Upload
dinhdien
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
TRATAMENTO COM MICROAGULHAMENTO EM ESTRIAS ATRÓFICAS:
GALVANOPUNTURA X DERMAROLER
Michele Ribeiro Da Luz1, Silvia Patrícia de Oliveira
2.
1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do
Paraná (Curitiba, PR);
2 Fisioterapeuta Dermato Funcional. Professor adjunto da Universidade Tuiuti do Paraná.
Endereço para correspondência: Michele Ribeiro da Luz, [email protected].
RESUMO: As estrias atróficas podem ser definidas como um processo degenerativo
cutâneo e benigno sem etiologia definida. As estrias representam um problema muito
comum e desagradável na maioria das mulheres. São lesões dérmicas que geralmente
sofrem estiramento excessivo e progressivo na pele. A microgalvanopuntura é um método
invasivo, porém superficial que causa processo inflamatório agudo de regeneração de tecido
colágeno preenchendo a área acometida pela estria, devolvendo a sensibilidade.
Microagulhamento tem como finalidade estimular a produção de colágeno por meio de
perfurações cutâneas que causa um processo inflamatório. O objetivo deste trabalho foi
verificar a ação da microgalvanopuntura e microagulhamento, no tratamento das estrias
atróficas. Ao final deste estudo foi possível observar melhora na aparência da pele estriada
pós-tratamento, pela diminuição das estrias e de sua coloração.
Palavras-chave: Estria atrófica, microgalvanopuntura, microagulhamento.
2
INTRODUÇÃO
Segundo TOSCHI (2004) as estrias atróficas são definidas como um processo
degenerativo cutâneo, benigno, caracterizado por lesões atróficas em trajeto linear.
É considerado um processo de natureza estética, uma vez que não gera
incapacitação física ou alterações da função cutânea. Podendo levar alguns
indivíduos a depressão psíquica e sentimentos de baixa-estima ().
O tratamento mais utilizado para as estrias é a técnica de galvanopuntura. É
uma técnica que utiliza corrente galvânica juntamente com uma agulha no polo
negativo, com objetivo de atenuar a pele com estria. É um método invasivo, porém
superficial em que o processo de regeneração das estrias esta baseada no estímulo
da agulha, associado ao estimulo da corrente que desencadeia como resposta uma
ação inflamatória aguda (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
Já o outro tratamento é o dermaroller, de uso estético e dermatológico tem
como ação induzir a produção de colágeno via percutânea, através de microlesões
provocada na pele, gera um processo inflamatório local, aumentando a produção
celular, principalmente de fibroblastos, aumentando o metabolismo celular da derme
e epiderme, aumentando a síntese de colágeno, elastina e outras substâncias
presentes no tecido, restituindo a integridade da pele (KLAYN, 2013).
Essa pesquisa tem como objetivo analisar o efeito da corrente galvânica, e do
microagulhamento e quais os efeitos que ela provoca, e qual é a técnica mais
promissora para o tratamento das estrias atróficas.
Pele
A pele é uma complexa estrutura que tem como função principal o
revestimento do organismo, protegendo assim as estruturas internas do corpo
humano. (COTRAN et al; 1994).
A pele cumpre várias funções como pode ser observada no quadro nº1.
Quadro 1: Funções da pele
FASES FUNÇÃO
3
Proteção A queratina e a proteína protege a pele contra o atrito e contra
a perda de água por evaporação. O pigmento melanina protege a pele
contra a ação lesiva dos raios ultravioleta; as células de Langerhans
presentes na epiderme e outras células de defesa presentes na derme
protegem a pele contra a invasão de microorganismos.
Termorregulação A pele apresenta importante função na regulação da
temperatura corpórea através da sua extensa rede vascular, das suas
glândulas sudoríparas e do tecido adiposo presenta nela.
Excreção Além da importante função de termorregulação, as glândulas
sudoríparas eliminam vários produtos tóxicos do metabolismo celular,
como ureia, amônia e acido úrico.
Sensorial Através das células de Merkel e das terminações nervosas
sensitivas presentes na derme, a pele recebe informações do meio
ambiente e as envia para o sistema nervoso central.
Metabólica A vitamina D, é essencial para a fixação do cálcio nos ossos, é
produzida na pele sob ação dos raios solares. O tecido adiposo da
epiderme constituiu uma importante reserva de energia para o corpo
(CEDERJ, 2004: BRAVIM E KIMURA 2007).
Fonte: SODRÉ e AZULAY (2004); (BRAVIM e KIMURA, 2007).
