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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciências Sociais e Humanas Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil Cristina Maria Ribeiro Joaquim Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Gestão (2º ciclo de estudos) Orientadora: Profª. Doutora Zélia Serrasqueiro Covilhã, Junho de 2015

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Ciências Sociais e Humanas

Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

Cristina Maria Ribeiro Joaquim

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Gestão (2º ciclo de estudos)

Orientadora: Profª. Doutora Zélia Serrasqueiro

Covilhã, Junho de 2015

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Resumo

A crise financeira instalada um pouco por toda a Europa e especialmente no nosso país foi o

mote que deu origem ao presente trabalho. Sendo uma peça fundamental na economia

nacional, as PME têm um grande impacto quer na criação de emprego quer na economia,

especialmente, na região onde se inserem.

Este trabalho teve como objetivo comparar a situação económica e financeira das empresas

PME Líder do setor da construção do distrito de Leiria, com as do mesmo setor ao nível

nacional. Entende-se que tal objetivo é importante por contribuir com informações relevantes

para a tomada de decisão por parte dos gestores e mesmo de investidores, assim como para o

meio académico, pois não existem trabalhos realizados com este tema nesta região.

Os dados usados foram acedidos no website do IAPMEI que qualifica anualmente as empresas

distinguidas como PME Líder e os dados económico-financeiros foram conseguidos através do

website da Informa D&B. Com base nesses dados calcularam-se, inicialmente, os rácios para

cada uma das empresas e para o período temporal de 2011 a 2013 e, posteriormente as

respetivas estatísticas descritivas (média, desvio padrão, mínimo e máximo) para a

globalidade das empresas.

A presente análise baseia-se fundamentalmente na informação fornecida anualmente, pelas

empresas através da IES (Informação Empresarial Simplificada) às conservatórias do registo

comercial.

Posteriormente foi realizada a análise comparativa entre os rácios apurados e as médias dos

mesmos ao nível do setor de atividade, conforme informação do Banco de Portugal. A referida

comparação revelou que as PME da amostra têm um comportamento financeiro superior às

PME do mesmo setor ao nível nacional.

Palavras-Chave

Performance financeira, Análise Financeira, Setor da Construção, Tomada de Decisão, Leiria

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Abstract

The financial crisis existing throughout Europe, and especially in our country, was the motto

that led to this work. Being a key player in the national economy, SMEs have a big impact

both in job creation and in the economy, especially in the region where they operate.

This study aimed to compare the economic and financial situation of “PME Líder” labelled

SMEs in the construction industry located in the district of Leiria with SMEs of the same sector

at a national level. It is understood that this aim is important, as it provides relevant

information which contributes to decision making by managers and even investors, as well as

to the academia given that there is no work done on this topic in the region.

The data used was accessed through the IAPMEI website that annually qualifies companies

distinguished as “PME Líder” (SME Leaders) and the economic and financial data were

obtained through the website of Informa D&B. Based on this data, ratios for each company for

the time period from 2011 to 2013 were initially calculated and subsequently the respective

descriptive statistics (mean, standard deviation, minimum and maximum) were also

calculated for the whole of the companies.

This analysis is based primarily on information provided annually by companies through the

IES (Simplified Corporate Information) to the Commercial Registry.

Subsequently, a comparative analysis was made between the calculated ratios and their

averages at the level of the activity sector, as reported by the Bank of Portugal. This

comparison showed that SMEs in the sample have a higher financial behaviour than the SMEs

in the same sector at the national level.

Keywords

Financial Performance, Financial Analysis, Construction Sector, Decision Making, Leiria

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Índice

1. Introdução ................................................................................................ 1

1.1 Enquadramento do problema ........................................................................ 1

1.2 Objetivo da Investigação / Questão de investigação ............................................ 3

2. Revisão da Literatura ................................................................................... 6

3. Análise Financeira ..................................................................................... 12

3.1 Equilíbrio Financeiro ................................................................................ 13

3.1.1 Curto Prazo ......................................................................................... 13

3.1.2 Médio e Longo Prazo .............................................................................. 15

3.2 Rentabilidade ......................................................................................... 16

4. Metodologia da Investigação ......................................................................... 19

4.1 Abordagem de Investigação ........................................................................ 22

4.2. Procedimentos Metodológicos .................................................................... 22

4.3. Contexto de Análise ................................................................................ 24

5. Resultados .............................................................................................. 28

5.1 Equilíbrio Financeiro ................................................................................ 28

5.1.1. Curto Prazo .................................................................................... 28

5.1.2. Médio e Longo Prazo ......................................................................... 31

5.2 Rentabilidade ......................................................................................... 35

5.3 Análise Comparativa entre PME Líder e o Setor da Construção em Portugal .............. 37

6. Conclusão ............................................................................................... 43

7. Referências bibliográficas ............................................................................ 46

Anexos

Anexo I – Listagem das empresas pertencentes à amostra ........................................... 50

Anexo II - Valores dos Rácios calculados das empresas pertencentes à amostra - ano 2011 ... 52

Anexo III - Valores dos Rácios calculados das empresas pertencentes à amostra - ano 2012 .. 54

Anexo IV - Valores dos Rácios calculados das empresas pertencentes à amostra - ano 2013 .. 56

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Lista de Figuras

Fig. 1 - Papel da análise financeira (adaptado de Fernandes et al., 2014) ....................... 12

Fig. 2 -Top 3 Setores de Atividade (Banco de Portugal) .............................................. 20

Fig. 3 - Distribuição de alvarás por região NUTS III (2013) Fonte: INCI ............................ 25

Fig. 4 - Peso do setor da construção por distrito ...................................................... 27

Fig. 5 - Média Liquidez Geral - Comparação com o setor ............................................. 37

Fig. 6 - Média Liquidez Reduzida – Comparação com o setor ........................................ 38

Fig. 7 - Média PMR – Comparação com o setor ......................................................... 38

Fig. 8 - Prazo Médio de Pagamento - Comparação com o setor ..................................... 39

Fig. 9 - Média Autonomia Financeira - Comparação com o setor ................................... 39

Fig. 10 – Média Taxa de Endividamento – Comparação com o setor ................................ 40

Fig. 11 - Média Solvabilidade Geral - Comparação com o setor ..................................... 40

Fig. 12 - Média Grau de Cobertura Imobilizado – Comparação com o setor ....................... 41

Fig. 13 - Média Rentabilidade dos Capitais Próprios - Comparação com o setor ................. 41

Fig. 14 - Média Rentabilidade do Ativo – Comparação com o setor ................................. 42

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Taxas de crescimento real no setor da construção % .................................... 20

Tabela 2 - Características da Amostra ................................................................... 26

Tabela 3 - Liquidez Geral .................................................................................. 28

Tabela 4 - Liquidez Reduzida .............................................................................. 29

Tabela 5 - PMR ............................................................................................... 30

Tabela 6 - PMP ............................................................................................... 31

Tabela 7 - Autonomia Financeira ......................................................................... 32

Tabela 8 - Taxa de Endividamento ....................................................................... 33

Tabela 9 - Solvabilidade Geral ............................................................................ 34

Tabela 10 - Grau de Cobertura Imobilizado ............................................................. 34

Tabela 11 - Rentabilidade dos Capitais Próprios ....................................................... 35

Tabela 12 – Rentabilidade do Ativo Total ............................................................... 36

Tabela 13 - Custos Pessoal - Comparação com o setor ................................................ 42

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 - Liquidez Geral .................................................................................. 29

Gráfico 2 - Liquidez Reduzida ............................................................................. 29

Gráfico 3 - PMR ............................................................................................... 30

Gráfico 4 - PMP ............................................................................................... 31

Gráfico 5 - Autonomia Financeira ......................................................................... 32

Gráfico 6 - Taxa de Endividamento ....................................................................... 33

Gráfico 7 - Solvabilidade Geral ............................................................................ 34

Gráfico 8 - Grau de Cobertura Imobilizado ............................................................. 35

Gráfico 9 - Rentabilidade dos Capitais Próprios ........................................................ 36

Gráfico 10 – Rentabilidade do Ativo Total ............................................................... 37

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Lista de Acrónimos

AF – Autonomia financeira

ANOVA – Analysis of variance

CAE – Classificação Portuguesa de Atividades Económicas

IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação

IES – Informação Empresarial Simplificada

INCI – Instituto da Construção e do Imobiliário

INE - Instituto Nacional de Estatística

ITIC - Instituto Técnico para a Indústria da Construção

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos

PIB – Produto Interno Bruto

PME – Pequenas e Médias Empresas

PMP – Prazo Médio de Pagamentos

PMR – Prazo Médio de Recebimentos

INE - Instituto Nacional de Estatística

ROA – Rentabilidade do Ativo – Return on Assets

ROE – Rentabilidade dos Capitais Próprios

SNF – Sociedades Não Financeiras

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O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de

alguém.

Dalai Lama

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Capítulo 1

1.INTRODUÇÃO O setor da construção está diretamente relacionado com vários sectores de atividades, quer a

jusante, quer a montante da sua cadeia de produção, daí ser considerado como um sector

impulsionador da economia nacional, não só pela riqueza que cria mas também pela taxa de

emprego que oferece.

No entanto, nos últimos anos assistimos a uma crise financeira, não só em Portugal, como um

pouco por toda a Europa, que afetou e continua afetar a economia nacional, nomeadamente

em termos de desinvestimento quer de carater privado quer de caracter público ao nível do

setor da construção.

Sendo de tal forma este setor importante para a economia é relevante analisarmos

financeiramente as empresas pertencentes ao mesmo, uma vez que as dificuldades

financeiras podem levar à falência ou extinção de uma empresa (Chen, 2012).

A análise financeira é a base para a tomada de decisão dentro de qualquer organização, uma

vez que nos permite obter rácios precisos, efetuar diagnósticos da performance financeira e

por conseguinte tomar decisões e definir medidas estratégicas adequadas a cada situação.

Inúmeras vezes, a análise e previsão da situação financeira é também bastante importante

para os stakeholders, sejam eles as instituições financeiras, os fornecedores, o pessoal, o

Estado ou mesmo os investidores (Neves, 2012).

1.1 ENQUADRAMENTO DO PROBLEMA

Monitorizar o desempenho das empresas é cada vez mais importante, as informações

relevantes que daí possam resultar permitem o planeamento dos processos de gestão, assim

como o controlo dos objetivos e das metas propostas, permitindo ainda a comparação com os

concorrentes (Pinheiro, 2011).

A utilização de rácios financeiros é útil e benéfica para qualquer empresa, de forma a testar

e avaliar o seu desempenho atual e futuro (Yunus e Malik, 2012).

A avaliação do desempenho no momento em que é realizada reflete as ações passadas da

empresa. A quantificação dessas ações passadas permite efetuar a avaliação de desempenho

(Neely, 1998).

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Como referido por Niven (2002) se não se consegue medir e não se consegue expressar em

números, então o nosso conhecimento é frágil e insatisfatório.

Neves (2012) defende que as funções da gestão financeira englobam a gestão financeira

estratégica e a gestão financeira corrente. Sendo que, incluído na gestão financeira

estratégica estão uma panóplia de decisões a ser tomadas a curto e/ou a médio e longo

prazo, sejam elas de financiamento, investimento ou dividendos.

Para dar enfase à importância do papel da análise financeira corrente na tomada de decisões,

Neves (2012) salienta que o documento fundamental da gestão financeira estratégica é o

plano financeiro, sendo este a versão do plano de negócios da empresa.

A fim de obter dados para cálculo dos rácios, e assim efetuar a análise financeira de uma

empresa, é necessário recorrer à análise de documentos contabilísticos, como o Balanço e a

Demonstração dos Resultados, o que por sua vez nos permite estudar a evolução da situação

financeira e da rentabilidade dessa mesma empresa (Neves, 2012).

Segundo Nunes (2009) para efetuar a análise financeira de uma empresa é necessário começar

por recolher informações que permitam realizar com eficiência a referida análise. As

informações contabilísticas que constam do Balanço e da Demonstração de Resultados

permitem construir novos mapas para avaliar o desempenho da empresa e o equilíbrio da sua

estrutura financeira.

O tecido empresarial português é muitas vezes caracterizado através de análises das situações

económicas e financeiras das empresas.

Segundo dados do relatório do sector da construção em Portugal do Instituto da Construção e

do Imobiliário (Gil, 2013), no final Junho de 2013 existiam 18.856 empresas de construção,

detentoras de Alvarás 1 emitidos por este organismo. A distribuição geográfica destas

empresas é predominantemente no norte e centro do país, com 32,6% e 29,2%,

respetivamente, sendo que o distrito de Leiria contava com 1.778 empresas de construção

civil, o equivalente a 9,43% do total das empresas.

