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UM OLHAR SENSÍVEL AO IDOSO A PARTIR DE DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS
Professora PDE: Cristiane de Souza Teixeira Taras1
Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Almeida2
Resumo Este artigo é o relato da implementação de um projeto que teve início com a sua elaboração, no ano de 2016, juntamente com as atividades iniciais do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). O Projeto de Intervenção Pedagógica, intitulado “Um olhar sensível ao idoso a partir de diferentes gêneros textuais”, foi aplicado aos alunos das duas turmas de 9º ano (A e B) do Ensino Fundamental, do período matutino, do Colégio Estadual Idália Rocha, no município de Ivaiporã – Pr. A opção por este tema deu-se por perceber nos jovens, tanto na escola como no dia a dia fora dela, a falta de atenção com as pessoas idosas. Diante de tal realidade, entendi que seria de grande relevância unir o trabalho com gêneros textuais, conteúdo programático dos alunos com a temática da terceira idade e assim iniciou-se todo um processo de elaboração e preparação das atividades a serem desenvolvidas com os estudantes. O objetivo principal do projeto foi o de promover, por meio da utilização de diversos gêneros textuais com a temática da terceira idade o cuidado, respeito e a valorização da pessoa idosa. Foi implementado durante o primeiro semestre do ano de 2017 e resultou num significativo interesse dos alunos pelo tema, levando-os a participarem ativamente das atividades propostas, bem como resultou em uma profunda reflexão e mudança de sua sobre os idosos e o seu papel na sociedade. Palavras-chave: Terceira Idade. Gêneros Textuais. Respeito. Valorização. Sociedade.
1. Introdução
O presente artigo versa sobre a implementação de um Projeto de
Intervenção Pedagógica construído no decorrer das atividades relativas ao
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) no primeiro ano do programa
(2016) e efetivamente colocado em prática no ano seguinte (2017) junto aos alunos
do 9º ano do Colégio Estadual Idália Rocha, município de Ivaiporã. Tem por objetivo
relatar como se deu esse processo de implementação e quais foram os resultados
obtidos.
Para o trabalho foram elaboradas e desenvolvidas atividades que constam
no Material Didático Pedagógico, denominado “Unidade Temática”. Este material,
juntamente com juntamente com o Projeto de Intervenção Pedagógica, norteou toda 1Professora PDE 2016, integrante da Rede Pública Estadual de Ensino. 2Docente do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da Universidade Estadual de Londrina.
a nossa prática durante a aplicação desse projeto. Tal proposta tem por objetivo
principal “promover, por meio da utilização de diversos gêneros textuais com a
temática da terceira idade, o cuidado, respeito e a valorização da pessoa idosa”.
Justifica-se a elaboração dessa proposta por observar, tanto no ambiente escolar,
quanto fora dele, uma visão trazida de que a pessoa idosa para nada serve e que
por vezes ainda atrapalha, ou seja, uma pessoa que já viveu e que agora não tem
nada mais a contribuir, nem para a família e tampouco para a sociedade.
Exatamente por esse tipo de visão errônea sobre a terceira idade, os jovens tratam
os idosos com desdém, não lhes dando a devida atenção e muito menos cuidando
deles.
Diante do exposto, realizou-se todo um trabalho de pesquisa bibliográfica,
que fundamenta essa proposta, bem como se selecionou e se organizou todo o
material a ser trabalhado junto aos alunos, com o objetivo de buscar respostas ao
seguinte questionamento: como pode a escola, por intermédio de diversos aportes
textuais, despertar no jovem um olhar mais sensível em relação à terceira idade,
visando à valorização e interação com suas memórias e conhecimentos adquiridos
ao longo de sua vida?
Para dar conta do proposto, lançou-se mão de diversos gêneros textuais
voltados para a temática da terceira idade com um trabalho voltado para atividades
de leitura e interpretação, de escrita e oralidade.
Este artigo está composto por uma fundamentação teórica, metodologia e o
relato das atividades desenvolvidas junto aos estudantes. Espera-se que possa
servir como fonte de pesquisa futura para docentes que queiram avançar em
trabalhos na busca de um novo olhar para o idoso.
2. Fundamentação Teórica
A leitura infantil e infanto-juvenil é essencial para o processo de leitura das
crianças, cujo acesso contribui para a construção do pensamento crítico em vários
tipos de leitura, auxilia para a formação de um bom leitor na idade adulta (FLECK,
2014), além de contribuir na competência da leitura e escrita.
