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www.tribunafeirense.com.br R$ 1 ANO XIV - Nº 2.393 FEIRA DE SANTANA, SEXTA-FEIRA 14 SETEMBRO DE 2012 [email protected] ATENDIMENTO (75)3225-7500 Acesse nosso site: www.tribunafeirense.com.br 4 7 9 Merenda: enche, mas não alimenta O cardápio da merenda escolar servida na rede municipal de Feira de Santana está fora dos padrões nutricionais considerados ideais. O próprio setor admite o problema. Em algumas unidades não existe merendeira no seu quadro. A alimentação deveria suprir 15% das necessidades nutricionais diárias de um estudante. A rede tem apenas duas nutricionistas, mas seriam necessários 36 destes profissionais para atender à demanda. De 2013 não passa As exigências de quem deseja adotar um cão O contrato entre o Cassa e o estado, que permite o funcionamento do Ecassa, foi encerrado no ano passado e os capuchinhos não mais querem renovar. Moradores e ambulantes disputam a praça Dom João VI, vizinha ao Feiraguai. O caso foi parar no MP, que determinou que a prefeitura retirasse os comerciantes, mas estes ainda continuam no local. A praça em guerra 10 Quem deseja adotar um cachorrinho leva em mente algumas exigências, como raça, idade, cor, e que tenha saúde perfeita.

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www.tribunafeirense.com.br R$ 1ANO XIV - Nº 2.393FeIRA de SANtANA, SeXtA-FeIRA 14 SetembRO de 2012

[email protected] (75)3225-7500

Acesse nosso site: www.tribunafeirense.com.br

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merenda: enche, mas não alimenta

O cardápio da merenda escolar servida na rede municipal de Feira de Santana está fora dos padrões nutricionais considerados ideais. O próprio setor admite o problema. Em algumas unidades não existe merendeira no seu quadro. A alimentação deveria suprir 15% das necessidades nutricionais diárias de um estudante. A rede tem apenas duas nutricionistas, mas seriam necessários 36 destes profissionais para atender à demanda.

de 2013 não passa

As exigências de quem deseja adotar um cão

O contrato entre o Cassa e o estado, que permite o funcionamento do Ecassa, foi encerrado no ano passado e os capuchinhos não mais querem renovar.

Moradores e ambulantes disputam a praça Dom João VI, vizinha ao Feiraguai. O caso foi parar no MP, que determinou que a prefeitura retirasse os comerciantes, mas estes ainda continuam no local.

A praça em guerra

10Quem deseja adotar um

cachorrinho leva em mente algumas exigências, como raça, idade, cor, e que tenha saúde perfeita.

2 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 política

3Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 opinião

Observató[email protected]

Valdomiro Silva

Maurício opta por Ronaldo e entra firme na campanhaO vereador Maurício

Carvalho retornou às atividades na Câmara, esta semana, depois de 38 dias afastado. Como era previsto, anunciou, em sua volta ao plenário, que não mais apoiará a candidatura do prefeito Tarcízio Pimenta à reeleição. Marcha com José Ronaldo. Obviamente, deixa de liderar a bancada governista.

Aparentemente, Maurício tirou esse descanso para refletir e amadurecer uma decisão. Mas é possível que ela já estivesse tomada desde que fez seu discurso no mês passado comunicando, surpreendentemente, que

abandonaria a candidatura a mais um mandato legislativo e passaria quase 40 dias fora da Câmara.

O apoio à vereadora Eremita Mota, que é da base do prefeito Tarcízio Pimenta, seria, segundo Maurício, uma demonstração de lealdade. Poderia ter optado por um candidato vinculado a Ronaldo – como fez Alcione Cedraz, que não acompanha o seu partido, o PSD, na candidatura de Tarcízio, desistiu de disputar a reeleição e anunciou que suas lideranças vão acompanhar o vereador ronaldista Sargento Joel. Publicamente, ao menos, o motivo de Maurício para a desistência da candidatura

seria um certo desinteresse do seu partido, o PR – aliás, ex-partido, pois ele está se desfiliando da sigla – à sua história de vereador de quatro mandatos. Já a escolha de Ronaldo, em detrimento a Tarcízio, seria por convicção pessoal de que o ex-prefeito é o “melhor nome” para governar Feira de Santana.

Na verdade, as duas coisas estão interligadas. Maurício preferiu, ao contrário de alguns outros políticos, apoiar Ronaldo de “corpo e alma”, sem subterfúgios. E para fazê-lo era necessário não ser candidato. Obviamente, o partido do senador César Borges não reivindicará seu resto de mandato, de apenas quatro meses, para

o PR. E mesmo que assim o fizesse, em tão pouco tempo não conseguiria substituir Maurício através de processo na justiça eleitoral.

O objetivo de Maurício e de Alcione, que renunciaram a uma possibilidade de reeleição – cada um com seu leque de motivos – e mudaram de candidato a prefeito não é difícil de ser decifrado. Deixam a possibilidade de retornar à Câmara em 2013 mas se tornam nomes potenciais para um futuro secretariado, em uma eventual vitória do ex-prefeito José Ronaldo, para mais adiante, quem sabe, buscar um retorno ao Legislativo.

Até aqui, não se sabe como Tarcízio Pimenta encara mais essa defecção. De público, pelo menos, não há reação ostensiva da parte do grupo do prefeito – o que não significa que isto não venha a ocorrer.

Certamente o prefeito não está satisfeito. Afinal, perde o líder da bancada para o restante de governo e os votos dos liderados de Maurício Carvalho, cujo compromisso, no âmbito do grupo do prefeito, se resume ao apoio à vereadora Eremita Mota. Ou seja: as lideranças do ex-líder pedem voto para a atual vice-líder de Tarcízio, mas estão firmes na campanha de Ronaldo.

ex-líder acha que deumais do que recebeu

Qualquer que seja o sentimento do prefeito sobre o assunto, não se pode negar, Maurício fez ótimo trabalho à frente da liderança do governo. Enquanto esteve ocupando o cargo na Câmara sua defesa à administração transcorreu de forma muito firme e competente.

Maurício considera ter feito mais pelo governo, no exercício da liderança, do que recebeu, do ponto de vista político. De fato, mesmo como líder, o vereador não aparece no noticiário de bastidores na relação dos que foram mais contemplados pela máquina, o que, de certo, lhe diminuiu o ânimo a uma difícil candidatura a reeleição e, consequentemente, o empurrou aos braços de Ronaldo.

Ampliada vantagem de Ronaldona disputa por aliados comuns

Decisão polêmica e emblemática, Maurício articulou verdadeira operação, para viabilizar a mudança. Uma estratégia montada para evitar traumas. A reviravolta que acontece com Maurício – e com outros tantos - é resultado de uma grande confusão que se formou no cenário político local a partir do rompimento entre José Ronaldo e Tarcízio Pimenta. Lideranças que durante tanto tempo estiveram juntas encontram-se meio atordoadas.

