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Trav. do Carvalho, 21-25 1249-003 Lisboa Tel.: 00351 21 ... · PARECER TÉCNICO No documento que se segue, apresenta-se a fundamentação técnica baseada numa análise exaustiva

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PARECER TÉCNICO

No documento que se segue, apresenta-se a fundamentação técnica baseada numa análise

exaustiva de todo o processo que constituiu a encomenda “Elaboração de projecto de execução do

loteamento e três edifícios do Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real”, anunciada no Diário da

República n.º 19 de 28 de Janeiro de 2009, tendo como objectivo a cabal demonstração da

impossibilidade de concretização, no prazo estabelecido, do objecto do concurso.

A presente fundamentação técnica estrutura-se da seguinte forma:

1. Análise do anúncio do Concurso;

1.1. “9 – Acesso às peças do concurso e apresentação da proposta”

1.2. “10 – Prazo para apresentação das propostas”

1.3. “12 – Critérios de adjudicação”

1.4. Conclusão da análise do anúncio

2. Listagem dos documentos recepcionados

3. Análise do conteúdo dos documentos recepcionados

3.1 Estudo prévio de arquitectura, alínea d), do artigo 6.º do “Programa de

Procedimento”

3.1.1. Loteamento

3.1.2. Edifícios

3.1.3. Outros elementos obrigatórios constituintes da proposta

3.2. Constituição da Equipa Técnica – alínea c), do artigo 6.º do “Programa de

Procedimento”

3.3. Preço dos serviços a fornecer – alínea b) do artigo 6º do “Programa de

Procedimento”

4. Considerações Finais

4.1. Síntese do processo de elaboração da proposta

4.2. Conclusão

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1. Análise do anúncio do Concurso:

1.1. “9 – ACESSO ÀS PEÇAS DO CONCURSO E APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA”

Constatação:

De acordo com o ponto 9.1 do anúncio, as peças de concurso poderiam ser consultadas na

Associação para o Desenvolvimento do Régia Douro Park, em Vila Real. Disponibilizaram-se todos

os contactos, incluindo o endereço electrónico.

Refere o ponto 9.2 do anúncio, que não se encontra disponível a plataforma electrónica para o

fornecimento das peças do concurso e apresentação das propostas.

Comentário:

Embora, na fase de transição, não esteja prevista a obrigatoriedade da utilização da plataforma

electrónica, conforme Preâmbulo do Código dos Contratos Públicos, Decreto-Lei 18/2008, de 29 de

Janeiro, (obrigatória somente a partir de Julho de 2009), os prazos mínimos previstos no CCP

deveriam ser utilizados apenas quando garantidas as condições de acesso imediato à informação e

à pronta apresentação das propostas.

1.2. “10 – PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS”

Constatação:

Refere o ponto 10 que o limite da apresentação das propostas será “Até às 16:30 do 9º dia a contar

da data do envio do presente anúncio”. No ponto 15, define-se que a “Data de envio do anúncio

para publicação no diário da república” corresponde ao dia 2009/01/27.

De acordo com o CCP, através do artigo 135.º - “Prazo mínimo para apresentação das propostas em

concursos públicos sem publicidade internacional”

“1- Quando o anúncio do concurso público não seja publicado no jornal oficial da

União Europeia, não pode ser fixado um prazo para apresentação das propostas

inferior a 9 dias (…)”

No entanto, de acordo com o artigo 63.º - “Fixação do prazo para apresentação das propostas”

“1- O prazo para a apresentação das propostas é fixado livremente, com o respeito

pelos limites mínimos estabelecidos no presente Código.

“2- Na fixação do prazo para a apresentação das propostas, deve ser tido em conta o

tempo necessário à sua elaboração, em função da natureza, das características, do

volume e da complexidade das prestações objecto do contrato a celebrar, em

especial dos aspectos da sua execução submetidos à concorrência pelo caderno de

encargos, bem como a necessidade de prévia inspecção ou visita a locais ou

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equipamentos, por forma a permitir a sua elaboração em condições adequadas e de

efectiva concorrência.”

Comentário:

Deste modo, a apresentação das propostas tomou lugar no dia 2009/02/05, até às 16:30,

correspondendo ao prazo real de oito dias e meio onde se incluí sábado e domingo,

respectivamente (31 de Janeiro e 1 de Fevereiro). Neste período de tempo foi suposto que o

potencial concorrente tomasse conhecimento do concurso, decidisse da vontade de participação,

adquirisse o processo do mesmo, organizasse a equipa técnica, elaborasse a proposta e fizesse

chegar a mesma ao local indicado.

1.3. “12 – CRITÉRIOS DE ADJUDICAÇÃO”

Constatação:

“Proposta economicamente mais vantajosa”

Será avaliada tendo em conta os factores e os sub-factores acompanhados dos respectivos

coeficientes de ponderação.

É apresentado o “Regulamento de Avaliação”.

Comentário:

A apresentação do “Regulamento de Avaliação” não é inteligível e, à sua aparente complexidade,

acresce ser omisso relativamente aos artigos 9.º e 10.º. Simultaneamente, o Anúncio do Concurso

é omisso quanto aos elementos constituintes da proposta a apresentar, sujeitos ao “Regulamento

de Avaliação”, tornando, assim, ainda mais difícil entender o enquadramento dos critérios de

avaliação.

