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O material desta quarta edição, traz como conteúdo a saga do Merda pelos EUA, uma entrevista com Quique Brown, uma matéria sobre o "Mar Negro", o novo longa do Rodrigo Aragão, além de um bate papo com algumas figuras como: Petter Baiestorf, Coffin Souza e Gurcius Gewdner. Na galeria estão expostos os trabalhos dos artistas André Magnago, Isabela Bimbatto e Matias Picon. 40 Pág.
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#4
2 \\
Seja um coloborador UDU:
[email protected]/UndergroundDoUnderground
EDIção / IDEalIzaDorraphaEl araújo
rEvISãoroGérIo araújolEonarDo prata
nESta EDIçãoalExanDrE brUnoroanDré maGnaGoGUIDo ImbroISIISabEla bImbattolUcaS KlItzKEmatIaS pIconroGérIo araújo
abrIl, 2013
ÍnDIcE
mErDa...................................................................06
Guido Imbroisi..........................................02
andré magnago..........................................12
Quique brown..............................................18
podcast..............................................................21
mar negro.......................................................22
matias picon...............................................24
Isabela bimbatto...................................30
rôle......................................................................34
lucas Klitzke...........................................39
A banda Merda , nascida em Vila Velha , fez uma mini
tour pelos EUA no fim do ano passado. O Rogério
(vulgo japonês), relata alguns acontecimentos dessa
viagem. Ele também entrev-
ista Quique Brown, guitarrista e
vocalista da banda Leptospirose, recém eleito vereador de
Bragança Paulista. No fim do ano passado, a UDU
visitou o set de filmagens do “Mar Negro”, próximo longa
do Rodrigo Aragão. Além de escrever sobre o filme,
conversamos com alguns personagens do cinema
underground brasileiro como: Petter Baiestorf,
Coffin Souza e Gurcius Gewdner que estavam por aqui
gravandos suas participações nessa produção. Ainda
temos nossa galeria onde estão expostos os trabalhos dos
artistas André Magnago, Isabela Bimbatto e Matias Picon.
Espero que gostem da UDU #4, que foi feita com muito amor e atraso para vocês.
Raphael Araújo
// 3
Foto por :Mateus Mondini eSergiodeatchuck
06\\
ouça “Indio cocalero”
é
merda//07
ÍIndIos CoCaleros Invadem a amérICa.
Ah... a América. Estados Unidos da América,
aquele país lá no norte, a super potência mun-
dial, sempre ouvi falar. As bandas, os filmes,
as guerras... Tudo vem de lá. Nós, sulamerica-
nos não éramos muito bem-vindos, mas o tem-
po passa e o mundo, ele dá voltas. Em meio à
crise e ao “crescimento” econômico do nosso
país as portas se abriram. Desvalorização do
dólar ou fortalecimento do real? Nosso rico din-
heirinho agora é desejado. E o antes, tão difícil
e cobiçado visto, já é distribuído aos lotes.
E eis que o Conjunto de Música Rock MERDA
se atreveu a preparar mais uma de suas aven-
turas, depois de Sudamérica, Japão (de caro-
na com o MDR), Europa... Era a vez dos EUA.
Vistos em mãos, conseguidos de forma apre-
ensiva, porém tranquila. Disco novo com lança-
mento em LP em terras norte-americanas e um
cassete com os (in) sucessos do grupo e com
a ajuda do nosso amigo Peter Azen e do nos-
so novo amigo Dan MacGregor marcamos al-
guns shows, seriam seis, acabaram sendo 10.
Chegamos a New York, ficamos por lá dois dias,
sem shows. Fazer turismo, compras e conhec-
er um pouco a “Grande Maçã”. New York real-
mente impressiona e como estar sempre dentro de um
filme, lugares que estão em nossas mentes sem nunca
termos colocados nossos pés. Um dejá vu constante.
Encontramos muitos amigos brasileiros que por lá ten-
tam a vida. Capixabas, cariocas, mineiros, paulistas...
