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Trecho antecipado para divulgação. Venda proibida.

Trecho antecipado para divulga o. Venda proibida....10 LIBERDADE, FELICIDADE & FODA-SE! realizar os objetivos de uma pesquisa científica. Acredito que o mesmo vale para os nossos

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Trecho antecipado para divulgação. Venda proibida.

Copyright © Mirian Goldenberg, 2019Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2019Todos os direitos reservados.

Preparação: Sandra Espilotro Revisão: Ana Tereza Clemente e Departamento editorial Planeta do BrasilDiagramação: Anna YueCapa: Thaís Esmeraldo e Eduardo ForestiImagem de capa: Picsfive/ Shutterstock

2019Todos os direitos desta edição reservados àEDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA.Rua Bela Cintra 986, 4o andar – ConsolaçãoSão Paulo – SP – CEP 01415-002www.planetadelivros.com.brfaleconosco@editoraplaneta.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Goldenberg, Mirian Liberdade, felicidade & foda-se! / Mirian Goldenberg. – São

Paulo: Planeta do Brasil, 2019. 160 p.

ISBN: 978-85-422-1583-0

1. Saúde e bem-estar 2. Felicidade 3. Autorrealização (Psicologia) I. Título

19-0830 CDD 158.1

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SUMÁRIO

Você quer ser feliz? ...............................................7Em que ponto você está na curva da felicidade? ....13Você sabe rimar liberdade com felicidade? .........21Você já ligou o botão do foda-se!? .......................29Você já fez uma faxina na sua vida? .....................37Você sabe reconhecer um vampiro emocional? ....44O que você mais inveja? .....................................55O que falta para você ser mais feliz? ....................65Você gostaria de ser mais leve? ............................73Você conhece o jogo do contente? ......................83Você é meio Leila Diniz? ....................................93Você tem medo de envelhecer? .........................105Quem vai cuidar de você na velhice? .................117Você gostaria de viver mil anos? ........................125O que você vai ser (e fazer) quando envelhecer? ..........................................131Você agradece à vida? ........................................145Você quer se tornar mais feliz? ..........................155Referências bibliográficas ..................................159

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Escrever Liberdade, felicidade & foda-se! foi uma experiência alegre, apaixonada e intensa. Duran-te muitos meses, mergulhei em pesquisas, entre-vistas, artigos, livros, encontros e conversas que foram fundamentais para a invenção da minha “Antropologia da felicidade”.

Quando comecei a escrever o livro, fiquei em dúvida se deveria apresentar somente os resultados das minhas pesquisas com 5 mil homens e mu-lheres de 18 a 98 anos, ou as minhas experiências e descobertas pessoais sobre felicidade. Como aprendi a resolver meus dilemas por meio da dia-lética – buscando o caminho do meio –, decidi não fazer nem uma coisa nem outra, mas sim um exercício de síntese das duas propostas.

Quero iniciar o livro com uma ideia de Simone de Beauvoir. Ela afirmou que todos nós mudamos durante a vida, mas sem perder a iden-tidade, que já existia quando éramos crianças.

VOCÊ QUER SER FELIZ?

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8 LIBERDADE, FELICIDADE & FODA-SE!

As nossas raízes permanecem, e é por meio delas que se definem os objetivos de um projeto de vida. É preciso que os projetos estejam ancora-dos no nosso passado, como exigências a serem realizadas.

Após uma imersão profunda no meu passado e nas minhas raízes, consegui enxergar uma coe-rência entre tudo o que pesquisei e escrevi nas últimas três décadas. Se existisse alguma linha invisível que costurasse tudo o que eu produzi, gostaria que ela fosse chamada de “Antropologia da felicidade”.

Desde A Outra até A bela velhice, a ques-tão da felicidade esteve no centro das minhas reflexões e preocupações ou, melhor ainda, das minhas obsessões. Analisei a trajetória de Leila Diniz, estudei as amantes de homens casados e as militantes políticas, discuti a construção social do corpo e os padrões culturais de juventude e de beleza, pesquisei as experiências e as represen-tações sobre o envelhecimento.