As Pequenas e Médias Empresas (PME) estão sujeitas a fraquezas que segundo Guerra (2000)

classifica como endógenas e exógenas. Dentro das endógenas é de realçar o excessivo

endividamento de curto prazo, a falta de recursos a capitais próprios e a fraca transparência

informativa contabilística, variáveis que reduzem a credibilidade face às instituições

1 - Títulos obrigatórios segundo Dec. Lei 12/2004 para o exercício da actividade de construção.

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financeiras e por sua vez estas reagem com acréscimo de juros e spreads, o que dificulta

ainda mais a vida das empresas.

Nas fraquezas exógenas, salientam-se as fontes de financiamento ao dispor das PME que estão

restringidas, pelas instituições financeiras, a financiamentos de curto prazo (descoberto

bancário e/ou contas correntes).

Dentro dos vários rácios que são possíveis de construir com os dados das Demonstrações

Financeiras, é necessário perceber o que se pretende medir e qual o objetivo da análise

(Neves, 2012).

1.2 OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO / QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

O objetivo deste trabalho será efetuar a análise financeira das empresas, para avaliar o

desempenho financeiro das PME do sector da construção, no distrito de Leiria e a sua

evolução no período temporal 2011 a 2013.

A rentabilidade tem como fim avaliar a capacidade da empresa em gerar resultados através

de uma gestão eficiente dos meios disponíveis (Fernandes, Peguinho, Vieira e Neiva, 2014) e o

seu desempenho económico e financeiro identificando os fatores que a influenciam (Nabais e

Nabais, 2004).

O equilíbrio financeiro, que pode ser analisado nas perspectivas de curto prazo e/ou de médio

e longo prazo, tem como objetivo essencial medir a adequação dos tempos de transformação

em meios líquidos das entradas de fundos a fim de fazer face as exigências de saídas de

fundos (Neves, 2012; Fernandes et al., 2014).

Ao longo deste trabalho iremos encontrar a expressão desempenho financeiro, muitas vezes

também designada por performance financeira, consoante a terminologia adotada pelos

autores referenciados.

Para atingir o objetivo desta investigação será desenvolvida uma abordagem quantitativa.

• Vários são os estudos que abordam o desempenho financeiro das empresas a

um nível geral, no entanto são englobadas todas as empresas do sector, não

existindo diferencial no tamanho, na localização geográfica ou ao nível de

estatutos conquistados (PME Líder). Neste contexto, (Duarte e Lamounier,

2007) procederam à análise da situação financeira das empresas do setor da

construção civil. Por sua vez, (Horta, Camanho e Costa, 2012) analisaram a

solidez financeira e a inovação na indústria da construção em grandes

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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empresas e (Silva e Branco, 2012) debruçam-se sobre a sustentabilidade do

setor da construção civil, com base na comparação entre países.

No presente estudo, para prossecução do objetivo de investigação, estudaremos as PME Líder

do distrito de Leiria, dado serem PME que adquiriram este estatuto por serem empresas que

verificam uma Performance financeira de acordo com os requisitos impostos pelo Instituto de

Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI).

Tendo em linha de conta os estudos efetuados até à data, que têm abordado tópicos de uma

forma generalizada, e os objetivos desta investigação que têm por fim uma análise mais

pormenorizada, foi definida a seguinte questão de investigação:

• Seguirão o mesmo comportamento ao nível de desempenho financeiro, as

PME do sector da construção do distrito de Leiria, quando comparadas com a

média do setor em Portugal?

Serão tidas em conta para o presente estudo, variáveis da empresa, nomeadamente: a

localização, o tamanho da empresa e o envolvimento desta em prémios de reconhecimento da

performance financeira, procedendo-se à comparação entre os valores que iremos apurar e os

dados disponíveis para aquelas variáveis, no contexto do setor da construção, a nível

nacional.

Este trabalho comporta estruturalmente os seguintes capítulos:

O primeiro capítulo é constituído pela introdução e o enquadramento, onde se apresentam o

objetivo, a relevância do tema a estrutura presente trabalho.

O segundo capítulo apresenta, fundamentalmente, a revisão da literatura sobre os estudos

que se baseiam na análise financeira, a sua importância e método de análise dos rácios com o

objetivo da mensuração e análise da performance financeira.

No início do terceiro capítulo encontramos a justificação da utilização de rácios com o

objetivo da sua análise para a compreensão da performance financeira. Este capítulo está

subdividido em dois pontos principais, o estudo do equilíbrio financeiro e da rentabilidade,

onde são classificados e pormenorizadas as descrições de cada rácio em estudo e de como

devem ser lidos os seus resultados.

No capítulo quarto é efetuada uma caracterização geral do setor da construção e da situação

económico-financeira em Portugal. Ainda neste capítulo estão descritos o tipo de estudo e os

procedimentos metodológicos do mesmo.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Os resultados deste trabalho e sua discussão são apresentados no capítulo cinco.

Finalmente, no capítulo seis, são apresentadas as conclusões, algumas considerações finais e,

ainda, algumas limitações do presente estudo.

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Capítulo 2

2. REVISÃO DA LITERATURA • Sendo o objetivo geral deste trabalho a análise financeira das PME para

avaliar o seu desempenho financeiro, a teoria dos stakeholders ou teoria dos

grupos de interesse e a teoria financeira, concretamente, no que diz respeito

à maximização do valor e à maximização da riqueza dos acionistas ou

shareholdes, são pertinentes para o estudo do desempenho financeiro das

empresas.

Para Gitman (2000), o objetivo principal de uma empresa é a maximização da riqueza dos

acionistas, no entanto, muitas empresas estão a incluir os interesses dos stakeholders da

mesma forma que os acionistas. “A meta não é maximizar o bem-estar do stakeholders, mas

preservá-lo”.

Segundo Bassioni, Price e Hassan (2004), várias têm sido as pesquisas em torno da medição de

desempenho financeiro no setor da construção nos últimos anos.

Kenny (2007) considera que a indústria da construção é uma das mais importantes no mundo e

Nunes (2001), por sua vez, refere que a procura dirigida a este sector depende do grau de

desenvolvimento da economia, da conjuntura económica e do montante das despesas

públicas, sendo por esse motivo, uma actividade pró-cíclica, a qual se expande em períodos

positivos e manifesta recessões em fases mais negativas, sendo considerada como o

“barómetro” da economia. Talvez, por este motivo, Chen (2012) afirma que as empresas do

ramo da construção tendem a enfrentar um alto grau de incerteza e por sua vez, essa

incerteza aumenta a probabilidade das empresas se defrontarem com dificuldades

financeiras.

A identificação de medidas / relações financeiras que possam prever com precisão o

desempenho da empresa é de grande interesse para qualquer tomador de decisão. Para

Helfert (1997) a análise económico-financeira é um processo que ajuda a responder as

questões que se colocam aos gestores, dentro do contexto envolvente.

Na gestão da empresa, a compreensão dos diferentes conteúdos e intervalos de tempo de

várias medidas de desempenho financeiro é um pré-requisito para a tomada de decisões que

sejam racionais, sejam elas de caráter operativo, tático ou estratégico (citado em Lahtinen e

Toppinen, 2008; p.303).

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Segundo Neves (2012) a análise financeira “consiste na análise de cinco elementos principais:

• identificação e análise do ajustamento dos principais fluxos financeiros,

visando testar as condições de equilíbrio ao normal funcionamento da

empresa;

• análise da rendabilidade dos capitais e a sua eficiente utilização;

• a identificação e mensuração dos riscos operacionais e financeiros;

• a quantificação e análise do crescimento sustentável;

• a determinação e estimativa da criação de valor.” (cit.2012, p.132)

A informação obtida com base na análise financeira serve de base para o processo de tomada

dos vários tipos de decisão: decisões de investimento, decisões de financiamento, decisões de

dividendos e decisões ao nível da gestão de ativos/passivos correntes (Fernandes et al, 2014).

Alguns anos antes, Gitman e Forrester (1997) tinham manifestado que o conhecimento dos

rácios de desempenho financeiro dentro de uma empresa ajudaria na tomada de decisão em

quatro perspectivas:

- Financiamento – decisão acerca do tipo de financiamento, curto, médio ou longo

prazo e das fontes de financiamento (capital próprio ou capital alheio);

- Investimento - permite analisar qual o tipo de aplicação mais vantajosa para

empresa num dado momento;

- Ativo corrente - auxilia na decisão da utilização dos recursos que circulam várias

vezes num curto espaço de tempo, assumindo diferentes formas durante o processo produtivo

(stocks, dinheiro, etc.);

- Endividamento - permite tomar decisões quanto à proporção de capital alheio

(empréstimos ou créditos) que exijam reembolsos em datas fixas, tendo por base os recursos

totais da empresa.

Para Duarte e Lamounier (2007) a importância de obter informação confiável e em tempo

útil, tem uma grande vantagem num mercado que é altamente competitivo. Por conseguinte

é vital para as empresas realizarem análises financeiras e económicas livres de subjetividade,

para que seja possível a sua comparação e consequentemente uma melhoria na posição da

empresa no mercado.

As Demonstrações Financeiras, segundo Lee, Lin e Shin (2012), são uma ferramenta

indispensável para avaliar a situação financeira de uma empresa e fornecer as informações

financeiras aos seus stakeholders. No entanto, segundo Helfert (1997) o processo só é eficaz

quando os esforços do analista estão focados, numa primeira análise, para a estruturação do

problema e seu contexto e só posteriormente para a manuseamento dos dados.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Este é um tema que tem atraído a atenção nas mais diversas áreas, como os transportes, os

bancos, a agricultura ou ferro e aço (Horta et al, 2012).

Segundo Lahtinen e Toppinen (2008) as empresas não são todas iguais, mesmo operando no

mesmo segmento ou setor. As características internas das empresas diferem umas das outras

e causam variação no desempenho financeiro da empresa.

Dois dos pilares fundamentais de uma análise financeira são o Equilíbrio Financeiro e a

Rentabilidade, binómio defendido por Neves (2012) como o mais adequado para a análise

financeira.

Para se conseguir o equilíbrio financeiro é necessário que as entradas do período sejam iguais

ou superiores às saídas no mesmo período. Esta regra é essencial e obrigatória para a

sobrevivência das empresas e está diretamente relacionada com a rentabilidade das mesmas.

Ou seja, para que exista equilíbrio financeiro numa empresa é necessário que a mesma

consiga obter uma rentabilidade que possibilite o retorno dos capitais investidos (Neves,

2012).

Por outras palavras, o equilíbrio financeiro é uma condição indispensável para vida de uma

empresa, no entanto não é suficiente, a rentabilidade por outro lado é uma condição

necessária para a sua sobrevivência (Neves, 2012).

Podemos então concluir que a rentabilidade e o equilíbrio financeiro assumem-se

particularmente relevantes na análise financeira da empresa.

A maioria das empresas de construção dá uma grande importância à rentabilidade financeira

como medida de desempenho (Kagioglou in Pinheiro, 2011).

Segundo Chandler, Kaplan e Nelly et al., citados por Pinheiro (2011), terá sido por volta do

ano 1925 que foram criados a maioria dos métodos e técnicas de avaliação financeira ainda

hoje aplicados nas empresas.

A técnica mais comum na análise financeira das empresas é a construção e interpretação de

rácios e indicadores2 (Cheng e Rong, 2001), uma vez que estes permitem obter informação

relevante e mais completa, do que o simples analisar de valores absolutos que constam das

Demonstrações Financeiras (Fernandes et al, 2014).

2 - Embora ao longo deste estudo se empregue maioritariamente a palavra “rácio”, diversos autores usam para a mesma definição “indicador” e/ou “índice”

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Ao longo dos tempos a análise de rácios tem sido útil não só para a análise e avaliação

estratégica, mas também para controlo de gestão, análise de crédito ou estimativa do risco

de mercado (Neves, 2012).

Os rácios financeiros são a única informação disponível em que investidores e usuários

externos podem basear as suas opiniões sobre as empresas de construção (Langford, Iyagba e

Komba, 1993), sendo uma técnica fundamental para a análise financeira das mesmas (Neves,

2012).

Neves (2012) define a técnica dos rácios como sendo a relação entre as rubricas/contas do

Balanço, da Demonstração de Resultados e da Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Segundo Delen, Kuzey e Uyar (2013) não existe uma lista universal que defina o tipo, os

métodos de cálculo e o número de índices financeiros a utilizar nas investigações. No entanto,

a maioria dos livros e estudos de investigação publicados em revistas científicas conceituadas,

sugerem um número entre vinte e trinta índices, maioritariamente usados, que concordam ser

o suficiente para avaliar o desempenho financeiro de uma empresa.