Reparação tecidual.
A regeneração de uma lesão no tecido epitelial acontece logo após a perda
da comunicação entre as células adjacentes, sendo liberadas no local da lesão
substâncias quimiotáticas que irão se direcionar a migração das células originarias
no tecido vascular e conjuntivo (KITCHEN, 2003).
Essa reparação tecidual dependera da idade do paciente, da sua nutrição, da
administração de corticosteroides, diabéticos, ou influência do hormônio de
crescimento (LIMA E PRESSI, 2005).
GUIRRO e GUIRRO, (2004) relata que a fase inflamatória ocorre após uma
lesão, com a finalidade de remover os tecidos desvitalizados, ocorre pela migração
de linfócitos, mediadores químicos, neutrófilos e posteriormente os macrófagos, que
é a célula mais importante nessa fase, que tem função de remover e degradar os
elementos prejudicados. Secretam agentes quimiotáticos que vão atrair para o local
da lesão outras células inflamatórias que vão prejudicar a permeabilidade dos
microvasos e fagocitar as bactérias.
4
Na fase proliferativa, é responsável pelo fechamento da lesão e é subdividida
em três subfases: a reepitalização é a primeira fase e nela que os queracinócitos
das beiradas das feridas e dos anexos epiteliais vão se migrar. A segunda fase é a
fibroplasia é aonde vai ocorrer à formação da elastina e colágeno. A terceira fase é a
angiogênese a onde ocorrera à formação de um novo tecido, devido à formação de
novos vasos, pois os mesmo darão suporte necessário (ANDRADE, LIMA,
ALBUQUERQUE, 2010). Em seguida, ocorre uma remodelação das fibras de
colágeno que compõe o tecido cicatricial. Essa fase de remodelação é de longo
prazo, geralmente com três semanas finaliza essa fase apresentando uma cicatriz
firme, resistente e não vascularizada (PRENTICE, 2004).
Estrias.
De acordo com Carneiro e Junqueira (2004); Boneti (2010); Maio (2004), as
estrias são como um processo degenerativo cutâneo, benigno, caracterizado por
lesões atróficas ocorrendo em trajeto linear onde variam de cor, dependendo da sua
fase evolutiva. Na primeira etapa as estrias são denominadas striae rubrae (rubras).
Quando estão instaladas na pele são denominadas de striae albae (Alba) no
momento em que as lesões tornam-se esbranquiçadas, quase nacaradas. Estas são
classificadas de acordo com sua coloração, as rosadas apresentam o aspecto
inflamatório, e as atróficas apresentam cicatricial.
Segundo Maia et al (2008), as estrias tem a perda da capacidade da síntese
dos fibroblastos e alteração na estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno, da
elastina e das fibras de fibrilas, com redução significativa na estria comparada com a
pele normal.
O autor acima relata que as estrias estão associadas com vários estados da
doença e situações fisiológicas, incluindo a gravidez. Nas gestantes, as estrias
ocorrem em mais de 70% das pacientes e são encontradas nos abdômen, quadril,
glúteos e nos seios.
Para Karime apud Bravim e Kimura (2007), as estrias são classificadas como
lesões, porém histologicamente é diferente das lesões senis ou cicatrizes, pois
nesses os fibroblastos se apresentam de forma estrelada e nas estrias atróficas de
forma que os fibroblastos predominantes são globulares. Então, são alterações
5
histológicas totalmente distintas, e não pode ser comparada a nenhuma lesão
dérmica.
Guirro e Guirro, (2002) relata que o surgimento dos sintomas iniciais são
variáveis podendo ser os primeiros sinais clínicos: prurido, dor (em alguns casos),
erupção papilar plana e levemente rosada.
As estrias atróficas geralmente são assintomáticas, mais em alguns sujeitos
podem apresentar leve coceira na região quando esta na fase inflamatória (BONDI,
JEGASOTHY e LAZARUS, 1993). O aspecto da estria atrófica pode variar, sendo
que em muitos casos é uma lesão de depressão, outros se apresentam planas ou
mais elevadas em relação ao nível da pele (HASHIMOTO, 1998).
Teorias correlacionadas à estria.
Teoria Mecânica: acredita-se que a exagerada deposição de gordura no
tecido adiposo, com subsequente dano as fibras elásticas e colágenas da pele
seja o principal mecanismo do aparecimento das estrias. Também são
consideradas como sequelas de períodos de rápido crescimento, onde ocorre a
ruptura ou perda das fibras elásticas dérmicas, como por exemplo, na gestante,
no estirão do crescimento na puberdade causando estrias nos adolescentes,
bem como a deposição de gordura em obesos. (LIMA; PRESSI, 2005).
