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Tribunal de Contas da União
Dados Materiais:
Decisão Sigilosa 73/93 - Plenário - Ata 24/93
Processo nº TC 027.336/91-3
Interessado: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Destilação
e Refinação de Petróleo de Cubatão, Santos e São
Sebastião - SINDIPETRO.
Entidade: Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS
Vinculação: Ministério de Minas e Energia
Relator: MINISTRO HOMERO SANTOS
Representante do Ministério Público: não atuou
Órgãos de Instrução: 9ª Inspetoria-Geral de Controle Externo;
Inspetoria-Regional de Controle Externo no
Estado do Rio Grande do Sul e Secretaria de
Auditoria.
Assunto:
Auditoria Operacional em unidades da PETROBRÁS por solicitação do
interessado.
Ementa:
Auditoria Operacional originada de denúncia do SINDPETRO.
PETROBRÁS. Deficiências nas áreas de controle, planejamento,
segurança, treinamento, manutenção de equipamentos e elevados
custos no arrendamento de terminal. Conhecimento aos interessados
para adoção das medidas cabíveis.
Data DOU:
07/07/1993
Página DOU:
9440
Data da Sessão:
16/06/1993
Relatório do Ministro Relator:
(GRUPO II - CLASSE III)
TC 027.336/91-3
AUDITORIA OPERACIONAL
R E S E R V A D O
Tratam os autos de Auditoria Operacional realizada nos Dutos e
Terminais do Centro-Oeste e São Paulo e na Refinaria Presidente
Bernardes de Cubatão, ambas Unidades da Petrobrás, em atendimento à
Decisão nº 124, proferida em Sessão Plenária do dia 12 de novembro
de 1991, que determinou fosse apurado o teor da denúncia formulada
pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Destilação e
Refinação de Petróleo de Cubatão, Santos e São Sebastião sobre
irregularidades ocorridas no âmbito daquelas entidades.
2. DO TEOR DA DENÚNCIA
O denunciante apontou entre outras falhas perpetradas pela
administração das entidades, as seguintes:
"..........................................................
c) O gerenciamento da empresa, distanciou-se em muito da
prática da moralidade administrativa, e passou a instituir a
indústria de empreiteiras (mão de obra não qualificada), e por via
de conseqüência o patrimônio da empresa começou a tornar-se um
oceano de sucata;
............................................................
e) (...) o gerenciamento abandalhado da suplicada, é o único
responsável pelo estado em que se encontram os equipamentos
instalados no TEDEP/ALEMOA, conforme laudo técnico parcial
elaborado pelos Engenheiros da CETESB, onde deixaram expressamente
consignado entre outros, o seguinte: "FLS. 13/41 - PERCEBE-SE QUE A
MANUTENÇÃO PREVENTIVA PRATICAMENTE DEIXOU DE EXISTIR.", e acima na
mesma folha está consignado corrosão com variações nas tubulações
de 33% à 57%. Contudo, o número de trabalhadores (mão-de-obra não
qualificada) de empreiteiras na área, é bastante significativo, e
que poderá levar o referido Terminal, à um acidente catastrófico,
em razão do manuseio de peças de forma errada;
............................................................
(...) crescente número de acidentes envolvendo a Petrobrás e
demais indústrias de Cubatão, quase sempre por fadiga nos
equipamentos, projetos mal elaborados, falta e falha de manutenção,
falta de instrumentação de monitoramento, erro de montagem,
modificações de processo, aceitação de serviços de empreiteiras sem
fiscalização eficaz, manutenção executada por setores não
habilitados, falha no gerencimento e erro de operação.
............................................................
(...) o número de paradas para manutenção tem aumentado e o
grau de confiabilidade das instalações não melhorou. Também não
houve introdução de melhorias operacionais significativas, nem de a
introdução de inovações tecnológicas. O sistema continua com baixo
grau de automação. Além do mais, há falhas no sistema de segurança."
3. DOS RESULTADOS OBTIDOS PELA AUDITORIA OPERACIONAL
Conforme ressaltado pela competente equipe de auditoria
formada por membros da 9ª IGCE e IRCE/SP, sob a coordenação da
SAUDI, a Petrobrás, no intervalo de tempo compreendido entre a
Decisão do Plenário e o início dos trabalhos, efetuou uma reforma
administrativa na área de Dutos e Terminais que culminou em
descentralizações, com alterações profundas em sua antiga
estrutura, ocasionando, dessa forma, a realização dos trabalhos
junto às seguintes unidades:
- Dutos e Terminais do Centro-Oeste e São Paulo (DTCS):
Santos - Alemoa e Cubatão
São Sebastião;
- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB)
- Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP); e
- Refinaria Presidente Bernardes.