Conforme Bernardinelli (2011), através da leitura, o aluno estará sendo
estimulado a desenvolver sua imaginação, criatividade, mas é importante que o leitor
sinta a leitura como um hábito saudável e a realize com prazer.
Desta forma, o principal objetivo da leitura e escrita é permitir ao leitor, o
letramento. Realizar uma leitura eficaz com domínio das palavras e acentuações,
demonstrar a interpretação pela leitura realizada e expressar sua compreensão,
além de uma escrita fluente (SOUZA, 2011).
Cabe ressaltar o quanto é necessário que o aluno queira ir à biblioteca e que
nem sempre o faça somente para buscar o livro determinado pelo professor, mas
que seja livre para escolher o livro que lhe agrada. Muitas vezes, o aluno é obrigado
a ler determinado livro indicado pelo professor e esse método pode levar a criança a
um desestímulo para a leitura. Uma única história não pode despertar o interesse de
uma turma. É preciso liberdade para folhear, manusear e escolher o que mais lhe
agradar, haja vista que os tipos de leitura variam bastante entre os materiais
didáticos disponíveis, como por exemplo, charges, cartuns, histórias em quadrinhos,
dentre tantas outras (SILVA, 2007).
Independente do tipo da leitura, o ato de ler é essencial para a formação do
cidadão, um dos locais privilegiados e fundamentais para essa formação de leitores
é o ambiente escolar (PULLIM, 2008). O aluno que apresenta melhor compreensão
na leitura certamente demonstra melhor desempenho escolar e amplia outros
conhecimentos evitando o baixo desempenho e o fracasso escolar.
Os gêneros textuais são excelentes para desenvolver a leitura e
oportunidade de conviver com a língua em seus mais diversos usos no cotidiano.
São vários os gêneros textuais: carta pessoal, carta comercial, romance, bilhete,
lista de compras, cardápio de restaurantes, instruções de uso, receita culinária, bula
de remédios, piada, resenha, edital de concurso, dentre outros (MARCUSCHI,
2002).
De forma bem ampla, entende-se o gênero textual como um correlato verbal ou escrito de uma prática social com uma estruturação específica, que nasce devido a necessidades comunicativas e a objetivos específicos. Esses textos relacionam-se aos contextos em que emergem como bem defende Ramires (2008) ao analisar a funcionalidade dos gêneros, enfocando seus componentes sociais, históricos, culturais e cognitivos que lhes determinam (GOMES; ALMEIDA, 2012, p. 03).
Entre a grande infinidade de gêneros, histórias em quadrinhos, charges,
cartuns também são exemplos viáveis para o trabalho em sala de aula. A poesia
também merece destaque, pois no interior delas contém humor, piada, imaginação,
fala popular conduzindo o leitor a transformar os lugares comuns ali inseridos em
locais diferentes e incomuns (ANDRADE, 2000).
A poesia é uma linguagem repleta de significado e de reflexão, a poesia é
pensante, mas também é ritmo, dança, música, sentimento, emoção, revolução. Tem
função social, caráter humanizador e ético.
Para Bazerman, "Cada texto se encontra encaixado em atividades sociais
estruturadas e dependentes de textos anteriores que influenciam a atividade e a
organização social" (BAZERMAN, 2006, p. 30). O texto cria para o leitor um fato
social que é realizado através de formas textuais padronizadas, que são os gêneros.
Reconhecemos um gênero pela sua circulação no contexto social, através de
características textuais familiares, que facilitam a caracterização.
Ainda para Marcuschi, "O trabalho com gêneros textuais é uma
extraordinária oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos
autênticos, no dia-a-dia" (MARCUSCHI, 2006, p. 35). Tudo que escreve
linguisticamente se encaixa em algum gênero. Portanto, a diversidade de gêneros
ajuda na ampliação do universo cultural e no contato constante com o mundo
letrado. Portanto,
[...] cabe a nós, professores, ativarmos o dinamismo da sala de aula de forma a manter vivos, nas ações significativas de comunicação escolar, os gêneros que solicitamos aos nossos alunos produzirem. Isso pode ser feito, tomando-se como base a experiência prévia dos alunos com os gêneros, em situações sociais que eles consideram significativas, ou explorando o desejo dos alunos de se envolverem em situações discursivas novas e particulares, ou ainda tornando vital para o interesse dos alunos o terreno discursivo que queremos convidá-los a explorar (BAZERMAN, 2006, p. 30).