Teoria endócrina acredita-se que o aparecimento das estrias não esta
relacionada a uma patologia, e sim a algum tipo de medicamento administrado ao
paciente. Os hormônios esteroides estão presentes em todas as formas de
aparecimento das estrias como na obesidade, na adolescência, e na gravidez, onde
o hormônio vai atuar sobre os fibroblastos (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
E a teoria infecciosa, processos infecciosos que provocam danos às fibras
elásticas causando as estrias (SILVA, 1999). Notou-se que o surgimento das estrias
em jovens após terem sofrido febre tifoide, reumáticas e outras infecções
hepatopatias crônicas, hepatite crônica, tifo, entre outras doenças (KEDE e
SABATOVICH, 2004).
Corrente galvânica.
O tratamento mais utilizado é a técnica de galvanopuntura. É uma técnica que
se utiliza a corrente galvânica juntamente com uma agulha no polo negativo, com
6
objetivo de atenuar o aspecto da pele estriada. Caracteriza-se por um método
invasivo, a agulha atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-se. Com o
eletrodo caneta são realizadas micropunturas subepidérmicas, diagonal à pele, de
forma superficial sobre toda a extensão da estria. Pelo fato do eletrodo possuir
tamanhos diferentes, a corrente se concentra no eletrodo de menor tamanho, que
neste caso é a agulha (GUIRRO E GUIRRO, 2002).
Para White et al (2007) esse processo inflamatório gerado através da
corrente galvânica utilizada nos aparelhos de eletroacupuntura, é ocasionado pelo
estimulo físico da agulha no momento de sua inserção, que é introduzida a nível
subepidérmico. E a partir desse processo inflamatório que ira ocorrer à regeneração
das estrias atróficas obtendo um resultado satisfatório na área afetada.
A aplicação da técnica é feita de forma linear, em que a agulha é inserida na
pele de forma obliqua, com levantamento da pele permanecendo por
aproximadamente 2 segundos, pois aumenta a resposta desejada (BRAVIM, 2007;
VENTURA, 2003; WHITE, 2008).
ARAÚJO; MORENO, 2003; GUIRRO; GUIRRO, 2004 afirma que em poucos
minutos após ocorrer à lesão ocorrera a hiperemia e o edema, que não ocorre
imediatamente após a aplicação, e que são motivadas por substâncias locais
liberadas pela lesão, responsável pela vasodilatação e aumento da permeabilidade
dos vasos. Toda a zona e preenchida por um exsudato inflamatório composto de
leucócitos, proteínas plasmática e fáscias de fibrina. O processo de epitelização
inicia-se simultaneamente, obrigando as células epidérmicas a penetrar pelo interior
das fendas formadas pela agulha, e estimuladas pela formação de fibrina originada
pela hemorragia da microlesão. No inicio, praticamente não sangra, porém com o
passar das sessões, observa-se um sangramento ou rompimento de pequenos
vasos, que são totalmente reabsorvidos.
Os estímulos provocados na derme ocasionam uma elevação na quantidade
de fibroblastos jovens, uma neovascularização e um retorno da sensibilidade
dolorosa, tendo como consequência um processo de reparação tecidual e o
fechamento das estrias, causando uma grande melhora no aspecto da pele, por
meio de um processo de reparação. Este processo inflamatório será absorvido em
um período de tempo variável, ocorrendo na media de 2 a 7 dias, estando a paciente
7
apta a realizar uma nova sessão após esse período (KARIME, 2006; BITENCOURT,
2007; WHITE et al, 2008).
Segundo BORGES (2006) deve preconizar a estimulação em uma mesma
estria em um período de sete dias de intervalo entre uma aplicação e outra, e os
resultados com cinco a quinze sessões.
De acordo com Mondo e Rosas (2004) a corrente galvânica causa um
processo inflamatório agudo de regeneração do tecido colágeno preenchendo a área
acometida pela estria, devolvendo a sensibilidade fina. Essa inflamação não
ocasiona nenhum efeito sistêmico e é absorvido pelo organismo no período de uma
semana.
Guirro e Guirro (2004) relata que a intensidade da corrente elétrica e a
capacidade reacional do paciente é quem vão determinar a intensidade e a duração
da reação inflamatória.