Procedida a Auditoria, baseada em levantamento preliminar
efetuado pela IRCE/SP, dentro de um trabalho de reconhecida
qualidade e profundidade obtida com base em informações colhidas,
não apenas junto às unidades ligadas à Petrobrás, mas também junto
ao Corpo de Bombeiros e à CETESB, a referida equipe, composta pelos
auditores Lygia M.A.B. de Mello I. Parente - 9ª IGCE
(coordenadora), Lucemar da Silva Marques (9ª IGCE), Conceição de
Maria P. de Barros (9ª IGCE), Eloi Carnovali (IRCE/SP) e Sérgio K.
Noguchi (IRCE/SP), chegou as seguintes conclusões:
"A- TERMINAIS
Em maio de 1992, com a reestruturação organizacional do
Departamento de Transporte, os Terminais do Estado de São Paulo e
do Centro-Oeste, foram fundidos num único órgão, com sede em
UTINGA, que passou a chamar-se Dutos e Terminais do Centro-Oeste e
São Paulo - DTCS.
Essa mudança teve como principal característica a
descentralização administrativa onde as Divisões de:
Infraestrutura, Técnica e de Apoio Gerencial, traçam as metas e
procedimentos para todos os terminais ligados ao DTCS, cabendo ao
gerente de cada terminal, supervisionar e coordenar as atividades
aprovadas.
Nessa nova fase, a PETROBRÁS busca ter uma visão globalizada
dos terminais, para implantar procedimentos uniformes, visando
traçar programas de investimento de médio e longo prazo.
Essa nova estrutura deixa a mostra a fragilidade da anterior
onde o gerente, ao concentrar todas as decisões administrativas do
Terminal, traçava sua própria política operacional, e muitas vezes
não cumpria o disposto nas NORMAS PETROBRÁS no tocante aos aspectos
de MANUTENÇÃO, INSPEÇÃO, SEGURANÇA INDUSTRIAL, OPERAÇÃO etc.
Entretanto, o novo modelo não vem funcionando a contento, uma
vez que evidenciamos um grande conflito interno, agravado pela
falta de visão de conjunto, pelas restrições financeiras que a
empresa vem enfrentando e da descontinuidade administrativa - 5
(cinco) presidentes em 2 (dois) anos.
Além desses argumentos, a PETROBRÁS, como empresa do governo,
vem privilegiando o seu lado social ao praticar preços sem levar em
consideração seus custos, nem a necessidade de reinvestir seus
lucros, aperfeiçoar seus métodos produtivos, deixando que, suas
instalações, no momento anterior à denúncia, estivessem de fato
sucateadas, necessitando de reparos e manutenção.
1- MANUTENÇÃO
O setor de MANUTENÇÃO - SEMAN é o responsável por:
a) planejar, programar, controlar e executar os serviços de
manutenção preventiva e corretiva das instalações e equipamentos
ligados ao DTCS;
b) gerenciar os serviços de manutenção através do sistema
MICROSIGMA;
c) registrar todas as alterações sofridas pelos equipamentos e
instalações; e
d) estudar a conveniência, especificar e providenciar junto ao
SETRAT a contratação de serviços de terceiros.
2- INSPEÇÃO
O setor de INSPEÇÃO - SEINSP é responsável por:
a) planejar, programar, controlar e executar os serviços de
inspeção de dutos e seus acessórios, inclusive sistema de
proteção catódica, além dos equipamentos e instalações dos
terminais;
b) aplicação de métodos de inspeção - ensaios não destrutivos de
pequeno porte, inspeções visual, controle e análise de
relatórios referentes ao "pig instrumentada";
c) coleta de amostras e corpos de prova de materiais estruturais
para análise; e
d) controle e arquivos do histórico dos equipamentos e sistemas.
Os serviços contratados deverão contemplar os seguintes casos:
a) inspeções dos condutos enquadrados na resolução CNP-01-77;
b) inspeção das caldeiras previstas na NR-13 do Ministério do
Trabalho;
c) inspeção de dutos com "pig instrumentado"; e
d) inspeção de gamagrafia e raio X, ultrassom, líquido penetrante e
partícula magnética de médio e grande porte.