Vários sotaques que hoje falam o inglês. Alguns já fa-
lando com a língua presa. Escorregando na língua pátria.
Depois de dois dias passeando e bebendo era a hora de
começar o que viemos fazer. Era a hora de começar a
tour. O Dan veio nos buscar, para no dia seguinte pegar-
mos a estrada rumo a Baltimore e ao nosso primeiro show.
Na frente uma pequena porta que levava a uma área bem
espaçosa. Uns galpõezinhos. Um era uma grande oficina,
num outro ocorriam os shows. Ao fundo havia uma escada
que levava a parte externa, um quintal... mais que um quin-
tal. Havia uma pequena horta. A mosquitada curtiu o sangue
latino. Faziam cerveja e mantinham alguns cursos ligados
a plantio para comunidade. Nossa fazendinha do CRASS.
Tocaram várias bandas de diversos estilos. Não sei nome
de nenhuma banda (não só desse, mas todos os shows).
E se não estivéssemos numa ressaca filhadaputa, o show
teria sido mais divertido, mas foi um bom show. Um bom pú-
blico assistiu atento, isso ocorreu bastante, pessoas interes-
por: rogério araújo
Era domingão e teríamos dois shows no dia. O primeiro
em Washington D.C. e o segundo novamente em Bal-
timore. Dos dez shows, cinco foram entre essas duas
cidades. Em Baltimore fizemos até algumas amizades.
Éramos quase “locais”. Em D.C. o show foi num cen-
tro comunitário. Poucas pessoas assistindo os shows...
Frio. Quase um ensaio. Guardar nossas coisas no
carro e pegar a estrada novamente. Voltando pra Bal-
timore... Tocaríamos na Barclay House, um pequeno
prédio num bairro negro. Uma galera alugava o lugar,
que tinha um... um... porão. Seria nosso primeiro porão
na América, é para conhecer o role, tem que fazer o
role. Seriam mais alguns... Todos muito foda. Esse foi o
primeiro show de verdade. Oi, América. Descansados,
grau alcoólico nível médio, rápidos stand ups. Um show
muito agradável. Rolou até um pedido de: Uno más!
Os próximos três dias seriam de day off. Por op-
ção nossa. Mas nos chamaram para mais um show
em Baltimore, na terça. Aceitamos, seria em uma
outra casa. E o Dan acabou nos dizendo que have-
ria um show na casa em que ele morava, na se-
gunda e poderíamos tocar também. Topamos. Aca-
bou que só rolaria um day off na quarta, e quase
tocamos num clube, mas preferimos beber em paz.
Começamos a segunda indo a uma loja de discos.
Na verdade era uma loja de quadrinhos, que tinha
uma loja de discos atrás. E que loja foda, as duas
eram. Deixamos alguns dólares por lá. Paramos para
um ranguinho leve e pedimos dois baldes de frango
frito. Um erro. Não é agradável entrar num carro de-
pois de comer no KFC e pegar a estrada. Estávamos
de volta a D.C. Mais um porãozinho para conta. Esse
era bem longo e escuro, e havia uma salinha no fun-
do, lá aconteciam os concertos. Ficamos num back-
yard tomando umas cervejas, trocando ideia... Uns
entravam, tocavam e voltavam. Chegou a nossa vez,
tocamos e voltamos para nossos lugares no jardim.
Divertido. Ficaríamos e dormiríamos por ali mesmo. A
casa era uma zona... Tipo um furacão tinha passado
por ali. Demos uma geral na sala, ajeitamos uns sofás,
uns colchões, jogamos as tranqueiras que estavam
no chão pros cantos. Mas fomos informados sobre
uma possível infestação de “bad bugs”. Mayyyyybe...
Um gringo ficava dizendo que era possível a casa estar
infestada desses bichinhos nojentos (uma espécie de
pulga, carrapato), mas não tinha certeza disso. Outro
disse: - Têm sim, mas só no andar de cima. Peraí tem no
andar de cima e não tem no de baixo? Esses malditos
carrapatos gringo não sabia descer a escada? Okay!
