97
UFSM Dissertação de Mestrado DISPONIBILIDADE E RESPOSTA DE CULTURAS AO ENXOFRE EM SOLOS DO RIO GRANDE DO SUL. _______________________________________ Jimmy Walter Rasche Alvarez PPGCS Santa Maria, RS, Brasil. 2004

UFSM DISPONIBILIDADE E RESPOSTA DE CULTURAS AO …w3.ufsm.br/ppgcs/images/Dissertacoes/JIMMY-ALVAREZ.pdf · -2 nos solos das regiões agroecológicas do Rio Grande do Sul 19 TABELA

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UFSM

Dissertação de Mestrado

DISPONIBILIDADE E RESPOSTA

DE CULTURAS AO ENXOFRE EM SOLOS

DO RIO GRANDE DO SUL.

_______________________________________

Jimmy Walter Rasche Alvarez

PPGCS

Santa Maria, RS, Brasil.

2004

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DISPONIBILIDADE E RESPOSTA

DE CULTURAS AO ENXOFRE EM SOLOS

DO RIO GRANDE DO SUL.

_______________________

por

Jimmy Walter Rasche Alvarez

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de

Pós-Graduação em Ciência do Solo, Área de Concentração em Processos

Químicos e Ciclagem de Elementos, do Centro de Ciências Rurais da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Ciência do Solo.

PPGCS

Santa Maria, RS, Brasil.

2004

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iii

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova a Dissertação de Mestrado

DISPONIBILIDADE E RESPOSTA DE CULTURAS AO

ENXOFRE EM SOLOS DO RIO GRANDE DO SUL.

elaborada por

Jimmy Walter Rasche Alvarez

como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciência do Solo.

COMISSÃO EXAMINADORA:

_____________________________________________

Danilo Rheinheimer dos Santos

Professor Adjunto, Dr., Presidente/Orientador.

_____________________________________________

Leandro Souza da Silva

Professor Adjunto, Dr., Departamento de Solos – CCR - UFSM.

_____________________________________________

Álvaro Luiz Mafra Professor Universitário, Dr., Departamento de Solos – CAV – UDESC.

Santa Maria, 20 de fevereiro de 2004.

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iv

“Para um homem, mesmo que

ele seja sábio, não é vergonha

alguma sempre aprender mais

e mesmo mudar de opinião”.

Sófocles.

Dedico este trabalho

Aos meus pais Egon

Rasche e Maria Alvarez e a

minhas irmãs Karina e Nancy.

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v

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao orientador Professor Danilo Rheinheimer dos Santos pelas idéias,

recomendações, paciência e compreensão durante a realização deste trabalho.

Aos bolsistas Benjamim, Casali, Fabiana e Graziele, sem vocês não seria possível a

realização deste trabalho.

Aos demais bolsistas de iniciação científica pela dedicação e apoio ao grupo de

trabalho.

Aos colegas Adair Saggin, Gustavo Brunetto, Sidnei Ranno e Valmir de Quadros

pelo companheirismo e ajuda prestada na elaboração deste trabalho.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de pós-graduação e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do

Rio Grande do Sul (FAPERGS), pelo financiamento do projeto e concessão da bolsa de

iniciação científica.

A UFRGS, FUNDACEP, UPF e UNISC pela concessão dos laudos de análises

laboratoriais para a realização este trabalho.

Ao Departamento de Solos da UFSM por permitir o uso da sua infraestrutura de

laboratório e de campo para a realização dos experimentos.

Aos professores que me brindaram suas experiências nas salas de aula e fora dela,

em especial, aos professores Leandro Souza da Silva, João Kaminski e Luciano Colpo

Gatiboni pela participação ativa no trabalho.

Aos funcionários Finamor e Tarcísio pela colaboração, amizade e apoio.

A Tânia pelo apoio e compreensão nos momentos de ausência.

Aos amigos que me ajudaram, compartilharam os bons momentos e me deram força

nos momentos difíceis.

Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que fazem parte do Departamento de

Solos da Universidade Federal de Santa Maria pelo espírito de coletividade e união.

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vi

SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... viii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... x

LISTA DE ANEXOS ............................................................................................ xi

RESUMO .............................................................................................................. xii

ABSTRACT .......................................................................................................... xiii

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 01

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 03

2.1. Dinâmica do enxofre no solo ................................................................. 03

2.2. Diagnóstico da disponibilidade de S-SO4-2

........................................... 05

2.3. Resposta das culturas ao enxofre ........................................................... 07

3. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 10

3.1. Descrição dos experimentos .................................................................. 10

3.1.1. Disponibilidade de enxofre a partir de análises laboratoriais

dos solos do Rio Grande do Sul ..............................................

10

3.1.2. Resposta das culturas ao enxofre em solos com diferentes

teores de argila e matéria orgânica .......................................... 12

3.1.3. Resposta de culturas a aplicação de S-SO4-2

num Argissolo

sob sistema plantio direto ........................................................

14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 18

4.1. Disponibilidade de S-SO4-2

a partir de análises laboratoriais dos solos

do Rio Grande do Sul ..........................................................................

18

4.1.1. Panorama atual da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do

Rio Grande do Sul ..............................................................................

18

4.1.2. Teores de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul de acordo

a diferentes parâmetros do solo ..........................................................

21

4.1.3. Considerações finais ................................................................. 29

4.2. Resposta das culturas ao enxofre em solos com diferentes teores de

argila e matéria orgânica .......................................................................

30

4.2.1. Rendimento de matéria seca da parte aérea das culturas e teor

de sulfato no solo .....................................................................

30

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vii

Página

4.2.2. Teor de S no tecido da parte aérea das culturas e quantidade

absorvida .................................................................................

42

4.2.3. Considerações Finais ................................................................ 51

4.3. Resposta de culturas a aplicação de S-SO4-2

num Argissolo sob

sistema plantio direto ...........................................................................

53

4.2.1. Rendimento das culturas e teor de sulfato no solo em

profundidade ............................................................................

53

4.2.2. Considerações Finais ................................................................ 65

5. CONCLUSÕES ................................................................................................. 66

6. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ............................................... 67

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 69

8. ANEXOS ........................................................................................................... 79

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viii

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1: Número total de amostras de solo utilizadas no levantamento e

distribuição por laboratório ...............................................................

10

TABEAL 2: Caracterização inicial de quatro solos cultivados em casa de

vegetação na camada de 0-10 cm .....................................................

12

TABELA 3: Dose de enxofre e de outros nutrientes adicionada em cada cultura,

em quatro solos cultivados em casa de vegetação ...........................

13

TABELA 4: Número total de amostras e distribuição percentual dos valores de

S-SO4-2

nos solos das regiões agroecológicas do Rio Grande do Sul

19

TABELA 5: Disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul,

Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão Central em

diferentes faixas de pH .....................................................................

22

TABELA 6: Distribuição da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio

Grande do Sul, Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão

Central com diferentes teores de matéria orgânica ...........................

25

TABELA 7: Distribuição da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio

Grande do Sul, Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão

Central com diferentes teores de argila ............................................

27

TABELA 8: Produção de matéria seca da parte aérea da canola e teor de sulfato

no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

32

TABELA 9:

Produção de matéria seca da parte aérea da soja e teor de sulfato

no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

36

TABELA 10: Produção de matéria seca da parte aérea do feijoeiro e teor de

sulfato no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

38

TABELA 11: Produção de matéria seca da parte aérea do gergelim e teor de

sulfato no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

39

TABELA 12: Produção de matéria seca da parte aérea do trevo vesiculoso e teor

de sulfato no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro

solos, cultivados em casa de vegetação .................................

40

Página

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ix

TABELA 13: Produção de matéria seca da parte aérea do trigo e teor de sulfato

no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

41

TABELA 14:

Teor e acúmulo de S no tecido na cultura da canola decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ..........................................................................................

43

TABELA 15: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura da soja decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ..........................................................................................

45

TABELA 16: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do feijoeiro decorrente

da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ..........................................................................................

46

TABELA 17: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do gergelim decorrente

da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ..........................................................................................

48

TABELA 18: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do trevo vesiculoso

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em

casa de vegetação ..............................................................................

48

TABELA 19: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do trigo decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ..........................................................................................

49

TABELA 20: Balanço entre o S total exportado pelas culturas e o S total

aplicado no solo durante o experimento em quatro solos,

cultivados em casa de vegetação ......................................................

50

TABELA 21: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de trigo

decorrentes da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo

sob sistema plantio direto .................................................................

60

TABELA 22: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de soja

decorrentes da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo

sob sistema plantio direto .................................................................

63

TABELA 23: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de canola

decorrentes da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo

sob sistema plantio direto .................................................................

64

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x

LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1: Regiões agroecológicas do Estado do Rio Grande do Sul ..................

11

FIGURA 2: Relação entre os teores de S-SO4-2

no solo e a produção relativa de

matéria seca da canola, para os quatro solos, cultivados em casa de

vegetação ............................................................................................

31

FIGURA 3:

Produção de matéria seca da parte aérea do nabo forrageiro

decorrente da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob

sistema plantio direto ..........................................................................

53

FIGURA 4:

Teor e acúmulo de S na parte aérea do nabo forrageiro decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto .......................................................................................

54

FIGURA 5: Distribuição do S-SO4-2

após a cultura do nabo forrageiro em

diferentes profundidades decorrentes da aplicação de fertilizante

sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto ...........................

56

FIGURA 6: Rendimento de grãos na cultura do milho decorrente da aplicação de

fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto .........

58

FIGURA 7: Teor de sulfato no solo após a cultura do milho decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto .......................................................................................

59

FIGURA 8: Teor de sulfato no solo após a cultura do trigo decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto .......................................................................................

61

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xi

LISTA DE ANEXOS

Página

ANEXO 1: Valor médio de pH em água na camada 0-10 cm após as culturas da

canola, feijão e trigo em quatro solos, cultivado em casa de

vegetação ............................................................................................

80

ANEXO 2: Teor de Matéria Orgânica na camada 0-10 cm após as culturas da

canola, feijão e trigo em quatro solos, cultivado em casa de

vegetação ............................................................................................

81

ANEXO 3:

Teor e acúmulo de enxofre em grãos de milho decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto .......................................................................................

82

ANEXO 4: Teor de S-SO4-2

em profundidade após a cultura da soja decorrente

da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto .......................................................................................

83

ANEXO 5: Teor de S-SO4-2

em profundidade após a cultura da canola

decorrente da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob

sistema plantio direto ..........................................................................

84

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xii

RESUMO

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo

Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

DISPONIBILIDADE E RESPOSTA DE CULTURAS AO ENXOFRE

EM SOLOS DO RIO GRANDE DO SUL.

Autor: Jimmy Walter Rasche Alvarez

Orientador: Danilo Rheinheimer dos Santos

Santa Maria, 20 de fevereiro de 2004.

Apesar da importância do enxofre como nutriente às plantas, a sua dinâmica e

disponibilidade são pouco estudadas em relação a outros nutrientes. Este estudo teve como

objetivo efetuar um diagnóstico da disponibilidade de enxofre nos solos do Estado do Rio

Grande do Sul (RS) e avaliar a resposta de algumas culturas à aplicação de sulfato (S-SO4-

2). O trabalho foi composto por três experimentos. O experimento I envolveu um

levantamento da disponibilidade de S-SO4-2

com 90.092 amostras de solos do RS,

correlacionando-a com o pH e teores de argila e matéria orgânica. O experimento II

consistiu de seis cultivos sucessivos, em vasos em casa de vegetação, utilizando-se quatro

tipos de solos e quatro doses de S-SO4-2

(0, 55, 110 e 220 mg vaso-1

), com quatro

repetições distribuídas ao acaso. O experimento III foi instalado a campo sobre um

Argissolo Vermelho Distrófico arênico e é constituído por um trifatorial em blocos ao

acaso e com quatro repetições. As quatro doses de S-SO4-2

(0, 15, 30 e 60 kg ha-1

) foram

adicionadas na parcela principal; as duas rotações de culturas constituíram-se nas duas

subparcela (nabo/milho-crotalária/trigo e aveia preta/soja/canola); e os efeitos imediato e

residual, as duas subsubparcelas. Avaliaram-se a produtividade de matéria seca e de grãos

e o teor de enxofre absorvido pelas culturas. Nas amostras de solo coletadas antes e após

cada cultivo foi determinado o teor de S-SO4-2

. À medida que o valor de pH diminuiu e

teores de matéria orgânica e argila aumentaram, aumentou os teores de S-SO4-2

disponível

nos solos do RS. A disponibilidade de S-SO4-2

decorrente da aplicação de enxofre nos

solos do experimento II foi maior naqueles mais argilosos. Em casa de vegetação, solos

com teor de argila e matéria orgânica diferentes tiveram comportamento similares em

relação a resposta das culturas a fertilização com S-SO4-2

. Somente as culturas da canola

(em casa de vegetação) e nabo ferrageiro e milho (a campo) responderam a aplicação de S-

SO4-2

. As culturas da soja, feijoeiro, gergelim, trigo e trevo vesiculoso não responderam a

aplicação de S-SO4-2

. O teor de S-SO4-2

da camada de 0-10 cm não se correlacionou com a

produtividade das culturas, dificultando a tomada de decisão para a fertilização com

enxofre.

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xiii

ABSTRACT

Master Dissertation in Soil Science

Graduate Program in Soil Science

Federal University of Santa Maria, RS, Brazil

SULPHUR AVAILABILITY AND CROPS RESPONSE IN SOIL OF RIO GRANDE

DO SUL STATE

Author: Jimmy Walter Rasche Alvarez

Adviser: Danilo Rheinheimer dos Santos

Santa Maria, february, 20 of 2004.

Although the sulphur (S) is an essential nutrient for crops production, its dynamic

and availability is less studied than others nutrients. This study was carried out to evaluate

the soil sulphate (SO4-2

) availability in the Rio Grande do Sul (RS) state and to evaluate the

crop responses to S-SO4-2

application. The study was composed for three experiments. The

first experiment involved a general diagnosis of the S-SO4-2

availability using 90.062 soil

samples of the RS state and its relations with pH, organic matter and soil clay contents.

The second experiment was carried out in greenhouse, were was done six successive crops

using four soils and four S-SO4-2

levels (0, 55, 110 and 220 mg pot-1

) to evaluate

immediate and residual effect of S-SO4-2

application. The third experiment was carried out

at field using a sandy surface soil (Argissolo Vermelho Distrófico arênico), and was a

trifactorial with complete randomized blocks and four replications, four S-SO4-2

levels (0,

15, 20 and 60 kg ha-1

) was applied at the principal plots; two crop rotations at the sub-plots

(rapeseed/maize-crotalaria/sesame and oat/soybean/canola); and the immediate and

residual effect was studied at the sub subplot. It was evaluated the matter and grain

production and S-SO4-2

absorbed by plants. It was collected soil samples before and after

every crop and analyzed for S-SO4-2

. The results showed that decreasing soil pH and

increasing soil clay and organic matter contents affect S-SO4-2

dynamics, increasing its

availability. In greenhouse experiment the increase of S-SO4-2

availability with fertilization

was great in soils with more clay contents. In greenhouse experiment soils with different

clay and organic matter contents showed similar behavior in relation to crop response to

sulfur application. Only the canola (at greenhouse), rapeseed and maize (at field)

responded to sulfur application. Soybean, bean, sesame, wheat and clover do not responded

to sulfur application. There was not observed correlation between soil S-SO4-2

availability

until 10 cm soil depth and crops yield.

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1

1. INTRODUÇÃO

A necessidade do enxofre (S) na nutrição mineral das plantas é conhecida desde os

tempos de Liebig devido a sua participação em enzimas e formação de proteínas. A

ocorrência de deficiência de S nas culturas está relacionada com o uso de fertilizantes

concentrados com escassa ou nula presença desse nutriente; à utilização de solos arenosos

com baixo conteúdo de matéria orgânica; à sistemas de cultivos intensivos em solos

degradados; ao controle da contaminação ambiental e conseqüentemente menor aporte

atmosférico de SO4-2

e ao excesso de precipitação e irrigação, provocando erosão e

lixiviação do S.

A baixa disponibilidade de S no solo teoricamente é bastante generalizada. Estima-

se que 50% da área total dos solos da América Tropical apresentam deficiência de S. No

Brasil, vários solos apresentam baixo nível de S, especialmente aqueles arenosos e

altamente intemperizados ocorrentes em áreas distantes do mar, de grandes metrópoles e

de fábricas.

No Rio Grande do Sul há poucos estudos com relação à resposta de fertilização

sulfatada, tanto que o teor crítico ainda não está bem definido para a maioria das culturas.

Os poucos resultados que se têm foram obtidos com preparo convencional do solo e com

tetos de produtividades não muito elevados, características da agricultura das décadas de

70 e 80. A partir da década de 90, com a expansão do sistema de plantio direto no estado,

os teores de matéria orgânica estão lentamente aumentando. Adicionalmente, esse sistema

permite o cultivo de solos com menores teores de argila e de matéria orgânica gerando um

novo ciclo de ocupação dos solos da Metade Sul. Além disso, os baixos teores de MO, a

destruição da vegetação permanente e a adição de calcário e fertilizante fosfatado

favorecem as perdas de S-SO4-2

por lixiviação. Porém solos com boa disponibilidade de

fósforo estão recebendo, nos últimos anos, adições de fertilizantes com baixas

concentrações, onde o fósforo é suprido como superfosfato simples, que contém

apreciáveis quantidades S-SO4-2

(12%). Assim, há necessidade de se avaliar a

disponibilidade de S-SO4-2

nos solos das diferentes regiões agroecológicas do estado e

realizar alguns ensaios com fertilização com S-SO4-2

, na tentativa de melhorar a definição

do teor crítico e avaliar a resposta das plantas.

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2

O objetivo geral deste trabalho foi o de realizar um diagnóstico da disponibilidade

de S-SO4-2

nos solos do Estado do Rio Grande do Sul e avaliar a resposta das culturas à

aplicação de S.

Os objetivos específicos foram:

Efetuar um levantamento da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do RS, tomando-

se como base as análises laboratoriais de 1997 a 2002, relacionando a disponibilidade de S-

SO4-2

com o pH, os teores de matéria orgânica e argila do solo.

Avaliar a resposta de diferentes culturas ao enxofre, em solos com teores de argila e

matéria orgânica variáveis, em casa de vegetação.

Checar o teor crítico de S-SO4-2

estabelecido pela Comissão de Fertilidade do Solo

RS/SC (1994), num solo com textura superficial arenosa sob sistema plantio direto.

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3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Dinâmica do enxofre no solo

O enxofre se encontra nos solos nas formas orgânica e inorgânica. A forma

orgânica representa mais de 90% do S total na maioria dos solos, observando-se uma

relação entre o S total e o carbono e nitrogênio orgânico. A forma orgânica pode ser

dividida em três frações: compostos com ligação S-O (sulfatos de ésteres), que constituem

aproximadamente 50% do S orgânico; compostos com ligação S-C, representados pelos

aminoácidos (cisteina e metionina) e S inerte ou residual, que são compostos não bem

conhecidos ou identificados. Os dois primeiros são os que mais contribuem indiretamente

ao suprimento de S às plantas (Neptune et al., 1975; Freney et al., 1975; Bissani, 1985).

As transformações do S nos solos envolvem a mineralização do S orgânico para

formas inorgânicas, a imobilização ou conversão de S inorgânico em compostos orgânicos

pelos microorganismos, a produção de sulfeto (S2-

) pela redução de SO4-2

, a formação de

gases voláteis e a oxidação de S elementar em outras formas reduzidas (Freney &

Boonjawat, 1983).

O processo de mineralização do S orgânico é de grande importância à

disponibilidade de SO4-2

às plantas (Costa, 1980; Kamprath & Till, 1983). A mineralização

do S orgânico nos solos é influenciada por fatores ambientais e de solo. Entre os fatores

ambientais e edáficos destacam-se a temperatura, a umidade, a aeração, o pH, a população

microbiana e as formas predominantes de S orgânico. Os fatores ambientais afetam a

população e a atividade microbiana e esta influencia na mineralização, pois, utilizam a

matéria orgânica como substrato para seu crescimento e, se sobrar S do seu metabolismo,

disponibilizam-o às culturas (Freney & Boonjawat, 1983). A mineralização é mais intensa

na rizosfera, detritosfera, porosfera, dritosfera e agregatosfera, pois há maior atividade

microbiana e maior quantidades de substâncias passíveis de serem aproveitadas pelos

microorganismos (Beare et al., 1995; Kamprath & Till, 1983).

O S inorgânico é encontrado nos solos como SO4-2

, na solução ou adsorvido na

superfície dos colóides inorgânicos, ou nas formas reduzidas como dióxido de S (SO2),

sulfito (SO3-2

), tiossulfato (S2O3-2

), S elementar (S0) e sulfeto (S

-2). Em solos bem

drenados, as formas reduzidas são facilmente oxidadas a SO4-2

(Neptune et al., 1975). O

SO4-2

pode formar, com os grupos funcionais dos colóides inorgânicos, complexos de

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esfera externa e, principalmente, complexos de esfera interna, sendo a sua adsorção aos

grupos funcionais inferior ao ânion H2PO4-, mais superior ao ânion NO3

-. Esses podem

expressar diferentes graus de energia, especialmente se a ligação for mono ou bi

coordenada ao Fe ou Al (Parfitt et al., 1978). Os principais colóides adsorventes de SO4-2

são os óxidos de ferro, sendo que a adsorção média é de 600 mmol g-1

para o polímero

amorfo, 330 mmol g-1

para a lepidocrita, 125 mmol g-1

para a goethita e 85 mmol g-1

para a

hematita, em pH 3,5 (Parfitt et al., 1978). A adsorção pode ocorrer, também, nos óxidos de

Al e argilominerais 1:1, sendo em argilominerais 2:1 a adsorção quase desprezível,

comparativamente aos óxidos (Elminsger, 1954; Chao, 1962; Barrow, 1967).