Tumulto amplificado por fatores externos como as coligações partidárias, que impõem alinhamento, e as pesquisas eleitorais, que acusam favoritismo do ex-prefeito para voltar ao poder. Uma convivência de oito anos costuma deixar mais cumplicidade que uma de quatro. Nesse aspecto, Ronaldo leva vantagem sobre Tarcízio.

Sentimentalismos e convicções políticas à parte, o atual prefeito tem cargos

a oferecer na máquina por alguns meses mais, mas seu adversário está na ponta da tabela, em primeiro lugar. A maior probabilidade de vitória do ex-prefeito, que uma vez eleito teria no mínimo mais quatro anos – com possibilidade de outros quatro – é um convite mais que sedutor.

Essa é a roda viva da política. Quando decidiram romper, Ronaldo e Tarcízio sabiam que haveria perdas e danos. Seria mera questão de tempo e de momento, para que elas viessem à tona. O prefeito, até aqui, está no prejuízo. Mesmo sem a máquina para oferecer cargos, combustível fundamental no embate político em todos os níveis, Ronaldo dá uma goleada no ex-aliado, na disputa de lideranças as quais, um dia, já foram ligadas a ambos. Antes de Maurício, os vereadores Alcione Cedraz e Ronny tomaram a mesma decisão.

Pt prepara festa para Lula em Feira

A cúpula da candidatura petista em Feira de Santana está exultante, com a anunciada visita do ex-presidente Lula à cidade no próximo sábado. O grande evento, com a presença do governador Jaques Wagner e de outras lideranças estaduais do PT, acontecerá em uma casa de eventos. Divulgou-se que Lula cancelaria sua agenda no Nordeste neste fim de semana, mas pelo visto, ele comparecerá.

Trata-se de um fato político importante. O ex-presidente, com sua popularidade, já aparece no programa de rádio e televisão do candidato Zé Neto. Uma visita do próprio Lula a Feira de Santana é ingrediente novo para a campanha, que deve dar um estímulo à militância petista.

Esta semana,

um fato curioso foi divulgado na imprensa. Repórteres policiais informam que a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher marcou audiência para 10 meses depois de registrada a queixa, com uma senhora vítima de agressão física e de ameaça pelo ex-marido. A imprensa ainda não conseguiu ouvir a delegada, Virgínia Paim, sobre o assunto.

De início, se está diante de um absurdo. Polícia Civil marcar audiência para quase um ano depois, diante de um registro de tamanha gravidade – e mesmo que fosse uma causa menor – é recorde nacional. Com a palavra, a DEAM. É preciso ser feito um esclarecimento.

O vereador maurício Carvalho que, agora, apoia Ronaldo

4 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

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educação

Os quase dois mil alunos da Ecassa (Escola do Centro de Assistência Social Santo Antônio), uma das mais tradicionais da cidade, terão que mudar de endereço escolar no ano letivo de 2013. O contrato entre o Cassa (Centro de Assistência Social Santo Antônio) e o governo do estado foi encerrado em 2011 e não foi renovado. Numa decisão unilateral, a instituição religiosa diz não mais ter interesse em continuar com a parceria. A escola tem mais de meio século de atividades.

O diretor do Cassa, frei Cristóvão Lima de Matos, afirmou que a decisão de não mais renovar o contrato foi comunicada ao estado março do ano passado, nove meses antes do prazo legal, que é de três meses. “Ele não podem afirmar que não sabiam da nossa intenção”. Ainda de acordo com o religioso, aconteceram algumas reuniões com as participações de representante de ambos os lados.

Mais: para ele, a escola está funcionando ilegalmente por não ter contrato assinado entre as partes. Prevê dificuldades na prestação das contas aos órgãos de fiscalização, cujo dinheiro sai dos cofres dos governos estadual e federal – neste caso a merenda escolar.

Há alguns anos o Cassa sinaliza ao governo que não estava mais interessada em continuar com a parceria. Tempo suficiente para que medidas efetivas fossem tomadas, como a construção de uma nova unidade nas imediações ou o remanejamento dos estudantes sem traumas

decidido: ecassa vai fechar em 2013

A escola funciona há mais de meio século no mesmo local, vizinho à Igreja dos Capuchinhos

A unidade é uma das mais tradicionais de toda região. Foi inaugurada alguns anos antes do Colégio Santo Antônio, em 8 de agosto de 1958, quando se comemorava o Dia dos Pais. Começou com uma sala de aula. Hoje tem 22 salas, quase dois mil alunos e um ginásio de esportes.

Esta opção, a menos popular, provocaria uma diáspora estudantil na cidade. A grande maioria dos matriculados na escola moram em bairros próximos, como o Parque Getúlio Vargas, Irmã Dulce e Brasília, que a procuram pelo histórico de qualidade.

O certo é que o governo do estado dormiu na sala de aula. Tal qual um jogador de pôquer, irresponsavelmente pagou pra ver. E agora espera mais uma vez contar com a compreensão dos franciscanos. É claro que não nenhum dos matriculados ficará fora da escola no próximo ano.

A diretora da escola, Lúcia Branco, disse que a instituição vai matricular normalmente para o próximo ano letivo. Oferece vagas do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio. Mas reconhece que o número de matriculados caiu em 2012, em relação ao ano anterior. Mas não

escola foi criadahá 54 anos

vincula esta retração ao novelão do qual todos são protagonistas.

A instituição, que oferece vagas do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio, cedia o prédio e a Secretaria de Educação entrava com os professores – 74 ao todo, pessoal de apoio e segurança, que formam o contingente de cerca de 25 pessoas.

A partir do próximo ano os pais dos estudantes terão que procurar vagas em escolas próximas e outras nem tanto.

A diretora da Direc 2, Nívea Maria, afirma esperar que as conversas com a instituição religiosa cheguem a um resultado satisfatório – que neste caso seria a permanência por mais um ano. Mas argumenta que nenhum estudante vai ficar sem ser matriculado.

“Escolas próximas estão com salas vazias”, diz. Cita o Colégio Estadual como exemplo. Afirma que estes estudantes poderiam ser relocados para estas unidades. Enquanto o frei Cristóvão afirma que não existe mais possibilidade de renovação, a diretora disse esperar que a situação seja resolvida até o final deste mês. Definitivamente, as partes não estão falando a mesma língua.

Frei Cristóvão Lima de Matos declarou que o Cassa, com a retomada do prédio, vai voltar às suas origens, que é a da assistência social. A escola foi criada para atender a uma demanda específica, que era as pessoas pobres que moravam próximas do convento, no final da década de 50.

Instituição quer voltar às origens“Aqui era um local

distante deserto naquela época”, afirma o diretor do Cassa. Argumenta que apenas a escola perdeu o sentido do trabalho proposto pela entidade que dirige. “Vamos ocupar as instalações com cursos e outras iniciativas que contemplem as pessoas carentes na busca do

conhecimento”.Ele disse acreditar

que ao aumentar o leque de opções e de ofertas, o potencial da instituição será melhor aproveitado. A entidade também tem sob o seu domínio uma unidade de saúde, que é conveniada com a Prefeitura de Feira de Santana.