1.4. Conclusão da análise do anúncio:

O potencial concorrente, face aos comentários supra, não tem condições de decisão de

participação por ausência de informação fundamental que lhe permita rapidamente verificar a sua

capacidade e elegibilidade enquanto concorrente.

Esta decisão só poderá ser tomada após a solicitação e recepção dos elementos de concurso pelo

eventual concorrente ou consulta dos mesmos no local indicado.

O tempo despendido com a solicitação, compilação e análise dos elementos do Processo do

Concurso, necessários para suprir as omissões do Anúncio do mesmo, não é desprezável para um

calendário de trabalho máximo equivalente a 8 dias e meio. Pelo que poderia ser considerado

suficiente esta análise prévia para se concluir sobre a desadequação do prazo imposto face à

encomenda implícita.

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Acresce, ainda, a esta apreciação, que a complexidade dos critérios de avaliação, face ao prazo

estipulado, verificada na análise do anúncio, pode, inclusivamente, constituir, em si, factor

dissuasor de concorrer e, como tal, limitador da efectiva concorrência.

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2. Listagem dos documentos recepcionados:

Abaixo descrevemos uma situação de recepção por via electrónica dos elementos do concurso,

solicitados na manhã de 2009/01/28, por um membro inscrito na Ordem dos Arquitectos – Secção

Regional Sul.

Às 11:53 horas, do mesmo dia, foram enviadas pela entidade adjudicante, em ficheiro zip, os

seguintes documentos:

• “Programa de Procedimento” – 19 páginas, em formato pdf;

• “Caderno de Encargos. Cláusulas Gerais” – 11 páginas, em formato pdf;

• “Caderno de Encargos relativo a contratos de aquisição de serviços. Cláusulas Especiais” – 5

páginas, em formato pdf;

• “Programa Base” – 24 páginas, em formato pdf;

• ficheiro, em formato dwg denominado “Lev_Régia DP_com Limites” com desenho não

legendado.

Às 15:18 horas, do dia 2009/01/29, foram enviadas os seguintes documentos:

• “Extracto do regulamento da proposta do PDM de Vila Real, com as disposições

regulamentares para a unidade operativa de planeamento e gestão a UOPG 43 – Parque

de Ciência e Tecnologia”, em formato pdf;

• “Planta de Localização da área de intervenção à escala 1:5000”, em formato pdf.

Foram ainda enviados às 15:45 horas, do dia 2009/01/29, os seguintes documentos:

• “Extracto da planta de ordenamento da proposta de revisão do PDM de Vila Real”, em

formato pdf.

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3. Análise do conteúdo dos documentos recepcionados:

O “Programa de Procedimento” é decomposto em 19 artigos e 3 anexos.

O artigo 6.º - “Documentos que constituem a proposta” é composto por 4 alíneas:

“A proposta será instruída com os seguintes documentos:

a. Declaração emitida conforme modelo Anexo I;

b. Preço total e lista de preços unitários, elaborados nos termos do Anexo III, não

devendo incluir o IVA.

c. Declaração de constituição da equipa técnica indicando o responsável por cada

especialidade e de forma explícita o coordenador da equipa, acompanhada de

fotocópia da declaração de reconhecimento da capacidade profissional de cada

técnico, emitida pela respectiva associação profissional.

d. Estudo prévio de arquitectura do loteamento e de cada um dos três edifícios,

elaborado nos termos do caderno de encargos e contendo no mínimo os elementos

descritos das cláusulas 2ª e 3ª do caderno de encargos – cláusulas especiais.”

3.1. Estudo prévio de arquitectura, alínea d), do artigo 6.º do “Programa de Procedimento”

Constata-se que só os elementos que compõem esta alínea serão sujeitos ao “Regulamento de

Avaliação” – Anexo II – onde, de acordo com o artigo 5.º, estão descritos os factor, subfactor e

ponderação. Deste modo, iniciamos a análise deste procedimento por esta alínea.

3.1.1. Loteamento

Constatação:

O estudo prévio de arquitectura do loteamento constitui elemento obrigatório da

proposta, de acordo com a Cláusula 2.ª do “Caderno de Encargos, relativo a contratos de

aquisição de serviços. Cláusulas Especiais”.

De acordo com o ponto 2 desta cláusula “Aspectos vinculativos”, deveria dar cumprimento

aos elementos estabelecidos nesta fase de trabalho em conformidade com:

• A Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho;

• O estabelecido nas alíneas do ponto 2, art.º 1.º da Portaria n.º 232/2008 de 11 de

Março;

• As regras urbanísticas previstas no Plano Director Municipal de Vila Real.

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Ainda de acordo com o ponto 3 da mesma cláusula, o projecto seria desenvolvido apenas

numa área de intervenção inferior a 10ha, na primeira fase, apesar de estar inserido num

terreno de 11,8ha, pelo que deveria ser pensado de forma a permitir uma fácil ampliação

numa segunda fase.

Comentário:

Na Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, não se encontra definido disposições

específicas para a figura de loteamento, por tal, considerou-se a aplicação das disposições

gerais no que se refere ao Estudo Prévio, artigo 5.º e as alíneas aplicadas à arquitectura do

ponto 2 (a, b e g).

Na Portaria n.º 232/2008 de 11 de Março, as alíneas do ponto 2, art.º 1.º referem-se aos

elementos que devem instruir o pedido de “Informação Prévia referente a operação de

loteamento”.Considerou-se a aplicação das disposições inerentes à arquitectura (parte da

a, b, c, d, g, h, i, j, n e p).