A capacidade de adsorção de SO4-2

pelos colóides do solo podem ser estimada por

extratores químicos. Geralmente, o SO4-2

extraído com citrato\ditionito\bicarbonato tem

alta correlação com o teor de óxido de ferro ou de alumínio (Barrow, 1967; Chão, 1962).

Os óxidos de ferro são mais importantes que os de alumínio na retenção de SO4-2

em solos

do RS, Costa (1980). Esse autor constatou que os óxidos de ferro extraíveis por

citrato\ditionito\bicarbonato são mais importantes que os óxidos de alumínio. Do mesmo

modo, os óxidos de ferro e de alumínio extraídos por oxalato de amônio e o teor de argila

tiveram baixa correlação com a adsorção de SO4-2

. Se considerar o S total do solo, esse

apresenta alta correlação com o teor de argila, como o observado para 16 tipos de solos do

RS (Nascimento, 1980), uma vez que os solos argilosos comportam maior teor de matéria

orgânica (Neller, 1959).

A adsorção de SO4-2

nos grupos funcionais dos colóides inorgânicos é dependente

do pH do solo. À medida que aumenta o pH, aumenta a dissociação de H+ dos grupos

funcionais e, conseqüentemente, aumenta a energia de ligação do oxigênio com o metal,

dificultando a troca com o SO4-2

. Deste modo, mais SO4-2

permanece livre na solução do

solo e maior é a labilidade daquele adsorvido (Chao, 1963; Elkins, 1971; Korentajer,

1983). O SO4-2

livre na solução do solo pode ser lixiviado para os horizontes sub-

superficiais, o que pode significar perda caso ocorram altas precipitações pluviométricas.

A adsorção do SO4-2

é fortemente influenciada pelo tipo de cátions acompanhante,

seguindo a ordem Al2(SO4)3 > CaSO4 > K2SO4 > (NH4)2SO4 > Na2SO4. Isso ocorre pelas

modificações provocadas nos grupos funcionais pela adsorção do cátion. Cátions

adsorvidos especificamente, com esfera interna, reagem anteriormente com uma molécula

de água para diminuir sua energia estática, liberando um H+. Em seguida, durante a

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adsorção há um deslocamento de mais um H+ do grupo funcional para a solução do solo.

Assim para cada cátion divalente adsorvido são liberados dois prótons para o meio, o que

torna o meio mais propício para a adsorção específica de ânions (Barrow, 1972).

2.2. Diagnóstico da disponibilidade de enxofre

O SO4-2

da solução do solo e aquele fracamente adsorvido podem ser obtidos pela

extração com soluções de NaCl (Willians & Steingergs, 1959), CaCl2 (Willians &

Steingergs, 1959), LiCl (Westerman, 1974) e água fria (Spencer & Freney, 1960). Esses

extratores só apresentam boa correlação com a produtividade das culturas em solos com

baixa capacidade de adsorção de SO4-2

(Tabatabai & Bremen, 1972). Para a maioria dos

solos, há uma quantidade apreciável de SO4-2

adsorvido que é passível de ser absorvido

pelas plantas e que não são extraídos por esses métodos.

Agronomicamente, considera-se S disponível o SO4-2

adsorvido nos grupos

funcionais com baixa energia e que pode repor o SO4-2

da solução do solo rapidamente.

Vários métodos têm sido propostos para sua estimativa, destacando-se o Ca(H2PO4)2 (Fox

et al., 1964), NH4OAc + HOAc (Ensminger, 1954), NH4OAC (McClung et al., 1959) e a

resina trocadora de ânions (Alvarez et al., 2001).

Na literatura internacional, encontram-se diferentes níveis críticos, que variam

amplamente de acordo com o método de extração, cultura e local do experimento.

Didaticamente pode-se agrupar em três categorias: teor crítico baixo (< 3 mg dm-3

) para

extratores fracos, teor crítico médio (4-12 mg dm-3

) para extratores contendo fosfato ou

acetato, sendo mais elevado para leguminosas (McClung et al., 1959; Harward et al., 1962;

Fox et al., 1964; Rehn & Caldwell, 1968; Hoeft et al., 1973; Nascimento, 1980; Scott,

1981; Bansal et al., 1983) e teor crítico alto (> 20 mg dm-3

) para extratores alcalinos (Arora

& Sekhon, 1977; Scott, 1981).

O SO42-

extraído com o método do Ca(H2PO4)2 apresentou melhor correlação com

o absorvido pelas plantas em vários experimentos (Fox et al., 1964; Hoeft et al., 1973;

Fontes et al., 1982), sendo adotado como o método oficial pela CFS-RS/SC (1994). Para a

maioria das culturas adotam-se três classes de disponibilidade: baixo < 2 mg dm-3

, médio

2-5 mg dm-3

e suficiente > 5 mg dm-3

, este último é considerado como teor crítico para as

culturas em geral. Para as culturas exigentes, como as leguminosas, brássicas e liliáceas, o

teor crítico é de 10 mg dm-3

. Esses valores precisam ser melhor checados para as diferentes

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culturas e tipos de solo, a fim de aumentar a confiabilidade na tomada de decisão em

aplicar ou não fertilizantes sulfatados e, caso haja necessidade, qual a dose a ser utilizada.

Alguns estudos realizados no RS com diferentes solos mostram que culturas

cultivadas em solos com baixos teores de matéria orgânica e argila apresentam maiores

possibilidades de apresentarem resposta a aplicação de fertilizantes sulfatados (Goepfert &

Kussow, 1971; Costa, 1980; Nascimento, 1980; Wolffenbüttel & Tedesco, 1981; Bissani,

1985).

A análise do tecido das plantas é outra ferramenta útil na predição da

disponibilidade de enxofre na planta para que se obtenha uma boa produtividade (Zhao et

al., 1996; Ensminger & Freney, 1966).

A concentração de enxofre na totalidade do material vegetal ou de partes

específicas desta permite diagnosticar o estado do elemento na planta, onde o teor crítico

dependerá principalmente da espécie. Outros fatores que afetam a concentração de S na

planta são a parte da planta amostrada, o estagio fenológico e o nível de fertilidade do solo

onde se encontra estabelecida a cultura (Haneklaus & Schung, 1994; Hantonen & Saarela,

1994). Para a boa predição do estado nutricional da planta geralmente se recomenda a

amostragem no momento de maior demanda desta pelo nutriente. O estágio de início de

floração geralmente é o mais recomendado para observar o estado nutricional da planta

(Gupta, 1976). Por outro lado, para observar a quantidade de nutrientes exportada pela

cultura é importante analisar o teor do elemento no grão, caso sejam culturas comerciais,

ou da planta inteira, no caso de culturas para uso na alimentação de animais ou silagens de

forrageiras.

O teor crítico para culturas não exigente, de exigência média e exigente é de

aproximadamente 0,10-0,15%, 0,15-0,25% e 0,25-1,25% respectivamente (Kamprath et

al., 1957; Malavolta, 1984; Janzen & Bettany, 1984; Mengel & Kirkby, 1987; EMBRAPA,

1998, Imsande & Schmidt, 1998), em relação ao teor de S-total no tecido da parte aérea.

Acima destes valores, a probabilidade de resposta das plantas a adição de S é pouco

provável.

2.3. Resposta das culturas ao enxofre

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A probabilidade de resposta à aplicação de S é maior em solos intemperizados, com

grandes quantidades de óxidos de ferro, baixo conteúdo de matéria orgânica e baixos teores

de argila.

A chuva pode ser uma importante fonte de suprimento de enxofre. Em solos

argilosos, o enxofre aportado pela água da chuva pode ficar retido nos colóides

aumentando a disponibilidade do elemento às plantas. Em solos arenosos, a precipitação

atua como dreno de enxofre, pois, carrega o enxofre da chuva e parte do enxofre do solo

para subsuperfície, podendo este ficar inacessível às culturas. A maior densidade

demográfica de uma região provavelmente tenha como conseqüência uma maior

contaminação ambiental, aumentando a liberação de enxofre ao ambiente através da

queima de combustíveis fósseis, queima de madeiras e emanação de resíduos de fábricas.

Estes fatores permitem que se tenha uma maior concentração de enxofre no ambiente e

conseqüentemente maior aporte de sulfato por meio das precipitações. Na região

metropolitana e rural de Porto Alegre, a contribuição de enxofre pela água da chuva foi de

39,4 e 99,2 kg por hectare por ano, respectivamente (Guedes, 1985). Outros estudos no

país reforçam a teoria do grande aporte de enxofre com a chuva como no Vale do

Quilombo, Cubatão e Santos, onde o aporte foi de 75,4; 86,3 e 43,5 kg de S por ha-1

ano-1

,

respectivamente (Moreira Nodermann, 1986; Danelon, et al., 1991).

No RS, há grande variabilidade de solos quanto ao material de origem, posição na

paisagem, processos de formação, teor e tipo de argila, teor e tipo de óxidos e teor de

matéria orgânica. A produção agrícola do estado está concentrada na Metade Norte, exceto

a cultura do arroz irrigado por inundação. Na região do Planalto Médio, os solos são, na

sua grande maioria, derivados de basalto e enquadrados na classe dos Latossolos. Estes, de

um modo geral, são ricos em argilas 1:1 e óxidos de ferro e naturalmente contêm altos

teores de matéria orgânica. Ao serem incorporados no sistema de produção de grãos com

preparo convencional do solo houve uma diminuição drástica no conteúdo de matéria

orgânica, quer pela erosão severa observada ou quer pela sua mineralização. Esse sistema

de cultivo perdurou no estado por mais de 50 anos, com auge nas décadas de 70 e 80, e

diminuiu muito a reserva de enxofre no solo. Adicionalmente ao manejo inadequado do

solo, o uso intensivo de fertilizantes concentrados com baixa concentração ou ausência de

enxofre têm contribuído para a menor disponibilidade de SO4-2

às plantas.

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Mesmo com a adoção do SPD, o incremento nos teores de matéria orgânica é lento

(Rheinheimer et al., 2001). Como a produtividade média das culturas, especialmente soja,

também tem aumentado lentamente (Mielniczuk et al., 2000) e se continua não se repondo

o S exportado pelos grãos, acredita-se que possam ocorrer respostas a fertilização com

sulfato, pelo menos para aquelas culturas mais exigentes.

As principais plantas cultivadas podem ser reunidas de acordo com a necessidade

de S em três grupos: as que necessitam de grandes quantidades para o seu desenvolvimento

(brássicas e liliáceas); as que necessitam de nível intermédio (leguminosas, algodão e

girassol); e as que apresentam baixa necessidade (gramíneas) (Jordan & Elminger, 1958).

As brássicas, por produzirem altas quantidades de proteínas e óleos, requerem uma

relação N/S próximo a de 7:1 (Janzen & Bettany, 1984). No RS, Bissani (1985) encontrou

relação media entre N/S de 5:1. Experimentos com canola (Brassica napus L. var. napus)

conduzidos nos EUA evidenciaram que para ter ótimas produções de grãos e rendimento

de óleo, deve ser aplicado em torno de 20 kg ha-1

de S-SO4-2

(Jackson, 2000). Em solos do

cerrado, a colza (Brassica napus L. oleifera) respondeu até a aplicação de 60 kg ha-1

de S-

SO4-2

em um experimento conduzido por Malavolta (1984). Em contrapartida, Fernasieri

Filho et al. (1990) encontraram diminuição no teor de óleo a partir da adição de 40 kg ha-1

.

A soja tem apresentado respostas à aplicação de S em latossolos altamente

intemperizados do cerrado brasileiro. A aplicação de gesso agrícola proporcionou

aumentos de 350 a 485 kg ha-1

de grãos em diversos latossolos (Macarenhas et al., 1976) e

de 350 kg ha-1

de grãos em solos derivados de arenito (Miyasaka et al., 1964). Do mesmo

modo, constatou-se aumentos significativos na produção de soja com a aplicação de S

como superfosfato simples onde a aplicação de 60 kg ha-1

de S-SO4-2

aumentou a produção

de grãos em 846 kg ha-1

(Hicore & Gallo, 1972).

Outras culturas com boa resposta a aplicação de S são o feijão e o algodão. Tem-se

observado resposta à aplicação de até 30 kg ha-1

de S-SO4-2

(McClung et al., 1961;

Mikkelsen et al., 1963; Vitti et al., 1982; Furtini Neto et al., 2000), embora houve

experimentos de feijão e algodão onde não se observaram respostas (Macarenhas et al.,

1967; Rosolem et al., 1984).

Várias gramíneas responderam a aplicação de S, apesar de serem classificadas

como plantas que requerem baixa quantidade desse nutriente para o seu desenvolvimento.

A resposta ocorre principalmente em espécies com alta produção de matéria seca, em áreas

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com alta disponibilidade de fósforo e nitrogênio acompanhada de baixa disponibilidade de

S. O capim gordura (Melinis minutiflora), o jaraguá (Hyperrenia rufa), a braquiaria

(Brachiaria decumbens), a setária (Setaria anceps) e o Paspalum notatum responderam a

aplicação de 20 a 40 kg ha-1

de S-SO4-2

(Mcclung & Quinn, 1959; Casagrande et al., 1982;

Faquin et al., 1995).

Gatiboni et al., (1999) testaram a eficiência de fontes de fósforo, com e sem

enxofre, no melhoramento de campo nativo com introdução de azevém e trevo vesiculoso.

A aplicação de S, juntamente com o fosfato, aumentou em aproximadamente 20% a

produtividade do azevém e do trevo vesiculoso.

O trigo é uma das gramíneas que tem sido muito estudada com relação à aplicação

de S, uma vez que a diminuição dos teores de aminoácidos essenciais como a cistina e a

metionina, de radicais sulfídrilos (S-H) e dissulfeto (S-S) causa o aumento do nível de

ácido aspártico. Essas alterações diminuem a extensibilidade da massa, tornando-a mais

rígida e de textura granulada. Os pães ficam menores e o miolo mais firme e pesado,

envelhecendo-se mais rapidamente (Wrigley et al., 1984). Em solos da Argentina,

cultivados por longos períodos sem a reposição do S exportado, tem-se obtido boas

respostas do trigo à aplicação de 20-30 kg ha-1

de S (Chiarotti et al., 2000; García et al.,

2001). No Brasil, também foi observada resposta dessa cultura à aplicação de S quando

cultivado em solos ácidos e com baixo teor de matéria orgânica (Camargo et al., 1975).

O número de experimentos a campo e em casa de vegetação com fertilização

sulfatada é muito escasso no estado do RS. Somente dois experimentos foram realizados a

campo, sendo ambos com a cultura da soja e pelo mesmo autor (Anghinoni, 1975;

Anghinoni, 1976) e não se observou resposta à aplicação de enxofre. Outros experimentos

conduzidos em casa de vegetação mostraram respostas a aplicação de enxofre quando os

solos apresentavam baixos teores de matéria orgânica, argila e S-SO4-2

, principalmente na

cultura da alfafa, colza e sorgo (Goepfert & Kussow, 1971; Costa, 1980; Bissani, 1985;

Wolffenbüttel & Tedesco, 1981; Nascimento & Morelli, 1980). Além disso, os resultados

obtidos em diferentes locais são contraditórios. Isso dificulta a definição do teor crítico e o

estabelecimento das classes de disponibilidade, e, conseqüentemente, das recomendações

adequadas de fertilizantes sulfatados.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi executado no Departamento de Solos da Universidade

Federal de Santa Maria, no período de março de 2002 a fevereiro de 2004. O trabalho é

composto por três experimentos: o primeiro consta de um levantamento da disponibilidade

de S-SO4-2

a partir de análises laboratoriais dos solos do Rio Grande do Sul; o segundo, da

resposta de culturas ao enxofre em solos com diferentes teores de argila e matéria orgânica,

em casa de vegetação; e o terceiro, da resposta de diversas culturas a campo em solo de

textura superficial arenosa sob sistema plantio direto.

3.1. Descrição dos experimentos

3.1.1. Disponibilidade de S-SO4-2

a partir de análises laboratoriais dos solos do Rio

Grande do Sul

O primeiro experimento consistiu de um levantamento dos níveis de

disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul. Utilizaram-se laudos de

análises (90.092) de quatro laboratórios que compõem a Rede Oficial de Análise de Solo e

Tecido Vegetal – ROLAS (UPF, UFRGS, UNISC e FUNDACEP) realizados de 1997 a

2002 (Tabela 1).

TABELA 1: Número total de amostras de solo utilizadas no levantamento e distribuição

por laboratório.

Laboratório Município sede Amostras

Número Percentual

UFRGS Porto Alegre 35.263 39,14

FUNDACEP Cruz Alta 8.583 9,53

UPF Passo Fundo 41.659 46,24

UNISC Santa Cruz do Sul 4.587 5,09

Total 90.092 100

Os resultados dos laudos das amostras de solos foram transformados para o banco

de dados Access e foram classificados com o auxilio do programa Fertclass elaborado em

visual basic (Rheinheimer et al., 2000 e 2001). Os níveis de SO42-

foram separados em <

2,0; 2,0-5,0; 5-10; 10-20 e > 20 mg dm-3

, denominados como muito baixo, baixo, médio,

alto e muito alto. Os teores de matéria orgânica do solo foram agrupados na faixa de <1,2;

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1,3-2,5; 2,6-3,7; 3,8-5,0; 5,1-6,2 e >6,2%. Os valores de argila em porcentagem foram

classificados em <10; 11-25; 26-40; 41-55 e >55% correspondendo a faixa de 5 a 1,

respectivamente (CFS-RS/SC, 1994). O pH do solo foi classificado em < 4,5; 4,5-4.9; 5,0-

5,4; 5.5-5,9 e >6. Os teores de S-SO4-2

foram correlacionados com os valores de pH, teores

de matéria orgânica e de argilas dos solos.

Os 495 municípios do Estado do Rio Grande do Sul foram agrupados em doze

regiões agroecológicas (Figura 1), de acordo com RIO GRANDE DO SUL (1994). Os

resultados foram classificados por regiões agroecológicas.

FIGURA 1: Regiões agroecológicas do Estado do Rio Grande do Sul

M - Missionária de São Luiz

Gonzaga- Santo Ângelo

EISN – Encosta inferior da

Serra do Nordeste

AVU – Alto Vale do

Uruguai

S-I – São Borja – Itaqui

PM – Planalto Médio

PS – Planalto Superior

SN – Serra do Nordeste

DC – Depressão Central

C – Campanha

SS – Serra do Sudoeste

GL – Grandes Lagos

L - Litoral

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3.1.2. Resposta das culturas ao enxofre em solos com diferentes teores de argila e

matéria orgânica.

O segundo experimento consistiu de cultivos sucessivos em vasos em casa de

vegetação. Os tratamentos consistiram de tipos de solos e doses de S-SO4-2

. Utilizou-se

quatro solos com diferentes teores de argila e matéria orgânica: Neossolo Quatzarênico

Órtico típico (RQo), sob campo nativo coletado no município de Manuel Viana; Argissolo

Vermelho Distrófico arênico (PVd), sob sistema plantio direto há 14 anos coletado no

município de Santa Maria; Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico (LVAd) sob

sistema plantio direto há 8 anos coletado no município de Júlio de Castilhos e Latossolo

Vermelho Distroférrico típico (LVdf) sob sistema plantio direto há 8 anos, coletado no

município de Ibirubá (Tabela 2).

TABELA 2 : Caracterização inicial de quatro solos cultivados em casa de vegetação na

camada de 0-10 cm.

Solos Argila M.O. pH – H2O

1:1

Índice

SMP S P K Ca Mg Al

........... % ........... ....... mg dm-3

...... ..... cmolcdm-3

.....

LVdf 64 3,2 6,6 6,8 11,4 4,1 96 7,53 2,00 0

LVAd 32 2,7 5,1 5,6 13,6 9,8 102 2,38 0,73 0,65

PVd 14 2,9 5,3 5,8 9,3 18,8 93 2,71 0,62 0,15

RQo 8 0,7 4,7 6,1 4,8 8,0 30 0,52 0,15 0,20

As amostras indeformadas de solos foram coletadas com tubos de PVC de 200 mm

de diâmetro e 220 mm de profundidade. As doses de S-SO4-2

(0, 55, 110 e 220 mg vaso-1

)

equivalem a 0, 15, 30 e 60 kg ha-1

, respectivamente, considerando que cada vaso contem

em média 11,4 kg, e foram aplicadas na superfície dos vasos antes do primeiro e quarto

cultivo. No segundo e quinto cultivos foram aplicados um terço dose inicial de S-SO42-

(0;

18,3; 36,7 e 73,3 mg vaso-1

) e no terceiro e sexto cultivo não foi aplicado S. Desse modo,

o experimento é um bifatorial (4 solos e 4 doses) com quatro repetições e distribuídas no

delineamento experimental inteiramente casualizado.