Resolvemos sair para comer e depois encarar os pos-
síveis “bad bugs”. Caminhamos de madrugada de uma
segunda-feira, num bairro negro. Quatro brasileirinhos
caminhando em território estrangeiro atrás de comida.
Uma galera sinistra e doida pelas ruas. Uns carros de
polícia passavam devagar. Comemos e voltamos rápi-
do. Era hora de encarar os malditos. Deitamos e ficamos
naquela nóia... “Porra, acho que senti um badbug...”
Quando todos começavam a conseguir dormir vinha um
gato e pulava em cima. Mas uma hora o cansaço venceu.
sadas em ver um show, prestando atenção e vindo tro-
car ideia. Tocamos ainda meio agarrado. Seguimos para
comer no 7 Eleven, era ir deitar em algum canto, na casa
da ex mina do Dan. Descolei um sofá bem grande e macio.
Diário de viagem08\\
Acordamos e ficamos um pouco sentados na frente da
casa, vendo o movimento, depois fomos conhecer os
pontos turísticos da capital federal americana e visi-
tar o Obama. Começou com um pedaço de pizza gi-
gante. Depois os monumentos, uma passada na Casa
Branca. Uma caminhada filho da puta, num sol sin-
istro. Voltar para Baltimore para mais um show. Era
uma festa numa casa e mais um porão. Uma galera
vendo filme, uma galera cozinhando, uns do lado de
fora. Algumas das pessoas do nosso primeiro show
estavam por lá. O show foi um pouco mais curto, to-
camos uns sons que não estavam no set e foi muito
foda, uma galerinha agitando, apesar do aperto e calor.
Acabamos ficando por ali mesmo, cada um se jogou
num canto da sala. Acordamos e fomos almoçar num
restaurante bem simpático e de comida boa. Rolou
um refri de gengibre, achei uma merda. Prefiro Coca-
cola. Finalmente tínhamos um day-off. Dia de descan-
so. Ficamos por ali bebendo, usando internet. Depois
compramos mais cervejas e voltamos para a casa
em que estávamos, ficamos bebendo, ouvindo som
e jogando vídeo game, vendo filme. Tchau day-off.
Com nossa companheira ressaca seguimos rumo a
New Jersey. Essa era a ideia, mas o Dan tinha que
buscar umas coisas na casa dos pais dele que mora-
vam próximo a Baltimore. Essa historinha demorou
um pouco, o cara não sabia o que ficava o que ia.
Colocou um bagageiro no teto do carro, mas estava
quebrado em uma das travas... uma confusão sinis-
tra, que era resolvida a passos de tartaruga. Ima-
gina quatro caras de ressaca e agora com fome es-
perando esse desenrolar debaixo do sol. Felicidade.
Um tempo depois desenrolou. E finalmente seguimos.
Chegamos a New Brunswick em New Jersey. Cidade
bonitinha, bem americana mesmo. Encontraríamos
nosso amigo Alcides de Vila Velha, estava vindo de
New York. Ou seja, essa noite seria longa. A cidade
era bonitinha, mas para variar, tocaríamos no lado B
da cidade, dessa vez não em um bairro de negro e sim
num bairro de latinos, na loja de bebida não precisava
nem gastar o inglês, era em espanhol mesmo. Alcides
já chegou com um Jack Daniels em mãos e fomos
comprar mais algumas cervejas e alguns Four Lokos
(uma espécie de energético com alto teor alcoólico). Fi-
camos no backyard bebendo e conversando enquanto
as pessoas chegavam para o show, que também seria
em um porão. Esse foi um dos shows mais legais, co-
lou uma galerinha boa, bebedeira razoável... Alcides
e Peter estavam bem animados e conseguiram conta-
giar a todos. Foi muito divertido. Foi nesse show que
o peladão ficou encoxando o Mozine. Até hoje ainda
nos perguntam: Quem era aquele cara pelado? A res-
posta é sempre a mesma: É um cara que vai em show
e curte ficar pelado. Simples. Depois ficamos bebendo
mais, colando adesivos do Maradona e conversando
com a galera da cidade que ficou por ali. Era hora de
dormir mal e acordar de ressaca (grande novidade).
