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230
Um ponto que chama muita atenção no projeto de Rue de Meaux é o revestimento
de fachada, onde se combinam materiais novos como o GRC e a tradicional
cerâmica. O resultado é uma fachada com uma cor e textura que normalmente não
são viáveis em construções baratas. Piano desenvolveu placas de argamassa
armada com fibra de vidro (GRC)43 extremamente esbeltas e leves (45kg) que
poderia formar uma série de composições diferentes, e assim ter mais flexibilidade
para definição da posição das janelas. Essas placas medem 90 cm X 90 cm e tem
pequenas saliências de 12 mm que servem para o encaixe, sem que haja
necessidade de argamassa, das plaquetas de cerâmica (20 cm x 40 cm) (MENARD
apud CASELLI 2007).
A modulação da fachada varia na largura, entre 3 e 4 módulos de 90 cm, a altura
sempre respeita os 3 módulos de 90 cm. Esses módulos são presos a uma
estrutura em concreto em forma de “barbatanas”, visíveis nas fig. 124.
43 O GRC usa a fibra de vidro no lugar do aço, essa característica faz que a peça tenha uma boa resistência a tração, e possa ser mais fina. O problema é que a associação do vidro com o concreto pode teoricamente, trazer alguns problemas, já que o primeiro normalmente é atacado ou até mesmo destruído pelos componentes alcalinos do segundo. Problema solucionado pela Pilkington que desenvolveu uma fibra AR, tratada com zirconium
231
Os painéis de fachada em formato de veneziana fixa (brizes) acabam tendo a
função de intermediação entre o exterior e interior. Estes controlam a entrada de
luz e promovem certa privacidade nas galerias das escadas e nas varandas dos
apartamentos. Como é possível ver na fig. 125, as varandas são parcialmente
fechadas por esses brizes, a outra metade tem peitoril em concreto e tela.
Fig. 124 Módulos de fachada Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007.
Fig. 125 Brises na fachada Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007.
barbatana
Módulo de 90 x 90 cm.
232
Mesmo sendo modulada a fachada não se torna monótona, com os 40 tipos de
plantas existentes, as janelas e brizes o aspecto monobloco é quebrado pela
diversidade de texturas.
No projeto os arquitetos privilegiaram a fluidez dos espaços e a luminosidade
máxima. A orientação dos dois corpos principais do conjunto, voltados para
sudoeste e nordeste, as diversas galerias e terraços e as múltiplas configurações
geraram uma riqueza de ambientes que faz com que os moradores se ocupem dos
espaços (MENARD apud CASELLI, 2007).
No pavimento térreo, voltados para o jardim existem apartamentos tipo estúdio
duplex. A questão da privacidade era muito importante, não se poderiam ter
grandes vidraças, a solução foi mesclar vidros comuns com jateados e persianas
externas em rolo. Como pode se observar na figura 126.
FIG. 126: Fachada dos estúdios do térreo. FONTE: MENARD, 1991.
Na face exterior voltada para a rua, além das entradas para automóveis e as outras
duas para pedestres, existem lojas com pé direito duplo. Para que não se fugisse
da estética da fachada o arquiteto planejou uma grade de concreto para o
Persianas externas em rolo Vidros jateados
233
mezanino das lojas, como visível na figura 127 Como diz Buchanan (apud
CASELLI 2007) para que houvesse uma transição suave entre as frentes das lojas
e o resto da fachada. As janelas desta face foram dispostas de forma a manter um
ritmo similar e uma ordem estável com as antigas fachadas da rua. Essa
integração com os edifícios do entorno aconteceu também em relação à altura do
conjunto, tentou-se uma equiparação com as cornijas dos edifícios adjacentes (fig.
128).
FIG. 127: Fachada voltada para a rua. Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007
FIG. 128: Elevação voltada para a rua. FONTE: ROCCA, 1994
234
Os prédios que compõe o conjunto variam entre 6 e 7 pavimentos, nos blocos mais
compridos, parte dos apartamentos dos últimos 3 níveis, são escalonados
formando varandas. Como visível na fig. 129, percebemos as áreas onde
acontecem esses recuos dos apartamentos, reproduzindo o ângulo dos telhados
em mansardas do entorno. Nas figuras 130 e 131 pode-se observar que não é todo
o topo do edifício feito em camadas.
