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um filme de Bent Hamer
A NOVA VIDA DO SENHOR O’HORTEN
com Bård Owe
DOSSIER DE IMPRENSA
Alambique
Rua S. Sebastião da Pedreira, 106, 3ºE
1050-209 Lisboa
Tlf: 918190439
Alambique
SINOPSE CURTA
Depois de 40 anos ao serviço dos Caminhos de Ferro, o pacato e solitário maquinista Odd
Horten chegou finalmente à reforma.
Aos 67 anos, agora sem o trabalho a absorvê-lo, O’Horten vai confrontar-se com toda uma
nova vida... uma vida a tempo inteiro. Chegou a altura de concretizar sonhos esquecidos e dar
um novo rumo à vida.
O consagrado realizador Bent Hamer assina este divertido e comovente filme.
SINOPSE
Odd Horten conduziu o mesmo comboio, na mesma linha durante tanto tempo que a sua vida
se transformou numa rotina de rituais confortáveis. Mas chegou a altura do engenheiro de 67
anos se reformar, após 40 anos de trabalho zeloso.
O pacato e solitário Senhor O’Horten está prestes a confrontar-se com dúvidas complexas e
toda uma nova vida que tem pela frente.
Sem o trabalho a absorvê-lo, conseguirá O’Horten habituar-se a uma vida a tempo inteiro? Terá
coragem para concretizar sonhos esquecidos? Adivinha-se uma aventura estranha mas divertida
e uma série de encontros com personagens memoráveis.
Alambique
O’HORTEN por Philip French (The Guardian)
Dizem-nos os filmes que sob a superfície de um escandinavo do século XXI podemos encontrar
um camponês do século XIX, e o mesmo se passa com o mais recente filme de Bent Hamer,
depois de “Kitchen Stories” – a excêntrica comédia sobre o conformismo na Suécia e na sua
nativa Noruega – e de “Factotum” – um hino ao expoente máximo do anti-conformismo
americano que foi Charles Bukowski. “A Nova Vida do Senhor O’Horten” é uma “cómedia sobre
a reforma”, daquelas em que funcionários de instituições públicas e privadas escutam discursos
moralistas, recebem relógios banhados a ouro e prosseguem em direcção ao crepúsculo das
suas vidas. O melhor e mais recente exemplo é “As Confissões de Schmidt”, com Jack
Nicholson. O Senhor O’Horten é um taciturno e conformista fumador de cachimbo que ao longo
de 40 anos conduziu comboios através de toda a Noruega. Mas aos 67 anos, O’Horten recebe
dos seus colegas a “Locomotiva de Prata” (prémio de reconhecimento pela carreira) e, à beira
da reforma, confronta-se com um futuro em que não tem mais que manter um comboio em
cima da linha, nem a sua vida.
No seu último dia de trabalho, tudo corre ligeiramente mal. Confundido com um pederasta,
falha a sua última viagem. É preso e revistado ao tentar vender o seu barco, sendo tomado
pelas autoridades como um terroista. Um conformista praticante, O’Horten atrai excêntricos,
entre os quais um antigo diplomata louco que acredita piamemente conseguir conduzir de olhos
vendados por Oslo. Felizmente para o Senhor O’Horten e para o público, há uma viúva atraente
à espera dele na estação de Bergen. As imagens captadas de helicóptero do comboio de
O’Horten a atravessar o interior da Noruega coberta de neve são deslumbrantes.
Alambique
NOTAS DA CRÍTICA INTERNACIONAL
“Bent Hamer afirma-se como fiel seguidor de realizadores como Jim Jarmusch e Aki
Kaurismaki.”
J. R. Jones, Chicago Reader
“Dependendo da sua paciência, poderá dormir durante o filme ou sentir-se completamente
envolvido; mas de uma forma ou de outra, será como sonhar.”
Dan Zak, Washington Post
“Uma pequena obra-prima de humor.”
Lou Lumenick, New York Post
“Um filme tranquilo, estranhamente sereno com uma alma curiosa.”
Joe Neumaier, New York Daily News
“(…) uma viagem ao país do absurdo e da imaginação desenfreada.”
Dominique Borde, Le Figaroscope
“Divertido, melancólico e magnificamente trabalhado.”
Dave Calhoun, Time Out
“Capaz de aquecer o coração mais gelado.”
David Parkinson, Empire
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ENTREVISTA COM O REALIZADOR BENT HAMER
por Blått Lerret
Quando vejo os seus filmes, fico sempre curioso para saber o que veio primeiro.