Importante se faz desenvolver o trabalho com os gêneros textuais de forma
a deixar claro para o aluno a relação dos mesmos com a sua vida cotidiana, para
que esses exerçam sua autonomia de cidadão letrado dentro e fora da escola,
sabendo identificar e compreender os mais diversos tipos de gêneros e suas esferas
de circulação e sabendo ainda redigi-los quando se fizer necessário; afinal leitura e
escrita são indissociáveis nas práticas sociais do dia a dia.
No caso específico deste projeto, a leitura e interpretação de diversos
gêneros textuais foram trabalhados com os alunos, como um meio para a aquisição
de informações e formação de valores éticos morais a respeito da valorização da
pessoa idosa.
O termo idoso ou velho é aplicado às pessoas que possuem 60 anos ou
mais. Mas essa é apenas uma forma de abordagem, o que realmente importa é o
processo de envelhecimento e como este idoso ou velho é tratado quando chega
nesta idade, que para muitos é chamada de “terceira idade” ou ainda “melhor idade”.
Segundo o Estatuto do Idoso, em seu art. 3º:
É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária (Brasil, 2003, p. 1).
Como se pode observar, o artigo 3º é bem amplo e assegura a todo e
qualquer idoso, independente de sua origem ou classe social, uma velhice tranquila
e segura em todos os aspectos. Infelizmente, na prática, isso não se confirma, pois
vivemos num país que não valoriza seus idosos, que na maioria das vezes são
vistos como estorvo; aqueles que já contribuíram e que agora só incomodam e dão
trabalho, o que acaba por determinar que o final de suas vidas seja em algum asilo,
longe da família pela qual ele tanto trabalhou.
Para Whitaker (2007), tais fatos se dão devido aos preconceitos sobre o
envelhecimento, sem falar na falta de preparação da sociedade e, principalmente do
jovem para entender esse processo e respeitá-lo.
O idoso precisa de respeito, de valorização, de sentir-se útil dentro de suas
possibilidades e não ser tratado como uma criança grande e incapaz, pela qual se
tem piedade:
Está na hora de repensar as atitudes que infantilizam o idoso e o assistencialismo, que, principalmente nas camadas exploradas, trata-o como indigente, transformando em esmola, ou favor, as poucas políticas públicas que amenizam essa fase da existência, em relação às quais se configuram direitos humanos estabelecidos como direitos sociais em diplomas legais (WHITAKER, 2007, p. 180).
Abordar a temática do envelhecimento implica analisar aspectos culturais,
políticos e econômicos que permeiam a história dessa sociedade. A qualidade de
vida de uma pessoa, independente de sua faixa etária, está diretamente ligada a
esses valores. O que pesa em relação à terceira idade é que a independência física,
financeira, intelectual, dentre outras, vai diminuindo e surge então a necessidade do
acolhimento:
O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou idoso (resultado final) constituem um conjunto cujos componentes estão intimamente relacionados. [...] o envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte. [...] Às manifestações somáticas da velhice, que é a última fase do ciclo da vida, as quais são caracterizadas por redução da capacidade funcional, calvície e redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se a perda dos papéis
sociais, solidão e perdas psicológicas, motoras e afetivas (PAPALÉO NETTO, 2002, p. 10).
A expectativa de vida tem aumentado, fato este que tem levado as pessoas
a se aposentarem mais tardiamente e a serem “úteis” à sociedade por mais tempo,
porém o fator saúde é determinante nesse aspecto; sem ela, torna-se difícil ser
produtivo e volta-se à questão da ajuda para poder envelhecer com dignidade.
Diante de tais abordagens, sentiu-se, enquanto educadora, a necessidade
de levar esses pontos de vista para serem analisados e discutidos pelos jovens de
hoje, que serão os idosos de amanhã, aproximando-os dessa realidade por meio de
diversos aportes textuais, mas também de forma prática, fora da sala de aula, fora
dos muros escolares, procurando formar novos valores e atitudes em relação a esta
etapa da vida humana.