Acordei um pouco mais cedo e aproveitei para usar o
banheiro e tomar um banho. É sempre uma boa tática.
Tomamos nosso café da manhã em um mercadinho por
perto, depois aquela velha história de carregar o carro e
pé na estrada de novo. Uma hora e pouco e estaríamos
de volta a New York para tocar dessa vez. Mas, tinha
um trânsito no meio do caminho, no meio do caminho...
merda//09
10\\
assista “Indio cocalero”
Diário de viagem
Demorou, demorou e demorou. Ressaca, aperto e trân-
sito, eu amo tudo isso. Meu desejo era poder ficar na
horizontal uns dez minutos, nada além disso. Precisava
disso. Mas só deu para deixar umas coisas na casa do
Peter, tomar um rápido banho que não adiantava nada,
por que o seu apartamento era a filial de Mossoró, para
ficar quente tinha que esfriar muito. Primeiro acontece-
ria um show num lugar e depois aconteceria um outro,
num novo lugar. Não entendi muito. Era um show pós
show. E uma parte dessas pessoas que estavam no
show, estariam no pós também. Galerinha louca por um
barulho e diversão. O primeiro show teve umas bandas
mais conhecidas como o School Jerks, Cülo e o Hoax
(melhor show), também tocou o Inservibles do México,
que seguiria em tour com a gente nos próximos shows.
Tocamos num prédio num bairro mais afastado, num
bairro industrial, com cara de abandonado. O show foi
dentro de um apartamento aonde moram umas 5 pes-
soas. Tiram a mesa de jantar e ali é o lugar que as
bandas tocam. Tinha uma boa galera, fiquei pensando
como caberia todo mundo no lugar. Uns ficavam pelos
corredores bebendo e uma outra galera ficava no terra-
ço do prédio, vendo a iluminada Manhattam ao fundo.
Rolou uma treta no show da primeira banda, o clima
ficou meio estranho, mas apesar disso e do nosso ex-
tremo cansaço, já era umas 4 da manhã, nosso show
foi foda. Brasileiros, mexicanos e uns americanos per-
didos agitando bastante. Agora só queríamos dormir.
No outro dia seguimos para Boston, viagem chatinha,
chuva e trânsito. Chegamos em cima da hora, descar-
regamos rápido, montamos a banquinha. Tocamos num
pico chamado Democracy Center, uma casa bem legal,
o show seria numa grande sala e estava lotado, quando
chegamos já não havia mais ingressos. Lógico que não
estava sold out por nossa causa, também tocaria uma
banda chamada “Defiance, Ohio”, uns lance meio punk
com folk e eles são bem conhecidos por lá. O show
foi muito bom, uma galera olhando, prestando atenção,
uns pequenos agitos pelo salão. Depois ficamos num
Pub do lado tomando umas cervejas com nossa amiga
brasileira a Rosini e o seu marido gringo. Demos umas
voltas pela cidade, bastante gente nas ruas e clima
de festa. Bela cidade. Merda em Boston, ótima piada.
Enfim, chegamos ao fim. Domingo teríamos dois
shows, o primeiro num prédio bonitão, parecia até
uma igreja, na verdade era um prédio da prefeitura
de Easthampton. O lugar era bem grande e basica-
mente só tinha a gente e o pessoal que estava or-
ganizando. Montamos o som, tocamos, vimos nos-
sos amigos mexicanos, colocamos tudo de volta no
carro e partimos. Pá , pou... Agora era voltar para o
estado de Nova York para o último show em Albany.
Seria mais um porão, mesmo que esquema dos outros,
nesse havia um mini ramp. Quando chegamos já tinha
uma galera bebendo no fundo da casa. O show foi de-
mais, bastante gente assistindo, uns andando de skate,
clima muito foda. Fechamos o role com chave de ouro. De-
pois foi tomar um porre de Four Lokos e comemorar com
nossos amigos mexicanos que continuariam em tour. Ai-
nda ficamos dois dias em NY passeando e consumindo.
