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¦&twmm ¦ ^^*l!5tt_______J ¦ T •f DESPERTADOR ,;«^i = i. i-D tond leões publica-se ái Quartas-feiras e Sabbados na lypograpbia de J. J. Lopes, onde sa recebem assignaturas por 1 anno, e 6 mezes, pagas adiantado. O»annuneios propriamente dos Srs. assignantes pa- io iO reis por linba, quaesquer ou- Vas publicações .eráõ feitas por ajuste. (Ditectot— %osi %. _£opeA Jttmoi,. REDACTORES-U\m\$>QS. Preços dn nsslff tintura Por anno lO.ftOOO » semestre . ... . . 6.J5000 COM PORTE PCLO CORREIO. Por anno11&000 » semestre6555500 FOLHA AVULSA iüO HEIS. Anuo X.I-II Desterro- Sablindo 90 ile Oea-Ciuforo de 1§S4. \. »99&9. PEDIDO Aos benovolos assignan- »es desta folha, quo ainda n&o pagaram a iiinportan- ciadas suas assignaturas do corrente anno, pedi- mos, por favor, se dignem mandar satlsfazel-a. 0 DESPERTADOR DESTURRO, 20 DR DKZKMIMO. DIVERSIS OCCUnUEACLiS í l . ¦ Sutis Altezns laii|ierlnes.— Na quarta feir», no romper do dia, toda a cidade se achava em movimento, e grando quantidade de povo se aglomerava no tra- piche e suas proximidades; a causa de todo este reboliço era a noticia de que a Séréni," sima Priuceza Imperial e sua augusta farhi- lia desembarcariam as 5 horas da manha. A's8 horas, porém, é que os paquetes que conduziam os príncipes fundeavam uo porto. S. Ex. o Sr. Presidente da pr« vincia, acompanhado pelos Srs. secretario, Dr. chefe de policia, chefes e empregados d;is reparti- cões geraes e provinciaes militares, capitflo do porto e seu ajudante, vice-consules a outras pessoas, dirigiram-se para bordo a comprimentarem Suas Altezas. indo tam- bem o Sr. coronel Virgílio Josó Vilella o sna Exma. esposa. A's 9 horas, mais on menos, vieram Suas Altezas para terra, na lancha a vapor da capitania do porto, acompanhada pelas lan- chas também a vapor Micola, de propriedade do Sr. Vilella, outra do serviço da estrada de ferro D. Pedro I, escaleres, muitos botes e outras embarcações. No molhe foram Suas Altezas recebidas pela câmara municipal encorporada, e por uma multidão compacta de povo, qne sau- dou os augustos viajantes com tres enthu- siasticos vivas. Seguiram Suas Altezas Imperiaes em di- reitura á igreja matriz, passando por entre alas do povo quo respeitosamente se desço- bria. O Sr. conego El<>y, com outros sacerdo- tes, recebeu Suas Altezas á porta do tem- pio, seguindo-se pouco depois o Te Denm, findo o qual deu a guarda que se achava no adro as tres descargas do estylo. A igreja estava litteralmente cheia de povo e achava-se bem ornada. Suas Altezas, logo que terminou a cere- monia religiosa, sahirom do templo, quasi comprimidas pela grande quantidade de povo, e, entrando no carro que lhes estava destinado, seguiram para o palacete-chalet do Sr. Virgílio Vilella, acompanhados por 9 outros carros conduzindo a comitiva e S. Ex. o Sr. presidente da provincia. Ao almoço, que foi servido em uma mesa de 50 talheres, Sua Alteza Imperial fez sen- tar a seu lado esquerdo o Sr. coronel Virgi- lio José Vilella, e do outro lado da mesa Sua Alteza o Sr. conde d'Eu tomou lugar à esquerda du esposado mesmo Sr. Vilella. Das 7-as 8 horas da noite Suas Altezas Imperiaes receberam as commis.sOes e pes- soas que as firam cumprimentar. Pouco depois vieram em carro até ao canto da praça Burilo da Laguna, e apean- do-se, percorreram a a referida praça e parte da cidade que se achava illuminada, sempre pelo meio de grande quantidade de povo, que nao cansava de contemplar com prazer os augustos hospedes. Perto das 10 horas, regressaram Suas Altezas para o palacete. A praça fiarão da Laguna apresentava um bonito aspecto. A parte comprehendida eutre o cáes e o palácio tinha uma grande 31 FOLHETIM UO DESIWMIOR OfflA PAIXiO POR X1VIER DE MONTEPIN quantidade de arcadas, ligadas entre si por grossos festões de folhas naturaes, de onde, à noite, pendiam em profusão lanternas venezianas, o qne produzia um magnífico effeito. Urna banda de musica tocava em um co- reto, quasi em frente do palácio da presi- dencia. Grande concurso de povo, até quasi & meia noite, percorreu a praça barão da La- guna e estacionou em frente ao gradea- mento dos jardins do chalèt oude se hospe- daram Suas Altezas, para gozar da bonita vista que apresentavam os mesmos jardins todos illurninados. O tempo conservou-se calmo e sereno, como que convidando o povo a gozar das festas. Terminou o dia 17 sem uma oceorren- cia desagradável, que viesse por ura mo- mento annuviar o regosijo publico. Vlsltns.—Hontem Sua Alteza Impe- rial e seu esposo o Sr. conde d'Eu foram ouvir missa na capella do Menino Deus e visitaram depois o Imperial Hospital de Caridade, sendo recebido* pela mesa admi- nistrativn. O hospital, como sempre, achava-se no m.oior estado dejasseio. Suas Altezas retiraram-se satisfeitas pelo estado em qne acharam o estabelecimento. Consta-nos que hoje ás 3 horas Suas Al- tezas vao visitar o Lycen de Artes e Offi- cios. KstrAiln de ferro D. Pedro I. Consta-nos que todas as plantas e mais documentos concernentes aos estudos do traçado da estrada de ferro D. Pedro I, fo- ram entregues á commissão fiscal, da qual é chefe o Sr. Dr. Firmo de Mello, pelo Sr. commendador Hugo Wilson, empresário da construcção da referida estrada. XVI DURANTE O BAILE Marcai nfto poude deixar de sorrir. E' que conhecia * tal viuoiuha ainda moça, bonita e muilo bem conservada. ²Sr»», bitroiieza, respondeu elle, desem- penharei de muito bom grado a lismigeira coinuiU-fto de que m digna encarregar-me... mas uSo lhe devo occultar que as pr.jbubili- dades de ser bem suecedido parecem-me quasi inilUs.. ²EutreiHtito, nina mulher bonita e Com Ciuçoèiita mil libras de remia... ²Confesso que é de tentar, mas Jorge nfto é fácil de seduzir. Na» sei se o seu cora- çfto estará livre, e tenho toda a certeza que a fortuna nfto exercerá sobro elle n menor influencia. ,-, Diutar. dize n qne o Sr. de Bmcteux é milliunario. E dizem-o com razfto. \Jhs como pôde st isso, se em 18*29 es- lava o Sr. ile Cõíhuíarín arruinado 1 prtr» respoiider-lh«\ Sra. baroneza, te- uho de entrar em certas pHrlicularidadeH, que receio lhe pareçam inteiramente d»"» ti- tuidas d'iutereS-H. ²Qu" idéa faz o senlior de mim !... Fal- le, d iolor,_t-lle... Tudo o que diz respniio h Jrrgt* de Couiraar.ih interessa ma muito mais do que pôde imogiuar... ²Creio que nfto preciso pedir-lhe uma discrição inviolável !... ²Serei muda como o túmulo 1 ²B-m, mínha senhora; eis o que houve': Depois da terrível sentença que u ferira, foi Jorge transportado para as galés de Brest. ²Ai I Basta «sta idéa para me fazer sangrar o coração 1 interrompeu Sylvanira. E accresceiitou em aparte: ²Ah ! senhor meu sobrinho, pôde dizer adeus á miuha herança, póJe-lhe dizer adeus! ²Quasi pelo mesmo tempo parti de Dijon para uuuc» mais voltar., tornou o me- dico. ²E para oude ia, doutor*? ²Para Bresl. Na, me quiz separar do Jorge. ²Oh I Que dtidicaçflo inaudita I Que ras- go de amizade admirável I Daraon e Py- thias !... Castor e Pollux !... prestes e Pylo- des!... murmurou» velha fidalga enterne- cida, tomando as mitos de Marcai e apertan- do-ns energicamente. Continue, doutor, e nfto se admire se me vir debulhar-me em la- grima.»... Sou de uma sensibilidade extraor- dintria... A minha alma se le Couipa- rar às f dliiuhas da sensitiva. O doutor prosegniu. ²Graças ás cartas de recMnmendaçftj que me tinha dado o procurador régio de Di- j.n, fui nomeado sem dificuldade primeiro medico da prisão, u qtiü me permiltia vêr to- d.itVp? dias h Jogr-e ailiiCnr, por lodosos e-~9*?_«™-"— meios ao meu aícance os horrores da sua po- siçfto. Sylvanira dava uns gemidos de cortar o coraçfto, mas nflo chorava; nada, que sabia por experiência que as lagrimas, diluindo o carmira e o alvaiade que trazia no rosto pro- duziam o mais deplorável effeito. ²F*z logo graude rumor e:n toda a cida- de a chagada de um forçado geutil-homem, continuo» Marcai, e ifahi a algum tempo ninguém mais duvidava da sua iunocencia, quer entre hs sumidades aristocráticas, quer eutre us próprios galé-. Um immenso inte- resse cercava a victima voluntária de um sa- crificio admirável, e este interesse procura- va manifestar-se por todas as fôrmas... Nao tardou muito qne se soubes.e que eu linha deixado a minha clinica em outra cidade para acompanhar o meu amigo. O mereci- mento de uma acçflo t&u simples foi em ex- tremo exagerado, de modo que vim n ser o medico mais procurado da cidade. Nflo lia- via ninguém que ufto quizesse ser curado ou morto pela minha mao. ²Muilo bi-m ! murmurou a Sra. de Ia Maigelle. Que excellente cidade! vejo que o povo de Brest é gente de espirito e de coraçíto !... Era CapaZ de abraçar n todos os seus habitantes e com graude prazer... ²Entre os meus clientes, toruou Marcai, havia um inglez solteiro e millionario, *eru familia na terra natal e sem amizades em França. Uma moléstia de cousumpçfio opera- va no* seu organismo assustadores progres- aos, tornando possível determinar com uma precisão mathematica o numero dos dias que ainda tinha de vida. Esse iuglez interroga- vu-me incessantemente a respeito de Joige, e eu entendi que uao lhe devia occultar cuu- Este cavalheiro retirou-se para a corte ante-hontem. O Sr. Dr. Firmo de Mello nao necessitava da entroga de taes trabalhos para se decidir ou pronunciar; S. S. tem juizo feito com referencia á malfadada estrada, e os estudo^ e documentos naturalmente lhe darão oceasião para desfechar o golpe fatal sobro a infeliz estrada Hsobre o thesonro pu- blico que terá de pagar á companhia uma indemnisaçao igual ao custo da estrada, ficando o paiz sem ella I.... Cousas da nossa terra I VliCClillt. O doutor José Francisco Frougeth, director do Instituto vacciuico da corte, e de visita nesta capital, presta- se a vaccinar todos os dias, das 10 às 12 horas da manha, ás pessoas que o procura- rem, no palácio da presidência. Hospedes* —¦ Acham-se entre ho*'.; tendo vindo na comitiva de Suas Altezas, os seguintes cavalheiros, nossos collegas da imprensa: Srs. J. Tinoco, correspondente do Jornal do Commercio da corte, Maxi- mino Serzedello, por parte da Gazeta de No- ticias, e José Augusto Vinhaes, correspon- dente do Paiz. Comprimentamos a todos e agradecemos ao primeiro a visita com que nos honrou. OfTertA vnllo*A. O Sr. director do Lyceu de Artes e Officios acaba de rece- ber da corte um caixão com 40 volumes de obras importantes, offerecidos à nascente bibliotheca desse útil estabelecimento, pelo» nossos conterrâneos os Srs. José A. Boiteux e Henrique Boiteux. Estes dous jovens e estudiosos cathari- nenses sao dignos dos maiores louvores pelo acto que acabam de praticar, provando com elle, que embora longe do torrão natal, nao se olvidam da terra onde nasceram, e querem concorrer com seu contingente para a instrucçâo popular, auxiliando a nascente sa alguma relativamente às circnmstnncia, que a senhora nfto ignora... Na épocha pre- vista por mim, o meu doente extinguiu-se de um modo suave e quasi sem soffrer. O sen testamento, depositado uo Cartório de um dos tabclliftes da cidade, foi aberto pelo presidente do tribunal e viu-se que u'es- h«í> neto perfeitamente em regra, instituiu o te.taior a Jorge herdeiro universal da sua fortuna, que andava por dous milhões e meio. ²Ah I Que digno homem 1... exclamou Sylvanira. Deus da minha alma ! Que acçfto tflo meritoria ! Eu sempre disse que esses in- glezes tinham o sen lado bom ! Logo que acabou do cumprir sentença foi Jorge empossado da herança. Quiz repartir commigo a sua fortuna e eu nfto duvidei aceitar o oferecimento, pois entendo que uma amizade como a nossa permitte aceitar' mos tudo um do nutro sem qu» nos resulta d'ahi vergonha ou avilmenio. Jorge trocou como lhe disse o nome de que usava pelo de sua müi, e ha dous annos que vivemos em paiz estrangeiro, por que a residência era França toruou-se-lhe. hoje odiosa. —¦ Ai ! meus Deos I E' fácil comprehen- del-o I exclamou SylvanirB em tom couven- cido. Nao pôde ser por menos !... Depois acerescenton: ²E » redita que elle continue a pensar em Maria?... ²Nfto o tenho ouvido pronunciar unnca o nome da Sm. de Talmay e evito qualquer hIIusRo ao passado; mas receio muito que o seu amor em logar de extinguir-se, tenha pelo contrario angmentado com o sofTri- UKOtO. ²Ah! doutor, é um seulhiieuto diguo ».