Antes do primeiro cultivo, adicionou-se calcário em dose equivalente a metade da

dose para elevar o pH a 6,0 nos solos RQo devido a seu baixo teor de argila e uma dose

para elevar o pH a 6,0 no LVAd. A solução nutritiva utilizada para nutrientes foi

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adicionada nas seguintes formas: N na forma de (NH4)2SO4 + NH4NO3; P na forma de

KH2PO4; K na forma de KH2PO4 e K2SO4-2

; Zn na forma de ZnCl2; Cu na forma de CuCl2

e B na forma de H3BO3. A quantidade adicionada em cada cultura se encontra na tabela 3.

TABELA 3: Dose de enxofre e de outros nutrientes adicionada em cada cultura, em quatro

solos cultivados em casa de vegetação.

Cultura Dose de S-SO4-2

N P K Zn Cu B Mn Mo

............................................................ mg vaso-1

...................................................

Canola 0 55 110 220 330 1100 1375 22 11 5,5 0 0

Soja 0 18,3 36,7 73,3 0 1100 1375 22 11 5,5 0 0

Feijão 0 0 0 0 330 550 688 11 5,5 2,7 2,2 0,11

Gergelim 0 55 110 220 165 1100 1375 22 11 5,5 2,2 0,11

Trevo 0 18,3 36,7 73,3 165 550 688 11 5,5 2,7 2,2 0,11

Trigo 0 0 0 0 330 1100 1375 22 11 5,5 0 0

A primeira cultura implantada foi a canola (Brassica napus L. var. napus),

utilizando-se sementes tratadas com fungicida sistêmico e pré-germinadas. Logo após a

emergência debastou-se deixando 10 plantas por vaso para os solos LVdf; LVAd, PVd e 6

para o RQo, em decorrência da baixa germinação ocorrida neste solo. Aos 18 dias após a

emergência aplicou-se o N. Como segundo cultivo semeou-se a cultura da soja (Glycine

max L.), variedade RS-10, deixando-se 9 plantas por vaso. O feijão (Phaseolus vulgaris L.)

foi implantado como terceiro cultivo, deixando-se 8 plantas por vaso. Aos 18 dias após a

emergência aplicou-se N. Como quarto cultivo semeou-se o gergelim (Sesamun indicum

L), deixando-se 4 plantas por vaso. Aos 15 dias após a emergência aplicou-se N. O quinto

cultivo implantado foi o trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum cv. Yuchi), deixando-se

10 plantas por vaso e como último cultivo semeou-se trigo (Triticum aestivum L.),

deixando-se 11 plantas por vaso. Aos 10 e 20 dias após a emergência aplicou-se N.

Em todos os cultivos, quando as plantas atingiram o pleno florescimento a parte

aérea foi cortada rente ao solo. A matéria seca foi determinada após secagem em estufa a

60 ºC. Na matéria seca foi determinado o teor de S total, após a digestão nítrica-perclórica

(Tabatabai & Bremen, 1970).

Após todos os cultivos foi coletada uma amostra de solo na camada de 0-10 cm.

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14

Após a cultura do trigo no solo RQo foi coletada uma amostra de solo na camada

10-20 cm, com o objetivo de observar a lixiviação de S-SO4-2

em profundidade. O solo foi

seco em estufa, moído, peneirado e estimada a disponibilidade de S-SO4-2

pelo extrator

Ca(H2PO4)2 (Tedesco et al., 1995).

Os resultados de rendimento de matéria seca, S-SO42-

do solo, teor de S no tecido e

quantidade de S absorvido de todas as culturas foram submetidos a análise de variância e

as médias dos tratamentos comparadas pelo método de Tukey ao nível de 0,05 de

probabilidade de erro. Efetuou-se ajuste de equações de correlação para rendimento de

matéria seca, S-SO42-

do solo, teor de S no tecido e quantidade de S absorvido.

3.1.3. Resposta de culturas a aplicação de S-SO4-2

num Argissolo sob sistema

plantio direto.

O terceiro experimento foi conduzido no campo experimental do Departamento de

Solos da Universidade Federal de Santa Maria. A área experimental está situada em

latitude de 29 41’ 24” S e longitude de 53 48’ 42” W. O clima da região fisiográfica da

Depressão Central é classificado como subtropical úmido, classe “Cfa”, segundo a

classificação de Köppen (Moreno, 1961). A precipitação média anual da região varia de

1.322 a 1.769 mm.

O solo Argissolo Vermelho Distrófico arênico vinha sendo conduzido desde 1994

sob sistema plantio direto. A caracterização inicial do solo na camada 0-10 cm, apresentou

em média 14% de argila, 1,28% de MO, pH 5,2, índice SMP 6,0, 3,4, 0,8 e 0,2 cmolcdm-3

de Ca, Mg e Al+3

, respectivamente, e 20,0 e 44 mg dm-3

de P, K, respectivamente.

Realizou-se uma escarificação com adição de corretivo da acidez equivalente para elevar o

pH do solo a 5,5 indicado pelo método SMP. Aplicou-se potássio e fósforo de acordo com

as recomendações para elevar os teores acima do teor crítico antes do primeiro cultivo e

para os cultivos posteriores se aplicou a dose correspondente a reposição das culturas

estabelecidos pela CFS- RS/SC (1994).

Os tratamentos foram dispostos em blocos ao acaso, em parcelas subsubdivididas

com quatro repetições. Na parcela principal (9,6 x 11 m) no primeiro cultivo foram

adicionadas quatro doses de S-SO4-2

(0, 15, 30 e 60 kg ha-1

), na forma de superfosfato

simples, sendo a diferença de doses de P contrabalançada com superfosfato triplo. A

parcela principal foi dividida em duas subparcelas (9,6 x 5,5 m). Numa subparcela foi

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utilizada a rotação de culturas nabo forrageiro/milho-crotalaria/trigo. Na outra subparcela

foi utilizada a rotação de culturas aveia preta/soja/canola. Cada subparcela foi dividida em

duas subsubparcelas (4,8 x 5,5 m). Na primeira sub-subparcela não foi adicionado S no

segundo, e terceiro cultivos. Na segunda sub-subparcela foi adicionado S-SO4-2

no segundo

cultivo em dose equivalente a 1/3 da dose do tratamento inicial.

As culturas receberam irrigação através de pivô central quando foi constatado

déficit hídrico. Em ocasiões em que apareceram doenças ou pragas nas culturas foram

aplicados agrotóxicos de acordo as recomendações técnicas. Foram avaliados os

rendimentos de grãos e matéria seca das culturas econômicas e matéria seca das culturas

utilizadas como cobertura do solo.

O primeiro cultivo implantado na subparcela 1 foi o nabo ferrageiro (Raphanus

sativus L), após a dessecação da área com herbicida total. Utilizaram-se 20 kg ha-1

de

sementes cultivadas em espaçamento de 0,17m x 0,05m. Realizou-se a aplicação de N na

forma de uréia em cobertura 28 dias após a emergência. Foi coletada amostra de nabo em

dois pontos de 1m2 por parcela, no momento de pleno florescimento. Observou-se na

ocasião que parcelas com grande desenvolvimento foram atacadas por fungos na parte

inferior das plantas.

Antes do segundo cultivo, foi roçado o nabo forrageiro, aplicado herbicida total e

aplicado 80, 100 e 30 kg ha-1

de P2O5, K2O e N, respectivamente. Foi reaplicado um terço

da dose inicial de S-SO4-2

(0, 5, 10 e 20 kg ha-1

) na forma de superfosfato simples na

metade da parcela e na outra metade não se aplicou S, com o objetivo de observar o efeito

residual da aplicação na cultura anterior. Semeou-se o milho (Zea mays L.) no

espaçamento de 0,8 m entre linhas e 0,17 m entre plantas. Realizaram-se duas aplicações

de N em cobertura na forma de uréia na dose de 30 e 50 kg ha-1

e a aplicação de herbicida

seletivo e inseticida durante o crescimento do cultivo.

A cultura da Crotalaria juncea foi cultivada nas entrelinha da cultura de milho

como cultura intermediária entre a cultura de milho e a cultura de trigo. A semeadura se

realizou colocando três linhas de crotalária em cada entrelinha de milho quando este

apresentava maturação fisiológica. A crotalária foi rolada no momento da floração.

A cultura do trigo foi cultivada após a rolagem da crotalária sem a necessidade de

aplicação de herbicida. Antes da implantação da cultura foram fertilizados os solos com P

e K de acordo ao recomendado pela CFS- RS/SC (1994). Não foi aplicado N na semeadura

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devido a que a cultura anterior fixa biologicamente grande quantidade deste nutriente. Não

foi aplicado S em nenhuma subparcela neste cultivo para observar-se o efeito residual da

fertilização sulfatada. Em cobertura foram aplicados 30 kg ha-1

de N e aplicado fungicida

no momento da floração.

O primeiro cultivo implantado na subparcela 2 foi a soja após a dessecação da área

com herbicida total. Foi distribuída uma cobertura de palha de aveia e aplicado os

fertilizante N, P e K na linha de plantio de acordo a CFS-RS/SC (1994). Aplicaram-se os

tratamentos de S-SO4-2

nas doses de 0, 15, 30 e 60 kg ha-1

nas parcelas. Foi cultivada a soja

com separação entre linhas de 0,35 m e aproximadamente 400.000 plantas ha-1

. Foi

realizada uma capina na soja e aplicado inseticida sistêmico contra a broca das axilas e

inseticida biológico (Baculuvirus anticarcia) contra lagarta da soja. Realizou-se a coleta de

matéria verde da cultura no momento da floração, em amostras de 1 m2 por unidade

experimental e colhido 4 m2 por parcela no momento da maturação para se obter o

rendimento da soja.

A segunda cultura implantada foi a canola, após a aplicação de herbicida total.

Foram aplicados 100, 80 e kg ha-1

de P2O5, K2O, respectivamente. Foi reaplicado um terço

da dose inicial de S-SO4-2

(0, 5, 10 e 20 kg ha-1

), numa sub-parcela e na outra não se

aplicou S. Não foi aplicado N no estabelecimento da canola devido a contribuição de N da

soja. Semeou-se a canola no espaçamento de 0,4 m entre linhas. Usaram-se 3 kg ha-1

de

sementes. Realizou-se uma aplicação de 40 kg ha-1

de N em cobertura na forma de uréia e

foi feita uma capina durante o ciclo da cultura.

Antes da instalação do experimento e após cada cultivo foram coletadas amostras

de solo das camadas 0-10, 10-20, 20-30, 30-40, 40-50 e 50-60 cm. Nessas foram analisadas

os teores de S-SO4-2

pelo extrator Ca(H2PO5)2 (Tabatabai & Bremen, 1970). As demais

análises químicas foram feitas de acordo com Tedesco et al. (1995).

A matéria verde do nabo ferrageiro e as sementes das outras culturas foram secas

em estufa a 60ºC, logo pesadas para determinar a matéria seca ou o rendimento de grãos.

Foi determinado o teor de S total nas amostras de tecidos e grãos mediante digestão nitro-

perclórica (Tabatabai & Bremen, 1970).

Os resultados referentes ao rendimento de grãos, teor de S-SO4-2

no solo, teor de S

no tecido e grãos, reciclagem de S no nabo forrageiro e exportação de grãos dos outros

cultivos foram submetidos a análise de variância e as médias dos tratamentos qualitativos

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foram comparadas pelo método de Tukey ao nível de 0,05 de probabilidade de erro.

Efetuou-se ajuste de equações de regressão para rendimento de grãos, teor de S-SO4-2

no

solo em profundidade, teor e acúmulo de S no tecido e grãos.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de cada experimento serão apresentados separadamente. A primeira

parte se referir-se-á a disponibilidade de S-SO4-2

a partir de análises de S-SO4-2

dos solos

do Rio Grande do Sul, a segunda tratará da resposta das culturas a aplicação de S-SO4-2

em

solos com diferentes teores de argila e matéria orgânica e a última parte relacionará ao

rendimento das culturas a campo e teor de S-SO4-2

no solo em profundidade.

4.1. Disponibilidade de S-SO4-2

a partir de análises laboratoriais dos solos do

Rio Grande do Sul.

4.1.1. Panorama atual da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do

Sul.

Das 90.092 amostras de solo no estado, contabilizadas entre os anos 1997 a 2002

(Tabela 4), 1% se encontra com teores inferior a 2 mg dm-3

de S-SO4-2

(classe “muito

baixo”), e 11,3% das amostras apresentam teores entre 2-5 mg dm-3

de S-SO4-2

(classe

“baixo”). Essas duas classes representam 10.189 amostras e têm grandes possibilidades de

resposta à fertilizações com S nas culturas em geral. Se for considerado um teor crítico de

10 mg dm-3

de S-SO4-2

, adicionam-se mais 33.100 amostras, o que representam 36,7%.

Estes solos podem responder a fertilização com S quando cultivadas culturas exigentes,

como as brássicas e as liliáceas (Jordan & Elminger, 1958). Por outro lado, 38,1% possuem

teores de S-SO4-2

entre 10-20 mg dm-3

e 12,9% (11.649 amostras) têm mais de 20 mg dm-3

de S-SO4-2

. Esses solos apresentam pouca possibilidade de resposta à fertilização com S-

SO4-2

se forem considerados os teores críticos em vigor CFS-RS/SC (1994).

No levantamento efetuado por Bissani (1985), com 949 amostras na camada de 0-

20 cm de diferentes solos, somente 8,2% das amostras possuíam teores inferiores a 5 mg

dm-3

de S-SO4-2

, sendo menor que os 12,3% do presente levantamento. O aumento no

percentual de amostras na faixa de 5-10 mg dm-3

de S-SO4-2

nos últimos dez anos também

foram significativas, onde este passou de 31,2% em 1985 para 36,7% em 2002. Esses

dados demonstram que para culturas mais exigentes em S-SO4-2

, houve um

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TABELA 4: Número total de amostras e distribuição percentual dos valores de S-SO4-2

nos solos das nas regiões agroecológicas do Rio

Grande do Sul.

Região agroecológica Número total

de amostras Percentual

Teor de S-SO4-2

, mg dm-3

<2,0 2,1 –5,0 5,1 - 10,0 10,0 – 20,0 > 20

................................................%..................................................

Alto Vale do Uruguai 8.171 9,1 0,7 12,4 39,2 35,7 12,2

Campanha 2.586 2,9 0,2 9,3 45,1 38,6 7,0

Depressão Central 6.084 6,8 2,6 13,9 43,1 32,6 7,8

Encosta Inferior da Serra do Nordeste 2.323 2,6 5,7 18,7 34,4 27,9 13,3

Litoral 1.608 1,8 0,1 9,1 45,2 38,2 7,5

Missionária de São Luiz Gonzaga 5.805 6,4 0,3 9,8 41,2 36,2 12,5

Planalto Médio 45.852 50,9 0,9 12,3 35,7 38,9 12,1

Planalto Superior 8.009 8,9 0,5 6,3 21,3 43,2 28,7

Grandes Lagos 1.730 1,9 0,7 7,4 46,4 39,1 6,5

São Borja – Itaqui 1.402 1,6 0,1 8,0 43,6 38,9 9,4

Serra do Nordeste 6.185 6,9 0,1 8,0 41,4 38,7 11,9

Serra do Sudoeste 337 0,4 2,4 17,8 43,0 31,8 5,0

ESTADO 90.092 100,0 1,0 11,3 36,7 38,1 12,9

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aumento na probabilidade de resposta das culturas a utilização de fertilizantes contendo S

em sua fórmula. O aumento da percentagem de solos com teores de S-SO4-2

classificado

como “baixo” e “médio” se deve ao drástico decréscimo na percentagem de solos com

teores superiores a 20 mg dm-3

de S-SO4-2

que passou de 26,5% para 12,9%.

Contabilizando os teores de S-SO4-2

superiores a 10 mg dm-3

nos dois levantamentos se

observa que a percentagem caiu de 59,6% para 50%.

O levantamento atual, a diferença do realizado por Bissani, carece de histórico dos

solos. As amostras de lavoura utilizadas no trabalho de Bissani (1985) foram coletadas em

sistema de cultivo convencional, enquanto que no presente levantamento há uma mistura

dos sistemas de preparo do solo, mas deve predominar o sistema plantio direto. Isto

dificulta as comparações detalhadas e concisas sobre os dados, mas pode-se inferir, pelo

menos, que está ocorrendo uma diminuição nos teores de S-SO4-2

disponível na camada

superficial do solo.

A diminuição nos teores de S-SO4-2

da camada superficial pode ser devido a vários

fatores. A utilização contínua de fertilizantes sem a reposição do enxofre exportado ou

perdido por lixiviação e erosão, a incorporação na produção agrícola de novas áreas com

solos contendo baixos teores de argila, em conseqüência, baixos teores de óxidos de ferro e

alumínio e matéria orgânica; a realização da calagem e da fertilização com fosfatos

solúveis na camada superficial e sob sistema plantio direto que favorece o deslocamento do

S-SO4-2

adsorvido aos grupos funcionais à solução do solo, e conseqüentemente, a sua

mobilização para os horizontes sub-superficiais. Isso é mais evidente com a recomendação

de coletar as amostras de solo na camada de 0-10 cm no sistema plantio direto (CQFS-

RS/SC, 2004).

A região agroecológica com maior percentual de amostras de solo com teor muito

alto de S-SO4-2

é o Planalto Superior (28,7% - Tabela 4), o que está de acordo com os altos

teores de matéria orgânica, como conseqüência dos altos teores de argila, clima mais frio e

úmido. Por outro lado, as regiões agroecológicas com menor percentual de amostras de

solo com teores de S-SO4-2

muito alto são a Serra do Sudeste (5,0%), Grandes Lagos

(6,4%), Campanha (7,0%), Litoral (7,5%) e Depressão Central (7,8%). Essas regiões

apresentam solos de texturas predominantemente francas a arenosas, conseqüentemente,

pouca argila e poucos grupos funcionais de superfície necessários para a retenção tanto do

S orgânico como de S-SO4-2

. As regiões agroecológicas com maiores deficiências de S-

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SO4-2

(<5 mg dm-3

) são a Encosta Inferior da Serra do Nordeste (24,4%), Serra do Sudoeste

(20,2%) e Depressão Central (16,5%).

4.1.2. Teores de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul de acordo aos diferentes

parâmetros do solo.

O enquadramento do teor de S-SO4-2

em classes em função do pH do solo

demonstrou que à medida que esse aumenta, diminui o porcentual de amostras de solos

com disponibilidade “muito alta”. Para os solos de todo o Estado, há apenas 4,5% das

amostras com teor “baixo” e “muito baixo” em S-SO4-2

para as culturas em geral, quando o

pH for inferior a 4,5. Esse valor passa para 18,5% em solos com pH maior que 6,0. Se

forem cultivadas espécies mais exigentes em enxofre (teor crítico = 10 mg dm-3

), os solos

com alta probabilidade de respostas passam de 31,7% para o grupo de solos com pH

inferior a 4,5 para 58,5% nos solos com pH superior a 6,0 (Tabela 5). Nos solos com alta

disponibilidade de S-SO4-2

(> 20 mg dm-3

), a elevação do pH de < 4,5 para > 6,0

proporcionou uma diminuição no percentual de amostras de 29,4% para apenas 8%.

No Planalto Superior, o percentual de amostras de solos com teor de S-SO4-2

<5 e

<10 mg dm-3

é menor do que a média do estado, sendo que 1,8 e 14,5% das amostras são

enquadrados nestes teores de S-SO4-2

, que é considerado o teor crítico para culturas pouco

ou muito exigentes nesse nutriente, respectivamente quando o pH do solo for < 4,5. Os

solos com pH superior a 6,0 apresentam 15,7% da suas amostras com teores aquém da

exigência das culturas em geral e 48,0% para as culturas exigentes. Os solos com alta

disponibilidade de sulfato (> 20 mg dm-3

), a elevação do pH de < 4,5 para > 6,0

proporcionou uma diminuição no percentual de amostras de 51,1% para apenas 11,2%. Os

solos dessa região são originalmente recobertos por campos nativos e apresentam

abundância de matéria orgânica, o que mantém altos teores de S-SO4-2

disponível na

camada superficial. Nos últimos anos, as áreas mecanizáveis foram incorporadas à

produção de grãos. A calagem é prática indispensável para tal, uma vez que são solos com

alta acidez potencial e toxidez severa de alumínio. Também apresentam baixíssima

disponibilidade de fósforo. A elevação do pH e a aplicação de fosfato tornam a camada

superficial menos adsortiva de sulfato, favorecendo a sua migração às camadas

subsuperficiais.

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No Planalto Médio, o percentual de amostras de solos com teor “baixo” e “médio”

em S-SO4-2

é similar a média do estado, exceto para solos com baixos valores de pH.

Nesses casos, a disponibilidade de sulfato é semelhante ao Planalto Superior, pois devem

ser análises dos campos nativos remanescentes, os quais estão sendo incluídos no cultivo

TABELA 5: Disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul, Planalto

Superior, Planalto Médio e Depressão Central em diferentes faixas de pH.

pH em

água

Número de

amostras

Teor de S-SO4-2

, mg dm-3

<2,0 2,1 – 5,0 5,1 – 10,0 10,1 – 20,0 > 20,1

...................................... RS, % ............................................

< 4,5 1.741 0,4 4,1 27,2 38,9 29,4

4,6 – 4,9 11.008 0,6 5,7 30,2 40,5 23,0

5,0 – 5,4 24.804 0,5 8,2 34,5 41,5 15,3

5,5 – 5,9 31.884 1,1 12,4 37,9 38,7 10,0

> 6,0 20.703 1,5 17,0 42,0 31,5 8,0

................................. Planalto Superior, % ...................................

