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~ 1 ~ INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA Campus Florianópolis Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso Técnico de Eletrotécnica TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS Unidade curricular: Tecnologia Mecânica – TCM Professor: Eder Rodrigues Turma N3A – Subsequente Alunos: Francisco Mário Longo Ribeiro Anderson José Matos

Tratamento Térmicodos Aços -Capa

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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINACampus Florianpolis

Departamento Acadmico de EletrotcnicaCurso Tcnico de Eletrotcnica

TRATAMENTO TRMICO DOS AOS

Unidade curricular: Tecnologia Mecnica TCMProfessor: Eder RodriguesTurma N3A SubsequenteAlunos: Francisco Mrio Longo RibeiroAnderson Jos Matos

Florianpolis,, 4 de novembro de 2011

1 INTRODUO

1.1 Contedo e Objetivo. Este trabalho tem por objetivo mostrar um pouco da histria e evoluodo tratamento trmico dos aos, bem como suas finalidades e aplicaes.

1 - EVOLUO HISTRICA

O homem sempre utilizou-se de materiais para satisfazer suas necessidades. Nos tempos mais remotos os materiais serviam para obteno de utenslios de caa, de uso domstico e para o vesturio.

Depois de extrados da natureza os materiais eram utilizados quase que diretamente em suas aplicaes, com pouco ou quase nenhumprocessamento. Com o passar dos tempos o homem foi dominando o conhecimento a respeito dos materiais e seu processamento. Pode-se visualizar na tabela 1, a cronologia da utilizao dos materiais no decorrer do tempo.

Tabela 1 - Evoluo do uso de materiais pelo homem.

Evoluo histrica

AnoMaterial

Pr histriaIdade da Pedra25.000 ACAt6500 ACMadeiraPedra LascadaPedra Polida

Proto-histria

Idade dos metais6.500 ACAt1.500 AC

CobreEstanhoBronzeFerroCermica

HistriaIdade antiga ouantiguidade4.000 ACAt500 ACvidro

Idade mdia oumedieval500 ACAt1500Ligas metlicas

Idade moderna1.500At1.800concreto

Idade contempornea1.800AtOs dias de hojePolmeros

Atualmente existe uma grande variedade de materiais. Sendo que os profissionais da rea tecnolgica, no nosso caso da rea de eletromecnica, devem conhecer as propriedades, caractersticas e comportamento dos materiais que lhe so disponveis para aplicaoem componentes mecnicos.Como exemplo da utilizao de materiais na construo mecnica, temos o automvel. Na fabricao de um carro, os materiais dos quais obtm-se os componentes, tem que apresentar desempenho suficiente para sua aplicao. Alguns dos materiais que compe o automvel so: aos, vidros, plsticos, alumnio, materiais compsitos, ento como escolh-los?Os parmetros utilizados, para escolha de um material adequado para um determinado componente, centram-se nas propriedades como: resistncia mecnica, a condutibilidade trmica/eltrica, a densidade e outras. Tambm se deve observar o comportamento do material durante o processamento e o uso, onde a plasticidade, usinabilidade, durabilidade qumica so essenciais, assim como custo e disponibilidade.Por exemplo, o ao utilizado para as rodas dentadas (engrenagens) da caixa de cmbio, deve ser facilmente usinado durante o processamento, mas quando em uso devem ser suficientemente resistentes as solicitaes externas. Os pra-lamas devem ser feitos com um ao que tenha boa plasticidade, mas que dever resistir a solicitaes devido ao uso. impossvel, conhecer detalhadamente os milhares de materiais disponveis, mas os princpios gerais que norteiam as propriedades de todos os materiais, devem fazer parte das bases tecnolgicas de um auxiliar de fabricao mecnico.

