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FACULDADE DE PATO BRANCO
DIREITO TRIBUTÁRIO II – N3
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL,
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
PATO BRANCO-PR
NOVEMBRO/2014
ALISSON MARCOS
JHULIEN CARLA GOBI
DIREITO TRIBUTÁRIO II – N3
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL,
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
Trabalho Acadêmico referente à disciplina de
Direito Tributário II, do 10º período do curso de
Bacharelado em Direito da Faculdade de Pato
Branco – FADEP, sob orientação da Profª. Ma.
Morena Gabriela Constantinopolos Severo Batista
Pereira.
PATO BRANCO-PR
NOVEMBRO/2014
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE RIO DO SUL, ESTADO DE SANTA
CATARINA,
Distribuição por dependência aos Autos da Execução Fiscal nº [...]
RN LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº sob
o número 000.000.000-0, com sede na Rua Santo Antônio, nº 1.001, Bairro […], Taió, Santa
Catarina, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu
Procurador infra-assinado – com Escritório Profissional localizado na Rua [...], nº [...], Bairro
[…], [Cidade], [Estado], [CEP] –, com fulcro no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição
Federal, artigos 38 da Lei 6830/80 e 282 do Código de Processo Civil – CPC, propor AÇÃO
ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL, COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS
EFEITOS DA TUTELA contra o MUNICÍPIO DE RIO DO SUL, pessoa jurídica de
direito público, com sede na Rua […], n° […], Bairro […], Rio do Sul, Santa Catarina, [CEP],
fundando-se nas razões fáticas e jurídicas adiante suscitadas.
I – DISPOSIÇÃO FÁTICA
A Autora foi notificada em 01/03/2013 pelo Município de Rio do Sul,
acerca da obrigação de recolher o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN
relativo aos serviços de transporte escolar realizados entre Taió, Santa Catarina e Rio do Sul,
Santa Catarina, no período de 01/01/2008 a 31/12/2012.
Obstante, a autora permaneceu inerte, de forma que no caso em tela
não houve acionamento do Contencioso Administrativo. Em 10/08/2013, com base na
certidão de dívida ativa lavrada em 10/05/2013, o Réu ajuizou a Execução Fiscal, Autos n°
[...], contra a Autora.
Destaca-se que a sociedade empresária, ora autora, não foi citada até a
presente data e ficou sabendo da inscrição em dívida ativa quando teve indeferido o pedido de
certidão de regularidade fiscal que necessita para poder participar de licitação junto ao próprio
Município de Rio do Sul-SC.
Conquanto, diante deste arcabouço fático, dedica-se a Autora à
fundamentação jurídica do seu pleito.
I – PRELIMINARES DE MÉRITO
a) Inexistência da citação
A estabilização da relação processual só ocorre quando há a
triangulação jurídico-formal entre as partes e o Estado-juiz. Por este motivo, o art. 301, inc. I
do CPC (“compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar, inexistência ou nulidade da
citação”) é claro em sua dicção, vez que não se pode discutir o direito posto em litígio sem a
correta perfectibilização da relação jurídico-processual.
Decorrência da não conformação desta relação é expressa no art. 267,
inc. IV do CPC (“extingue-se o processo, sem resolução de mérito [...] quando se verificar a
ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo”), culminando na extinção processual que não logra alcançar sua planificação.
No caso em testilha, a Autora não foi citada acerca da Execução Fiscal
proposta pelo Réu, situação impeditiva não só da constituição da relação processual, como
também violadora dos princípios do Contraditório e da Ampla Defesa, isso porque a
inexistência da citação, nos termos do art. 263, in fine do CPC (“considera-se proposta a ação,
tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde
houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao Réu, os efeitos
mencionados no art. 219 depois que o Réu for devidamente citado”) impede a revelia.
Ista destacar que sequer houve tentativa de citação ou a publicação de
edital em que constasse a citação da Autora. Assim, não se efetivando a relação jurídico-
processual, impende a extinção do processo sem resolução de mérito nos termos do art. 267,
inc. IV do CPC.
b) Carência de ação
Embora a competência tributária expressa no art. 156, inc. III da
CRFB/88 (“compete aos Municípios instituir impostos sobre [...] serviços de qualquer
natureza, não compreendidos no artigo 155, II, definidos em lei complementar”) consinta aos
Municípios a instituição do ISSQN, a segunda parte do dispositivo contém clara limitação a
esta competência.
O art. 155, inc. II da CRFB/88 dispõe que “compete aos Estados e ao
Distrito Federal instituir impostos sobre […] operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”. Ou seja, os
Municípios não estão autorizados a instituir ISSQN sobre serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, eis que compete aos Estados.