< 4,5 229 0,0 1,8 12,7 34,5 51,1

4,6 – 4,9 1.475 0,3 2,0 14,0 37,4 46,3

5,0 – 5,4 2.390 0,1 3,4 16,4 45,1 35,0

5,5 – 5,9 2.378 0,5 7,1 24,5 47,4 20,5

> 6,0 1.537 1,4 14,3 32,3 40,9 11,2

.................................... Planalto Médio, % ....................................

< 4,5 401 0,0 3,0 14,0 35,7 47,4

4,6 – 4,9 3.363 0,3 3,6 22,6 43,0 30,5

5,0 – 5,4 11.360 0,5 7,9 31,3 44,5 15,9

5,5 – 5,9 19.220 1,1 13,3 37,4 39,3 8,9

> 6,0 11.508 1,3 17,9 41,8 31,8 7,2

................................ Depressão Central, % ...................................

< 4,5 382 1,6 4,5 40,3 40,6 13,1

4,6 – 4,9 1.820 2,0 10,4 40,9 37,1 9,6

5,0 – 5,4 2.092 2,0 15,9 45,5 31,7 4,9

5,5 – 5,9 1.042 4,8 16,0 48,0 25,6 5,6

> 6,0 710 3,4 14,4 37,9 31,1 13,2

de grãos, especialmente por causa do alto preço da soja atingido nas últimas safras. Apenas

3,0% e 17,0% das amostras de solos apresentam teores inferiores a 5 e 10 mg dm-3

de S-

SO4-2

, que é o teor crítico para as culturas pouco ou muito exigentes nesse nutriente,

quando o pH do solo for < 4,5. Os solos com pH superior a 6,0 apresentam 19,2% da suas

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amostras com teores aquém da exigência das culturas em geral e 61,0% para as culturas

exigentes. Nos solos com disponibilidade de S-SO4-2

“muito alta” (> 20 mg dm-3

), a

elevação do pH de < 4,5 para > 6,0 proporcionou uma diminuição no percentual de

amostras de 47,4% para apenas 7,2%.

Na Depressão Central o percentual de amostras de solos com teor em S-SO4-2

“baixo” e “médio” é muito superior a média do estado e das outras duas regiões

mencionadas acima, quando o solo apresentar valores de pH baixos (Tabela 5). Mais de

46% das amostras de solo com pH menor do que 4,5 apresentam alta probabilidade de

respostas a fertilização sulfatada quando forem cultivadas espécies exigentes,

comparativamente a 31,7%, 14,5% e 17,0% para o RS, Planalto Superior e Planalto Médio,

respectivamente. Os solos dessa região, a semelhança do Planalto Superior, são

originalmente recobertos por campos nativos. No entanto, apresentam menores teores de

argila e, conseqüentemente, menores teores de matéria orgânica. Isso diminui as reservas

tanto de enxofre orgânico quanto de S-SO4-2

.

O aumento de pH diminuiu a adsorção do S-SO4-2

aos grupos funcionais (Kamprath

et al., 1956; Harward& Reisenauer, 1966; Elkins, 1971; Couto et al., 1979; Costa, 1980;

Korentajer, 1983) deslocando-o à solução do solo, e conseqüentemente, favorecendo o seu

deslocamento para as camadas inferiores do solo. Se nestas camadas o pH for mais baixo,

o que é uma regra para os solos cultivados no RS e adicionalmente tiver altos teores argila,

há aumento da retenção de S-SO4-2

(Chao, 1963). Portanto, esse sulfato não é incluído na

análise, porém pode ser absorvido pelas plantas (Bole & Pittman, 1984). Outro fator

influenciado pela calagem é a população microbiana do solo, responsável pela

mineralização da matéria orgânica, disponibilizando o enxofre que se encontra na forma

orgânica (Korentatajer et al., 1983; Williams, 1967). Em conseqüência disso, poderá

favorecer a lixiviação do enxofre para as camadas mais profundas do solo (Ensminger,

1954).

A CQFS RS-SC (2004) considera como ideal, para a maioria das culturas, uma

faixa de pH do solo entre 5,5 e 5,9, recomendando-se a aplicação de calcário quando em

pH mais baixo. Quase um terço do total de amostras de solos do estado do Rio Grande do

Sul analisadas entre 1997 e 2000, é incluída nessa faixa (Rheinheimer et al., 2000).

Considerando-se as 19.220 amostras de solo do presente levantamento (Tabela 5),

enquadradas nessa faixa, o percentual de amostras com probabilidade de respostas a

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fertilização sulfatada para as culturas pouco exigentes é de 13,5, 7,6, 14,4 e 20,8 para os

solos do RS, Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão Central, respectivamente.

Caso forem cultivadas culturas exigentes, esses percentuais aumentam para 51,1, 32,1,

51,8 e 68,8, para as respectivas regiões (Tabela 5).

Para os solos do RS, o aumento no teor de matéria orgânica (MO) está relacionado

a um aumento na disponibilidade de S-SO4-2

. Os teores de S-SO4-2

no solo inferiores a 5

mg dm-3

diminuíram de 21,0% para 4%, quando os teores de MO passaram de menor do

que 1,2% para maior do que 6,2% (Tabela 6). Considerando o teor crítico de 10 mg dm-3

de S-SO4-2

, os percentuais sobem para 59,6% em solos muito pobres em MO e para 30,8%

para solos com teores de MO maior que 6,2%. Esse comportamento foi muito similar para

os solos do Planalto Médio, pois essa região representa 50,9% das amostras de solos do

banco de dados. No Planalto Superior, por apresentar maiores teores de MO, o percentual

de amostras deficientes em S-SO4-2

é pequena. Mesmo considerando o cultivo de espécies

exigentes, menos de 30% das amostras responderiam a adição deste nutriente.

Originalmente estes solos são caracterizados por possuir abundante matéria orgânica que,

devido a altitude elevada, diminui a mineralização microbiológica de compostos orgânicos

ricos em enxofre. Em solos mais frios há uma menor massa microbiana ativa no solo e

ocorrerá menor mineralização de enxofre (Swift, 1985). Estes fatores, aliados a altos teores

de argila presente nestes solos e pH originalmente baixo permitem o acúmulo de maiores

teores de matéria orgânica pela proteção que este oferece contra o ataque de

microorganismos do solo.

Em contraste, 62,8% dos solos da Depressão Central devem responder a adição

desse nutriente quando for cultivo com plantas exigentes, caso o teor de MO for muito

baixo. Para solos com alta disponibilidade de S-SO4-2

(> 20 mg dm-3), a elevação do teor

de MO de < 1,2% para > que 6,2% proporcionou um aumento no percentual de amostras

de 7,6 para 41,3. Os solos da Depressão Central, em geral, apresentam baixos teores de

matéria orgânica, mesmo nos ambientes naturais (campo nativo), pois são solos com

baixos teores de argila (< 25%). Os baixos teores de argila dos solos oferecem pouca

capacidade de proteção da matéria orgânica contra o ataque dos microorganismos do solo.

Quando da manutenção do campo nativo, há um sincronismo entre a liberação de sulfato e

o crescimento das plantas, pois em ambientes naturais existe um clímax no ecossistema.

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25

TABELA 6: Distribuição da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul,

Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão Central com diferentes

teores de matéria orgânica.

Faixa de

matéria

orgânica

Número de

amostras

Teor de S-SO4-2

, mg dm-3

<2,0 2,1 –5,0 5,1 – 10,0 10,1 – 20,0 > 20,1

....... % ...... ............................................ RS, % ...............................................

< 1,2 2.232 2,9 18,1 38,6 26,3 13,9

1,3 – 2,5 22.703 2,2 15,8 39,5 32,9 9,6

2,6 – 3,7 36.151 0,7 11,0 38,0 39,1 11,2

3,8 – 5,0 23.399 0,2 8,4 34,3 38,0 15,7

5,1 – 6,2 4.283 0,1 4,7 27,3 34,3 24,8

> 6,2 1.369 0,4 3,6 26,8 27,3 29,7

................................. Planalto Superior, % ...................................

< 1,2 41 2,4 0,0 22,0 24,4 51,2

1,3 – 2,5 307 3,3 10,1 23,5 32,9 30,3

2,6 – 3,7 1.643 0,7 7,9 22,9 42,5 26,1

3,8 – 5,0 3.867 0,3 6,5 20,7 45,1 27,4

5,1 – 6,2 1.723 0,2 4,4 20,4 42,6 32,4

> 6,2 428 0,9 2,8 23,4 40,9 32,0

.................................... Planalto Médio, % ....................................

< 1,2 645 3,7 18,8 28,8 25,0 23,7

1,3 – 2,5 10.501 2,3 18,2 36,3 33,3 9,9

2,6 – 3,7 21.038 0,7 11,7 37,0 39,9 10,7

3,8 – 5,0 12.462 0,2 8,7 34,4 42,5 14,2

5,1 – 6,2 1.065 0,1 4,7 26,7 42,4 26,1

> 6,2 140 0,0 5,0 12,1 33,6 49,3

................................. Depressão Central, % ..................................

< 1,2 631 3,0 19,2 40,6 29,6 7,6

1,3 – 2,5 3.420 2,9 14,6 45,3 31,2 6,0

2,6 – 3,7 1.380 2,5 11,3 46,3 34,1 5,9

3,8 – 5,0 367 1,1 6,5 36,2 41,7 14,4

5,1 – 6,2 110 0,0 4,6 15,5 55,8 28,2

> 6,2 138 0,0 4,4 20,3 34,1 41,3

No passado recente (décadas de 70 e 80) muito desses solos foram cultivados para

produção de grãos sem os devidos cuidados com a sua conservação. Isso ocasionou

drástica diminuição nos teores de MO que, mesmo com a revegetação do campo nativo,

não recuperou seus teores originais. Estas áreas estão sendo novamente incorporadas a

agricultura. Isso se deve ao preço favorável da soja no mercado internacional e a mudança

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no preparo do solo, que passou do convencional para o sistema plantio direto. Esse permite

o cultivo em solos com menores teores de argila, sem grandes riscos de erosão hídrica.

Como a MO é o grande depósito de enxofre no solo, é de esperar que haja pouca

capacidade de suprir adequadamente esse nutriente, principalmente se a cultura for

exigente ou se o teto de produtividade for elevado.

Levando em conta a faixa de MO entre 2,6% a 3,7%, que representa o maior

número de amostras nos solos do Planalto Médio (21.038 - Tabela 6), e que é considerado

como teor médio pela CFS-RS/SC (1994), somente 12,4% delas responderiam a adição de

enxofre para as culturas em geral e chegaria a quase 50% para as espécies exigentes. No

caso do Planalto Superior, o maior número de amostras (3.867), apresenta teor de MO

entre 3,8 a 5,0%. Nesse caso, o percentual de amostras com teor abaixo do teor crítico em

S-SO4-2

considerado pela CFS-RS/SC (1994) se reduziriam a 6,8 e 27,5%, para os dois

grupos de plantas, respectivamente. No caso da Depressão Central, o teor de MO com

maior número de amostras é de 1,3 a 2,5% (3.420). Isso ocasiona um grande percentual de

amostras deficientes em enxofre; 17,5 e 62,8 para os dois grupos de plantas,

respectivamente.

O teor de S-SO4-2

disponível aumentou com o acréscimo nos teores de argila. Para

os solos de todo o Estado com menos do que 25% de argila, 14,3% e 61,0% deles

apresentam solos com de S-SO4-2

menor que 5 e 10 mg dm-3

, valores considerados como

teor crítico para a maioria das culturas e para as culturas exigentes, respectivamente

(Tabela 7). Esses valores diminuem para 7,8 e 42,8% em solos com mais de 55% de argila.

O mesmo comportamento foi observado para os solos do Planalto Médio e Depressão

Central. No caso do Planalto Superior, há maior disponibilidade de S-SO4-2

para solos com

mesmo teor de argila, comparativamente as outras regiões. Os solos com teor de S-SO4-2

na

classe “muito alta” (> 20 mg dm-3

) perfazem apenas 6,2% das amostras com teor de argila

< 10% e chega a 19,3% em solos com > 55% de argila no RS e pode chegar a mais de 33%

nos solos do Planalto Superior (Tabela 7).

Considerando os solos com teor de argila entre 41-55% que é o teor com maior

número de amostras de solos do Estado (39.055), Planalto Médio (25.561) e Planalto

Superior (4.979) há 11,5%, 12,3% e 6,3% delas deficientes em S-SO4-2

para as culturas em

geral, respectivamente. Para culturas exigentes esse valor sobe para 46%, 48,3% e 26,3%,

respectivamente. No caso da Depressão Central, a maioria dos solos apresenta teores de

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argila entre 11% e 25% (3.502 – Tabela 7) e há maior percentual de solos com

disponibilidade de S-SO4-2

inferior aos teores críticos considerados pela CFS-RS/SC

(1994), alcançando valores de 17,9% e 62,0% para os dois grupos de culturas,

respectivamente.

TABELA 7: Distribuição da disponibilidade de S-SO4-2

nos solos do Rio Grande do Sul,

Planalto Superior, Planalto Médio e Depressão Central com diferentes teores

de argila.

Teor de

argila

Número de

amostras

Teor de S-SO4-2

, mg dm-3

<2,0 2,1 – 5,0 5,1 – 10,0 10,1 – 20,0 > 20,1

...%... .............................................. RS, % .............................................

< 10 3.068 0,6 13,2 50,6 29,5 6,2

11 – 25 13.740 2,0 12,9 42,7 33,9 8,5

26 –40 23.548 1,2 12,6 36,0 38,1 12,1

41 – 55 39.055 0,6 10,9 34,5 40,2 13,8

> 55 10.723 0,3 7,5 35,0 37,8 19,3

................................... Planalto Superior, % .................................

< 10 25 12,0 4,0 28,0 40,0 16,0

11 – 25 402 2,5 6,7 27,6 44,5 18,7

26 –40 2.059 0,7 7,4 22,8 43,3 25,9

41 – 55 4.979 0,2 6,1 20,0 43,5 30,2

> 55 543 0,4 3,7 23,0 39,6 33,3

.................................... Planalto Médio, % ....................................

< 10 94 3,2 17,0 43,6 18,1 18,1

11 – 25 2.610 2,3 16,1 38,6 31,2 11,8

26 –40 12.879 1,2 14,9 35,6 37,5 10,8

41 – 55 25.561 0,7 11,6 36,0 40,4 11,4

> 55 4.706 0,4 6,9 33,0 39,6 20,1

.................................. Depressão Central, % .................................

< 10 911 0,6 12,5 47,6 31,7 7,6

11 – 25 3.502 3,0 14,9 44,1 31,1 6,9

26 –40 1.392 3,3 11,5 40,8 36,1 8,4

41 – 55 226 1,3 4,9 31,0 43,4 19,5

> 55 15 0,0 6,7 26,7 33,3 33,3

O aumento da disponibilidade de S-SO4-2

associado ao aumento no conteúdo de

argila se deve ao fato dela apresentar grupos funcionais de superfície capazes de adsorvê-lo

e da relação positiva com a MO. Em solos com elevado grau de intemperismo, há

predomínio de argilominerais 1:1 e grandes quantidades de óxidos de ferro e alumínio, cuja

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quantidade de grupos funcionais é grande e são altamente reativos com o S-SO4-2

, o que

evita a sua lixiviação para as camadas subsuperficiais. Embora haja relação entre o teor de

argila e o teor de S-SO4-2

, tem que se considerar a qualidade dos argilominerais e óxidos

presentes no solo. No caso do Rio Grande do Sul ocorrem solos com diferentes tipos de

argilominerais e óxidos em conseqüência da diversidade de materiais de origem, processos

de formação e ambientes distintos (BRASIL, 1973). Solos com o mesmo teor de argila,

mas de material de origem diferente, podem apresentar diferentes capacidade de adsorção

de S-SO4-2

.

O aumento da disponibilidade de S-SO4-2

associado ao aumento no conteúdo de

argila se deve ao fato dela apresentar grupos funcionais de superfície capazes de adsorvê-lo

e da relação positiva com a MO. Em solos com elevado grau de intemperismo, há

predomínio de argilominerais 1:1 e grandes quantidades de óxidos de ferro e alumínio, cuja

quantidade de grupos funcionais é grande e são altamente reativos com o S-SO4-2

, o que

evita a sua lixiviação para as camadas subsuperficiais. Embora haja relação entre o teor de

argila e o teor de S-SO4-2

, tem que se considerar a qualidade dos argilominerais e óxidos

presentes no solo. No caso do Rio Grande do Sul ocorrem solos com diferentes tipos de

argilominerais e óxidos em conseqüência da diversidade de materiais de origem, processos

de formação e ambientes distintos (BRASIL, 1973). Solos com o mesmo teor de argila,

mas de material de origem diferente, podem apresentar diferentes capacidade de adsorção

de S-SO4-2

.

O acúmulo de matéria orgânica no solo se dá devido a fenômenos de estabilidade

físico-química (Bayer, 1996). A estabilidade física da MO depende da sua associação com

a fase coloidal mineral do solo, podendo subdividir-se em estabilidade estrutural e coloidal.

A estabilidade estrutural é conseqüência da formação de agregados que envolvem a MO,

impedindo a sua degradação pelos microorganismos. A estabilidade coloidal se dá através

de ligações, especialmente por coordenação entre os grupos funcionais dos colóides

inorgânicos, muitas vezes intermediadas por cátions polivalentes. A proteção físico-

química da MO do solo é favorecida em solos com maiores teores de argila. Estes, no seu

ambiente original, ou quando utilizados e bem manejados acumulam maior quantidade de

matéria orgânica (Bayer, 1996). Portanto, solos com maiores teores de argila armazenam

maiores quantidades de S, tanto na forma orgânica quanto inorgânica.

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Todas as observações feitas nesse capítulo foram baseadas no teor crítico

estabelecido pela CFS-RS/SC (1994), sem levar em consideração que o S-SO4-2

que se

encontra disponível nas camadas abaixo daquela amostrada pode ser absorvidos pelas

plantas. Do mesmo modo, não foram consideradas as incertezas do teor crítico às culturas e

nem as limitações de crescimento radicular as quais determina maior ou menor grau de

acesso ao sulfato disponível.

4.1.3. Considerações finais

Os dados referentes à disponibilidade de S-SO4-2

em relação ao pH, teor de matéria

orgânica e de argila, tanto em nível estadual como nas três regiões estudadas em particular,

permitem tecer as seguintes considerações.

a) Houve comportamento distinto entre as regiões agroecológicas quanto à disponibilidade

de S-SO4-2

, sendo que o Planalto Superior apresentou o menor e a Depressão Central o

maior percentual de amostras com baixa disponibilidade de S-SO4-2

ás plantas.

b) As amostras de solo com menores valores de pH e maiores teores de argila e de matéria

orgânica apresentam maiores teores de S-SO4-2

disponível.

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30

4.2. Resposta das culturas ao enxofre em solos com diferentes teores de argila e

matéria orgânica.

4.2.1. Rendimento de matéria seca da parte aérea das culturas e teor de sulfato no

solo.

A produção de matéria seca (MS) da parte aérea da canola foi diferente entre as

classes de solos e as doses de S-SO4-2

, mas não existindo interação significativa entre os

dois fatores. Os Latossolos propiciaram produções de MS da canola mais elevados

comparativamente aos solos com textura superficial arenosa (Tabela 8). A menor produção

de MS foi obtido no solo RQo, cujo valor médio foi menor do que 40% da produção do

LVAd. O solo PVd apresentou produção de MS inferior ao LVdf, semelhante ao LVAd e

superior ao RQo. Estes solos apresentam materiais de origem e processos de formação

distinta (BRASIL, 1973). Os solos LVdf, LVAd, PVd e RQo continham 2,8, 2,9, 2,6 e

0,6% de MO (Anexo 1) e 64, 32, 14 e 8% de argila, respectivamente. Assim, a produção de

MS da canola decresceu com a diminuição nos teores de argila e MO. Como todos os solos

receberam doses iguais de enxofre, a diferença de produção de MS, provavelmente, não

seja pela falta desse nutriente, mas por causa das características intrínsecas de cada solo.

Solos com valores tão distintos de argila e MO possuem propriedades químicas, físicas e

biológicas e, especialmente suas interações, diferentes, as quais determina o seu poder

produtivo. Por exemplo, os solos mais argilosos e, por conseqüência, mais ricos em MO

(Bayer, 1996), possuem maior poder tampão de fósforo, potássio e S-SO4-2

e podem

fornecer mais equilibradamente micronutrientes, caso os valores de pH sejam semelhante.

O fornecimento de nitrogênio também pode ser fator importante na diferenciação do

potencial produtivo dos solos estudados. No entanto, em experimentos feitos em vaso,

como o presente, a quantidade de água disponível no solo é um fator importante para a

manutenção de altas produções, uma vez que há uma demanda evapotranspiratória muito

grande dentro da casa de vegetação. Por mais que fosse feita irrigação diária, pode ter

ocorrido momentos durante o dia cuja disponibilidade de água tenha sido menor no RQo.

Estes fatores são mais evidentes quando cultivadas culturas exigentes como a canola que

não toleram deficiência na disponibilidade de nutrientes ou condições físicas desfavoráveis

como falta de água (Wilkins, 2004).

A resposta da canola em produção de MS a fertilização com S-SO4-2

, considerando a

produção relativa dos quatro solos em relação ao teor de S-SO4-2

no solo (produção de MS

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31

= 100,7128 (1-e0,0901dose

); R2= 0,73) é apresentada na figura 2 e indica um teor crítico para

a produção de MS de 24,8 mg dm-3

. Entretanto, visualmente pode-se observar que o teor

crítico de S-SO4-2

para a produção de MS nos solos LVdf, LVAd e PVd não é superior a 15

mg dm-3

(Figura 2).