Em todos os meus livros, analisei os discur-sos e comportamentos de homens e mulheres, de diferentes gerações, que enfrentaram precon-ceitos e discriminações, que sofreram por se sen-tirem invisíveis, que viveram relações amorosas e sexuais consideradas desviantes, que estavam

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9VOCÊ QUER SER FELIZ?

fora do padrão de corpo valorizado na cultura brasileira.

O que todos tinham em comum? O desafio e a coragem de inventar uma vida

mais livre e mais feliz. Tenho buscado, em todas as minhas pesqui-

sas, formular questões que me ajudem a com-preender melhor os discursos, comportamentos e valores presentes na nossa cultura. Além da antropologia, a psicanálise e a filosofia me en-sinaram a fazer perguntas que têm contribuído para as minhas pesquisas e, também, para rela-tivizar os meus medos, sofrimentos e angústias existenciais.

Qual é o significado da minha vida? O que me falta para ser mais feliz? Por que invejo a li-berdade dos homens? Por que me comparo com outras mulheres? Por que tenho dificuldade em dizer não? Como posso ser mais leve? O que pre-ciso fazer para me libertar dos vampiros emocio-nais? Por que tenho medo de envelhecer? O que quero ser e fazer quando envelhecer? Quais são os meus projetos de vida?  

Sempre ensino aos meus alunos, como mos-trei em A arte de pesquisar, a importância de sa-ber formular a pergunta certa. Considero que fazer uma boa pergunta é o passo decisivo para

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realizar os objetivos de uma pesquisa científica. Acredito que o mesmo vale para os nossos pro-pósitos de vida. Frequentemente, a construção de uma boa questão para se pensar sobre algum problema é mais essencial do que a sua resposta. A pergunta certa é o melhor caminho para a so-lução dos problemas que queremos e precisamos resolver, nas nossas pesquisas e na nossa vida.

A cada livro que leio, procuro formular – a partir das suas linhas e entrelinhas – as minhas próprias perguntas. As páginas dos meus livros são verdadeiros arco-íris. São abarrotadas de ano-tações a lápis e canetas de diferentes cores, que revelam as conversas profícuas e apaixonadas que alimento com cada autor. Eu reli muitas obras inúmeras vezes, e a cada leitura acrescentei novas perguntas e novas cores às suas páginas. Gosto de sublinhar as ideias mais interessantes, questio-nar ou discordar dos autores, lembrar de outros que escreveram sobre o mesmo tema, registrar os meus pensamentos, dúvidas e experiências. As páginas ficam completamente cheias com as minhas observações. Não resta um só pedacinho em branco. Sinto-me frustrada por não ter mais espaço para a minha conversa com os autores.

Escrevi Liberdade, felicidade & foda-se! como uma espécie de conversa íntima com os meus

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11VOCÊ QUER SER FELIZ?

leitores. Enquanto escrevia os capítulos, fiquei me imaginando como leitora do meu livro. Per-cebi que eu iria adorar ter um espaço exclusivo só para anotar as minhas observações. Resolvi, então, que o livro teria um lugar especial para que todos os meus leitores pudessem anotar suas ideias, registrar suas reflexões e formular suas próprias perguntas sobre felicidade.

As páginas a serem preenchidas no fim de cada capítulo foram pensadas como um espaço de criação, de autoconhecimento e, principal-mente, de coautoria. As minhas perguntas são apenas provocações para que os leitores elaborem as questões que ainda estão faltando no livro.

Liberdade, felicidade & foda-se! é um retrato das perguntas que foram mais relevantes para a construção das minhas reflexões sobre a arte de ser feliz. Espero que o livro mostre que cada um de nós, de um jeito único e singular, pode apren-der a formular boas questões que ajudem a des-cobrir os caminhos para conquistar a felicidade. O meu desafio para você é: faça a pergunta certa!

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VOCÊ QUER SER FELIZ?

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No dia 6 de novembro de 2017 tive a grande alegria de participar do TEDxSãoPaulo Mulhe-res que Inspiram. O vídeo da palestra foi posta-do no YouTube em 9 de janeiro de 2018 e, para minha surpresa, viralizou rapidamente: foi visto por mais de 1 milhão de pessoas!

