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Tribunal de Contas da União Número do documento: DC-0064-09/00-1 Identidade do documento: Decisão 64/2000 - Primeira Câmara Ementa: Auditoria. Centro Federal de Educação Tecnológica RJ. Área de licitação, contrato, convênio, terceirização. Prorrogação irregular de contrato. Cláusulas contratuais em desacordo com a Lei 8.666/93. Cessão de bens e pessoal à fundação de apoio para execução de trabalhos não ligados às atividades da CEFET. Determinação. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE III - 1ª Câmara Processo: 008.949/1999-9 Natureza: Relatório de Auditoria Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro - CEFET-RJ Interessados: RESPONSÁVEL: Marco Antônio Lucidi - Diretor - Geral Dados materiais: ATA 09/2000 DOU de 06/04/2000 INDEXAÇÃO Relatório de Auditoria; CEFET; RJ; Contrato; Serviços de Terceiros; Cessão de Pessoal; Cessão de Uso; Prorrogação de Contrato; Fundação de Apoio; c/01 Volume Sumário: Relatório de Auditoria realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro¿CEFET-RJ em cumprimento à Decisão n° 030/99-TCU-Plenário. Determinações à entidade e à Secretaria Federal de

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Tribunal de Contas da União

Número do documento: DC-0064-09/00-1

Identidade do documento: Decisão 64/2000 - Primeira Câmara

Ementa: Auditoria. Centro Federal de Educação Tecnológica RJ. Área delicitação, contrato, convênio, terceirização. Prorrogação irregular decontrato. Cláusulas contratuais em desacordo com a Lei 8.666/93. Cessãode bens e pessoal à fundação de apoio para execução de trabalhos nãoligados às atividades da CEFET. Determinação.

Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE III - 1ª Câmara

Processo: 008.949/1999-9

Natureza: Relatório de Auditoria

Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro -CEFET-RJ

Interessados: RESPONSÁVEL: Marco Antônio Lucidi - Diretor - Geral

Dados materiais: ATA 09/2000DOU de 06/04/2000 INDEXAÇÃO Relatório de Auditoria; CEFET; RJ; Contrato; Serviços deTerceiros; Cessão de Pessoal; Cessão de Uso; Prorrogação de Contrato;Fundação de Apoio; c/01 Volume

Sumário: Relatório de Auditoria realizada no Centro Federal de EducaçãoTecnológica do Rio de Janeiro¿CEFET-RJ em cumprimento à Decisão n°030/99-TCU-Plenário. Determinações à entidade e à Secretaria Federal de

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Controle. Encaminhamento dos autos à 6ª Secex para acompanhamento dasmedidas ora determinadas ao CEFET/RJ, bem assim que elabore estudos comvistas a ser submetido posteriormente à SEGECEX, com a finalidade deanalisar a atuação das fundações de apoio junto às instituiçõesfederais de ensino não só no Rio de Janeiro mas em âmbito nacional,objetivando a realização de futuras auditorias. Envio de cópia daDecisão, acompanhada do Relatório que a fundamentam ao Ministro deEstado da Educação para fins da supervisão ministerial.

Relatório: Adoto como Relatório parte da instrução da equipe de auditoria, aseguir transcrita, com a qual se mostraram favoráveis a Sra. Diretora ea Sra. Secretária da Unidade Técnica deste Tribunal no Rio de Janeiro. "1. O presente trabalho de auditoria teve origem na Decisão030/99-TCU-Plenário, que aprovou o Plano de Auditoria para o primeirosemestre de 1999, o qual estabeleceu como área temática as "contasanuais", respondendo à meta constante do Plano Estratégico do TCU parao triênio 1999/2001 de atender o prazo legal para julgamento de todosos processos de contas. 2. Assim, o foco desta Auditoria foi o de subsidiar o exame das contasrelativas aos exercícios de 1996 e 1997, bem como analisar as áreas delicitações, contratos, convênios, acordos, ajustes e as terceirizaçõesno Setor Público. 3. Como resultado direto deste trabalho podemos também identificar aobtenção de fatos relevantes para subsidiar posteriormente o julgamentodas contas de 1998 da instituição, as quais deram entrada na SECEX-RJdurante a elaboração deste relatório ( Processo n° TC- 008.070/1999-7). 4. A Auditoria foi feita com respaldo na Portaria n° 19 / SECEX-RJ, de12 de maio de 1999 (fls.1). A documentação de orientação foi aseguinte: - Roteiro de Verificação e Levantamento de Informações relativo àterceirização no setor público; - Memorandos com instruções para preenchimento de formulário eletrônicocom dados coletados sobre as terceirizações. 5. Este relatório, por sua vez, está assim dividido: - Breve resumo institucional do CEFET ;

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- Análise das pendências relativas às contas de 1996 (TC-575.293/1997-7, em fase de Audiência, feita in loco no presentetrabalho); - Análise das providências relativas às determinações geradas a partirda apreciação das contas de 1997 (575. 306 / 1998-0 , já julgadasRegulares, conforme Ata 7/99-2); - Análise das licitações, convênios, acordos e ajustes efetuados nosanos de 1996 a 1998; - Terceirizações estudadas, incluindo dados inseridos no formulárioeletrônico mencionado no item 4 anterior; - Comentários específicos sobre uma possível terceirização de algunsmódulos do ensino no CEFET, através do estudo da operação de suaFundação de Apoio; - Etapa de auditoria operacional (mudanças recentes na legislação deEducação e seus impactos no Sistema Federal de Ensino Profissional),realizada à luz dos critérios assimilados pelo Convênio TCU - ReinoUnido; - Conclusões sobre cada item estudado; - Proposta de encaminhamento. BREVE RESUMO INSTITUCIONAL DO CEFET 6. O CEFET/RJ é uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) quetem como objetivo a educação tecnológica. 7. No segundo grau, forma técnicos e auxiliares de nível médio. Noterceiro grau, atua nas áreas de Graduação e Pós-Graduação (lato sensue stricto sensu), além de ministrar cursos de educação continuada,visando à atualização e ao aperfeiçoamento de profissionais no campo datecnologia, assim como desenvolve pesquisas tecnológicas, estendendoseus benefícios à comunidade mediante cursos e serviços. 8. A instituição oferece uma Biblioteca Central que tem o objetivo deatender a usuários de 2º e 3º graus, pós-graduação, professores eservidores técnico-administrativos e comunidade externa ao CEFET/RJ. 9. O CEFET-RJ pode ser considerado um centro de excelência do ensino, o

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que pode ser constatado pelo alto conceito que seus alunos têm nasempresas onde exercem suas profissões. 10. Os cursos regulares estão estruturados da seguinte forma: - Pós-Graduação Mestrado em Tecnologia, nas seguintes áreas: - Processos Tecnológicos - Gestão/Educação Tecnológica Especialização em: - Engenharia de Segurança do Trabalho - Educação Tecnológica - Qualidade e Produtividade Graduação - Engenharia Industrial Mecânica - Engenharia Industrial Elétrica (habilitação em Eletrônica eEletrotécnica) - Engenharia Industrial Elétrica (habilitação em Telecomunicações) - Engenharia de Produção - Administração Industrial Segundo Grau São oferecidos Cursos Técnicos, de caráter regular, nos campos de: - Construção Civil (Edificações e Estradas) - Eletrônica - Eletrotécnica - Mecânica

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- Meteorologia Outros cursos destinados a alunos que já tenham concluído o SegundoGrau, nos campos de: - Telecomunicações - Segurança do Trabalho - Saneamento Obs.: Todos os cursos técnicos do segundo grau têm, em sua cargahorária, um estágio supervisionado de 720 horas, realizado em empresas. PENDÊNCIAS RESTANTES NO PROCESSO RELATIVO ÀS CONTAS DE 1996 (TC-575.293/1997-7) Pagamentos de quintos incorporados relativos a valores de "FC": 11. A Equipe de Auditoria colheu, junto à entidade auditada, asjustificativas para o pagamento de quintos incorporados relativos avalores de FC, procedimento que desconsideraria jurisprudência firmadapor este Tribunal, pendência esta verificada no processo de Prestaçãode Contas (e que motivaria Audiência) referente ao exercício de 1996(TC 575.293/1997-7). Conforme a orientação mencionada nos itensiniciais do escopo deste relatório, a equipe colheu as informações inloco, evitando a audiência processual. 12. Justifica o Responsável (fls. 246 e 247) que, conforme o Memorandonº 037/97 da Diretoria Administrativa do CEFET (fls. 318 e 319 dosupracitado processo de contas de 1996), a concessão ou exclusão dopagamento de quintos com base nas FCs só seria realmente executada apóso julgamento do processo 23063.000350/96-80 pelo Tribunal de Contas daUnião. Isto foi resultante do encaminhamento deste último processo aoTCU pelo Ministro da Educação, após a detecção da possívelirregularidade pela, à época, CISET-MEC. 13. Segue o responsável, em sua defesa, esclarecendo que imediatamenteapós à expedição do referido memorando, o TCU, através da Decisão073/97-2ª Câmara- DOU de 5/5/97, alterou entendimentos anteriores,julgando legais as incorporações de quintos com remuneração das FC's,desde que os interstícios legais tenham sido completados até 31/10/91.O novo posicionamento foi corroborado pelo Acórdão 204/97 do Plenário emais recentemente através do Acórdão 23/99 da 1ª Câmara.