Saldo final mais que positivo, nunca tínhamos ido aos
EUA que é realmente um país incrível. Fomos muito bem
recebidos pelos gringos e foi muito foda poder reen-
contrar amigos de longa data que estão por lá. Alguns
bons shows, outros nem tanto, mas sempre uma gal-
era muito interessada e curiosa em ver uma banda de
hardcore brasileira tocando por lá. Valeu demais, quem
sabe em breve a gente volta, então... Até a próxima.
merda //11
andré magnago //13
14\\ Galeria
andré magnago //15
16\\ Galeria
andré magnago //17
Entrevista14\\18\\ Entrevista
//19 Quique brown
QuIQue Brownconheci o Quique lá em 2005, quando ele organizou um show do
merda em bragança paulista. Um cara simpático que tocava numa
banda sensacional, o leptospirose. o tempo passou, fomos para
Europa com nossas bandas, quase morremos e fiquei, pratica-
mente, de babá dos leptos. Ficamos amigos... E tenho orgulho disso.
Em 2012, pela segunda vez, se candidatou para a câmara de
vereadores de sua cidade e em uma campanha limpa, aju-
dado por muitos amigos, que acreditaram nele, se elegeu.
E para um cara como eu que não acredita em política e nas
pessoas, é uma luz no fim do túnel. boa sorte ao meu amigo.
Segue o papo com o músico, professor, pai, dono de es-
cola, produtor cultural e agora vereador, o seu nome
é luís henrique mais conhecido como Quique brown.
1 - Músico, professor, produtor cultural, dono de esco-la de música e agora vereador da cidade de Bragança Paulista. Quando e por que você decidiu que tentaria ser vereador da sua cidade? O que acha que poderá fazer por Bragança?
R: Decidi há quase 10 anos. Em 2003 um partido me procurou no último dia destinado a filiação e eu não me filiei, fiquei com esse papo de eleição na cabeça e decidi me lançar na eleição seguinte por alguns motivos sim-ples; sou bastante conhecido aqui em Bragança, sou um cara bastante ativo na cena cultural da cidade e acima de tudo, conhecia alguns meandros da política e sentia de forma não tão romântica - que era sim - possível fazer alguma coisa pela cidade.
Fui candidato pela primeira vez em 2008 pelo PCdoB e numa campanha totalmente tosca (praticamente sem sair de casa) obtive 549 votos, o que é muito significativo
pra Bragança. Pra se ter uma ideia, teve gente que se elegeu este ano, com 536. Nesta eleição a coisa foi muito diferente, fiz uma cam-panha real e bem planejada que acabou me dando o pódio com 1.326 votos.
Tenho lido as leis municipais e o regimento interno da câ-mara e o Ângelo que será meu assessor também tem fei-to isso, a meta é chegar bem alinhado com o que pode e o que não pode ser feito. Minha meta de trabalho nesse começo de mandato é buscar informações a respeito das diversas associações formais que existem na cidade e bater um papo com elas; ver se estão funcionando, se estão alinhadas de alguma forma com o governo e tentar traçar algumas metas de trabalho em conjunto para os próximos anos. Existe desde associação dos romeiros até associação de corredores e da pra fazer muita coisa em parceria.
por: rogério araújo
Pretendo criar junto ao governo, políticas públicas de apoio ao jovem em geral (cultura, esporte, lazer, trabalho etc). O prefeito que ganhou é do meu lado e eu estou bastante estimulado com esse novo desafio.
Ainda preciso sentir o drama de que como é o rock lá dentro, antes de ficar por aí falando o que vou fazer ou não. Mas basicamente a ideia é trabalhar lado a lado com as pessoas/grupos de áreas bem específicas e dar voz a elas, dar voz ao underground do underground he-hehe.