Assim sendo, passamos a discriminar quais os documentos escritos e desenhados que

caracterizam as diferentes partes de um projecto, na fase correspondente ao estudo

prévio, para o Loteamento, no âmbito da Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, do

ponto 2 do artigo 5.º:

“a) Memória descritiva e justificativa, incluindo capítulos respeitantes a cada um dos

objectivos relevantes do estudo prévio;”

Este documento pretende fundamentar a proposta e deverá responder aos objectivos

pedidos e enunciados no “Programa base”, capítulo 1 “Objectivos pretendidos”:

• “I. A sustentabilidade, a inovação e a complexidade técnica”;

• “II. A importância da imagem”;

• “III. O desenho urbano e a solução pretendida”;

e, ainda, demonstrar detalhadamente o cumprimento dos:

• “Factor: Qualidade da solução proposta”;

• “Factor: Exequibilidade da solução proposta”

explícitos nos seus descritores de avaliação, enunciados nos artigos 10.º e 12.º,

respectivamente, do “Programa de Procedimento”.

Seria exigível que a Memória descritiva, para uma pontuação máxima, desse resposta

cabal, no mínimo, aos descritores no âmbito do factor “Qualidade da solução proposta”:

• “1. Descreve pormenorizadamente todas as soluções tomadas no estudo”,

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• “2. Denota um estudo aprofundado do processo e concurso, traduzindo

claramente, a apresentação de uma metodologia do projecto à pretensão e ao tipo

de projecto em questão”,

• “3. Descreve detalhadamente e assertivamente todas as integrações ao nível do

programa base”.

E, ainda, no âmbito do factor “Exequibilidade da solução proposta”, os descritores 1 e 2,

iguais aos mesmos descritores definidos para o factor “Qualidade da solução proposta” e o

descritor “3. Descreve detalhadamente e assertivamente o cumprimento do programa

base”.

“b) Elementos gráficos elucidativos sob a forma de plantas, alçados, cortes, perfis,

esquemas de princípio e outros elementos, em escala apropriada;”

Embora o “Caderno de Encargos. Cláusulas Especiais” não exija uma escala de

apresentação, atendendo à dimensão da área de intervenção, inserida num terreno com

cerca de 11,8ha e com uma área de intervenção de 9,8ha, de acordo com o ponto IV “O

que deve ter o parque”, do capítulo 2 do “Programa base do Régia Douro Park. Parque de

Ciência e Tecnologia de Vila Real”, levaria à produção mínima de dois desenhos em

formato A0 (84cm x 59,4cm), um para a planta do loteamento, à escala 1:500, e outro para

os alçados ,cortes e perfis, à mesma escala.

Estes desenhos deveriam conter, para além do já explicitado, toda a informação relativa ao

cumprimento dos “Factor: Qualidade da solução proposta” e “Factor: Exequibilidade da

solução proposta” explícitos nos seus descritores de avaliação, enunciados nos artigos 10º

e 12º, respectivamente, do “Programa de Procedimento”, através de uma representação

gráfica adequada, com cores, tramas e legendas que permitiriam a sua legibilidade e

verificação.

Assim, no âmbito do factor “Qualidade da solução proposta”:

• “4. Demonstra o cumprimento total das exigências; completo, exaustivo e

totalmente adequado aos objectivos”,

• “5. Nível excelente de articulação com o programa base”,

• “6. Nível excelente de funcionalidade da solução proposta”,

• “7. Excelente integração da proposta na imagem pretendida e desejável para o

PC&T, quer ao nível do loteamento quer ao nível dos edifícios”.

Para o factor “Exequibilidade da solução proposta”:

• “4. Demonstra o cumprimento total das exigências; completo, exaustivo e

totalmente adequado aos objectivos”,

• “5. Demonstra detalhadamente o cumprimento da legislação aplicável”,

• “6. Demonstra detalhadamente uma excelente integração ambiental da proposta”.

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“g) Estimativa do custo da obra e do seu prazo de execução.”

A elaboração deste documento obrigaria à concertação da solução arquitectónica com

todos os projectos de especialidades a concretizar futuramente, atendendo que a

estimativa a apresentar deveria enquadrar-se dentro do limite definido pelo “Investimento

estimado” apresentado no ponto “6. Infra-estruturas e Estacionamento “do ponto “d.

Programa de Espaços” do Capítulo 2 “Programa base” do Programa Base do Régia Douro

Park Parque de Ciência e Tecnologia em Vila Real que engloba a “urbanização do parque,

espaços verdes, ruas, infra-estruturas, etc.”. De notar portanto que, embora só fosse

solicitada a apresentação da proposta a nível de estudo prévio de arquitectura do

loteamento, seria necessário, em fase de concurso, desenvolver, ainda que a nível

simplificado, as diferentes especialidades, tendo em vista a orçamentação rigorosa do total

da obra, de modo a responder ao descritor de avaliação “7. Demonstra um total

enquadramento ao nível dos custos com o programa base” no âmbito do Factor

“Exequibilidade da solução proposta”. (artigo 12º do “Programa de procedimento”).

Mais se refere que não foram fornecidos elementos sobre as redes de infra-estruturação

local que permitissem a correcta orçamentação da obra, nesta componente dos trabalhos

a executar.