Queria mesmo fazer um filme sobre um maquinista de comboios ou tinha imagens
fantásticas na cabeça e o maquinista apareceu depois?
Nenhuma das duas, na realidade. Em certa medida, é também um filme sobre as mães, que a
dada altura das suas vidas deram à luz estes homens agora na terceira idade. Por isso, há
também essa dimensão poética. O livro de Stig Dagerman é sobre as preocupações do
casamento; isto é sobre as preocupações da reforma, sobre passar de uma vida activa como
trabalhador para qualquer coisa desconhecida. Algo que podemos sentir como devastador. Há
várias camadas. Não sei onde começa. É fácil cair
na tentação de tentar analisar até à morte.
O enredo será um tanto abstracto, mas e a
história? Como é que chega ao núcleo da
história? Como se inicia esse processo?
Não sei. Esqueço-me; o que é bom. Estou a
abordar temas com os quais já lidei antes. Roubo,
intencionalmente - quando me lembro que já o fiz
antes. Quando olho para apontamentos antigos,
encontro coisas destas. Fragmentos dos mesmos
assuntos.
Portanto, tem material base aqui e ali que
vai recuperando constantemente?
Asseguro-me que não arranco com uma estrutura dramática. Isso é devastador para o
processo. Interesso-me mais por situações do que por personagens. Tento agarrar-me a...
tenho algumas situações; algumas desenvolvo, outras esqueço. Chego a um ponto em que
tenho muitas histórias, mas acontece haver uma situação central, onde há também uma
personagem significativa e apercebo-me que há ali material para desenvolver.
A personagem principal do filme, Horten... pode-se dizer algo resumidamente sobre
ele?
Resumidamente?
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Idealmente, um pouco mais. Para mim, o filme não é sobre de onde Horten vem. Há
tantas situações e imagens que guardo comigo que não estão forçosamente
relacionadas com a personagem.
Mostrei-lhe o início do filme agora. Estive acordado durante a noite de ontem a pensar se seria
boa ideia. Em vez de retratar Horten através de diálogo, tentei retratá-lo através do trabalho
que teve durante toda a sua vida. E estar a trabalhar com comboios pela primeira vez como
realizador é fantástico. Na verdade, usámos 3 câmaras. Sobre a música... trabalhar com o
músico Kaada, com batidas. Todos os elementos. Não fiz o filme sozinho. E ao mesmo tempo,
tentar levar o público à sua vida. Uma vida nova. Qual era mesmo a sua pergunta?
É-lhe difícil falar sobre as personagens e a forma como as desenvolve? Falámos
sobre a estrutura clássica dos 3 actos. Como a aplica?
Como argumentista, é devastador começar com uma estrutura. É fácil aprender as estruturas
dramáticas. Tem-se um início e um fim, e idealmente algo pelo meio - algum tipo de estrutura
dramática. Mas na minha opinião, dá-se demasiada importância a isso. Há sempre tempo para
acertar detalhes. Não sei como me enquadro nesse modelo quando o filme está terminado. Os
filmes têm uma estrutura própria. Necessitamos de trazer o público ao filme para que se torne
uma obra sólida. Tenho um maneira muito prórpria de desenvolver a estrutura. O filme começa
de forma realista. E depois evolui para uma realidade como que mágica. É importante dar a
conhecer a personagem e o diálogo não é a única forma de o fazer. Há várias formas de o
fazer, e eu prefiro fazê-lo recorrendo a situações. Estando só com as personagens, por
exemplo. Não há um certo ou errado. Há muitas maneiras de o fazer.
O que o inspira? Outros filmes? Maquinistas de comboio?
Sim, também. Mas leio bastante. Olho muito à minha volta, observo, escuto. Tudo mesmo. E
nada em concreto. Vejo muitos filmes. Estudei Cinema. Está a falar do processo criativo. Não
acho que isso venha de um sítio em concreto. Uma pessoa criativa é uma pessoa complexa,
que recebe e transmite impressões. É uma coisa que não tem nada a ver com teoria do cinema.
Bård Owe é a personagem principal. Muitos conhecem-no da série “O Reino” de Lars
von Trier. Parece-me perfeito para o papel, mas ele fala muito pouco. Não tem
muitas falas no guião. Quando é que se lembrou dele? É um actor com quem queria
trabalhar há muito?