2 – Pude acompanhar de longe sua campanha, que foi feita com pouca grana e com muitas pessoas talento-sas te ajudando. Como foi reunir todo esse pessoal? E como é possível fazer uma campanha política prati-camente só com ideias?
3 – Qual é o real poder do rock? E qual o poder da política?
4 – E assumindo o cargo, como ficam suas outras atividades, Jardim Elétrico, Leptospirose, organiza-ção de shows?
5 – Quais são os planos agora?
R: O número de pessoas que andam a cavalo é tão pequeno dentro da massa-mídia, quanto o número de pessoas que tocam música, e assim como na música existem vários gêneros e subgêneros, no universo dos cavalos, das artes marciais, dos esportes radicais, da cultura, da educação, da saúde e etc também existem. Nesta eleição, eu era o cara que entendia muito bem a importância e a forma como se desenvolvem e interagem esses grupos sociais e foi com uma retórica altamente fo-cada nisso que eu consegui fazer uma campanha cheia de ideias e pessoas legais.
As pessoas que vieram junto comigo sacam total o quão importante/fascinante é o “mundo alternativo” tinha; nutri-cionista do esporte, skatista, punk, metalúrgico, boiade-ro, vegetariano, médico, triatleta e várias outras pessoas muito bacanas que entraram 100% na proposta pela pro-posta, em prol de um olhar mais atento a uma série muito grande de coisas que na maioria das vezes, inexiste no cérebro/olho do poder público.
R: Dentro do que eu acredito como poder, o poder do rock é imensuravelmente maior que o poder da política. No universo do rock, a política é a cultura de massa - e o rock - é a contracultura. Nesse contexto, o rock foi o re-sponsável direto por várias inovações sociais que acon-teceram no mundo desde o seu surgimento nos anos 50.
R: Assumir o cargo e meter o pau!
R: A princípio continua tudo igual.
20\\ Entrevista
1.
3.
2.
1. Petter Baiestorf fala sobre seu primeiro contato com os quadrinhos de horror, "Espectro" e "Pesadelo" da editora Vecchi. Também como a música é importante na construção de seus filmes e sua participação na cena fanzineira nos anos 90. Fala sobre sua primeira experiência no audivisual "Criaturas Edion-das", tendo sua reprodução e distribuição total-mente DIY, com direito a capa de xerox e tudo mais. Após esse feito, as produções começaram a acontecer com mais frenquência, logo depois veio o longa "Monstro Le-gume do Espaço" e vários outros.
2. Coffin Souza fala sobre sua experiência tocando com a banda “Os Legais”, traça um breve histórico sobre o início de sua carreira, como começou a se envolver com o cinema nos anos 80 gravando com super8, ainda da época que se mudou para Fortaleza, onde produziu mais de 5 horas de filmes experimen-tais. Alguns como: 743 (2001), Zombi X (2001), Yo non creo en fantasmas (2001),Shojo Blues (2002).
3. Gurcius Gewdner fala sobre seu primeiro filme “Poluição dos Mares e Oceanos”, 1996, ano que começou sua banda “Os Legais”. Em 2000, retomou as atividades cinematográficas fazendo um musical, totalmente experimental, tendo seu roteiro baseado nas letras da banda “Os Legais”. Logo depois, em 2003 ao entrar na faculdade, finalmente conseguiu montar seus filmes, dando seguimento ao seutrabal-ho ao lado de outros diretores, como Petter Baiestorf, Fernando Rick e Ivan Cardoso. Atualmente Gurcius mora no Rio de Janeiro, onde trabalha como monta-dor e assistente do conceituado diretor Ivan Cardoso.