3. Metodologia de Trabalho
Procurou-se desenvolver com os adolescentes do 9º ano, do período
matutino, do Colégio Estadual Idália Rocha, município de Ivaiporã, um trabalho
voltado para a valorização e o respeito à pessoa idosa, por meio da leitura,
interpretação escrita e oralidade. Foram selecionados materiais didáticos (textos,
revistas, jornais, folderes, encartes, livros, vídeos) dentre outros, para se atingir os
objetivos propostos por meio de atividades individuais e em pequenos e grandes
grupos.
As atividades, desenvolvidas em 52 horas aulas, foram aplicadas por meio
de aulas expositivas, teórico-práticas, pesquisas, visitas a locais pré-estabelecidos e
culminaram com a confecção de uma propaganda social voltada para a valorização
do idoso. Fez-se uso de recursos escritos, audiovisuais, debates, produções orais,
escritas e audiovisuais pelos alunos. Ao término de cada atividade, realizou-se um
feedback com intuito de averiguar a efetividade da metodologia utilizada. Dando
sequência a este artigo, far-se-á o relato das atividades desenvolvidas.
4. Implementação do Projeto
Para sua implementação, o Projeto de Intervenção Pedagógica foi dividido
em três grande unidades que se subdividiram em atividades, conforme os relatos a
seguir.
UNIDADE 1
Esta unidade contou com três atividades:
• Primeira atividade: Apresentação do Projeto
O Projeto de Intervenção Pedagógica já havia sido apresentado à Equipe
Diretiva, Equipe Pedagógica, Professores e Instâncias Colegiadas: faltava
apresentá-lo àqueles que foram a razão de sua existência: os alunos.
Programei-me muito para esse momento, pensei em várias formas de
abordar o tema e por fim decidi projetar o título do projeto e explicá-lo. Discorri sobre
o significado do tema, dos motivos que me levaram e optar por esta temática e dos
objetivos que pretendia alcançar, juntamente com eles, durante a aplicação.
Ao fazer essa exposição, fui indagando-os se em suas vidas convivem com
idosos, como é esta convivência, que visão possuem sobre eles. De início as
respostas foram curtas.
Relatei o significado do termo ‘terceira idade’ e com qual idade ela se
iniciava, perguntei se sabiam da existência do “Estatuto da Terceira Idade”.
Infelizmente os idosos precisam ser protegidos do descaso, do abandono e até de
maus tratos, muitas vezes oriundos daqueles que deviam cuidar deles: crianças,
adolescentes e adultos, familiares ou não.
A seguir, solicitei que preenchessem uma pesquisa em forma de
questionário, que fossem muito sinceros, porque daquele instrumento eu tiraria as
informações necessárias para saber se as atividades preparadas estavam
adequadas ou se seria necessário mudá-las.
De forma geral, analisando as respostas, foi possível constatar que todos
tinham algum tipo de relação com pessoas idosas, alguns mais e outros menos, mas
que de forma geral, não gastavam muito tempo com elas, apenas um cumprimento,
um abraço, talvez alguns minutos de conversa e já partiam para a realização de
afazeres cotidianos. Esta atividade foi pertinente para que eu soubesse o
pensamento inicial da turma em relação aos idosos.
Imagem1: retirada do site http://colegioidaliarocha.com.br
• Segunda atividade: o idoso na sociedade
Antes do início desta atividade, fiz um breve relato sobre as respostas à
pesquisa e retomei o assunto sobre a terceira idade, informando que assistiríamos a
um vídeo e depois faríamos os comentários.
O vídeo cujo título é ‘O idoso na sociedade’ trouxe uma reflexão sobre como
é a vida da maioria dos idosos nos dias atuais, pessoas que contribuíram, muitas
vezes, para o sustento e formação de seus filhos e netos e que hoje se sentem
diminuídos, deixados de lado, já não se sentem úteis e nem importantes.
Formamos um círculo para discutir o vídeo. Foi possível observar que alguns
estudantes se comoveram. Então fui instigando-os a falarem sobre o tema trazido no
vídeo e também sobre a realidade que vivem no momento: são jovens, cheios de
vida e pensam que ‘podem tudo’. Mas isso não durará para sempre, como será no
futuro?