S-SO4

-2, mg dm

-3

0 5 10 15 20 25 30

Pro

dução r

ela

tiva, %

0

20

40

60

80

100

PVd

LVAd

LVdf

NQo

Produção = 100,71 (1-e0,0901 dose

)

R2 = 0,73

FIGURA 2: Relação entre os teores de S-SO4-2

no solo e a produção relativa de matéria

seca da canola, para os quatro solos, cultivados em casa de vegetação.

A resposta da canola ou colza á aplicação de enxofre em estudo de vasos foi

verificada por outros autores (Janzen & Betanny, 1984; Bissani, 1985).

A produção de MS da canola sem adição de S-SO4-2

foi pequena, em média, 7,53 g

vaso-1

. Quando aplicados 55 e 110 mg vaso-1

(15 e 30 kg ha-1

) de S-SO4-2

, a produção de

MS passou para 10,6 e 12,1 g vaso-1

, respectivamente. A produção média de MS da canola

não aumentou quando aplicada a dose de 220 mg vaso-1

(60 kg ha-1

) de S-SO4-2

comparada

com as demais doses (Tabela 8).

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32

TABELA 8: Produção de matéria seca da parte aérea da canola e teor de sulfato no solo

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 55 110 220

.................................................... g vaso

-1 .....................................................

LVdf 10,69 13,38 14,47 14,78 13,33 ab1

LVAd 8,71 13,08 16,80 15,48 13,52 a

PVd 6,80 10,77 10,58 10,47 9,66 b

RQo 3,13 4,69 6,92 6,15 5,21 c

Média 7,33 10,48 12,19 11,72

.........……….............................. mg dm

-3 .......…..……..............................

LVdf 10,2 a 11,8 a 14,6 a 21,6 b 14,5

LVAd 12,4 a 13,3 a 17,2 a 26,7 a 17,4

PVd 10,4 a 13,9 a 14,4 a 16,7 c 13,9

RQo 1,9 b 3,6 b 3,3 b 4,2 d 3,2

Média 8,7 10,6 12,4 17,3 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 18,0 e disponibilidade de S-SO4-2

= 17,4.

Os experimentos em vaso em ambientes controlados não são recomendados para o

estabelecimento de teores críticos das culturas aos nutrientes. No entanto, eles se

apresentam como um indicador na determinação da possibilidade de respostas das culturas

em condições de campo. Entre os pontos da figura 2 que compõem a curva pode-se notar

que os últimos pontos pertencentes ao LVdf e LVAd ficaram com Produção relativa de MS

abaixo do LVAd, mesmo com teores de S-SO4-2

superior a este. No caso do LVdf, isto

pode ter ocorrido devido a alta compactação constatada no solo, o que pode ter afetado o

crescimento radicular da cultura da canola, pois esta cultura é altamente susceptível a solos

compactados (Wilkins, 2004). No campo, caso não haja impedimento mecânico ao

crescimento radicular, o teor crítico deve se aproximar daquele proposto pela CFS-RS/SC,

(1994) para esta cultura.

Mesmo que não tenha ocorrido interação significativa entre doses e tipos de solo,

pode-se observar na tabela 8 que o LVdf apresentou resposta acentuada na produção de

MS até a dose de 110 mg vaso-1

de S-SO4-2

, proporcionando aumento de 30% em relação a

testemunha, passando de 10,69 a 14,47 g vaso-1

. No LVAd a aplicação de 110 mg vaso-1

de

S-SO4-2

dobrou a produção de MS em relação a testemunha (8,71 g vaso-1

e 16,8 g vaso-1

,

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33

respectivamente). No PVd a aplicação de S aumentou a produção de MS da canola de 6,8

na testemunha para 10,8 g vaso-1

quando aplicado a menor dose de S-SO4-2

. A adição de

quantidades maiores do que 55 mg vaso-1

de S-SO4-2

não se traduziram em ganho de

produção de MS, indicando que provavelmente se alcançou o teor crítico para este solo

com a primeira dose de enxofre.

O teor de S-SO4-2

no solo LVdf passou de 10,2 mg dm-3

no tratamento sem a

aplicação de enxofre, para 21,6 mg dm-3

no tratamento com 220 mg vaso-1

de S-SO4-2

(Tabela 8). Quando aplicado 110 mg vaso -1

de S-SO4-2

, o teor foi de 14,6 mg dm-3

, faixa

na qual houve o máximo incremento na produção de MS (14,47 g vaso-1

). No LVAd, o teor

de S-SO4-2

encontrado no solo na máxima produção de MS da canola (16,8 g vaso-1

) foi de

17,2 mg dm-3

. Portanto, parece que o LVAd possui um teor crítico maior que o solo LVdf.

No PVd, com a aplicação da primeira dose de S-SO4-2

(55 mg vaso-1

de S-SO4-2

), o teor no

solo foi 13,9 mg dm-3

(Tabela 8), faixa na qual se obteve o maior ganho em matéria seca.

A análise estatística dos teores de S-SO4-2

extraídos pelo Ca(H2PO4)2 das amostras

de solos coletados após o cultivo da canola mostrou interação significativa entre solos e

doses de S (Tabela 8). Sem a adição de enxofre o comportamento do LVdf, LVAd e PVd

foram muito similares (Tabela 8). Pode-se observar que mesmo sem aplicar enxofre, o teor

deste nutriente nos três solos ficou muito próximo do teor considerado como suficiente

pela CFS/RS-SC (1994) para a canola. O RQo apresentou menores valores extraídos (1,9

mg dm-3

) quando comparado aos outros solos. De acordo com os dados do capítulo

anterior, solos com teores de argila e MO similares ao do presente experimento, mais de

60% das amostras possuem teores inferiores a 10 mg dm-3

de S-SO4-2

.

Com a aplicação da dose de 55 mg vaso-1

de S-SO4-2

, os solos LVdf, LVAd e PVd

tiveram um aumento no teor de S-SO4-2

e o RQo continuou apresentando baixo teor de S-

SO4-2

(3,6 mg dm-3

). A aplicação de 110 mg vaso-1

de S-SO4-2

refletiu no aumento do teor

de S-SO4-2

no solo sem alterar o comportamento entre os solos, ficando os solos LVdf,

LVAd e PVd com 14,6; 17,2 e 14,4 mg dm-3

de S-SO4-2

, respectivamente. Pode-se observar

uma tendência do solo LVAd em apresentar um maior acúmulo de S-SO4-2

que os outros

solos. O RQo não apresentou incremento no teor de S-SO4-2

no solo (3,3 mg dm-3

). Com a

aplicação de 220 mg vaso-1

de S-SO4-2

, observou-se comportamento diferenciado entre os

quatro solos (Tabela 8). A maior retenção de sulfato ocorreu no LVAd (26,7 mg dm-3

) e a

menor no RQo (4,2 mg dm-3

).

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34

Os solos LVdf e LVAd apresentaram 64% e 32% de argila. Essa é de fundamental

importância na adsorção de sulfato nos seus grupos funcionais, especialmente nos óxidos e

argilominerais 1:1. Portanto, os Latossolos têm maior capacidade de adsorver o S-SO4-2

presente na solução do solo. A adsorção do sulfato é maior quanto maior o número de

grupos funcionais de superfície no solo (Elminsger, 1954; Chao, 1962; Barrow, 1967;

Barrow, 1972; Parfitt et al., 1978).

O pH do solo é fundamental na capacidade de retenção de sulfato, pois, ao aumentar

o pH do solo ocorre a deprotonação dos grupos funcionais de superfície. Com a geração de

grupos deprotonados há uma diminuição de sítios onde o sulfato pode ficar adsorvido, pois

ocorre a repulsão entre estes grupos e o sulfato, conseqüentemente, há um aumento de S-

SO4-2

na solução do solo. Isso pode ser constatado no LVdf, que apesar de ter alto teor de

argila, por apresentar pH elevado (pH 6,7 - anexo 2), a maior parte do seus grupos

funcionais estão deprotonados e a capacidade de adsorção é menor do que aquela do

LVAd, mesmo com menos argila. (Chao, 1963; Elkins, 1971; Korentajer, 1983).

A matéria orgânica, sendo o principal depósito de enxofre orgânico no solo,

disponibilizará S-SO4-2

sempre que ocorrer mineralização biológica (Costa, 1980;

Kamprath & Till, 1983; Freney & Boonjawat, 1983). O LVAd apresentou teores

adequados de MO (2,72 %) na camada de 0-10 cm, e foi o único solo que não diminuiu o

seu teor com os cultivos (Anexo 1). No LVdf, PVd e RQo ocorreu mineralização da MO e,

conseqüentemente liberação de S-SO4-2

às plantas.

A aplicação de enxofre nos três primeiros solos resultou em maior recuperação de S-

SO4-2

. No solo LVdf, os teores de S-SO4-2

aumentaram linearmente com a aplicação de S-

SO4-2

no solo (S-SO4-2

= 9,44 + 0,584 dose; R2

= 0,98), onde por cada kg de S-SO4-2

aplicado no solo 0,58 kg dele foi recuperado pelo Ca (H2PO4)2. A capacidade de acúmulo

de sulfato no LVAd é superior ao solo LVdf (S-SO4-2

= 10,86 + 0,747 dose; R2

= 0,95),

possivelmente pelo menor valor de pH como explicado anteriormente, onde, cada kg de S-

SO4-2

adicionado ao solo, resultou em 0,74 kg recuperado na camada de 0-10 cm do solo.

O acúmulo de sulfato no PVd (S-SO4-2

= 11,34 + 0,287dose; R2

= 0,88) se dá de forma

mais lentas que os Latossolos, pois cada kg de S-SO4-2

adicionado ao solo, somente 0,29

kg foi recuperado na camada de 0-10 cm do solo.

Os dados de S-SO4-2

disponível no RQo não se ajustaram a nenhuma equação

matemática. Este solo apresenta baixa capacidade de retenção de sulfato por conter baixos

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teores de argila, conseqüentemente, pobre em óxidos de ferro e de alumínio e

argilominerais 1:1, além do pH ser elevado (6,6) e ter recebido altas doses de fósforo no

momento de implantar a cultura. Solo com estas características permite pouco acúmulo de

matéria orgânica (Bayer, 1996) e enxofre na forma orgânica, favorecendo a lixiviação do

S-SO4-2

aplicado através de fertilizantes ou da mineralização do S orgânico para as

camadas inferiores do solo (Elminsger, 1954; Kamprath et al., 1956; McKell & Williams,

1960). Por tratar-se de cultivo em casa de vegetação, o S-SO4-2

deve ter sido retido no solo

do fundo dos vasos, permanecendo disponível às plantas, o que não foi computado na

análise realizada usando solos da camada de 0-10 cm. Portanto, os baixos teores de S-SO4-2

encontrado nos solos podem não ser a quantidade total de enxofre disponível às plantas.

As culturas da soja e do feijoeiro não responderam a aplicação de enxofre, porém,

houve diferença na produção de MS entre solos (Tabela 9 e 10). As produções de MS

alcançadas nos solos LVdf, LVAd, PVd e RQo foram de 9,46, 10,04, 8,87 e 8,88 g vaso-1

para a soja e 11,46, 11,65, 9,90 e 8,21 g vaso-1

para o feijoeiro, respectivamente (Tabela 9).

Os solos latossólicos, em média, apresentaram maiores produções que os outros dois solos.

As diferenças de produção observadas entre os tipos de solos não estão relacionadas a

disponibilidade de S-SO4-2

, pois solos com mesmo teor de S-SO4-2

no solo (PVAd e PVd)

tiveram produções de soja diferentes e solos com teores de distintos de S-SO4-2

(PVd e

RQo) apresentaram produções semelhantes (Tabela 9). Desse modo, a disponibilidade

inicial de S-SO4-2

presente no solo foi suficiente para suprir adequadamente a soja e o

feijoeiro, mesmo quando o teor era menor do que o teor crítico definido pela CFS/RS-SC

(1994), como é o caso do solo RQo (Tabela 9).

Este comportamento é semelhante ao encontrado por Goepfert & Kussow (1971) em

seis de oito solos oriundos do RS e vários outros experimentos em vasos com soja (Buzetti

& Nakagawa, 1983) e com feijoeiro (Miyasaka et al., 1966; Macarenhas et al., 1967). No

entanto, em alguns trabalhos, essas culturas apresentaram resposta a aplicação de S

(Mikkelsen et al., 1963; Macarenhas et al., 1967; Goepfert & Kussow, 1971; Vitti et al,

1982; Furtini Neto et al., 2000).

A análise estatística do teor de S-SO4-2

no solo após o cultivo da soja apresentou

interação significativa entre solos e doses. Os solos LVdf, LVAd e PVd, quando não

receberam enxofre, apresentaram teores similares de S-SO4-2

e foram superiores aos teores

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do RQo. A concentração de S-SO4-2

nos solos onde não se colocou enxofre, na primeira e

segunda dose de enxofre, se manteve constante.

TABELA 9: Produção de matéria seca da parte aérea da soja e teor de sulfato no solo

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação.

Solo Dose acumulada de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 73,3 146,7 293,3

............................................... g vaso-1

.........................................................

LVdf 9,61 9,94 8,94 9,36 9,46 ab1

LVAd 10,68 9,25 10,46 9,78 10,04 a

PVd 8,31 8,63 9,12 9,43 8,87 b

RQo 9,58 8,97 8,37 8,58 8,88 b

Média 9,55 9,20 9,22 9,29

.........………...................…...... mg dm-3

...……...……….............................

LVdf 10,9 a 12,4 a 16,3 b 28,8 a 17,1

LVAd 9,1 a 13,6 a 21,8 a 26,5 ab 17,4

PVd 12,0 a 13,7 a 16,7 ab 22,7 b 16,3

RQo 1,8 b 2,0 b 2,4 c 3,9 c 2,5

Média 9,3 13,8 13,5 20,5 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 11,6 e disponibilidade de S-SO4-2

= 27,9.

A manutenção dos teores de S-SO4-2

pode ter sido em decorrência da mineralização

do enxofre orgânico do solo, graças às altas temperaturas e umidade adequada nos vasos

dentro da casa de vegetação, resultando em diminuição da MO (Anexo 1). Por outro lado, a

elevação do pH do RQo e LVAd e a aplicação de altas doses de fósforo em todos os

tratamentos antes de cada cultivo deve ter aumentado a dessorção do sulfato adsorvido aos

colóides do solo.

Com a aplicação da primeira dose de S-SO4-2

, os solos LVAd, LVdf e PVd

mantiveram a similaridade de valores de S-SO4-2

disponíveis e foram superiores ao

encontrado no RQo. Já com a aplicação da segunda dose de S-SO4-2

, o maior valor de S-

SO4-2

foi observado no LVAd, valores intermediário no LVdf e PVd e menor valor no

RQo. Na dose mais elevada de S-SO4-2

houve maior acúmulo de S-SO4-2

nos Latossolos

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comparativamente aos outros solos e explicado pelo maior teor de argila e capacidade de

adsorção de S-SO4-2

como detalhado anteriormente.

O RQo, em todas as doses, sempre apresentou baixos teores de S-SO4-2

disponível. O

teor de S-SO4-2

no solo LVdf após o cultivo da soja aumentou com a aplicação de S-SO4-2

(S-SO4-2

= 8,99 + 0,694 dose; R2 = 0,95) de 10,9 na testemunha a 28,8 mg dm

-3 de S-SO4

-2

no tratamento de maior dose. No solo LVAd, os teores de S-SO4-2

aumentaram com a

aplicação de S (S-SO4-2

= 9,96 + 0,667 dose; R2 = 0,94), onde o solo apresentou valores

entre 9,1 e 26,6 mg dm-3

de S-SO4-2

onde não foi aplicado S e no tratamento com maior

dose de S-SO4-2

, respectivamente. No PVd, de forma similar aos outros dois solos, ocorreu

um aumento no teor de S-SO4-2

(S-SO4-2

= 11,48 + 0,411 dose; R2 = 0,99) aumentando de

12,0 na testemunha para 22,7 mg dm-3

de S-SO4-2

. No tratamento de maior dose. Para cada

kg de S-SO4-2

aplicado aos solos foram recuperados 0,69, 0,67 e 0,41 kg de S-SO4-2

para

os solos LVdf, LVAd e PVd, respectivamente.

A análise estatística do teor de S-SO4-2

no solo após o cultivo do feijoeiro apresentou

interação significativa entre solos e doses (Tabela 10). O solo LVAd, quando não recebeu

S-SO4-2

, apresentou teores similares de S-SO4-2

ao PVd e foi superior aos teores do LVdf e

RQo. O solo PVd apresentou teores de S-SO4-2

intermediários ao LVAd e LVdf. O teor de

S-SO4-2

no solo RQo foi inferior aos outros solos. A concentração de S-SO4-2

nos solos

onde não se colocou enxofre e na primeira dose de S-SO4-2

se manteve semelhantes quando

comparado ao teor de S-SO4-2

logo após a colheita de MS da cultura da canola e da soja. A

manutenção dos teores de S-SO4-2

no solo e a possível causa deste fenômeno já foi

explicado anteriormente na cultura da soja.

Com a aplicação da primeira dose de S-SO4-2

, o solo LVAd aumentou o teor de S-

SO4-2

disponível e foi superior aos outros solos. Os teores de S-SO4-2

encontrados no LVdf

e PVd foram superiores ao RQo. Já com a aplicação da segunda dose de S-SO4-2

, o maior

valor de S-SO4-2

foi observado nos Latossolos, valor intermediário no PVd e menor valor

no RQo, ocorrendo a mesma coisa quando aplicada a dose mais elevada de S-SO4-2

. Este

maior acúmulo de S-SO4-2

nos Latossolos comparativamente aos outros solos e é explicado

pelo maior teor de argila e capacidade de adsorção de S-SO4-2

como detalhado

anteriormente (Costa, 1980). O RQo, em todas as doses, sempre apresentou baixos teores

de S-SO4-2

disponível.

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No solo LVdf e LVAd, os teores de S-SO4-2

aumentaram com a aplicação de S-SO4-2

no solo (S-SO4-2

= 8,04 + 0,765 dose; R2

= 0,97 e S-SO4-2

= 13,71 + 0,566 dose; R2 =

0,97). Nos solos PVd e RQo os teores de S-SO4-2

não aumentaram com as doses de S

aplicado, não se ajustando a nenhuma equação matemática. Os teores de S-SO4-2

disponível no PVd e RQo foram constantes, apresentando valores próximos a 10 e 3 mg

dm-3

de S-SO4-2

, respectivamente. Os teores de S-SO4-2

no RQo ficou menor que o teor

crítico estabelecido pela CFS/RS-SC (1994) que é de 5 mg dm-3

para as culturas não

exigentes. Porém, como na cultura da soja, não limitou a produção de MS.

TABELA 10: Produção de matéria seca da parte aérea do feijoeiro e teor de sulfato no solo

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 73,3 146,7 293,3

..................................................... g vaso-1

....................................................

LVdf 11,22 12,01 11,46 11,15 11,46 a1

LVAd 11,94 11,60 11,51 11,53 11,65 a

PVd 9,64 9,47 9,93 10,56 9,90 b

RQo 7,80 7,61 8,49 8,93 8,21 c

Média 10,15 10,17 10,35 10,54

.........………......................…...... mg dm-3

...…….……................................

LVdf 9,4 b

10,9 b 16,5 a 28,8 a 16,4

LVAd 14,6 a 17,6 a 18,0 a 29,4 a 19,9

PVd 10,6 ab 11,0 b 9,4 b 12,0 b 10,8

RQo 3,4 c 3,1 c 3,8 c 3,1 c 3,4

Média 9,5 10,7 11,9 18,3 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 7,6 e disponibilidade de S-SO4-2

= 22,0.

A produção de matéria seca da parte aérea do gergelim não aumentou com a

aplicação de S-SO4-2

, porém houve diferenças entre solos (Tabela 11). O solo LVdf

apresentou o maior rendimento de matéria seca da parte aérea. Os solos LVAd e PVd

apresentaram rendimentos médios similares (6,4 e 6,8 g vaso-1

) e foram superiores aos

obtidos no solo RQo (5,49 g vaso-1

).

Os teores de S-SO4-2

obtidos no solo após o cultivo do gergelim apresentaram

diferença estatística entre solos e doses aplicadas, sem que ocorresse interação entre os

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dois fatores. Os Latossolos (LVdf e LVAd) apresentaram os maiores teores de S-SO4-2

no

solo (20,6 e 23,1 mg dm-3

), enquanto o RQo apresentou o menor teor de S-SO4-2

(12,9 mg

dm-3

). Porém, pela primeira vez ocorreu um aumento no teor de S-SO4-2

no solo RQo em

conseqüência da aplicação de doses de enxofre. Os teores de S-SO4-2

no RQo foram bem

superior aos obtidos nos cultivos anteriores. Isso ocorreu em conseqüência da reaplicação

TABELA 11: Produção de matéria seca da parte aérea do gergelim e teor de sulfato no solo

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação.

Solo Dose acumulada de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 128,3 256,6 513,2

..................................................... g vaso-1

....................................................

LVdf 7,95 8,29 8,64 8,28 8,29 a1

LVAd 6,88 6,99 5,86 7,74 6,71 b

PVd 6,90 6,01 6,70 6,03 6,41 b

RQo 6,06 5,55 4,80 5,56 5,49 c

Média 6,95 6,71 6,50 6,90

.........……….....................…...... mg dm-3

...……...………...........................