Nunca poderia imaginar que o meu TED te-ria tanto sucesso, impacto e repercussão, ficando em primeiro lugar entre os mais vistos e relevantes de todos os TEDxSãoPaulo. Recebi incontáveis mensagens de todo o Brasil e até mesmo do exte-rior, já que o vídeo tem legendas em inglês e em espanhol. Muitas mulheres me escreveram para perguntar se eu já havia publicado – ou iria publi-car – um livro abordando os mesmos temas da pa-lestra. A ideia de escrever Liberdade, felicidade & foda-se! nasceu do meu desejo de agradecer e dar uma resposta carinhosa a todas as mulheres que me enviaram mensagens comentando a palestra.

EM QUE PONTO VOCÊ

ESTÁ NA CURVA DA FELICIDADE?

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14 LIBERDADE, FELICIDADE & FODA-SE!

Quando pensei pela primeira vez na estrutu-ra do livro, já sabia que o conteúdo do meu TED deveria ser o fio condutor de todos os capítulos. Como será fácil perceber, tudo o que eu disse na palestra foi a maior inspiração para formular as minhas perguntas reflexivas sobre felicidade. Segue, então, a íntegra do meu TED sobre a in-venção de uma bela velhice.

É uma grande alegria estar neste lindo even-to para falar sobre a invenção de uma bela velhi-ce. Tudo o que eu vou apresentar é resultado da minha pesquisa “Corpo, envelhecimento e feli-cidade”, realizada com 5 mil homens e mulheres de 18 a 98 anos. Atualmente, estou pesquisando só os que já passaram dos 90 anos.

Vocês já ouviram falar da curva da felicidade?Pesquisas realizadas por economistas em oi-

tenta países, com mais de 2 milhões de pessoas, encontraram um padrão constante. As pessoas mais felizes são as mais jovens e as mais velhas, e as menos felizes são as que estão entre 40 e 50 anos. Os pesquisadores descobriram uma curva da felicidade no formato da letra U. A felicidade é maior no início da vida, diminui ao longo dos anos, chegando ao seu ponto mais baixo em torno dos 45 anos, e, depois disso, co-meça a crescer. Os mais velhos, se tiverem uma

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15EM QUE PONTO VOCÊ ESTÁ NA CURVA DA FELICIDADE?

boa saúde, estabilidade financeira e segurança afetiva, podem se sentir tão felizes quanto os mais jovens.

Eu também encontrei uma curva da feli-cidade entre as mulheres brasileiras que venho pesquisando há mais de trinta anos. As que têm entre 40 e 50 anos são as que estão mais infelizes, insatisfeitas, frustradas, deprimidas e exaustas. Elas reclamam, principalmente, de falta de tem-po, falta de reconhecimento e falta de liberdade. Algumas ainda dizem que falta tudo!

Perguntadas sobre o que mais invejam nos homens, elas responderam, em primeiríssimo lu-gar: liberdade. Em segundo, disseram: fazer xixi em pé. Elas também invejam a liberdade mascu-lina com o próprio corpo, a liberdade sexual, a liberdade de brincar e rir de qualquer bobagem e muitas outras liberdades.

Quando perguntei aos homens o que eles mais invejam nas mulheres, eles responderam simplesmente: nada.

Quando perguntei o que as mulheres mais invejam em outras mulheres, elas responderam: corpo, beleza, juventude, magreza e sensualida-de. O corpo invejado por elas é jovem, magro e sensual. No Brasil, este modelo de corpo é con-siderado um verdadeiro capital.

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As mulheres brasileiras estão entre as maiores consumidoras do mundo todo de cirurgia plás-tica, botox, tintura para cabelo, remédios para emagrecer, moderadores de apetite, medicamen-tos para dormir e ansiolíticos. São também as que estão mais insatisfeitas com o próprio corpo, e as que mais deixam de sair de casa, ir a festas, e até mesmo de trabalhar, quando se sentem ve-lhas, gordas e feias.

Não é à toa que as brasileiras têm pânico de envelhecer, como disse uma professora de 45 anos:

“A minha maior crise foi quando fiz 40 anos. Entrei em pânico por estar ficando velha: não sei se faço plástica, coloco botox e preenchimento, se posso continuar usando minissaia e biquíni. Tenho medo de ser chamada de velha ridícula. É a fase do será que eu posso? Sou uma mulher invisível, transparente, uma mulher nem-nem: nem jovem, nem velha”.

