e os seus membros ouentre membros do MEE deve ser apresentada ao Conselhode Administrao para deciso.

    2 O Conselho de Governadores decide de qualquerlitgio entre o MEE e um dos seus membros ou entre mem-

    bros do MEE, relacionado com a interpretao e aplicaodo presente Tratado, designadamente os litgios relativos compatibilidade das decises adotadas pelo MEE com o

    presente Tratado. Os direitos de voto do membro ou mem-bros do Conselho de Governadores do Estado Membro ouEstados membros do MEE em causa so suspensos quandoo Conselho de Governadores proceder votao sobre essadeciso e o limiar de votos necessrios para a adoo dadeciso recalculado em conformidade.

    3 Se um membro do MEE contestar a deciso aque se refere o n. 2, o litgio submetido ao Tribunalde Justia da Unio Europeia. O acrdo do Tribunal deJustia da Unio Europeia vinculativo para as partesno processo, que devem tomar as medidas necessrias execuo do acrdo em prazo a decidir pelo referidoTribunal.

    Artigo 38.

    Cooperao internacional

    Para cumprir a sua misso, o MEE est habilitado acooperar, nos termos do presente Tratado, com o FMI,Estados que concedam assistncia financeira a membrosdo MEE numa base ad hoc e as entidades ou organiza-

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    es internacionais com competncias especializadas emdomnios afins.

    CAPTULO 7

    Disposies transitrias

    Artigo 39.

    Relao com a capacidade de financiamento do FEEF

    Durante a fase transitria que abrange o perodo com-preendido entre a data de entrada em vigor do presenteTratado e a completa extino do FEEF, a capacidadede financiamento conjunta do MEE e do FEEF no podeexceder 500 mil milhes de euros, sem prejuzo da revisoperidica da adequao da capacidade de financiamentomxima, nos termos do artigo 10. O Conselho de Admi-nistrao adota orientaes especficas sobre o clculo dacapacidade de endividamento futura, a fim de assegurar que

    o limite mximo conjunto da capacidade de financiamentono ultrapassado.Artigo 40.

    Transferncia dos apoios concedidos a ttulo do FEEF

    1 Em derrogao do artigo 13., o Conselho de Go-vernadores pode decidir que os compromissos do FEEFde conceder assistncia financeira a um membro do MEE,no mbito do acordo estabelecido com este ltimo, soassumidos pelo MEE na medida em que estejam relacio-nados com partes de emprstimo no disponibilizadas ouno financiadas.

    2 Se para tal for autorizado pelo seu Conselho deGovernadores, o MEE pode adquirir os direitos e assumir

    as obrigaes do FEEF, nomeadamente no que respeita totalidade ou parte dos seus direitos e obrigaes pendentesrelativos aos seus emprstimos em vigor.

    3 O Conselho de Governadores adota modalidadesespecficas necessrias para dar efeito transferncia dasobrigaes do FEEF para o MEE, conforme referido non. 1, e s transferncias de direitos e obrigaes, descritosno n. 2.

    Artigo 41.

    Pagamento do capital inicial

    1 Sem prejuzo do n. 2, o pagamento das partes

    de capital realizado relativas ao montante inicialmentesubscrito por cada membro do MEE deve ser efetuadoem cinco fraes anuais de 20 % cada do montante total.A primeira frao deve ser paga por cada membro do MEEno prazo de 15 dias a contar da data de entrada em vigor do

    presente Tratado. As restantes quatro fraes so exigveisnas datas correspondentes, respetivamente, ao primeiro,segundo, terceiro e quarto aniversrios do pagamento daprimeira frao.

    2 Durante o perodo de cinco anos em que seropagas as fraes de capital, os membros do MEE devemantecipar o pagamento das partes de capital realizado, demodo atempado antes da data de emisso, a fim de manterum rcio mnimo de 15 % entre o capital realizado e o

    montante em dvida das emisses do MEE e garantem umacapacidade mnima de financiamento conjunta do MEE edo FEEF de 500 mil milhes de euros.

    3 Um membro do MEE pode decidir antecipar opagamento da sua parte do capital realizado.

    Artigo 42.

    Correo temporria da chave de contribuio

    1 No incio, os membros do MEE subscrevem o ca-pital autorizado com base na chave inicial de contribuio,conforme especificado no anexo I. A correo temporria

    includa nesta chave inicial de contribuio aplicveldurante um perodo de 12 anos aps a data de adoo doeuro pelo membro do MEE em causa.

    2 Se o produto interno bruto (PIB)per capita,a pre-os de mercado, em euros, de um novo membro do MEE,no ano imediatamente anterior sua adeso ao MEE, forinferior a 75 % da mdia do PIBper capita, a preos demercado, da Unio Europeia, a sua contribuio para asubscrio do capital autorizado do MEE, determinadanos termos do artigo 10., beneficia de uma correo tem-porria e corresponde soma de:

    a) 25 % da parte percentual que o banco central na-cional desse membro do MEE detm no capital do BCE,

    determinada nos termos do artigo 29. dos estatutos doSEBC; eb) 75 % da parte percentual desse membro do MEE no

    rendimento nacional bruto (RNB) a preos de mercado,em euros, da rea do euro, no ano imediatamente anterior sua adeso ao MEE.