Para ouvir o bate-papo na íntegra:
Petter Baiestorf https://soundcloud.com/canal-udu/entrevista-petter-baiestorf
Coffin Souza https://soundcloud.com/canal-udu/entrevista-coffin-souza-udu-4
Gurcius Gewdner https://soundcloud.com/canal-udu/entrevista-gurcius-gewdner-udu
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o
Rodrigo Aragão esta finalizando seu terceiro longa metragem que se chama “Mar Negro”. O último de uma triologia criada por ele mesmo. Alguns aspectos permanacem e ligam suas três produções: Mangue Ne-gro, Noite do Chupa Cabras e Mar Negro, como: as locações , todas em Guarapari; os atores principais e o enredo das histórias.Dessa vez, o filme é dominado por criaturas fantásticas vindos do mar, como o “Baiacu Sereia”. Rodrigo, costuma misturar histórias, mitos e lendas locais com elementos trash tradicionais comuns em filmes do gênero. O concept das criaturas, dessa vez, teve as mãos do ilustrador Eduardo Cardenas.
Quando a UDU esteve no set de filmagem, a impressão era de estar numa convenção do cinema underground onde marcavam presença diversos nomes como Cristian Verardi, Joel Caetano, Gisele Ferran, Giselle Quar-terone, Gurcius Gedwner, Petter Baiestorf, Coffin Souza (estes bateram um papo conosco) e até presenças internacionais como Oso Térico, do México e Ernesto Valverde, da Costa Rica.
A Fábulas Negras encabeçada por Rodrigo agita a vida da cidade de Guarapari, ainda nesse meio tempo rolou um festival de cinema organizado por eles o “Cine Terror na Praia” onde rolaram filmes de todo o Brasil e do Espirito Santo, contando com oficinas gratuitas abertas a qualquer pessoa.Voltando especificamente ao filme, Mar Negro com certeza irá surpreender pela qualidade das imagens, efeitos especiais, som e atuações. De ma-neira geral, a produção vem melhorando em todos os aspectos, almejando assim trilhar novos caminhos e novos horizontes.
Ímar negro22\\ matéria
por: raphael araújo
mar negro//23
24\\ Galeria
//25 matias picon
26\\ Galeria
matias picon //27
28\\ Galeria
matias picon //29
//31 Isabela bimbatto
32\\ Galeria
Isabela bimbatto //33
34\\rôle
mukeka Di ratobar do roque, vila velha
harmonia turbulentabar do roque, vila velha
GuitarriaÁguia marcante, vila velha
ErroÁguia marcante, vila velha
Deaf Kidspós Graduação, vila velha
the alchemistpós Graduação, vila velha
Sick visionspós Graduação, vila velha
Fotos: raphael araújo
//37
Uma das coisas mais importantes que aprendi com a filosofia é que alguns conceitos são tão amplos que podem ser aplicados à praticamente tudo. as ideias do mito da caverna, por exemplo, inspiraram interpretações religiosas, militares e até políticas. muitos desses conceitos surgiram na tentativa de, vagamente, contornar o que é indizível, algo que a nossa gramática não consegue trazer à luz.
mas não é só na academia que a comunicação através de termos nebulosos acontece. no meu dia-a-dia frequentemente me deparo com ideias vagas, trabalhando como um intérprete de impressões e anseios, tentando compreender em que direção devo conduzir meu processo de criação. confesso que muitas vezes, essas charadas fazem com que seus esforços vão além da técnica, e eu acabo me divertindo como um detetive do vocabulário.
certa vez um cliente me pediu para criar um layout pós-moderno e minha primeira reação foi de questionar em pensamentos se ele fazia alguma ideia do que estava falando, porque eu não tinha tanta certeza se sabia. há tantas discussões acerca da modernidade que não pude encontrar elementos que me remetessem à tal pós-modernidade. Depois de uma boa conversa, percebi que ele queria algo futurista, um bom e velho 3D; problema solucionado.
ainda mais enigmático que os termos abstratos, é ausência de termos. Sons, gestos, caretas, toda uma perfórmace que tem o seu grand finale com: “ - Está quase bom, só falta aquele tchan!” respiro fundo e penso no quão vago isso me soou. arrisco colocando mais cor, mais contraste, mas é um tiro no escuro, uma tentativa da intuição. E no fim do dia, quando tudo está em silêncio, eu me pego pensando “- Que valor tem o vernáculo sem as nossas abstrações cotidianas?”
//39lucas Klitzke