Segue-se a análise dos elementos determinados pelo ponto 2, art.º 1.º da Portaria n.º

232/2008 de 11 de Março:

“a) Memória descritiva esclarecendo devidamente a pretensão e indicando a área

abrangida […], a área total de construção acima da cota de soleira e respectivos usos

pretendidos, as cérceas, o número de pisos acima e abaixo da cota da soleira e a área

total de implantação;”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria ao texto da Memória

Descritiva referida acima no âmbito da Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho.

“b) Extractos das plantas de zonamento e de ordenamento dos planos municipais

vigentes e das respectivas plantas de condicionantes assinalando a área objecto da

operação;”

Desenho a produzir a partir do documento recepcionado “Extracto da planta de

ordenamento da proposta de revisão do PDM de Vila Real”, em formato pdf. A elaboração

desta peça de desenho obrigaria a um trabalho adicional de transformação do formato pdf

não editável em formato vectorial editável, uma operação demorada não visível na

apresentação e dimensão do documento final que corresponderia a uma folha A3 (42cm x

29,7cm).

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“c) Extractos das plantas do plano especial de ordenamento do território vigente;”

Não foram fornecidos elementos para a produção destas peças.

“d) Planta de localização e enquadramento à escala da planta de ordenamento do plano

director municipal ou à escala de 1:25 000 quando este não existir, assinalando

devidamente os limites da área objecto da operação;”

O mesmo desenho referido a propósito da alínea b) supra.

“g) Planta da situação existente, à escala de 1:1000 ou superior, correspondente ao

estado e uso actual do terreno e de uma faixa envolvente com dimensão adequada à

avaliação da integração da operação na área em que se insere, com indicação dos

elementos ou valores naturais e construídos, de servidões administrativas e restrições de

utilidade pública, incluindo os solos abrangidos pelos regimes da Reserva Agrícola

Nacional e da Reserva Ecológica Nacional e ainda as infra-estruturas existentes;”

Não foi disponibilizada informação, nomeadamente através da Planta de Condicionantes

do PDM, que permita apresentar esta peça desenhada e que permita reflectir na proposta

o cumprimento das restrições à intervenção, como será, a exemplo, o caso da área

adjacente à infra-estrutura viária A24.

“h) Planta à escala de 1:1000 ou superior contendo os elementos técnicos definidores da

modelação do terreno, da volumetria, alinhamento, cércea e implantação da edificação e

dos muros de vedação;”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria aos desenhos referidos

acima no âmbito do comentário à Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, integrando a

planta à escala 1/500 referida na alínea b) dessa portaria.

“i) Condicionantes para um adequado relacionamento formal e funcional com a

envolvente;”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria aos desenhos referidos

acima no âmbito do comentário à Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, integrando a

planta à escala 1/500 referida na alínea b) dessa portaria.

“j) Programa de utilização das edificações, incluindo a área bruta de construção a afectar

aos diversos usos e o número de fogos e outras unidades de utilização;”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria aos desenhos referidos

acima no âmbito do comentário à Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, integrando a

planta à escala 1/500 referida na alínea b) dessa portaria.

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“n) Planta definido claramente as áreas de cedência destinadas à implantação de

espaços verdes, equipamentos de utilização colectiva e infra-estruturas viárias,

acompanhada de quadros com as medições das áreas respectivas;”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria aos desenhos referidos

acima no âmbito do comentário à Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho, integrando a

planta à escala 1/500 referida na alínea b) dessa portaria.

“p) Plano de acessibilidades que apresente a rede de espaços e equipamentos acessíveis

bem como soluções de detalhe métrico, técnico e construtivo, esclarecendo as soluções

adoptadas em matéria de acessibilidade a pessoas com deficiência e mobilidade

condicionada, nos termos do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 163/2006, de 8 de Agosto;”

O plano de acessibilidades obrigaria a um grau de desenvolvimento da solução do projecto

para que fosse possível detalhar as situações previstas no âmbito da acessibilidade de

pessoas com mobilidade condicionada, no espaço exterior do recinto e acesso a edifícios.

A concretização deste requisito obrigaria à elaboração de um desenho em formato A0

(84cm x 59,4cm), integrando várias escalas de representação de soluções de projecto

proposto, que demonstrassem a aplicação do regulamento.

3.1.2. Edifícios

Constatação:

Constitui elemento obrigatório da proposta, de acordo com a Cláusula 3.ª do “Caderno de

Encargos relativo a contratos de aquisição de serviços. Cláusulas Especiais” o “edifício 1 ao

nível do estudo prévio”, “edifício 2 ao nível do estudo prévio” e “edifício 3 ao nível do

estudo prévio” que, de acordo com o ponto 2 da cláusula 2.ª “Aspectos vinculativos”,

deveriam cumprir a Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho.

Considerou-se a aplicação das disposições gerais no que se refere ao Estudo Prévio, artigo

5.º e nas alíneas aplicadas à arquitectura do ponto 2 (a, b e g), e as Disposições Especiais,

Secção I – “Edifícios”, artigo17º e nas alíneas i e ii da alínea a e alínea b).

Comentário:

Abaixo se descreve quais os documentos escritos e desenhados que caracterizam as diferentes partes de um projecto, na fase correspondente ao estudo prévio, para :

1. Edifício 1 (1000m2) - Edifício Sede; 2. Edifício 2 (1100m2) - Centro de Empresas e Incubadora (UTAD);

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3. Edifício 3 (1700m2) - Centro Tecnológico I&D e Inovação (vinho e vinha).