¦&twmm DESPERTADORmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02259.pdf · ¦&twmm ¦ ^^*l!5tt_____J T •f DESPERTADOR,;«^i = i. i-D tond leões publica-se ái Quartas-feiras e Sabbados

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na lypograpbia de J. J. Lopes, onde sarecebem assignaturas por 1 anno, e 6mezes, pagas adiantado. O»annuneios

propriamente dos Srs. assignantes pa-io iO reis por linba, quaesquer ou-

Vas publicações .eráõ feitas por ajuste.

(Ditectot— %osi %. _£opeA Jttmoi,.

REDACTORES-U\m\$>QS.

Preços dn nsslff tinturaPor anno lO.ftOOO

» semestre . ... . . 6.J5000COM PORTE PCLO CORREIO.

Por anno 11&000» semestre 6555500

FOLHA AVULSA iüO HEIS.

Anuo X.I-II Desterro- Sablindo 90 ile Oea-Ciuforo de 1§S4. \. »99&9.

PEDIDOAos benovolos assignan-

»es desta folha, quo aindan&o pagaram a iiinportan-ciadas suas assignaturasdo corrente anno, pedi-mos, por favor, se dignemmandar satlsfazel-a.

0 DESPERTADORDESTURRO, 20 DR DKZKMIMO.

DIVERSIS OCCUnUEACLiSí l . ¦

Sutis Altezns laii|ierlnes.— Naquarta feir», no romper do dia, jà toda a

cidade se achava em movimento, e grandoquantidade de povo se aglomerava no tra-

piche e suas proximidades; a causa de todoeste reboliço era a noticia de que a Séréni,"sima Priuceza Imperial e sua augusta farhi-lia desembarcariam as 5 horas da manha.

A's8 horas, porém, é que os paquetesque conduziam os príncipes fundeavam uo

porto.S. Ex. o Sr. Presidente da pr« vincia,

acompanhado pelos Srs. secretario, Dr. chefede policia, chefes e empregados d;is reparti-cões geraes e provinciaes militares, capitflodo porto e seu ajudante, vice-consules a

outras pessoas, dirigiram-se para bordo a

comprimentarem Suas Altezas. indo tam-

bem o Sr. coronel Virgílio Josó Vilella o

sna Exma. esposa.A's 9 horas, mais on menos, vieram Suas

Altezas para terra, na lancha a vapor da

capitania do porto, acompanhada pelas lan-

chas também a vapor Micola, de propriedadedo Sr. Vilella, outra do serviço da estrada

de ferro D. Pedro I, escaleres, muitos botes

e outras embarcações.

No molhe foram Suas Altezas recebidas

pela câmara municipal encorporada, e poruma multidão compacta de povo, qne sau-dou os augustos viajantes com tres enthu-siasticos vivas.

Seguiram Suas Altezas Imperiaes em di-reitura á igreja matriz, passando por entrealas do povo quo respeitosamente se desço-bria.

O Sr. conego El<>y, com outros sacerdo-tes, recebeu Suas Altezas á porta do tem-

pio, seguindo-se pouco depois o Te Denm,findo o qual deu a guarda que se achava noadro as tres descargas do estylo.

A igreja estava litteralmente cheia de

povo e achava-se bem ornada.Suas Altezas, logo que terminou a cere-

monia religiosa, sahirom do templo, quasicomprimidas pela grande quantidade de

povo, e, entrando no carro que lhes estavadestinado, seguiram para o palacete-chaletdo Sr. Virgílio Vilella, acompanhados por9 outros carros conduzindo a comitiva eS. Ex. o Sr. presidente da provincia.

Ao almoço, que foi servido em uma mesade 50 talheres, Sua Alteza Imperial fez sen-tar a seu lado esquerdo o Sr. coronel Virgi-lio José Vilella, e do outro lado da mesaSua Alteza o Sr. conde d'Eu tomou lugar àesquerda du esposado mesmo Sr. Vilella.

Das 7-as 8 horas da noite Suas AltezasImperiaes receberam as commis.sOes e pes-soas que as firam cumprimentar.

Pouco depois vieram em carro até aocanto da praça Burilo da Laguna, e apean-do-se, percorreram a pé a referida praça e

parte da cidade que se achava illuminada,sempre pelo meio de grande quantidade de

povo, que nao cansava de contemplar com

prazer os augustos hospedes.Perto das 10 horas, regressaram Suas

Altezas para o palacete.A praça fiarão da Laguna apresentava

um bonito aspecto. A parte comprehendidaeutre o cáes e o palácio tinha uma grande

31 FOLHETIM UO DESIWMIOR

OfflA PAIXiOPOR

X1VIER DE MONTEPIN

quantidade de arcadas, ligadas entre si porgrossos festões de folhas naturaes, de onde,à noite, pendiam em profusão lanternasvenezianas, o qne produzia um magníficoeffeito.

Urna banda de musica tocava em um co-reto, quasi em frente do palácio da presi-dencia.