Você já parou para pensar que o idoso de hoje já foi um adolescente assim
como você? Depois de ver o documentário, você consegue se ver como uma pessoa
idosa? Que sentimento isso despertou em você? Para você, qual o papel do idoso
na sociedade atual? Os questionamentos foram feitos um a um e eles foram se
manifestando, alguns relatando que já pensaram sim e que tinham medo de quando
essa idade chegar, pois já viram muitos idosos sofrendo de abandono, outros já
mais relaxados disseram que não pensaram, pois ainda ‘tá muito longe’. Quanto ao
papel do idoso na sociedade, ficaram muito pensativos e responderam que é bem
pequeno, pois geralmente os idosos ficam doentes, cansados e não conseguem
fazer muita coisa e que também precisam dar espaço para os jovens, pois já tiveram
a sua vez, outros, porém, defenderam a ideia de que se o idoso tem saúde, ele pode
fazer tudo, porém no seu ritmo e com suas limitações. Disseram que “essa coisa de
idoso repetir várias vezes a mesma coisa, cansa um pouco”, mas que sabem que
isso se deve ao esquecimento, mas nem todos alegaram ter paciência para ouvir.
Após esse momento de reflexão, expliquei a eles que nosso trabalho teria o
tema da terceira idade e que para sabermos e discutirmos sobre esse temática
faríamos uso de diversos gêneros textuais. O que são os gêneros textuais mesmo?
Em breve, retomaríamos esses conceitos, mas nesse momento eles se dividiriam
em grupos de cinco alunos para assistir outro vídeo chamado “Changing Batteries”,
ou seja, “Recarregando as Baterias”. O vídeo conta a história de uma idosa que
morava sozinha e ganhou um robô para lhe auxiliar nos afazeres domésticos e
fazer-lhe companhia. Uma história muito comovendo de seres tão diferentes que
aprendem a importância de se ter alguém para dividir a vida. Alguns alunos se
emocionaram com o vídeo.
Cada grupo recebeu uma cartolina e deveria deixar uma frase reflexiva para
ser lida e discutida pelos demais grupos. Novamente num grande círculo discutimos
as reflexões propostas.
Essas atividades foram muito emotivas e percebia-se no ar algo mais
fraternal entre os alunos, até a disciplina da sala estava melhor. O trabalho havia
sido muito gratificante.
Encerrando, expliquei a eles que havíamos trabalhado um gênero textual e
que fazia parte do nosso projeto o uso dos gêneros do mundo virtual como aporte e,
para tanto, usaríamos o site do colégio onde seriam postados alguns outros vídeos
para que vissem, para ampliar o conhecimento sobre o tema e que deveriam deixar
comentários, também no site. Explicitei também que este seria um trabalho
interativo, onde todos seriam atuantes nas atividades propostas.
Imagem 2: retirada do site http://colegioidaliarocha.com.br
• Terceira atividade: notícias
Esta atividade foi composta por três notícias sobre idosos, cujos títulos eram:
“Violência contra idosos é tema de debate na câmara”, “Como tratar os idosos” e
“Aos 96 anos, Domício Silveira é um exemplo de vitalidade e amor à vida”. As
notícias foram projetadas e lidas pelos próprios alunos, numa leitura compartilhada.
Após cada leitura, foram feitas reflexões sobre cada uma das notícias. Ao término,
os estudantes redigiram um pequeno texto sobre a ideia principal de cada notícia e
alguns socializaram seus textos, lendo-os em voz alta para os colegas que
concordavam, discordavam e/ou acrescentavam suas opiniões.
Esta atividade promoveu a leitura e interpretação, além da oralidade por
meio das leituras realizadas em voz alta e das trocas de opiniões. Foi muito
interessante para a proposta do projeto.
Desta forma, encerramos as atividades da primeira unidade, em que foram
realizadas diversas leituras e produções, bem como vários tipos de gêneros textuais.
UNIDADE 2
Esta unidade foi introduzida com explanações sobre gênero. O que são
gêneros textuais? Quais são os gêneros que mais utilizamos em nosso dia a dia?
Nosso trabalho, até o momento, fez uso de quais gêneros textuais? A que eles
estavam vinculados? Após as explicações, os alunos falaram sobre os gêneros que
mais usam e quase a totalidade dos alunos relatou jamais terem escrito uma carta
para ser colocado no correio, mas todos possuem e-mail. Por estes relatos foi
possível perceber como os estudantes estão ligados às tecnologias e como certas
formas de se comunicar ficaram no passado. Fiz então a seguinte pergunta: vocês
percebem que o uso do celular para se comunicar e acessar as redes sociais tem
diminuído as relações pessoais? os encontros com os amigos, a leitura literária? A
resposta para todas as opções foi ‘sim’. Então falamos sobre isso e também contei
um pouco de como eram os encontros com os amigos “antigamente”.