Mas eu tenho uma ótima notícia para vocês. Tudo começa a melhorar, e muito, depois dos 50 anos, e a curva da felicidade começa a subir. As mulheres com mais de 60 anos afirmaram catego-ricamente: “Este é o melhor momento de toda a minha vida. Nunca fui tão feliz. É a primeira vez que eu posso ser eu mesma. Nunca fui tão livre”.

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17EM QUE PONTO VOCÊ ESTÁ NA CURVA DA FELICIDADE?

E como essas mulheres teriam conquistado a liberdade tão desejada? Vocês querem anotar as dicas que elas me deram?

Em primeiro lugar, elas descobriram que o tempo é o verdadeiro capital. Elas não podem, nem querem mais, desperdiçar seu próprio tempo. As mulheres mais jovens querem agradar e cuidar de todo mundo, e reclamam que não têm tempo para si mesmas. Mais velhas, apren-dem a dizer não, algo que parece muito simples mas não é, e passam a priorizar o tempo para se cuidar. Aprender a dizer não é uma revolução para as mulheres.

Essas mulheres também fizeram uma faxi-na existencial, o que não significa só jogar fora as roupas que não servem mais, os cacarecos, as coisas de que não precisam. Isso também é im-portante, mas é o mais fácil. A faxina existencial é deletar da nossa vida todas as pessoas que só nos fazem mal, só nos criticam, sugam a nossa energia: os verdadeiros vampiros emocionais.

Elas também aprenderam a ligar o botão do foda-se! Mas não ficam dizendo foda-se! para todo mundo, foda-se! para o que os outros pensam. Não é isso, elas são muito elegantes. É muito mais uma atitude interna. Vão dizer que eu sou uma velha ridícula porque vou à praia

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de biquíni? Foda-se! Vão achar que eu sou uma velha baranga porque gosto de usar minissaia? Foda-se! Vão pensar que eu sou uma coroa pe-riguete porque namoro um cara mais jovem? Foda-se! Esse foda-se! interno é libertador. Vocês querem experimentar?

A importância das amigas também foi mui-to citada por elas. São as amigas que cuidam, es-cutam, conversam, levam ao médico, telefonam todos os dias para saber como elas estão. Elas fala-ram muito mais das amigas do que do marido, dos filhos e dos netos. Quando perguntei: “Quem vai cuidar de você na velhice?”, responderam, em pri-meiro lugar: “Eu mesma”. E em seguida: “Minhas amigas”. Quando perguntei aos homens: “Quem vai cuidar de você na velhice?”, eles responderam: “Minha esposa, minhas filhas e minhas netas”.

Por fim, elas também aprenderam a rir e brin-car muito mais. Entre as mulheres mais jovens que eu pesquisei, 60% invejam a capacidade masculina de rir de qualquer bobagem. Ao serem perguntadas por que não dão mais risadas, elas responderam: “Porque eu não tenho tempo ou porque tenho muito medo do que os outros vão pensar”.

Mais velhas, elas se sentem livres para rir muito mais, principalmente delas mesmas, como disse uma médica de 65 anos:

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19EM QUE PONTO VOCÊ ESTÁ NA CURVA DA FELICIDADE?

“Não consigo entender por que eu demorei tanto tempo para descobrir uma coisa tão simples: liberdade é a melhor rima para felicidade. A minha receita para ser feliz é ter projetos de vida, não me preocupar com a opinião dos outros, dizer não para tudo o que eu não quero mais e curtir as minhas amigas. Como médica, eu posso garantir que rir muito, e principalmente rir de mim mesma, é sem-pre o melhor remédio”.

Então eu quero terminar com uma pergunta para vocês:

“Por que precisamos esperar tanto tempo para descobrir que a melhor rima para felicidade é liberdade? E que rir muito, especialmente de nós mesmas, é sempre o melhor remédio?”.

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EM QUE PONTO VOCÊ ESTÁ NA CURVA DA FELICIDADE?

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