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14. Diante dos fatos estudados e entendidos como aceitáveis pela equipede auditoria, consideramos procedente a defesa e que, assim, sejamjulgadas Regulares as Contas de 1996 do CEFET-RJ, bem como sejadeterminado ao Responsável pela Entidade a verificação de que osinterstícios legais, quando da incorporação dos quintos relativos avalores de "FC", tenham sido completados antes de 31/10/91, através deuma análise caso a caso, bem como julgamos essencial que essasinformações sejam fornecidas junto à Prestação de Contas do ano de 1999e que a atual Unidade de Controle Interno do Poder Executivo em cujaclientela se inclua o MEC verifique estes quesitos em sua próximainspeção no CEFET-RJ. ANÁLISE DAS PROVIDÊNCIAS RELATIVAS ÀS DETERMINAÇÕES GERADAS A PARTIRDAAPRECIAÇÃO DAS CONTAS DE 1997 (575.306/1998¿O, JÁ JULGADAS REGULARES,CONFORME ATA 7/99) 15. A Equipe recolheu informações concernentes ao atendimento àsdeterminações geradas no processo de prestação de Contas do CEFET doano de 1997, no caso específico a de que a instituição acompanhasse aquestão da construção da UED-Nova Iguaçu (Unidade de EnsinoDescentralizado), obra que se encontra paralisada e alvo de açãojudicial do CEFET contra a construtora para ressarcimento de prejuízose continuidade da construção. 16. Analisando a resposta do CEFET ao questionamento da equipe, às fls.166 a 172, verifica-se que a instituição mantém acompanhamentoatualizado da questão judicial, conforme a determinação deste Tribunal,quando julgou Regulares as Contas de 1997, como consta na Ata 07/99-2ªCâmara. 17. Julgamos, porém, que é necessária alguma ação concreta para que aUED-Nova Iguaçu seja efetivamente construída, o que foi, enfim, oobjetivo do CEFET e do Ministério da Educação, quando buscaram atenderas comunidades da região no que tange ao Ensino Profissional. Julgamos,assim, cabível determinar ao Ministro da Educação que envide esforçosno sentido de terminar a construção e aparelhamento da referida UED,constituindo Comissão para dirimir as questões judiciais restantes,verificar possíveis Tomadas de Contas Especiais instauradas com relaçãoao Projeto, acompanhar a execução do PT 08043019910780079, propostopara o Orçamento da União do ano 1999 (e incluído no Plano Especial deAuditoria deste Tribunal para apoio ao Congresso Nacional no que serefere a obras em andamento, coordenado pela SAUDI/FISCOBRAS) e, enfim,buscar alternativas para o fim das obras, mantendo este Tribunal

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informado das providências. Esta determinação deve ser gerada a partirdo presente processo, não interferindo com o supracitado processo dasContas de 1997, já julgadas Regulares, que terá suas determinaçõesatendidas com o acompanhamento constante da questão judicial peloCEFET, como aqui atendido durante a presente Auditoria. ANÁLISE DAS LICITAÇÕES, CONVÊNIOS, ACORDOS E AJUSTES EFETUADOS NOSANOSDE 1996 A 1999. 18. Em decorrência do escopo supramencionado desta Auditoria,selecionamos, por critérios de amostragem de materialidade e áreascríticas, conforme Manual de Auditoria do TCU, as Licitações, Contratose Convênios, abaixo analisados: 18.1 Ano de 1996: a) processo nº 0938/96 ¿ convite 13/96 ¿ aquisição de material deinformática ¿ fls.15/21,vol.II ¿ regular; b) processo nº 1574/96 ¿ convite 16/96 ¿ aquisição de microcomputadorPentium ¿ fls.22/31,vol.II ¿ regular; c) processo nº 2236/96 ¿ tomada de preços 03/96 ¿ aquisição de materialde informática ¿ fls.41,vol.II - regular; d) processo nº 2557/96 ¿ convite 54/96 ¿ aquisição de medicamentos ¿fls.61,vol.II- regular; e) processo nº 2362/96 ¿ convite 23/96 ¿ aquisição de medicamentos ¿fls.42/49,vol.II- regular; f) processo nº 2556/96 ¿ convite 36/96 ¿ aquisição de materialodontológico ¿ fls.50/60,vol.II- regular; g) processo nº 2725/96 ¿ convite 49/96 ¿ obra para criação de sala(laboratório) no pavilhão 5 ¿ fls.68/70,vol.II- regular;. h) processo nº 2730/96 ¿ tomada de preços 05/96 ¿ prestação de serviçosde segurança e vigilância , foi cancelada ¿ fls.62/67,vol.II- regular; i) processo nº 2820/96 ¿ convite 65/96 ¿ aquisição de equipamentos paraserviço de saúde ¿ fls.86/91,vol.II - regular; j) processo nº 2821/96 ¿ convite 66/96 ¿ aquisição de material para o

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serviço de saúde ¿ fls.92/97,vol.II - regular; l) processo nº 2823/96 ¿ convite 80/96 ¿ contratação de serviço demanutenção preventiva e corretiva para duas máquinas copiadoras marcaXerox ¿ fls.98/107vol.II- regular; m) processo nº 2829/96 ¿ convite 47/96 ¿ contratação de obra paracriação da escola gráfica no pavilhão 1 ¿ fls.108/123,vol.II - regular; n) processo nº 2861/96 ¿ convite 63/96 ¿ aquisição de uma prensaelétrica ¿ fls.127/129,vol.II - regular; o) processo nº 2864/96 ¿ convite 64/96 ¿ aquisição de TeodolitoEletrônico ¿ fls.124/,126vol.II - regular; p) processo nº 2865/96 ¿ convite 60/96 ¿ aquisição de Estação TotalEletrônica ¿ fls.130/132,vol.II - regular; q) processo nº 2909/96 ¿ tomada de preços 06/96 ¿ aquisição demini-fresadora e mini-torno programável ¿ fls.133/137,vol.II - regular; r) processo nº 2934/96 ¿ convite 73/96 ¿ aquisição de caminhonete com16 (dezesseis) lugares ¿ fls.138/145,vol.II - regular; s) processo nº 1228/96 ¿ concorrência pública 06/96 ¿ concessão de usode espaço físico para exploração de serviços de restaurante ¿fls.01/08,vol.II; Na análise deste processo, verificou-se que o reajuste do preçocontratual ocorreu após 24 meses de vigência do contrato (fls.03, vol.II), o que desrespeita o acordo firmado, entre as partes, em seu § 1º,cláusula Quarta (fls.06, vol. II), que previa reajuste anual. (...) Observou-se, ainda, do contrato, no caput da cláusula sétima (fls.07,vol. II), que: "O presente Contrato terá a duração de 05 (cinco) anos,a partir da data de sua assinatura, podendo ser estendido a critério doCEFET-RJ,..." (grifo nosso). Tal condição infringe ao contido no incisoII e caput do art. 57 da Lei 8.666/93, que determina: " a vigência doscontratos de prestação de serviços a serem executados de formacontinuada, deverão ter a sua duração limitada a sessenta meses, cincoanos". Conclui-se, assim, que uma vez expirado este prazo novalicitação deverá ser realizada. Consta, também, no inciso I dessa mesma cláusula, que a contratantepoderá prorrogar o Contrato no caso de alteração do objeto. Tal

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alteração compromete o acordo firmado, pois o contrato com o objetoalterado não mais espelharia fielmente o conteúdo do edital, perdendodessa forma o seu valor jurídico. t) processo n° 1666/96 ¿ permissão de uso ¿ ocupação de espaço físicovisando exploração de serviço de reprografia - fls.32/40,vol.II; Da mesma forma do ocorrido com o processo acima analisado, verificou-seque o reajuste do preço contratual, pago pelo objeto, ocorreu após 24meses de vigência do contrato (fls.38, vol. II), o que desrespeita oacordo firmado, entre as partes, em seu § 1º, cláusula Quarta (fls.35,vol. II). (...) u) processo nº 2797/96 ¿ convite 74/96 ¿ aquisição de combustível ederivados, serviços de lavagem e lubrificação e óleo lubrificante ¿fls.71/85,vol.II ; Ao analisar o processo, causou-nos estranheza o fato de ter sidoaceito, no processo licitatório, um concorrente localizado no distantebairro de Jacarepaguá (fls.81, vol. II), Auto Posto Caledônia Ltda., jáque o licitante CEFET situa-se no bairro Maracanã, fato que é agravadopor ser o sócio-gerente deste participante, Sr. Cristóvão AmaralPenido, parente do representante legal de outra empresa licitante evencedora finalmente contratada do certame(fls.78), Posto de GasolinaMeia Noite Ltda., Sr. Rubens Amaral Penido. O terceiro participante(Posto Isabela, em Bonsucesso ) também foi um posto situado distante doCEFET. Vale ressaltar que o citado Posto Caledônia não havia sidoconvidado, tendo comparecido no dia da licitação e participado da mesmadevido à ausência de um outro convidado, Posto Benfica, que por sinalera o contratado anterior, situado na mesma rua do posto vencedor, oMeia Noite. O setor administrativo do CEFET informou à equipe que não havia postosem situação regular no SICAF situado nas imediações do CEFET, o que nãoestá registrado em nenhuma parte do processo. Em busca de maiores indícios de irregularidades, analisamos as últimasfaturas (fls. 224 a 244 do volume principal) pagas ao contratado, paraverificar se havia indícios de fornecimento de combustível nãocompatível com a frota de veículos do CEFET (fls. 16). Estes indíciosnão foram encontrados no período analisado, o que não caracterizaimpossibilidade de abastecimento de veículos extra-frota nem invalidaum proposta de determinação ao CEFET para que não renove o contrato como Posto Meia Noite, em virtude do processo licitatório já maculado efaça nova licitação, convocando desta feita postos situados nas