O religioso, entretanto,

não descarta que parte do imóvel, principalmente a parte que fica na avenida Presidente Dutra, que é uma das mais valorizadas, seja direcionada as atividades comerciais. E que a renda seria revertida no trabalho desenvolvido pela instituição.

ou apressadamente. Mas o governo foi empurrando a situação com a barriga. Agora chegou a um nó que está difícil de ser desatado.

Ainda não se sabe ao certo qual o destino dos estudantes a partir de abril, quando começa o ano letivo de 2013. De acordo com a Direc 2, já houve a procura de um imóvel, para ser locado, nos Capuchinhos. Mas não foi encontrado prédio com a mesma área da Ecassa, que tem 22 salas de aula, amplo espaço para recreação e ginásio de esportes.

O plano B é bem mais radical – mesmo que agora as autoridades da educação afirmem que ele não existe. A iniciativa consiste em matricular os estudantes em escolas próximas das suas residências. Ou em unidades que existem salas de aula ociosas, como o Colégio Estadual. Esta

iniciativa decretaria o fim da Ecassa, que não está totalmente descartada porque não existe a perspectiva da construção de uma nova escola naquela região.

Colégios estaduais próximos são o Estadual – onde afirmam ter muitas vagas, Edith Gama, o Instituto de Educação Gastão Guimarães, Rotary, Luis Eduardo Magalhães e o Eliana Boaventura. Na rede municipal, o Monteiro Lobato, entre outros. Fechar uma escola é vedar uma janela para o conhecimento.

Frei Cristóvão disse lamentar que a situação tenha chegado a este ponto, porque não acha correto que uma escola seja fechada. O ideal é que algumas sejam abertas. Mas a Ecassa não é a única a ser fechada nos últimos anos no município. Primeiro

foi a Ernestina Carneiro, e o CAP – destinado ao ensino de pessoas cegas, também está no mesmo caminho.

O franciscano revelou que numa reunião que aconteceu no dia 5 de dezembro de 2011, a Secretaria de Educação se comprometeu que resolveria o problema neste ano. Dificilmente o governo vai anunciar o que vai fazer para resolver o problemão antes do dia 7 de outubro.

Pelo contrato expirado, o valor do aluguel é de R$ 5.430, bem abaixo cobrado pelo mercado para uma área tida como nobre. A direção do Cassa também indicava os nomes dos gestores, que é uma praxe entre as instituições conveniadas com o estado. Nestes locais não existem eleição para diretor, portanto.

5Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

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educação especial

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6 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 opinião

Batista Cruz

Agricultor, dono de uma pequena bodega e semi-analfabeto, o ex-vereador Geraldo Rodrigues dos Santos deve ser exemplo para esta classe que não figura entre as mais acreditadas.

Voltemos no tempo.No final da década de

60 ele era um dos nove vereadores da Arena – não se recorda se era a 1 ou a 2. Mas afirma que fazia parte da bancada de oposição ao prefeito da época, João Justiniano da Fonseca. Era vereador da cidade de Rodelas, no sertão baiano e às margens do rio São Francisco, que fora emancipado poucos anos antes – Fonseca foi o segundo prefeito. Naquele tempo o cargo de vereador não era remunerado.

E foi numa destas votações importantes que o grupo do qual fazia parte se rebelou. A idéia era de que votassem todos pela reprovação. Seria uma pancada e tanto no prefeito. A Câmara estava em polvorosa. Pois bem. As sessões – que lá é chamada de reunião, aconteciam às segundas-feiras. Foi uma semana de aperto para o ex-prefeito, homem visto como íntegro e que não poderia passar por tamanho vexame. E a qualquer preço.

Para dissuadi-lo, o João Fonseca destacou os amigos Leocádio e Manoel de Mané

Fiel ao povo e à consciência Lucas, ambos já falecidos – mas o ex-prefeito continua vivo, é poeta, membro da Academia Baiana de Letras, e mora em Salvador. E a oferta era tentadora. Fonseca mandou oferecer-lhe dois mil cruzeiros (que era a moeda da época). Dava para comprar muita coisa. Uma canoa grande e um motor, por exemplo, para atravessar o rio e chegar à Ilha da Viúva, onde mantinha a pequena roça.

Mesmo sendo pobre – lembra que só tinha duas peças de roupas para ir às reuniões semanais – resistiu. Lembra que ouviu atentamente o recado, que foi passado com jeito. Disse não.

E sabe por que? “As pessoas me elegeram para ser fieis a elas. Não poderia aprovar uma conta que sabia que apresentava problemas. Se não tivesse, eles não teriam me adulado tanto. Fui pela minha consciência e a do povo”. Chegou o dia da esperada votação. Não era a Assembléia Nacional da Revolução Francesa, nem jacobinos ou gerondinos, mas oposição e situação sentavam-se em lados opostos. Geraldo Rodrigues lembra que ao entrar na Câmara viu que ficara sozinho. Oito de um lado, que optaram pela aprovação, e apenas ele, do outro, que manteve-se fiel à sua consciência. “Fui derrotado, mas estava com a consciência tranquila, limpa”.

Afirma não saber o que motivou os colegas de bancada a mudar de opinião. Nunca perguntou. “Mas se eles me ofereceram aquela vantagem, acredito que tenha feito o mesmo com os outros. Agora não sei se eles aceitaram”.

A recompensa veio na eleição seguinte, em 1970. Na anterior, foi eleito com 53 votos. Foi o menos votado daquele pleito. Mas foi reeleito com pouco mais de cem votos. Deixou a lanterna para ocupar o posto de terceiro mais bem votado.

- Acredito que as pessoas compreenderam o que fiz e, pelo visto, resolveram me apoiar, dando-me uma expressiva votação. Naquele tempo um vereador se elegia com poucos votos, mas era um número muito grande para se alcançar.

Em 1972 desistiu da candidatura. Foi forçado a trabalhar na Serra da Carnaíba, como sócio de uma venda, onde as esmeraldas estavam saltando terra a fora. Anos depois retornou a Rodelas e nunca mais se candidatou.

A atitude do ex-vereador, hoje com 84 anos, é digna de admiração. Exemplo para quem está ou quer ocupar uma cadeira na Câmara. Seja ela de onde for. Quem tenha 53 votos ou cinco mil. Lembre-se: se mantenham fieis aos seus eleitores.

7Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 cidade

Batista Cruz

Quem pretende adotar tem suas preferências. Optam pelos machos que tem poucas semanas de vida, que não apresentem problemas de saúde aparentes ou que tenham defeitos físicos. Uma determinada raça é a preferida pela grande maioria dos interessados. No caso aqui não se está falando de uma criança. Mas de um cão. Quem vai à APA (Associação Protetora dos Animais) leva em mente estes cinco pontos.