Grande concurso de povo, até quasi &meia noite, percorreu a praça barão da La-

guna e estacionou em frente ao gradea-mento dos jardins do chalèt oude se hospe-daram Suas Altezas, para gozar da bonitavista que apresentavam os mesmos jardinstodos illurninados.

O tempo conservou-se calmo e sereno,como que convidando o povo a gozar dasfestas.

Terminou o dia 17 sem uma só oceorren-cia desagradável, que viesse por ura mo-mento annuviar o regosijo publico.

Vlsltns.—Hontem Sua Alteza Impe-rial e seu esposo o Sr. conde d'Eu foramouvir missa na capella do Menino Deus evisitaram depois o Imperial Hospital deCaridade, sendo recebido* pela mesa admi-nistrativn.

O hospital, como sempre, achava-se nom.oior estado dejasseio.

Suas Altezas retiraram-se satisfeitas peloestado em qne acharam o estabelecimento.

Consta-nos que hoje ás 3 horas Suas Al-tezas vao visitar o Lycen de Artes e Offi-cios.

KstrAiln de ferro D. Pedro I.— Consta-nos que todas as plantas e maisdocumentos concernentes aos estudos dotraçado da estrada de ferro D. Pedro I, fo-ram entregues á commissão fiscal, da qualé chefe o Sr. Dr. Firmo de Mello, pelo Sr.commendador Hugo Wilson, empresário daconstrucção da referida estrada.

XVI

DURANTE O BAILE

Marcai nfto poude deixar de sorrir. E' queconhecia * tal viuoiuha ainda moça, bonitae muilo bem conservada.

Sr»», bitroiieza, respondeu elle, desem-

penharei de muito bom grado a lismigeiracoinuiU-fto de que m digna encarregar-me...mas uSo lhe devo occultar que as pr.jbubili-dades de ser bem suecedido parecem-mequasi inilUs..

EutreiHtito, nina mulher bonita e ComCiuçoèiita mil libras de remia...

Confesso que é de tentar, mas Jorgenfto é fácil de seduzir. Na» sei se o seu cora-çfto estará livre, e tenho toda a certeza quea fortuna nfto exercerá sobro elle n menorinfluencia.

,-, Diutar. dize n qne o Sr. de Bmcteux émilliunario.

E dizem-o com razfto. \Jhs como pôde st isso, se em 18*29 es-

lava o Sr. ile Cõíhuíarín arruinado 1 prtr» respoiider-lh«\ Sra. baroneza, te-

uho de entrar em certas pHrlicularidadeH,que receio lhe pareçam inteiramente d»"» ti-tuidas d'iutereS-H.

Qu" idéa faz o senlior de mim !... Fal-le, d iolor,_t-lle... Tudo o que diz respniioh Jrrgt* de Couiraar.ih interessa ma muitomais do que pôde imogiuar...

Creio que nfto preciso pedir-lhe umadiscrição inviolável !...

Serei muda como o túmulo 1B-m, mínha senhora; eis o que houve':

Depois da terrível sentença que u ferira, foiJorge transportado para as galés de Brest.

Ai I Basta só «sta idéa para me fazersangrar o coração 1 interrompeu Sylvanira.

E accresceiitou em aparte:Ah ! senhor meu sobrinho, pôde dizer

adeus á miuha herança, póJe-lhe dizeradeus!

Quasi pelo mesmo tempo parti de Dijonpara uuuc» mais lá voltar., tornou o me-dico.

E para oude ia, doutor*?Para Bresl. Na, me quiz separar do

Jorge.Oh I Que dtidicaçflo inaudita I Que ras-

go de amizade admirável I Daraon e Py-thias !... Castor e Pollux !... prestes e Pylo-des!... murmurou» velha fidalga enterne-cida, tomando as mitos de Marcai e apertan-do-ns energicamente. Continue, doutor, enfto se admire se me vir debulhar-me em la-grima.»... Sou de uma sensibilidade extraor-dintria... A minha alma só se pó le Couipa-rar às f dliiuhas da sensitiva.

O doutor prosegniu.Graças ás cartas de recMnmendaçftj

que me tinha dado o procurador régio de Di-j.n, fui nomeado sem dificuldade primeiromedico da prisão, u qtiü me permiltia vêr to-d.itVp? dias h Jogr-e ailiiCnr, por lodosos

e-~9*?_«™-"—

meios ao meu aícance os horrores da sua po-siçfto.

Sylvanira dava uns gemidos de cortar ocoraçfto, mas nflo chorava; nada, que sabiapor experiência que as lagrimas, diluindo ocarmira e o alvaiade que trazia no rosto pro-duziam o mais deplorável effeito.

F*z logo graude rumor e:n toda a cida-de a chagada de um forçado geutil-homem,continuo» Marcai, e ifahi a algum temponinguém mais duvidava da sua iunocencia,quer entre hs sumidades aristocráticas, quereutre us próprios galé-. Um immenso inte-resse cercava a victima voluntária de um sa-crificio admirável, e este interesse procura-va manifestar-se por todas as fôrmas... Naotardou muito qne se soubes.e que eu linhadeixado a minha clinica em outra cidadepara acompanhar o meu amigo. O mereci-mento de uma acçflo t&u simples foi em ex-tremo exagerado, de modo que vim n ser omedico mais procurado da cidade. Nflo lia-via ninguém que ufto quizesse ser curado oumorto pela minha mao.

Muilo bi-m ! murmurou a Sra. de IaMaigelle. Que excellente cidade! Já vejoque o povo de Brest é gente de espirito e decoraçíto !... Era CapaZ de abraçar n todos osseus habitantes e com graude prazer...

Entre os meus clientes, toruou Marcai,havia um inglez solteiro e millionario, *erufamilia na terra natal e sem amizades emFrança. Uma moléstia de cousumpçfio opera-va no* seu organismo assustadores progres-aos, tornando possível determinar com umaprecisão mathematica o numero dos dias queainda tinha de vida. Esse iuglez interroga-vu-me incessantemente a respeito de Joige,e eu entendi que uao lhe devia occultar cuu-

Este cavalheiro retirou-se para a corteante-hontem.

O Sr. Dr. Firmo de Mello nao necessitavada entroga de taes trabalhos para se decidirou pronunciar; S. S. jà tem juizo feito comreferencia á malfadada estrada, e os estudo^e documentos naturalmente só lhe darãooceasião para desfechar o golpe fatal sobroa infeliz estrada sobre o thesonro pu-blico que terá de pagar á companhia umaindemnisaçao igual ao custo da estrada,ficando o paiz sem ella I....

Cousas da nossa terra I

VliCClillt. — O doutor José FranciscoFrougeth, director do Instituto vacciuicoda corte, e de visita nesta capital, presta-se a vaccinar todos os dias, das 10 às 12horas da manha, ás pessoas que o procura-rem, no palácio da presidência.

Hospedes* —¦ Acham-se entre ho*'.;tendo vindo na comitiva de Suas Altezas,os seguintes cavalheiros, nossos collegas daimprensa: Srs. J. Tinoco, correspondentedo Jornal do Commercio da corte, Maxi-mino Serzedello, por parte da Gazeta de No-ticias, e José Augusto Vinhaes, correspon-dente do Paiz.

Comprimentamos a todos e agradecemosao primeiro a visita com que nos honrou.

OfTertA vnllo*A. — O Sr. directordo Lyceu de Artes e Officios acaba de rece-ber da corte um caixão com 40 volumes deobras importantes, offerecidos à nascentebibliotheca desse útil estabelecimento, pelo»nossos conterrâneos os Srs. José A. Boiteuxe Henrique Boiteux.

Estes dous jovens e estudiosos cathari-nenses sao dignos dos maiores louvorespelo acto que acabam de praticar, provandocom elle, que embora longe do torrão natal,nao se olvidam da terra onde nasceram, equerem concorrer com seu contingente paraa instrucçâo popular, auxiliando a nascente

sa alguma relativamente às circnmstnncia,que a senhora nfto ignora... Na épocha pre-vista por mim, o meu doente extinguiu-sede um modo suave e quasi sem soffrer.

O sen testamento, depositado uo Cartóriode um dos tabclliftes da cidade, foi abertopelo presidente do tribunal e viu-se que u'es-h«í> neto perfeitamente em regra, instituiu ote.taior a Jorge herdeiro universal da suafortuna, que andava por dous milhões emeio.

Ah I Que digno homem 1... exclamouSylvanira. Deus da minha alma ! Que acçftotflo meritoria ! Eu sempre disse que esses in-glezes tinham o sen lado bom !

Logo que acabou do cumprir sentença foiJorge empossado da herança. Quiz repartircommigo a sua fortuna e eu nfto duvideiaceitar o oferecimento, pois entendo queuma amizade como a nossa permitte aceitar'mos tudo um do nutro sem qu» nos resultad'ahi vergonha ou avilmenio. Jorge trocoucomo já lhe disse o nome de que usava pelode sua müi, e ha dous annos que vivemos empaiz estrangeiro, por que a residência eraFrança toruou-se-lhe. hoje odiosa.

—¦ Ai ! meus Deos I E' fácil comprehen-del-o I exclamou SylvanirB em tom couven-cido. Nao pôde ser por menos !...

Depois acerescenton:E » redita que elle continue a pensar

em Maria?...Nfto o tenho ouvido pronunciar unnca

o nome da Sm. de Talmay e evito qualquerhIIusRo ao passado; mas receio muito que oseu amor em logar de extinguir-se, tenhapelo contrario angmentado com o sofTri-UKOtO.

Ah! doutor, é um seulhiieuto diguo

».

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O DESPERTADOR

f

bibliutheca do estabelecimento destinado áinstruecão do povo.