3- OPERAÇÃO
O setor de OPERAÇÃO é responsável por:
a) coordenar as disponibilidades de armazenamento e articular-se
com os órgãos e setores envolvidos para a definição da
programação de bombeamento de produtos;
b) executar as operações de movimentação de petróleo, seus
derivados e álcool nos trechos dos dutos e áreas sob sua
responsabilidade, bem como controlar os volumes recebidos,
armazenados, fornecidos e movimentados;
c) identificar perdas de produtos ocorridos nas operações de
transferência e estocagem;
d) operar o sistema de efluentes líquidos e drenagem da área
operacional; e
e) operar os sistemas de gás, recebendo, armazenando e transferindo
produtos, bem como operar os sistemas e unidades auxiliares,
analisando e controlando a eficiência operacional de todos os
sistemas.
B- REFINARIA PRESIDENTE BERNARDES
As atividades de refino e armazenamento de petróleo e seus
derivados estão, continuamente, expostas a diversos riscos, que
podem afetar tanto o parque industrial quanto as comunidades
vizinhas. No caso da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), esta
situação tende a se agravar, em face da idade das instalações que
têm, em média, mais de vinte anos de uso.
O gerenciamento dessas atividades exige, dos administradores
da RPBC, constante atuação no sentido de manter os equipamentos e
instalações em condições adequadas de utilização (processo e
segurança) a fim de minimizar os riscos existentes.
Apesar do empenho da RPBC, ocorreram graves falhas que
expuseram pessoas e instalações a situações de perigo iminente, as
quais envolveram, direta ou indiretamente, serviços prestados por
empresas contratadas, conforme constatado nos trabalhos de
auditoria.
Do mesmo modo, outros fatos verificados apontam falhas no
gerenciamento da segurança industrial e controle ambiental, os
quais devem ser evitados a fim de diminuir os riscos de acidentes
pessoais e as autuações impostas pela CETESB.
Esse cenário vem desgastando a imagem da Refinaria, consoante
denúncias formuladas pelo Sindicato. Outrossim, o Ministério
Público tem proposto diversas ações, respaldadas em laudos técnicos
da CETESB, objetivando melhorias nas condições operacionais.
C- PONTOS RELEVANTES
Dos pontos abordados neste relatório, destacamos:
1) dificuldade para consultar dados de equipamentos que
encontram-se dispersos nas áreas de manutenção, inspeção,
segurança e operação;
2) falta de um cadastro único para cada equipamento que centralize
as informações produzidas nas diversas áreas afins;
3) o histórico dos equipamentos consiste em uma listagem, contendo
"OS"s e respectivas tarefas a serem executadas, sem a garantia
de que efetivamente houve a execução do serviço;
4) falta de padronização dos dados a serem utilizados no histórico;
5) inexistência de um procedimento para determinar os custos de
manutenção, de um equipamento ou de um sistema;
6) dificuldade em tomar decisões gerenciais tais como: comprar um
novo equipamento ou continuar mantendo o antigo; estimar custos
para contratação de terceiros; entre outros;
7) dificuldade em programar as OS's relacionadas com o mesmo
equipamento e/ou sistema;
8) por falta de planejamento, na liberação de equipamento perde-se
a oportunidade de executar todos os serviços solicitados ao
longo do tempo;
9) concentração de serviços de terceiros na área de manutenção sem
que haja controles que permitam a avaliação efetiva dos serviços
prestados;
10) elevado número de tanques de armazenagem com manutenção vencida;
11) contratação de empresas com históricos de desempenho
insatisfatórios;
12) ausência de rodízio na fiscalização dos contratos;
13) os técnicos de segurança das firmas contratadas omitem
informações sobre as condições de segurança, prejudicando a
avaliação mensal das empreiteiras quanto a este item;
14) as multas solicitadas pelo Setor de Segurança e Meio
Ambiente-SESEMA, quanto ao descumprimento das normas de
segurança nem sempre são aplicadas pelos gerenciadores dos
contratos;
15) grande parte dos acidentes, com funcionários de empresas
contratadas, ocorreram por inobservância dos procedimentos de
segurança e não utilização dos equipamentos de proteção
individual, evidenciando falhas no treinamento e na
fiscalização;
16) várias viaturas de combate a incêndio operam em condições
insatisfatórias;
17) elevada incidência de erros na emissão das Permissões de
Trabalho (PT's), pondo em risco o operador e os equipamentos em
manutenção;
18) a análise dos Relatórios de Ocorrência Anormal indica, como
causa básica de acidentes com pessoal próprio, a deficiência
nos equipamentos, refletindo manutenção inadequada;
19) emissão inadequada de gases odoríferos;
20) elevados custos no arrendamento do Terminal de Alemoa.