Neste ano cerca de 70 cães já foram adotados. Os mais procurados são os da raça poodle. Estes animais não demoram muito tempo na Associação. Como nos abrigos para crianças, os animais mais velhos vêem a cada dia diminuídas as chances de ganhar um novo lar. Adotar um cão com problemas de saúde é coisa rara.

Em todo ano passado foi registrado apenas um caso. Cândida Almeida dos Santos, ex-presidente da ONG, disse se lembrar que em 2011 um homem

macho, novo, boa saúde e físico perfeito

A APA recebe muitas denúncias de mau trato, tanto por parte dos donos como de pessoas que se sentem ameaçadas ou simplesmente partem para a agressão, ou em situações que são consideradas degradantes, como a exposição em gaiolas feitas pelos pet shops.

Cândida Almeida cita um caso recente, quando um homem chutou e quebrou a perna de um gato. “Levei o animal ao veterinário. O gato

está se recuperando. Agora, vou procurá-lo para que pague a conta do tratamento”. Se negar, afirma, ele vai ser denunciado por mal trato a animal.

Outros animais que recebem a atenção da instituição são aqueles colocados em gaiolas nos pontos de vendas. “Já vimos cães e gatos em locais sem as mínimas condições de abrigá-los”. De acordo a ex-presidente, o Ministério Público do Estado já foi procurado e informado sobre a situação destes animais.

APA recebe denúncias de mau trato

A APA sobrevive de doações e da boa vontade das pessoas que estão à frente das suas ações. Mas ao longo dos dez anos de existência vem enfrentando dificuldades de todos os aspectos e apertos financeiros. Os seus custos mensais oscilam entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, com o pagamento de salários de funcionários, compra de comida, de remédios e vacinas.

O caixa depende das doações, que também são feitas em ração e medicamentos. Mas a suspensão dos valores indicados pelos vereadores nas dotações orçamentárias, por parte da Prefeitura, sufocou a APA. Há quatro anos este recurso não é liberado. Depende da boa vontade do

prefeito. Em 2009 o valor seria R$ 12.400; no ano seguinte, R$ 21 mil.

De acordo com a ex-presidente Cândida Almeida, desde o ano passado a entidade não mais deu entrada na documentação exigida. “Desacreditamos”. Várias iniciativas buscam recursos para a entidade. As pessoas podem doar comida ou dinheiro. A instituição mantém uma conta corrente na Caixa – número 943-0, operação 003, agência 4109.

Caso a pessoa se interesse em doar ração, diz a ex-presidente, deve ligar para o número 9118.6534, e informar a loja onde comprou o alimento. “Nós nos encarregaremos de ir pegá-lo”.

Recursos são escassos

O programa federal “Minha casa, minha vida” necessariamente não significou novo lar para os cães – principalmente os de maiores portes. Não raro os donos destes animais os deixam para trás, sob duas alegações: falta de espaço no novo imóvel ou as regras do condomínio não permitem a entrada destes animais nestes espaços. Implicitamente escrevem nestes manuais de convivência parte daquela antiga e preconceituosa

“minha casa minha vida” deixa cães sem larfrase: “cachorro não entra”.

Num ato de “desapego aos amigos”, os deixam para trás. Jogados à própria sorte nas ruas. Não são cães perdidos porque caíram da mudança, como diz aquele outro velho ditado popular. Estes animais foram deliberadamente “esquecidos” quando do momento das mudanças. Não se tem ideia quantos estão nesta situação. Mas especula-se que a

população de cães errantes na cidade aumentou nos últimos meses.

Quando as regras do condomínio impedem ou restringe a entrada de animais, diz a ex-presidente, a opção do dono é procurar a justiça, onde o problema vai ser resolvido. Mas, afirma, o que não pode é simplesmente deixar o cão para traz, abandoná-lo. Ela enfatiza que este é um procedimento criminoso, com pena prevista de três

meses a um ano de reclusão ou multa.

Não se tem uma estatística confiável de quantos cães moram nas ruas da cidade. Apenas se sabe que são muitos. E podem causar problemas de saúde, principalmente. Como não são vacinados, podem desenvolver várias doenças. Entre elas a raiva. Caso um destes adoeça e atacar um humano, a pessoa pode morrer, caso não receba os devidos cuidados médicos.

levou para a casa dele um cãozinho com problema na coluna e que caminhava se arrastando.

A adoção de animais nem sempre é para toda vida. Mesmo raros, existem casos de devolução. Seja devido a problemas de saúde descobertos depois ou porque o animal não se adaptou ao novo lar. Daí a preferência pelos poodles, que não são apenas dóceis

e de trato fácil, mas muito inteligentes. Em tese, todos os 152 cães e 70 gatos que vivem na APA podem ser adotados – outros 40 estão abrigados numa casa no centro da cidade. Mas a direção sabe que nem todos terão a sorte de um dia ser o escolhido. E não apenas os mais velhos são preteridos. Os que nascem na instituição ou que estão lá há muito tempo também

tendem a ficar para sempre.A ex-presidente afirma

que estes cães, por estarem acostumados a viver em grupo, não se adaptam a viver sozinhos, em companhia de humanos e em espaço reduzido. Daí tendem a tentar a fuga ou dificultam a convivência com os seus novos proprietários. O passo seguinte desta relação é a separação.

Quem leva um cãozinho para casa assina um termo de adoção. Numa das cláusulas do documento está prevista a devolução do animal, caso não haja adaptação. Dois dos 11 cães adotados recentemente, em um evento que aconteceu no Parque da Lagoa, foram devolvidos.

Um dos procedimentos pré-adoção é a visita ao novo lar. Mas nem sempre isso acontece, devido à reduzida quantidade de pessoas que trabalham na ONG. E quando a relação não dá certo, logo se sabe os resultados: a fuga ou a devolução. Em alguns casos o cão é visto nas ruas e recuperado. Noutros, eles passam a viver nas ruas.

Quem leva um cãozinho para casa assina um termo de adoção

8 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 cidade

Batista Cruz

Um descuido e pronto. Lá se foi de volta para o tabuleiro a vantagem oferecida ao cliente pelo vendedor. Quem compra frutas a litro, atividade das mais comuns no centro de Feira de Santana, deve ficar com os olhos bem abertos aos movimentos das mãos destes comerciantes de rua. Todo movimento é feito na cara dura, mesmo. Todo cuidado é pouco.