Os elementos do Estudo Prévio do projecto de arquitectura, determinados na Portaria n.º701-H/2008, de 29 de Julho, no ponto 2 do artigo 5º são os que se seguem:

“a) Memória descritiva e justificativa, incluindo capítulos respeitantes a cada um dos

objectivos relevantes do estudo prévio;”

Este documento pretenderia fundamentar a proposta e deveria responder aos objectivos

pedidos e enunciados no “Programa base”:

• “I. A sustentabilidade, a inovação e a complexidade técnica”;

• “II. A importância da imagem”;

• “III. O desenho urbano e a solução pretendida”;

e ainda, demonstraria detalhadamente o cumprimento dos:

• “Factor: Qualidade da solução proposta”;

• “Factor: Exequibilidade da solução proposta”

explícitos nos seus descritores de avaliação, enunciados nos artigos 10º e 12º,

respectivamente, do “Programa de Procedimento”.

Seria exigível que a Memória Descritiva, para uma pontuação máxima, desse resposta

cabal, no mínimo, aos descritores no âmbito do factor “Qualidade da solução proposta”:

• “1. Descreve pormenorizadamente todas as soluções tomadas no estudo”,

• “2. Denota um estudo aprofundado do processo e concurso, traduzindo

claramente, a apresentação de uma metodologia do projecto à pretensão e ao tipo

de projecto em questão”,

• “3. Descreve detalhadamente e assertivamente todas as integrações ao nível do

programa base”.

Acresceria, no âmbito do factor “Exequibilidade da solução proposta”, os descritores 1 e 2,

iguais aos mesmos descritores definidos para o factor “Qualidade da solução proposta” e o

descritor “3. Descreve detalhadamente e assertivamente o cumprimento do programa

base”.

“b) Elementos gráficos elucidativos sob a forma de plantas, alçados, cortes, perfis,

esquemas de princípio e outros elementos, em escala apropriada;”

Embora o “Caderno de Encargos. Cláusulas Especiais” não exija uma escala de

apresentação, atendendo à área total de construção de cada edifício (aproximadamente

1300m2) e de modo a poder fornecer toda a informação relativa ao cumprimento dos

“Factor: Qualidade da solução proposta” e “Factor: Exequibilidade da solução proposta”

explícitos nos seus descritores de avaliação, enunciados nos artigos 10º e 12º,

respectivamente, do “Programa de Procedimento”, sendo que, no âmbito do factor

“Qualidade da solução proposta”:

• “4. Demonstra o cumprimento total das exigências; completo, exaustivo e

totalmente adequado aos objectivos”,

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• “5. Nível excelente de articulação com o programa base”,

• “6. Nível excelente de funcionalidade da solução proposta”,

• “7. Excelente integração da proposta na imagem pretendida e desejável para o

PC&T, quer ao nível do loteamento quer ao nível dos edifícios”.

e que no factor “Exequibilidade da solução proposta”:

• “4. Demonstra o cumprimento total das exigências; completo, exaustivo e

totalmente adequado aos objectivos”,

• “5. Demonstra detalhadamente o cumprimento da legislação aplicável”,

• “6. Demonstra detalhadamente uma excelente integração ambiental da proposta”.

seria imperativo a produção de desenhos à esc. 1/200 ou menor (esc. 1/100) utilizando

uma representação gráfica adequada, com cores, tramas e legendas para legibilidade e

verificação de todos os descritores acima mencionados estimando-se a produção mínima

de três desenhos de formato A1 (84cm x 59,4cm) por edifício.

“g) Estimativa do custo da obra e do seu prazo de execução.”

A elaboração deste documento obrigaria à concertação da solução arquitectónica com

todos os projectos de especialidades a concretizar futuramente, atendendo que a

estimativa a apresentar deveria enquadrar-se dentro do limite definido no “Investimento

estimado” apresentado no ponto “1 Edifício sede, 2 Edifício UTAD, 3 Edifício Centro

Tecnológico I & D e Inovação” do ponto “d. Programa de Espaços” do Capítulo 2

“Programa base” do Programa Base do Régia Douro Park Parque de Ciência e Tecnologia

em Vila Real para o edifício(s) completo(s) com todas as infra-estruturas necessárias e

obrigatórias ao seu pleno funcionamento. De notar portanto que embora só seja solicitada

a apresentação da proposta a nível dos estudos prévios de arquitectura dos edifícios, seria

necessário, em concurso, desenvolver, ainda que a nível simplificado, as diferentes

especialidades, tendo em vista a orçamentação rigorosa do total da obra, já que esta é

objecto do descritor de avaliação “7. Demonstra um total enquadramento ao nível dos

custos com o programa base” no âmbito do Factor “Exequibilidade da solução proposta”,

artigo 12º do “Programa de procedimento”.

Ainda no âmbito da Portaria n.º701-H/2008, de 29 de Julho, os elementos do Estudo Prévio do projecto de arquitectura devem cumprir o descrito no artigo 17.º:

“a) Os elementos necessários à definição esquemática:

i) Da implantação do edifício, a qual deverá ser efectuada sobre planta topográfica a

escala adequada, a fornecer pelo Dono da Obra.”

Não foi fornecida a planta topográfica.

“ii) Da integração urbana e paisagística do edifício.”

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Desenhos à escala 1:500 com planta de implantação, cortes e perfis consubstanciados

numa folha A1 (84cm x 59,4cm) por edifício, atendendo à área de construção média de

cada edifício (aproximadamente 1300m2).