    As percentagens a que se referem as alneasa) eb)so arredondadas, por excesso ou por defeito, para omltiplo mais prximo de 0,0001 pontos percentuais.Os dados estatsticos considerados so os publicadospelo Eurostat.

    3 A correo temporria a que se refere o n. 2 aplicvel por um perodo de 12 anos, a contar da data de

    adoo do euro pelo membro do MEE em causa.4 Como consequncia da correo temporria da

    tabela de contribuio, a proporo relevante das aesatribudas a um membro do MEE em aplicao do n. 2so redistribudas pelos membros do MEE que no bene-ficiam de uma correo temporria, em funo da suaparticipao no capital do BCE, determinada nos termosdo artigo 29. dos estatutos do SEBC, existente imedia-tamente antes da emisso das aes correspondentes aonovo membro do MEE.

    Artigo 43.

    Primeiras nomeaes

    1 Cada membro do MEE designa o seu governadore o seu governador suplente, no prazo de duas semanas acontar da entrada em vigor do presente Tratado.

    2 O Conselho de Governadores nomeia o DiretorExecutivo e cada governador nomeia um administradore um administrador suplente, no prazo de dois meses acontar da entrada em vigor do presente Tratado.

    CAPTULO 8

    Disposies finais

    Artigo 44.

    Adeso

    O presente Tratado fica aberto adeso dos demais Es-tados membros da Unio Europeia nos termos do artigo 2.,mediante apresentao ao MEE de um pedido nesse sentido

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    3036 Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012

    por um Estado membro da Unio Europeia, aps adoo peloConselho da Unio Europeia da deciso de revogar a suaderrogao de adotar o euro, nos termos do artigo 140., n. 2,do TFUE. O Conselho de Governadores aprova o pedido deadeso do novo membro do MEE e as modalidades tcnicasda mesma, bem como as adaptaes ao presente Tratado, a

    introduzir como consequncia direta da adeso. Aps a apro-vao do pedido de adeso pelo Conselho de Governadores,a adeso dos novos membros do MEE tem lugar aquandodo depsito dos instrumentos de adeso junto do deposit-rio, que do facto notifica os restantes membros do MEE.

    Artigo 45.

    Anexos

    Os seguintes anexos do presente Tratado fazem deleparte integrante:

    1) Anexo I, Chave de contribuio do MEE; e2) Anexo II, Subscrio do capital autorizado.

    Artigo 46.

    Assinatura e depsito

    O presente Tratado depositado junto do Secretariado--Geral do Conselho da Unio Europeia (depositrio), oqual transmite cpias autenticadas do mesmo a todos ossignatrios.

    Artigo 47.

    Ratificao, aprovao ou aceitao

    1 O presente Tratado fica submetido a ratificao,aprovao ou aceitao pelos signatrios. Os instrumentosde ratificao, aprovao ou aceitao devem ser deposi-tados junto do depositrio.

    2 O depositrio notifica os outros signatrios de cadadepsito e da respetiva data.

    Artigo 48.

    Entrada em vigor

    1 O presente Tratado entra em vigor na data em quetiverem sido depositados instrumentos de ratificao,aprovao ou aceitao por signatrios cujas subscriesiniciais representem, pelo menos, 90 % do total de subs-cries estabelecido no anexo II. Caso seja adequado, alista dos membros do MEE ajustada; a tabela do anexo I

    nesse caso recalculada e o total de capital autorizado, noartigo 8., n. 1, e no anexo II, assim como o valor nominalagregado total inicial das partes de capital realizado, noartigo 8., n. 2, so reduzidos em conformidade.

    2 Em relao a cada signatrio que deposite poste-riormente o seu instrumento de ratificao, aprovao ouaceitao, o presente Tratado entra em vigor no 20. diaseguinte data do depsito.

    3 Em relao a cada Estado que adira ao presente Tra-tado nos termos do artigo 44. o Tratado entra em vigor no 20.dia seguinte data do depsito do seu instrumento de adeso.

    Feito em Bruxelas, a 2 de fevereiro de 2012, num nicoexemplar, cujos textos em alemo, eslovaco, esloveno,

    espanhol, estnio, finlands, francs, grego, ingls, ir-lands, italiano, malts, neerlands, portugus e suecofazem igualmente f, e so depositados nos arquivos dodepositrio, que deles transmitir uma cpia devidamenteautenticada a cada uma das Partes Contratantes.