A eficácia no tratamento das estrias é grande, desde que controlada as
variáveis, diferindo o número de sessões de acordo com a cor da pele, idade,
tamanho das estrias e entre outros. O resultado pode variar entre indivíduos
diferentes como em qualquer outro tratamento de diversas afecções. Este fato esta
centrado na capacidade reacional de cada individuo, levando-se em conta que deve
ser realizada uma avaliação previa (Guirro e Guirro, 2002).
Contra indicação da galvanopuntura.
Pacientes portadores de diabetes, hemofilia, vitiligo, síndrome de cushing,
tendência a queloides e de algumas medicações como (esteroides e
corticosteroides) (VENTURA 2003).
Lima e Pressi (2005) afirmam que para o uso da corrente elétrica não e
indicado em paciente que apresentam problemas cardíacos, portadores de marca-
passo, neoplasias, gestantes, epiléticos e demais patologias que não seja indicado o
uso da corrente elétrica. E ainda temos que ter como precaução e evitar realizar
tratamento durante a puberdade, por se tratar de um período de grandes alterações
hormonais, que acreditam alguns autores a causa do aparecimento das estrias
(WHITE et al, 2008).
Microagulhamento.
8
A técnica foi relatada pela primeira vez por Orentreich e Orentreich (1995),
difundida com o nome de “subcisão" ou agulhamento dérmico, que consiste na
utilização de agulhas com o objetivo de estimular a produção de colágeno no
tratamento de cicatrizes e rugas. Estes estudos foram confirmados por outros
autores, baseando-se no preceito de ruptura e remoção do colágeno subdérmico
danificado seguidas da substituição por novas fibras de colágeno e elastina (LIMA,
et al, 2013).
O aparelho para microagulhamento foi desenvolvido por Desmond Fernandes
(2006), o qual foi registrado com o nome de “Dermaroller" (ALETHEA, 2013).
As microlesões promovidas pelo microagulhamento, além de estimular a
produção de colágeno e elastina, abrem canais aumentando de forma significativa à
permeabilidade dos cosméticos (KONSTANTINOS, 2005).
O procedimento de microagulhamento possui vantagens, tais como a
estimulação de colágeno sem promover um efeito ablativo na pele. A cicatrização
acontece em pouco tempo e a chance de efeitos colaterais é mínima se comparada
a outras técnicas, uma vez que deixa a pele mais densa e resistente (LIMA; LIMA;
TAKANO, 2003).
Pode se dizer que a técnica leva a resultados satisfatórios nas disfunções
estéticas, melhorando a circulação da área tratada, bem como o aspecto geral do
tecido. O numero de sessões varia de acordo com a disfunção e o caso clinico de
cada paciente (PIATTI, 2003).
O tratamento é realizado a partir da perfuração do extrato córneo, sem que
haja danos á epiderme. Esse processo permite a liberação de fatores de
crescimento que irão incentivar a produção de colágeno e elastina na derme papilar
(DODDABALLAPUR, 2009).
Ainda segundo Klayn (2013) este aparelho tem como finalidade induzir a
produção de colágeno via percutânea, ou seja, por meio de microlesões provocadas
na pele, gera-se um processo inflamatório local, aumentando a proliferação celular
(principalmente dos fibroblastos), fazendo com que aumente o metabolismo celular
deste tecido (derme e epiderme), contribuindo para o aumento do colágeno, elastina
e outras substâncias presentes no tecido, restituindo a integridade da pele.
9
Ao rolar o equipamento sobre a pele, microcanais são criados e dessa forma
as formulações aplicadas permeiam de forma muito eficaz e rápida (NEGRÃO,
2005).
O trauma provocado pela agulha deve atingir a profundidade na pele de 11 a
3 mm, preservando a epiderme, acompanhadas de edema da área tratada e
hemostasia praticamente imediata. O comprimento da agulha utilizada no
procedimento é proporcional à intensidade das reações do processo de cicatrização.
Uma agulha de 3 mm de comprimento penetra apenas 1,5 a 2 mm,
aproximadamente 50 a 70% de sua extensão. Com uma agulha de 1 mm de
comprimento o dano ficaria limitado a derme superficial, consequentemente a
resposta inflamatória seria bem mais limitada. É um procedimento técnico
dependente, o domínio da técnica bem como a familiarização com o aparelho de
microagulhamento são fatores que influenciam no resultado final (LIMA, et al, 2013).
Podemos perceber os resultados após dois a três meses, uma vez que o
amadurecimento do novo colágeno é um processo lento, observamos uma melhora
de 70% a 80% após duas a quatro sessões. Recomenda-se um intervalo de seis a
oito semanas entre elas. (Marina Negrão, 2013).