“b) Representação gráfica da forma, da organização de espaços e volume e da

composição do edifício que evidencie:

i) As características morfológicas dominantes do edifício e das suas partes

componentes.

ii) A organização dos espaços e a interdependência de áreas e volumes que

explicitem as inter-relações das partes componentes e destas com o conjunto do

edifício.

iii) A compartimentação genérica do edifício, com indicação da forma como são

solucionados os sistemas de comunicações e de circulações estabelecidas no

Programa base.”

A obrigatoriedade da apresentação destes elementos acresceria aos desenhos

referidos acima no âmbito do comentário à alínea b) do ponto 2 do artigo 5º da

Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de Julho.

Mais se informa que dada a inequívoca singularidade do “Programa base” entende-se que

as exigências programáticas estabelecidas para cada edifício os classificam na categoria III,

em conformidade com o estabelecido no n.º 4, do art.º 11.º, da Portaria n.º 701-H/2008,

de 29 de Julho:

“a) Concepção fundamentada em programas funcionais com exigências especiais;

b) Instalações técnicas que, pela sua complexidade, tornem necessário o estudo de

soluções pouco correntes que exijam soluções elaboradas de compatibilização com

as diferentes partes componentes da obra;

c) Obrigatoriedade de pesquisa de várias soluções que conduzam a novos sistemas e

métodos e à aplicação de materiais e elementos de construção diferentes das

correntes na prática respectiva.

d) Integração num contexto natural ou construído que determine exigências

relevantes, correspondentes a, designadamente, aspectos relacionados com

contextos ambientais ou visuais de excepção, históricos;

e) Obrigação especial de inovação técnica ou artística do programa;

f) Obrigatoriedade de pesquisa de soluções que garantam uma contenção de custos

particularmente reduzidos.”

No entanto, o descritivo do “Programa de Espaços” de cada um dos edifícios é omisso

relativamente às necessidades específicas de funcionamento destes. A título

exemplificativo referenciamos a descrição daqueles que integram o “Centro Tecnológico

I&D e Inovação”, onde se desenvolvem actividades de carácter excepcional e certamente

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com necessidades infra-estruturais e arquitectónicas específicas, tais como laboratórios,

biblioteca enoteca e salas de investigação, onde o único elemento fornecido é a área global

por função.

Acresce que, aos elementos acima descritos, de acordo com o ponto i. da alínea b) –

“Estudo Prévio dos edifícios”-, do ponto 2 da Clausula 2.ª – “Aspectos Vinculativos” do

“Caderno de Encargos relativo a contratos de aquisição de serviços. Cláusulas especiais”

seria necessário a “descrição das soluções propostas ao nível das diferentes especialidades,

que permitam esclarecer os tipos e soluções construtivas, o nível tecnológico inserido na

proposta e uma estimativa do custo de investimento/custo de exploração dos sistemas

propostos.” A descrição das soluções para as especialidades com custos estimados

obrigaria ao desenvolvimento destas soluções também em fase de estudo prévio (ver

ponto 3.2 relativo à constituição da equipa técnica). Configuram-se estes documentos em

Memórias Descritivas e quadros analíticos de cada uma das especialidade exigidas para

cada um dos edifícios para poder responder positivamente ao objecto do descritor de

avaliação “7. Demonstra um total enquadramento ao nível dos custos com o programa

base” no âmbito do Factor “Exequibilidade da solução proposta”, artigo 12.º do “Programa

de procedimento”.

No entanto, pelo acima referido, há um claro desajuste entre o grau de definição dos

elementos solicitados e de exigência dos factores de avaliação versus o grau de informação

dos elementos fornecidos no âmbito do “Programa base”.

3.1.3. Outros elementos obrigatórios constituintes da proposta

No âmbito da Cláusula 3.ª do “Caderno de Encargos relativo a contratos de aquisição de

serviços. Cláusulas especiais” é obrigatória:

• Maqueta, estando omissa a escala de apresentação da mesma,

• Imagens gráficas 3D, estando omissa a quantidade a fornecer das mesmas.

Estes elementos são necessários para obtenção de pontuação no descritor “8. Excelente

qualidade dos elementos apresentados, que permitem esclarecer toda a proposta, para o

cidadão comum”do factor “Exequibilidade da solução proposta” (artigo 12.º do “Programa de

procedimento”). Deste modo, a escala da maqueta a produzir não deveria ser inferior à escala

da proposta do loteamento (escala 1:500). Quanto aos desenhos 3D seriam necessários, como

mínimo:

• Uma perspectiva geral a partir do acesso principal ao Parque de Ciências e

Tecnologia.

• Uma imagem esclarecedora de cada um dos três edifícios.

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Esclarece-se que a elaboração destes dois elementos da proposta só seria possível após a

conclusão do projecto do “Programa base”, imprescindivelmente no que se refere a todos os

aspectos que se relacionem com a imagem exterior dos edifícios e do Parque de Ciências e

Tecnologia.

3.2. Constituição da Equipa Técnica – alínea c) do artigo 6º do “Programa de Procedimento”

Para executar os projectos supra mencionados seria indispensável a constituição da equipa

projectista, tendo em conta as especialidades exigidas no âmbito do objecto do contrato do

concurso. Efectivamente, no “Caderno de Encargos relativo a contratos de aquisição de serviços.

Cláusulas especiais” são definidas as especialidades que devem ser acauteladas.