Para Ocal, Oral e Vural (2007) existem vinte e cinco rácios que são importantes para as

empresas de construção. Estes autores consideram cinco rácios independentes, como sendo os

mais sensíveis às mudanças económicas de um país: liquidez, estrutura de capital e

rentabilidade, eficiência da atividade, margem de lucro e crescimento e estrutura dos ativos.

A análise destes rácios pode ser usada, tanto pelo governo para analisar as mudanças na

indústria, em relação ao tempo, como pelas próprias empresas de construção civil para

analisar a sua situação financeira face aos seus concorrentes.

Horta et al (2012) concluem no seu estudo de empresas da indústria de construção, que os

rácios mais importantes a medir para uma análise financeira deverão ser: a alavancagem, a

rentabilidade e a liquidez.

Por sua vez, Lin, Liang e Chen (2011) no seu estudo empírico confrontam e questionam os

estudos anteriores, que defendem que os rácios financeiros de medição de liquidez,

rentabilidade e solvência são os rácios mais importantes para a detecção de dificuldades

financeiras. Segundo estes autores, a confiança nestes índices financeiros pode ser

problemática, uma vez que a ordem de importância, por exemplo, ainda não está clara.

Os índices mais importantes são a rentabilidade, a alavancagem, a dívida, o crescimento de

vendas e outros índices relacionados com os ativos da empresa. Delen et al (2013)

caracterizam estes rácios da seguinte forma: os índices de rentabilidade indicam a

capacidade de uma empresa controlar os seus custos e despesas, a sua monitorização permite

melhorar o desempenho financeiro da mesma; a análise dos índices de alavancagem e de

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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dívida permitem avaliar a melhoria do desempenho. Se uma empresa investe recursos obtidos

através de financiamento por capital alheio em operações rentáveis, terá provavelmente um

maior desempenho, com o cálculo do rácio de crescimento das vendas e taxa de rotatividade

de ativos é possível verificar a capacidade de uma empresa gerar vendas. Portanto, uma

empresa com um bom desempenho de vendas terá por conseguinte um bom desempenho

global.

Segundo (Titman e Wessels, 1998; Gaud, Hoesli e Bender, 2007; Hovakimian, Hovakimian e

Tehranian, 2004; Vieira e Novo, 2010), o cálculo dos rácios de endividamento são o suporte

para uma outra temática bastante desenvolvida: a estrutura de capital.

Balatbat, Lin e Carmichael (2010) defendem que a literatura existente sobre o uso de índices

financeiros para avaliar o desempenho passado das empresas de construção, parece estar

circunscrita ao ROA (rentabilidade dos ativos) e ROE (rentabilidade dos capitais próprios).

Como podemos verificar não existe um consenso na literatura relativamente à quantidade de

rácios a calcular para obter uma boa análise, assim como, também diversificam as opiniões

sobre quais os rácios mais importantes.

Duarte e Lamounier (2007) defendem que devido à velocidade da informação na era da

globalização e tecnologia atual, o comportamento das pessoas, quer sejam clientes ou

gestores de empresas, tem-se alterado significativamente, com o objetivo de procurar a

melhor oferta de mercado, tornando-se bastantes seletivos. Por conseguinte, estes autores

afirmam que para a empresa saber que posição ocupa no mercado, é necessário uma análise

financeira e económica que sirva de base de comparação com o seu setor de atuação, para

que estas se possam manter altamente competitivas e à frente dos concorrentes.

Efetuar a análise financeira de qualquer empresa através da técnica dos rácios só faz sentido

se existir uma base de comparação. O Banco de Portugal fornece através do seu website,

“Quadros do Setor” que são bastante úteis e com grande detalhe quando o objetivo é

comparar com a média do setor. Para aceder a todos os dados de empresas concorrentes,

sejam eles contabilísticos ou não, existem em Portugal empresas que vendem esse tipo

informação (Coface, Informa D&B, SABI do Bureau van Dijk e através da IES do Ministério da

Justiça) (Neves, 2012).

A utilização de padrões de comparação, como sejam os rácios setoriais, permite igualmente

efetuar um diagnóstico ajustado à realidade em que a empresa se insere (Fernandes et al.,

2014).

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A revisão da literatura sugere que os índices financeiros têm sido grandemente utilizados de

forma abrangente para mensuração do desempenho financeiro das empresas (Yunus e Malik,

2012), sendo a base de todas as análises financeiras (Neves, 2012).

Como podemos verificar pela literatura atrás referida existe uma grande diversidade de

rácios. Consoante a informação que nos proporcionam, podem ser classificados em: Rácios

Financeiros, Rácios Económicos, Rácios Económico-Financeiros e Rácios de Atividade ou

Funcionamento e também Rácios Técnicos e Rácios de Desempenho Bolsista (Fernandes et al.,

2014 e Neves, 2012).

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Capítulo 3

3. ANÁLISE FINANCEIRA A construção e interpretação de rácios e indicadores são a técnica de análise financeira mais

comum. Estes permitem-nos ter uma imagem “global” do desempenho financeiro, e sua

comparação ao longo do tempo, permite verificar a evolução do mesmo.

Os rácios selecionados para a obtenção do objetivo deste trabalho, são maioritariamente

construídos através de dados retirados do Balanço. O Balanço é o documento mais importante

resultante do sistema contabilístico, que expressa a situação financeira da organização num

determinado momento, daí esta ser considerada uma análise estática.

Como já foi referido anteriormente o objetivo final de qualquer organização empresarial é o

de maximização da riqueza para os seus acionistas ou sócios.

Assim, entendeu-se que a análise neste trabalho deveria ser feita sobre os rácios essenciais à

análise da performance financeira das empresas, uma vez que o seu resultado nos permite

concluir como estão a evoluir as organizações e se as mesmas estão a maximizar a riqueza ou

pelo contrário se encontram em evolução negativa possibilitando a não solvência das mesmas.

Resumidamente na figura seguinte podemos observar o papel da análise financeira.

Fig. 1 - Papel da análise financeira (adaptado de Fernandes et al., 2014)

Informação contabilística

Aplicação de técnicas de análise - Rácios

Análise da situação económico -financeira

Performance

Financeira

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A análise financeira através dos rácios tem como objetivo medir o equilíbrio financeiro e a

rentabilidade da empresa.

Os rácios de equilíbrio financeiro dividem-se essencialmente em duas vertentes: curto prazo e

médio e longo prazo. Sendo que os de curto prazo têm por base os ativos correntes que

devem ser financiados por capitais de curto prazo e que se podem transformar em meios

líquidos num prazo de um ano, capazes de solver as exigibilidades rapidamente. Os de médio

e longo prazo são construídos com base nos ativos não correntes que devem ser financiados

por capitais permanentes e que consigam gerar meios financeiros capazes de solver as dívidas

à medida que estas se vão vencendo (Fernandes, 2014).

Na análise do equilíbrio financeiro a longo prazo estão incluídos os rácios de autonomia

financeira e de solvabilidade, a curto prazo temos os rácios de liquidez geral, liquidez

reduzida e liquidez imediata (Neves, 2012; Fernandes, 2014).

A análise da rentabilidade, sendo uma vertente mais económica, foca-se essencialmente na

Demonstração de Resultados, e tem como objetivo conhecer a capacidade da empresa em

obter ganhos e incorrer em gastos (Moreira, 1999).

3.1 EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Para Moreira (1999), a análise financeira centra-se em torno do estudo do equilíbrio

financeiro, e define-se como a capacidade da empresa solver os seus compromissos

financeiros à medida que estes se vão vencendo.

O equilíbrio financeiro é, portanto, conseguido com uma correta harmonia entre o tempo que

se espera para transformar os ativos em dinheiro e a transformação das dívidas em passivo

corrente exigível (Neves, 2012).

O equilíbrio financeiro é o conceito fundamental para perceber o nível de liquidez da

empresa (Neves, 2012). Os rácios financeiros relacionam rubricas do Balanço, permitindo

analisar o equilíbrio das massas patrimoniais desta Demonstração Financeira (Fernandes et

al., 2014) e por conseguinte a sua solidez financeira (Neves, 2012).

3.1.1 CURTO PRAZO

Para obtermos informações sobre a capacidade da empresa em cumprir as suas obrigações

financeiras de curto prazo, analisamos os rácios de liquidez. Os rácios de liquidez mais

utilizados nos diversos estudos são os de liquidez geral e liquidez reduzida (Ponikvar, Tajnikar

e Pusnik 2007).

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Liquidez Geral

A liquidez geral mede a capacidade de uma empresa cumprir os seus compromissos

financeiros de curto prazo, à medida que estes se vão vencendo. (Qto.> rácio > segurança p/

credores). Indica-nos em que medida as responsabilidades a curto prazo se encontram

cobertas por ativos correntes, que se espera que sejam convertidos em meios líquidos num

período semelhante ao das responsabilidades (Ponikvar et al, 2007).

O valor apurado neste rácio deve ser superior a 1 para que a empresa se apresente

equilibrada financeiramente. Carece de informação sobre a rapidez de transformação líquida

dos diversos ativos.

Liquidez Geral = Ativo Corrente (1)

Passivo Corrente

Liquidez Reduzida

A liquidez reduzida leva em consideração o valor dos inventários, tendo em conta a

possibilidade de existirem dificuldades que impeçam a rápida transformação dos mesmos em

dinheiro, o que permite verificar se a empresa tem capacidade de solver os seus

compromissos não recorrendo aos inventários (Ponikvar et al, 2007).

Liquidez Reduzida = Ativo Corrente – Inventários (2)

Passivo Corrente

No sentido de complementar esta análise analisaremos igualmente dois rácios de atividade

(PMP e PMR), que nos permitem avaliar o grau de eficiência da gestão dos ativos pertencentes

à empresa, o que se mostra determinante para alcançar uma situação de equilíbrio

financeiro. Os seus resultados são avaliados em termos do número de rotações ou tempos de

duração (Fernandes et al., 2014).

Prazo Médio de Recebimentos

Avalia a eficiência da política de crédito concedido aos clientes, uma vez que o resultado nos

dá informação sobre o tempo médio que os clientes demoram a liquidar as dívidas. Um

resultado elevado, pode traduzir ineficiência nas cobranças ou fraco poder negocial e poderá

provocar problemas de tesouraria (Fernandes et al., 2014).

Prazo Médio de Recebimentos = Saldo de clientes x 365 dias (3)

Volume de Negócios x (1+taxa de IVA)

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Prazo Médio de Pagamentos

Indica o tempo médio que a empresa demora a liquidar as dívidas aos seus fornecedores. O

seu resultado pode ser interpretado de duas formas, um valor baixo pode indicar que a

empresa não tem grande poder negocial e poderá a vir a ter problemas de tesouraria, por

outro lado um valor elevado pode apontar para dificuldades em cumprir as suas obrigações

(Fernandes et al., 2014).

Prazo Médio de Pagamentos = Saldo de fornecedores x 365 dias (4)

Compras x (1+taxa de IVA)

3.1.2 MÉDIO E LONGO PRAZO

Autonomia Financeira

Pretende mensurar em que medida os ativos são financiados por capitais próprios. Evidencia a

independência financeira da empresa perante capitais alheios. Mede a participação do capital

próprio no financiamento/investimento da empresa, por exemplo, por cada 100€ aplicados na

empresa, permite determinar o contributo dos capitais próprios. Quanto maior o valor da

autonomia financeira maior a proporção de capitais próprios aplicados, i.e, menor risco de

insolvência a prazo.

Nabais e Nabais (2004) consideram este rácio como sendo de grande importância, uma vez

que é muito usado pelas instituições financeiras aquando da contratação de financiamento,

pois permite avaliar o risco financeiro da empresa.

Não existem valores definidos para a autonomia financeira (AF) apropriada, contudo, é

comummente aceite que um grau de AF inferior a 20% corresponde a exposições excessivas a

capitais alheios.

Autonomia Financeira = Capital Próprio x 100 (5)

Total do Ativo

Taxa de Endividamento

Pretende mensurar em que medida os ativos são financiados por capitais alheios. Evidencia a

dependência financeira da empresa face a capitais alheios. Mostra a capacidade de

endividamento da empresa a médio e longo prazo. Mede a participação de capitais alheios no

financiamento/investimento da empresa, i.e., por cada 100€ aplicados na empresa, permite

determinar o contributo dos capitais alheios. Quanto maior o valor da taxa de endividamento

maior a proporção de capitais alheios aplicados, i.e, maior o risco de insolvência a prazo. É

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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comummente aceite que um grau de endividamento superior a 80% corresponde a exposições

excessivas a capitais alheios.

Endividamento = Total do Passivo x 100 (6)

Capital Total*

*capital total= capital próprio + passivo

Solvabilidade Geral

Determina o grau de cobertura do passivo por capital próprio, permitindo concluir sobre a

capacidade da empresa em fazer face aos compromissos financeiros assumidos e por

conseguinte da sua solvência a longo prazo (Ponikvar et al, 2007), assim como a sua

independência financeira face a terceiros (Nabais e Nabais, 2004).