Feito isso, assistimos a um vídeo sobre os gêneros textuais e logo após fiz
um feedback sobre o assunto e passamos para a primeira atividade desta unidade.
• Primeira atividade: Vó caiu na piscina
Após estudarmos de maneira mais aprofundada os gêneros textuais e seus
diversos aportes, os estudantes foram divididos em duplas e fomos para o
laboratório de informática, onde cada dupla ocuparia um computador para realizar as
pesquisas dos textos que faríamos uso nas próximas atividades.
A primeira pesquisa foi sobre a vida e obra de Carlos Drummond de
Andrade, que escreveu os textos que foram utilizados nas atividades.
Após essa leitura informativa, os alunos foram orientados a procurar pelo
conto “Vó caiu na piscina” e realizarem a leitura. Ao realizarem a leitura os alunos
expressavam um misto de surpresa e risos, pois muitos acharam a história uma
‘comédia’. As reações foram diversas. Após a leitura, eles realizaram exercícios de
interpretação escrita que foram disponibilizados. Realizar uma atividade em duplas
ou grupos é um exercício de democracia, pois é necessário que se chegue a um
consenso da opinião de todos. Essa ação promoveu o diálogo entre as duplas e isso
também os levou a exercitar a forma de redigir as respostas, de maneira que
agradasse os dois alunos.
Feito isso, as duplas socializaram as suas respostas com os colegas e a
cada resposta era feita uma reflexão sobre elas.
• Segunda atividade: Os velhos
Esta atividade repetiu a forma de pesquisa da anterior, só que desta vez o
texto pesquisado, também de Carlos Drummond de Andrade, foi o um poema “Os
velhos”.
Após a pesquisa e a leitura, seguiram-se os seguintes questionamentos para
uma interpretação oral: vocês perceberam a diferença entre o texto 1 e o texto 2?
Quem tem o hábito de ler poemas? Perceberam que o autor dos textos é o mesmo?
Vamos juntos analisar, oralmente, este poema?
Analisar o poema foi quase que traduzi-lo, pois eles encontraram bastante
dificuldade em compreender o que o autor queria dizer; foi um bom exercício coletivo
e também bem democrático, em que cada um deveria ouvir o entendimento que o
colega teve. Esta forma de interpretação favorece a oralidade, a criatividade e o
senso crítico.
• Terceira atividade: Maneira de Amar
Os alunos voltaram para a sala, pois esta atividade foi realizada de forma
individual. Cada um com seu conto “Maneira de Amar” de Carlos Drummond de
Andrade, para fazer a leitura individualizada. Após a leitura, cada estudante recebeu
uma folha com alguns questionamentos. Dessa vez a interpretação foi individual,
pois as perguntas eram muito pessoais.
Após a leitura, foi solicitado aos alunos que trouxessem, para a próxima
aula, cartazes para fazermos um mural, com frases de efeito, com imagens de
idosos tristes e felizes, fotos dos alunos com familiares idosos para transmitir aos
demais alunos do colégio um pouco da essência do nosso trabalho.
Imagem 3: Foto da autora
Quando os alunos finalizaram as atividades, fizemos uma comparação entre
a mensagem trazida em cada um dos textos usados e comparamos com a realidade.
Esse trabalho, realizado com a leitura e interpretação dos três textos,
objetivou despertar o senso crítico-reflexivo sobre valores de conduta ética e moral
voltados para o exercício da fraternidade, do amor ao próximo e da cidadania,
sobretudo em relação ao idoso.
• Quarta atividade: Consumo e terceira idade
Iniciamos nossas atividades no laboratório de informática. Falamos sobre o
consumo, sobre as diversas propagandas que vemos diariamente na televisão, rádio
e sites querendo nos vender alguma coisa. Há tantos produtos, são tantas opções.
Mas e para as pessoas da terceira idade, também existem propagandas? Eles são
bons consumidores? Que tipos de produtos querem vender para eles?
Após essa reflexão, os alunos, novamente em duplas, foram pesquisar
propagandas específicas para este público. Após a pesquisa, redigiram um texto
falando sobre quais propagandas encontraram, e quais os produtos são veiculados a
essa faixa de idade.