Na cláusula 2.ª, ponto 4 - “Especialidades”, a alínea a) “Para o projecto de loteamento” diz “todas

as indicadas na alínea f), do número 1 do artigo 9.º da Portaria nº232/2008, de 11 de Março,

excluindo o projecto de paisagismo (arranjos exteriores)” a saber:

• infra-estruturas viárias,

• redes de abastecimento de águas, esgotos e drenagem,

• de gás,

• de electricidade,

• de telecomunicações,

No mesmo ponto, a alínea b) “Para o projecto de cada edifício” refere “todas as indicadas no

número 5, do artigo 11.º da Portaria nº232/2008, de 11 de Março, excluindo o projecto de

paisagismo (arranjos exteriores)”, a saber:

“a) Projecto de estabilidade que inclua o projecto de escavação e contenção periférica;

b) Projecto de alimentação e distribuição de energia eléctrica e projecto de instalação de gás,

quando exigível, nos termos da lei;

c) Projecto de redes prediais de água e esgotos;

d) Projecto de águas pluviais;

e) Projecto de arranjos exteriores;

f) Projecto de instalações telefónicas e de telecomunicações;

g) Estudo de comportamento térmico;

h) Projecto de instalações electromecânicas, incluindo as de transporte de pessoas e ou

mercadorias;

i) Projecto de segurança contra incêndios em edifícios;

j) Projecto acústico.”

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Assim sendo, o concorrente deveria fazer os contactos necessários a fim de encontrar todos os

técnicos responsáveis pelo desenvolvimento dos projectos supra mencionados, quer no âmbito do

loteamento quer dos edifícios, preparando o documento referenciado na alínea c) do “Programa

de procedimento” com a “declaração de constituição da equipa técnica, indicando o responsável de

cada especialidade e de forma explícita o coordenador da equipa, acompanhada de fotocópia da

declaração de reconhecimento da capacidade profissional de cada técnico, emitida pela respectiva

associação profissional”.

3.3. Preço dos serviços a fornecer – alínea b) do artigo 6º do “Programa de Procedimento”

A complexidade que o estudo, objecto do concurso, representa, independentemente das peças a

apresentar em concurso, obrigaria, para a elaboração da componente preço, a preencher o quadro

“Lista detalhada da proposta” (Anexo III), um dos elementos que integram o “Critério de

adjudicação” (ponto 1 do artigo 10º do “Programa do Procedimento”), a uma previsão dos

trabalhos a executar e encargos até à conclusão da prestação de serviços de todos os técnicos

envolvidos em equipa multidisciplinar e coordenada.

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4. Considerações Finais:

4.1. Síntese do processo de elaboração da proposta:

Ao aplicar no presente procedimento o prazo mínimo para apresentação das propostas, nove (9)

dias, considerou a Entidade Promotora, de acordo com as peças de procedimento que colocou a

concurso, que seria exequível:

I. Antes do início do acto projectual da solução proceder:

a) À apreciação do anúncio do Concurso;

b) À solicitação das peças do Concurso;

c) À apreciação e análise dos documentos que constituem as peças do Concurso;

d) À afectação dos recursos humanos necessários para a elaboração da proposta:

d.1) À organização e nomeação da equipa de desenvolvimento da proposta:

• Chefe de projecto – Coordenador Multidisciplinar e Geral de Equipa – Arquitecto Sénior

• Arquitecto Projectista coordenador da elaboração das peças de desenho.

• 4 Operadores / Desenhador de CAD – um para cada projecto.

• 1 Medidor Orçamentista

• 2 Maquetistas para elaboração da maqueta

• 2 Desenhadores especializado em imagens 3D;

d.2) À constituição da Equipa multidisciplinar.

II. No acto projectual proceder:

a) À deslocação ao local de intervenção, ou à contratação de um levantamento fotográfico

esclarecedor, dado que não foram fornecidas fotografias do local de intervenção;

b) À concepção das soluções projectuais arquitectónicas e urbanísticas que preencham os

requisitos descritos em “Os objectivos pretendidos” do “Programa base” (“A sustentabilidade, a

inovação e a complexidade técnica”, “A importância da imagem” e “O desenho urbano e a solução

pretendida”);

c) À elaboração das soluções técnicas adequadas em coordenação com a Equipa multidisciplinar,

em fase de elaboração das soluções arquitectónicas e urbanísticas, com enquadramento no

investimento estimado fornecido pela entidade promotora e desenvolvimento das soluções de

modo a aferir a relação custo de investimento/custo de exploração.

III. Elaborar e emitir as peças obrigatórias finais de apresentação a concurso que incluem:

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a) A execução e demonstração das soluções projectuais arquitectónicas e urbanísticas e técnicas, o

que, em síntese, corresponderia à seguinte lista, mínima e estimada, de peças obrigatórias

constituintes da proposta, referentes à alínea d) do artigo 6º do “Programa de Procedimento”:

• Memórias descritivas, individualizadas para o loteamento e cada um dos três edifícios,

elaboradas por autor do estudo prévio de arquitectura e pelo técnico responsável de cada

especialidade (número de páginas nunca inferior a 24, considerando serem comuns as

memórias descritivas dos 3 edifícios: 5 páginas para estudo prévio de arquitectura do

loteamento, 1 página para infra-estruturas viárias, 1 página para redes de abastecimento

de águas, esgotos e drenagem, 1 página para gás, 1 página para electricidade, 1 página

para telecomunicações, e 5 páginas para o estudo prévio de arquitectura de cada um dos

edifícios, 1 página para estabilidade, escavação e contenção periférica, 1 página para a

especialidade de alimentação e distribuição de energia eléctrica, 1 página para instalação

de gás, 1 página para as de redes prediais de água, esgotos e águas pluviais, 1 página para

as instalações telefónicas e de telecomunicações, 1 página para o estudo de

comportamento térmico, 1 página para as instalações electromecânicas, 1 página para a

segurança contra incêndios em edifícios; e 1 página para o estudo acústico);