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imediações do CEFET, registrando corretamente no processocorrespondente quaisquer motivos de convocação de postos mais distantese procurando ampliar bastante o leque de concorrentes, bem como seacautele contra indícios ou facilidades de conluio entre participantes,por parentesco ou proximidade de localização. v) processo nº 2844/96 ¿ tomada de preços 002/97 ¿ fornecimento debilhetes de passagens aéreas ¿ fls.170/175,vol.II; Observou-se que consta do contrato, no caput da cláusula sétima(fls.174), que: "O presente Contrato terá a duração de 05 (cinco) anos,a partir da data de sua assinatura, podendo ser estendido a critério doCEFET-RJ,..." (grifo nosso). Tal condição infringe à determinaçãocontida no inciso II e caput do art. 57 da Lei 8.666/93, " a vigênciados contratos de prestação de serviços a serem executados de formacontinuada, deverão ter a sua duração limitada a sessenta meses, cincoanos". Conclui-se, assim, que uma vez expirado este prazo novalicitação deverá ser providenciada. Consta, também, no inciso I dessa mesma cláusula, que a contratantepoderá prorrogar o Contrato no caso de alteração do objeto. Talalteração compromete o acordo firmado, pois o contrato com o objetoalterado não mais espelharia fielmente o conteúdo do edital, perdendodessa forma o seu valor jurídico. 18.2 Ano de 1997: a) processo nº 0821/97 ¿ concorrência pública 001/98 ¿ alienação de 05(cinco) veículos, pertencente ao acervo patrimonial, que deixaram deatender às necessidades da CEFET-RJ ¿ fls.09/14,vol.II - regular; b) processo nº 0831/97 ¿ tomada de preços 003/97 ¿ contratação deempresa especializada para prestação de Serviços de Limpeza eConservação ¿ fls.146/164,vol.II - regular; c) processo nº 0654/97 ¿ convite 54/97 ¿ aquisição dos Softwares ANSYS5.3 e NASTRAN for Windows, inexigibilidade de licitação ¿fls.177/181,vol.II - regular; d) processo nº 0332/97 ¿ convite 14/97 ¿ aquisição de softwareseducativos ¿ fls.176,vol.II - regular; e) processo nº 2382/97 ¿ convite 54/97 ¿ aquisição de material deinformática para a CINFO ¿ fls.184,vol.II - regular;

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f) processo nº 2154/97 ¿ convite 51/97 ¿ contratação da Implantação deSistema de Controle Acadêmico no DES ¿ fls.182/183,vol.II - regular; 18.3 Ano de 1998: a) processo nº 0618/98 ¿ convite 08/98 ¿ aquisição de OsciloscópioAnalógico de 20 MHz.- fls.185/186,vol.II - regular; b) processo nº 0626/98 ¿ convite 09/98 ¿ aquisição de equipamento deinformática ¿ fls.187/191,vol.II - regular; c) processo nº 0908/98 ¿ convite 26/98 ¿ aquisição de literaturatécnica ¿ fls.192,vol.II- regular; d) processo nº 0981/98 ¿ consulta 40/98 ¿ aquisição de 01 osciloscópiodigital de dois canais com largura de banda maior ou igual a 500 MHz¿fls.193,vol.II - regular; e) processo nº 1107/98 ¿ convite 34/98 ¿ aquisição de equipamento deinformática ¿ fls.194,vol.II - regular; f) processo nº 1108/98 ¿ convite 33/98 ¿ aquisição de equipamento deinformática ¿ fls.195,vol.II - regular; g) processo nº 1235/98 ¿ convite 29/98 ¿ contratação da recuperação dascoberturas dos prédios do CEFET-RJ ¿ fls.196/198,vol.II - regular; h) processo nº 1341/98 ¿ convite 32/98 ¿ contratação do serviço derecuperação do emboço e pintura PVA latex das fachadas do CEFET-RJ ¿fls.199,vol.II - regular; i) processo nº 1552/98 ¿ convite 44/98 ¿ aquisição de softwares para aCINFO ¿ fls.200/202,vol.II - regular; j) processo nº 1714/98 ¿ consulta 163/98 ¿ aquisição de osciloscópiodigital com dois canais, de 50 ou 60 MHz ¿ fls.203,vol.II - regular; l) processo nº 1957/98 ¿ convite 42/98 ¿ aquisição de material deinformática, permanente ¿ fls.204,vol.II - regular; m) processo nº 1994/98 ¿ convite 50/98 ¿ aquisição de material deinformática, consumo ¿ fls.205,vol.II - regular; n) processo nº 2018/98 ¿ consulta 207/98 ¿ aquisição de 30 multímetrosdigitais e 03 geradores de áudio com faixa de 10 Hz a 50 MHz ¿

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fls.206,vol.II - regular; o) processo nº 2052/98 ¿ consulta 204/98 ¿ aquisição de 03 multímetrosde mão digital com 3 ½ dígitos e 1 fonte de tensão DC simétrica digital¿ fls.207/208,vol.II - regular; p) processo nº 2148/98 ¿ consulta 226/98 ¿ aquisição de 01 osciloscópiodigital ¿ fls.209,vol.II - regular; q) Processo nº 1447/98 ¿ convênio com a CAPES ¿ concessão de bolsas deestudo no País, dentro do Programa de Apoio aos Professores do 1º e 2ºgrau do Sistema Federal de Ensino, em nível de Pós-Graduação (fls.173 a192 do volume principal): Neste processo, verificou-se que, embora o objeto fosse o de "concessão de bolsas de estudo no País, dentro do Programa de Apoio aosProfessores de 1º e 2º graus do Sistema Federal de Ensino, em nível dePós-Graduação, em conformidade com as normas de concessão de bolsasprevistas no Programa...." , segundo consta no Termo do Convênio 61/98,publicado no DOU de 20/8/98, que segue aqui às fls. 175, na realidadeos recursos repassados estão sendo distribuídos a todos os professoresde Ensino Técnico do CEFET, conforme demonstra a planilha às fls. 187 a192, aparentemente de forma proporcional à carga horária de cada um,caracterizando um complemento salarial, sem qualquer vínculo a cursosde aperfeiçoamento lato sensu e stricto sensu. Segundo apurado pela equipe, através de informações verbais da Direçãodo CEFET, houve orientação por parte do Ministério da Educação, à épocada última greve dos professores federais, para que os recursos desseConvênio da CAPES fossem distribuídos em forma de complementaçãosalarial. Isto teria sido feita pois os professores de segundo grau nãotinham obtido nenhum reajuste salarial , enquanto os professores denível superior tinham obtido a Gratificação por Desempenho. Uma vez que não foram encontrados documentos que registrassem essapossível orientação do Ministério da Educação ou da CAPES e tambémdevido ao fato de que a Direção do CEFET dificilmente registraria essepossível uso político dos recursos da CAPES, não foram solicitadasdurante a auditoria declarações escritas sobre o fato. Assim, como as planilhas aqui mencionadas caracterizam perfeitamente adistribuição dos recursos em desacordo com o objeto do Convênio,julgamos ser cabível Audiência da Presidência da CAPES sobre apermissão da forma de distribuição desses recursos, bem como sobre aocorrência desse mesmo tipo de ação em outras instituições federais de

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ensino. r) Concorrência pública nº 04/98 ¿ concessão de uso de espaço físico noBloco F, destinado à agência bancária ¿ fls.210/219,vol.II: Com relação a este processo, verifica-se às fls. 16 que existe umacontrapartida a ser prestada pelo Banco Real (contrapartida prevista noEdital da Concorrência 04/98, de 14/9/98), concessionário, deconstrução de cinco salas de aula, que segundo o CEFET, às mesmas fls.16, será concretizada até outubro de 1999. Uma vez que a FUNCEFETafirma, às fls. 55, que é responsável pela construção de cinco salas deaula no CEFET, como atividade de apoio e reversão de recursosfinanceiros, julgamos ser cabível determinação ao CEFET para queinclua, nas Contas de 1999, informação detalhada e específica sobre aprestação efetiva da contrapartida da construção das salas pelo BancoReal, especificando sua localização exata dentro do CEFET, fazendo omesmo para as salas supostamente construídas pela FUNCEFET,possibilitando assim a certeza da separação entre os doisempreendimentos. RESUMO SOBRE TERCEIRIZAÇÕES: 19. Informações orçamentárias - conforme constam às fls. 13 a 15 20. Área de limpeza e conservação Ano de início anterior a 1990 Número de empregados- 57 Despesa mensal ¿ R$ 25.000,00 Houve licitação e estudo prévio Redução percentual de empregados- 6,5 % Redução percentual de custos- 0,01 % ( R$ 3.500,00 ) Resultados alcançados: A área de limpeza e conservação é, tradicionalmente, passível deterceirização, com bons resultados, tanto no serviço público como emempresas privadas. As principais vantagens são a possibilidade deconstante avaliação da qualidade dos serviços, com possibilidade detroca ágil de pessoal ou de contratada, além de maior rapidez de