LVdf 12,4 14,8 21,5 34,8 20,6 a

LVAd 14,9 17,7 24,9 35,1 23,1 a

PVd 8,4 14,6 17,3 27,0 16,8 b

RQo 6,8 10,1 15,2 19,5 12,9 c

Média 10,3 14,3 19,7 29,1 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 16,7 e disponibilidade de S-SO4-2

= 24,4.

da dose de S e das altas temperaturas. O alto consumo de água do gergelim pode ter

ocasionado a ascensão de água das camadas mais profundas do vaso e com ela o S-SO4-2

acumulado no solo do fundo do vaso aumentando o teor deste elemento na camada de 0 a

10 cm. Embora em menor escala, nos outros três solos também houve aumento nos teores

médios de sulfato em relação a cultura anterior.

A aplicação de doses de enxofre permitiu o aumento linear no teor de S-SO4-2

do

solo (S-SO4-2

= 10,04 + 0,408 dose; R2 = 0,99). Assim, por cada kg de S-SO4

-2 aplicado

0,41 kg é recuperado pelo método do Ca(H2PO4)2 na camada 0-10 cm, cujos valores

aumentaram de 10,3 mg dm-3

de S-SO4-2

no solo onde não foi aplicado enxofre para 14,3;

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40

19,7 e 29,1 mg dm-3

de S-SO4-2

, com a aplicação de 128,3, 256,6 e 513,2 mg vaso -1

de S-

SO4-2

, respectivamente (Tabela 11).

A produção de matéria seca da parte aérea do trevo vesiculoso, como observado para

as culturas de soja, do feijoeiro e do gergelim não aumentaram com a aplicação de enxofre.

De modo similar aos outros cultivos, a produção média de MS dos Latossolos foi maior do

que para os solos mais arenosos (9,46, 10,04, 8,87 e 8,88 g vaso-1

para o LVdf, LVAd,

PVd e RQo, respectivamente) (Tabela 12). Vários trabalhos realizados na metade do século

passado tinham encontrado resposta do trevo a aplicação de S (Walker & Adams, 1956;

Walker & Adams, 1958; Jones, 1962).

TABELA 12: Produção de matéria seca da parte aérea do trevo vesiculoso e teor de sulfato

no solo decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em

casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 146,6 293,3 586,5

..................................................... g vaso-1

....................................................

LVdf 9,61 9,94 8,94 9,36 9,46 ab1

LVAd 10,68 9,25 10,46 9,78 10,04 a

PVd 8,31 8,63 9,12 9,43 8,87 b

RQo 9,58 8,97 8,37 8,58 8,88 b

Média 9,55 9,20 9,22 9,29

.........……….....................…...... mg dm-3

...……...………...........................

LVdf 20,7 21,8 26,4 29,9 24,7 a

LVAd 14,4 17,8 19,2 18,5 17,5 b

PVd 11,1 17,9 12,6 15,4 14,2 c

RQo 9,5 10,1 12,9 11,3 10,9 d

Média 13,9 16,9 17,8 18,8 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 14,3 e disponibilidade de S-SO4-2

= 21,3.

Os teores de S-SO4-2

obtidos no solo após o cultivo do trevo vesiculoso apresentaram

diferença estatística entre solos e doses aplicadas, sem que ocorresse interação entre os

dois fatores. O teor de sulfato no solo acompanhou o teor de argila, cujos valores foram

24,7, 17,5, 14,2 e 10,9 mg dm3 para os solos LVdf, PVAd PVd e RQo, respectivamente. O

teor de S-SO4-2

no RQo, embora menor que no cultivo anterior, se manteve bem acima do

que nos primeiros cultivos. Isso reforça a hipótese de que houve ascensão de água das

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41

camadas mais profundas do vaso aumentando o teor deste elemento na camada de 0 a 10

cm (Tabela 12).

A aplicação de sulfato permitiu o aumento linear no teor de sulfato do solo (S-SO4-2

= 14,89 + 0,083 dose; R2 = 0,80). A baixa inclinação da reta se deve a elevação dos teores

na testemunha e principalmente pela diminuição dos teores na maior dose de S-SO4-2

.

Assim, por cada kg de S-SO4-2

aplicado no solo somente 80 g permaneceu disponível na

camada de 0-10 cm (Tabela 12).

A cultura do trigo não apresentou resposta a aplicação de enxofre (Tabela 13). A

análise estatística do teor de S-SO4-2

no solo após o cultivo do trigo apresentou interação

significativa entre solos e doses (Tabela 13). De modo geral o solo LVdf apresentou o

maior e o RQo o menor teor de S-SO4-2

.

TABELA 13: Produção de matéria seca da parte aérea do trigo e teor de sulfato no solo

decorrente da aplicação de enxofre em quatro solos, cultivados em casa de

vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 146,6 293,3 586,5

..................................................... g vaso-1

....................................................

LVdf 10,14 10,67 10,58 11,37 10,69 ns

LVAd 10,49 11,05 11,59 11,06 11,05

PVd 10,03 12,01 10,25 10,97 10,82

RQo 9,79 11,08 10,91 10,60 10,60

Média 10,11 11,20 10,83 11,00

.........………......................…...... mg dm-3

...……...…….............................

LVdf 12,9 a1

15,7 a 19,0 a 22,9 a 17,6

LVAd 10,0 ab 10,8 b 13,5 b 17,9 b 13,1

PVd 7,9 b 8,4 b 8,6 b 7,5 c 8,1

RQo 4,0 c 4,2 c 5,0 c 4,1 d 4,3

Média 8,7 10,8 12,4 13,1 ns

Não significativo. 1

Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de

Tukey ( 5%).

CV (%): Matéria seca = 11,6 e disponibilidade de S-SO4-2

= 21,8.

Como os solos não receberam aplicação de enxofre no cultivo do trigo (Tabela 13),

pode-se observar uma queda no teor médio de S-SO4-2

comparativamente ao cultivo

anterior, principalmente no solo PVd e RQo. Isso confirma os seus baixo poder tampão de

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42

sulfato, inclusive nivelando seus valores a 8,1 mg dm3 no PVd e 4,3 mg dm

3 no RQo,

independentemente das doses de S-SO4-2

.

A aplicação de doses de enxofre permitiu o aumento linear no teor de sulfato nos

solos LVdf e LVAd após o cultivo do trigo. No LVdf, o ajuste foi S-SO4-2

= 13,24 + 0,188

dose; R2 = 0,98 e no solo LVAd foi S-SO4

-2 = 9,43 + 0,154 dose; R

2 = 0,94 .

A uniformização em teores “muito baixo” de S-SO4-2

no RQo na camada 0-10 cm

pode ser explicada pela não reaplicação de S-SO4-2

, ficando o suprimento às plantas

dependente do estoque de S-SO4-2

do solo e principalmente das baixas temperaturas no

inverno, o que diminui drasticamente o consumo de água durante o cultivo do trigo

comparativamente aos cultivos realizados no verão. Isso ocasionou, novamente, migração

de S-SO4-2

às camadas mais profundas do solo no vaso, o que pode ser comprovado pela

análise do solo da camada 10-20 cm. Os teores de S-SO4-2

nessa camada aumentaram de

5,4 mg dm-3

na testemunha, para 16,3, 41,3 e 57,7 mg dm-3

nas doses acumuladas de

146,6, 293,3 e 586,5 mg vaso -1

de S-SO4-2

, respectivamente. E esse sulfato não é incluído

na análise, mas pode ser absorvido pelas plantas, como mencionado por Bole & Pittman

(1984).

4.2.2. Teor de S no tecido da parte aérea das culturas e quantidade absorvida.

As culturas da canola, da soja, do feijoeiro, do gergelim, do trevo e do trigo

apresentaram teores de enxofre no tecido e quantidades de S absorvidos diferentes em

relação aos tipos de solos e as doses de enxofre. Para os dois parâmetros, a exceção da

cultura da canola e do trigo, para todas as demais culturas houve interação significativa

entre tipos de solos e doses de enxofre.

O teor de S no tecido quando a canola foi cultivada no RQo foi superior aos demais

solos, independentemente da dose de S-SO4-2

aplicado (Tabela 14). Isso se deve a menor

produção de MS e as altas taxas de mineralização da matéria orgânica nativa (Anexo 1),

por causa do ambiente favorável a esse processo na casa de vegetação. Esses maiores

teores de S no tecido quando a canola foi cultivada no RQo deve-se a menor capacidade de

adsorção, deixando o sulfato na solução do solo. O alto pH e baixo teor de argila,

conseqüentemente, poucos grupos funcionais de superfície proporcionam baixa capacidade

de armazenamento de S-SO4-2

(Elminsger, 1954; Chao, 1963; Barrow, 1967; Barrow,

1972; Parfitt et al., 1978; Couto et al., 1979; Korentajer, 1983). Como não ocorreu

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43

percolação de água, este enxofre disponível não se lixiviou para fora dos vasos,

conseqüentemente, ficando em maior concentração que nos outros solos e foi absorvida

pela planta com maior facilidade. Porém, ao contrário dos outros solos, o RQo mesmo com

teores superiores de S no tecido apresentou o menor rendimento da cultura (Tabela 8), pelo

qual se pode afirmar que o rendimento não foi afetado pela deficiência de enxofre, mas por

outros fatores que determinam o poder de produção de cada solo.

TABELA 14: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura da canola decorrente da aplicação

de enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 55 110 220

.........……….............…….....teor de enxofre, % .……...……....................

LVdf 0,11

0,31 0,47 0,71 0,40 b1

LVAd 0,12 0,31 0,43 0,66 0,38 bc

PVd 0,09 0,21 0,41 0,69 0,35 c

RQo 0,25 0,66 0,73 0,86 0,63 a

Média 0,14 d 0,37 c 0,51 b 0,73 a

.........………................ enxofre acumulado, mg vaso-1

…............................

LVdf 14,2 a 41,7 a 65,5 a 105,6 a 56,8

LVAd 10,9 a 37,4 ab 64,0 a 102,2 a 53,6

PVd 6,4 a 22,8 b 37,2 b 72,8 b 34,8

RQo 17,9 a 28,3 ab 26,7 b 40,8 c 28,4

Média 12,4 32,6 48,4 80,4 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 15,7 e acúmulo de S = 25,9.

A aplicação de S-SO4-2

proporcionou aumento no teor de S no tecido, onde o teor

de S no tecido = 0,14 + 0,004 dose – 0,000007 dose2; R

2 = 0,99.

O aumento de produção de MS nos tratamentos com aplicação de enxofre se

verificou até a planta apresentar 0,47%, 0,43% e 0,21% de S no tecido para os solos LVdf,

LVAd e PVd, respectivamente. Pode-se observar que, mesmo onde o teor de S no tecido

foi superior a 0,2%, que é o teor a partir do qual a planta apresentaria pouca possibilidade

de resposta a aplicação deste nutriente, houve resposta a aplicação de enxofre (Malavolta,

1984; Mengel & Kirkby, 1987).

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44

Quando não foi aplicado S, não houve diferença entre os tipos de solos em relação

ao acúmulo de S no tecido, onde, este valor foi obtido através da multiplicação do teor de S

no tecido da cultura pelo rendimento de matéria seca (Tabela 14). De modo geral, o

acúmulo de S no tecido da canola foi maior nos Latossolos quando se adicionou S-SO4-2

.

Na dose mais elevada, a canola cultivada nos solos LVdf e LVAd absorveu de 7,3 a 9,4

vezes mais S do que cultivado sem a adição de S-SO4-2

(S acumulado = 17,18 + 0,411

dose; R2

= 0,99 e S acumulado = 13,86 + 0,413 dose; R2

= 0,99), sendo que para cada kg de

S-SO4-2

aplicado resultou em 0,4 kg de S absorvido. A quantidade de enxofre exportada

pela parte aérea da canola quando cultivado no solo PVd foi de 0,3 mg para cada mg de S-

SO4-2

aplicado, (S acumulado = 5,84 + 0,301 dose; R2

= 0,99), comportamento

intermediário aos Latossolos e o RQo, sendo condizente com a quantidade de grupos

funcionais inorgânicos.

Por outro lado, para cada kg de S-SO4-2

aplicado no solo RQo somente 0,1 kg foi

absorvido pela canola (S acumulado = 19,24 + 0,095 dose; R2

=0,90). O restante do sulfato

aplicado não foi recuperado pela análise do solo da camada de 0-10 cm. Assim, a aplicação

de doses elevadas deste nutriente levará a perdas consideráveis de S caso o solo não tenha

altos conteúdos de argila e especialmente óxidos de ferro. No caso de cultivo de solos

arenosos, a dose a ser aplicada deve ser menor do que nos solos argilosos, pois o que a

planta não absorver se perderá mediante lixiviação para camadas mais profundas.

As tabelas 15, 16, 17 e 18 mostram os dados referentes ao teor e acúmulo de S na

parte aérea da soja, do feijoeiro, do gergelim e do trevo, respectivamente. O teor de S no

tecido destas culturas aumentaram com a aplicação de doses de enxofre ao solo, porém,

sem alterar a produção de matéria seca (Tabelas 9, 10, 11 e 12), sendo um consumo de

luxo.

O teor de S-total no tecido dessas culturas em geral foi igual ou superior ao teor

considerado como crítico (0,10-0,25%), mesmo na testemunha (Kamprath et al., 1957;

Vilela et al., 1995; Ambrosano et al., 1996; EMBRAPA, 1998; Imsande & Schmidt, 1998;

Furtini Neto et al., 2000).

Na cultura da soja em plena floração encontraram-se teores de S no tecido entre

0,10% a 0,26% nos tratamentos sem aplicação de S (Tabela 15), podendo considerar que

teores iguais ou superior a 0,1% já é o suficiente para produção adequada. Esse valor é

inferior ao recomendado por Ambrosano et al. (1996) e EMBRAPA (1998).

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45

A exceção do tratamento testemunha, a soja cultivada no solo RQo apresentou os

maiores teores de S no tecido (Tabela 15). Por outro lado, Latossolos apresentaram os

menores teores de S no tecido em todas as doses de S-SO4-2

. Isso se deve provavelmente

pela maior energia de ligação do S-SO4-2

aos grupos funcionais de superfície.

TABELA 15: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura da soja decorrente da aplicação de

enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 73,3 146,7 293,3

.........………............…….....teor de enxofre, % .………...…....................

LVdf 0,10 c1

0,17 b 0,25 b 0,24 c 0,19

LVAd 0,10 c 0,16 b 0,22 b 0,23 c 0,18

PVd 0,26 a 0,31 a 0,35 a 0,35 b 0,32

RQo 0,19 b 0,32 a 0,34 a 0,47 a 0,33

Média 0,16 0,24 0,29 0,32

.........………................. enxofre acumulado, mg vaso-1

…...........................

LVdf 10,0 16,9 21,9 22,7 17,9 b

LVAd 10,3 15,2 22,5 22,3 17,6 b

PVd 21,4 27,0 31,5 32,5 28,1 a

RQo 18,3 28,8 28,8 40,4 29,1 a

Média 15,0 22,0 26,2 29,5 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 12,9 e acúmulo de S = 17,7.

O aumento dos teores de S no tecido com a aplicação de S-SO4-2

nos solos LVdf e

LVAd se ajustaram em equações de segundo grau (Teor de S = 0,09 + 0,001 dose –

0,000003 dose2; R

2 = 0,97 e Teor de S = 0,10 + 0,001 dose – 0,000002 dose

2; R

2 = 0,99),

respectivamente. O RQo apresentou aumento linear no teor de S no tecido (Teor de S =

0,22 + 0,0009 dose; R2= 0,94) passando de 0,19% na testemunha para 0,47% quando

aplicado a maior dose de S-SO4-2

(Tabela 15). Por outro lado, o solo PVd apresentou teores

intermediário entre os Latossolos e o RQo explicado pela equação de segundo grau, onde o

Teor de S = 0,26 + 0,0009 dose – 0,000002 dose2 (R

2 = 0,99).

O acúmulo de S na parte aérea da cultura da soja foi menor nos Latossolos que nos

outros solos em decorrência do menor teor no tecido (Tabela 15), pois, o rendimento de

matéria seca foi maior nos Latossolos (Tabela 9). Com a aplicação de doses de S no solo

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46

ocorreu aumento no acúmulo de S no tecido em todos os solos (S acumulado = 15,09 +

0,105 dose – 0,0002 dose2; R

2 = 0,99) devido ao maior teor de S no tecido da parte aérea, já

que não ocorreu resposta da soja a fertilização sulfatada.

O teor de S no tecido do feijoeiro apresentou interação significativa entre tipos de

solos e doses de S (Tabela 16). O teor de S no tecido do solo PVd no tratamento

testemunha foi inferior aos outros solos (0,17%). Como a cultura do feijoeiro não

respondeu a aplicação de S, este teor deve ter sido suficiente para cobrir os requerimentos

desta cultura no período de cultivo. Este valor é um pouco menor do encontrado por Furtini

Neto et al. (2000) que era de 0,19%. Os quatro solos apresentaram aumento linear no teor

de S no tecido com a aplicação de S-SO4-2

no solo, cujo ajuste foram teor de S no LVdf =

0,26 + 0,0003 dose; R2= 0,91; teor de S no LVAd = 0,25 + 0,0004 dose ; R

2= 0,88; teor de

S no PVd = 0,19 + 0,0006 dose; R2= 0,95 e teor de S no RQo = 0,30 + 0,0002 dose; R

2=

0,72.

O acúmulo de S foi diferente entre solos e doses de enxofre, mas sem ocorrer

interação significativa. Os Latossolos apresentaram maior acúmulo de S do que os outros

solos (Tabela 16), pois proporcionaram maior produção de matéria seca destes solos em

TABELA 16: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do feijoeiro decorrente da aplicação

de enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

1 Média

0 73,3 146,7 293,3

.........……….............…….....teor de enxofre, % .……...……....................

LVdf 0,27 a1

0,28 b 0,29 b 0,36 a 0,30

LVAd 0,25 a 0,26 b 0,34 a 0,37 a 0,31

PVd 0,17 b 0,25 b 0,28 b 0,35 a 0,26

RQo 0,28 a 0,33 a 0,34 a 0,35 a 0,33

Média 0,24 0,28 0,31 0,36

.........………................. enxofre acumulado, mg vaso-1

…...........................

LVdf 30,1 33,4 33,5 40,3 34,3 a

LVAd 29,9 30,2 38,9 42,4 35,3 a

PVd 16,7 23,7 28,1 36,9 26,3 b

RQo 21,6 25,1 28,9 31,1 26,7 b

Média 24,5 28,1 32,3 37,7 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 11,5 e acúmulo de S = 17,7.

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47

relação aos outros solos (Tabela 10). Pode-se observar que, com aplicação de maiores

doses de S-SO4-2

no solo, ocorreu maior acúmulo de S no tecido (S acumulado = 24,86 +

0,045 dose; R2

= 0,99) (Tabela 16).

O teor de S do tecido do gergelim na testemunha foi similar para todos os solos

(Tabela 17). Com a aplicação de enxofre, os teores de S no tecido do gergelim cultivado no

solo PVd foi superior aos demais solos. Isso provocou um incremento no teor de S em

função da dose, que foi ajustado na equação S = 0,26 + 0,0008 dose – 0,0000001dose2; R

2

= 0,99. Em relação ao acúmulo de S no tecido, os Latossolos apresentaram maiores

acúmulos que o PVd e RQo (Tabela 17).

O teor de S no tecido da parte aérea da cultura do trevo apresentou interação

significativa entre tipos de solo e doses (Tabela 18). Nos tratamentos testemunha e

primeira dose de S-SO4-2

, não houve diferença no teor de S entre os solos e, na maior dose

de S-SO4-2

, o trevo cultivado no solo LVdf apresentou o menor teor de S no tecido.

Independentemente do tipo de solo, a aplicação de sulfato proporcionou incremento no teor

de S no tecido. Para o LVdf, o aumento foi linear (teor de S = 0,30 + 0,0002 dose; R2

=

0,96) enquanto para as demais foi quadrática (teor de S no LVAd = 0,28 + 0,0008 dose –

0,0000007 dose2; R

2 = 0,99; teor de S no PVd = 0,26 + 0,0009 dose – 0,0000008 dose

2; R

2

= 0,97 e teor de S no RQo = 0,29 - 0,00003 dose + 0,0000007 dose2; R

2 = 0,92).

O teor mínimo de S no tecido do trevo vesiculoso foi de 0,25%, o que pode ser

aceito como adequado, e é similar aos obtido por Walker & Adams (1956), Walker &

Adams (1958) e Jones (1962).

O acúmulo de S no tecido da parte aérea do trevo vesiculoso foi diferente entre as

classes de solos e as doses de S-SO4-2

, sem existir interação significativa entre os dois

fatores (Tabela 18). Os solos LVAd, PVd e RQo apresentaram os maiores acúmulos de S

no tecido: 53,5; 52,5 e 47,7 mg vaso-1

, respectivamente. O acúmulo de S no tecido no

LVdf foi menor em decorrência da menor concentração de S no tecido. A aplicação de

doses de S-SO4-2

permitiu o aumento linear no acúmulo de sulfato em todos os solos após o

cultivo do trevo vesiculoso, (S acumulado = 36,00 + 0,046 dose; R2

= 0,96), onde por para

cada kg de S-SO4-2

aplicado foi absorvido pela planta 0,05 kg vaso-1

.

