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Um blog que trata de informações sobre a legislação tributária e demais assuntos jurídicos relevantes. Tributas Brasil quinta-feira, 24 de março de 2011 CIDE-Royalties/Remessas - Base de cálculo reajustada - "Gross-up" O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) analisou recentemente as regras para determinação da base de cálculo da CIDE-Royalties/Remessas, instituída pela Lei nº 10.168/2000, na ocasião em que o contribuinte (fonte pagadora sediada no Brasil) assume contratualmente o ônus econômico no Imposto sobre a Renda (fonte) incidente sobre a operação de remessa de valores ao exterior, devendo, portanto, reajustar o valor da remessa nos termos do art. 725, do RIR (Decreto nº 3.000/1999): “Art. 725. Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, será considerada líquida, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto, ressalvadas as hipóteses a que se referem os arts. 677 e 703, parágrafo único”. A Receita Federal do Brasil – RFB, desde a instituição da CIDE- Royalties/Remessas, exige que a alíquota de 10% seja aplicada sobre o montante nominal remetido ao destinatário no exterior. A título de exemplo, veja a manifestação dada na Solução de consulta nº 44/2006: “ASSUNTO: Outros Tributos ou Contribuições EMENTA: CIDE. REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. A contribuição incide sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações contraídas. Quando a empresa brasileira assume o ônus do imposto de renda incidente na operação, está fazendo um pagamento adicional ao seu fornecedor do exterior. Nesse caso, o valor que servirá de base de cálculo da CIDE deve ser reajustado”. Dessa forma, a fonte pagadora no Brasil, sempre que assumir o ônus do tributo, está obrigada a recolher a CIDE sobre o valor devido, acrescido do valor do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF (15% – alíquota efetiva de 17,64%), nos termo do art. 725 do RIR, acima transcrito. O resultado dessa análise, para comemoração dos contribuintes, definiu que a base de cálculo da CIDE- Royalties/Remessas é somente o valor efetivamente devido pela fonte pagadora, não obstante os reajustes da base de cálculo do IRRF nas hipóteses em que ônus do tributo é Rodrigo Marinho São Paulo, SP, Brazil Potiguar, advogado, professor, mestre e doutorando em Direito Tributário pela PUC/SP Visualizar meu perfil completo O autor As alterações do IOF: detalhes importantes Nos últimos dias tivemos algumas alterações importantes na incidência do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF, especialmente, na modal... CIDE-Royalties/Remessas - Base de cálculo reajustada - "Gross-up" O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) analisou recentemente as regras para determinação da base de cálculo da CIDE-Royalties... Súmula vinculante: ICMS não incide sobre venda de "salvados" Numa grande vitória para as seguradoras de veículos, o Supremo Tribunal Federal (STF) editou ontem uma súmula vinculante dizendo que não i... Postagens populares Tributos Receita Federal Impostos STF STJ Paraná-Online A Receita Federal informou hoje que também encontrou várias operações de planejamento tributário abusivo feitas pelas empresas para reduzir a base de cálculo para pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o ... Artigos relacionados » Midia News O Supremo Tribunal Federal (STF) pode definir, ainda nesta quarta-feira (3/8), qual o prazo para que os contribuintes possam pedir de volta tributos pagos a Receita vê planejamento tributário abusivo de empresas Prazo para pedir restituição pode ser menor Últimas Notícias Artigo: "O seguro de garantia estendida e a indevida exigência do ICMS" Artigo: "A responsabilidade tributária prevista no art. 133 do CTN" “Tutelas de urgência, compensação tributária e direitos fundamentais do cidadão-contribuinte: análise dos §§2º e 5º do art. 7º da Lei Nº. 12.016/2009” Livro: A nova lei do MS e seus reflexos para o direito tributário (co-autor) Compartilhar Denunciar abuso Próximo blog» Criar um blog Login Página 1 de 7 Tributas Brasil: CIDE-Royalties/Remessas - Base de cálculo reajustada - "Gross-up" 04/08/2011 http://tributasbrasil.blogspot.com/2011/03/cide-royaltiesremessas-base-de-calculo.html

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Tributas Brasil

quinta-feira, 24 de março de 2011

CIDE-Royalties/Remessas - Base de cálculo reajustada - "Gross-up"

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) analisou recentemente as regras para determinação da base de cálculo da CIDE-Royalties/Remessas, instituída pela Lei nº 10.168/2000, na ocasião em que

o contribuinte (fonte pagadora sediada no Brasil) assume contratualmente o ônus econômico no Imposto sobre a Renda (fonte) incidente sobre a operação de remessa de valores ao exterior, devendo, portanto, reajustar o valor da remessa nos termos do art. 725, do RIR (Decreto nº 3.000/1999):

“Art. 725. Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, será considerada líquida, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto, ressalvadas as hipóteses a que se referem os arts. 677 e 703, parágrafo único”.

A Receita Federal do Brasil – RFB, desde a instituição da CIDE-Royalties/Remessas, exige que a alíquota de 10% seja aplicada sobre o montante nominal remetido ao destinatário no exterior. A título de exemplo, veja a manifestação dada na Solução de consulta nº 44/2006:

“ASSUNTO: Outros Tributos ou Contribuições EMENTA: CIDE. REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. A contribuição incide sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações contraídas. Quando a empresa brasileira assume o ônus do imposto de renda incidente na operação, está fazendo um pagamento adicional ao seu fornecedor do exterior. Nesse caso, o valor que servirá de base de cálculo da CIDE deve ser reajustado”.

Dessa forma, a fonte pagadora no Brasil, sempre que assumir o ônus do tributo, está obrigada a recolher a CIDE sobre o valor devido, acrescido do valor do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF (15% – alíquota efetiva de 17,64%), nos termo do art. 725 do RIR, acima transcrito. O resultado dessa análise, para comemoração dos contribuintes, definiu que a base de cálculo da CIDE-Royalties/Remessas é somente o valor efetivamente devido pela fonte pagadora, não obstante os reajustes da base de cálculo do IRRF nas hipóteses em que ônus do tributo é

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Postado por Rodrigo Marinho às 15:55

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assumido pelo agente pagador no Brasil, quando se deve fazer o cálculo chamado de “gross up”. Veja ementa da decisão:

“CIDE SOBRE ROYALTIES - BASE DE CÁLCULO - INCLUSÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - ILEGALIDADE. Não incide a CIDE sobre o valor reajustado do pagamento feito pelo contribuinte ao exterior, por meio da utilização da regra de reajustamento prevista no art. 725 do RIR/99, mas somente sobre o valor dos pagamentos feitos ao exterior, nos termos do art. 2º, § 3°, da Lei n° 10,168/00, com a redação da Lei nº 10.332/2001. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de oficio e por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado”. (CARF 3a. Seção / 1a. Turma da 2a. Câmara. ACÓRDÃO 3201-00.415 em 18/03/2010. Publicado no DOU em: 31.01.2011)

Em termos práticos, essa decisão significa uma redução no valor da CIDE-Royalties/Remessas. Via de regra, essa redução chega a 17,64% em relação ao valor que a RFB exige se pague. Esse precedente pode ser usado pelos contribuintes para requerer a devolução dos valores pagos indevidamente no passado, respeitando o prazo prescricional de cinco anos.

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