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resposta a ausências de empregados e também um rendimento por empregadomaior . A questão de economia em termos de salários pagos não é, nestecaso, o ponto principal, pois mesmo que a Administração conseguisse, emalgumas ocasiões, um somatório menor de despesas salariais do que ovalor total de faturas pagas à contratada, as vantagens já citadascertamente acarretariam uma relação custo/benefício melhor para aterceirização. Observações: A terceirização da área de limpeza e conservação, no CEFET, data demais de 20 anos passados, o que tornou crítica a obtenção de dadossobre a quantidade de servidores alocados à época para esses serviçose, consequentemente, sobre a redução de custos obtida. Porém, mesmo queestes dados estivessem disponíveis, o valor estatístico das informaçõesseria nulo, pois os servidores certamente foram remanejados para outrasfunções ou órgãos, como freqüentemente ocorre no Serviço Público, porquestões legais e operacionais. Para obtenção da redução aproximada decustos, considerou-se um salário de R$ 500,00, incluindo custosindiretos, deduzindo-se depois as próprias despesas mensais do contratode terceirização. Uma vez que, conforme dito antes, não houve demissãode servidores pela terceirização, considerou-se como redução do quadroa possível contratação de novos servidores para a área terceirizada oupara a área para onde foram deslocados os servidores que faziam alimpeza e conservação. 21. Vigilância: Ano de início e fim -1996 Número de empregados- 9 Despesa mensal- R$ 7.500,00 Houve licitação e estudo prévio Redução de empregados- não houve Redução de custos- 100 % após a " desterceirização " Resultados alcançados: Esta terceirização da área de vigilância, que durou de janeiro a abrilde 1996, foi posteriormente substituída pela reversão dos serviços aoquadro do CEFET, por meio de 11 servidores atualmente.

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Em termos de custos, esses servidores têm salário total padrão de valorinferior ao pago antes pelos serviços contratados. Este não foi o únicoargumento do CEFET para " desterceirizar" os serviços de vigilância. Ainstituição alegou, adicionalmente, motivos de confiança no pessoal etambém a possível intimidação excessiva por uso de vigilantes armados euniformizados em uma escola de nível médio e superior. Outras observações: Esta reversão de uma terceirização mostra que, nem sempre, é possívelatestar radicalmente a validade indiscriminada desta modalidade degestão de serviços na área-meio, mesmo em áreas tradicionalmenteterceirizadas, como a vigilância. Vale registrar aqui também, a título de comentários sobre "terceirizações demasiadamente radicais", a opinião do Prefeito doCampus do CEFET, Prof. José Clemente, colhida em reunião com a equipede auditoria, de que é possível a convivência de agentes contratados,em áreas terceirizadas, como a manutenção predial, com servidores doquadro próprio, em número bem reduzido para serviços emergenciais depequena monta (pintura, parte hidráulica, marcenaria, eletricista esimilares). 22 . Terceirização do Ensino Profissional Acreditamos que um aprofundamento desta questão poderia ser incluído emum trabalho mais abrangente sobre terceirização no Serviço Público. A FUNCEFET 23. A FUNCEFET é uma Fundação de Direito Privado, sem fins lucrativos,instituída por professores do próprio CEFET , conforme seu estatuto,que segue às fls. 193 a 205. É regida pela Lei 8958/94 (fls. 59 e 60) etem como objetivo principal, estatutário e legal, o apoio às atividadesdo CEFET. 24. Não era objetivo específico deste trabalho de auditoria afiscalização das atividades da FUNCEFET, inclusive porque a Lei8958/94, supracitada, que deu a possibilidade de contratação pelas IFESde Fundações desse tipo, prevê a fiscalização pelo TCU apenas nos casosem que estejam envolvidos recursos federais, o que, à época doplanejamento do presente trabalho, não tinha eventos definidos. 25. Dois motivos, porém, levaram a equipe a incluir a FUNCEFET nos

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trabalhos, quais sejam a possível terceirização de áreas de ensinoatravés da Fundação (o que tem relação direta com o parecer do Sr.Ministro-Relator que incluiu a terceirização no presente trabalho) e adificuldade de estabelecer a real fronteira entre o uso ou não derecursos federais nos instrumentos operacionais existentes entre oCEFET e a FUNCEFET. 26. A equipe teve uma reunião, no dia 1 de junho, à tarde, com oPresidente da Funcefet, Prof. João Felipe Pires de Carvalho, o GerenteAdministrativo Sr. Afonso José Maia e o Sr. Edson Alberto dos Santos,que é, segundo a Fundação, o agente credenciado pelo Ministério PúblicoEstadual do Rio de Janeiro (Curadoria de Fundações) para exercer afiscalização prevista no art. 2º da Lei 8958/94 (fls. 59). 27. Nessa reunião, embora tenha sido reconhecido por ambas as partesque a Fundação não fazia parte do alvo dos trabalhos de Auditoria, aqual restringia-se ao CEFET, foram colhidas informações interessantessobre a operação da FUNCEFET, que serviram de base aos questionamentosaqui constantes. Foi também colhida uma planilha que continha o esboçodos registros contábeis da Fundação (fls. 52 a 58), a qual mostra atênue fronteira que limita os recursos públicos federais envolvidos,quando não registra bem as diferenças entre recursos repassados aoCEFET como apoio ao Ensino e como pagamento por serviços, consultoriaou uso de equipamentos e laboratórios. Nessa planilha observa-se tambémo vertiginoso crescimento de arrecadação da Fundação, nos dois últimosexercícios e a quantidade de empregados da mesma envolvidos emprestação de serviços a terceiros, o que pode mostrar algum desvio emrelação às finalidades estatutárias de apoio ao CEFET, bem comodemonstrar a fragilidade da demonstração do não recebimento deremuneração por parte dos diretores da Fundação que fazem parte dosquadros de servidores/professores do CEFET e da dificuldade para aconciliação de horários de dedicação às duas entidades simultaneamente. 28. Como parâmetros de estudo sobre a possível terceirização de ensinoexistente entre o CEFET e a FUNCEFET, colocamos as seguintes questões: - alguns cursos de extensão (exemplo às fls. 151 ), dados pela FUNCEFET(relação às fls. 117 a 120) com custo de participação para ostreinandos, não deveriam ter o seu conteúdo incluído nas disciplinasformais e regulares dos cursos técnicos e de nível superior ministradospelo CEFET? - O técnico de nível médio formado pelo CEFET, para ter reais condiçõesde ingresso no mercado de trabalho, não necessitaria, quase queobrigatoriamente, fazer esses cursos de extensão?

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- O professor do CEFET não estaria se motivando para repassarconhecimentos mais atuais , em termos de tecnologia, apenas quandotrabalhasse como instrutor da FUNCEFET (relação de professores do CEFETque ministraram cursos na Fundação às fls. 117 a 137 )? 29. Como parâmetros de estudo sobre as fronteiras que delimitariam areal utilização de recursos público na interação entre o CEFET e aFUNCEFET, poderíamos elencar: - Conforme já citado como argumento no item anterior, existiria umaprogressiva terceirização do ensino através do uso da Fundação paraministrar cursos complementares de tecnologias recentes imprescindíveisà formação do técnico de nível médio, que poderiam estar incluídos nosconteúdos curriculares regulares, o que traria um gasto adicional aoaluno da instituição federal de ensino e, por conseqüência, um desviode sua finalidade? - Não estaria ocorrendo um desvio de finalidade no aperfeiçoamento deprofessores através de recursos federais e de liberação de horários,para que depois estes ministrem cursos esporádicos (mas cada vez maisfreqüentes, conforme fls. 117 a 137) na Fundação? - A Fundação não se beneficia indevidamente do uso do nome do CEFET,conforme demonstram as fotos da divulgação do "simuladão " às fls. 242a 244 e 248 e 249? - As dispensas/inexigibilidades de licitações para compra de recursosmateriais para uso no CEFET, pela Fundação, são regulares (vide art. 3ºda Lei 8958/94 às fls. 59)? - A lei que permitiu a contratação de fundações de direito privado semfins lucrativos para finalidade de apoio ao ensino não estaria sendoburlada (vide art. 1º da Lei 8958/94 às fls. 59) quando é feita acontratação de fundações instituídas pelas próprias entidades de ensinoque as contratam, interpretando apoio ao ensino como qualquer atividadede interação entre elas? - Não estaria sendo aberta uma brecha para irregularidades, quando aFundação tem liberdade para usar recursos do CEFET e também de qualqueroutra instituição pública ou privada, permitindo assim o uso derecursos baratos quando é necessário e de recursos com possibilidade desuper-faturamento quando se deseja ocultar a finalidade lucrativa nãopermitida?