Btt|iectiteil-Ot — Hoje dará a socie-dade dramática particular Fraternal Benefi-cente, no lheutro Santa Izabel, o seu espe-ctaculo de gala, dedicado a Suas AltezasImperiaes.

O drama escolhido intitula-se Dedicação,e ó original do Sr. I.' tenente d'armadaF. M. Alvares de Araújo; terminando o es-

pectaculo com a espirituosa comedia Quemdesdenha mimosa composição do Sr. Pi-nheiro Chagas.

O espectaculo é honrado com as augustas

presenças de Suas Altezas, que marcaramás 8 iioras para começar.

Episódios da vlngem de Suas/titez»a Imperiaes.— Em uma ei-dade da proviucia do Paraná, onde SuasAltezas nao podiam demorar-se muito, ape-nas instalados na casa que lhes estava destinada, Sua Alteza o Sr. Conde d'Eu sahiua percorrer a povoação e vêr o que por allihavia de mais notável: como tal, indicaram-lhe o Club Lülerario, o para lá so encarai-nhou Sua Alteza. Foi recebido pelu dire.ctoria e grande numero de sócios, e aotransporá porta da sala do bilhar, um ca-valheiro, que parece era director ou cousa

que u valha, apresentou a Sua Alteza umtaco, dizendo:

O Club Litterario espera que VossaAlteza lhe fará a honra de jogar uma par-tida de bilhar com seu director.

S. A., que havia reparado para um le.treiro quo existia pregado na parede, o qualdizia— só ser permittido aos sócios jogarnaquelle bilhar, pagando o tempo—respon-deu:

Sinto nao poder satisfazer no pedid0que me faz, e nao quero de modo algumir de encontro ou desrespeitar o regula-mento. E apontou para o letreiro da parede.

O sujeito do taco, porém, nao so deu porvencido, e retorquiu logo:

Mas ó que em honra de Vossa Altezafica suspensa a constituição da casa.

Ainda assim, nao conseguiu o seu inten -

to; Sua Alteza retirou-se.

Na raesma cidade foram varias cornmis-soes cumprimentar Suas Altezas, mas o ora-

dor de todas foi o mesrao indivíduo.Afinal, o pobre homem, todo atrapalha-

do, dirigio-se a Sua Alteza Imperial da se-

guinte fôrma: — Alteza... eu... aim... que-ria pedir a Vossa Alteza uma graça... uma

graça... uma grande graça... — e nao pas-sava daqui.

dos tempos antigos! Eo quiaer» poder levan-lar ao Sr. de Gommarin um templo, um mo-numento, fosse o que fosse !... Em todo o ca-so, estou convencida de que elle nflo ama anma ingrata e qui a minha pobre Miriamorre simplesmente de amor.

E é justamente por i<so, minha senho-ra, que é preciso .evitar a todo transe um en-contro entre Jorge e Maria... encontro infe-lizmente inevitável, se o meu amigo viesseesta noite á Philarmouica. Deix-», pois,Sra. baroneza, e corro a vêr se impeço o seuCora pareci mento.

Vá, vá, meu caro doutor, e nflo se ei»-

queça de ir amanhfl, pela manha, commnni-car-raa o qu» houver oceorrido esta noite.Estamos hospndados no hotel de Flandrus.Se meti sobrinho estiver ausente, o doutorpoderá fallar á minha sobrinha.

Marcai p ousou galantemente os lábios namflo secca e pintada que Sylvanira lhe apre-sentava, atravessou ossalO-s que regorgila-vam «gora deglute e dingiu-se • passo li-

geiro para o chalel onde morava com oamigo.

0 Sr. de Bracienx está no seu aposen-to .- perguntou elle ao criado grave de Jorge.

Sahiu, haverá dez minutos, respondeuo criado.

De carro ?Nflo, senhor, a pé.Ora está, pensou Marcai contrariado;

devo ter passado por elle em caminho.Depois acerescentou em voz hIu:

Deix«>n alguma ordem ao sahir ?Uma só; que o fosse esperar cun uma

caleça descoberta, ás onze horas e meia, á

porta da Philarmouica.Marcai voltou pelo m.imo caminho por

Sua Alteza Imperial vendo que o discur-so se tornaria interminável, disse-lhe:

Mas que graça deseja que eu faça?O homem, animado pelas palavras da

Princeza, disse:E' que Vossa Alteza entregasse uma

carta de liberdade a uraa escrava que aca-bamos de libertar.

Obtido o assentiraento, o homem viran-do-se, gritou:

Venha o anjo.Apparecen eutao uma menina vestida de

branco e com umas enormes azas pregadasnas costas, trazendo uma salva de prata numao.

O individuo-orudor eutao, tirando um

papel do bolso o depositou na salva, que araeuiuu apresentou a Sua Alteza Imperial;o papel, porém, era muito pequeno e sujo,e Suu Alteza o Sr. Conde d'Eu tomou-o dasalva para o examinar.... era um rol deroupa !

Figure-se o espanto e o effeito que taloceorrenciu produziu em todos os presentes !

O homem dos discursos, todo confuso,desfez-se em desculpas, attribuindo o eu-

gano á circurastuncia de ter mudado a rou-

pa, e partiu na carreira a procurar a cartade liberdade, que pouco depois appareceu.

Quando, parem, Suu Alteza Imperial en-tregava a carta á escrava, o homem nao

quiz d-ixar passar mais essa oceasião desoltar o verbo, e uo auge do maior enthusi-asmo gritava elle:

Senhora, esta rapariga é de uma mo-ralidade admirável, eu mesrao o posso affi-ançar e tenho provas disso, e tanto que hapouco ella recusou a carta de liberdade queum moço solteiro lhe offereceu para ella irmorar com elle...

Aqui o Sr. Conde d-Eu pôz fim ao dis-curso, do contrario nao sabemos até onde otal orador chegaria.

A escrava libertada, chegando-se á SuaAlteza Imperial, pedio-lhe uma esmola paraajuda de sua liberdade. Sorpresa a priii-ceza, respondeu-lhe:

Pois V. nao acaba de receber a liber-dade ?

—• Sim, 8onhora, tornou a escrava, mas ó

que eu ainda estou devendo a estes senho-res parte dos 600#000 réis, por cuja quan-tia fui liberta.

Nao tem coinmentarios !.Estes factos nos foram relatados por pes-

soa que os presenciou.

lio Slll. — As folhas trazidas pelo pa-quete Rio de Janeiro alcançam até 14 do

onde viera e tornou a entrar nos salOesiPon-de tinha sabido meia hora anies. Porcor-reu-os em todos os sentidos, sem que pudessedescobrir Jorge era parle, alguma.

Isto só por artes do diabo! disse elle.Também a culpa foi minha. Que necessidadetinha eu de gastar uma hora a conversarcom a baroneza de Ia Margelle ? E agora ? Oque fazer?

Levou a reflectir por espaço de ura oudous segundos e tomou a resoluçflo de ir pos-tnr-.se de sentiuella á entrada principal dosS-lOes.

D'este modo, pensava elle, tenho aomenos k probabilidade de vêr quando chegaJorge e de embargar-lhe o posso.

Havia já alguus minutos que Marcai mon-lava aquella guarda singular, quando parouuma carruagem ao pé da escadaria monu-mental da Philarmonica.

Uma mulher em trajos de baile, envoltai_'uma capa tune.ina de seda branca borda-da d« prata sobre o vestido de gorgorflobranco de Nápoles, apeon-se da carruageme subiu lentamente os degraus apoiada uobraço de um homem aiuda moço, mas cujoscabellos aparados muito rente, começavamjá a embranquecer, e a quem uns bigode,compridos e a fita vermelha que traziaiMima das casas da casaca davam certo armilitar.

Um momento depois, passou aquelle parpor diante de Marcai que reconheceu logo àprimeira vista o coude e a condessa de Tal-may.

A Sra. de Ia Margelle tinha dito a verda-de. Maria parecia moribunda, mas estavadivinamente bella l

Semelhante a essas flores dos trópicos que

corrente, porém sem noticias de grande iu-teresse.

Foi instituída ua cidade do Rio Grandeuma sociedade abolicionista, composta desenhoras, denominada —28 de Novembro—e na 1." sessão da primeira commissão pro-uunciou a Exma. Sra. D. Izabel Dillou oseguinte discurso:

« Senhoras.— Ousado, sem duvida, é ocommettimento ao qual me expnz, inspiradapela leitura de uma carta dirigida pelaExma. Sra. D. Revocata de Mello, ao reda-ctor do Commercial.

« Nesta carta, que no mencionado jornalse publicou, presenti o grito lamentoso deuma digna brazileira que se tinha empe-nhado em vao com suas comprovincia-nas, para contribuírem para a libertaçãodo Brazil. Senti-me comraovida e penseique talvez eu fosse mais feliz do que a dis-tineta rio-grandense.

« No dia seguinte sahi e fallei com algu-mas senhoras afim de organisarmos uraacommissão abolicionista nesta cidade. Aoprincipio tive muitas recusas, mas nao des-animei, e fiz bem, visto que consegui re-unir algumas senhoras que sentem no peitoo pulsar das sacro-sautas idéas qne illurai-nam os povos cultos, que no fértil terrenoda Pompeiade outros tempos, desejara eol-locar nesta cidade a pedra fundamental dograndioso monumento que attestarâ ás ge •rações futuras a civilisação do século quepassa.

« Antes de expor o fira da nossa reuniãoseja-me dado agradecer lhes a bondade comque accedestes nosso appello, bondade pro-pria do coração da mulher caridosa e pa-triotica.