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TABELA 17: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do gergelim decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 128,3 256,6 513,2

.........………............…….....teor de enxofre, % .………..……....................

LVdf 0,31 a1

0,31 b 0,31 b 0,28 b 0,30

LVAd 0,29 a 0,33 ab 0,30 b 0,30 b 0,31

PVd 0,26 a 0,36 a 0,40 a 0,40 a 0,36

RQo 0,28 a 0,30 b 0,29 b 0,31 b 0,30

Média 0,29 0,33 0,33 0,32

.........………................. enxofre acumulado, mg vaso-1

…...........................

LVdf 24,7 25,6 26,5 23,0 25,0 a

LVAd 20,2 23,2 17,6 23,1 21,0 b

PVd 18,1 21,8 26,5 23,8 22,6 ab

RQo 17,2 16,9 14,1 17,2 16,4 c

Média 20,1 21,9 21,2 21,8 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 10,8 e acúmulo de S = 19,3.

TABELA 18: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do trevo vesiculoso decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 146,6 293,3 586,5

.........………............…….....teor de enxofre, % .………...……...................

LVdf 0,30 a1

0,36 a 0,37 bc 0,46 b 0,37

LVAd 0,28 a 0,38 a 0,45 a 0,50 ab 0,40

PVd 0,25 a 0,39 a 0,43 ab 0,49 ab 0,39

RQo 0,28 a 0,35 a 0,32 c 0,54 a 0,37

Média 0,28 0,35 0,37 0,47

.........………................. enxofre acumulado, mg vaso-1

…...........................

LVdf 25,6 38,3 38,7 48,7 37,8 b

LVAd 36,6 49,6 63,2 64,7 53,5 a

PVd 34,7 49,2 54,8 71,4 52,5 a

RQo 37,5 46,8 41,5 64,9 47,7 a

Média 33,6 46,0 49,6 62,4 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 13,2 e acúmulo de S = 18,0.

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49

O teor e acúmulo de S no tecido da parte aérea da cultura do trigo apresentou

diferença entre os solos e doses de enxofre. Tanto o teor como o acúmulo de S no tecido

foi maior quando o trigo foi cultivado nos Latossolos do que sobre solos de textura

superficial arenosa (Tabela 19). A maior absorção deste nutriente nos solos mais arenosos

nesta cultura ocorreu porque o S-SO4-2

esteve mais disponível para ser absorvido pela

planta como ocorreu em outras culturas, como explicado anteriormente. A aplicação de

doses de S-SO4-2

no solo propiciou incremento na absorção deste nutriente pela planta:

Teor de S = 0,193 + 0,0006 dose – 0,0000005 dose2; R

2 = 0,99 e S acumulado = 17,889 +

0,076 dose – 0,00006 dose2; R

2 = 0,99. O teor de S de 0,12% já foi suficiente para se obter

a máxima produção de MS podendo ser considerada como adequado e é inferior aquele

mencionado por Bissani (1985) que era de 0,22%.

TABELA 19: Teor e acúmulo de S no tecido na cultura do trigo decorrente da aplicação de

enxofre em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Dose de S-SO4

-2, mg vaso

-1 Média

0 146,6 293,3 586,5

.........……............…….....Teor de enxofre, % .………..……....................

LVdf 0,12 0,23 0,26 0,32 0,23 b1

LVAd 0,16 0,21 0,29 0,34 0,25 b

PVd 0,20 0,31 0,35 0,45 0,33 a

RQo 0,27 0,36 0,36 0,41 0,35 a

Média 0,19 0,28 0,32 0,38

.........………................. Enxofre acumulado, mg vaso-1

…...........................

LVdf 12,4 24,2 27,5 36,2 25,1 b

LVAd 16,7 23,4 33,9 37,7 27,9 b

PVd 20,2 37,3 35,7 49,1 35,6 a

RQo 20,5 30,2 39,5 43,5 33,4 a

Média 17,5 28,8 34,2 41,6 1 Médias seguidas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ( 5%).

CV (%): teor de S = 11,3 e acúmulo de S = 15,5.

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50

A tabela 20 apresenta a quantidade total de S exportado pelas culturas nos diferentes

solos e a quantidade total de S aplicada durante a realização do experimento. Na

testemunha e onde foi adicionado 146 mg vaso-1

de S pode observar-se que ocorreu déficit

deste nutriente, pois as plantas retiraram mais S do que a quantidade total adicionada ao

solo. Por outro lado, nas duas maiores doses de S aplicada se observa uma diferença

positiva, ou seja, ocorreu excesso de fertilização com S no solo em relação à absorção pela

planta, permitindo a construção da fertilidade do solo.

TABELA 20: Balanço entre o S total exportado pelas culturas e o S total aplicado no solo

durante o experimento em quatro solos, cultivados em casa de vegetação.

Solo

Dose de

S-SO4-2

aplicada

S exportado pelas culturas S total

exportado

Balanço

de S canola soja feijoeiro gergelim trevo trigo

........................................................ mg vaso-1

.........................................................

LVdf

0 14 10 30 25 26 12 117 -117

147 42 17 33 26 38 24 180 -34

293 66 22 34 27 39 28 214 +80

587 106 23 40 23 49 36 277 +310

LVAd

0 11 10 30 20 37 17 125 -125

147 37 15 30 23 50 23 179 -32

293 64 23 39 18 63 34 240 +53

587 102 22 42 23 65 38 292 +294

PVd

0 6 21 17 18 35 20 118 -118

147 23 27 24 22 49 37 182 -35

293 37 32 28 27 55 36 214 +80

587 73 33 37 24 71 49 287 +300

NQo

0 18 18 22 17 38 21 133 -133

147 28 29 25 17 47 30 176 -30

293 27 29 29 14 42 40 180 +114

587 41 40 31 17 65 44 238 +349

O balanço de S entre os diferentes solos em relação às distintas doses aplicadas são

muito similares, não ocorrendo diferenciação na quantidade total absorvida pelas culturas

entre solo. Porém como os solos apresentam diferentes capacidades de adsorção de S em

decorrência principalmente do teor de argila e conseqüentemente de óxido de ferro e

alumínio e do pH do solo, sendo que, quanto maior for o primeiro e menor o segundo há

maior capacidade de adsorção de S nos grupos funcionais de superfície. Portanto, os

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51

Latossolos podem adsorver quantidades superiores de S que os outros solos. Isto é

importante no momento de realizar a fertilização sulfatada, pois a quantidade de S aplicado

em cada solo vai depender da capacidade de adsorções deste. Neste caso no RQo o excesso

de S aplicado, possivelmente se desloque ao subsolo ficando inaccessível ás plantas.

Os teores de sulfato disponível do solo no tratamento testemunha não foram alterados

pelos cultivos. Desse modo, o S exportado pelas plantas deve ter sido oriundo da

mineralização da matéria orgânica, uma vez que a contribuição atmosférica deve ter sido

desprezível dentro da casa de vegetação. Isto leva a crer que o cultivo dos solos sem a

reposição do S exportado pode levar a ocorrência de deficiência deste nutriente com o

passar do tempo, principalmente em áreas com baixos teores e argila e matéria orgânica e

com altos rendimentos de grãos.

4.2.3. Considerações Finais

Os dados referentes ao rendimento de matéria seca da parte aérea das culturas, teor e

acúmulo de S no tecido das culturas e disponibilidade de S-SO4-2

no solo decorrente da

aplicação de enxofre em quatro solos em casa de vegetação, permitem tecer as seguintes

considerações.

a) A cultura da canola respondeu em produção de matéria seca a aplicação de enxofre,

sendo que as culturas da soja, do feijoeiro, do gergelim, do trevo e do trigo não tiveram

aumento de produção de matéria seca.

b) Embora o teor crítico para a canola foi de 24,8 mg dm-3

no solo, superior ao

estabelecido pela CFS/RS-SC (1994), deve-se interpretar com cuidado, pois, resultados

obtidos em casa de vegetação não são recomendáveis para estabelecer níveis de

suficiência para recomendação de fertilização sulfatada.

c) Os teores de S-SO4-2

da camada 0-10 cm nos solos LVdf, LVAd e PVd sempre

permaneceram em torno de 10 mg dm-3

o que já seria suficiente para todas as culturas.

Os teores de S-SO4-2

no solo aumentaram após a aplicação de S-SO4-2

em três dos

quatro solos.

d) O uso do solo da camada 0-10 cm pode não representar a disponibilidade de S-SO4-2

às

culturas, como ficou evidente no solo RQo.

e) A aplicação de S-SO4-2

ao solo aumentou o teor e a quantidade de S absorvido pelas

plantas.

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52

f) Os teores médios de S no tecido da soja, do feijoeiro, do gergelim, do trevo e do

trigo foram de 0,16%, 0,24%, 0,29%; 0,28% e 0,19%, respectivamente, os quais

parecem ser suficientes para suprir suas necessidades.

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53

4.3. Resposta de culturas a aplicação de S-SO4-2

num Argissolo sob sistema

plantio direto.

4.2.1. Rendimento das culturas e teor de sulfato no solo em profundidade.

Na figura 3 se encontra a produção de matéria seca da parte aérea da cultura do

nabo ferrageiro em decorrência da aplicação de S-SO4-2

no solo. A produção de MS desta

cultura diferiu estaticamente com a aplicação de enxofre pelo teste de Tukey ( 10,96%).

O aumento da produção de MS respondeu de forma quadrática (Produção de MS =

1916,79 + 34,35 – 0,37 dose2; R

2 = 0,90), onde a máxima produção de MS (2714,4 kg ha

-1)

ocorreu com a dose de 46,5 kg ha-1

de S-SO4-2

. Porém, observa-se que a aplicação de

aproximadamente 20 kg ha-1

de S-SO4-2

já é suficiente para se obter uma ótima produção

de matéria seca, sendo muito inferior ao encontrado através da equação ajustada

estatísticamente.

Dose de S-SO4, kg ha

-1

0 10 20 30 40 50 60

Pro

dução d

e m

até

ria s

eca d

e n

abo forr

ageiro, kg h

a-1

1800

2000

2200

2400

2600

2800

Produção de MS = 1916,79 + 34,35 dose - 0,37 dose2

R2 = 0,90

Máxima produção de MS = 2.714 kg ha-1

Dose de S-SO4

-2 = 46,4 kg ha

-1

FIGURA 3. Produção de matéria seca da parte aérea do nabo forrageiro decorrente

da aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema

plantio direto.

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54

Além do incremento na produção de MS, a aplicação de S-SO4-2

aumentou o teor

de S no tecido (Teor de S no tecido = 0,381 + 0,007 dose + 0,00009 dose2; R

2 = 0,99),

passando de 0,38% no solo sem aplicação de fertilizante sulfatado para 0,48%, 0,52% e

0,50% quando aplicada as doses de 15, 30 e 60 kg ha-1

de S-SO4

-2, respectivamente.

Valores coerentes com aqueles propostos por Mengel & Kirkby (1987), que varia de 0,2 a

0,5%. No trabalho desenvolvido por Janzen & Bettany (1984), a aplicação de S-SO4-2

aumentou o teor de S no tecido do nabo ferrageiro de 0,09% até 1,8%, demonstrando que a

cultura tem um grande potencial de absorção e, conseqüentemente, reciclagem de S-SO4-2

.

0 10 20 30 40 50 60

Teor

de

S n

o tecid

o d

o n

abo

, %

0,36

0,39

0,42

0,45

0,48

0,51

0,54

0,57

0,60

S a

cum

ula

do

no

tecid

o d

o n

abo

, kg h

a-1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Acúmulo = 7,436 + 0,298 dose - 0,0033 dose2

R2

= 0,99

Teor de S = 0,381 + 0,007 dose - 0,00009dose2

R2 = 0,99

Dose de S-SO4

-2, kg ha

-1

FIGURA 4. Teor e acúmulo de S na parte aérea do nabo forrageiro decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio

direto.

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55

A quantidade de S reciclado pela parte aérea do nabo (Figura 4) aumentou nos

tratamentos com aplicação de S (Acúmulo de S = 7,436 + 0,298 dose – 0,0033 dose2; R

2 =

0,99), tanto pela maior produção de matéria seca como pelo maior teor no tecido. Na

testemunha, a quantidade de S acumulada foi de 7,1 kg ha-1

e quando aplicado a primeira

dose de S-SO4-2

, a quantidade acumulada na parte aérea passou a 11,9 kg ha-1

,

representando um aumento de 67,6%. Na maior dose de S-SO4-2

aplicado, o aumento na

quantidade de S acumulado foi de 88,7%, comparada a testemunha. Esta cultura é

importante na ciclagem de S-SO4-2

, devido a capacidade do sistema radicular em se

aprofundar no solo, inclusive tolerando camadas adensadas. Isso pode reciclar o S-SO4-2

que se encontra em camadas profundas, além de apresentar alta capacidade de absorção e

acúmulo de S em decorrência de ser exigente em S (Jansen & Bettany, 1984).

Os teores de S-SO4-2

extraídos pelo Ca(H2PO4)2 das amostras de solos coletadas

após o cultivo do nabo forrageiro aumentaram em profundidade (Figura 5).

Os teores médios de S-SO4-2

no solo, considerando os 60 cm, foram de 5,0, 6,6, 7,0

e 8,5 mg dm-3

, quando aplicados 0, 15, 30 e 60 kg ha-1

de S-SO4-2

, respectivamente. Este

aumento foi ajustado a uma equação de primeiro grau (S-SO4-2

= 31,62 + 0,336 dose; R2

=

0,95), donde para cada kg de S-SO4-2

aplicado ao solo, 0,336 kg foram recuperados pelo

Ca(H2PO4)2 na camada de 0-60 cm.

Os teores de S-SO4-2

da camada de 0-10 cm, que é a camada de solo coletada para

análise de rotina no sistema plantio direto (CQFS-RS/SC, 2004) são enquadrados na

mesma classe de disponibilidade, ficando com valores entre 6,8 a 8,4 mg dm-3

de S-SO4-2

(Figura 5). Somente a partir dos 20 cm de profundidade é que os teores de S-SO4-2

começaram a se diferenciar. Na testemunha, os valores foram menores do que 5 mg dm-3

de S-SO4-2

classe “baixa” e nos solos que receberam fertilização com S-SO4-2

apresentaram teores entre 5 e 10 mg dm-3

de S-SO4-2

, enquadrando-se na classe “média” e

na camada de 50-60 cm “muito baixo” (1,2 mg dm-3

de S-SO4-2

).

Pode-se notar que ocorreu uma grande lixiviação do S-SO4-2

aplicado no solo em

um período de apenas quatro meses. A migração de S-SO4-2

é favorecida pela textura

superficial arenosa (< 12% de argila) e pH elevado da camada superficial (pH > 5,5). Este

fenômeno já foi alertado por McKell & Williams (1960), onde demonstraram que o SO4-2

em pouco tempo ultrapassa a zona de alcance das raízes.

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56

Teor de S-SO4-2

no solo, mg dm-3

0 2 4 6 8 10 12P

rofu

nd

ida

de

, cm

0

10

20

30

40

50

60

0

15

30

60

Dose de S-SO4

-2, kg ha

-1

FIGURA 5: Distribuição do S-SO4-2

após a cultura do nabo forrageiro em diferentes

profundidades decorrentes da aplicação de fertilizante sulfatado num

Argissolo sob sistema plantio direto.

Embora existam grandes perdas de S-SO4-2

, em alguns casos quando

aplicado altas doses de S-SO4-2

, principalmente na forma de gesso, a movimentação de S-

SO4-2

no perfil do solo pode ajudar a movimentação de cátions, chamados de

acompanhantes. Isto em solos com baixa CTC e altos teores de Al+3

pode ajudar a diminuir

a toxidez deste último, permitindo o melhor desenvolvimento das raízes, provocando assim

maior exploração do solo e facilitando a absorção de água, muito importante em períodos

de estiagens (Ritchey, et al, 1980; Quaggio, et al, 1982; Pavan, et al, 1984). Neste

experimento, por causa das baixas doses de S-SO4-2

aplicados ao solo e as características

mineralógicas, não ha grandes efeitos do S-SO4-2

como melhorador das características

químicas do solo, ficando a resposta de produção de MS da cultura do nabo

exclusivamente em relação ao suprimento de enxofre.

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57

A figura 5 permite inferir que, de acordo a dinâmica da disponibilidade de S-SO4-2

,

em solos bem manejados, sem impedimentos físicos, químicos e biológicos, pequenas

doses de enxofre aplicado já são suficientes para abastecer as necessidades das culturas,

considerando que parte do S também pode ser absorvida do subsolo (Quaggio et al., 1993)

ou, ainda, por mineralização dos resíduos orgânicos depositados na superfície do solo. A

recomendação de coleta de solo para o SPD não permite que se tenha um diagnóstico

correto da disponibilidade de enxofre no solo. Porém, quando os solos não são bem

manejados, apresentando pouco teor de matéria orgânica, camadas compactadas em sub-

superfície e toxidez de alumínio em sub-superfície, os quais restringem o aprofundamento

do sistema radicular, pode existir alta probabilidade de resposta à fertilização sulfatada

(Chao, 1963; Elkins, 1971; Korentajer, 1983).

Não ouve correlação entre a produção de MS do nabo forrageiro com o teor de S-

SO4-2

até os 60 cm de profundidade. Mesmo considerando que o sulfato adicionado ao solo

é retido aos colóides e sua reversibilidade é quase total, a sensibilidade do extrator não foi

suficiente para detectar variações nos teores de S disponível. Muitos fatores afetam a

absorção de sulfato pelas culturas e não são medidas por um extrator químico, como por

exemplo, a mineralização da MO, a contribuição atmosférica e o manejo do solo. A MO

pode fornecer S às plantas, de modo similar ao nitrogênio, via mineralização biológica, o

que é afetado tanto pela sua relação com a fração coloidal inorgânica (argilominerais e

óxidos) como pelas condições edafo-ambientais. A capacidade de suprimento de S via

precipitação atmosférica que é variável de acordo a localização da área dentro das

diferentes regiões agroecológicas e microclimas do estado. O manejo do solo afeta

drasticamente o acesso das raízes ao sulfato do solo, pois impedimentos físico-químicos ao

crescimento radicular podem restringir o volume de solo explorado e conseqüentemente ao

S disponível.

O rendimento de grãos do milho aumentou com a aplicação de S-SO4-2

, porém, não

apresentando resposta a sua reaplicação (Figura 6). O rendimento de grãos da testemunha

foi alto (8.280 kg ha-1

) em decorrência do bom manejo da cultura e da irrigação evitando

déficit de água. Assim mesmo, o aumento no rendimento se ajustou a uma equação

matemática de segundo grau (Rendimento = 8.468,468 + 61,399 dose – 0,574 dose2; R

2 =

0,75), alcançando o máximo rendimento (10.110 kg ha-1

) com a aplicação de 53,5 kg ha-

1de S-SO4

-2 (Figura 6). Observa-se na figura 6 que a dose de sulfato para se obter o

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58

máximo rendimento, pelo ajuste matemático, é superestimada. Visualmente pode-se notar

que com a aplicação de 15 kg ha-1

de S-SO4-2

já foi possível se aproximar do rendimento

máximo de grãos na cultura do milho.

Dose de S-SO4, kg ha

-1

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Rendim

ento

de g

rãos d

e m

ilho, kg h

a-1

8000

8500

9000

9500

10000

10500

Rendimento = 8468,37 + 61,40 dose - 0,57 dose2

R2 = 0,75

Máximo rendimento = 10110 Kg ha-1

Dose de S-SO4

-2 = 53,5 kg ha

-1

FIGURA 6: Rendimento de grãos na cultura do milho decorrente da aplicação de

fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Em áreas com altos tetos de produtividade, no caso de milho, pode ocorrer deficiência

deste nutriente, pelo que seria necessária a adição de S. O bom manejo do solo, aliado a

adequada rotação de cultura, principalmente mediante a utilização de plantas com raízes

agressivas tais como o nabo forrageiro, feijão de porco, mucuna preta, crotalaria, na cultura

anterior ao milho, pode ciclar parte do S-SO4-2

que se encontra em profundidade,

aumentando a disponibilidade deste, tanto pela reciclagem do nutriente, como pela

mineralização da palhada do resíduo e através do melhoramento das características físicas

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59

do solo, propiciando melhor condição para o crescimento radicular das culturas comerciais

(Casas, 1999; Scivittaro et al., 2002).

O teor e o acúmulo de S no grão da cultura do milho não se diferenciaram

estatisticamente entre os tratamentos. O teor de S no grão variou de 0,14% a 0,16%, sendo

similares aos citados por Mengel & Kirkby (1987) como sendo ideal para o milho. A

exportação de S variou de 12,1 a 15,5 kg ha-1

.

A análise estatística do teor de S-SO4-2

no solo coletado após o cultivo do milho

apresentou resposta a aplicação de doses de fertilizantes sulfatados, sem ocorrer diferença

em profundidade e com a reaplicação. Os teores de S-SO4-2

no solo em todas as camadas

permaneceram na faixa de 5-10 mg dm-3

, mas aumentou com as doses, passando de 3,5 mg

dm-3

, para 6,3; 7,2 e 7,0 mg dm-3

com a aplicação de 20, 40 e 80 kg ha-1

de S-SO4-2

,

respectivamente (Figura 7).

Dose de S-SO4, kg ha

-1

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Te

or

de

S-S

O4

-2 n

o s

olo

, m

g d

m-3

3

4

5

6

7

8

Rendimento = 3,643 + 0,1486 dose - 0,0013 dose2

R2 = 0,98

FIGURA 7: Teor de sulfato no solo após a cultura do milho decorrente da aplicação

de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

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60

De maneira similar à cultura do nabo ferrageiro, os teores de S-SO4-2

do solo não se

correlacionaram com o rendimento de grãos da cultura do milho.