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- Não estaria acontecendo o caso de professores do CEFET de dedicaçãointegral ou exclusiva ministrando cursos na Fundação quando deveriamestar em carga horária no CEFET? - A Fundação não estaria executando atividades, como os "simuladões" deconcursos de admissão, em que o nome do CEFET aparece (fls.242 a 244),propiciando propaganda quase que enganosa de ações em que a instituiçãode ensino não poderia patrocinar? - Os equipamentos cedidos em comodato para o CEFET (fls. 56 a 58), pelaFundação, não estariam em situação muito crítica, pois em caso dedissolução da Fundação seriam estatutariamente (fls. 205, art. 36 )destinados a uma outra Fundação, não necessariamente ligada ao CEFET? - A fiscalização do Ministério Público Estadual está sendo bemexercida, uma vez que ela é feita por escritório privado (ADVOGADOEDSON ALBERTO DOS SANTOS) credenciado pelo MP, pago pelo fiscalizado,que é a própria Fundação? - Os contratos (fls. 77 a 114) entre o CEFET e a Fundação para promoçãode concursos de admissão são válidas em termos de economicidade,efetividade e sigilo, uma vez que as questões das provas são elaboradaspor professores do CEFET, feitos em salas do CEFET e corrigidos emmáquinas de leitura ótica do CEFET, mas operacionalizados e cobrados aoinscrito pela Fundação? - Os serviços prestados pela Fundação a várias empresas privadas (fls.54) são perfeitamente regulares, ao poder ter o uso de laboratórios doCEFET e de estagiários do mesmo facilitados pela proximidade física eadministrativa das duas organizações? - O TCU não deveria fiscalizar a operação da Fundação e sua partecontábil, uma vez que a lei que permite sua contratação prevê essafiscalização quando usados recursos federais, o que ocorre praticamenteem toda a interação CEFET-Fundação ( fls. 52 e 53 ) ? - Não seria necessária a comprovação, através de auditoria, da efetivaausência de remuneração de diretores da Fundação que pertençam aoquadro do CEFET, bem como da real destinação de superavits ao CEFET? - Não seria necessária uma verificação do patrimônio da FUNCEFET e suapropriedade, quanto a bens móveis e imóveis? Vale lembrar aqui, por pertinente, atualizado e similar ao caso empauta, embora dado em processo de 1987, o parecer do Ministro Luciano

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Brandão Alves de Souza no processo TC 004.117/1987-5, apreciado na Ata93/87-P, que no item III de seu Anexo II aponta para as seguintesdeterminações a Universidades Federais que tenham em seu âmbitoFundações de Apoio: "b. Não autorizem o afastamento dos servidores/professores daUniversidade sem observância do Decreto 84.033/79 (atualmente aplicadoo Decreto 94.664, de 23 de julho de 1987, fls. 61 a 76) e, nos casos decomprovada acumulação de cargos de professores das Universidades comcargos técnicos das Fundações, que se exija a comprovação decompatibilidade de horários. c. Não firmem convênios com as Fundações de Apoio, sem observância dasnormas cabíveis, impedindo que através dos Convênios de Cooperação asreferidas fundações se utilizem gratuitamente dos laboratórios eequipamentos das Universidades. d. não contratem serviços com as Fundações sem observância dosprincípios de licitação. e. não transfiram para as Fundações de Apoio, mediante cláusula deinterveniência, as receitas de prestação de serviços, inclusive depesquisas que, em ultima análise, são realizadas porservidores/professores das Universidades com a utilização de seuslaboratórios e equipamentos. f. não participem da direção ou de órgãos colegiados das fundações deapoio criadas no âmbito das instituições de ensino superior, uma veznão autorizado nos estatutos e regimentos das Universidades." Outros processos que já trataram do assunto das Fundações de Apoio aInstituições Federais de Ensino Superior, como é o caso dos CEFET's,são os de números 003.500/91-8, 013.074/92-0, 0003.500/91-8, e021076/8-7, além das Decisões mais recentes que seguem às fls. 206 a223, aqui acostadas para facilitar apreciações posteriores. ETAPA DE AUDITORIA OPERACIONAL 30. Foi feita, em 01 de junho às 10 horas, uma reunião entre a equipede auditoria e a Direção do CEFET, com os seguintes participantes (fls.19), por parte da instituição, todos professores e ocupantes de cargosde gestão no CEFET: - Marco Antonio Lucidi, Diretor-Geral, que participou da abertura

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- Sérgio Ferreira, Vice-Diretor - Fernando César Pimentel Gusmão, Diretor de Ensino - Jorge Carlos Ferreira, Chefe do Departamento de Ensino Superior - Carlos Artexes Simões, Chefe do Departamento de Ensino Médio eTecnológico - Carlos Alberto do Amaral Estephanio, Chefe do Departamento deExtensão e Assuntos Comunitários. 31. Esta reunião teve o objetivo de verificar a operação da entidade eas mudanças necessárias frente à nova legislação de base do EnsinoProfissional (fls. 40 a 44). O enfoque adotado atende aos requisitosdisseminados após o Convênio TCU - Reino Unido e apresentados naSECEX-RJ em junho de 1999 pelo AFCE José Carlos Lobo, que participou domesmo. 32. De acordo com o Manual de Técnicas de Entrevista no TCU (PortariaSEGECEX 22/98, de 20 de abril de 1998), item 3.3, foram elaboradas asseguintes questões, previamente divulgadas (fls. 8 e 9), que seguemaqui com os devidos comentários apurados na reunião: 32.1. Quais os planos e estratégias do CEFET para implantação do nívelbásico de formação profissional (qualificação, requalificação ereprofissionalização), previsto no art. 3o. do decreto 2.208/97 edeclarado obrigatório no art. 4o. do mesmo decreto ? O CEFET está ministrando, e também aperfeiçoando, dentro de seu ProjetoServir, a parte de Nível Básico de Formação Profissional nasinstalações do bairro de Maria da Graça (cuja descrição, utilização eprojetos futuros completos seguem às fls. 22 a 36), em prédio doadopelo Ministério da Educação. Os cursos são abertos à comunidade e enquadram-se basicamente nasmodalidades de informática, fotografia digital, estamparia eserigrafia, com duração média de 6 meses e atendendo a uma faixa etáriade 14 anos em diante. Recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)são usados. Uma queixa da Direção do CEFET é quanto à falta de recursosorçamentários específicos para formação profissional de Nível Básico,embora este seja um nível obrigatório, na legislação (par. 1º , art. 4º, Decreto 2208/97), para as instituições federais de ensino.

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32.2. Como está sendo feito o estabelecimento de currículos para aEducação Profissional, dentro do previsto no art. 6o. do Decreto2.208/97? O CEFET reclama da falta de definições curriculares, por parte doMinistério da Educação, para a Formação Profissional. Segundo a Direção, parecer do Conselho Nacional de Educação sobre aquestão ainda não foi homologado pelo Ministério, embora as audiênciaspúblicas de discussão do mesmo já tenham sido realizadas. O CEFET tem utilizado grades curriculares antigas, bem como asdefinições de áreas profissionalizantes usadas há vários anos (Parecer45/72 do CFE). Observação da equipe: Vale registrar que, em 20 de julho deste ano, nacoluna BOECHAT do jornal O Globo, foi noticiado que, no princípio deagosto, o Ministério da Educação editaria as diretrizes curricularespara 21 áreas de Formação Profissional, notícia esta não confirmada emoutros meios de comunicação, inclusive o site do Ministério naInternet, que contém área específica para discussão dessas diretrizes. 32.3. Como estão sendo estruturados os módulos de disciplinas,previstos no art. 8o. ? O CEFET não modularizou o Ensino Técnico, pois a legislação não obrigaas instituições federais a isto, abrindo a possibilidade para que elaspossam ou não fazê-lo. Assim, os alunos dos cursos técnicos obtêm a certificação decompetência apenas ao final do curso completo. 32.4. Como será feita a concomitância, se prevista sua continuação, doensino médio de formação geral e do ensino técnico? De que maneira éfeita a convivência entre os alunos oriundos da metade das vagasdestinadas a estudantes de outras escolas de nível médio e os alunosque cursam todas as disciplinas (formação geral e profissional) noCEFET? O CEFET apresenta o nivelamento curricular como um dos problemasresultantes da implantação do Ensino Técnico concomitante com o dasmatérias de formação geral cursadas em outras escolas, como permitiu anova legislação federal.

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Outra preocupação é que, conforme determina a Portaria 646/97 do MEC, onúmero de vagas para o Ensino Médio Regular no CEFET foi reduzido àmetade. Atualmente, o concurso de acesso ao CEFET prevê 400 vagas paraalunos que farão o nível médio e o curso técnico na instituição e mais200 para alunos que cursarão apenas a parte de formação profissional.Assim, com o tempo, a qualidade do ensino de formação geral pode cair,pela falta de contratação de novos professores, pois a quantidade deprofessores que se aposentam ou se afastam poderá não ser reposta, pelamaior prioridade dada ao total de alunos da parte técnica. A equipeacredita não ser cabível, ainda, nenhuma determinação face àinexistência de problemas concretos. 32.5. O CEFET já utiliza, nos cursos técnicos regulares, instrutores emonitores, na forma prevista no art. 9º do Decreto 2.208/97? Segundo a Direção, ainda não existem normas da SEMTEC quanto aoassunto, o que impede a implantação do disposto no artigo citado. 32.6. Existe formação pedagógica, dada pelo CEFET, do tipo previsto nomesmo art. 9º? No momento não, inclusive pela razão exposta no item anterior. 32.7. Como está prevista a organização modular mínima para obtenção dosdiplomas de técnico de nível médio, conforme o art. 11? Através de certificação de competência ao final do curso, como expostono item 13.3 acima. 32.8. O CEFET tem classificação já estipulada pelo Ministério daEducação, nos moldes do art. 4º do Decreto 2.207/97 (Ensino Superior),que classifica a organização acadêmica em Universidades, CentrosUniversitários, Faculdades Integradas e Institutos Superiores/EscolasSuperiores ou os cursos superiores do CEFET têm previsão paraenquadramento apenas no supracitado Decreto 2208/97, art. 3º, comonível tecnológico? Esta é uma das principais angústias da instituição frente à novalegislação. A Direção do CEFET apresentou, em adição ao comentado nareunião, um arrazoado (fls. 45 a 49) sobre a argumentação que julgaválida para a manutenção da instituição no âmbito da SESU (Secretariade Ensino Superior do Ministério da Educação), arrazoado este com oqual a equipe de auditoria concorda, segundo o que pôde coletar duranteos trabalhos de campo. Não seria interessante, em termos de Qualidadede Ensino Profissional, a reversão da condição dos CEFET's a escolas de