Logo, tem-se a incompetência do Município de Rio do Sul, Santa
Catarina, para instituir e cobrar o ISSQN sobre os serviços de transporte prestados pela
Autora, entre o este e Taió, Santa Catarina, importando suscitar a disciplina do art. 301, inc. X
do CPC (“compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar [...] carência de ação”).
Carecendo a Ré de competência para instituir e cobrar ISSQN sobre a
operação supramencionada, a Execução Fiscal – que ora se busca anular – falta o requisito da
Legitimidade das partes e, por conseguinte “a carência de ação [...] implica a extinção do
feito sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do Código de Processo Civil”
(Recurso Especial n° 1222561/RS. 2ª Turma. Relator Ministro Mauro Campbell Marques.
Julgamento: 26/04/2011).
Dessarte, em observância ao comando exarado pelo art. 267, inc. VI
do CPC (“extingue-se o processo sem resolução de mérito [...] quando não concorrer
qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o
interesse processual”) a extinção do processo sem resolução de mérito é medida que se impõe.
II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
a) Cabimento da Ação Desconstitutiva – Anulatória
Tem-se no presente caso nítida situação de propositura de Ação
Anulatória de débito fiscal durante a tramitação do Processo Executivo Fiscal, situação
amparada por farta jurisprudência e fundada em concretos enunciados legais.
Suscitado fundamento legal da presente Ação, o art. 1º do Decreto nº
20.910/32 permite o manejo da presente Ação da forma como eleita, sob pena de violação ao
Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário, sedimentado no art. 5º, inciso XXXV, da
Constituição Federal – CF.
De outro modo, porém direcionando a mesma conclusão, ao exigir o
§1º do art. 16 da Lei nº 6.830/80 a prévia garantia do Juízo para o oferecimento dos Embargos,
tem-se na presente Ação mecanismo apto a garantir o acesso ao Poder Judiciário nos casos em
que ausentes bens ou direitos aptos a cumprir tal requisito. Nesta linha, é pacífico o Egrégio
Superior Tribunal de Justiça acerca da admissão de Ação Desconstitutiva (Anulatória) /
Declaratória durante o trâmite do Executivo Fiscal:
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO DECLARATÓRIA.
PROPOSITURA CONCOMITANTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no
sentido de que a existência de execução fiscal em curso não impede que o
devedor proponha ação declaratória, para ver declarada a inexistência da
obrigação. 2. Precedentes: REsp 1.153.895/RJ, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 22.3.2011, DJe 4.4.2011; AgRg no REsp
856.145/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado
em 7.12.2010, DJe 4.2.2011. Agravo regimental provido. (AgRg no Recurso
Especial n° 1244902/DF. 2ª Turma, por unanimidade. Relator Ministro
Humberto Martins. Data do Julgamento: 07/06/2011).
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AJUIZAMENTO DE AÇÃO
ANULATÓRIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ENQUANTO PENDENTE
EXECUÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE AINDA QUE CABÍVEL
EMBARGOS À EXECUÇÃO. RESTRIÇÃO AO DIREITO
CONSTITUCIONAL DE AÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (AgRg no Recurso Especial n° 930258/RJ. 1ª Turma, por unanimidade. Relator
Ministro Teori Albino Zavascki. Data do Julgamento: 04/08/2011).
Sublinha-se distinto raciocínio erigido a partir do enunciado inserto no
§1º do art. 585 do Código de Processo Civil – CPC, segundo o qual a propositura de qualquer
ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a
execução; logo, em notório método de interpretação lógica, tem-se a exata conclusão na
hipótese reversa, ou seja, o ajuizamento da ação executiva não impede que o devedor exerça o
direito constitucional de ação para obter a declaração de nulidade do título ou da inexistência
da obrigação:
Se é certo que a propositura de qualquer ação relativa ao débito constante
do título não inibe o direito do credor de promover-lhe a execução (CPC,
art. 585, § 1º), o inverso também é verdadeiro: o ajuizamento da ação
executiva não impede que o devedor exerça o direito constitucional de
ação para ver declarada a nulidade do título ou a inexistência da
obrigação, seja por meio de embargos (CPC, art. 736), seja por outra ação declaratória ou desconstitutiva. (Superior Tribunal de Justiça. Conflito de
Competência n° 89267/SP. 1ª Seção, por unanimidade. Relator Ministro
Teori Albino Zavascki. Data do Julgamento: 14/11/2007).