Valores iguais ou superiores a 1 exprimem que o capital próprio detido pela empresa permite

assegurar a totalidade dos créditos, maior poder negociação, mais garantias para os credores

e mais garantias para novos financiamentos.

Solvabilidade = Capital Próprio (7)

Total do Passivo

Grau de cobertura do Imobilizado

Determina se a empresa está a financiar o ativo não corrente (imobilizado) por capitais

permanentes (capital próprio e passivo não corrente).

Valores iguais ou superiores a 1 indicam que os capitais permanentes são iguais ou superiores

ao ativo não corrente.

Grau de cobertura do Imobilizado = Capital Próprio + Passivo Não Corrente (8)

Ativo Não Corrente

3.2 RENTABILIDADE

Uma boa medida da performance financeira são os rácios de rentabilidade que nos permitem

avaliar a capacidade da empresa em gerar riqueza (Delen et al 2013).

A rentabilidade pode ser analisada numa prespetiva operacional ou numa prespetiva

estratégica. Na primeira prespetiva observa-se a analogia entre os resultados e o volume de

negócios da empresa, na segunda relaciona-se os resultados com o investimento (Fernandes

et al., 2014).

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Existem vários rácios para medir a rentabilidade: rentabilidade dos capitais próprios,

rentabilidade do ativo económico, rentabilidade do investimento, rentabilidade dos capitais

investidos, no entanto todos eles têm como objetivo analisar a eficiência da gestão e a

capacidade de gerar lucros, uma vez que analisam a utilização dos recursos disponíveis -

monetários, materiais, equipamentos, humanos (Ponikvar et al, 2007; Neves, 2012 e

Fernandes et al., 2014).

Os rácios económico-financeiros relacionam valores de duas Demonstrações Financeiras, o

Balanço e a Demonstração de Resultados (Fernandes et al., 2014).

Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROE)

Reflete o rendimento usufruído por cada unidade de capital pertencente aos sócios. Este

rácio mede a taxa de retorno do capital próprio. É um rácio de aferição da eficácia de gestão,

desde que mostre a eficiência dos lucros aplicados no próprio negócio. É, por essa mesma

razão, a medida de eficiência preferida pelos sócios/acionistas e investidores (Balatbat et al,

2010 e Neves, 2012)

Rentabilidade dos Capitais Próprios = Resultado Liquido x 100 (9)

Capital Próprio

Rentabilidade do Ativo (ROA)

É o rácio eleito pela maioria dos autores que estudam e investigam a temática da análise

financeira, por esse mesmo motivo e considerando a importância do seu resultado, não

poderíamos deixar de o incluir e fazer dele o um dos objetivos deste trabalho.

Como já visto anteriormente, o objetivo principal de qualquer empresa é a criação de valor e

riqueza, então este é o rácio por excelência para a medição da eficácia da empresa, de como

estão a ser usados os ativos totais pela empresa.

O ROA é um rácio bastante tradicional em muitos estudos de análise financeira, apesar de

alguns analistas o calcularem numa prespetiva de resultados brutos, Neves (2012), defende

que deverá ser calculado após a dedução das amortizações.

Mede a participação dos ativos nos resultados líquidos da empresa e a eficiência da gestão na

aplicação dos ativos após dedução de todos os custos e impostos, ou seja com as decisões de

investimento. Quanto maior a taxa, maior a disposição para a empresa apresentar resultados

(Fernandes et al., 2014).

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Rentabilidade do ativo = Res. Líquido do período + Gastos de financiamento (1-t) x 100 (10)

Ativo Total

Uma vez que mede essencialmente as aplicações feitas pelas empresas e não está dependente

das decisões de financiamento, ao resultado líquido adicionamos os gastos de financiamento

corrigido pelo valor fiscal (Fernandes et al., 2014).

Como complemento a este estudo serão igualmente analisados os valores apresentados nos

Custos com o Pessoal (Valor da conta 63 da Demonstração de Resultados), a fim de averiguar

se as empresas em análise têm remunerações equivalentes às restantes do mesmo setor.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

19

Capítulo 4

4. METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO No seguimento da crise financeira mundial, iniciada no mercado imobiliário dos Estados

Unidos da América em 2008, países europeus como Portugal, Irlanda, Grécia, Itália e Espanha,

necessitaram de pedir o apoio financeiro da zona euro e do Fundo Monetário Internacional

devido ao endividamento descontrolado. No entanto para receber ajuda económico-financeira

estes países tiveram de adotar medidas de austeridade, afetando quer as despesas quer a

receitas públicas. A austeridade no nosso país implicou muitos cortes no investimento, o que,

por sua vez, provocou uma evidente desaceleração da atividade económica.

O setor da construção, que como atrás já foi referido, considerado o impulsionador da

economia nacional, sofre fortemente os efeitos desta crise que se mantêm desde 2008, tendo

visto a sua situação económica a degradar-se, quer no seu volume de negócios, quer na

contribuição no mercado nacional de emprego.

Internamente as políticas de retração do investimento privado e do investimento público,

impondo a contenção da despesa publica afetam muito negativamente o setor da construção.

No contexto económico nacional no ano 2012 o PIB caiu 3,2% e o desemprego aumentou, a

política orçamental manteve uma orientação contracionista e restrições ao nível das

condições monetárias e financeiras (Banco de Portugal).

Segundo dados do Euroconstruct3 (2014), a taxa de “crescimento” no sector da construção em

2012 em Portugal foi de -15,5%. Como podemos verificar na tabela 1, este valor foi o mais

acentuado dos últimos anos e o nosso país foi, de entre os 19 pertencentes ao Euroconstruct,

o mais atingido pela recessão. No entanto, podemos verificar um ligeiro aumento de 1% em

2013, e as previsões apresentadas a partir de 2015 são já de taxas positivas.

3 - Rede Europeia de 19 institutos vocacionados para a análise do setor da construção, criada em 1975 e

no qual Portugal está representado através do ITIC.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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Tabela 1 - Taxas de crescimento real no setor da construção %

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

(e)

2015

(e)

2016

(p)

Portugal -4,8 -9,8 -6,2 -10,0 -15,5 -14,5 0,0 2,5 3,5

Países do

Euroconstruct

-3,7 -8,8 -3,4 0,2 -5,5 -2,7 1,3 2,0 2,2

Fonte: 77ª Euroconstruct Conference Nota: (e)estimado (p) previsto

A reforçar os dados acima, o Jornal da Construção (Dezembro 2012), publicado pelo Instituto

Técnico para a Indústria da Construção (ITIC), membro do Euroconstruct, afirma que, sem

procura e com os aspetos financeiros, nomeadamente, os elevados encargos e carga fiscal e

os atrasos nos pagamentos do Estado, a constituírem as principais condicionantes da

actividade, a construção segue, por um caminho que, se não for já atalhado, dificilmente terá

retorno.

De acordo com a informação disponível na Central de Balanços do Banco de Portugal, o setor

da Construção representava em 2012 cerca de 12% das empresas, 7% do volume de negócios e

11% do número de pessoas empregadas em empresas não financeiras, conforme podemos

observar na figura 2. Este volume de negócios encontrava-se dividido em 40% na Construção

de edifícios (CAE 412), 22% atividades especializadas (CAE 43x) e 38% outras atividades ligadas

ao setor da construção (Banco de Portugal).

Fig. 2 -Top 3 Setores de Atividade (Banco de Portugal)

Em 2012 grande parte das empresas do setor da construção eram microempresas (88%)

enquanto as grandes empresas apenas representavam 0,1% do setor. As PME eram

responsáveis por 49% do emprego e 45% do volume total de negócios na Construção (Banco de

Portugal).

À semelhança dos últimos cinco anos a taxa de crescimento no sector da construção em

Portugal, no 1º semestre de 2013, voltou a registar uma significativa contração, o que reflete

a continuação da recessão económica (Gil,1013).

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

21

Segundo o Banco de Portugal, a atividade na zona euro continua débil, manifestando

pequenos sinais de recuperação, no entanto dois dos principais parceiros comerciais de

Portugal, Alemanha e Espanha não oferecem sinais positivos nas condições económicas.

Alemanha está a desenvolver-se a uma taxa reduzida e Espanha continua em recessão.

O processo de implementação de fortes medidas restritivas da política orçamental,

implementado em 2011, no seguimento do processo de ajustamento da economia portuguesa,

permitiu que em 2013 a nossa economia começasse a apresentar uma pequena evolução, um

pouco também devido à ligeira melhoria nas condições de financiamento (Gil, 2013).

O investimento no 2º trimestre de 2013, no setor da construção civil registou uma diminuição

de 13% face ao período homólogo de 2012. No entanto um menor abrandamento do que se

tinha refletido nos anos anteriores (Gil, 2013).

Relativamente ao emprego na construção, no 2º trimestre 2013, a taxa registou uma

diminuição de 6,7%, acompanhando a tendência nacional, fixando assim o número de 301,9

mil indivíduos empregados neste sector o que corresponde a 6,7% da totalidade da população

empregada (Gil, 2013).

Com este ambiente tão pouco atrativo, é fundamental e pertinente examinar o desempenho

financeiro das empresas de construção, verificando a possibilidade de melhorias de eficiência

sustentáveis. Segundo Ocal, et al (2007), experiências vividas em países que atravessaram

crises económicas, sugerem que é vital fomentar as atividades de construção, a fim de sair da

estagnação. Sendo que a análise financeira das mesmas é a base para que os governos possam

tomar medidas.

Segundo Gil (2012), o setor da construção terá de continuar a enfrentar os grandes

ajustamentos, também bastante devido aos excessos de nova construção em Portugal

registados nas últimas duas décadas, quer de edifícios quer de infraestruturas. Na opinião

desta autora a solução mais viável para as empresas da construção poderá continuar a passar

pela internacionalização.

Devido à conjuntura económica instalada em Portugal e o difícil acesso ao crédito, têm vindo

a agravar-se as dificuldades de tesouraria das empresas, o que por sua vez, se tem refletido

no número de insolvências, que têm vindo a aumentar nos últimos anos (Gil, 2013).

Apesar da análise da Performance Financeira, não ser um tema inovador, é importante

perceber como se comportam as empresas financeiramente, perante uma crise financeira

como a que está instalada nos nossos dias e perceber como se financiam as empresas (capital

próprio ou capital alheio), uma vez que o acesso ao crédito está cada vez mais restrito.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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4.1 ABORDAGEM DE INVESTIGAÇÃO

Para atingir o objetivo que é proposto para este estudo, será efetuada uma análise das

Demonstrações Financeiras e dos seus dados referentes ao período 2011 a 2013, das empresas

da amostra, afim de calcular os rácios descritos.

Uma vez que se trata de um estudo descritivo, irá ser efetuada uma análise de forma isolada

por cada uma das variáveis (rácios), trata-se portanto, de uma análise univariada. Após o

apuramento dos valores, estes serão confrontados com a média do setor, através da base de

dados da central de Balanços do Banco de Portugal, a fim de proceder à sua comparação.

Segundo Duarte e Lamounier (2007), esta forma de avaliação por comparação com rácios-

padrão reduz a indução de erro, devido à eliminação da subjetividade do analista, sendo que

esta comparação permite concluir se a situação de uma determinada empresa está melhor,

pior ou enquadrada no padrão do setor.

Na realização de estudos empíricos, como é o presente, é possível a adoção de dois métodos

distintos: quantitativo e/ou qualitativo. Os métodos quantitativos são caracterizados por ter

como base a indução probabilística do positivismo lógico, são de mediação penetrante e

controlada, são objetivos, têm inferências para além dos dados, confirmação inferencial

dedutiva, orientada para os resultados, dados “sólido e repetível”, generalizável,

particularista e de realidade estática (Reis, 2001).

As variáveis quantitativas são as que podem ser medidas numa escala métrica. Com este tipo

de variáveis é possível calcular e analisar as médias, desvios-padrão e aplicar o ANOVA, a

correlação e regressão linear, por exemplo (Reis, 2001).

Segundo o que foi descrito e atendendo aos objetivos traçados para este estudo serão

utilizadas as variáveis quantitativas, uma vez que são melhores que as meramente ordinais ou

nominais, porque possuem mais informação e são suscetiveis de lhes serem aplicadas provas

estatísticas mais fortes (Reis, 2001). Além disso, a natureza dos dados aos quais se teve

acesso influencia a natureza das variáveis obtidas, ou seja, de caráter quantitativo.