<x Senhoras. — As faltas que notarem emminha pobre linguagem espero serão sup-pridas pelas intelligencias qne me ouvem.Eu nau tentarei fazer o histórico da escra-vidao no Brazil: vós todas conheceis estesentes abandonados como os proscriptos naterra da promissao; vós todas conheceis essaruça injustamente escravisada.

« A escravidão além de barbara é imtno-ral. O homem escravo nao tem o direito deser esposo e pai, a mulher escrava nao temo direito de abrigar no seio o amor mater-nal; nao tem o direito de acalentar seus fi-lhos e de chorar por elles se deixam deexistir; — a escravidão é a cousa mais tris-te do mundo.

« E' uma lei barbara aquella quo autorisao homem ter o direito de propriedade sobrooutro homem; os pobres escravisados saoautômatos, movendo-se ao capricho dos se-nhores. Nós nao podemos assistir impassi-veis a estas scenas de burbarismo. E' pre-ciso que no estrangeiro nao considerem oBrazil como um paiz selvagem.

« Dizem os esclavagistas que a extineçaodo elemento servil será a ruína do nossopaiz: nós nao podemos crer era semelhanteabsurdo filho do interesse e do egoísmo;demais temos o exemplo da America doNorte que tem progredido após a extineçaoda escravidão. Porque nflo se ha de dur amesma cousa no Brazil? Eu creio firma-mente que a lavoura progredirá, porque

nao será dirigida pelo azorrague, será diri-gida pela ambição de homens livres quatrabalharão para o bem-estar de snasfa-milias e para o engrandeciraento do paiz.

« Senhorus. — A commissão abolicionis-ta 28 de Novembro tem por fira empregartodos os meios legaes para extinguir a es-cravidao nesta cidade. E' preciso quo cadaura dos membros da commissão empregueo seu talento, a sua bôa vontade eoseutrabalho, em favor da causa qne abraçamos.Sao estas as bases que entendemos plausi-veis para apoio do nobre desideratum quapretendemos iniciar.

« A sua realisaçào depende de nossasenergias congregadas, de nossos esforçosreunidos. Possa a minha débil voz incutirem vossos ânimos, que árdua embora a ta-refa, a missão é sublimada.

« Nós, senhoras, nao queremos a revolu-çao, porque a revolução é o desconhecido eo desconhecido tem povoado os mares denáufragos, na expressão do grande mestreVictor Hugo, queremos a reforma pacificae moderada, como aconselha o bom senso;queremos a revolução pela palavra? quere-mos o trabalho livre corao reverbero da fe-licidade dos povos; queremos a communa,mas a communa que nao derriba, sustenta,—que nao mata, salva, —que nao incen-deia e que applaca a colora dos ânimosexaltados. Queremos supplicar a liberdadepara os brazileiros, para os nossos irmãosque esperam essa aurora do redempçSo;queremos que um dia o Brazil ligado omfraternal amplexo possa dizer ao mundo:—nao ha senhores e escravos, ha brazileirose cidadãos.

« Trabalhemos muito para vêr raiar essedia glorioso, e quando o cansaço dessa in-grata jornada cortar-nos as válvulas da vidaem meio da luta. cahiremos ao menos comoNelson em Trafalgar, antevendo a viçtoriaao clarão da eternidade. »

lio llio de Jnelro.—• As datas tra-zidas pelo paquete Rio Grande alcançam a12 do corrente.

As noticias sao de pouco interesse.Foram agraciados pelo governo de Sua

Magestade o Imperador da Rússia:Cora a gra-cruz da ordem da Águia Bran-

ca, o Sr. conselheiro de Estado e presidentedo conselho de ministro Manoel Pinto deSouza Dantas;

Com a gra-cruz de Sant'Annn, os Srs.conselheiros Felippe Franco de Sá, João daMatta Machado, Antônio Carneiro da Ro-cha e Affonso Augusto Moreira Penna.

Cora a gra-enrz de Santo Estanisláu, oSr. visconde de S. Clemente;

Com o gráo de gra-dignitario da ordemde Santo Estanisláu, os Srs. Dr. FranciscoLeopoldino de Gusmão Lobo, Joaquim daCosta Ramalho Ortigao, barão de Qnartine barflo de Araújo Ferraz;

Com o gráo de cavalheiros da ordem deSanto Estanisláu, os Srs. Joflo Carlos dè

difftind-tn os mais enehrianles effltivios no \momento em que vflo fenecer, a sua beilezaproduzia o eff-uto de uma irresistível e ver- jlíginosa fascinaçflo... Os olhos que pareciamdesmedidamente angmenlados, cercados deuma orla azul, offereciam a sobrehumaiia ex-pressão de um sofrimento resignado e dei-xavatn adivinhar abysmos de silenciosasamarguras. O sf.n olhar já nflo pertencia aesle mundo.

A pallidez uacarada do sen semblante illu-miuava-se de uma chamma singular.

O Colorido mortal da febre lentH e conlinúacobria-lhe as faces desmaiadas. Apontava-lhe nos lábios um sorriso triste de cortar ocoraçflo.

O corpo emmagrecido conservava iutaeto*)a graça e os altradivos. As espaduas nuas,mais deslumbrantes que o collar de pérolasvolumosas que as ornavam, possuíam aindaos mesmos contornos de uma fluidez admira-vel e de uma pureza antiga.

Maria assemelhava-se agora a essas for-inosas nympha» um pouco delgadas de cor-po, cujas fôrmas delicadamente harmoniosasforam talhadas uo mármore pelo ciuzel deJoflo Goiijou.

No Sr. de Talmay uoUva-*e também uraatransformaçflo quasi completa...

Como o solo que, revolvido por um terre-moto, conserva os eternos vestígios das con-vulsOes que o agitaram, o rosto demudadodo coude apresentava os fundos sulcos cava-dos pelas longas insoinnias e pelo internosoffrer....

A tez que se distinguia outr'ora por umafrescura quasi feminina, tingia-se agora deuma côr biliosa.

A ruga quo se lhe formava no canto dus

lábios revelava toda a amargura que lhe re-passavn o sorriso.

Os olhos meio escondidos pelas palpebraaroxeadas, deixavam escapar um olhar frioe sciutillanie como a folha de uma espada.

Evidentemente o Sr. de Talmay tinha sof-frido o conlra-golpe da« torturas que infli-gia Implacável n'«ssa vingança queexercia, havia sete annos, era ao mesmo tem-po o carrasco e n viclima, e a metade dosgolpes qoe vibrava eram empregados em simesmo.

Ao dar com os olhos em Marcai, cuja pre-sença inesperada tornava-lhe por assim di-zer immediatas e vivas recordações bemcruéis, o conde estremeceu levemente, enmacoutracçflo nervo..H, involuntária fez-lhemorder o Inbio superior quasi a ensanguen-tal-o.

O rubor fabril de que Miamos ha poucoadquiriu nova intensidade nas faces de Ma-ria e a des venta rada moça velou com aslon-gas palpebras o humido brilho dos olhos.

O Sr. de Talmay tomou immediatamenteuma resoluçflo.

Com a mflo estendida e o sorriso nos la-bios, dirigiu-se para Marcai, dizendo:

Creio que nflo estou enganado... E'oSr. Dr. Herbeliua quem tenho a honradacomprimeutar ?

Eu raesm», Sr. conde, respondeu o me-dico apertando a mflo de Heuriqne e indi-nando-se respeitosamente diante de Maria.

Doutor, nflo imagina quanlo folgo de oeocoutrar por aqui.

Eu é que me devo felicitar d'epte en-cootr", Sr. conde.

Ignorava completamente que estivesseem Spa.

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O DESPERTADOR 3

í9

Souza Ferreira e Dr. José Avelino Gurgel

do Amaral.— Os seguintes telegrammas dflo noticias

do exterior:

« Pariz, 8 de Dezembro.O eenado votou a lei regulando o modo

de eleição dos senadores, sendo rejeitada adisposição dessa lei, qua fazia essa eieiçflodepender do sufrágio universal. »

« Londres, 8 de Dezembro.O governo de Sua Magestade Britannica

enviou ás potências europeus uraa circulara respeito da missa, de lord Northbrook noEgypto.

As conclusões que a Inglaterra tira dorelatório apresentado por eaa funcciotiariosflo contratias ao que elle aconselha coraoadequado a melhorar a situaçflo das finan-

ças egypcias.0 governo ottomano declarou qne nflo

aceita as referidas conclusões. »

« Pariz, 9 de Dezembro.A lei quo estabelece o modo da eieiçflo

dos senadores foi votada, pelas duas casasdo parlamento, com uma disposição queeleva quasi proporcionalmente os delegadosmunicipaes ao numero dos conselheiros decada coramuna.

Com essa nova lei a classe dos senadoresvitalícios irá se extinguindo á medida queforem morrendo os actnaes senadores viu-

licios ató seu completo desupparecimento. »

« Londres, 10 de Dezembro.Frustraram-se as negociações que sob os

auspícios da Inglaterra, tinham sido euta-boladas aqui entro a França e a China-Com isso ó de esperar n<»va e vigorosa offen-siva por parte da França nas suas opera-

ções militares na China. »

• Cairo, 11 de Dezembro.O exercito inglez de expediçflo no Alto

Sudão chegou a Ambnkol, cidade sobre oNilo, acima de Dongula, entre a 3.'e 4.*cataratas. »

«Washington, 11 de Dezembro.O governo da Uniflo apresentou ao con-

gresso, pedindo a sua wpprovaçfl), o trata-do com a Republica de Nicarágua referen-te ao canal de Panamá. >

IMlcnoilieilO — l-ê «e no Waggon, da

Uberaba, de 23 do me_ passado:•• A 2 kilometros mais uu mem». desta ei-

dade, na fâ_eud» do Sr. Chico Novato, exis-te um f"go na superfície da terra a dois me-zese lauto.