• 3 desenhos de formato A0;

• 9 desenhos de formato A1;

• 3 desenhos de formato A3;

b) A elaboração, viável somente quando consolidada a solução projectual, de:

• Maqueta com dimensão da base equivalente ao formato A0;

• 4 desenhos 3D de dimensão equivalente ao formato A3;

c) A elaboração de estimativas orçamentais globais e detalhadas por projecto e por especialidades

e estudos de custo de investimento/custo de exploração (número de páginas não quantificável);

d) A elaboração da proposta de honorários referente à globalidade da prestação de serviços que a

Entidade Promotora pretende adjudicar, subdividida nos seus valores parciais por projecto

(conforme “Anexo III – Lista detalhada da proposta” do “Programa de Procedimento”);

e) A compilação dos documentos de habilitação de todos os técnicos que integrem a Equipa

multidisciplinar;

f) O preenchimento da declaração emitida conforme modelo Anexo I do artigo 6.º do “Programa de

Procedimento”;

g) A organização dos documentos e o encerramento da proposta de acordo com o artigo 9.º “Modo

de apresentação dos documentos que instruem a proposta” do “Programa de procedimento”.

IV. Entregar a proposta no local indicado, conforme definido no artigo 8.º “Prazo para a

apresentação das propostas” do “Programa de procedimento”, onde se verifica que esta teria de

ser recepcionada no “Gabinete de Atendimento ao Cidadão da Câmara Municipal de Vila Real”

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“contra recibo ou remetida pelo correio sob registo e com aviso de recepção” até às 16h:30m do 9º

dia a contar da data do envio do anúncio do concurso para publicação em Diário da República.

4.2.Conclusão

Mesmo se considerada a possibilidade de se constituir uma mega estrutura, no que se refere ao

número de profissionais afectos ao desenvolvimento desta proposta, e mesmo considerando que

esta corresponda a elevados níveis de coordenação e eficácia, o tempo necessário e que medeia a

percepção do local físico de implementação do projecto, a percepção da encomenda implícita no

concurso, a percepção dos diversos constrangimentos, sejam de ordem regulamentar, sejam de

relacionamento do programa com o local do empreendimento, com a consequente consolidação

de uma proposta de projecto, e com a sua materialização em elementos desenhados e escritos, e

posterior transposição para elementos de comunicação do projecto proposto, como sejam as

imagens gráficas 3D e a maqueta requeridas, ao apreciar a complexidade técnica e operativa

necessária para elaborar proposta ao procedimento em causa, conclui-se e expõe-se a

impossibilidade real de a concretizar no prazo definido neste.

Se por absurdo encarada a hipótese de plasmar, como solução projectual, o exemplo de parque

apresentado em Anexo ao “Programa Base”, e como tal obviar o tempo implícito ao acto de

projectar, enquanto concepção de ideia, que por inerência, ou característica própria, não é passível

de uma contabilização de tempo exacta, ter-se-ia que considerar o que devidamente vem referido

na “I. Introdução” do Capítulo 2 do “Programa Base”.

Neste documento do processo do concurso (“Programa Base”) refere-se que, a recolha de

informação que possibilitou a sua elaboração teve por base a extensa bibliografia apresentada e o

exemplo concreto, já acima referido, ressalvando que não teve, este, em conta “(…) a legislação

nacional relacionada com a construção deste tipo de infra-estruturas, que deverá obrigatoriamente

ser cumprida em todas as propostas a apresentar, responsabilidade que caberá aos respectivos

autores e concorrentes.”

Seria, assim, igualmente complexa a tarefa do concorrente.

A Ordem dos Arquitectos, no âmbito da sua experiência na colaboração com Entidades

Promotoras, na organização e lançamento de processos de concurso de natureza e complexidade

idêntica ao presente processo, e tendo, ainda, em consideração o nível de exigência colocada por

esta Entidade, seja do ponto de vista da qualidade da resposta conceptual, seja pelo rigor técnico

exigido na fase de concurso, recomendaria a definição de um prazo para apresentação de

propostas, nunca inferior a 40 dias corridos.

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Em suma:

A Ordem dos Arquitectos entende ficar assim tecnicamente fundamentado que o procedimento

“Elaboração de projecto de execução do loteamento e três edifícios do Parque de Ciência e

Tecnologia de Vila Real”, anunciada no Diário da República n.º 19 de 28 de Janeiro de 2009, não

cumpre o pressuposto do ponto 2 do artigo 63º do Código dos Contratos Públicos - “Fixação do

prazo para apresentação das propostas” que diz “2- Na fixação do prazo para a apresentação das

propostas, deve ser tido em conta o tempo necessário à sua elaboração, em função da natureza,

das características, do volume e da complexidade das prestações objecto do contrato a celebrar, em

especial dos aspectos da sua execução submetidos à concorrência pelo caderno de encargos, bem

como a necessidade de prévia inspecção ou visita a locais ou equipamentos, por forma a permitir a

sua elaboração em condições adequadas e de efectiva concorrência.”

A Ordem dos Arquitectos

Porto, 11 de Março de 2009.