Depois disso, os alunos falaram sobre seus relatos para os demais colegas
e constataram que a maioria das propagandas encontradas era sobre
medicamentos, produtos geriátricos, planos de saúde, planos funerários e alguns
pacotes de viagens. A partir disso encaminhamos uma discussão em que
concluíram que, para a indústria e comércio, pessoas dessa idade só ficam doentes,
se preocupam com a morte ou produtos para melhorar a qualidade de vida.
• Quinta atividade: Propaganda social
O gênero propaganda social tem como propósito comunicativo prestar um
serviço de utilidade pública e pode circular em revistas, jornais, televisão, rádios e
internet. A esfera publicitária como demanda gêneros que intencionam persuadir,
convencer o leitor/público em fazer algo, a sua emergência em conquistar uma
demanda grande de indivíduos que vão comprar ou aderir a uma ideia é de grande
importância, para tanto, o suporte escolhido para realizar a campanha deve estar de
acordo com o público que pretende alcançar.
Os alunos, que já se encontravam no laboratório de informática, foram
orientados a acessar um link onde havia diversas propagandas sociais e deveriam
assistir pelo menos cinco propagandas diferentes.
Feito isso, cada aluno deveria escolher uma propaganda social e analisá-la
de forma escrita.
• Sexta atividade: Navegando pelo site do colégio
Alguns colégios estaduais possuem uma página na internet e as mantêm
sempre repletas de notícias sobre os acontecimentos os projetos e atividades
realizadas na escola. Questionei se todos sabiam da existência desse site e a
maioria sabia. Agora, vamos acessá-lo! Os alunos foram orientados a acessar o site
http://colegioidaliarocha.com.br e navegar por ele.
Após visitarem o site, lerem as notícias e verem fotos, os alunos ficaram
bastante animados. Foram então relembrados de que uma das nossas atividades
consistia em uma visita ao asilo e para tanto, faríamos uma campanha de
conscientização pertinente à importância de se valorizar e respeitar as pessoas
idosas e também para arrecadar mantimentos que seriam levados no dia dessa
visita.
UNIDADE 3
Nossa terceira e última unidade foi composta por três atividades. Com a
realização dessas atividades encerraríamos a aplicação do nosso projeto. Dentre as
atividades propostas estavam a realização da visita ao asilo e a confecção de uma
propaganda social.
• Primeira atividade: Propaganda social
Após estudarem vários gêneros textuais voltados para a temática da terceira
idade, os alunos foram ao laboratório de informática e realizaram a atividade final, a
produção de um texto publicitário em grupo. A tarefa consistiu na elaboração de uma
propaganda social voltada para a terceira idade. Para tanto, utilizaram o laboratório
de informática e muita criatividade.
Essa propaganda foi passada no dia da visita ao asilo e também no
encerramento do projeto (não está no site devido aos direitos autorais).
• Segunda atividade: Visitando locais frequentados por idosos
Nesta atividade, foram realizadas várias visitas a locais frequentados pelos
idosos da cidade. O intuito foi de levar os alunos a conhecerem outro universo que
não o deles, observarem o que os idosos fazem em seus momentos de lazer, como
são recebidos, como são tratados, como é a relação de amizade existente entre
eles.
Para tanto, a turma foi divida em grupos e fez-se um sorteio, com os
seguintes locais: praça, barbearia, oficina de fuxico, baile e academia da terceira
idade.
Os alunos fizeram anotações e tiraram fotos e depois, montaram uma
apresentação em forma de slides e cada grupo socializou a sua visita com os
demais.
Foi um momento muito divertido e descontraído, em que os jovens
observaram a maneira como os idosos se comportam, se vestem e interagem uns
com os outros. Observaram que alguns são mais ativos que outros nos diferentes
locais e fizeram diversas comparações e comentários.
Imagem 4: Foto da autora Imagem 5: Foto da autora
Imagem 6: Foto da autora Imagem 7: Foto da autora
• Terceira atividade: Visitando o asilo
Esta atividade demandou muita organização, afinal deixar as dependências
do colégio com os alunos é algo de muita responsabilidade, sobretudo levá-los a um
asilo.
Antes da ida, conversamos um pouco sobre o que é um asilo, suas funções,
como funciona. Os pouquíssimos alunos que já conheciam um asilo, falaram para
seus colegas qual a sua visão sobre o lugar.