É claro que nem todos os comerciantes de rua que vendem frutas aproveitam o momento de distração do consumidor para marretá-lo. Mas a turma que quer tirar vantagem não é pequena. Quanto mais ele conversar, oferecer vantagens, mais desconfiada a pessoa deve ficar, porque as suas intenções não são as melhores. Mais ainda: é ficar ligado nos dedos sempre ágeis e não dar ouvidos à conversa disparada como a de um locutor de uma disputada corrida de cavalos. Desviar os olhos para o bolso ou bolsa para pegar o dinheiro é quase sempre o erro fatal. O litro e meio, acertado por um ou dois

dedos mais do que ágeis

Os vendedores tiram a vantagem anunciada quando medem o produto no litro

reais, cai para um litro. E olhe lá se a tungada não for maior. Tudo é sutil – mas coisa que um bom observador não flagre. E tem movimentos característicos: levam a mão e a lata para dentro da sacola plástica e sempre sacodem a vasilha para cima e para baixo, numa denotação que despejaram todo produto prometido. Ou o golpe já aconteceu, na medida anterior, ou está em curso. Desconfie sempre do vendedor que balança a lata para cima e para baixo em sinal de honestidade,

ensina um deles. É golpista, quase sempre.

Um destes vendedores, que pediu para não ser identificado, diz que eles ganham – e os consumidores perdem, até na arrumação das frutas dentro da lata. “Com o tempo a gente aprende a arrumar de forma que a quantidade seja um pouco menor do que aparenta”. Para começo de conversa, o litro usado não é de um litro. Geralmente eles usam latas de óleo de soja, que indicam capacidade para 900 mililitros. O

consumidor já começa perdendo.

Vender frutas em carrinho de mão ou nos pequenos tabuleiros, pela quantidade destes veículos que passam para todos os lados carregados, é uma atividade das mais rentáveis. Dezenas, centenas destas ‘quitandas’ ambulantes atraem milhares de consumidores, hipnotizados pelo cheiro doce, a cor e o sabor inigualável de acerolas, umbus, serigüelas, entre outras frutas de época que podem ser medidas e

vendidas no litro. Vendedores de

amendoim cozidos são famosos por terem os dedos e mãos rápidos. Em caso de desconfiança, ensina Ademar Cerqueira, veterano neste tipo de compra, é pedir que o vendedor segure no meio da lata. “Nada de dedo por cima”. Disse que abriu os olhos depois de ter tomado alguns tombos. “Hoje eles não me enganam mais”. Mas é bom não descuidar.

E a tungada acontece na maior cara dura. Os clientes não vêem que foram lesados. Preferencialmente, estes verdadeiros ataques são feitos contra mulheres e idosos – jovens incautos também são enganados. As primeiras parece que sentem-se intimidadas a reclamar, mesmo que quando olham a quantidade na sacola de plástico e desconfiam de que a quantidade que vai levar para casa não é combinada e paga.

Os segundos porque o reflexo não é mais o mesmo de tempos atrás. Levam tempo para fazer alguns movimentos, como tirar o dinheiro do bolso. Os terceiros porque são desligados, mesmo. Um

destes comerciantes ensina: se o vendedor balançar a lata, desconfie. Ou peça para que ele faça uma nova medição - e não tenha medo de cara feia, ou seja firme e diga que não quer mais levar o produto.

Ele, que prefere não ser identificado, diz que o lucro ilegal dos vendedores, com o embarreiramento do produto, varia de 30% a 40%. Revelou que de vez em quando alguém desconfia do volume da mercadoria, olha para sacola e vai embora balançando a cabeça negativamente. Mas comente o erro de não reclamar. E eles seguem com a manobra pra lá de imoral. A reação do vendedor à desconfiança é a mesma. Parece coisa combinada: “Tá duvidando de mim, minha patroa?” Uns questionam com um sorriso. Outros parecem não gostar. Tudo é o mais puro teatro de rua. Ele diz que não nenhum dele tem medo de perder o cliente simplesmente porque quem compra não se lembra da fisionomia de quem vende. Se valem deste distanciamento para enganar os outros.

9Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 educação

Embora seja reconhecida como fundamental para a manutenção do aluno na escola, a merenda escolar não funciona na rede municipal de Feira de Santana, de acordo com as normas estabelecidas pelo Ministério da Educação.

Instada a indicar para a TRIBUNA FEIRENSE uma escola onde a reportagem pudesse encontrar uma merenda escolar dentro dos parâmetros ideais, a nutricionista do setor de Merenda Escolar da Secretaria Municipal de Educação, Mara Viana Cardoso, admitiu que não havia nenhuma.

Até para que haja efetivamente aprendizado, a merenda é indispensável, pois para alguns estudantes é a única refeição garantida do dia. Mas quando esta refeição é composta apenas de leite com biscoito, como é regra na rede municipal, a merenda deixa de ser um auxílio ao desenvolvimento do estudante para se tornar uma tapeação ao estômago de quem às vezes não tem o que comer em casa.

A reportagem visitou a pré escola Alda Marques, para crianças de 3 a 5 anos, no bairro Santa Mônica. Um cardápio estava fixado na parede da cozinha para servir de orientação às merendeiras. Macarrão, mingau, suco e biscoito predominam. No dia em que a reportagem esteve no local, o que as crianças tinham para comer era suco com biscoito. “Mesmo tendo merenda na escola, muitas mães mandam lanche, e as crianças comem tudo”, comentou a diretora Angela Maria de Almeida, satisfeita porque na visão dela, nunca falta merenda.

Na verdade, até merendeira falta. A Secretaria de Educação admite que muitas escolas estão sem merendeiras, o que obriga funcionários de serviços gerais a fazer a comida. “Nós orientamos que não é correto que a mesma pessoa que prepare a merenda, limpe a escola. Mas por falta de profissionais, isso quase nunca é seguido”, reconhece Mara Cardoso.

Mara afirma que a equipe atual não poderia ter ainda equacionado

Merenda escolar deficiente na rede municipal de Feira

o problema, por falta de tempo, pois assumiu em abril. “Já encontramos licitações realizadas e acordos determinados pela prefeitura de que deveríamos utilizar a verba federal para a compra da merenda, cobrindo com a verba municipal o que faltasse para compor o atual cardápio elaborado para as escolas”, relata.

Aí comete-se mais um erro, pois de acordo com a norma do MEC, a verba federal para merenda deve ser complemento e não a fonte principal de recursos. Até porque seria impossível dar alimentação de boa qualidade somente com a verba federal, que é de 30 centavos/dia, por aluno, para Ensino Fundamental e Médio, 50 centavos para pré-escola e 1 real para creches. Nas escolas que aderiram ao Mais Educação e oferecem ensino em tempo integral, o valor chega a 90 centavos/dia.

Se nem o alimento é servido de forma satisfatória, muito menos são cumpridos os objetivos mais elevados do Programa Nacional de Alimentação Escolar

do MEC, que existe desde 1955.

Idealmente, além de uma alimentação que atenda no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias do aluno, o programa deveria contar com os profissionais de nutrição para orientar diretores e merendeiras.

Para executar o programa de fato, o município deveria ter 36 nutricionistas para atender suas 211 escolas, o que daria uma média de aproximadamente seis escolas para cada um. Mas há somente duas nutricionistas em toda a Secretaria Municipal de Educação.