Segundo Lima, et al. (2013) as vantagens do microagulhamento são a
produção de colágeno sem remover a camada da epiderme; o tempo de
cicatrização é reduzido, e o risco de efeitos colaterais é pequeno em comparação ao
de outras técnicas; a pele se torna mais resistente e espessa, diferenciando de
técnicas ablativas, em que o tecido cicatricial resultante está mais sujeito ao
fotodano. Apresenta baixo custo comparado ao de procedimentos estéticos que
exigem tecnologias com alto investimento financeiro.
Técnicas de aplicação
A técnica de microagulhamento deve ser aplicada, após a higienização do
local com álcool 70%, de forma lenta ou moderada conforme a sensibilidade do
paciente, utilizando uma força de aplicação suficiente para absorver a total
penetração da agulha na pele (direções: transversal, longitudinal e nas diagonais/ 5x
em cada local) até ser notada uma forte hiperemia da região tratada (KLAYN, 2013).
O aparelho deve ser posicionado entre os dedos indicador e polegar e
controlar a força exercida com o polegar, com pressão moderada, exercendo muita
10
força poderão levar a danos em estruturas anatômicas mais profundas e causando
mais dor que o esperado (LIMA, et al, 2013).
A pele deve ser estendida suavemente com a mão livre, o aparelho deve ser
rolado nas direções horizontais, verticais e oblíquas, sempre levantando o aparelho
para mudar o angulo das agulhas, isso impedirá que se criem furos idênticos na
mesma área. O número de movimento depende do tipo de tratamento e da
sensibilidade do paciente (TORQUATO, 2014).
Contra indicação.
Negrão, (2005) salienta a importância de se saber quando a técnica não pode
ser utilizada: presença de câncer de pele; ceratose solar; verrugas; infecção de pele;
pacientes em uso de anticoagulante, pacientes em uso de quimioterapia,
radioterapia ou corticoterapia, o diabetes mellitus não controlada, rosácea na fase
ativa, acne na fase ativa, uso de Isotretinoina oral com pausa menor de seis meses
e pele queimada do sol, é necessário cuidado redobrado com pessoas que
apresentam peles sensíveis, gestantes, o diabetes mellitus controlado,
telangiectasias; herpes simples, rosácea fase crônica e peles muito finas.
MATERIAS E MÉTODOS
Para esse artigo foi realizado uma pesquisa bibliográficas sobre a
microgalvanopuntura e o microagulhamento no tratamento das estrias atróficas
tendo como busca de dados sites bireme, lilacs, além de bibliografias na área de
estética, saúde e medicina estética.
A pesquisa é qualitativa, com quatro voluntários do gênero feminino da faixa
etária de 18 a 23 anos. Foi aplicada uma ficha de avaliação para cada paciente no
qual constou dados como: hábitos de vida usam de medicamentos, protetor solar,
cor da pele, fototipo e suas características se são atróficas (brancas), ou albas
(vermelhas). O Tratamento realizado constituiu em dez sessões com frequência de
uma vez por semana, utilizando protocolo de tratamento de microgalvanopuntura
nas pacientes intituladas 01 e 02, onde inicialmente foi aplicado microdermoabrasão
(peeling de diamante) que realiza uma ação queratolítica, fazendo uma esfoliação na
pele para facilitar a punturação, é a técnica de eletrolifting que se usa agulha de 0,5
11
mm, descartadas após o uso em material perfuro cortante, utilizando aparelho
stimuluss face da HTM com garantia de revisão técnica.
E as pacientes 03 e 04 foram utilizadas o protocolo de microagulhamento.
Primeiramente higienizada a pele com emulsão de limpeza, e aplicado o
microagulhamento com o aparelho roller marca Derma Roller System, com registro
da ANVISA, contendo 540 agulhas de 1.0mm. Aplicado na região de glúteo
utilizando a técnica em cruz, após utilizado o filtro solar marca Valmari fator 30.
Foram dez aplicações, sendo a 1° realizada assepsia da pele com álcool 70°,
após utilizado o peeling de diamante em seguida a galvanopuntura com eletrodo
caneta em ângulo de 45° utilizando técnica de punturação mantendo a pele elevada
por 3 segundo na região de glúteo, e as demais sessões somente a higienização da
pele com emulsão de limpeza da marca Valmari, e após realizado a galvanopuntura.
Foi orientado a cada paciente a usar filtro solar, utilizar sabonete neutro na região do
glúteo, e evitar a exposição ao sol.