Feito isso, falamos sobre o motivo da nossa visita: interagir com os idosos,
falar com eles, ouvi-los. Esta deveria ser um momento de crescimento para todos os
envolvidos. No asilo, os alunos fizeram algumas anotações de suas conversas com
os idosos e depois socializaram, em sala de aula, o que acharam mais interessante
das conversas. Foram levados os donativos arrecadados. Os alunos
homenagearam os idosos com vídeos (propaganda social), poemas e relatos
pessoais. Esta visita foi relatada no site do colégio e foi muito gratificante.
Imagem 8: Foto da autora
Imagem 9: Foto da autora Imagem 10: Foto da autora
Imagem 11: Foto da autora Imagem 12: Foto da autora
Imagem13: retirada do site http://colegioidaliarocha.com.br
• Terceira atividade: Encerramento
E o dia de encerrarmos as atividades chegou. Confesso que senti um misto
de alívio e de tristeza; alívio por ter encerrado um trabalho tão importante para o
meu crescimento enquanto docente e tristeza por ter sentido tanto apreço dos
alunos sobre as atividades propostas e saber que se encerrariam, oficialmente,
naquele momento.
Fizemos um grande círculo e conversamos sobre todo o projeto,
relembrando todas as atividades realizadas. Nesse momento, os alunos foram
orientados a redigir um texto, um depoimento, falando sobre a implementação do
projeto, pontos positivos, negativos, se gostaram e também para que deixassem
sugestões de outras atividades que poderiam ser realizadas.
Para encerrar nossas atividades, convidei-os para assistir a um último vídeo,
com a seguinte mensagem: um senhor idoso sempre preparava a ceia de natal,
porém seus familiares nunca compareciam, mandavam apenas mensagens com
várias desculpas para não irem. Então, ele teve a ideia de fingir que havia falecido e
só assim conseguiu reunir a família, que foi à pensando estar indo para o seu
velório.
Os alunos se emocionaram muito, e nesse momento agradeci a todos pela
participação e empenho e perguntei se o nosso objetivo de refletir sobre o
comportamento dos jovens em relação aos idosos e sobre o papel desses idosos em
nossa sociedade atual havia sido atingido, eles confirmaram e alguns deram
depoimentos emocionados. Nós nos abraçamos coletivamente e assim encerrou-se
este projeto.
5. Considerações Finais
Ao propor este projeto, muitas indagações vieram à minha mente, mas a
principal delas era: será que os alunos vão gostar desse tipo de trabalho? E se a
proposta fosse sobre algo que eles adoram como sites, redes sociais? Sim, com
certeza seria mais fácil, mas onde estaria o desafio? Onde estaria a proposta de
mudança em relação a algo de cunho social? Onde estaria a reflexão sobre a vida
que levam atualmente e a vida futura?
Diante do exposto, resolvi que o desafio é que faria o trabalho valer a pena
e, dessa forma, lancei mão de diversas pesquisas para propor aos meus alunos um
trabalho com os gêneros textuais voltados para a temática da terceira idade.
Inicialmente, o trabalho foi proposto para o 1º ano do Ensino Médio, mas ao
perceber que provavelmente não conseguiria ficar com esta turma, realizei as
alterações necessárias para aplicá-lo com as turmas de 9º ano. Não houve
necessidade de grandes alterações.
Cada atividade foi detalhadamente pensada e programada, imprevistos
surgiram, mas nada que tivesse que alterar a ordem das atividades, apenas algumas
adaptações.
Os resultados foram muito positivos e melhores do que eu esperava. Os
alunos receberam muito bem o tema, envolveram-se, emocionaram-se e se
indignaram com certas atitudes de desdém, abandono, desprezo e até de violência
contra os idosos.
A ideia de utilizar diferentes gêneros textuais voltados para um tema que
sensibilizou os estudantes foi maravilhosa, pois pude constatar como o aprendizado
é muito melhor quando tem significado para o aluno, quando o leva a ser atuante. O
trabalho proposto contribuiu grandemente o ensino e aprendizagem do conteúdo.
No mais, só tenho a agradecer a todos que de uma maneira ou de outra me
auxiliaram durante esse percurso de dois anos. Foram dias de muito aprendizado e
de desafio, mas que valeram cada momento.
Referências
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