Fig. 129: visão superior dos apartamentos escalonados. Fonte: Google Earth
FIG. 130: visão dos apartamentos escalonados. FONTE: MENARD, 1991
235
FIG. 131: Corte dos apartamentos escalonados. FONTE: ROCCA, 1994 O conjunto habitacional tem 40 tipos diferentes de plantas, distribuídas entre as
220 unidades. O projeto foi feito de forma que os apartamentos genéricos, que
ficam nos andares intermediários dos dois edifícios mais compridos, tivessem
frente tanto para o pátio quanto para a rua (rua externa ou de serviços) com
varandas em ambos os lados. Como diz Buchanan (apud CASELLI, 2007) o
espaço é organizado de forma eficiente e efetiva, o planejamento das unidades
habitacionais é limpo e competente, sem grandes inovações.
Dentro dos 40 tipos de plantas existem diferentes tamanhos, alguns apartamentos
têm 1, 2 e 3 dormitórios. Em relação a banheiro, independente do número de
quartos, há sempre a mesma quantidade. A cozinha é aberta para a sala de estar,
do tipo americana com balcão. As varandas também são comuns aos projetos das
unidades, mas não presentes a todas.
236
Fig. 132: Planta tipo dos apartamentos FONTE: BUCHANAN, 2005. Na fig. 132 observa-se a distribuição dos espaços do apartamento mais comum.
Essas unidades ficam nos blocos mais compridos que ladeiam o jardim, por esse
motivo é possível que a sala seja voltada para dois terraços com frente tanto para o
pátio quanto para a vizinhança. Esse apartamentos são constituídos de 2
dormitórios, cozinha, sala de estar, 2 varandas e muito diferente da realidade
brasileira, banheiro dividido em 2 ambientes, um apenas com o vaso sanitário e o
outro com lavatório e banheira44 .Nota-se a ausência de uma área de serviço,
normalmente o ato de se lavar roupa acontece em lavanderias coletivas dentro da
própria edificação.
44 No Brasil banheiras são consideradas artigo de luxo, na Europa são comuns até mesmo em conjuntos habitacionais.
237
Na figura 133 pode se observar a unidade do Rue de Meaux escolhida para análise
com as medidas referentes aos cômodos e legenda descriminando cada ambiente
do programa.
4.2.4 Gifu Apartments (Guifú – 1994/1998)
Gifu Apartments (1994-1998), projeto da arquiteta Kazuyo Sejima & Associates and
Yamasei Sekkei, foi elaborado a pedido do governo municipal da cidade de Gifu no
Japão. A edificação foi construída paralela à rua, e o térreo é vazado com “pilotis”,
e é destinado a estacionamentos dos carros. Entre os pavimentos 2 e 10 estão
LEGENDA 1- Sala 2 - hall 3 - Cozinha 4 - Dormitório 1 5 - Dormitório 2 6 - Dormitório 3 7 - Circulação 8 - Circulação vertical 9 - WC
10 - Banheiro 11 - Varanda 12 - Diversos 13 - Vazio
Fig. 133 Digitalização de planta de apartamento feita pela autora a partir de planta disponível em: BUCHANAN, 2005
238
distribuídas 107 unidades habitacionais, a maior parte delas duplex. O edifício tem
10 pavimentos e foi construído em concreto armado.
O arranjo dos diferentes tipos de plantas no edifício parece casual e imprevisível
(FRENCH, 2006 p. 180) fazendo com que o projeto tenha um corte complexo e que
permite que haja “varandas” em todos os apartamentos, formando vazios, que
atravessam toda a profundidade do prédio (Fig. 134), tornando-o visualmente mais
leve, deixando de ser um bloco monolítico como costumam ser os conjuntos
habitacionais convencionais.
A preocupação com a insolação fez com que cozinha, dormitórios fossem voltados
para a face mais ensolarada, a sul, e galerias de acesso e escadas voltadas ao
Norte, vide figuras 135 e 136 . Isso em parte foi possível pelo fato da edificação ser
bem estreita, 7,34m de profundidade, praticamente a profundidade de um quarto
como visível na fig. 137.
Fig 134 Varandas que atravessam toda a profundidade do edifício. Fonte: http://www.cse.polyu.edu.hk/~cecspoon/lwbt/Case_Studies/Kitagata_Sejima/wm_sejima03.JPG. Acessado em: 30.10.2007
239
Fig. 135 Fachada sul dos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.178
Fig 137 Empena lateral da edificação Fonte SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
Fig. 136 Fachada Norte que concentra as galerias de acesso aos apartamentos e
Escadarias. Fonte : FRENCH, 2006 p.179
Segundo French (2006 p. 180) esse projeto foi muito criticado em relação à
sustentabilidade, isto porque o edifício é constantemente climatizado pelo fato de
240
ter praticamente toda face voltada ao sul envidraçada como pode ser constatado
na figura 138.