As voluntárias foram fotografadas inicialmente e posteriormente aos
procedimentos com a câmera digital Kodak, pixpro AZ50, 16MP.
12
6 RESULTADO E DISCUSSÃO
Paciente 01
Paciente com fototipo II apresenta estrias atróficas por toda a extensão do
glúteo, sendo elas finas e paralelas umas as outras. Durante o tratamento o paciente
não apresentou complicações adversas como, hiperpigmentação e infecção. Após
as dez sessões, houve melhora na aparência da pele e notável uma melhora nas
estrias atróficas, conforme pode ser observado nas figuras 01.
Figura 01: Aparência do glúteo esquerdo e direito da paciente 01 antes e após
o tratamento.
Após a 1° sessão
Após a 10° sessão
Após a 1° sessão
Após a 10° sessão
13
Paciente 02
Paciente com fototipo II apresenta estrias atróficas por toda a extensão do
glúteo, sendo elas finas e paralelas umas as outras. Durante o tratamento o paciente
não apresentou complicações adversas como, hiperpigmentação e infecção. Foram
realizadas cinco sessões, pois a paciente interrompeu o tratamento, houve uma
pequena melhora, mais não significativa na aparência e na espessura das estrias
atróficas, conforme pode ser observado nas figuras 02.
Figura 02: Aparência do glúteo esquerdo da paciente 02 antes e após o
tratamento.
Após a 1° sessão
Após a 5° sessão
14
Paciente 03
Paciente com fototipo III apresenta estrias atróficas por toda a extensão do
glúteo, sendo elas grossas e paralelas. Durante o tratamento o paciente não
apresentou complicações adversas como, hiperpigmentação e infecção. Após as
dez sessões, houve melhora na aparência da pele e notável uma melhora nas
estrias atróficas, porém necessita de mais sessões para obter um resultado
satisfatório, conforme pode ser observado nas figuras 03.
Figura 03: Aparência do glúteo esquerdo e direito da paciente 03 antes e após
o tratamento.
Após a 1° sessão
Após 10° sessão
Após a 1° sessão
Após a 10° sessão
15
Paciente 04
Paciente com fototipo II apresenta estrias atróficas por toda a extensão do
glúteo, sendo elas finas e paralelas umas as outras. Durante o tratamento o paciente
não apresentou complicações adversas como, hiperpigmentação e infecção. Após
as dez sessões, houve melhora na aparência da pele e notável melhora nas estrias
atróficas, conforme pode ser observado nas figuras 04.
Figura 04: Aparência do glúteo esquerdo e direito da paciente 04 antes e após
o tratamento.
Após a 1° sessão
Após a 10° sessão
Após a 1° sessão
Após a 10° sessão
Através do estudo de caso, foi observado e documentado o aspecto dos glúteos
ocasionado pelas estrias que foram tratadas por dez semanas com o tratamento
microagulhamento e microgalvanopuntura.
É de comum concordância entre os autores que a microcorrente
galvânica é um método efetivo e que possui aplicabilidade clínica, ocasionando
a regeneração da pele através dos efeitos intrínsecos da corrente contínua e
16
dos processos envolvidos na inflamação aguda, causados pelo estímulo físico
da agulha (WHITE et al., 2008).
Ao analisar a frequência das sessões Araújo e Moreno, (2003), sugere
que não se deve realizar uma nova sessão até que o quadro inflamatório tenha
terminado por completo, impedindo assim que o processo inflamatório gerado
venha a se tornar crônico, atrapalhando o resultado esperado.
Segundo Lima (2013) a técnica promove vantagens e desvantagens, pois
afirma que os principais pontos positivos são: estímulo na produção de colágeno
sem remover a epiderme; tempo de cicatrização é mais curto, com menos riscos de
efeitos colaterais às técnicas ablativas; baixo custo quando comparado ao de
procedimentos que exigem tecnologias com alto investimento. E os pontos por ele
considerados negativos são: procedimento técnico que exige treinamento; tempo de
recuperação caso seja indicada injúria moderada a profunda.
Este estudo de caso foi realizado para avaliar os efeitos do tratamento com
microagulhamento, e a microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas.