Face ao acima exposto propomos que:
1) seja criado, no DTCS e RPBC um cadastro geral de equipamentos
e/ou sistema de forma a evidenciar todas as intervenções
efetuadas nos mesmos, identificando quando ocorreram e os custos
verificados;
2) seja elaborada uma programação de atividades de longo prazo para
fins de previsão orçamentária (compra de material, contratação
etc) e operacional;
3) na área de navios proceda-se a uma prévia seleção dos que serão
afretados para evitar que os mesmos cheguem aos terminais e
sejam considerados operacionalmente incapazes ou estejam
necessitados de reparos, bem como verifique a parte documental
das embarcações no tocante ao vencimento das licenças;
4) atenda dentro dos prazos acordados as exigências da CETESB
evitando a multa decorrente do seu descumprimento;
5) seja levado ao conhecimento do Ministro das Minas Energia o
pleito da PETROBRÁS acerca do aforamento direto das áreas de seu
interesse, com resultante autorização para instalações de
terminais privativos destinados à movimentação de petróleo,
derivados e álcool;
6) procure aproximar-se dos parâmetros administrativos alcançados
em outros terminais no exterior, buscando a melhor alternativa
para solucionar as falhas do processo produtivo;
7) exerça o efetivo controle sobre as atividades das empresas
contratadas, no que se refere à qualidade da execução dos
serviços prestados e à segurança, a fim de minimizar os riscos
de acidentes;
8) evite a contratação de empresas com desempenho anterior
insatisfatório;
9) promova o rodízio na fiscalização dos contratos;
10) providencie o planejamento adequado das atividades de
manutenção, a fim de se evitar que equipamentos ou instalações
tenham os prazos de manutenção vencidos;
11) mantenha as viaturas de combate a incêndio em perfeito estado
de conservação;
12) realize treinamento de reciclagem ao pessoal autorizado a
emitir Permissões de Trabalhos (PT's);
13) viabilize os projetos previstos para a redução de emissão de
gases odoríferos; e
14) integre o sistema de material com o de manutenção de forma a
tornar mais ágil a execução dos trabalhos."
4. DO PARECER DA 9ª IGCE
Preliminarmente, a ilustre Diretora daquela Unidade Técnica
enfatiza que a condição de estatal, submissa à orientação da
política econômica do Governo, levou a PETROBRÁS às dificuldades
financeiras vividas atualmente, privilegiando seu lado social por
praticar preços sem levar em consideração seus custos, gerando
sérios prejuízos ao seu grau de eficiência desejado."
Conclusivamente, aquela Diretora sugere que:
- sejam levadas, ao conhecimento dos responsáveis, as
conclusões apresentadas no Relatório de Execução, para as
providências cabíveis;
- seja encaminhada cópia do expediente à Secretaria de
controle Interno do Ministério de Minas e Energia, com o fim de
serem analisadas as medidas adotadas pela entidade para a correção
dos problemas detectados, bem como os resultados obtidos com tais
medidas, no próximo Relatório de Auditoria sobre as contas da
Empresa;
- seja o Ministro de Estado de Minas e Energia, comunicado
sobre o pleito da PETROBRÁS acerca do aforamento direto das áreas
de seu interesse, na forma indicada na conclusão, às fls. 134, item
5; e
- seja juntado o presente processo às contas da PETROBRÁS,
exercício de 1992, para exame em conjunto.
O Inspetor-Geral revelou-se em consonância com as proposições
acima relatadas, sugerindo, outrossim, que seja encaminhada cópia
do Relatório de Execução ao Presidente da PETROBRÁS, para
conhecimento e providências cabíveis, bem como o cancelamento da
tarja de sigiloso que chancela os autos. É o Relatório.