Não, nem por isso. Não há assim tantos actores com aquela idade que se possam escolher.
Bård Owe é uma pessoa bastante excêntrica. Não me envolvo muito com as personagens.
Queria que o público fosse gostando dele. Podiamos ter feito de maneira diferente, recorrendo
a um maquinista de comboios adorável desde o início. Mas eu queria que ele fosse excêntrico, e
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que partisse daí, e acho que o conseguimos – começar num nível e terminar noutro, quando o
filme acaba. Ele foi-me recomendado. Também me lembrava dele de “O Reino”; era só.
Li que ele estudou teologia e reflexologia durante muito tempo, antes de se dedicar
seriamente ao trabalho de actor.
Sim, ele interessa-se por várias coisas. E usa uns aparelhos eléctricos que nos dão choques
quando lhe tocamos [risos]
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PRÉMIOS
Fantasporto, Portugal – Melhor Realizador
Flanders International Film Festival, Bélgica – Melhor Realizador
Amanda Awards, Noruega – Melhor Actor Secundário, Melhor Som
FESTIVAIS – SELECÇÃO OFICIAL
Cannes Film Festival
Karlovy Vary Film Festival
Toronto Film Festival
Rio de Janeiro International Film Festival
Athens Film Festival
Gent International Film Festival
São Paulo International Film Festival
Portland International Film Festival
Hong Kong International Film Festival
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BENT HAMER
A NOVA VIDA DO SENHOR O'HORTEN (O’HORTEN) é a 5ª longa-metragem do argumentista e
realizador Bent Hamer.
FACTOTUM (2005), KITCHEN STORIES (2003) e EGGS (1995) tiveram a sua estreia
internacional na Quinzena dos Realizadores, em Cannes. KITCHEN STORIES e EGGS foram
ambos galardoados com o Prémio FIPRESCI (Federação Internacional da Crítica
Cinematográfica) e KITCHEN STORIES recebeu o prémio Europa Cinemas. KITCHEN STORIES
foi nomeado para o Prémio do Público nos European Film Awards e foi o candidato norueguês
aos Óscares da Academia.
Os filmes de Bent Hamer têm sido distribuídos em mais de 50 países, têm participado em cerca
de 80 festivais pelo mundo inteiro e foram reconhecidos com aproximadamente 30 prémios.
Além das suas longas-metragens, Bent Hamer tem ainda escrito e realizado várias curtas-
metragens e documentários.
Bent nasceu em Sandefjord, na Noruega, em 1956. Estudou Teoria do Cinema e Literatura na
Universidade de Estocolmo e na Stockholm Film School. Fundou a produtora sedeada em Oslo
BulBul Film em 1994 e produz os seus próprios filmes.
LONGAS-METRAGENS
2007 A NOVA VIDA DO SENHOR O’HORTEN (O’HORTEN)
2005 FACTOTUM
2003 KITCHEN STORIES
1998 WATER EASY REACH
1995 EGGS
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BÅRD OWE
Bård Owe tem um enorme currículo no cinema, televisão, teatro e rádio por toda a
Escandinávia. Um dos papéis mais memoráveis de Bård é o do médico legista Dr. Bondo na
série de televisão O REINO (RIGET) de Lars von Trier. Bård fez a sua estreia no cinema em
1961 com o filme DEN HVIDE HINGST (THE BOY WHO LOVED HORSES), de Harry Watt.
Participou ainda em filmes como EUROPA, de Lars von Trier, e no clássico GERTRUDE, de Carl
Theodor Dreyer. Bård nasceu na Noruega em 1936, mas mudou-se para a Dinamarca em 1955
para estudar representação. Copenhaga é ainda hoje a sua cidade natal.
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FICHA TÉCNICA
Realização, Produção e Argumento Bent Hamer
Co-produtores Christoph Friedel
Karl Baumgartne
Alexandre Mallet-Guy
Produtores Executivos Jim Frazee
Mads Peter Ole Olsen
Director de Fotografia John Christian Rosenlund
Música Kaada
Montagem Pål Gengenbach
Guarda-roupa Anne Pedersen
Adereços Anders Lunde
Maquilhagem Eva Rygh
Direcção de Arte Kalli Juliusson
Som Morten Solum
Chefe Electricista Hans Petter Sydsæter
Som e Misturas Petter Fladeby
Direcção de Produção Catho Bach Christensen
Noruega ● 2007
90 min. ● Cor ● 1.85:1