Conforme pode ser observado nas figuras acima, o caso que apresentavam
estrias mais grossas, paciente 03 no qual foi utilizado o microagulhamento foram
capazes de reduzir o tamanho delas, mais não foi possível fazer com que
desaparecesse por completo, na paciente que apresentava estrias mais finas como
pode ser observado na figura 04 obteve um resultado satisfatório, com redução
significativa da estria e também uma melhora na aparência da pele. No tratamento
com microgalvanopuntura pode ser observada na figura 01 uma redução significativa
da estria, melhorando a aparência da pele estriada, na paciente 02 não pode ser
observado um resultado significativo da estria, pois interrompeu o tratamento.
Ao longo das semanas notou-se melhora na autoestima dos pacientes.
Durante a aplicação do microagulhamento os pacientes relatavam irritação e
ardência na região dos glúteos. No tratamento com microgalvanopuntura as paciente
relataram dor moderada, desconfortável e uma leve ardência na região.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A microgalvanopuntura é uma técnica eficaz no tratamento das estrias
atróficas, ela associa a estimulação da corrente elétrica com o estimulo mecânico de
uma agulha gerando um processo inflamatório agudo no decorrer da estria,
17
acelerando a produção de fibroblastos, colágeno e elastina, causando uma
regeneração e uma melhora na textura da pele, chegando até a elimina-las por
completo em alguns casos. Entretanto é necessária uma boa avaliação para que se
tenha uma reestruturação desse tecido estriado, levando-se em conta que a
resposta no tratamento esta diretamente relacionada com as características da pele
estriada e as características do paciente.
O microagulhamento demonstrou-se um tratamento inovador e passível de
ser utilizado para um amplo aspecto de indicações quando o objetivo é o estímulo da
produção de colágeno. Independente do tamanho da agulha, o efeito do
microagulhamento implica no rompimento das fibras de colágeno e induz a
renovação e crescimento de novas fibras abaixo da epiderme.
Com este estudo de caso pode-se evidenciar que o uso da
microgalvanopuntura no tratamento de estrias atróficas possui uma importante
atuação na recuperação do tecido estriado. E o microagulhamento é um método
novo e promissor na área da estética, que também obteve um grande resultado
sobre a pele estriada, sendo assim ambas as técnicas são promissoras na atuação
sobre as estrias atróficas, sendo necessárias que mais estudos sejam realizados
com um maior n° de pacientes para uma resposta mais conclusiva de resultados.
18
REFERÊNCIAS.
ANDRADE, AG; LIMA, C.F ALBUQUERQUE, A.K.B. Efeitos do laser terapêutico no
processo de cicatrização das queimaduras: uma revisão bibliográfica. Revista
brasileira de queimaduras. 2010; 9 (1): 21-30.
ARAÚJO AMF, MORENO AM. Tratamento fisioterápico dermato-funcional por
estimulação das estrias com corrente galvânica filtrada. Fisio & Terapia 2003; 7:31-
33.
BITENCOURT, Shanna. Tratamento de estrias albas com galvanopuntura: benéfico
para estética, estresse oxidativo e perfil lipídico. Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e
Molecular, Porto Alegre, 2007.
BONDI, Edward E; JEGASOTHY, BRIAN V; LAZARUS, Gerald S Dermatologia:
diagnostico e tratamento. Porto alegre: Artes Medicas, 1993.
BONETI VB. Incidência de estrias em acadêmicos da faculdade Assis Gurcacz,
identificando a sua principal causa (monografia), Cascavel: Faculdade Assis
Gurgacz- FAG; 2010. BORGES, FS, Modalidade terapêuticas nas disfunções
estéticas. São Paulo: Phorte, 2006; 1: 236-237.
BORGES, Fabio dos Santos. Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas.
São Paulo: Phorte, 2006.
BRAVIM, Alya Reis Mota; KIMURA, Eduardo Matias. O uso da eletroacupuntura nas
estrias atróficas: Uma revisão bibliográfica. 22p. Monografia apresentada à
faculdade de Educação. Ciência e Tecnologia – UNISAÚDE – como requisito a
conclusão do curso de formação de especialista em acupuntura. Brasília, 2007.
CARNEIRO, Luís Carlos; JUNQUEIRA, José. Histologia. 10. Ed Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
19
COTRAN, RS; KUMAR, V; Robbins Patologia estrutural e funcional, Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1994.
DODDABALLAPUR, Satish. Micronneding With Dermaroller. Journal of Cutaneus
and Aesthetic Surgery.2009; Jul-Dec; 2(2): 110–111.
FERREIRA, A.S Efeitos da galvanopuntura no tratamento das estrias atróficas.
Curso de especialização em fisioterapia dermatofuncional da Universidade de
Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP.
GUIRRO, Elaine Caldeira de Oliveira, GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia
dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3d. São Paulo: Manole; 2002.