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nível médio ligadas à SEMTEC, o que traria a perda de seus cursossuperiores de duração mais longa, além dos cursos de pós-graduaçãostrictu sensu. 32.9. Quais as principais sugestões que o CEFET poderia apresentar emtermos de implantação das mudanças oriundas da nova legislação deeducação e quais os principais impactos negativos que poderiam serevitados por alguma ação ministerial ou dos órgãos de controle internoou externo? - agilidade nas definições de parâmetros curriculares para o EnsinoProfissional de nível médio; - a limitação das vagas para o ensino médio não profissional, a 50% emrelação ao últimos concursos, poderia causar degradação progressiva daqualidade do ensino médio regular e, a longo prazo, a limitação dosCEFET's apenas aos cursos técnicos; - a mudança estrutural no Ensino Profissional está defasada da mudançacurricular; - é necessária a alocação de recursos orçamentários para o nível básicode Ensino Profissional nas instituições federais de ensino; - é preciso definição normativa, pela SEMTEC, quanto à capacitação dosprofessores para os professores e instrutores do Ensino Profissional; - seria interessante a adoção de cursos técnicos em dois anos maisespecialização (modularidade ao final ), o que poderia contornar umapossível degradação do ensino de formação geral; - os cursos técnicos de nível médio tendem a enfrentar concorrência doscursos seqüenciais superiores de curta duração (1,5 a 3 anos),permitidos pela recente legislação federal da área. CONCLUSÕES E PROPOSTAS: Com base no que foi exposto, somos pelo seguinte encaminhamento: 1. Envio à SAUDI do formulário eletrônico sobre Terceirização noServiço Público, previsto na portaria SEGECEX 12/99, de 22.03.99 e nosOfícios SAUDI números 7 e 10 DE 1999, o que foi feito em paralelo com aelaboração deste Relatório, com envio por e-mail em 01 de julho de1999.

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2. Inclusão, no processo 575.293/1997-7, da resposta dos responsáveispara a Audiência colhida in loco durante os trabalhos de Auditoria,analisada nos itens 11 a 14 anteriores e cuja conclusão aponta para aRegularidade das Contas da entidade relativas ao ano de 1996. Oprocesso deverá ser apreciado separadamente, em relação ao presente,após a inserção da resposta colhida, ato que foi efetivado em paralelocom a elaboração deste relatório, simultaneamente com elaboração deinstrução referente á resposta dos responsáveis, nos termos dos itens11 a 14 supracitados. 3.Manutenção do processo 575.306/1998-0 como Encerrado, porarquivamento após Decisão, uma vez que as informações colhidas pelaequipe sobre o estágio atual das questões judiciais relativas àconstrução da UED Nova Iguaçu, referenciadas nos itens 15 e 16anteriores, não trazem fatos novos que justifiquem reabertura e tambémpelo fato de que, conforme item a seguir, o Sistema de Controle Internomanterá constante o acompanhamento em pauta. 4. Determinação à Unidade de Controle Interno do Poder Executivo emcuja clientela se inclua o Ministério da Educação para que: 4.1Inclua nos próximos trabalhos de fiscalização in loco no CEFET averificação, quanto à incorporação de quintos com base na tabela de FC,de que os interstícios legais haviam sido completados até 31/10/91, naforma da Lei nº 8.168/91 e do Decreto nº 228/91. conforme Decisão073/97-2ª Câmara (DOU de 5/5/97) e Acórdãos 204/97/P e 23/99/1ª, desteTCU, mencionados na resposta da entidade à Audiência analisada nositens 11 a 14 deste Relatório; 4.2 Verifique, nos próximos trabalhos de fiscalização no CEFET, aatuação da Fundação de Apoio ao CEFET, no que tange ao uso de recursospúblicos federais, materializados nos seguintes aspectos: - uso indiscriminado do nome CEFET na publicidade da Fundação; - possível desvio de professores do CEFET para ministrar cursos naFundação, com prejuízo da carga horária correta na instituição federal; - aspectos contábeis do reinvestimento de resultados financeiros daFundação no CEFET; - circulação e uso de equipamentos do patrimônio do CEFET pelaFundação. 4.3 Mantenha acompanhamento sobre as questões judiciais relativas à

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construção da UED Nova Iguaçu, informações essas cujo fornecimento peloCEFET foi determinado por este Tribunal quando do julgamento comoRegulares das Contas de 1997 da entidade (processo 575.306/1998-0, Ata07/99-2). Essas informações estão referenciadas nos itens 15 a 16anteriores. 5. Determinação ao CEFET para que: 5.1 Não renove, no próximo vencimento de período contratual, o atualcontrato de fornecimento de combustíveis, com o Posto Meia-Noite Ltda.e realize nova licitação, convocando desta vez postos localizados omais próximo possível do CEFET, incluindo nos processos licitatóriosdocumentação comprobatória de quaisquer impedimentos que justifiquemconvocação de postos mais distantes, bem como se acautele no que serefere à participação de licitantes com grau próximo de parentesco ouproximidade geográfica que possam macular ou restringir os processoslicitatórios. 5.2 Estabeleça critérios de relacionamento com o FUNCEFET quedisciplinem o uso do nome do CEFET em publicidade dessa Fundação deApoio. 5.3 Controle corretamente a carga horária dos professores do CEFET queministrem cursos eventuais na Fundação, evitando prejuízos à dedicaçãopara a entidade pública e seguindo estritamente o permitido peloDecreto n° 9.464, de 23 de julho de 1987, inclusive acautelando-secontra a continuidade de serviços prestados, inclusive de consultoria,que possam descaracterizar a eventualidade permitida por esse diplomalegal (Arts.14 e 15 do Anexo ao decreto mencionado). 5.4 Controle a cessão de equipamentos, laboratórios, serviços demanutenção, professores e pesquisadores para a Fundação de Apoio,quando esta estiver atuando em serviços de consultoria ou similaresprestados a entidades públicas ou privadas, não ligadas diretamente aatividades do CEFET. 5.5 Elabore Termo Aditivo aos Contratos relativos aos processos 1228/96(concessão para exploração de restaurante), 1666/96 (permissão de usode espaço para reprografia), 2.797/96 (convite 74/96) e 2.844/96(fornecimento de passagens) suprimindo da redação do caput da CláusulaSétima (da Vigência), o texto "podendo ser estendido à critério daCEFET/RJ, mediante elaboração de Termo Aditivo" e, do inciso I, §primeiro, da mesma Cláusula, "alteração do objeto"; 5.6 Não inclua, nos próximos contratos a serem firmados pela

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instituição, cláusulas de extensão de prazos de vigência, sem aspectosde vantagem para a Administração, ou de alteração de objeto. - excluirda elaboração de futuros contrato e correspondente minuta os textos: -"alteração do objeto"(constante, atualmente, do inciso I, § primeiro,Cláusula Sétima) e - "podendo ser estendido a critério da CEFET/RJ,mediante elaboração de Termo Aditivo"(constante, atualmente, do caputda Cláusula Sétima),neste caso, quando se tratar de contratos comvigência de 5 (cinco) anos. 5.7 Inclua, nas Contas de 1999, informação detalhada e específica sobrea prestação efetiva (ou justificativas precisas sobre o descumprimentodo respectivo Edital de Concessão) da contrapartida da construção decinco salas de aula pelo Banco Real, especificando sua localizaçãoexata dentro do CEFET, fazendo o mesmo para as salas supostamenteconstruídas pela FUNCEFET, como prestação de serviços ao CEFET,possibilitando assim a certeza da separação entre os doisempreendimentos. 5.8 Mantenha acompanhamento devidamente registrado e disponível paratrabalhos de fiscalização dos Controles Interno e Externo, visando adeterminar se os interstícios legais previstos na Lei n° 8.168/91 e noDecreto n° 228/91 haviam sido completados antes de 31/10/91, quando daincorporação de quintos relativos a valores de "FC", bem como incluarelato completo desse cumprimento legal, detalhado caso a caso, naPrestação de Contas do ano de 1999. 5.9 Continue mantendo este Tribunal informado do andamento dosprocedimentos judiciais envolvendo a obra de construção da UED/NovaIguaçu, conforme determinado no processo 575.306/98-0, de Prestação deContas de 1997. 5.10. Inclua, nas Contas relativas a 1999, descrição detalhada daoperação da Unidade Maria da Graça, destinada ao Nível Básico daFormação Profissional, incluindo discriminação de recursos do FATporventura usados e qual a atuação da FUNCEFET nesse Nível Básico,incluindo cursos ministrados com custos para os treinandos. 6. Proposta ao Sr. Ministro-Relator para que seja autorizada Auditoriano âmbito das Fundações da Apoio às Instituições Federais de EnsinoSuperior, com base na Lei 8958/94 art. 3º , inciso IV , parafiscalização do relacionamento entre essas Fundações e as IFES, nosaspectos que caracterizem uso de recursos federais e possívelterceirização de áreas de ensino, cujo escopo e itens de planejamentopoderiam ser estruturados conforme itens 28 e 29 deste relatório e coma abrangência de pelo menos três CEFET's, para um adequado estudo