4.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No seguimento do que foi referido anteriormente, este estudo irá recair sobre as empresas do

sector da construção que possuem Classificação Portuguesa das Atividades Económicas,

Revisão 3 (CAE-Rev.3) pertencente à Secção F - Construção, Grupos:

• 412 - Construção de edifícios (residenciais e não residenciais);

• 432 - Instalação elétrica, de canalizações, de climatização e outras instalações;

• 433 - Atividades de acabamento em edifícios;

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• 439 - Outras atividades especializadas de construção,

do distrito de Leiria e que tenham sido distinguidas com o estatuto de PME Líder em 2013.

De acordo com a Recomendação da União Europeia L124 / 36 (2003/361 / CE) e Decreto de

Lei nº372/2007 adotados pelo IAPMEI: a empresa é considerada uma PME quando enquadra

dois dos seguintes critérios:

1) menos de 250 trabalhadores;

2) total do Balanço anual não exceda 43 milhões de euros;

3) volume de negócios anual não superior a 50 milhões de euros.

“PME Líder” é uma marca registada do IAPMEI. O estatuto PME Líder tem como base os

seguintes critérios4:

a) Empresas que assegurem a condição de PME, de acordo com a Recomendação da

Comunidade Europeia de 6 de Maio de 2003 (2003/361/CE);

b) Situação regularizada perante a Administração Fiscal, a Segurança Social, o IAPMEI e o

Turismo de Portugal;

c) Foco em Pequenas e Médias Empresas que prossigam estratégias de crescimento e de

reforço da sua base competitiva, selecionadas através da superior capacidade de escrutínio e

de uma ampla implantação no território nacional, pelos bancos protocolados;

d) Perfil de risco posicionado nos mais elevados níveis dos sistemas internos de notação de

risco dos bancos protocolados, e cuja uniformização se processa por relações estabilizadas e

formalizadas com as entidades do Sistema Nacional de Garantia Mútua (rating AAA; AA e A);

e) Empresas que, para além do superior perfil de rating, tenham pelo menos três exercícios

de atividade completos e que apresentem, com contas fechadas de 2013:

(i) resultados líquidos positivos ou crescimento do volume de negócios ou crescimento

EBITDA, com EBITDA positivo nos dois anos em análise;

(ii) autonomia financeira >= 25% (Capitais Próprios/Ativo Líquido);

(iii) volume de negócios >= 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil euros);

(iv) número de trabalhadores (UTA) >= 10.

4 - http://www.iapmei.pt/iapmei-mstplartigo-01.php?temaid=170&msid=6

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

24

Considerar-se-á a localização geográfica das empresas correspondente à localização da sede.

Para a seleção da amostra, irá ser utilizada a base de dados do IAPMEI para o ano 2013,

procedendo à exclusão das empresas que não apresentarem dados contabilísticos na base de

dados da Dun & Bradstreet (Informa D&B).

Para conseguir os objetivos deste estudo irá ser utilizada a técnica de análise de variáveis

quantitativas (rácios / indicadores), mediante os dados apresentados no website do Informa

D&B, e que correspondem aos dados contabilísticos, comunicados anualmente pelas empresas

às conservatórias do registo comercial através da IES5.

Considerámos os seguintes rácios económico-financeiros como variáveis de investigação:

Liquidez Geral, Liquidez Reduzida, Autonomia Financeira, Taxa de Endividamento,

Solvabilidade Geral e Grau de Cobertura do Imobilizado, que permitem a análise do equilíbrio

financeiro e também Rentabilidade dos Capitais Próprios e Rentabilidade do Ativo total para a

análise da rentabilidade financeira. Para ajudar na interpretação dos rácios utilizaremos

ainda dados como o Prazo Médio de Recebimentos; Prazo Médio de Pagamentos e Gastos com

o Pessoal.

Com base na análise dos rácios do equilíbrio financeiro podemos analisar e compreender mais

objetiva e profundamente a análise financeira da empresa.

Posteriormente os dados obtidos serão comparados com os dados agregados disponíveis na

Central de Balanços do Banco de Portugal - “Quadro do Setor” para a atividade F –

Construção, para o mesmo período temporal.

4.3. CONTEXTO DE ANÁLISE

Conforme Fig.3 e segundo dados do INCI, a região Centro, onde se localizam geograficamente

as empresas da nossa amostra, conta com 29,2% do total das empresas portuguesas que

detêm alvará para construção civil, sendo que no distrito de Leiria se encontram 1.395

empresas (dados do INCI 27.10.2014)6.

5 - IES – Informação Empresarial Simplificada. Através da IES as empresas cumprem, de uma única vez, as obrigações de declaração das contas. 6 - http://www.inci.pt/Portugues/Construcao/consultaemp/Paginas/Alvara.aspx

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25

Fig. 3 - Distribuição de alvarás por região NUTS III (2013) Fonte: INCI

O distrito de Leiria fica inserido na Região Centro de Portugal e abrange três NUTS III Pinhal

Litoral, Oeste e Pinhal Interior Norte apresentando-se como área de grande influência

socioeconómica (Camara Municipal de Leiria).

Pertencem ao distrito de Leiria 16 municípios7: Alvaiázere; Castanheira de Pêra; Pedrogão

Grande; Ansião; Leiria; Batalha; Porto de Mós; Marinha Grande; Nazaré; Alcobaça; Caldas da

Rainha; Figueiró dos Vinhos, Óbidos; Peniche; Pombal e Bombarral.

Segundo os dados apurados e tratados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no

levantamento dos Censos em 2011 o distrito possuía um total de 467.340 habitantes.

O total do distrito contava, em 2011, com 3.000 sociedades de empresas da secção F do CAE

REV.3 atingindo um volume de negócios de 1.531.424 milhares de euros e empregando 23.253

pessoas (Relatório INE).

Inseridas no concelho de Leiria estão 29 freguesias e segundo os censos de 2011, possuíam

126.348 habitantes, sendo que 42.785 residem na cidade de Leiria.

A região de Leiria, em termos de estrutura setorial, vive de várias atividades económicas, no

entanto o setor agrícola, extrativo, da indústria transformadora e da construção são os que

têm maior peso na região (Universidade Autónoma, 2002).

7 - http://www.freguesiasdeportugal.com/distritos_portugal/distritodeleiria.htm

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26

Segundo os registos do IAPMEI, em 2013, existiam 37 empresas no distrito de Leiria com o

estatuto de PME Líder do setor da construção e que possuem os CAE em análise no presente

trabalho, num universo de 540 do total de setores8.

Na tabela 2 são apresentadas algumas características da nossa amostra. O “tamanho” das

empresas representado pelo total de ativos, o volume de negócios, capital próprio ou número

de trabalhadores, evidencia uma diferenciação entre as mesmas.

No entanto num estudo efetuado por Yee e Cheah (2006) sobre a rentabilidade nas empresas

de construção permitiu-lhes concluir que não existe uma correlação significativa entre o

tamanho da empresa e a sua rentabilidade.

Após uma análise sintética dos dados, verificamos que 84% das empresas da nossa amostra são

Sociedades por Quotas, taxa que se encontra em consonância com os dados do Banco de

Portugal a nível nacional, que apresenta 88% para este tipo de sociedades no setor da

construção.

Concluímos também que 54% das empresas da nossa amostra tiveram atividade de exportação

no ano de 2013.

Tabela 2 - Características da Amostra

Média Desvio-Padrão Mínimo Máximo

Nº Sócios 2,65 1,20 1 7

Idade da empresa 19,03 8,15 8 38

Nº Funcionários 31,38 24,37 10 122

Ativo Total (em milhares) 3104 4483 563 27142

Vol. Negócios (em milhares) 3322 5327 638 31728

Capital Próprio (em milhares) 1338 1465 238 7034

Quando comparamos com outras atividades desenvolvidas ao nível do distrito, concluímos

que, em 2012, o setor da construção representava 16% em número de empresas e 14% em

termos de volume de negócios conforme figura 4 (Banco de Portugal, 2014).

8 - http://portalnacional.com.pt/leiria/leiria/

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27

Fig. 4 - Peso do setor da construção por distrito

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28

Capítulo 5

5.RESULTADOS Como já foi exposto anteriormente este trabalho incide sobre a análise financeira de vários

rácios de equilíbrio financeiro, de curto e médio e longo prazo e de rentabilidade.

Nos pontos seguintes iremos analisar os referidos rácios com base na estatística descritiva

para a nossa amostra que abrange 37 PME para cada um dos anos em análise.

Em relação aos dados obtidos do banco de Portugal foram consideradas 46.836 empresas para

o ano 2011, 44.455 empresas no ano 2012 e 41.944 empresas no ano 2013.

Para uma síntese dos dados obtidos apresentamos nos subpontos seguintes não só as tabelas

de cada um dos rácios em análise, mas igualmente os gráficos correspondentes que permitem

uma leitura mais rápida dos referidos dados.

5.1 EQUILÍBRIO FINANCEIRO

5.1.1. CURTO PRAZO

O rácio de Liquidez Geral (fórmula 1) apresentado na tabela 3 e gráfico 1 sugerem que do ano

2011 para 2012 existiu uma variação positiva de 29%, no entanto no ano 2013 registou-se uma

ligeira descida de 17%, fixando-se em 2013 no valor de 2,19.

Os resultados deste rácio ao longo do triénio em análise mostraram-se sempre superiores a 1,

logo podemos afirmar que o valor do ativo corrente é superior ao do passivo corrente. Esta

condição reflete um baixo risco para os credores, uma vez que, a realização dos ativos

correntes em liquidez é bastante, para fazer face às dívidas de curto prazo e permanecendo

ainda com uma margem de segurança.

Tabela 3 - Liquidez Geral

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 2,03 2,63 29% 2,19 -17%

Desvio Padrão 1,07 2,54 137% 1,05 -59%

Mínimo 0,89 0,89 -1% 0,56 -37%

Máximo 4,74 15,81 234% 4,37 -72%

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29

Gráfico 1 - Liquidez Geral

À semelhança da liquidez geral, a liquidez reduzida (fórmula 2) apresentou o mesmo

comportamento, tendo aumentado de 2011 para 2012 em 33% e diminuído 17% em 2013,

atingindo o valor de 1,82, conforme visualizamos na tabela 4 e gráfico 2.

Tabela 4 - Liquidez Reduzida

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 1,66 2,20 33% 1,82 -17%

Desvio Padrão 0,97 2,55 163% 1,07 -58%

Mínimo 0,41 0,52 26% 0,32 -39%

Máximo 4,18 15,81 278% 4,19 -73%

Gráfico 2 - Liquidez Reduzida

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

30

Apesar das oscilações verificadas em ambos os rácios de Liquidez, verificamos que o valor

médio apresentado é, em qualquer dos casos, superior a 1, traduzindo por isso o equilíbrio

financeiro das empresas, ou seja, a cobertura das responsabilidades de curto prazo pelos

ativos correntes. Além disso, por comparação dos rácios de Liquidez Geral e Liquidez

Reduzida, os números sugerem que os valores de inventários não são preocupantes, em

termos médios.

Tabela 5 - PMR

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 125 123 -2 116 -7

Desvio Padrão 76 77 1 65 -12

Mínimo 27 14 -13 33 19

Máximo 312 384 72 387 3

Gráfico 3 - PMR

Na tabela 5 e gráfico 3 podemos observar o prazo médio de recebimento (fórmula 3) das

faturas por parte dos clientes. Durante o triénio de observação verificamos uma melhoria

neste rácio, uma vez que de 2011 para 2013 o número diminui um total de 9 dias. No entanto

verificamos que mesmo com a referida redução, o PMR em 2013 era de 116 dias

(aproximadamente 4 meses).

O prazo médio de pagamento (fórmula 4), representado pela tabela 6 e pelo gráfico 4, revela

que à semelhança do prazo médio de recebimento o número de dias para pagamento de

faturas a fornecedores também tem vindo a diminuir, 8 dias no total dos 3 anos, atingindo em

2013 o prazo de 84 dias (aproximadamente 3 meses).

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

31

Verifica-se que o prazo médio de pagamento é bastante inferior ao prazo médio de

recebimento, cerca de 1 mês, o que influencia negativamente a liquidez da empresa e poderá

vir a contribuir para algum desequilíbrio financeiro.

Existe uma diferença acentuada no número de dias, quer do PMR quer do PMP dentro da nossa

amostra, aquando da comparação dos valores mínimos com os máximos apresentados nas

tabelas 5 e 6.

Tabela 6 - PMP

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 92 85 -7 84 -1

Desvio Padrão 47 56 9 46 -10

Mínimo 11 8 -3 13 5

Máximo 190 282 92 204 -78

Gráfico 4 - PMP

Dos valores apurados para o equilíbrio financeiro a curto prazo destaca-se que, apesar das

oscilações dos valores ao longo do triénio, os mesmos apresentam-se bastantes aceitáveis.

Verificamos ainda, que a média dos valores de liquidez geral e liquidez reduzida estão

próximos, o que evidencia que o peso dos inventários é relativamente baixo no total dos

ativos correntes (aproximadamente 17%).