O rendimento de grãos, o teor e o acúmulo de S no grão de trigo não aumentaram

com a aplicação de S-SO4-2

no solo. O rendimento médio da cultura do trigo foi de 2.441

kg ha-1

, sendo superior a média do país (2.245 kg ha-1

). Vários estudos mostraram boas

respostas do trigo a adição de S-SO4-2

. Caires et al. (2002) obtiveram incrementos no teor

de S no tecido e no rendimento de grãos com a aplicação de gesso. Camargo et al. (1975),

Chiarotti et al. (2000) e García et al. (2001) encontraram que a aplicação de 20-30 kg ha-1

de S-SO4-2

proporcionou aumento no rendimento de grãos no trigo.

O teor de S no tecido do trigo na época do florescimento variou de 0,11% a 0,14%

e de 0,13% a 0,17% no grão, não ocorrendo aumento com a aplicação de S-SO4-2

. Estes

valores concordam com os citados por Mengel & Kirkby (1987) que é de 0,17%. A

quantidade de S acumulado no grão oscilou de 3,2 a 4,0 kg ha-1

, baixo comparativamente

as culturas do milho e da soja (McGrath & Zhao, 1996).

TABELA 21: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de trigo decorrentes da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Dose Rendimento

De grãos

Enxofre

no tecido

Enxofre no grão

Nabo Milho Trigo teor acumulado

............................. kg ha-1

.................................. ................ % ................ kg ha-1

0 0 0 2.359 ns

0,12ns

0,13ns

3,2ns

0 0 2.235 0,12 0,15 3,3

15 0 0 2.538 0,13 0,16 3,9

5 0 2.571 0,14 0,16 4,0

30 0 0 2.586 0,11 0,15 4,0

10 0 2.259 0,13 0,17 3,7

60 0 0 2.558 0,13 0,16 4,0

20 0 2.427 0,13 0,14 3,3 ns

Não significativo

CV (%): rendimento de grãos = 19,4 e 17,4; S no tecido =14,3 e 12,8; teor de S =16,0 e 10,4 e

acúmulo de S = 29,3 e 21,5 com e sem reaplicação, respectivamente.

O teor médio de S-SO4-2

extraídos pelo Ca(H2PO4)2 nas amostra de solos coletados

após o cultivo do trigo diferiu tanto em relação a doses como a reaplicação (Figura 8), sem

apresentar diferença em profundidade e interação entre estes fatores. O incremento no teor

de S-SO4-2

em decorrência da aplicação de fertilizantes sulfatados no solo foi linear (S-

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61

SO4-2

= 22,050 + 0,198 dose; R2 = 0,99), mas com baixa retenção pelo solo, pois somente

se recuperou na camada de 0-60 cm 198 g a cada kg adicionado. Na testemunha e com a

primeira dose, os teores de S-SO4-2

permaneceram menor que 5 mg dm-3

(baixo), enquanto

que a adição de doses mais elevadas proporcionou mudança nas classes (5-10 mg dm-3

de

S-SO4-2

).

A reaplicação de um terço da dose inicial do fertilizante na cultura do trigo resultou

em mais S-SO4-2

disponível quando considerado a análise estatística, porém os valores são

muito similares (5,1 e 4,4 mg dm-3

).

Dose de S-SO4, kg ha

-1

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Teo

r d

e S

-SO

4

-2 n

o s

olo

, m

g d

m-3

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

Teor de S-SO4

-2 = 3,675 + 0,033 dose

r2 = 0,99

Sem reaplicação = 4,4 b

Com reaplicação = 5,1 a

FIGURA 8: Teor de sulfato no solo após a cultura do trigo decorrente da aplicação

de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Para a cultura da soja, a aplicação de S-SO4-2

não incrementou o rendimento, o teor

e o acúmulo de S em grãos. O rendimento médio de grãos da cultura da soja foi de 3.331

kg ha-1

. Stanford & Jordan (1966) já alertavam sobre a pouca resposta desta cultura a

fertilização sulfatada. Outros experimentos realizados a campo no sul do Brasil

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62

(Anghinoni, 1975; Anghinoni et al., 1976; Bem et al., 1977) e no cerrado (Buzetti &

Nakagawa, 1983; Miyasaka, et al., 1966) não obtiveram resposta à aplicação de S. Porém,

no cerrado brasileiro (Miyasaka et al., 1964; Hicore & Gallo, 1972; Macarenhas et al.,

1976; Vilela et al., 1995) e em algumas regiões da Argentina (Martinez & Cordone, 1998;

Garcia et al., 2001) foi observada resposta desta cultura a fertilizantes sulfatados.

A não resposta da soja no campo pode ter-se dado pela boa exploração da raiz o

que permitiu a exploração de maior volume de solo devido a presença de pH adequado do

solo e S-SO4-2

suficiente na solução do solo, já que não houve estiagens durante o ciclo da

cultura.

A incorporação de novas áreas à agricultura provenientes de áreas sob campo

nativo, com baixos teores de argila, ao sistema plantio direto, para o qual se recomenda

calagem superficial acompanhado de altas fertilizações fosfatadas com fórmulas

concentradas, pode levar a desorção da maior parte do S-SO4-2

localizado na camada

superficial do solo (0-10 cm) e conseqüente lixiviação para camadas mais profundas. Estes

solos sob plantio direto, caso mal manejados, em poucos anos pode diminuir em grande

parte o teor de matéria orgânica nativa pelo processo de mineralização, por outro lado,

pode vir a apresentar camadas compactadas em subsuperficie, não permitindo o

crescimento de raízes em profundidades superiores aos 10 cm, como ocorre na maior parte

das áreas sob plantio direto no estado. Estes solos, mesmo com quantidades adequadas dos

outros nutrientes, podem vir a ser deficientes em S, devido a altas taxas de exportação de S

pelo grão na soja, comparada com outras culturas, principalmente em áreas cultivadas

visando altos tetos de produtividades.

O teor de S no tecido da soja na época do florescimento foi de 0,16%, independente

de dose de S-SO4-2

aplicado. Esse teor é inferior aos obtidos por Nogueira & Melo (2003),

Anghinoni et al. (1976) e Quaggio et al. (1993). Ambrosano et al. (1996) consideram 0,2%

como teor adequado para a cultura da soja. No entanto, Goepfert & Kussow (1971)

estudando oito solos do RS, obtiveram valores de S no tecido 0,10% a 0,23%. Em ambos

extremos foi obtida resposta da soja ao enxofre, demonstrando que esse parâmetro não é

um bom indicador da probabilidade de resposta.

O teor de S no grão da soja apresentou valores de 0,38%, 0,39%, 0,43% e 0,47%

quando aplicado 0, 15, 30 e 60 kg ha-1

de S-SO4-2

, respectivamente, proporcionando uma

exportação de 13,4 kg ha-1

de S (Tabela 22), sendo similar ao milho e superior ao trigo.

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63

TABELA 22: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de soja decorrentes da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Dose

Rendimento

de grãos

Enxofre no

tecido

Enxofre no grão

teor acumulado

............................. kg ha-1

.............................. ................... % ................. .... kg ha-1

....

0 3.463 ns

0,15ns

0,38ns

12,8 ns

15 3.057 0,16 0,39 11,8

30 3.439 0,17 0,43 14,6

60 3.366 0,16 0,47 14,4 ns

Não significativo. CV (%): rendimento = 8,8%; matéria seca = 11,7%; teor = 10,9% e acumulado = 12,7%.

Os teores de S-SO4-2

extraídos pelo Ca(H2PO4)2 das amostra de solos coletados após

o cultivo da soja não apresentaram variações em relação a profundidade de coleta e a

aplicação de doses de S-SO4-2

. Os teores médios de S-SO4-2

permaneceram sempre

menores do que 5 mg dm-3

“classe baixa”. Esses teores foram suficientes para suprir

adequadamente as necessidades da soja. Os baixos teores de S-SO4-2

recuperados até 60

cm de profundidade se devem, possivelmente, a lixiviação do S-SO4-2

devido as altas

precipitações que ocorreram durante o desenvolvimento da cultura (Elminsger, 1954;

Kamprath et al., 1956; McKell & Williams, 1960).

O rendimento, o teor e o acúmulo de S no grão da cultura da canola não aumentou

com a aplicação de enxofre (Tabela 23). A produtividade de grãos variou de 1.072 a 1.522

kg ha-1

. A maioria dos experimentos com canola mostram altas respostas dessa cultura a

aplicação de S-SO4-2

. Jackson (2000) encontrou resposta com a aplicação de 20 kg ha-1

de

S-SO4-2

. Malavolta (1984) também encontrou resposta na cultura da colza.

De forma similar ao que ocorreu com a cultura do nabo, foi observado uma amplia

variação no comportamento da cultura entre blocos, onde a produção média das

testemunhas nos três últimos blocos foi de 1448 kg ha-1

. Porém no primeiro bloco

localizado na bordadura do experimento a media da testemunhas foi de 409 kg ha -1

. Os

solos desse bloco se encontravam mais erodidos e compactado apresentando drenagem

insuficiente e permitindo acúmulo de água após precipitações. Como a cultura da canola é

altamente susceptível a solos compactados (Wilkins, 2004), apresentava pouco

desenvolvimento radicular nos blocos laterais. Conseqüentemente, houve maior resposta a

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fertilização sulfatada nestas condições. Assim, quando o solo for bem manejado, sem

impedimentos físicos ou químicos ao crescimento radicular, acúmulo de MO e bom

armazenamento de água, etc, a canola pode absorver o S-SO4-2

que se encontra adsorvido

nas camadas mais profundas do solo. Por outro lado, em solos compactados ou com

presença elevada de Al+3

em sub-superficie, por exemplo, poderá ocorrer deficiência de S e

apresentar grandes possibilidades de resposta a fertilização sulfatada. Isso é potencializado

com a introdução da cultura em solos arenosos ou muito argilosos com concomitante

correção da acidez com calagem superficial e fertilizações pesadas de fósforo, facilitando a

lixiviação de sulfato para camadas com pH inferior (Chao, 1963; Elkins, 1971; Barrow,

1972; Couto el al., 1979; Korentajer, 1983).

TABELA 23: Rendimento, teor e acúmulo de enxofre em grãos de canola decorrentes da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Dose Rendimento Enxofre

no tecido

Enxofre no grão

Soja Canola de grãos teor acumulado

...................................... kg ha-1

.................................... ............%............ .... kg ha-1

....

0 0 1.305

ns 0,44

ns 0,44

ns 5,4

ns

0 1.072 0,42 0,38 4,0

15 0 1.248 0,45 0,42 5,4

5 1.522 0,45 0,45 8,0

30 0 1.200 0,38 0,45 5,0

10 1.249 0,45 0,46 5,5

60 0 1.377 0,46 0,45 6,0

20 1.422 0,49 0,46 6,8 ns

Não significativo.

CV (%): rendimento de grãos = 27,1 e 25,3; S no tecido =28,1 e 22,5; teor de S =10,9 e 7,9 e acúmulo

de S = 42,1 e 32,5 com e sem reaplicação, respectivamente.

O teor de S no tecido na época do florescimento da canola variou de 0,42% a

0,49%. O teor de S no grão da canola oscilou de 0,40% a 0,47%, não ocorrendo aumento

com a aplicação de doses de S-SO4-2

. Isso proporcionou uma exportação de 4,7 a 6,4 kg ha-

1 de S.

Os teores de S-SO4-2

, extraídos pelo Ca(H2PO4)2, das amostra de solos coletadas

após o cultivo da canola se mantiveram abaixo de 5 mg dm-3

até os 60 cm de profundidade.

As baixas quantidades de S-SO4-2

aplicada no solo, aliada a baixa capacidade de

retenção de S-SO4-2

por este, em decorrência do pH elevado e pouca quantidade de argila,

não permitiram a construção da fertilidade em superfície e acúmulo deste nutriente em

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profundidade em relação aos teores de S, até porque grande parte do S-SO4-2

aplicado foi

exportado pelas culturas. Se contabilizado todo o S exportado pelo grão observa-se que

foram exportados 17,8 e 19,2 kg ha-1

de S na primeira e segunda rotação, respectivamente

e a parcela com maior dose recebeu no total a aplicação de 80 kg ha-1

de S, quando

cultivadas três culturas.

4.2.2. Considerações Finais.

Os dados referentes ao rendimento de matéria seca da parte aérea das culturas e de

grãos, o teor e acúmulo de S no tecido e grãos das culturas e disponibilidade de S-SO4-2

no

solo decorrente da aplicação de enxofre num Argissolo sob sistema plantio direto,

permitem tecer as seguintes considerações.

a) A aplicação de S-SO4-2

no solo proporcionou aumento da produtividade de matéria

seca do nabo forrageiro e do rendimento de grãos de milho. As culturas do trigo, da

canola e da soja não responderam a aplicação de S-SO4-2

.

b) A aplicação de pequenas doses de S-SO4-2

, mas o suficiente para atender a demanda

das plantas, não permitiu a acumulação de S-SO4-2

na camada de 0–60 cm,

permanecendo sempre abaixo do teor crítico.

c) Não houve correlação entre o teor de S-SO4-2

no solo e o rendimento relativo das

culturas.

d) O nabo forrageiro tem grande capacidade de absorção S-SO4-2

disponível e acumulação

de enxofre no tecido. A sua introdução num sistema de rotação de culturas poderá

reciclar esse nutriente para a cultura sucessora caso esta se encontre em quantidades

adequadas no solo.

e) Teores médios de enxofre no grão de 0,16%, 0,15%; 0,44% e 0,42% foram suficientes

para as culturas do milho, do trigo, da canola e da soja, respectivamente.

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5. CONCLUSÕES

a) Houve comportamento distinto entre as regiões agroecológicas quanto à

disponibilidade de S-SO4-2

, sendo que o Planalto Superior apresentou o menor e a

Depressão Central o maior percentual de amostras com baixa disponibilidade de S-SO4-

2 ás plantas.

b) A disponibilidade de S-SO4-2

foi inversamente relacionada ao valor de pH e

diretamente aos teores de argila e de matéria orgânica.

c) Solos com teores de argila e matéria orgânica diferentes tiveram o mesmo

comportamento quanto a resposta das culturas a adição de S-SO4-2

.

d) A disponibilidade de S-SO4-2

na camada de 0-10 cm, decorrentes da fertilização

sulfatada, foi maior nos solos com maiores teores de argila.

e) As culturas da canola, do nabo forrageiro e do milho responderam a aplicação de

enxofre e as culturas da soja, do feijoeiro, do gergelim, do trevo e do trigo não tiveram

aumento de produção.

f) Não foi possível estabelecer relação entre a produtividade das culturas que

responderam a aplicação de enxofre e o teor de S-SO4-2

da camada 0-10 cm.

g) A recomendação da CQFS-RS/SC (2004) de coletar as amostras de solos na camada 0-

10 cm no sistema plantio direto dificulta ainda mais a tomada de decisão no que se

referente a fertilização com enxofre, pois desconsidera a dinâmica deste nutriente no

solo.

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6. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

A escassez de trabalhos publicados com solos do Sul do Brasil e o pequeno número

de pesquisadores envolvidos com estudos da dinâmica do enxofre no ambiente restringem

as possibilidades de recomendações agronômicas. Não se tem segurança nem na tomada de

decisão em aplicar ou não fertilizantes sulfatados. Hoje há apenas um experimento à

campo com calibração de respostas das culturas no sistema plantio direto e somente dois

trabalhos publicados com respostas da soja na década de 70. Os serviços de análises de

sulfato no solo oferecidos pelo sistema ROLAS são restritos a poucos laboratórios.

Por outro lado, há diferenças enormes entres os diferentes “sistemas plantio direto”

adotado no Sul do Brasil, o que afeta drasticamente a disponibilidade de sulfato às plantas.

Considerando a dinâmica do enxofre no solo, quer sua reserva orgânica e, principalmente,

a baixa energia de adsorção do sulfato aos colóides inorgânicos, manejar adequadamente o

solo é condição essencial para a boa nutrição sulfatada das plantas. Solos mantidos sob

sistema plantio direto sem rotação de culturas, com baixa produção de biomassa vegetal,

deficientes em nutrientes e/ou com presença de elementos tóxicos acumulam baixos teores

de matéria orgânica e são mais suscetíveis aos processos de compactação. O impedimento

físico ao crescimento radicular limita a exploração de apenas uma pequena camada de solo

e, conseqüentemente, as culturas podem apresentaram respostas à fertilização com enxofre.

Abaixo estão enumeradas algumas sugestões de futuros estudos, visando melhorar

o entendimento da dinâmica do enxofre no solo e sua relação com a produtividade das

culturas:

1 – Avaliar a contribuição efetiva do enxofre atmosférico através das precipitações em

diferentes regiões do estado.

2 – Estudar a relação da disponibilidade e da movimentação do sulfato no perfil do solo

cultivados com diferentes sistemas de manejo de solo.

3 - Relacionar a contribuição do sulfato de camadas subsuperficiais na nutrição das plantas

em solos com diferentes graus de impedimento físico ao crescimento radicular.

4 - Estudar a capacidade de algumas culturas de reciclar o sulfato do subsolo e sua

disponibilidade através da mineralização da matéria orgânica.

5 - Definir outros critérios, além da disponibilidade de sulfato, a ser considerado na tomada

de decisão e definição das doses de fertilizantes sulfatadas.

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6 – Ajustar a profundidade de amostragem de solo no sistema plantio direto.

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8. ANEXOS

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Anexo 1: Teor de Matéria Orgânica na camada 0-10 cm após as culturas da canola, feijão e

trigo em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Cultura Solo

LVdf LVAd PVd RQo

................................... Matéria orgânica, % ...............................................

Inicial 3,16 2,72 2,93 0,67

Canola 2,83 2,90 2,58 0,55

Feijão 2,90 2,64 2,54 0,58

Trigo 2,93 2,56 2,23 0,49 LVdf: Latossolo Vermelho distrofêrrico; LVAd: Latossolo Vermelho-Amarelo distrôfico; PVd:

Argissolo Vermelho distrôfico; RQo: Neossolo Quatzarênico órtico.

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Anexo 2: Valor médio de pH em água na camada 0-10 cm após as culturas da canola,

feijão e trigo em quatro solos, cultivado em casa de vegetação.

Solo Cultura

Canola feijão Trigo Média

............................................... Valor de pH ...............................................

LVdf 6,7 6,4 6,1 6,4

LVAd 5,9 5,9 5,9 5,9

PVd 4,9 5,0 5,0 5,0

RQo 6,6 6,5 6,4 6,5 LVdf: Latossolo Vermelho distrofêrrico; LVAd: Latossolo Vermelho-Amarelo distrôfico; PVd:

Argissolo Vermelho distrôfico; RQo: Neossolo Quatzarênico órtico.

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Anexo 3: Teor e acúmulo de enxofre em grãos de milho decorrente da aplicação de

fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Dose Enxofre no grão

Nabo Milho teor acumulado

............................ kg ha-1

............................... ............%............ .........kg ha-1

.......

0 0 0,15

ns 12,0

ns

0 0,14 12,4

15 0 0,17 15,7

5 0,17 15,4

30 0 0,16 13,6

10 0,17 17,9

60 0 0,13 13,1

20 0,12 14,3

ns Não significativo.

CV(%): teor =19,1 e 15,4 e acumulado = 21,0 e 14,6, com e sem reaplicação, respectivamente.

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83

Anexo 4: Teor de S-SO4-2

em profundidade após a cultura da soja decorrente da aplicação

de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Profundidade Dose de S-SO4

-2, kg ha

-1

0 15 30 60 Média

........... cm ........... ….....................….................... mg dm-3

............…................................

0-10 3,1 5,2 4,1 2,6 3,7 ns

10-20 2,0 3,9 3,3 3,1 3,1

20-30 2,5 4,9 4,7 2,6 3,7

30-40 3,4 3,9 2,8 3,5 3,4

40-50 3,6 3,3 2,9 4,0 3,4

50-60 4,5 3,6 2,7 4,4 3,8

Média 3,2 4,1 3,4 3,4 ns

Não significativo. CV(%): profundidade = 53,6 e dose = 72,7.

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Anexo 5: Teor de S-SO4-2

em profundidade após a cultura da canola decorrente da

aplicação de fertilizante sulfatado num Argissolo sob sistema plantio direto.

Profundidade

Dose de S-SO4-2

, kg ha-1

0 0+0 15 15+5 30 30+10 60 60+20 Média

........ cm ......... ….....................….................... mg dm-3

............…................................

0-10 4,4 4,9 5,0 4,8 4,8 5,6 4,7 6,8 5,1 ns

10-20 3,4 3,7 2,8 3,2 4,3 5,5 3,6 6,3 4,1

20-30 4,1 4,0 4,0 4,0 4,4 5,1 2,9 6,7 4,4

30-40 3,4 3,5 4,2 5,9 4,4 4,5 3,5 5,2 4,3

40-50 3,6 4,7 5,1 6,0 4,4 4,2 5,3 5,1 4,8

50-60 2,4 4,0 4,3 4,4 4,7 5,3 3,7 5,4 4,3

Média 3,6 4,1 4,2 4,7 4,5 5,0 4,0 5,9 ns

Não significativo. CV(%): profundidade = 51,3; dose = 43,3 e reaplicação = 46,0.