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comparativo, conforme necessidade detectada às fls. 249 a 253, onde seobserva a diversidade de atuação das áreas de prestação de serviços emalguns CEFET's, incluindo um que não possui Fundação de Apoio. 7. Sugestão ao Ministro-Relator para que caracterize, em um possíveltrabalho mais abrangente sobre Terceirização no Setor Público, conformeDecisão TCU 30/99-Plenário, a atuação de Fundações de Apoio ainstituições federais de ensino como uma área a ser estudada comoterceirização potencial de ensino profissional. 8. Juntada do presente processo às contas do CEFET relativas ao ano de1998, para análise em conjunto, em especial nos aspectos citados nositens 4 e 5 anteriores, destas propostas. As contas de 1998 já foramautuadas na SECEX-RJ, à época deste Relatório e têm o número008.970/1999-7. 9. Audiência do presidente da CAPES para que esclareça a orientação quefoi dada ao CEFET sobre o uso dos recursos distribuídos através doConvênio CAPES 61/98, publicado no DOU de 20/8/98 ( item 18.3.qanterior), que não estão sendo aplicados de acordo com o objeto domesmo e sim distribuídos como complementação salarial, bem como sobre aexistência de convênios similares, da mesma época, com outrasinstituições federais de ensino, distribuídos da mesma forma. 10. Solicite-se do Ministro da Educação que: 10.1. Informe sobre as razões do atraso na definição e implantação dosParâmetros Curriculares para o Ensino Profissional, já apreciados peloConselho Nacional de Educação, causando assim descompasso entre amudança estrutural e a mudança curricular dessa modalidade de ensino. 10.2. Esclareça as estratégias previstas para uma possível retirada dosCEFET's do âmbito da SESU (Secretaria de Ensino Superior do Ministérioda Educação), passando-os para a vinculação à SEMTEC (Secretaria deEnsino Médio e Tecnológico) incluindo as razões e estudos de impactosapresentados para essa mudança, se realmente prevista sua efetivação. 10.3. Esclareça a demora na elaboração, pela SEMTEC, de normasrelativas à formação de professores e instrutores para o EnsinoProfissional 10.4. Apresente um estudo sobre os recursos orçamentários federaisalocados especificamente para o Nível Básico do Ensino Profissional, oqual é legalmente obrigatório nas instituições federais desse ramo deensino.

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11. Solicitação ao Ministro da Educação para que constitua Comissãopara estudo da situação das obras de construção da UNED (Unidade deEnsino Descentralizado) Nova Iguaçu do CEFET-RJ, materializandoesforços no sentido de terminar a construção e aparelhamento dareferida UNED, dirimir as questões judiciais restantes, verificarpossíveis Tomadas de Contas Especiais correlatas instauradas comrelação ao Projeto7, acompanhar a execução do respectivo PT08043019910780079, proposto para o Orçamento da União do ano 1999 e,enfim, buscar alternativas para o fim das obras, mantendo este Tribunalinformado das providências informando a este tribunal, no prazo de 90dias, as medidas tomadas para efetivar o término das obras e entrada emoperação dessa Unidade. 12. Diligência ao Ministério Público no Estado do Rio de Janeiro paraque esclareça a legalidade da atuação de escritórios privados nafiscalização de Fundações de Direito Privado sem fins lucrativos, comoa Fundação da Apoio ao CEFET-RJ, abrangidas pela Lei 8958/94, cujo art.2º, inciso I, determina a fiscalização pelo Ministério PúblicoEstadual. 13. Envio de cópia deste Relatório à 6ª SECEX, em cuja clientela está oMinistério da Educação, para conhecimento e possível aproveitamento dasobservações, em especial no que se refere aos itens 4, 6, 7, 9, 10 e 11destas propostas e seus correspondentes itens de embasamento". A Sra. Diretora concordando em essência com a instrução, sugere, com aaquiescência da titular da Unidade Técnica, alguns ajustes à propostaformulada pela equipe de auditoria, que passaria a ter a seguinteredação: "1. à CEFET-RJ das propostas apresentadas no item 5 (fls. 274/275); 2. ao Controle Interno do Poder Executivo responsável pela clientela doMinistério da Educação; a) que faça constar, em título específico, do relatório de auditoria degestão das próximas prestações de contas : a .1) o acompanhamento realizado no sentido de verificar, quanto àincorporação de quintos relativos a valores de "FC", se os interstícioslegais foram completados até 31.10.91, na forma da Lei n.º 8.168/91 edo Decreto n.º 228/91, e entendimentos proferidos por este Tribunal naDecisão 073/97-2ª Câmara e nos Acórdãos nos. 204/97-P e 23/99-1ªCâmara;

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a .2) a atuação da Fundação de Apoio ao CEFET- FUNCEFET, no que tange àaplicação de recursos públicos federais materializados nos seguintesaspectos: a.2.1)uso indiscriminado do nome CEFET na publicidade da Fundação; a.2.2) possível alocação do corpo docente da CEFET para a atuação comoprofessores da FUNCEFET, com prejuízo do cumprimento da carga horáriana instituição federal; a.2.3) não reinvestimento dos resultados financeiros na FUNCEFET noCEFET; a.2.4) circulação e uso de equipamentos do CEFET pela Fundação; a.3) o acompanhamento das questões judiciais relativas à construção daUED Nova Iguaçu, objeto do julgamento das contas da entidade relativasa 1997 (TC n.º 575.306/98-0, Ata n.º 7/99-2ª); a.4) informações do Ministério da Educação quanto : a.4.1) ao andamento dos trabalhos de definição e implantação dosparâmetros curriculares para o ensino fundamental já apreciados peloConselho Nacional de Educação, uma vez que a sua não conclusão ocasionao descompasso entre a mudança estrutural e curricular dessa modalidadede ensino; a.4.2) a definição quanto à manutenção dos CEFET's no âmbito daSecretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação e estudo doimpacto da sua mudança de vinculação para a Secretaria de Ensino Médioe Tecnológico, sob o ponto de vista da formação do corpo docente para oensino profissional e da alocação de recursos financeiros eorçamentários b) acompanhar o cumprimento pela Entidade das determinações que vierema ser proferidas por este Tribunal. 3. ao Ministério da Educação que mantenha este Tribunal informado arespeito das providências implementadas no sentido de terminar aconstrução e aparelhamento da Unidade de Ensino Descentralizado em NovaIguaçu/RJ do CEFET-RJ, e por fim da previsão de entrada em operaçãodessa Unidade; 4. a juntada do presente processo às contas de Entidade relativas ao

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exercício de 1998, TC n.º 008.970/97-7; 5. envio de cópia deste relatório à 6ª SECEX, em cuja clientela está oMinistério da Educação e o Fundo de Aperfeiçoamento de Pessoal de NívelSuperior- CAPES, bem como das folhas 175 a 192 (Volume principal) nosentido de tomar conhecimento e adotar as medidas julgadas necessárias; 6. que este Tribunal avalie a realização de auditorias pelas SECEXs,cuja clientela contemple instituições de ensino superior e ensinoprofissionalizante, com o objetivo de analisar a atuação das fundaçõesde apoio às instituições federais de ensino nos aspectos mencionados noVoto do ilustre Ministro Luciano Brandão Alves de Souza no TC n.º004.117/87-5 (Ata n.º 93-87-P), bem como a potencial terceirização doensino profissional". É o Relatório.

Voto: Registro, inicialmente, que o objeto da auditoria sob exame foi o deatender aos objetivos delineados na Decisão n° 030/99-TCU-Plenário que,ao aprovar o Plano de Auditoria para o primeiro semestre do ano de1999, estabeleceu como prioridade, entre outras diretrizes, que asauditorias fossem realizadas de modo a subsidiar o exame das contas jáenviadas a este Tribunal, possibilitando o seu julgamento dentro doprazo legal estabelecido para sua apreciação. Com relação às contas de 1996 e 1997, os trabalhos desenvolvidos pelaequipe de auditoria possibilitaram o exame e apreciação dos respectivosprocessos de prestação de contas a despeito de algumas ocorrênciasrelacionadas ao problema das incorporações de quintos feitas até31.10.91, face o novo entendimento do Tribunal consubstanciado naDecisão n° 073/97-2ª Câmara e Acórdãos n° 204/97-Plenário e n° 23/99-1ªCâmara. O Tribunal ao apreciar referidas contas julgou-as regulares comressalva e determinações ao CEFET, nas Sessões de 14.10.99 e 04.03.99,ambas da 2ª Câmara, consoante Relações n° 38/99 e 07/99, Atas n°s 38/99e 07/99, respectivamente. Na auditoria realizada, a equipe centrou seus trabalhos nas áreas delicitações, contratos, convênios, acordos e ajustes, abrangendo osexercícios de 1996 a 1998, estendendo-se, ainda, sobre o tema relativoà terceirização no setor público. Com relação aos contratos a serem executados de forma contínua, observoque o dirigente da entidade não vem cumprindo ao disposto na Lei n°8.666/93, em especial ao estabelecido no artigo 57, II, § 4°, que