5.1.2. MÉDIO E LONGO PRAZO

A tabela 7 e o gráfico 5 apresentam os dados referentes à autonomia financeira (fórmula 5)

da amostra em questão. Constata-se que o valor tem aumentado ao longo dos 3 anos o que

0

50

100

150

200

250

300

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

32

permite concluir que as empresas têm capacidade de fazer face aos compromissos de médio e

longo prazo e demonstram uma maior solidez financeira, com o nível de endividamento a

diminuir.

Verifica-se, igualmente, que o financiamento/investimentos das empresas é maioritariamente

suportado por capital alheio (cerca de 55%).

A variação foi significativa de 2011 para 2012, tendo a autonomia financeira aumentado 11%.

De 2012 para 2013 o aumento foi residual, 1%.

Em 2013, por cada 100€ aplicados nas empresas, aproximadamente 47€ eram de capital

próprio, sendo o restante suportado por capital alheio.

Os valores apresentados para o mínimo mostram-nos igualmente que existem empresas

pertencentes à nossa amostra que estão excessivamente expostas a capitais alheios,

apresentando valores de autonomia financeira inferiores a 20% (ano 2011 e 2013).

Tabela 7 - Autonomia Financeira

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 41,90% 46,42% 11% 46,97% 1%

Desvio Padrão 19,34% 18,29% -5% 17,37% -5%

Mínimo 10,71% 25,01% 134% 17,11% -32%

Máximo 79,19% 82,42% 4% 79,96% -3%

Gráfico 5 - Autonomia Financeira

Na tabela 8 e gráfico 6 está representada a taxa de endividamento (fórmula 6). Este rácio

completa o anterior, de autonomia financeira, e podemos comprovar através dos valores

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

33

contantes na tabela o que foi comentado anteriormente, a taxa de endividamento da nossa

amostra diminuiu ao longo do triénio em estudo, no entanto não podemos deixar de salientar

que o capital alheio é a principal fonte de financiamento.

Tabela 8 - Taxa de Endividamento

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 58,10% 53,58% -8% 53,03% -1%

Desvio Padrão 19,34% 18,29% -5% 17,37% -5%

Mínimo 20,81% 17,58% -16% 20,04% 14%

Máximo 89,29% 74,99% -16% 82,89% 11%

Gráfico 6 - Taxa de Endividamento

Os valores para a Solvabilidade Geral (fórmula 7) apresentada na tabela 9 e no gráfico 7,

indicam-nos que as empresas da nossa amostra têm em média valores superior a 1, o que nos

permite afirmar que o capital próprio destas empresas permite assegurar a totalidade dos

créditos, ou seja, o valor dos capitais próprios cobre o valor do passivo a médio e longo prazo,

não estando portanto muito dependentes dos seus credores, permitindo-lhes maior poder de

negociação e melhores garantias para novos financiamentos.

A variação ao longo do triénio não foi consistente, uma vez que de 2011 para 2012 verificou-

se um aumento da média em 18%, e no ano seguinte de 2013 existiu uma quebra de 3%, tendo

ficado em 2013 no valor de 1,17.

Conforme já verificado nos dados anteriores de outros rácios, também nos valores apurados

para a solvabilidade geral, verificamos que os valores para os mínimos em quaisquer dos anos

estão muito abaixo de que seria desejável.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

34

Tabela 9 - Solvabilidade Geral

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 1,03 1,21 18% 1,17 -3%

Desvio Padrão 1,01 1,10 9% 0,96 -13%

Mínimo 0,12 0,33 178% 0,21 -38%

Máximo 3,80 4,69 23% 3,99 -15%

Gráfico 7 - Solvabilidade Geral

Na tabela 10 e gráfico 8 observamos os valores para o grau de cobertura do imobilizado

(fórmula 8) da nossa amostra. Constatamos que de 2011 para 2012 o valor subiu 42%, para

logo em 2013 descer 41%. No entanto os valores apresentados revelam que em qualquer dos

anos as empresas financiaram o ativo corrente (imobilizado) por capitais permanentes

(capital próprio e passivo não corrente), logo os capitais permanentes são bastantes

superiores ao ativo não corrente.

Tabela 10 - Grau de Cobertura Imobilizado

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 10,47 14,82 42% 8,75 -41%

Desvio Padrão 25,57 45,31 77% 13,35 -71%

Mínimo 0,90 0,84 -6% 0,69 -18%

Máximo 153,69 276,28 80% 67,74 -75%

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

35

Gráfico 8 - Grau de Cobertura Imobilizado

5.2 RENTABILIDADE

A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) da amostra em estudo é traduzida pelos valores

apresentados na tabela 11 e no gráfico 9 (fórmula 9).

Verifica-se que de 2011 para 2013 o valor apresentou uma pequena subida de 2% e em 2013

uma subida significativa de 25%. Os valores apresentados representam o valor de retorno dos

capitais investidos pelos sócios/acionistas, ou seja, por cada 100€ de capital investidos, em

2013 houve um retorno de mais 9,65€, o que à partida mostra ser um bom investimento face

às taxas de juro oferecidas pelas instituições financeiras.

No entanto, através dos valores mínimos podemos observar que existem empresas com

valores negativos, logo, além de não existir um retorno dos capitais ainda existe uma “perda”

do mesmo.

Tabela 11 - Rentabilidade dos Capitais Próprios

2011 2012 % AT

2011/2012 2013

% AT 2012/2013

Média 7,56% 7,73% 2% 9,65% 25%

Desvio Padrão 9,02% 8,47% -6% 11,11% 31%

Mínimo -5,59% 0,41% 107% -8,06% -2066%

Máximo 31,72% 32,64% 3% 39,63% 21%

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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36

Gráfico 9 - Rentabilidade dos Capitais Próprios

O próximo rácio analisado, a rentabilidade do ativo total (ROA) apresentado na tabela 12 e no

gráfico 10 (fórmula 10) é, como já foi escrito anteriormente, um dos objetivos do presente

trabalho.

Os valores transmitem-nos a eficiência das empresas no investimento dos seus capitais totais

e, por conseguinte, na apresentação de bons resultados e na criação valor .

Verificamos que no triénio analisado os valores apresentam subidas ligeiras. Em 2013 por cada

100 u.m. investidas no ativo (aplicações) das empresas, estas conseguem gerar em média,

5,14 u.m. de resultado líquido.

Tabela 12 – Rentabilidade do Ativo Total

2011 2012 % AT 2011/2012

2013 % AT 2012/2013

Média 4,05% 4,07% 0% 5,14% 26%

Desvio Padrão 5,60% 3,81% -32% 5,92% 55%

Mínimo -2,11% 0,39% -118% -6,45% -1754%

Máximo 28,12% 14,42% -49% 19,42% 35%

-20,00%

-10,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

37

Gráfico 10 – Rentabilidade do Ativo Total

5.3 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE PME LÍDER E O SETOR DA CONSTRUÇÃO EM

PORTUGAL

De seguida podemos verificar através das tabelas e gráficos a evolução da performance

financeira no período de 2011 a 2013, das empresas em estudo e a sua comparação com a

média do agregado do setor em Portugal.

Média Liquidez Geral

Amostra Setor Comparação

2011 203,21% 140,12% -31,05%

2012 263,07% 142,36% -45,89%

2013 219,02% 144,67% -33,95%

Na figura 5 verificamos, que relativamente à liquidez geral, em qualquer dos anos em análise,

a média das empresas da nossa amostra é significativamente superior à média do setor, tendo

em 2012 uma diferença de aproximadamente 50%.

-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

2011 2012 2013

Média

Desvio Padrão

Mínimo

Máximo

0,00%

50,00%

100,00%

150,00%

200,00%

250,00%

300,00%

2011 2012 2013

Média Liquidez Geral

Amostra

Setor

Fig. 5 - Média Liquidez Geral - Comparação com o setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

38

Podemos portanto afirmar que as empresas da amostra revelam um melhor desempenho para

fazer face aos seus compromissos de curto prazo, quando comparadas com o setor.

Média Liquidez Reduzida

Amostra Setor Comparação

2011 165,99% 76,50% -53,91%

2012 220,49% 78,44% -64,42%

2013 182,25% 86,16% -52,72%

Á semelhança da figura anterior, também a média de liquidez reduzida representada na

figura 6 é bastante superior à média do setor da construção.

Os valores indicados para o setor estão abaixo dos 90%, logo podemos concluir que o setor

apresenta valores em inventários, ou seja contas com menor grau de liquidez, que estarão a

afetar este rácio negativamente.

Média PMR

Amostra Setor Comparação

2011 125 128 3

2012 123 144 21

2013 116 148 32

Na figura 7 encontramos a média do prazo médio de recebimento e verificamos que as PME da

nossa amostra aguardam menos dias pelo recebimento das suas faturas, e que, ao nível do

setor este rácio tem vindo a degradar-se, comportamento contrário à nossa amostra.

0,00%

50,00%

100,00%

150,00%

200,00%

250,00%

2011 2012 2013

Média Liquidez Reduzida

Amostra

Setor

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2011 2012 2013

Média PMR

Amostra

Setor

Fig. 6 - Média Liquidez Reduzida – Comparação com o setor

Fig. 7 - Média PMR – Comparação com o setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

39

Média PMP

Amostra Setor Comparação

2011 92 137 45

2012 85 149 64

2013 84 154 70

Em analogia com o PMR, o PMP apresentado na figura 8, também revela uma melhor

performance do que a média do setor, uma melhoria em número de dias ao longo dos 3 anos

contrariando o aumento dos dias de pagamento no setor, o que poderá corresponder a um

bom poder negocial junto dos fornecedores por parte das empresas pertencentes à amostra.

Média Autonomia Financeira

Amostra Setor Comparação

2011 41,90% 20,60% -50,84%

2012 46,42% 20,44% -55,97%

2013 46,97% 21,64% -53,93%

Na figura 9, a média de autonomia financeira da amostra relativamente ao setor apresenta

valores superiores em 50%, demonstrando a diferença da exposição ao capital alheio.

Podemos constatar através destes valores que, as empresas da amostra apresentam uma

estrutura de capitais mais conservadora que a do setor, onde é valorizado uma boa

percentagem para capitais próprios.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

2011 2012 2013

Média PMP

Amostra

Setor

Fig. 8 - Prazo Médio de Pagamento - Comparação com o setor

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

2011 2012 2013

Média Autonomia Financeira

Amostra

Setor

Fig. 9 - Média Autonomia Financeira - Comparação com o setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

40

Média Taxa de Endividamento

Amostra Setor Comparação

2011 58,10% 70,40% 21,17%

2012 53,58% 79,56% 48,49%

2013 53,03% 78,36% 47,77%

Fig. 10 – Média Taxa de Endividamento – Comparação com o setor

O rácio de endividamento, apresentado na figura 10, mostra-nos a diferença na média da taxa

de endividamento com valores bastante superiores para a média do setor, demonstrando o

quanto estas se encontram mais endividadas e mais dependentes de capital alheio. O setor

apresenta portanto, uma maior proporção de passivo no total de financiamento. Nos anos

2012 e 2013 o setor apresenta rácios perto dos 80% de endividamento o que evidencia o peso

dos encargos financeiros para as empresas.

Média Solvabilidade Geral

Amostra Setor Comparação

2011 102,81% 25,94% -74,77%

2012 120,86% 25,69% -78,74%

2013 117,19% 27,62% -76,43%

Na figura 11 está representada a comparação da média da Solvabilidade Geral da amostra

com a média do setor. Constata-se que a amostra tem valores muito superiores ao setor, o

que revela que estas têm melhor capacidade de fazer face aos compromissos de médio e

longo prazo e por conseguinte uma melhor imagem de solvência a longo prazo.

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

140,00%

2011 2012 2013

Média Solvabilidade Geral

Amostra

Setor

Fig. 11 - Média Solvabilidade Geral - Comparação com o setor

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

2011 2012 2013

Média Taxa de Endividamento

Amostra

Setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

41

Podemos afirmar, com base nos valores apurados, que a amostra apresenta uma estrutura de

capitais menos arriscada que o setor. As empresas da amostra apresentam, em qualquer dos

anos em análise, valores superiores a 100%, o que se traduz pelo capital próprio cobrir a

totalidade do passivo.

Média Grau Cobertura Imobilizado

Amostra Setor Comparação

2011 1046,86% 167,71% -83,98%

2012 1482,42% 171,89% -88,40%

2013 874,82% 168,15% -80,78%

A média do grau de cobertura do imobilizado apresentado pela figura 12 mostra uma

diferença muito elevada aquando da comparação com a média do setor. Em qualquer dos

anos em análise apresenta diferenças superiores a 80%.