PRODUÇÃO LOCAL

Trinta por cento do valor destinado para a merenda deve ser aplicado na compra da produção dos agricultores familiares do município. Esta norma também não é cumprida, mas como é recente, vale a justificativa de que a última seca impediu. “O governo municipal disponibilizou cerca de 1 milhão de

reais para a agricultura familiar este ano. Fomos buscar os produtores rurais mas a seca não permitiu que os mesmos produzissem. No ultimo mês fizemos uma chamada pública e agora já temos oito associações e 11 pequenos produtores que estão aptos a vender seus produtos para a merenda escolar”, garante Mara. Dentre os produtos ofertados estão biscoitos, tapioca, geleias, mel, bolos, temperos, frutas, verduras e legumes que devem chegar às escolas a partir de outubro.

Há também uma tentativa de por em prática o projeto Educando com a Horta Escolar (PEHE) concebido em 2004, em parceria do governo federal com a FAO, órgão da ONU que se dedica a questões de agricultura e alimentação. A horta na escola também serve para melhorar a qualidade alimentar e nutricional. Em maio a Secretaria promoveu um encontro sobre o tema, mas foram poucas as escolas que aderiram. As

que o fizeram estão longe de um bom desempenho.

Por exemplo a pré-escola Judite Alencar Marinho, no Campo Limpo, foi apontada pela secretaria como pioneira na utilização de produtos da horta própria na merenda escolar. A TRIBUNA foi até lá e constatou que na prática não existe horta. Segundo a direção, a falta de mão de obra para capinação e manutenção é determinante para que o projeto esteja há alguns meses paralisado.

CONSELHOA lei estabelece que

há necessidade de um conselho para a merenda escolar. Até agora ele só existe no papel, mas a responsável pelo setor de merenda garante que os membros agora foram acionados para desempenharem suas funções efetivamente.

Os titulares do Conselho são Gilvan Silva Parente (representando o governo), Ivonete de Jesus Pinheiro e Maria das Graças dos Santos (diretores da APLB representando os professores), Luciene Pereira Vicente e Cristina Bispo de Oliveira Lima (pais) e Heraldo Moraes Silva e Walter Dias de Oliveira (sociedade civil).

(com reportagem e fotos de Juliana Vital)

Idealmente, além de uma alimentação que atenda no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias do aluno

10 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

Praça virou extensão do FeiraguaiBatista Cruz

Ocupada por barracas de camelô por todos os lados, a praça Dom João VI, vizinha ao Feiraguai, é alvo de uma disputa que já bateu à porta do Ministério Público Estadual. Moradores próximos e comerciantes de rua a querem. Os primeiros desejam que o local continue sendo espaço de lazer. Os ambulantes, que se torne definitivamente uma extensão do famoso entreposto.

O MP já se posicionou a favor dos primeiros. Ordenou que a Prefeitura promovesse a retirada dos comerciantes, o que não ocorreu (e como o período é eleitoral, talvez não ocorra antes de 7 de outubro).

A grande maioria dos comerciantes vende, em barracas de madeira, CDs e DVDs. Algumas barracas de metal já estão fixadas ao solo, com o uso do cimento. As barracas armadas desordenadamente e a grande quantidade de lixo não escondem totalmente que o local era

uma pracinha. Além das árvores, lá estão os bancos e os desenhos das pedras portuguesas no piso.

Há cerca de dois meses moradores entraram com uma representação no Ministério Público Estadual. “A gente não quer nenhum tipo de acordo. Quer a praça de volta para que as nossas crianças brinquem, a gente tome uma fresca nos dias e noites quentes e quem passar por aqui usufrua deste espaço que é de todos nós, e não deve ser usado como uma extensão do Feiraguai”, protesta um dos moradores, que por temer represálias pediu para que o seu nome não fosse divulgado.

“Tudo começou há um ano, quando os camelôs que trabalhavam na área do Feiraguai foram transferidos para cá”, conta uma mulher que há décadas mora em uma rua apertadinha, cuja entrada é justamente em frente à pracinha. “Ficou acertado com a associação que os representa que eles ficariam no local por no máximo três meses, período da construção dos novos

boxes”. O novo espaço na antiga presidente Médici já foi entregue, mas os camelôs não querem mais sair da praça.

A moradora acusa os comerciantes de querer transformar a praça em filiais dos seus negócios, porque eles tem boxes na nova área do entreposto. “Estes camelôs estão se mostrando muito gananciosos”, afirma outra mulher, que também prefere o anonimato. “Pensamos que eles iriam embora depois da reforma e nada. Eles continuam lá. Ninguém quis ir embora porque sabe que este espaço vale dinheiro. Muito dinheiro”.

Outra revela que discretamente alguns comerciantes os estão ameaçando. “Eles dizem que a gente não tem o documento de posse dos imóveis. Parece que querem nos intimidar ainda mais. Já nos tiraram a praça, mesmo que temporariamente, e agora vão querer as nossas casas? Nunca vi uma coisa dessas”. Ela informou que tem a documentação. “Se a gente quisesse que a praça tivesse

O Feiraguai – informalmente batizado porque praticamente todas as bancas vendiam produtos trazidos do país vizinho – passou anos sem que todas as bancas fossem ocupadas. Mas há alguns anos virou o Eldorado do comércio informal. Cresceu e se diversificou. No Feiraguai pode-se encontrar de tudo.

No começo os brinquedos eram os produtos mais comuns nas bancas. O local era cercado por casas antigas e decrépitas. Oficinas com paredes imundas. Ao longo

Feiraguai já foi mal visto por ambulantes

dos anos se expandiu. As velhas residências deram lugar a modernas lojas e estabelecimentos voltados à prestação de serviços.

Os produtos ofertados foram diversificados. Os eletrônicos de preços baixos passaram a fazer parte das bancas, transformadas já em pequenas lojas. Depois, o mix aumentou sensivelmente. Hoje, a grande maioria oferece confecções. E para manter a característica do local, as marcas oferecidas – apesar das etiquetas – não são originais, longe disso.

camelô a gente mesmo colocaria estas barracas”, reage.

Os moradores também querem que as barracas que foram colocadas no canteiro central da rua dom João VI, que eles chamam de triângulo, sejam retiradas. E que o espaço volte a ser verde, de uso comunitário. Os que estão trabalhando ali são comerciantes que colocavam suas mercadorias nos passeios do Feiraguai. De acordo com o presidente da Associação dos Vendedores do Feiraguai, Nelson Dias, foram transferidos para o canteiro central com autorização da prefeitura. São cerca de 15 barracas.

A briga pelo espaço no entreposto tem o dinheiro como combustível. O aluguel de uma lojinha com um metro quadrado de área não sai por menos de R$ 2 mil. Dependendo do local, o interessado poderá pagar ainda mais. Porém, como tudo está construído em espaço público, nenhum comerciante tem escritura de posse do terreno.

cidade

11Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 especial

12 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012 especial

13Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

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Luzes no Caminho

Numa cidade, foi armado um circo. Tudo estava pronto e a inauguração deveria ser à noite. Sem dúvida, iria ser uma grande festa, mesmo levando em conta que a situação não estava boa, pois uma prolongada seca castigava a região. Muita gente passando fome. Mesmo assim o circo ia bem. O povo esqueceria a tristeza, ao menos por algumas horas.

