O tempo da guerra fria

Um novo quadro geopolítico

Fig.1

Conceito de Guerra Fria

• A expressão Guerra Fria era utilizada para descrever o estado de forte tensão político-militar entre o bloco Ocidental liderado pelos Estados Unidos e o bloco de Leste liderado pela antiga União Soviética (URSS) que se viveu durante quase toda a segunda metade do século XX. Embora nunca se tenha chegado ao confronto armado entre os dois blocos, as agressões mútuas, de que se destacam a corrida aos armamentos, a intervenção em diversos conflitos regionais, a crise dos mísseis em Cuba e a questão de Berlim, faziam parecer que um novo conflito estava iminente.

• http://www.notapositiva.com/dicionario_historia/indice_dichist.htm Fig.2

• Para além de consideráveis ganhos territoriais, a guerra dera à União soviética um enorme protagonismo internacional. O isolamento a que os ocidentais tinham votado o grande país comunista quebrara-se e Estaline participava agora, como parceiro na definição das novas jornadas políticas. Na sua marcha até Berlim, coubera ao Exército Vermelho a libertação de vários países da Europa Oriental.

• Polónia• Checoslováquia• Hungria• Roménia• Bulgária• Jugoslávia (embora a partir de 1948 tenha tomado uma política de não-alinhamento)

• Albânia (assumiu uma posição de não-alinhada só a partir de 1961.

A extensão do comunismo na Europa

Mapa 1

• Em pouco tempo de vida, a vida política, social e económica dos países do leste foi reorganizada em moldes semelhantes aos da União Soviética. Para uma melhor coordenação entre os diversos partidos comunistas, criou-se a Kominform(Secretariado de Informação Comunista), que se tornou num importante organismo de controlo por parte da URSS. (v.p.36 do manual)

• Este processo foi contestado pelo Ocidente, tendo Churchill designada como a “Cortina de Ferro”. (v. doc.37,p.33 do manual)

• Desta forma, a Doutrina Truman é lançada em 1947 como o primeiro pilar da Guerra Fria que se estenderia ainda por mais dois anos. Nesse ano (1947) a Grécia e a Turquia passavam por uma guerra civil entre comunistas e monarquistas, o que constituiu a desculpa perfeita que o Presidente americano precisava para assumir de vez uma posição contra a URSS. A expansão do comunismo na Europa impele os Estados Unidos a inverterem a sua política de isolamento. O presidente Truman alarga a cisão europeia ao mundo, que considera dividido em dois sistemas antagónicos: um baseia-se na liberdade e o outro na opressão. Aos americanos compete, perante o enfraquecimento da Europa, liderar o mundo livre e auxiliá-lo na contenção do comunismo. (V. doc.38, p.33)

• A doutrina Truman teve resposta directa por parte dos soviéticos. Dirigindo-se à Conferência dos Partidos Comunistas, Andrei Jdanov, inverteu os argumentos do presidente americano: “ao mundo imperialista e antidemocrático, liderado pelos EUA, opunham-se os ideais democráticos e anti-imperialistas dos estados socialistas.(1) (v. doc. 44, p. 37)

A questão alemã• O clima de desentendimento e confronto reflectiu-se de imediato na gestão do território alemão que, na sequência da Conferência de Potsdam, se encontrava dividida e ocupada pelas quatro potências vencedoras.

• A expansão do comunismo, fez com que os EUA e Inglaterra olhassem a Alemanha, não como um inimigo vencido, mas como um aliado imprescindível à contenção do avanço soviético, nascendo assim a RFA. Como resposta a URSS cria RDA.

• Este situação trouxe para discussão a situação de Berlim, visto esta situar-se no espaço da área soviética, continuando estacionadas as forças militares das 3 potências ocidentais, o que leva a que Estaline ordene o bloqueio aos 3 aliados a todos os acessos terrestres à cidade (Junho de 1948 a Maio de 1949), medindo-se as forças das duas superpotências.

• Assim, os antigos aliados tinham-se tornado rivais, o que dividia o mundo em dois blocos antagónicos: de um lado, os países capitalistas, liderados pelos EUA; do outro, as nações socialistas, sob a égide da URSS.