Média Rentabilidade Capitais Próprios

Amostra Setor Comparação

2011 7,56% -9,48% -225,40%

2012 7,73% -10,41% -234,67%

2013 9,65% -2,71% -128,08%

Na figura 13, que representa a média da Rentabilidade dos Capitais Próprios, o desempenho

da amostra é muito superior ao do setor, constata-se que o setor apresenta no triénio valores

negativos para este rácio, não existindo retorno do capital investido pelos sócios/acionistas.

0,00%

200,00%

400,00%

600,00%

800,00%

1000,00%

1200,00%

1400,00%

1600,00%

2011 2012 2013

Média Grau Cobertura Imobilizado

Amostra

Setor

Fig. 12 - Média Grau de Cobertura Imobilizado – Comparação com o setor

-15,00%

-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

2011 2012 2013

Média Rentabilidade Capitais Próprios

Amostra

Setor

Fig. 13 - Média Rentabilidade dos Capitais Próprios - Comparação com o setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

42

Apesar do retorno proporcionado aos detentores de capital próprio não ser elevado, os valores

refletem uma melhor capacidade por parte da amostra na remuneração dos capitais próprios

face às empresas do setor, tornando-as, do ponto de vista dos investidores, mais atraente.

Média Rentabilidade do Ativo

Amostra Setor Comparação

2011 4,05% -2,24% -155,31%

2012 4,07% -2,33% -157,25%

2013 5,14% -2,45% -147,67%

A média da Rentabilidade do ativo, exposta na figura 14 declara igualmente a boa

performance da amostra quando comparada com o setor, esta apresenta valores francamente

acima do setor de atividade demonstrando uma alta rentabilidade do ativo.

Nos 3 anos em análise as PME pertencentes à nossa amostra acusam valores superiores em

mais de 150% relativamente ao setor evidenciando uma melhor gestão na aplicação dos

ativos, logo uma melhor capacidade de gerar rentabilidade face às restantes do setor.

Para ajudar a comparação com o setor, na tabela 13 podemos observar os valores para a

rubrica gastos com o pessoal9 e podemos concluir que as PME da nossa amostra têm custos

superiores à média do setor, renumerando portanto com valores superiores os seus

funcionários.

Tabela 13 - Custos Pessoal - Comparação com o setor

Gastos Pessoal

Amostra Setor Comparação

2011 24.542,35 € 15.529,43 € -36,72%

2012 22.227,63 € 15.696,17 € -29,38%

2013 22.922,32 € 15.266,83 € -33,40%

9 - Foi considerado para efeitos de cálculo o valor médio da conta 63 a dividir pelo número médio de trabalhadores.

Fig. 14 - Média Rentabilidade do Ativo – Comparação com o setor

-3,00%

-2,00%

-1,00%

0,00%

1,00%

2,00%

3,00%

4,00%

5,00%

6,00%

2011 2012 2013

Média Rentabilidade do Ativo

Amostra

Setor

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

43

Capítulo 6

6. CONCLUSÃO Com o objetivo de analisar a performance financeira e de efetuar a sua comparação com o

setor ao nível nacional, foram analisadas as Demonstrações Financeiras (rubricas do Balanço e

Demonstração de Resultados) das PME Líder do setor da construção do distrito de Leiria.

Para dar resposta à questão fundamental da presente investigação, foram construídos e

analisados vários rácios financeiros de equilíbrio financeiro e de rentabilidade.

Relativamente aos resultados apurados no presente estudo, quer para liquidez geral e

reduzida, quer para a solvabilidade verificou-se que o ano 2012 foi o que obteve melhores

resultados, pois em 2013 estes apresentam ligeiras quebras. No entanto, em qualquer dos

anos apresentam níveis de Liquidez que nos permitem concluir que estas PME estão em

equilíbrio financeiro oferecendo facilidade em solver as dívidas a curto prazo. Apesar do PMR

ser superior ao PMP em cerca de 30 dias, isto não parece afetar a liquidez das empresas.

A média do capital próprio das PME Líder é muito equivalente à média do capital alheio, o

que nos permite concluir que possuem capacidade para solver os compromissos no médio e

longo prazo, possuindo por isso uma solidez e equilíbrio financeiro mais assegurado.

Os valores apurados no rácio de Rentabilidade do Ativo Total demonstram que as empresas

em estudo são eficazes na geração de lucro dos seus ativos, no entanto, não podemos deixar

de referir que uma adequada comparação de rentabilidades deverá ter em conta o perfil de

risco das empresas.

Todos os restantes rácios apresentam uma performance financeira positiva crescente ao longo

do triénio em análise.

Não considerando o meio envolvente em que se inserem, podemos afirmar que, a estrutura

financeira equilibrada apresentada pelas empresas em estudo possibilita-lhes um

funcionamento normal e sem sobressaltos, com possibilidades de crescimento.

A análise aqui apresentada fornece evidências de PME fortes e estáveis e com um bom

desempenho financeiro, com posições financeiras seguras e capacidades de ganhos

respeitáveis durante o período de estudo de 3 anos. O resultado deste estudo permite-nos

concluir que as PME Líder em estudo estão a evoluir e que as mesmas estão a maximizar a

riqueza expressando a solvência das mesmas.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

44

No entanto sabemos, como já foi escrito anteriormente, que as empresas pertencentes à

amostra possuem o estatuto de PME Líder, o que à partida as salienta do universo de todas as

empresas do setor da construção.

Relativamente aos valores apresentados para os mínimos, é de salientar que algumas

empresas da amostra mostram valores inferiores ao que seriam desejáveis, o que poderá

revelar que poderão correr o risco de não serem consideradas PME Líder no ano seguinte.

Com base na análise de comparação com o mercado para o mesmo setor, as empresas de

construção da presente análise manifestam-se com um melhor desempenho financeiro, estas

demonstram possuir equilíbrio financeiro, ou seja as entradas do período são iguais ou

superiores às saídas no mesmo período, cumprindo a regra essencial e obrigatória para a

sobrevivência das empresas e que está diretamente relacionada com a rentabilidade das

mesmas, uma vez que possibilitam o retorno dos capitais investidos.

A análise financeira efetuada através de rácios apresenta bastantes vantagens, no entanto,

estes não estão livres de algumas limitações. Não podemos esquecer que são construídos com

base na contabilidade financeira, e esta por sua vez permite diferentes práticas

contabilísticas, quer em termos de critérios de amortizações, provisões, valorizações de

existências, etc., o que consequentemente pode dar uma imagem falseada dos valores

obtidos.

Os rácios não têm uma definição normalizada, assim salienta-se o facto de que o mesmo rácio

para a mesma empresa, pode ser calculado por dois analistas diferentes e obterem valores

diferentes, dependendo da forma como cada um faça a sua construção.

Outra das limitações encontrada é o número reduzido de empresas na amostra, bem como a

dimensão que se destaca entre as empresas, o que pode enviesar as médias apuradas. O

número de anos do período de análise também é relativamente curto, no entanto não foi

possível obter valores além dos 3 anos.

A caracterização da economia nacional e da região de Leiria, propriamente dita, nem sempre

se refere ao mesmo ano, devido à falta de informação existente, no entanto optou-se por

uma perspectiva mais alargada, mesmo com alguns pontos menos “comparáveis”.

Na comparação dos valores da nossa amostra com os valores apresentados no quadro do setor

pelo Banco de Portugal, só foi possível a comparação de PME Líder com as do total do setor da

construção com dados agregados.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

45

Sugere-se para investigação futura a análise comparativa da performance financeira do total

nacional das PME líder com o total das PME do setor da construção ao nível nacional, assim

como o comportamento económico e/ou a internacionalização das mesmas.

Os resultados apurados deste trabalho poderão ajudar os gestores a definir estratégias para a

melhoria do desempenho económico-financeiro das empresas e, assim, tornar possível que

estas se mantenham/tornem competitivas.

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

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em 02.01.2013

https://www.informadb.pt/idbweb/ acedido em 13.01.2015

https://www.bportugal.pt/pt-

PT/ServicosaoPublico/CentraldeBalancos/Paginas/QuadrosdaEmpresaedoSetor.aspx acedido

em 06.01.2015

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50

ANEXO I – LISTAGEM DAS EMPRESAS PERTENCENTES À AMOSTRA

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51

OrganismoPlataforma

FINCRESCENome

CAE com maior

incidência no

Volume de

Negócios

Descritivo CAE Distrito Concelho

IAPMEI BES A Encosta - Construções, S.A. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Leiria

IAPMEI BPI A. Santos - Electricidade, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alcobaça

IAPMEI BPI Alferpac - Projectos, Assistência e Obras Públicas, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Alcobaça

IAPMEI CGD António Cristiano do Rosário, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Leiria

IAPMEI CGD António Mendes Henriques, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alcobaça

IAPMEI BPI Aqueciliz, S.A. 43221 Instalação de canalizações Leiria Leiria

IAPMEI CGD Ascensores do Oeste, Lda. 43290 Outras Instalações em construções Leiria Caldas da Rainha

IAPMEI CGD Betonit - Engenharia e Construções, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Leiria

IAPMEI CGD Carlos & César - Construção Civil, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Peniche

IAPMEI BPI Coberfer - Coberturas, SoLda.dura e Serralharia Civil, Lda. 43910 Actividades de colocação de coberturas Leiria Leiria

IAPMEI BCP Cofral - Construções Francisco Ribeiro, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Leiria

IAPMEI BES Costa & Carvalho, S.A. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alcobaça

IAPMEI BES Electrobaça - Comércio de Equipamentos e Instalações Eléctricas, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Alcobaça

IAPMEI CGD Fialho & Paulo, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alcobaça

IAPMEI BPI Fluxoterm - Climatização, Lda. 43222 Instalação de climatização Leiria Leiria

IAPMEI BPI Fragoso & Filhos, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Leiria

IAPMEI BCP Futursolutions - Sistemas Eléctricos e Domótica, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Alcobaça

IAPMEI BPI Indufloor - Sistemas de Revestimentos, Lda. 43330 Revestimento de pavimentos e de paredes Leiria Leiria

IAPMEI BPI J. Cardoso - Electric idade, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Leiria

IAPMEI BPI J. J. Carmo - Construção Civil e Carpintaria, Lda. 43320 Montagem de trabalhos de carpintaria e de caixilharia Leiria Leiria

IAPMEI BCP Leiricanal - Instalações Térmicas, Lda. 43222 Instalação de climatização Leiria Leiria

IAPMEI BPI Leonel Barbeiro - Electric idade e Canalizações, Lda. 43221 Instalação de canalizações Leiria Leiria

IAPMEI BPI Lusochapas - Construção de Pavimentos, Lda. 43330 Revestimento de pavimentos e de paredes Leiria Leiria

IAPMEI BAR Lusopisos - Pavimentos Industriais, Lda. 43330 Revestimento de pavimentos e de paredes Leiria Pombal

IAPMEI BES Manuel Mateus Frazão, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alcobaça

IAPMEI CGD Odraude - Construção Civil e Obras Públicas, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Alvaiázere

IAPMEI BES Pavimentos Silva - Pavimentos em Madeira e Outros Revestimentos, Lda. 43330 Revestimento de pavimentos e de paredes Leiria Pombal

IAPMEI BPI Pisosol - Pavimentos Industriais, Lda. 43330 Revestimento de pavimentos e de paredes Leiria Pombal

IAPMEI CGD PRCF - Gás, Tecnologia e Construção, S.A. 43221 Instalação de canalizações Leiria Leiria

IAPMEI CGD Ruifer - Instalações e Reparações Eléctricas, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Porto de Mós

IAPMEI BPI Sicóestuques, Lda. 43992 Outras actividades especializadas de construção diversas, n.e.Leiria Pombal

IAPMEI CGD Silva, Simões & Filhos, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Figueiró dos Vinhos

IAPMEI BPI Surbeobra - Sociedade de Urbanizações e Obras, Lda. 41200 Construção de edifíc ios (residenciais e não residenciais) Leiria Ansião

IAPMEI BPI T. P. B. - Tecnologia em Pavimentos e Construção, S.A. 43992 Outras actividades especializadas de construção diversas, n.e.Leiria Leiria

IAPMEI BPI Tecnocanto - Tecnologia de Sistemas e Equipamentos Industriais, Lda. 43210 Instalação eléctrica Leiria Leiria

IAPMEI BPI Tectend - Tectos Tensos Decorativos, Lda. 43390 Outras actividades de acabamento em edifícios Leiria Leiria

IAPMEI CGD Vala & Vieira - Montagem de Caixilharias em Alumínio, Lda. 43320 Montagem de trabalhos de carpintaria e de caixilharia Leiria Porto de Mós