560p.
.
GUIRRO, E; GUIRRO, Rinaldo. Fisioterapia Dermato-funcional. 3. Ed. ver.e amp.
São Paulo: Manole, 2004.
HASHIMOTO, K. Linear Focal Elastosis: Keloidal Repair of Striae Distensae. J. Am.
Acad. Dermatol, 1998.
KARIME, G.K.G.M. Estudo comparativo por meio do método de varredura e
galvanopuntura. Revista Fisio & Terapia. Ano X, n. 51, jul/ago 2006.
KEDE. Maria Paulina V. SABATOVICH. Oleg Dermatologia Estética. São Paulo,
Atheneu, 2004.
KIMURA, E.M. O uso da eletroacupuntura nas estrias atróficas: uma revisão
bibliográfica. Monografia (graduação) Faculdade de Educação, Ciência e
Tecnologia-UNISAÚDE, Brasília, 2007.
20
KLAYN, ALINE PRANDO, Microagulhamento como agente potencializador da
permeação de princípios ativos corporais do tratamento de lipodistrofia localizada-
VIII EPCC- Encontro Internacional de Produção cientifica Cesumar, outubro de 2003.
KITCHEN, SCHEILA. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. Editora
Manole. Barueri, 2003.
LIMA, K. S; PRESSI, L. O uso da microgalvanopuntura no tratamento de
estrias atróficas: análise comparativa do trauma mecânico e da
microcorrente. 2005 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
fisioterapeuta). Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade de Passo
Fundo, 2005.
LIMA, EMERSON VASCONCELOS DE ANDRADE; LIMA, MARIANA DE ANDRADE;
TAKANO, DANIELA, Microagulhamento: estudo experimental e classificação de
injúria provocada – Surgical & Cosmetic Dermatology. Volume 5 no 2, 2013.
LIMA, VERA LUCIA AMENGOL; CHINGUI, LUCIANO JÚLIO – Aplicação
transdermal de D-pantenol e do laser de baixa potência no tratamento da alopecia
androgenética - Revista brasileira de Estética, volume1, número 2,
novembro/dezembro de 2013.
MAIA, Marcus; MARCON, Carolina Reato; RODRIGUES, Sarita Bartholomei and.
AOKI, Tsutomu. Estrias de distensão na gravidez: Fatores de risco em primíparas.
An Bras Dermatol, 2009, vol.84, n.6, pp.599-605. ISSN 0365-0596.
MAIO, M. Tratado de Medicina estética. 1ª. Edição, vol. 2. Editora Roque, São Paulo,
2004.
MONDO PKS; ROSAS, RF. Efeito da corrente galvânica no tratamento das estrias
atróficas trabalho de conclusão de curso de Graduação em Fisioterapia da Unisul.
6p. 2004.
21
NEGRÃO, Mariana C. P. Microagulhamento: bases fisiológicas e práticas. CR8
Editora, 2015.
PRENTICE, W. E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. 2ª ed. Editora Art
med. Porto Alegre, 2004.
SILVA EBM, TAKEMURA L, SCHWARTZ SM. Análise do tratamento de regeneração
de estrias com o uso do gerador de corrente continua filtrada constante striat em
mulheres entre 15 e 60 anos. Trabalho de conclusão do curso, universidade de
Tuiuti do Paraná, Curitiba, 1999.
SODRÉ, Celso Tavares. AZULAY, Ruben David. A pele: estrutura, fisiologia e
embriologia. In AZULAY, Ruben David. Dermatologia. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 2004.
TORQUATO, GILMAR – Microagulhamento: terapia de indução de colágeno provoca
microferimentos na pele para preencher marcas. – Ler e Saúde, 2014.
TOSCHI, A. Estrias e Cicatrizes Atróficas. In: MAIO, M. Tratado de Medicina
Estética. Vol. III. São Paulo: Roca, 2004.
VENTURA, DANIELLE B. da SILVA, O uso da corrente galvânica filtrada nas estrias
atróficas. Fisiobrasil: atualização cientifica, n. 62, nov/dez 2003. Ventura, Danielle B.
da Silva. O uso da corrente galvânica filtrada nas estrias atróficas. Revista fisiobrasl:
atualização cientifica, n. 62, nov/dez 2003.
WHITE, Pollyanna Alves Secundo et al. Efeitos da galvanopuntura no tratamento de
estrias atróficas. Revista Fisioterapia Brasil, v. 1, nº9, p. 53-58, jan./ fev. de 2008.