Conquanto, “o ajuizamento de execução fiscal não obsta a
propositura de ação declaratória ou desconstitutiva por parte do devedor, o qual pode
exercer seu direito constitucional de ação para que se declare a nulidade do título ou
inexistência da obrigação” (Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n° 1.153.895/RJ.
2ª Turma. Ministro Relator Castro Meira. Julgamento: 22/03/2011).
Eis que “inexiste óbice legal à propositura de Ação Anulatória com a
finalidade de questionar judicialmente a Dívida Ativa cobrada, enquanto pendente Execução
Fiscal” (Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n° 1316871/RS. 2ª Turma. Relator
Ministro Herman Benjamin. Julgamento: 06/09/2012).
b) Inconstitucionalidade da instituição do tributo pela Fazenda
Pública Municipal
É incontroversa a inconstitucionalidade da constituição do crédito
tributário que a Execução Fiscal de Autos n° […] visa cobrar da Autora. A competência
tributária instituída pela Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB/88,
conferindo aos Estados a tributação da prestação de serviços de transporte intermunicipal é
clara:
Art. 156, inc. III. Compete aos Municípios instituir impostos sobre [...]
serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 155, II,
definidos em lei complementar.
Art. 155, inc. II. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre […] operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior.
Seguindo este raciocínio, o que ocorre no caso em tela é nítida invasão
da competência estadual por parte do Município de Rio do Sul, Santa Catarina, ao instituir e
cobrar ISSQN sobre o transporte intermunicipal realizado pela Autora. “Excluídos os serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, de competência dos Estados,
os demais serviços podem ser alcançados pelo ISS, desde que estejam listados em lei
complementar e previstos na lei ordinária municipal” (Superior Tribunal de Justiça. Recurso
Especial n° 883.254/MG. 1ª Turma. Relator Ministro José Delgado. Julgado em 18/12/2007).
Colhe-se do Egrégio Superior Tribunal de Justiça entendimento
idêntico ao supradescrito:
“A prestação de serviço tributável pelo ISS é, pois, entre outras coisas, aquela em que o esforço do prestador realiza a prestação-fim, que está no
centro da relação contratual, e desde que não sirva apenas para dar
nascimento a uma relação jurídica diversa entre as partes, bem como não caracteriza prestação do serviço de transporte interestadual, intermunicipal
ou de comunicação, cuja tributação se dará pela via do ICMS” (Recurso
Especial n° 883.254/MG. 1ª Turma. Relator Ministro José Delgado.
Julgamento: 18/12/2007).
Isso significa que o tributo devido pela Autora é, em verdade, o
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, a ser
instituído e cobrado pelos Estados e pelo Distrito Federal, consoante a dicção do art. 155, inc.
II da CRFB/88. Logo, a cobrança de ISSQN pela Ré é inconstitucional.
Malgrado quaisquer dúvidas, do Superior Tribunal de Justiça, cita-se:
A incidência de ISSQN ou de ICMS adstringe-se às seguintes situações: (i)
as operações de circulação de mercadoria e as de prestação de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação são tributáveis
pelo ICMS; (ii) as operações de prestação de serviços compreendidos na
lista anexa à Lei Complementar 116/03 são tributáveis pelo ISSQN; e (iii) as
operações "mistas" (que envolvem fornecimento de mercadorias e prestação
de serviços), são tributáveis pelo ISSQN sempre que o serviço agregado estiver compreendido na lista de que trata a LC 116/03, ou são tributáveis
pelo ICMS quando o serviço agregado não estiver previsto na citada lista.
(Precedente do ST.: Recurso Especial n° 881.035/RS. 1ª Turma. Relator
Ministro Teori Albino Zavascki. Julgamento: 26/03/2008).
Destarte pela inconstitucionalidade da cobrança do ISSQN pela Ré, na
hipótese autorizadora do art. 151, inc. V do Código Tributário Nacional – CTN (“suspendem
a exigibilidade do crédito tributário [...] a concessão de medida liminar ou de tutela
antecipada, em outras espécies de ação judicial”), impende a extinção do crédito tributário da
Execução Fiscal, Autos n° […] e, a anulação da inscrição em dívida ativa, enquanto medidas
da mais lídima justiça.
c) Antecipação dos efeitos da tutela
Condição imposta à liminar satisfativa, a verossimilhança exige prova
suficiente do direito invocado por quem o evoca, tal é o conteúdo do art. 273, inciso I do CPC
(o juíz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e […] haja fundado dano de difícil ou incerta reparação). Tratando da possibilidade
de antecipação dos efeitos da tutela em sede de Ação Desconstitutiva (Anulatória) de Débito
Fiscal, têm-se:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO
FISCAL PROPOSTA DURANTE A TRAMITAÇÃO DE EXECUÇÃO
FISCAL. POSSIBILIDADE. CONEXÃO. SUSPENSÃO DE ATOS
EXECUTIVOS MEDIANTE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
POSSIBILIDADE. (Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n°
2005/0097398-6 RS. 1ª Turma. Relator Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI. Julgamento: 03/05/2007)
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL
PROPOSTA DURANTE A TRAMITAÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL.