No dia l.' da Setembro um -ggreg-ido

pôz fogo n'ura pequeno roçado, onde preten-dia fazer plataçflo, e o f»go na superfície dosolo, qua compõe-se de ura barro preto, eva* lavrando lentamente, tendo destruído omilho qua alli jà tinha nascido.

O fogo nfl'» se apaga nem com chuva nemmesmo com a água que o dono da roça tempura ella encaminhado, n«» intuito da extin-

guilo, e «penas a fumaça que expelia conti-timidamente torna-se mais deusa ao conlactoda a}.oa.

O barro em combustão tem um chairotirante a eoxofre, e depois de queimado tor-na-se côr de telha. "

Esposa» carrasco.— E' do Jornal doRecife a seguinla uolicia:

'* N<» dia 30 do passado, ao» gritos de soe-corro, qua partiam da casa térrea n. 5 darua do BVr&o d« S. B >rj*, oa fregu-zia daB »a-Vista, acudiud » a policia a transeuntes,encoulrarain Joaquim Anlonio Moreira Jn-níor, 3.*" ascripturario da alfândega a allimorador, «tteulainlo Contra a vida da suaesposa, qua ella havia deitado ao chftò e «o-bre o peito d» qual linha um joelho e batia-lha na cara e Cabeça com ura rewolvar, da

que estava armado, ao mesmo lempo queemeaçava-a inalar se uflo se calasse.

Esla espectaculo causou indignação a lo-dos, cresceudo esta de ponto quando, arrau-cada das iiiflos a vielima, observou-se olamentável estado da pobre creatura.

Magra como um esqueleto, tendo oscabel-los lottqueadus de uma maneira barbar»,moslrantlo o cranao etn alguns logartís teremsido aquelles cortados com o couro, inunda-das as facas pelo sangue das feridas que aca-bav» de receber, apresentava a infeliz se-nhora um aspecto horrível e oo mesmo lempocoram ivedur. \

Interrogada pela auloriiUd. policial, de-claroo chamar-se Maria Rosa de Oliveira eser natural da Cuyabá. na proviucia deMallo-Grosso; que logo um anuo após o ci-samauto, vai i*<io p*ra nove, sau maritlo deu

principio a inaltralal-a, soffreudu resignadatudo quanto ella lhe fazia; que no dia ante-rior lhe cortara <»s eabellos, já a lendo esptiu-cado na véspera; que pouco antes da lhe

acndireo-, *wi marido tinha preparado duastoalhas, am fó ma da laço, e depois pegandodo rewotver lançou-se sobra ella, só uflo ali-

raivto porque, seu. dou. filhos gritavam e

ella respondente resistia fortemente, bra-.Untb» por soecorro, tendo por um de seusdous filhos m*udado abrir a porta da rua,Hfiiu de ser mais proraplaraeute acudida.

Depois desla ligeiro interrogatório foi ainfeliz couduzida para o hospital Fedro II e oseu algoz para a casa de deteuçflo.

Teudo passado a luraar cuuheciraento doHUCCedldo, o delegado do 2/ districto da ca-

pitai procedeu uo sabbado ultimo a novo m-tarrogalorio.

Alguma, pessoas que assistiram ao actoficaram extremamente commovidas, ao pon-to de chorar, ouvindo d», infeliz senhora anarraeflo da série de soffrimantos, quasi lu-«crediV»veis de que fora viciíraa, chorandosempre a partir o coração. "

Europa* — Alcançam a 20 do passadoas nolicia-- da Europa.

Ak-Si»--- da conferência de Berlim pre-oecupavam a irapreusa das capitães euro-

péas qua discutiam as varias versões quecorriam sobre os trabalhos delia, no sabordos interesses dos respectivos paizes.

A primeira sessflo da conferência realisoii-se no dia 13, lendo oa sessflo preparatória odelegado italiano proposto o pnueipe de Bis-mark para presidente. O cuauceller alleraflotinha antes dado pessoalmente as boas vin-da-» aos representantes das poteucias.

Ficaram secretários o Sr. llaiudre, conse-llieiro da embaixada franceza, o coude Gui-tharme de Bísma.k a o Sr. SchímidlZ, viceCônsul allemfto e.n S. Petersburg..

Na segunda ses.-flo, que foi presidida peloSr.HaUfel.lt, os delegados allemfles apre-sentaram programma com os fins da conte-rencia a as propostas a sauecionar.

Esse programma foi enviado a uraa cora-mi-sfto composta dos representantes da Alie-manha, Franca, Inglaterra, America, Hes-

panha, B-Igíca, Portugal a Hollallda.A coramissflo devi» fixar as fronteiras dos

diversos territórios, regulando os pedidos das

partes rivaes. Dizia-se que a Allemanha jách"gára a accordo com a Associaçflo Inter-nacional.

O b.arfto da Courcel representa a branca.Noticias ofliciaes publicadas pelas folhas

francezase inglezas anuunciavain que os re-i.raseniantes de Portugal apresentariam umMemorandum consignando a soberania doaeii paiz ao baixo Zaire. Affirmava-se que osrepresentamos da IngUtorra haviam rece-bido instrucções para sustentar esses direitosdos poringuezes.

O viajante Stanley fora nomeado delegadoteeunico dos Eslados-Uuidos na conferência.

Quanto á questflo do Niger, parece quenflo será ella tratada, cotno haviam annun-ciado alguns jornaes.

Lord Eilrauud Fitztoaurice, respondendo aM. Carlwrigbt, dissa na camara dos com-muna que o primeiro principio assenta doconvite para a conferência do Congo, rece-bido pela embaixada allamfl, era o da liber-dade commercial na bacia e embocaduras doCongo. O Niger uflo fora mencionado.

O segundo principio coosi.le na applicaçfloao Congo e ao Niger dos princípios ad«»pia-dos pelo congresso da Vienna. A questflo docoramercio na bacia do Niger nflo está porconseqüência compreendida nos assumplosa discutir.

O território da bahia d'Amb»s foi recente-uienta coílócado sob a autoridade ingleza.

'

Respondendo a M. Bochaitan, lord E.Fiumaurice disse ainda que a questflo defacilitar a prisfto dos criminosos, fora das co-lonias etiropéas da África occidental, nflofigurava no programma dos assuraptos a dis-cutir na conferência.

Do confronto destas dous textos concloe-sao desapego dos inglezes.

Liberdade de commercio e da transito doConiro, que uflo lhes pertence, e exclusivisraou«» Niger.

Ainda nada era sabi«lo de certo sobre asorte do general Gordon, o faraoso defeusorde Kharium.

Atfieinàrn um telegraiuma que Gordon,prisioneiro do Mahdi, fora fuzilado, mas oSr. Harlington declarou na camara dos com-irmos, que nfto acreditava era tal noticia.

No dia seguinte lord Fitzmaurice, respon-dendo ao Sr. Smith disse que um lelegram-ma recebido da Sir Evelyn Banng afirmavaque o boato da lotnada de Kharium pel«»Mahdi e da morte do general Gordon nftomerecia o mínimo credito, porquanto haviachagado a Debbeh ura mensageiro de Khar-tum, cora uma longa esrta do general Gor-don e quatro officios em cifra arábica.

Um talegrarama da dala mais recenteannunciava por fim ler sido recebida umacarta do general Gordon, com data ila 4 deNovembro, coinmnuicando ter nomeado omadir de Doiígola brigadeiro general dastropas egypcias do Soldflo.

Sa essa commnnicaçflo é exactn os amigosdo illustre defensor do Sudan podiam estariranquillòs.

Occupatn-se as folhas de Pariz «la epidemia

do cbolera que invadira aquella capital.Como já annuuciou a Agencia Havas, a epi-demia combutid» energicatueute desde o seuapparecimeuto, tendia a decrescer.

Novos reforços partiam para a China ape-zar das negociações para a paz, entaboladasem Londres pela mediação do goveruo iu-glez. *

Era Madrid tioha oceorrido ura motim daestudantes a propósito dos projectos dn leisobre a liberdade o ensino.

No dia IS, cerca de 300 estudantes se reu-ri ira mera volta da Universidade para protes-tarem conlra a suppressfto da liberdade doprofessorado, suppressfto que fora pedida poralguns esludautes ultramoutanos.

Intervieram o reitor e as autoridades ad-miuisirativas, e a reuniflo dissolveu-se tran-quillainéule, depois da terem os estudantesdecidido reunir-se novamente amanha. Al-guns grupos retiraram-se dali p.ra os cafésa outros foram demonstrar a sua adhesflo Asopiniões du professor Morayta, partidário daliberdade do ensino, cuja doutrina fora pu-bliearaente censurada uos púlpitos de variasigrejas de Madrid.

Conforme um» folhada Pariz, as relaçõescordeaes qua reinavam eutre a chnucellariaallemfl e Madrid, desde a viagem do reiAffotiso XII a Berlim, acabara de ser rude eviolentamente perturbadas.

" E' sabido, diz aquella folha, que nessaocca-dílo tralou sa de trunsformar em embai-xada as legações da Allemanha era Madride de Hespanha em Berlim.

" Haviam-se trocado promessa» e quasiCompromissos a este respeito; finalmente,julgava-se negocio resolvido.

" O príncipe) de Bismark, da accordo cer-lamenta com as chancellarus de Vienna eS. Peter.sbnrgo, oppõe-sa Hgora a essa trans-formação, que, sob o ponto de vista diplo-matico, teria corao conseqüência elevar aHespanha & altura de grande potência eu-ropóa.