O PALHAÇO vestiu suas roupas coloridas e fora da moda, pintou o rosto, colocou nariz postiço e foi para o palco contar anedotas. Parecia um campeonato de mentiras. O público se divertia. De repente chega alguém e cochicha com o palhaço: “O circo está pegando fogo! Diga para o público que saia depressa”. O palhaço mudou a voz e falou sério: “Vamos saindo depressa porque o circo está em chamas”. O povo ria vendo o palhaço chorar e repetir: “Minha gente, saiam o quanto antes para não morrerem queimados”. De repente as lonas estavam em chamas e começaram a cair sobre a platéia: era um incêndio de verdade.

HOJE a cena se repete. O povo não acredita em muitos políticos. Houve palhaçadas demais nos últimos anos. Poucos acreditam que agora estejam falando sério. Por isso as risadas saúdam as solenes promessas. Todos corremos o risco de morrermos queimados!

O palhaço e as eleiçõesO ELEITOR brasileiro tem o direito, diante de tantos escândalos produzidos por alguns políticos, de externar sua desconfiança. Mas não pode, jamais, fugir de sua corresponsabilidade – afinal, não há parlamentar eleito sem voto. A eleição é um julgamento a que os candidatos se submetem e o eleitor é quem decide. Se a escolha for acertada, os dividendos aparecerão. A pena para o voto equivocado são quatro anos de arrependimento. E a ilusão é uma porta aberta para o precipício do erro. A omissão é a pior escolha.

O BRASIL está em situação difícil não porque existem muitas pessoas más, mas porque os bons se omitem. Já nos alertava o Papa Pio XII que “onde faltam cidadãos honestos, outros vêm ocupar-lhes o lugar para fazer da atividade política a arena de suas ambições, uma corrida aos ganhos próprios e de sua classe”.

OS ELEITORES devem ter clareza de que votar é algo muito mais sério que simplesmente apertar alguns botões na urna eletrônica. Mais do que eleger pessoas, é preciso eleger idéias e propostas viáveis com relação à Educação, Saúde, Segurança e Agricultura Familiar...

opinião

14 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

*Mais dicas culturais em: www.infcultural.blogspot.com

Sandro PeneluCultura e Lazer

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SÁBADO 15/09

SEXTA-FEIRA 14/09SHOWS AO VIVO

OrdaChsOn GOnçalVes

Pulverografia. Uma palavra que não existe no dicionário. Pesquisando na internet, os únicos significados estão relacionados ao trabalho do multifacetado artista feirense Márcio Punk. O neologismo foi criado para definir uma técnica que vem ganhando cada vez mais admiradores e consiste em utilizar sucata para definir imagens originais em camisas e telas.

Marcio Antonio Silva dos Santos, o Márcio Punk, é conhecido no meio artístico por suas técnicas inovadoras. Além de “pulverógrafo”, é músico, tatuador, percussionista, flautista e pintor. Na sua nova vertente artística, defende a bandeira da preservação do meio ambiente e o “mote de transformar lixo em luxo”.

“São trabalhos feitos com bomba de mosquito, sucata, reciclagem de um modo geral. E mexe com a criatividade, com a imaginação. A gente começa a fazer e não sabe como vai terminar. Vão surgindo figuras, máscaras, paisagens, etc”, explica Punk. Imagens cibernéticas, formas robóticas e futuristas predominam nos trabalhos de pulverografia em

márcio Punk: o multifacetado pulverógrafo

Márcio Punk descobriu a veia artística ainda na infância. A inquietude o fez se desenvolver em variadas vertentes. Autodidata e reconhecido pela criatividade, o artista feirense diz que a sua busca não é pelo reconhecimento pessoal, mas por transformar as pessoas.

“Não busco ser um grande artista, mas um grande humano em busca de um mundo mais cheio de arte e renovação”, sonha. Também apreciador de literatura, Márcio Punk revela uma citação de Fernando Pessoa que lhe serve como motivação. “Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: Navegar é preciso, viver não é preciso. Quero para mim o espírito dessa frase, transformada para casar com o que sou: “viver não é necessário, necessário é criar.”

transformar o mundo através da arte

camisas e telas.“Vestir sua arte, ou

mesmo tê-la ao alcance em forma de tela, é conceder permissão para que a natureza e tudo mais que compõe a vida se transforme, nada se perca”, discursa o artista. Punk mostra que tudo pode virar arte, com um toque de criatividade e inspiração. “É só deixar a imaginação fluir”, sugere. Márcio Punk diz que se surpreende com a aceitação do público. “Eu acho engraçado porque chama muito a

atenção. As pessoas ficam impressionadas com as formas que eu consigo aplicar sobre as telas. São bem chamativas. A inspiração vem do momento. É um dom de Deus”, acredita.

O artista também ministra oficinas em eventos culturais, disseminando a técnica para crianças e adultos. Trabalhos feitos em tela também compuseram a mostra coletiva que marcou os 16 anos do Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira.

márcio Punk diz que se surpreende com a aceitação do público

Hoje, o Centro Universitário de Cultura e Arte realiza o seu 12º Aberto, com apresentações artísticas diversas ao longo do dia.

Aberto 2012 do Cuca tem um dia inteiro de apresentações culturais

espetáculo mostra a peleja entre Vô doidim e a bruxa do esquecimento

Os eventos acontecerão no Cuca, no Teatro da CDL, Praça do Fórum e Estação de Transbordo Central.

Como o nosso espaço aqui é pequeno, não

houve como colocar a programação completa, a qual pode ser vista em nosso blog: www.infcultural.blogspot.com

O espetáculo teatral “Vô Doidim x Bruxa do Esquecimento” será apresentado em Feira de Santana, no Teatro da CDL, nos dias 15 e 16 de setembro, a partir das 16h30. O enredo conta sobre a mania de Vô Doidim, que adora guardar coisas antigas, principalmente, uma

grande coleção de músicas de Pixinguinha, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Chiquinha Gonzaga e outros artistas representantes da música popular brasileira entre os anos 30 e 70.

O espetáculo tem como objetivo apresentar às crianças de hoje os compositores que marcaram a história

da Música Popular Brasileira, produzido pelo Grupo Eureka! e dirigido por Ângelo Máximo.