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52

ANEXO II - VALORES DOS RÁCIOS CALCULADOS DAS EMPRESAS PERTENCENTES À

AMOSTRA - ANO 2011

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53

Liquidez Geral Liquidez Reduzida Autonomia Financeira (%) Tx Endividamento (%) Solvabilidade geral Grau cob.Imobilizado Rent.Cap.Próprios (%) Rentabilid.Ativo (%) PMR PMP

3,61 2,73 69,67% 30,33% 229,68% 319,13% 3,20% 2,26% 99 52

2,31 2,07 41,74% 58,26% 71,65% 515,87% 14,07% 6,34% 166 34

1,79 0,91 33,30% 66,70% 49,93% 853,33% 0,73% 2,46% 231 190

1,34 1,34 15,17% 84,83% 17,89% 673,60% 17,27% 3,29% 117 91

2,05 0,41 34,74% 65,26% 53,23% 2104,96% 2,17% 1,51% 45 157

4,54 4,18 79,19% 20,81% 380,44% 210,22% 1,56% 1,60% 29 12

1,42 1,19 26,04% 73,96% 35,21% 796,47% 12,91% 3,53% 146 134

2,43 1,76 39,66% 60,34% 65,74% 463,58% 1,95% 1,07% 312 158

1,11 1,11 34,41% 65,59% 52,47% 121,34% -5,59% -2,06% 80 68

1,34 1,30 23,64% 76,36% 30,95% 248,31% -4,47% -1,19% 135 110

1,69 1,23 31,12% 68,88% 45,19% 3522,61% 10,81% 3,38% 236 74

4,00 0,56 59,40% 40,60% 146,31% 2136,95% 0,56% 0,34% 27 77

2,56 2,48 58,94% 41,06% 143,54% 736,87% 4,99% 3,16% 40 18

1,33 0,83 23,41% 76,59% 30,57% 170,77% 0,57% 0,86% 92 71

3,36 2,82 77,90% 22,10% 352,49% 210,87% 0,01% 0,06% 31 11

1,10 0,97 22,64% 77,36% 29,26% 132,43% 17,74% 4,24% 166 167

2,97 2,96 69,35% 30,65% 226,21% 785,78% 13,63% 9,46% 107 62

1,41 1,04 31,62% 68,38% 46,24% 403,49% 0,49% 0,89% 139 124

2,57 2,37 62,88% 37,12% 169,43% 1312,93% 15,31% 9,80% 92 60

1,36 1,35 32,36% 67,64% 47,83% 415,92% 12,87% 4,17% 54 35

1,01 0,95 10,71% 89,29% 12,00% 106,13% 16,77% 2,34% 249 90

1,17 1,10 25,66% 74,34% 34,52% 182,94% 5,92% 1,81% 156 131

4,22 3,73 41,09% 58,91% 69,74% 3296,14% 12,19% 5,28% 298 125

2,24 2,16 70,73% 29,27% 241,65% 190,72% 22,26% 15,76% 75 82

1,45 1,22 35,36% 64,64% 54,70% 521,87% 7,15% 2,57% 73 90

1,09 0,69 25,40% 74,60% 34,05% 134,48% 0,47% 0,12% 78 165

1,29 1,20 27,46% 72,54% 37,86% 289,05% 31,72% 8,81% 135 149

4,74 3,97 79,01% 20,99% 376,39% 15369,20% 2,62% 2,10% 287 100

2,41 2,41 62,05% 37,95% 163,49% 218,70% 2,35% 1,60% 97 48

1,21 1,19 28,71% 71,29% 40,27% 119,95% 1,63% 2,08% 100 49

1,20 0,96 25,12% 74,88% 33,55% 146,25% 12,31% 3,41% 138 106

1,94 1,94 48,06% 51,94% 92,54% 558,11% 27,95% 13,69% 80 75

1,02 0,87 33,99% 66,01% 51,49% 100,96% 4,09% 1,89% 124 91

0,89 0,68 47,45% 52,55% 90,28% 89,54% -3,59% 28,12% 51 54

1,07 0,83 21,99% 78,01% 28,19% 113,76% 14,32% 3,34% 93 123

2,39 2,39 60,49% 39,51% 153,11% 732,39% 6,10% 4,07% 88 61

1,56 1,53 39,68% 60,32% 65,78% 428,33% -5,32% -2,11% 151 152

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ANEXO III - VALORES DOS RÁCIOS CALCULADOS DAS EMPRESAS PERTENCENTES À

AMOSTRA - ANO 2012

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

55

Liquidez Geral Liquidez Reduzida Autonomia Financeira (%) Tx Endividamento (%) Solvabilidade geral Grau cob.Imobilizado Rent.Cap.Próprios (%) Rentabilid.Ativo (%) PMR PMP

3,72 2,77 70,99% 29,01% 244,65% 291,67% 1,25% 1,47% 92 35

3,42 2,97 47,00% 53,00% 88,66% 653,09% 5,69% 3,50% 161 46

1,63 0,60 30,57% 69,43% 44,02% 1615,82% 1,25% 1,59% 180 153

1,66 1,66 28,40% 71,60% 39,66% 612,91% 26,61% 8,48% 90 85

1,92 0,52 34,19% 65,81% 51,96% 2255,76% 0,65% 1,83% 217 282

2,68 2,48 70,97% 29,03% 244,42% 207,74% 1,00% 1,54% 110 26

1,41 1,20 26,08% 73,92% 35,28% 1028,99% 12,49% 3,50% 124 136

2,70 1,82 44,56% 55,44% 80,37% 467,22% 0,71% 0,75% 297 143

1,00 0,99 31,23% 68,77% 45,42% 99,91% 0,88% 0,71% 60 96

1,31 1,30 29,19% 70,81% 41,22% 249,84% 10,85% 3,34% 115 65

1,75 1,31 31,93% 68,07% 46,90% 5381,45% 6,61% 2,14% 283 49

4,75 0,85 63,69% 36,31% 175,37% 2369,61% 0,61% 0,39% 19 28

2,71 2,65 50,99% 49,01% 104,06% 1065,68% 2,88% 1,78% 109 60

1,23 0,65 25,01% 74,99% 33,35% 145,79% 1,14% 1,90% 64 43

2,44 1,77 67,94% 32,06% 211,96% 252,77% 18,44% 12,57% 14 31

1,23 1,07 31,04% 68,96% 45,01% 179,48% 15,98% 5,24% 135 132

3,03 3,02 67,64% 32,36% 208,99% 841,24% 11,85% 8,02% 150 97

1,36 0,86 30,87% 69,13% 44,66% 335,79% 0,41% 1,38% 106 124

2,67 2,46 64,85% 35,15% 184,50% 1062,23% 4,92% 3,54% 109 60

2,80 2,77 56,00% 44,00% 127,25% 407,15% 10,11% 5,99% 49 8

1,19 1,07 26,80% 73,20% 36,62% 127,75% 26,84% 7,73% 61 54

1,24 1,11 31,13% 68,87% 45,21% 209,78% 7,73% 2,41% 166 96

4,90 4,09 46,40% 53,60% 86,58% 2358,56% 6,41% 3,24% 384 179

3,54 3,41 79,36% 20,64% 384,44% 194,31% 2,62% 2,11% 102 80

1,86 1,57 48,86% 51,14% 95,54% 965,64% 12,13% 5,95% 89 65

1,12 0,96 26,23% 73,77% 35,56% 152,60% 0,99% 3,11% 85 100

2,18 2,04 43,97% 56,03% 78,46% 620,58% 32,64% 14,42% 140 117

5,67 4,78 82,42% 17,58% 468,72% 27627,72% 5,76% 4,82% 217 82

4,37 4,37 74,37% 25,63% 290,22% 197,53% 1,15% 1,14% 73 11

1,25 1,20 34,38% 65,62% 52,38% 118,32% 1,34% 2,41% 71 52

1,29 0,97 30,56% 69,44% 44,00% 158,80% 7,88% 2,98% 132 87

2,61 2,59 62,88% 37,12% 169,37% 641,52% 22,05% 14,05% 83 60

1,13 0,80 42,51% 57,49% 73,94% 105,30% 2,64% 1,73% 106 37

0,89 0,57 38,14% 61,86% 61,65% 84,32% 1,25% 1,52% 68 119

1,19 0,87 25,40% 74,60% 34,04% 117,86% 4,56% 1,44% 78 98

15,81 15,81 77,26% 22,74% 339,71% 1168,06% 14,20% 11,32% 53 23

1,67 1,63 43,74% 56,26% 77,73% 476,71% 1,56% 0,71% 172 180

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

56

ANEXO IV - VALORES DOS RÁCIOS CALCULADOS DAS EMPRESAS PERTENCENTES À

AMOSTRA - ANO 2013

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Performance financeira das PME Líder do distrito de Leiria: estudo do setor da construção civil

57

Liquidez Geral Liquidez Reduzida Autonomia Financeira (%) Tx Endividamento (%) Solvabilidade geral Grau cob.Imobilizado Rent.Cap.Próprios (%) Rentabilid.Ativo (%) PMR PMP

4,21 4,19 79,96% 20,04% 399,03% 155,73% -8,06% -6,45% 146 38

2,80 2,48 47,22% 52,78% 89,46% 642,51% 12,97% 6,50% 138 54

1,64 0,46 30,43% 69,57% 43,73% 949,71% 1,31% 1,69% 98 147

1,81 1,81 30,79% 69,21% 44,49% 703,21% 31,10% 10,17% 64 65

2,55 0,32 46,17% 53,83% 85,78% 2198,59% 1,54% 1,64% 73 204

3,63 3,29 70,48% 29,52% 238,75% 186,77% 1,57% 1,71% 47 13

1,50 1,25 25,92% 74,08% 34,98% 1505,92% 6,62% 1,98% 105 141

1,87 1,39 37,26% 62,74% 59,39% 394,93% 1,43% 0,64% 263 132

1,02 0,99 27,34% 72,66% 37,63% 105,13% 1,37% 0,86% 109 131

1,55 1,53 32,21% 67,79% 47,51% 322,81% 2,69% 1,11% 97 94

1,81 1,37 34,88% 65,12% 53,57% 6774,20% 6,04% 2,18% 111 81

4,31 0,86 59,30% 40,70% 145,73% 2356,37% 0,10% 0,71% 84 108

3,20 3,15 51,80% 48,20% 107,45% 1411,44% 3,17% 2,46% 96 34

1,34 0,89 30,03% 69,97% 42,92% 162,47% 11,75% 4,18% 93 111

2,74 2,13 69,15% 30,85% 224,11% 362,22% 28,08% 19,42% 80 66

1,45 1,33 31,40% 68,60% 45,78% 262,07% 14,12% 4,61% 182 92

3,76 3,75 72,96% 27,04% 269,87% 1371,88% 21,40% 15,61% 150 104

1,53 1,04 28,72% 71,28% 40,29% 583,13% 0,52% 1,56% 140 98

2,34 2,13 58,91% 41,09% 143,35% 1492,12% 6,29% 3,92% 71 58

1,58 1,54 59,17% 40,83% 144,92% 137,71% 3,89% 2,42% 146 45

1,26 1,22 34,85% 65,15% 53,50% 152,86% 39,63% 14,05% 93 64

1,33 1,08 36,62% 63,38% 57,77% 229,79% 2,05% 1,54% 179 102

4,37 3,57 43,75% 56,25% 77,78% 4649,10% 2,44% 1,57% 387 191

2,03 1,99 64,94% 35,06% 185,20% 200,68% 8,79% 5,75% 88 49

2,05 1,79 53,66% 46,34% 115,77% 1029,55% 31,63% 17,00% 75 74

1,10 1,08 17,11% 82,89% 20,65% 187,64% 7,52% 2,30% 179 14

1,83 1,34 49,97% 50,03% 99,90% 526,05% 23,79% 11,91% 110 158

3,94 3,92 79,08% 20,92% 377,96% 447,58% 13,45% 10,66% 160 81

2,80 2,80 64,89% 35,11% 184,81% 208,44% 1,26% 1,12% 90 28

1,04 1,03 31,30% 68,70% 45,56% 104,92% 1,58% 2,15% 89 78

1,28 0,97 29,91% 70,09% 42,66% 161,18% 6,36% 2,55% 139 92

2,55 2,55 62,67% 37,33% 167,89% 379,27% 30,71% 19,31% 86 46

0,56 0,37 49,74% 50,26% 98,97% 69,06% 3,38% 2,08% 33 74

1,29 1,29 42,24% 57,76% 73,13% 126,63% 4,94% 2,63% 37 46

1,32 0,85 26,37% 73,63% 35,81% 135,39% 2,58% 1,01% 77 76

3,68 3,68 74,32% 25,68% 289,46% 1045,57% 10,41% 8,01% 60 22

1,99 1,98 52,48% 47,52% 110,42% 635,62% 18,47% 9,74% 115 97