" Esta decisfto, que pode considerar-seofficial, deve ser tida como um cheque parao governo de Canovas. "

_s mu I lie res toureiras.—Numalourada que teve lugar em Tarragona, Hes-

panha, foram os touros corridos por molhe-

res.O primeiro touro asdra que entrou no cir-

co, alirou uma das toreras ao §r e ia darcabo delia, quando uma segunda avançacorajosamente para elle, «fim de desvial-ode sua companheira, depois de muitas pro-vocações com a copa, o touro resolveu ati

rar-se a ella e era ura momento teve essa

segnuda torera a mesma sorte da primeira,uma terceira approxiraou-se cora medo afimde desvial-o tambera e o touro depois» damuitas voltas a roda dessa nova adversaria,investiu para ella, com tal fúria arremea-sou-a a alguns metros da distancia, perdeu-do ella os seutidos e ficando com o rosto en-

sanguentado, as outras vendo a sorte da suas

companheiras, pularam as trincheiras e ufloestiveram para mais graças.

Os espectadores ara numero de 7,000, jui-garam ao começo que aquilloera graça, masvendo que as toreras nflo «ppareciam, coma-

caram em grande vozaria a reclamar da di-

receflo a continuacfto de t»o edificante diver-»». *timeuto.

As autoridades fizeram restabelecer o so-

cego e ordenou á direcçflo que reembolsasse

os espectadores, raas quando quizerara fa-

zel-o, a caixa havia desapparecido.O tumulto attingiu proporções descommu-

naes, os espectadores atiraram todos os ban-

cos e cadeiras, e começaram a demolir o cir-

co, sendo precisa duas compauhiasde infan-

laria para restabelecer o socego.

Varias noticia». -- Diz-se que a

rainha Victoria fez recentemente um novo

testamento. E' sabido que ella tem bastão-

te dinheiro que deixar e que também lhe

nflo falta a quem legol-o.O príncipe Alberto deixou, pelo menos,

6 mil contos. Um avarento chamado Neald,deixou-lhe, por herança, 5 mil contos, e arainha tem vivido a econoraisar grande par-te da sua renda annual. Tem numerososnetos, de cujo futuro tem ella que curar.A sua família tem a infelicidade Je fazercasamentos pobres, e os únicos membrosricos sflo o duque de Carabridgc seu filhoo duque de Edimburgo, que bardou de

modo exagerado a parcimônia dos pães, eo duque do Cumberland.

Os filhos do príncipe de Galles deverareceber dotação do parlamento no anno

próximo vindouro.Está fixado o dia 5 de M .'í... de 1889

para a abertura da Exposição Internacionalde Pariz, devendo o encerramento eff.ctu-ar-se a 31 de Outubro do mesmo anuo.

0 Bois de Boulogne é o local escolhidopara a exposição, e no bosque de Vincenneshaverá um annexo destinado á exposiçãoagrícola.

Descobriu-se em S. Petersburgo umamina u'ura subterrâneo da perspectiva Kre-noverchi. Esta mina era dirigida contra umdos revelins da fortaleza de S. Pedro e SPaulo.

Foram presas, como suspeitas, três russase quatro estrangeiras.

Ao terminar a guerra de secessflo adivida publica dos Estados-Unidos era de2,750 milhões de dollars; durante os 19 an-nos que se tem passado, tem-se reduzido áquasi metade e éactualmente 1,440 milhõesde dollars. Em 1876 o juro annual da divi-da excedia a 150 milhões; hoje é menor de50.

Isto, mesmo a 2#000 cada dollar, sempreé um par do contos de réis.

Nas eleições ultimamente realisadasna Alsacia-Lorena, a luta dos partidos foirenhida e vigorosa, sendo enorme o nume-ro dos eleitores qne votaram— 70 por centoda sua totalidade.

O candidato alleraflo ficou vencido na lu-ta, sabindo eleito Mr. Kablê.

Em Metz nflo ficou desta vez victorioso ovalente deputado de Lorena, Mr. Antoine.O seu adversário, o abbade Jacques, vou-ceu-o por 600 votos de maioria.

Um inventor norte-americnno acabade apresentar ao mercado feminino umleque-binoculo. Nas duas varetas do centroestão collocadas poderosas lentes de finissi-mo crystal, habilmente disfarçadas. Quan-do a dona do leque quizer vêr sem que opercebam, basta-lhe esconder o rosto atrazdelle e espreitar pelas duas lentes.

VARIEDADE.

Danças e cançftes portuguez»»O Cornhill Magazine, da Londres, publicou

uo seu numero do raez.de Junho próximopassado ura artigo a respeito de Portugal,assignado J. L., onda se lê o seguinte:

" Os portugiiezes nfto sflo nem um povooriental, nem um povo procedente puramentedo norte, nem mesmo um povo puramentemeridional: éuraa raça onda se vêm mistu-rados os caracteres peculiares ao norte a aomeio-dia; é uma uaçfto, cuja juventude foieducada pelos mouros e pelos árabes.

" As suas danças têm o cunho da sua ori-gam e da sua edocaçflo. Dançara uma espécieda giga, que os faz parecer uin pouco ab<ur-dos; dançam um bolero ('?), e nessa occasiflosfto verdadeiramente iuteressantes,

" Na dança portugueza nada é frio e Con-vencional como acontece cora a quadrilhamoderna, ou positivo como o miuu.ta, onsimplório corao a polka húngara, ou grotescoe iudecoroso como essa dança que quasi sepôde considerar a dança nacional dos fran-cezes." Os portuguez.**, sob o ponto de vista emque os estamos considerando, nflo sflo nadaridículos quando formam nin circulo, exe-cotando uma dança qua é o meio tarmo eo*tra uma giga e um reel (dansa e.scossezj. t

" Os seus boleros por outro lado, sflo sim-pies, naturaese repletos de expressflo. Esi»%expressfto ó a da mocidade e da saude, adessa exuberância de satisfação qne açora pa-nha a mocidade, a saude e a reacçflo qua sesente com o repouso em seguida ao traba-Iho. Confesso que estas danças nem sempresfto, nem mesmo muitas vezes, graciosas—porque nós, que escrevemos ou lemos livros,críticos miseráveis como somos, nós eleva-ino-nos a um ideal muito mais alto, em com-paraçflo da graça do movimento, ideal quaaprendamos uos lheatros e com as dançari-nas profissionaes. E, era contra posiçflo, essapobre geuta sfto indivíduos acostumados aotrabalho insano, cora os rausculos coutrahi-dos pelo lidar, da costas encurvadns á força

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o nKsra-íTAixm*

de conduzir grandes pesos. A lavoura e adança graciosa nao se dão bem reunidas.

" Com a dança apparecem as cantigas Haem algum pontos de Portugal um modo decantar que é indubitavelmente de origem ro-mana, o canlo melancólico, vagaroso, uãorimado, e que algumas vrzes se approximada fóriuade um bexametro, eis as cautigasque se ouvem pelos campos.

" São, porém, diferentes oa descautes dasromarias e das renuiOes joviaes. Cada distri-cto tem as suas cantigas peculiares: todosleio trajes, usou e lendas que mais ou menoslhes sftu próprios: é uma conseqüência dasdificuldades e da demora que muda ha pou-co tempo se notava em Portugal, ua trocade mercadorias e idéas, graças á falta secu-lar de boas estradas.

" As cantigas e as árias nacionaes de Por-tugal podem rivalisar com aa da qoalijneroutro paiz, « ua originalidade, variedade «doçurn, possuem tantos encantos que parecemaravilha o uao serem tão conhecidas comoas da Hespauha e da Itália,

'• E' questflo velha e que eslá mnilo defi-cientemente resolvida o conhecer se em qu«grà» de procedências árabes se deriva a ori-gem desses cantos e mesma a origem em ge-ral da cantiga moderna, que exprime u amorHob uma fôrma lyrica: lambem uão lenhouecessidade de me deter sobre este ponto.Todo u bom Cantor n'oina fngiri da aldêa temUlU repertório de cantos uiéramenie seus;mas se deseja adquirir na sua localidade fa-ma especial, é preciso que s^ja alguma cou-ea mais do que um cantor que tem ouvido *memória exaelas. Precisa ser poeta, no seu-tido original, precisa saber fazer versos soba iiiflueucia da oceasião, ex tempore. Ahi es-tà um ramo de cantigas porá as quaes recla-mo mui disiiuclaiueule uma origem serra-cena." O improviso portuguez, a pressa mo-no*a dizê-lo, ó completamente distiuctò de im-provido italiano. A quadra irregular de qneUSa O iuipr.ivisador portuguez, o acoilipa-uhauiento curioso e algum lauto monótono,sem deixar de ter melodia particular, aquel-It) gênero de aeniimenlo* que esteudem a suajovialidade desde a commoção apaixonadaaló ao riso zómbeieiro, franco e muitas vezestDalicÍ'»so,—as freqüentes allusões a obj.-ctosda natureza, alIu^Ons tão raras nos versospopulares de outros paizes da Europa e taocõmmuus uh poesÍH das raças semiticas,—fi-ualmente, o constante uso do discurso figurado e uma certa extravagância nas ima-gens; eis alguns traços característicos queindicam perfeitamente a origem oriental dascantigas dos campouezesde Portugal. "

Era seguida o autor mostra specimens des-ta poenia.