Voto do Ministro Relator:
As auditorias de natureza operacional, implementadas recentemente
nesta Corte pelas novas atribuições trazidas pela Constituição de
1988, mostram-se como um instrumento eficiente para a avaliação das
técnicas e procedimentos usados pelos administradores públicos,
analisando-os sob os aspectos da eficiência, eficácia e
economicidade, aspectos esses não contemplados pelas auditorias
tradicionais. Ressalte-se que o fato de um gestor utilizar os
recursos estritamente dentro dos limites estabelecidos não
significa dizer que sua administração foi eficiente, uma vez que
esses recursos tenham sido empregados de maneira anti-econômica. As
auditorias financeiras, contábeis e patrimoniais, sem sombra de
dúvida, não foram concebidas para proceder a essa abordagem. A
realização de AUDITORIA OPERACIONAL em órgãos da Administração
Pública proporciona uma relação próxima à prestação de consultoria,
onde é possibilitado à instituição fiscalizadora, enxergar os
problemas existentes, na posição de observador externo à
organização, trazendo, assim, alternativas de solução
(realimentação do processo decisório), sob um enfoque que nem
sempre é permitido aos servidores da entidade auditada, os quais,
apesar de próximos aos problemas, não são capazes de enxergá-los
por conseqüência de uma rotina de trabalho acomodativa ou, senão,
por uma política administrativa de restrições ou centralizadora,
imposta, muitas das vezes, pelos próprios dirigentes da Unidade.
É, sem dúvida, oportuna a ênfase dada, pela nobre Diretora da
9ª IGCE, à questão da descontinuidade administrativa que vem
ocorrendo na PETROBRÁS, causada pelas constantes trocas de seus
presidentes - cinco no total - num curto período de dois anos. É de
notório saber que, em qualquer empresa, as mudanças freqüentes de
titular refletem-se em sua estrutura organizacional, pela natural
diferença de idéias e concepções inerentes a cada novo dirigente e
pelas comuns divergências quanto à filosofia de trabalho dos
antecessores, ocorrendo, em geral, por ocasião da referida troca,
alterações em seu organograma e, ainda, a substituição do corpo de
diretores, por serem esses considerados ocupantes de funções de
confiança.
A Petrobrás, como empresa de ampla atuação em nível nacional e
movimentadora de vultosas receitas operacionais, não pode
prescindir de uma base organizacional compatível com sua capacidade
produtiva, necessitando, para tanto, de um equilíbrio financeiro
nem sempre viabilizado pela conjuntura econômica, política e social
à qual encontra-se submetida, exigindo, por conseqüência, de seus
dirigentes, medidas administrativas que possibilitem o
desenvolvimento de suas atribuições institucionais, a contento, com
o mínimo de utilização de recursos.
Diante do exposto e relatado e acolhendo o parecer da 9ª
Inspetoria, VOTO por que se adote a Decisão que ora submeto à
apreciação deste Plenário.
Decisão:
O Tribunal Pleno, diante da razões expostas pelo Relator, DECIDE:
1) enviar cópia do Relatório de Auditoria ao Presidente da
Petrobrás, para conhecimento e providências cabíveis;
2) comunicar aos demais responsáveis as recomendações alvitradas
pela Equipe na conclusão do Relatório de Execução, para
conhecimento e providências cabíveis;
3) encaminhar cópia do expediente à Secretaria de Controle Interno
do Ministério de Minas e Energia, com o fim de serem analisadas
as medidas adotadas para as correções dos problemas detectados,
bem como os resultados obtidos com tais medidas, no próximo
Relatório de Auditoria sobre as contas da Empresa;
4) levar ao conhecimento do Ministro de Estado de Minas e Energia,
as conclusões constantes do Relatório de Auditoria, em especial,
no que diz respeito ao pleito da PETROBRÁS acerca do aforamento
direto das áreas de seu interesse, com resultante autorização
para instalações de terminais no exterior, buscando a melhor
alternativa para solucionar as falhas do processo produtivo;
5) juntar o presente processo às contas da PETROBRÁS, exercício de
1992, para exame em conjunto;
6) remeter cópia da presente Decisão ao Sindicato dos Trabalhadores
na Indústria de Destilação e Refinação de Petróleo de Cubatão,
Santos e São Sebastião - SINDPETRO;
7) cancelar a tarja de sigiloso que chancela os autos.
Indexação:
Auditoria Operacional; PETROBRÁS; Denúncia; Planejamento;
Arrendamento;