    Voor het Koninkrijk Belgi:Pour le Royaume de Belgique:Fr das Knigreich Belgien:

    Fr die Bundesrepublik Deutschland:

    Eesti Vabariigi nimel:

    Thar cheann Na hireann:For Ireland:

    :

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    Por el Reino de Espaa:

    Pour la Rpublique franaise:

    Per la Repubblica italiana:

    :

    Pour le Grand-Duch de Luxembourg:

    Gal Malta:

    Voor het Koninkrijk der Nederlanden:

    Fr dir Republik sterreich:

    Pela Repblica Portuguesa:

    Za Republiko Slovenijo:

    Za Slovensk republiju:

    Suomen tasavallan puolesta:Fr Republiken Finland:

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    3038 Dirio da Repblica, 1. srie N. 117 19 de junho de 2012

    ANEXO I

    Chave de contribuio do MEE

    Membro do MEEChave de

    contribuio parao MEE (%)

    Reino da Blgica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,477 1Repblica Federal da Alemanha . . . . . . . . . . . . . . . . 27,146 4Repblica da Estnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,186 0Irlanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,592 2Repblica Helnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,816 7Reino de Espanha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11,903 7Repblica Francesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20,385 9Repblica Italiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17,913 7Repblica de Chipre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,196 2Gro-Ducado do Luxemburgo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,250 4Malta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,073 1Reino dos Pases Baixos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5,717 0Repblica da ustria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,783 4Repblica Portuguesa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,509 2Repblica da Eslovnia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,427 6Repblica Eslovaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,824 0Repblica da Finlndia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1,797 4

    Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

    ANEXO II

    Subscrio do capital autorizado

    Membro do MEE Nmero de aes Capital subscrito(euros)

    Reino da Blgica . . . . . . . . . . . . 243 397 24 339 700 000Repblica Federal da Alemanha 1 900 248 190 024 800 000Repblica da Estnia . . . . . . . . . 13 020 1 302 000 000Irlanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 454 11 145 400 000Repblica Helnica . . . . . . . . . . 197 169 19 716 900 000

    Reino de Espanha. . . . . . . . . . . . 833 259 83 325 900 000Repblica Francesa . . . . . . . . . . 1 427 013 142 701 300 000Repblica Italiana . . . . . . . . . . . 1 253 959 125 395 900 000Repblica de Chipre. . . . . . . . . . 13 734 1 373 400 000Gro-Ducado do Luxemburgo. . . 17 528 1 752 800 000Malta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 117 511 700 000Reino dos Pases Baixos . . . . . . 400 190 40 019 000 000Repblica da ustria . . . . . . . . . 194 838 19 483 800 000Repblica Portuguesa. . . . . . . . . 175 644 17 564 400 000Repblica da Eslovnia . . . . . . . 29 932 2 993 200 000Repblica Eslovaca . . . . . . . . . . 57 680 5 768 000 000Repblica da Finlndia . . . . . . . 125 818 12 581 800 000

    Total. . . . . . . . . . 7 000 000 700 000 000 000

    PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

    Decreto-Lei n. 120/2012

    de 19 de junho

    Com a aprovao da Lei do Oramento do Estado para2012, operada pela Lei n. 64-B/2011, de 30 de dezembro,procedeu-se, pelo respetivo artigo 57., alterao do ar-tigo 42. da Lei das Finanas Locais, aprovada pela Lei

    n. 2/2007, de 15 de janeiro (LFL), referente ao Fundo deRegularizao Municipal (FRM).

    Com a alterao referida, passou a estabelecer-se que oFRM deve ser utilizado para proceder ao pagamento dasdvidas vencidas h mais de 90 dias a fornecedores dosmunicpios, cujos montantes das transferncias oramen-tais hajam sido retidos nos termos da lei.

    Desta alterao, e para cumprimento do n. 3 do ar-tigo 42., vem o Governo proceder regulamentao doFRM, alterando o artigo 19. do Decreto-Lei n. 38/2008,de 7 de maro.

    Foi ouvida a Associao Nacional de Municpios Por-tugueses.

    Assim:Nos termos da alneaa) do n. 1 do artigo 198. da Cons-tituio, o Governo decreta o seguinte:

    Artigo 1.

    Objeto

    O presente diploma altera o regime do Fundo de Regu-larizao Municipal.

    Artigo 2.

    Alterao ao Decreto-Lei n. 38/2008, de 7 de maro

    O artigo 19. do Decreto-Lei n. 38/2008, de 7 de maro,passa a ter a seguinte redao:

    Artigo 19.

    Afetao de recursos

    1 Os montantes deduzidos s transferncias ora-mentais para os municpios, ao abrigo do n. 4 do artigo 5.da LFL, bem como os referidos no artigo 21., so utiliza-dos para proceder ao pagamento das dvidas a fornecedo-res do municpio respectivo vencidas h mais de 90 dias.

    2 Nos 30 dias seguintes reteno dos montantesa que se refere o nmero anterior, a DGAL solicita aosmunicpios informao relativa aos credores, valores

    e datas de vencimento das dvidas vencidas h maisde 90 dias, com vista elaborao de uma listagemcronolgica das mesmas.

    3 Aps confirmao da veracidade e do teor dasdvidas pelo Revisor Oficial de Contas ou pela Socie-