3 - DEFINIO

3.1 O que ?

O ao uma liga de metal, um metal criado atravs do derretimento de vrios materiais juntos. Atualmente h mais de 2.500 tipos de ao no mundo todo. Todos eles consistem principalmente de ferro-gusa, que por sua vez consiste de elemento de ferro e mais de trs por cento de carbono. O ferro-gusa extrado de minrio de ferro em exploses nas fornalhas. Ele ento processado em uma siderrgica para criar ao com um contedo de carbono de menos de dois por cento. Esta proporo baixa faz o material ser mais macio permitindo o fcil processamento.O desenvolvimento de exploso na fornalha no sculo XIV tornou isso possvel: o ferro podia ser esquentado at permanecer em forma lquida. Mas a tecnologia amadureceu gradualmente: enquanto oito toneladas de carvo ainda eram necessrias para se obter duas toneladas de ferro-gusa no sculo XVII, ns agora s precisamos de cerca de metade de uma tonelada de coque para produzir 10.000 toneladas de ferro-gusa por dia.Enquanto buscava um material robusto para fazer armas, Henry Bessemer desenvolveu um novo processo no meio do sculo XIX que continuaria sendo utilizado por um longo perodo ainda por vir. O processo Bessemer facilita a produo de ao empregando a oxidao. At ento, trabalhadores tinham que mexer o ao derretido para separar a sobra de materiais, um processo que envolvia um grande gasto de energia. Agora isso poderia ser feito por uma mquina. O processo Siemens-Martin de 1864, que tornou possvel derreter metal escovado em ao, foi mais um marco na produo de ao. E a indstria de ao continuou se desenvolvendo: processos ainda melhores significavam que uma maior quantidade de ao de alta qualidade poderia ser produzida com menos trabalho manual. Em 1850, cada siderrgica estava produzindo oito toneladas de ferro pig por ano. Vinte anos mais tarde elas estavam produzindo dez vezes mais do que isso.Em 1912, cientistas da siderrgica de Krupp na Alemanha, acidentalmente descobriram como fabricar ao prova de ferrugem. O chamado V2A ou ao inoxidvel composto de ferro, cromo e nquel e usado em tecnologia mdica, por exemplo.Hoje o ao representa um material de alta tecnologia. Por exemplo, o ao de alta potncia e ductilidade (HDS em ingls) capaz de fazer zonas de amasso inteligente: a idia que o material, que deforma facilmente, se torne mais duro depois de uma coliso por meios de transformaes estruturais, oferecendo mais proteo. Carrocerias de veculos feitas com este tipo de ao deformado no s aumentam a segurana como tambm contribuem com a reduo do consumo de energia por serem especialmente mais claras.

Existem muitos tipos de ao, para os mais variados fins. Veja abaixo alguns tipos, suas caractersticas e principais aplicaes:

S.A.E 1006/1008 e S.A.E 1010/1020

Aos com carbono sem adio de liga. Neste grupo destacam-se os aos com baixo teor de carbono, apresenta boa usinabilidade, tambm chamado Extra-doce; este tipo de ao no adquire tmpera, mas de grande maleabilidade e fcil de soldar-se.Aplicaes: Parafusos, e usos destinados a usinagem.

S.A.E 1045

Grupo dos aos com carbono sem adio de elemento de liga, aos quais apenas se garante a composio qumica, adquire boa tmpera e muito difcil de soldar-se.Aplicaes: Implementos agrcolas, esquadrias, peas automotivas, etc.

ASTM A-283C

Aos para aplicao em componentes sem exigncia severa de resistncia trao e onde a economia pela reduo de peso irrelevante.Aplicaes: Em vrias estruturas desde as comuns at as mais elaboradas, como galpes, mquinas agrcolas e rodovirias, cubas de galvanizao, etc.

ASTM A-36

Aos para aplicao em componentes onde as propriedades so bem definidas para permitirem sua utilizao em projetos que exigem dobramento e boa soldabilidade.Aplicaes: Em vrias estruturas desde as comuns at as mais elaboradas, como pontes, locomotivas, estruturas metlicas, edifcios, galpes, e outras.

ASTM A-516 {C/ 60C e C/ 70C}

Quando as caractersticas do projeto exigirem impacto, as chapas devero ser normalizadas, alm de necessitarem de uma composio qumica mais adequada.Aplicaes: Recipientes sob presso e trabalho e baixa temperatura, sendo ideais para caldeiras e vasos com exigncia de mdia e alta presso.

ASTM A-285C

Chapas de especificao ASTM bastante rgidas, visto estarem bem definidos os esforos a que esto sujeitos os equipamentos. Apresenta uma versatilidade quanto temperatura de uso, variando de 60C negativos at 500C.Aplicaes: Equipamentos que trabalham a baixa e mdia presso (caldeiras e vasos de presso).