'* Eis diz elle, os lamentos de uma rapa-riga cantarina, cujo amante é marinheiro.Islo poder-se-liia considerar uma traducçaodo persa ou do arab^;

Mal haja quem inventouNo mar andarem navios,Que esse foi o causadorDos meus olhos serem rhs.

u Ahi vai mais um jogo de phantasia que•e poderia apresentar em nm poeta do Orieu-lè:

Se eu tivera papel de ouroComprava penna de praia,Apurava os meus sentidosE escrevia-te uma carta.

•'• E' o mesmo cancionisla que, lalvez pornfto saber escrever, pretende fazer acreditar,d« mu modo excessivamente extravagante,que a sua declaração oral tem ua realidadea fôrma de uma carta:

0 papel era que eu escrevoTiro-o da palma da infto,A tinta shhe-me dos olhos,A peua do coração.

** Estas quadras e a* que se «Ro seguir nflopertencem à litteraiurn, que certamente sedeveria criticar, segundo as regras da arie.Foram apanhadas doa lábios dos camponezesamantes de cantigas, que beto longe esta-tara de imaginar que ia ser reproduzido purescripto aquillo que elles entoavam. Mil ver-hos tão bons como os jà irauscriptos, uu•iiid* melhores, cantam-se ás noites, no ve-rfto. em Portugal.

" N«m sempre o canlo pnssiie saudações.Ouvi » de uma aldea rebelde:

Quando o sobreiro dér baga,K ó loureiro dér cortiça,Então te amarei, meu bem,Se nao me dér a preguiça.

'* Fiz reparo em que entre a classe cam-pesina de Portugal ns mulheres oecupnrauma posição independente em extremo. Eliastrabalham muito assiduamente, são «divas

ej.iviaei»,muilo protectoras das iofelicidades,•-xtremaiiuMite sympathieas, e junto a tudoisto» ricas em dictos e dotadas de espiritovivo, ao mesmo tempo que lhauo. Conheceraalé o ultimo ponto a sua importância uaeconomia da vida, e sem requisitar direitosimpossíveis tomam todos os que podem attin-gir. Os seus amantes são extremamente hu-mildes e perseverantes, porém as mulheresconhecem perfeitameuie o que se deve à suadignidade. Eis a petiçAo de um amante, queuao foi assaz leal para conseguir ser bemrecebido:

Façamos, meu bem, as pazesComo foi da outra vez,Quem quer bem sempre perdoaUma... duas... até trez.

" A moça, porém, responde;

Nao quero fazer as paz^sComo f.ii da oulra vez,Quem quer bem nunca offeodeNem uma... quanto mais trez.

'! Aa mulheres attribuera-se uma certa li-herdade em Portugal— como, diga-se depassagem, acontece com as de oulro qual-quer ponto—e isso é bom para os seus a mau-les, caso possam acreditar sempre naquilloque lhe dizem com extrema bondade. Ahiestá. por exemplo, o que diz uma raparigafranca em extremo:

Eu tenho cinco namoros,Três de manha, dous de tarde;A todos elles en minto,Só a li fallo a verdade.

« Devo pôr lermo a estas citações. Tran-screverei aiuda mais uma, que o autor don isso artigo apresenta— incousideradaraen-te, segundo ui* parece— cemo nao suscepti-vel de traducçao:

Os teus olhos, ó menina,São gentios da Guiné,Da Guiné por serem pretos.Genlioa por nao lerem fé. "

[Extr.)

PUBLICAÇÕES A PEDIDO.

Ao imrtialo conservo ai o a* bbo9.* dintrieto

Está conhecido o resultado da eleiçãogeral.

Foi derrotado o Sr. Dr. Thomaz A. F. Cha.ves no dito districto, por não ter aceitado oconselho que lhe dei de desistir de sua inde-bila candidatura, afim de o directorio cen-trai, de accordo com as localidades apresen-tar um terceiro que reunisse a votação dopartido, para triumphar.

0 causador dessa derrota foi o mesmo Sr.Chaves, que julgou ter força para por si im-pôr a aceitação do seu nome ao partido con-servador do 2.° districto.

Pensou, talvez, que bastava um acenoseu, para fazer curvar todo o eleitorado con-servador, independente e cheio de brio, aaceitar o seu nome.

Enganou-se redondamente.Estou vingado da traição de 1882 e a peito

descoberto, porque não trabalhei nas trevas.Deve o Sr. Chaves estar desenganado de

sua preterição.O mtinieipio de S. José, com a abstenção,

respondeu nobre e cathegorieamente á pri-meira circular do Sr. Chaves, em que disse— saber que se movia uma guerra oceultacontra si e procurava-se preparar terrenopara outro —; assim como na recommenda-ção final se dizia que — da união e accordodos municípios de Lages c Tubarão emana-ria dupla força que muito ha de influir napolítica da província—.

Veja agora o contrario.Não teve competidor conservador, e, pelo

contrario, a mais completa abstenção dopartido no município de S. José, e na maioriaconservadora do da Laguna.

Repare que não é somente a união eaccordo dos dous importantes municípios deLages e Tubarão que poderia fazer a suaeleição.

Ao envez disto, desde que o não menosimportante município de S. Josó e os de Co-ritibanos e de Campos Novos, assim como n

da Laguna (fallo dos conservadores), não jestiverem de accordo com aquelles^ ou estescom o dc S. José, não poderá eleger-se de-putado conservador no 2.* districto.

Deixe o Sr. Chaves a sua pretenção: sub-metta-se, como conservador, ás deliberaçõesdo directorio central e acredite que assimcumprirá um dever de bom político e ga-nliará proselitos.

Emquanto, porém, persistir no erro deindependência do directorio da Laguna, semattender ao directorio central senão porcortezia, ha de baquear, como agora ba-queou.

Veja o procedimento do nosso distinetopatrício c correligionário tenente-coronel Do-mingos Luiz da Costa, que sendo escolhidocandidato pelo directorio de S. José, só paranão causar scisão, deixou de aceitar essa es-colha voluntária e muito digna dos esco-lhentes e do escolhido.

Imite-o, e creia que a lealdade é a pri-meira condição do homem político para comos seus correligionários.

Por ultimo, devo pedir ao partido conser-vador do 2.° districto que no futuro nãocomprometta-se com ninguém, sem o dire-ctorio central apresentar candidato ao suf-fragio daquellcs quo sempre foram e têmsido o sustentaculo do partido na província.

Sô assim triumpharemos.

Manoel José de Oliveira.

Desterro, 16 de Dezembro de 1884.

EDITAESThesouraria ale FazciBila

Substituição de notas

Do ordem do lllm. Sr. inspector fuço pu-blico que, do 1.* deJ.inoiro próximo futuroom (limite, começam ;i soffrer o desconto do10'/o monsnos as notas do Thesouro Nacio-nal de 20$000 rs. e 10$000 rs. da 5. estampa e 1$000 rs. da 3.', que não tiveremsido substituídas até 31 do Dezembro cor-rente.

Tliosouraria de f.jzontlii do Sant.i Catliari.4

na, om 12 do Dezembro do 1884.— JoãoPamphilo de L. Ferreira, 1* escripturario,secretario da junta.

Thesouraria ale fazenda

Fornecimento

Em cumprimento do ollicio da prosideneiada proviucia ti. 652 dn 1.' do correnle e deordem do lllm. Sr. inspector f.iç<» publicoquo, osla repartição recebo propostas em car-la fechada alé o dia 31 do corrente, a 1 horada tardo, para o serviço de recepção, agazalho, alimentação e transporte do immigranlespara diversas localidades desla prnvinria, du-ranle o aclu.d exercício.

Esta lhesouraria prestará ás pessoas quepreloiuloroin contrariar esso serviço, os cs-clareei menlos quo forem podidos.

Thesouraria de fazenda du Sanla Catliari-na, em 13 de Dezombro de 1884 - JoãoPamphilo de L. Ferreira, 1.* escripturario,secretario da junta.

ANNUNCIOS.

¥&®©jaO proprietário do hotel Brazii, tendo on-

centrado enormes difliiuldades para montaro proparar a fabrica dc gelo, difliculdadesquo com muitos dispeudios o sacrifícios soacham removidas, resolveu pedirão dislinclopublico Doslorronse um pequena augmentono preço do gelo e fazer-lhe abatimento rela-liv» nus dos sorvetes; poi isso espera a suavaliosa coadjuvaçan c prometlc bom servil o.Forneço qualquer porção dc gelo o do sorve-les à qualquer hora; lôm bebidas frias de lo-das as qualidades, ludo aos seguintes preços:Sorvetes a 200 reis UmGelo a 300 róis KiloCerveja fria 1$000 GarrafaUefroscos de todos os xaropes 200 róis Um

Thesouraria ale Fazeaada

Substituição de notas

Do ordem do lllm. Sr. inspector faço publico que foi prorogado até o dia 30 do Ju-ulio du anuo próximo vindouro do 1885. opraso marcado na circular de 6 do Abril do1883, para a substituição sem desconto dasnotas do 10$000 rs. du 0.a ostampa.

Thesouraria do fazenda do Santa Catliari-na, om 10 do Dezembro dc 1884.— JoãoPamphilo de L. Ferreira, \.* óscripturaiiò,secretario da junta;

CONSELHO AS MÃES.O Xarope Calmante da Snra Winslow dcvenc usar

sempre que os meninos padecem na dentição.Proporciona allivio immçdiato ao pequeno paciente;

produz hum sono tranquillo e natural, calmando todasas dores, e logo amanhece o angelinho risonho e feliz.K muito agradável ao paladar. Allivia a criancinha,amollece as gengivas, afugenta as dores, regula aos intes-tinos, sendo o melhor remedic que se conhece para adiarrhea oceasionada pela dentição ou por outra causa.

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