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limita o prazo de vigência dos contratos dessa natureza a sessentameses, podendo, ainda, desde que devidamente justificado, seremprorrogados por 12 meses. Nesse particular, verifico que nos contratos concernentes aos processosn°s 1228/96 (Permissão de Uso de espaço físico para exploração deserviços de restaurante), 1666/96 (Permissão de Uso de espaço físicopara exploração de serviço de reprografia), 2797/96 (Aquisição deCombustível) e 2844/96 (Fornecimento de bilhetes de passagens aéreas),foi incluída cláusula onde o administrador do CEFET, em totaldescompasso com o Estatuto das Licitações, chama para a administração aresponsabilidade de prorrogar, os referidos contratos, em flagranteinfringência ao artigo 57, II, § 4° da Lei n° 8.666/93, merecendo, porisso mesmo, que se estabeleça prazo ao dirigente da entidade para quecumpra a Lei, nos termos preceituados pela Carta Constitucional e pelaprópria Lei Orgânica deste Tribunal (Lei n° 8.443/92). Outro ponto examinado refere-se ao procedimento que originou o Contratode Aquisição de Combustível em razão de o Posto Vencedor, no processolicitatório, localizar-se distante da sede do CEFET agravado, ainda,pelo fato de parentes pertencerem a empresas participantes do certame eque uma dessas ter comparecido só no dia da licitação. A esse propósito, devo dizer que o administrador deve se acautelardiante de tal ocorrência, de modo a evitar conluio dos participantes.Com referência a exigência de que o vencedor tenha, necessariamente,que situar-se próximo à sede da entidade, entendo que tal exigência nãopode ser feita, visto que não existe qualquer previsão legal nessesentido. Por fim, em relação ao comparecimento da empresa no dia da licitação,necessário se faz que se transcreva o artigo 22, § 3° da Lei n°8.666/93, verbis: "Art. 22 São modalidades de licitação: (...) § 3° Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramopertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidadosem número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qualfixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e oestenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade quemanifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)horas da apresentação das propostas".

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Como se vê, a participação do licitante pode se dar praticamente no diada abertura dos envelopes. No caso presente, embora tenha noticiado queo comparecimento de um dos licitantes se deu no dia licitação, a equipede auditoria não apresentou qualquer fato concreto que comprovasse asuposta irregularidade De modo geral, o dirigente da entidade se houve satisfatoriamente nacondução dos processos, à exceção de alguns procedimentos licitatóriose contratos firmados nos respectivos períodos, os quais estão sendoobjeto de determinação para que se cumpra a lei disciplinadora sobre oassunto (Lei n°8.666/93), de modo a evitar, no futuro, a ocorrênciadesses fatos, em especial nos contratos de serviços continuados. Foi também objeto dos trabalhos de auditoria, conforme afirmado pelaequipe, a terceirização efetuada pelo CEFET, tendo sido observadas taisdelegações nas áreas de vigilância, limpeza e conservação, não severificando, nesse aspecto, a ocorrência de irregularidades, consoanteregistrado pela equipe de auditoria. Por ocasião desses trabalhos, a equipe de auditoria, com base nosformulários eletrônicos fornecidos pela Secretaria de Auditoria,procedeu estudos na área do ensino profissionalizante da instituição,quando foi verificado, sistematicamente, a descentralização deste,gerando, conforme assinalado pela equipe, prejuízos para os alunos, umavez que os conteúdos dos cursos que são ministrados não sãointroduzidos no ensino regular gratuito e os professores não repassamdeterminados conteúdos nos horários de aula pelos quais recebemvencimentos da União. Observe-se que esses cursos são ministrados por professores da própriainstituição, cuja contratação, por meio dessas Fundações de Apoio, épermitida pela Lei n° 8.958/94. A esse propósito, sugere a equipe, coma concordância da Sra. Diretora e da titular da Unidade Técnica, oaprofundamento da questão num trabalho abrangente sobre Terceirizaçãono Serviço Público, aliás uma das diretrizes da Decisão n°030/99-TCU-P. Registro, por fim, que foram colhidas pela equipe de auditoria algumasimpressões sobre a terceirização de ensino existente entre o CentroFederal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro e a Fundação por eleinstituída (FUNCEFET), quando foram formulados vários questionamentosacerca da atuação desta, principalmente se não estaria utilizando aentidade, no caso a CEFET, para a utilização da prestação de serviços aentidades de natureza privada, desviando-se de sua finalidade inicial,

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considerando que a fundação recebe sistematicamente recursos federaisde sua instituidora. Vale informar que a preocupação demonstrada pela Secex/RJ já foi objetode determinação do então Decano desta Casa, Ministro Luciano BrandãoAlves de Sousa, no TC- 004.117/87-5 (Ata n° 93/87/Plenário), consoanteinformado pelo órgão técnico. Com relação a esse fato, entendo por oportuno que se proceda a estudospela 6ª Secex, a ser submetido posteriormente à SEGECEX, com o objetivode analisar a atuação das fundações de apoio junto às instituiçõesfederais de ensino não só no Rio de Janeiro mas em âmbito nacional,atentando para os aspectos legais mencionados no processo acimamencionado. De modo geral, os resultados obtidos atenderam ao estabelecido pelaDecisão n° 030/99-TCU-Plenário, possibilitando, além da agilização doexame das contas dos exercícios de 1996 a 1998, a adoção de outrasmedidas por parte desta Corte, objeto de determinações à entidade e àSecretaria Federal de Controle. Com essas considerações, acolho o parecer da Unidade Técnica com osajustes julgados necessários e Voto por que o Tribunal adote a Decisãoque ora submeto à apreciação deste Egrégio Plenário. T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 28de março de 2000. HUMBERTO GUIMARÃES SOUTO Ministro-Relator

Assunto: III - Relatório de Auditoria

Relator: HUMBERTO SOUTO

Unidade técnica: SECEX-RJ

Quórum: Ministros presentes: Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça (na Presidência),Humberto Guimarães Souto (Relator), Walton Alencar Rodrigues eGuilherme Palmeira.

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Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 28 de março de 2000

Decisão: A Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 8.1 nos termos do inciso IX do art.71, da Constituição Federal c/c oart. 45 da Lei n° 8.443/92: 8.1. 1 assinar o prazo de 15 dias para que o Sr. Marco Antônio Lucidi,Diretor-Geral do CEFET adote as necessárias providências, com relaçãoaos processos n°s 1228/96, 1666/96, 2797/96 e 2.844/96, no sentido decumprir ao preceituado no art. 57, inciso II, e § 4° da Lei n°8.666/93, que estabelecem, respectivamente que os contratos a seremexecutados de forma contínua poderão ter a sua duração prorrogada até olimite máximo de sessenta meses, podendo, ainda, em caráterexcepcional, devidamente justificado, estender o prazo de duração pormais 12 meses, além do limite estabelecido; 8.1.2 não inclua, nos próximos contratos a serem firmados pelainstituição, cláusulas de extensão de prazos de vigência, sem vantagempara a Administração, ou de alteração de objeto; 8.2. determinar à CEFET-RJ que: 8.2.1 controle corretamente a carga horária dos professores do CEFETque ministrem cursos eventuais na Fundação, evitando prejuízos àdedicação para a entidade pública e seguindo estritamente o permitidopelo Decreto n° 9.464, de 23 de julho de 1987, acautelando-se contra acontinuidade de serviços prestados, inclusive de consultoria, quepossam descaracterizar a eventualidade permitida por esse diploma legal(Arts.14 e 15 do Anexo ao Decreto mencionado); 8.2.2 impeça a cessão de equipamentos, laboratórios, serviços demanutenção, professores e pesquisadores para a Fundação de Apoio,quando esta estiver atuando em serviços de consultoria ou similaresprestados a entidades públicas ou privadas, não ligadas diretamente aatividades do CEFET; 8.2.3 inclua, nas próximas contas, informação detalhada sobre aprestação efetiva da contrapartida da construção de cinco salas de aulapelo Banco Real, fazendo o mesmo para as salas supostamente construídaspela FUNCEFET, conforme estabelecido em contrato;

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8.2.4 mantenha este Tribunal informado do andamento dos procedimentosjudiciais envolvendo a obra de construção da UNED/Nova Iguaçu, devendo,para tanto, constar das próximas contas; 8.2.5 inclua, nas próximas contas, descrição detalhada da operação daUnidade Maria da Graça, destinada ao Nível Básico da FormaçãoProfissional, incluindo discriminação de recursos do FAT porventurausados; 8. 3 determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que façaconstar do relatório de auditoria de gestão das próximas contas doCEFET, as medidas adotadas com relação ao subitens 8.2.1 a 8.2.5 supra; 8.4 determinar o envio do presente processo à 6ª SECEX, em cujaclientela está o Ministério da Educação, para que acompanhe e adote asnecessárias providências com vistas ao completo cumprimento pelo CEFET,das medidas ora determinadas; 8.5 determinar à 6ª Secex que promova estudos a serem submetidosposteriormente à SEGECEX, com a finalidade de analisar a atuação dasfundações de apoio junto às instituições federais de ensino não só noRio de Janeiro mas em âmbito nacional, objetivando a realização defuturas auditorias, de forma a verificar o comportamento daquelasfundações, em particular quanto aos aspectos mencionados no Voto doilustre Ministro Luciano Brandão Alves de Souza no TC n.º 004.117/87-5,Ata n.º 93-87-Plenário, transcrito no relatório; 8.6 determinar, finalmente, para fins da supervisão ministerial, oenvio de cópia de inteiro teor do Relatório, Voto e Decisão aquiproferidos ao Senhor Ministro de Estado da Educação.