Ingressos no local, a R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

*Com informações da

Assessoria

Projeto teatro a bordo chega à bahia, com apresentações gratuitas na Praça do Fórum, em Feira de Santana

Integrando a programação do evento Aberto do Cuca, o Projeto Teatro a Bordo (MG) é mais uma atração que chega a Feira de Santana pelo Circuito Cultural Belgo Bekaert. O projeto resgata o formato da arte teatral tal como era à época da “comedia dell’arte”, e apresenta uma programação que aposta no poder reparador da comédia popular que faz o público rir das situações em que se enxerga e se identifica. As apresentações são gratuitas e acontecerão hoje na Praça do Fórum,

em Feira de Santana. A primeira atividade do dia acontece às 14h, com a oficina de Reciclagem com garrafas Pet. Às 15h, acontece a Intervenção dos Palhaços a Bordo, os atores Raquel Rollo e Caio Martinez Pacheco. Às 15h30, será apresentado o Teatro Infantil Embornal de Histórias, uma alusão ao registro da tradição oral feito por grandes mestres como Câmara Cascudo, Silvio Romero, Mário de Andrade, entre tantos outros. Às 17h, o Teatro a Bordo abre espaço para o grupo convidado local, os Aprendizes do Ponto de

Cultura “Cultura Mais Circo” que realizarão demonstrações circenses. Às 18h30, serão exibidas curtas metragens de animação de produtores brasileiros independentes. Às 19h30min, acontecerá a última apresentação do Teatro a Bordo com o Teatro Adulto – “A Bufunfa do Bufão”, contando a história de uma trupe de atores mambembes que trazem consigo muitas histórias da tradição oral.

cultural

15Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012

Adilson Simas

Feira Ontem

[email protected]

Itamar VianArcebispo metropolitano

Glauco [email protected]

Comunicado à Comunidade Certificados Centros Digitais

Solicitamos aos cidadãos que fizeram o curso de Inclusão Digital e de Educação para o Trabalho, nos Centros Digitais da Prefeitura de Feira de Santana e, que ainda não retiraram seus certificados, que compareçam ao Centro Digital onde concluíram o curso.

Maiores informações, Tatiana Fone (75) 3221 5788

opinião

Ligoza rebaixou o general

Poesias compridas e mal feitas

Sede de poder

Uma grande festa marcou em fevereiro de 1971 a inauguração da segunda etapa do Conjunto Habitacional do Trabalhador – hoje Cidade Nova. Acompanhado do governador Luiz Vianna Filho, o Ministro do Interior, general Costa Cavalcante em nome do presidente Médici entregou 1.083 casas em ruas batizadas homenageando os campeões do Mundial do México, cabendo a João Havelange batizar a praça principal.

O ministro começou sua fala passando “carão”

no mestre de cerimônia antônio Vitório o saudoso Ligoza que assim anunciara o orador:

- e agora, representando o Presidente da república, vai usar da palavra o coronel Costa Cavalcante...

Por conta da última visita de aCM a esta cidade como governador, em março de 1975, a então Coordenadoria Regional de Educação – CR2, hoje Direc – passou uma semana visitando as escolas bolando uma extensa programação. Informado das surpresas planejadas para a autoridade, na edição de sábado, dia 8, o jornal Feira Hoje aconselhou:

- não seria bom

que existissem poesias compridas e mal feitas. a cidade precisa se convencer que é grande e em vias de desenvolvimento...

Mesmo não sendo reeleito vereador em 1982, o “marechal” hermes sodré foi um dos políticos locais procurados por emissário do professor Josaphat Marinho para formar na comissão provisória do PSB – Partido Socialista Brasileiro nesta cidade. O emissário falou da agremiação quase dando uma aula:

-“Hermes, o socialismo é como aqueles gramados dos castelos da Inglaterra. Cada geração dá por eles um pouco de si. Um jardineiro planta, o filho cuida, o neto poda.

E vai assim, de geração em geração, até que um século depois, torna-se o que é”. Hermes recusou:

- não vou entrar não, doutor. eu quero é o poder e o poder é como água. a gente quer beber na hora...

A eleição das sinaleiras

O atraso e o pensar pequeno, fizeram da eleição para prefeito de Feira a “eleição da sinaleira”. Pelo menos na campanha dos três candidatos principais, virou o grande assunto estes dias.

“Sincronizar sinaleiras não é projeto de governo. É rotina de departamento de trânsito”, acusou o programa de Tarcízio, pegando carona no

ataque contra Ronaldo iniciado no programa de Zé Neto, que tentava demonstrar que o bom é o Trivia. Foi uma maneira inteligente de contrapor o “velho” contra o “novo”, como pretende a campanha do petista. Como faltam ideias, a boa sacada foi elevada à enésima potência e tornou-se o centro do debate.

Sincronizar sinaleiras não deveria mesmo aparecer como proposta

de candidato a prefeito. Mas virou promessa de campanha porque por incrível que pareça, isso não é feito nesta cidade. Assim como nada é feito - a não ser jogo de cena - para melhorar o transporte coletivo e agora os três candidatos juram que vão dar um jeito nele, cada um a seu modo.

Na verdade o trio, sem exceção, tem culpa nas mazelas sofridas por

quem não anda de carro ou moto. Ronaldo e Tarcízio porque sentaram na cadeira de prefeito e não resolveram o problema. Neto porque apoiador contumaz do transporte clandestino que nunca foi e nunca será solução. Por trás da ação ou do imobilismo de cada um deles, as conveniências próprias, que falaram mais alto que a necessidade da população.

Ayrton Senna, Nóide Cerqueira, Lagoa Grande. Estas obras, há anos anunciadas e que já deveriam estar prontas, mas estão só no papel ou em fase inicial, são anunciadas como realizações do prefeito, do ex e do aspirante na propaganda eleitoral.

Falo como quem vê de fora, porque é de fora que estou. Busco notícia sobre a eleição de Feira, mas só as tenho por meio de releases dos candidatos e dos programas eleitorais.

Nossa imprensa diária teme noticiar os fatos com medo de excessos intervencionistas do Judiciário ou desagrado dos atuais ou futuros governantes? Ou prefere mesmo acomodar-se a esta condição quase inútil de só reproduzir o que recebe?

muito pai pra pouca obra

“Né comigo não”

Lula, aliado de Zé RonaldoVindo ou não apoiar

em carne e osso a campanha de Zé Neto sábado, o ex-presidente Lula já é, mais ou vez, personagem da eleição feirense. Por incrível que pareça, os candidatos do PT, do DEM e do PDT

conseguiram fazer uso da imagem do ex-barbudo.

Neto, como é natural para um candidato do mesmo partido de Lula. Tarcízio aproveitando momentos em que, estando na condição de prefeito, recebeu Lula na

cidade e Ronaldo para contrapor-se à ideia de que é um adversário do governo federal e não receberá recursos. Inteligentemente, a campanha do DEM lançou mão de dois vídeos. Em um, Ronaldo

é recebido no gabinete por Lula. No outro, o antídoto principal, Lula discursa dizendo que não faz distinção entre os prefeitos, não importando de que partido seja.

As sinaleiras viraram tema dos programas eleitorais em Feira

CONVIteA equipe Carcará convida a comunidade feirense para a solenidade de encerramento do 8º FINteC, logo mais às 17h, no Colégio Intelecto.

16 Feira de Santana, sexta-feira 14 setembro de 2012