A ajuda americana e a contraposição soviética

• Apesar das medidas tomadas para a reorganização do pós - guerra, a Europa viu-se incapaz de se reerguer sozinha a sua economia. As perdas humanas e materiais tinham sido pesadas e as ajudas de emergência, prestada pelos EUA só tinham acudido às necessidades mais prementes. O rigoroso inverno de 1946-47 agravara ainda mais as situações de miséria do velho Continente (340 milhões de europeus sofriam de subnutrição). (V.p.36)

• É neste contexto que o Secretário de Estado Americano, Georges Marshall anuncia um gigantesco plano de ajuda económica à Europa, de modo a resolverem os seus problemas. (V. doc.41,p. 35)

Quadro de perdas humanas

5.000.000

535.000

450.000

5.800.000

380.000

1.600.000

415.000

17.000.000

300.000

1.500.000

2.200.000

Alemanha

França

Itália

Polónia

Grã-Bretanha

Jugoslávia

Checoslováquia

URSS

USA

Japão

China

Perdas humanasPaís

• Este plano de auxílio conhecido como o Plano Marshall(2), foi acolhido com entusiasmo pela generalidade dos países ocidentais que beneficiaram de uma ajuda de cerca de 14 000 milhões de dólares, 900 dos quais a fundo perdido. Para uma eficiente distribuição dos fundos do Plano criou-se em Paris, a OECE (Organização europeia de Cooperação Económica)(3), que integrou os EUA e os 16 países que aceitaram essa ajuda. Este plano também foi oferecido a países que se encontravam sob a influência soviética.

• Em Janeiro de 1949, Moscovo “responde” ao Plano Marshall como Plano Molotov, que estabelece as estruturas de cooperação económica da Europa Oriental. Foi no âmbito deste plano que se criou a COMECON (Conselho de Ajuda Mútua), instituição destinada a promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas, sob a égide da União Soviética.

• A OCDE e o COMECON funcionaram como áreas económicas transnacionais, coesas e distintas uma da outra. Deste modo a divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se, tal como se consolidou também, a liderança das duas superpotências.

A consolidação de um mundo bipolar

• O afrontamento entre as duas superpotências e os seus aliados prolongou-se até meados dos anos 80, altura em que o bloco soviético mostrou os primeiros sinais de fraqueza.

• Durante este longo período, os EUA e a URSS intimidaram-se mutuamente, gerando um clima de hostilidade e insegurança que deixou o mundo num permanente sobressalto. È este clima de tensão internacional que designamos por guerra fria.

Mapa 2

• A Guerra Fria foi uma autêntica guerra de nervos em que cada bloco se procurou superiorizar ao outro, quer em armamento, quer na ampliação das suas áreas de influência. Enquanto isso, uma gigantesca máquina de propaganda inculcava nas populações a ideia da superioridade do seu sistema e a rejeição e o temor do lado contrário, ao qual se atribuíam as intenções mais sinistras e os planos mais diabólicos (4).

• Os dois sistemas, capitalista e comunista, evoluíram separadamente, mas, acabaram por se influenciarem um ao outro. (v. doc. 46, p. 37).

A ameaça comunista, tal como vista nos E.U.A.Sátira soviética à sociedade afluente por não considerar o problema da pobreza:“Vá embora! Você está estragando tudo!”, diz o capitalista ao comunista.

Fig. 3

Ficha Técnica

• Imagens:

• http://www.mundoeducacao.com.br/guerra-fria/-• http://guerras.brasilescola.com/seculo-xx/guerra-fria.htm• desempregadohttp://www.historia.uff.br/nec/Seculo%20XX/P%E1gina%20Completa%20Propaganda%20e%20GFria.pdf

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Deutschland_Besatzungszonen_-_1945_1946.svg

• http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra7/blocosocialista-lesteeuropeu.htm

• http://www.suapesquisa.com/guerrafria/socialistas. • Filme:

• http://redin.lec.ufrgs.br/index.php/Parte_I:_O_Contexto_Hist%C3%B3rico_da_Corrida_Espacial

• Fontes:http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_fria3.htm

• http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guerra_fria.htm

• http://www.historiaimagem.com.br/edicao5setembro2007/05-guerrafria-c.andre.pdf

• Couto, Célia/Rosas, Maria Antónia, O Tempo da História, 2ª parte, 12º ano, Porto Editora,2005.

• Organização e texto: Isabel Marques