SUSPENSÃO DE ATOS EXECUTIVOS MEDIANTE ANTECIPAÇÃO DE
TUTELA. HIPÓTESE DE SUSPENSÃO E NÃO DE EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. […] 2. É possível a suspensão dos atos executivos,
no processo de execução fiscal, em virtude da antecipação dos efeitos da
tutela jurisdicional pleiteada em ação anulatória de débito fiscal proposta durante a tramitação da execução (REsp. n. 758.655/RS, Primeira Turma,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 28.5.2007). 3. Hodiernamente, esse
entendimento deve ser adaptado à regra insculpida no art. 739-A, do CPC
(incluído pela Lei nº 11.382, de2006), que exige para a suspensão da
execução fiscal, além do juízo de verossimilhança e do perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, a garantia da execução por penhora,
depósito ou caução suficientes. 4. Quando a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário ocorre após o ajuizamento da execução fiscal, é incabível
a extinção da execução por inexigibilidade do título executivo enquanto perdurar a prefalada suspensão da exigibilidade. Nesse sentido: AgRg no
REsp701.729/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de
19.3.2009;AgRg no REsp 1.057.717/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJede 6.10.2008.5. Recurso especial não provido. (Superior
Tribunal de Justiça. Recurso Especial n° 2009/0194808-7 SP. 2ª Turma.
Relator Ministro Mauro Campbell Marques. Julgamento: 12/04/2012)
Nesse sentido, a verossimilhança é corroborada pelos arts. 156, inc. III
(“compete aos Municípios instituir impostos sobre [...] serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no artigo 155, II, definidos em lei complementar”) e 155, inc. II, ambos da
CRFB/88 (“compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre […]
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior”).
Tais dispositivos delineadores da competência tributária, mostram-se
suficientes ao fim de propiciar o reconhecimento do direito arguido pela Autora, diante da
incompetência do Município de Rio do Sul, Santa Catarina, para instituir e cobrar ISSQN
sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal (no caso da Autora).
Ademais, a antecipação dos efeitos da tutela faz-se mister em razão de
demonstração inequívoca de perigo de dano irreparável, uma vez que a autora ficará
impedida de participar de licitação enquanto pendente a Execução Fiscal, Autos n° […], a
qual se busca anulação na presente Demanda, situação que afetará o desenvolvimento de suas
atividades empresariais, eis que as desenvolve a partir de contratos licitatórios.
Por derradeiro, com fulcro nestes fatos a Autora logra preencher os
requisitos do art. 273, inc. I do CPC, fazendo jus à obtenção de liminar suspendendo a
exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inc. V do Código Tributário
Nacional – CTN (“suspendem a exigibilidade do crédito tributário [...] a concessão de
medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial”), para que ao
fim o mesmo seja extinto na hipótese autorizadora do art. 156, inc. X do CTN (“extinguem o
crédito tributário [...] a decisão judicial passada em julgado”).
III – PEDIDO
Diante todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A concessão liminar de medida cautelar para que seja declarada
a nulidade do crédito tributário;
b) A citação do Réu no endereço supradeclinado e termos do art.
222 do CPC, para que respondam à presente ação, sob pena de revelia;
c) O acolhimento da preliminar de:
c.1) Inexistência de citação, consoante o art. 301, inc. I, CPC, com a
consequente extinção do Processo sem resolução de mérito pautada no art. 267, inc. IV,
também do CPC; ou
c.2) Carência de ação, conforme o art. 301, inc. X, extinguindo o
Processo sem resolução de mérito nos termos do art. 267, inc. VI, ambos do CPC; caso assim
não entenda;
d) A total procedência da presente ação, confirmando a medida
liminar requerida; e
e) A condenação do Réu ao pagamento das custas e despesas
processuais, incluindo os honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do art. 39,
parágrafo único da Lei 6.830/1980.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.
Dá se à causa o valor de R$[...].
Termos em que Requer deferimento.
[Cidade], [Estado], em […] de […] de 2014.
[Advogado(a)]
OAB/[...] n° [...]