SAC 300 e SAC 350

Aos de baixa liga, caracterizando-se pela alta resistncia mecnica e notvel resistncia a corroso atmosfrica, alm de boa soldabilidade. Sua utilizao quando comparada a dos aos comuns, proporciona economia, fruto da reduo de espessura e conseqentemente do peso.Aplicaes: Implementos agrcolas, equipamentos para minerao, navios, vages, pontes, viadutos e edifcios.

COSAR-50 e COSAR-55

Aos COSIPA Soldveis de Alta Resistncia Mecnica. Trata-se de um ao com escoamento mnimo de 330 Mpa.Aplicaes: Fabricao de equipamentos hidreltricos e de terraplanagem, mquinas agrcolas e rodovirias, guindastes, pontes rolantes.

SAR-80 e USI AR-360

So aos de alta resistncia desenvolvidos para atender s exigncias do mercado em aplicaes onde a resistncias mecnica e abraso, tenacidade e peso so requisitos principais.Aplicaes: Plataforma martimas, chassis, caambas de caminhes, blindagem de veculos militares, etc.

RST-52.3

Material acalmado ou semi-acalmado, com propriedades fsicas bem definidas, apresenta boa soldabilidade, conformidade e tenacidade.Aplicaes: Em vrias estruturas desde as mais comuns at as mais elaboradas.

COS-AR-COR 500

Aos COSIPA Soldveis de Alta Resistncia Mecnica com Resistncia Corroso Atmosfrica. Sua principal vantagem a maior durabilidade devido resistncia corroso atmosfrica, de no mnimo quatro vezes a do ao comum.Aplicaes: Silos, caixa d'gua, janelas e venezianas, telhas de cobertura, abrigos de nibus, dormentes de via frrea.

4 - PRINCPIOS DO TRATAMENTO TRMICO DO AO

Tratamento trmico o conjunto de operaes de aquecimento e resfriamento a que so submetidos os aos, sob condies controladas de temperatura,tempo, atmosfera e velocidade de resfriamento, com o objetivo de alterar as suas propriedades ou conferir-lhes caractersticas determinados. As propriedades dos aos dependem, em princpio, da sua estrutura. Os tratamentos trmicos modificam, em maior ou menor escala, a estrutura dos aos, resultando, em conseqncia na alterao mais ou menos pronunciada, de suas propriedades. Cada uma das estruturas obtidas apresenta seus caractersticos prprios, que se transferem ao ao, conforme a estrutura ou combinao de estrutura ou combinao de estruturas presentes.Pelo exposto, pode-se perfeitamente avaliar a importncia dos tratamentos trmicos, sobretudo nos aos de alto carbono e nos que apresentam tambm elementos de liga.Os principais objetivos dos tratamentos trmicos so os seguintes: - Remoo de tenses internas (oriundas de esfriamento desigual, trabalho mecnico ou outra causa); - Aumento ou diminuio da dureza; - Aumento da resistncia mecnica; - Melhora da ductilidade; - Melhora da usinabilidade ; - Melhora da resistncia ao desgaste; - Melhora das propriedades de corte; - melhora da resistncia corroso; - Melhora da resistncia ao calor; - Modificao das propriedades eltricas e magnticas A simples enumerao dos objetivos acima evidencia claramente a importncia e a necessidade do tratamento trmico no ao. Em geral, a melhora de uma ou mais propriedades, mediante um determinado tratamento trmico, conseguida com prejuzo de outras. Por exemplo, o aumento da ductilidade provoca simultaneamente queda nos valores de dureza e resistncia trao. necessrio, pois, que o tratamento trmico seja escolhido e aplicado criteriosamente, para que os inconvenientes apontados sejam reduzidos ao mnimo. No se verifica, pela simples aplicao de um tratamento trmico, qualquer alterao da composio qumica do ao. Bibliografia:www.artinox.com.br/default.asp?area=4http://www.fabrifer.com.br/aco.htmlhttp://discoverybrasil.uol.com.br/guia_tecnologia/materiais_basicos/aco/index.shtml

Tratamentos trmicos e dureza das ligas ferro-carbono UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA Curso de Graduao em Engenharia Mecnica Disciplina: Microestrutura e Propriedades dos Materiais (GEM17) Professor: Rafael Ariza Gonalves Apostila IFSChttp://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/a/a1/Aru_suzy_apostila_tecnologia_dos_materiais.pdf