Por sua vez neste projeto, o uso do quarto como elemento modular de um edifício
pode parecer estranho quando se fala de produção de moradia em larga escala.
Observa-se que a profundidade do prédio é de 7,34m45 e a área dos apartamentos
e de 53 a 90m².
O conjunto habitacional de Guifu, ou Sejima Wing, poderia ser chamado, segundo
French (2006, p. 178), de bloco de quartos. Isso porque a arquiteta projetou
quartos com entradas independentes, quer dizer, os moradores de uma mesma
unidade podem entrar e sair sem usar a porta principal. Porque essa total
independência? Como a própria arquiteta diz: “Collective housing today is not just
for families but a place where people live in all kinds of collective ways.” (apud
45 Medida disponível em plantas do conjunto habitacional presentes em SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
Fig. 138 Fachada sul vidraças dos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.181
241
FRENCH, 2006 p. 178). Hoje a forma da família mudou muito, não seguem mais os
padrões convencionais e a casa precisa se adaptar melhor a individualidade de
cada morador de uma mesma habitação.
O projeto tem apenas quatro tipos diferentes de cômodo, o dormitório ou ambiente
privado, sala de estar ou jantar que inclui a cozinha, uma sala de tatame
tipicamente japonesa e a varanda. Vaso sanitário e chuveiro ficam encaixados
entre os módulos dos dormitórios, e o lavatório no corredor de acesso privativo aos
cômodos de algumas unidades (fig. 139). Em outros modelos de plantas, como o a
ser analisado posteriormente, o vaso sanitário, banheira e lavatório tem espaços
exclusivos e separados por portas, mas todos em um mesmo bloco entre os dois
dormitórios da habitação.
Fig 139 Corredor privativo do apartamentos, com o lavatório. Fonte : FRENCH, 2006 p.181
242
A proposta de dar aos cômodos o mesmo tamanho acabou com a hierarquia dos
espaços, e em relação à liberdade e independência dos mesmos, poderia se dizer,
que são 2 ou 3 apartamentos independentes dentro de uma mesma unidade
habitacional. Os moradores podem entrar e sair de seus quartos, e por
conseqüência do apartamento, sem passar pela entrada principal utilizando a porta
que dá direto na galeria de acesso aos apartamentos (FRENCH, 2006 p.178) como
na fig. 140. Na figura 141 pode-se observar a galeria de acesso aos apartamentos,
e as inúmeras portas de acesso às unidades.
A unidade escolhida para análise tem dois dormitórios, banheiro, cozinha, sala em
estilo japonês e terraço, tudo em um único pavimento. Interessante ressaltar que o
banheiro é dividido em três compartimentos separados por portas, uma para o
lavatório, outro para o vaso sanitário e o último para banheira.
Como se pode observar desenho da fig. 142 o projeto determina quatro entradas
independentes no apartamento, uma pela cozinha, retângulo azul, outra pela sala
Fig 140– Visão de interior de dormitório, com porta aberta para corredor externo de acesso aos apartamentos. Fonte SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
Fig. 141 Galeria de acesso aos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.179
243
em estilo japonês, retângulo verde e as outras pelos dormitórios, estas em
retângulos vermelhos.
Fig.142 Planta de apartamento de 2 dormitórios Fonte: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
Na figura 143 pode se ver a planta de uma das unidades do Guifú, de dois
dormitórios e suas dimensões internas. Interessante ressaltar a modulação
constante de 2,80 m de eixo a eixo das paredes que dividem os cômodos. Todos
os ambientes têm a mesma largura (2,80m), já em relação ao comprimento, os dois
cômodos dos cantos, a cozinha e a sala em estilo japonês, tem medidas que
chegam a 5,68 m que é o total da habitação, os outros medem 4,77m por causa da
circulação íntima.
244
Corredor externo de acesso
LEGENDA 1- Sala 2 - hall 3 - Cozinha 4 - Dormitório 1 5 - Dormitório 2 6 -Dormitório 3 7 - Circulação 8 - Circulação vertical 9 - WC
10 - Banheiro 11 - Despensa 12 – Diversos 13 - Vazio
Fig. 143 Planta de unidade do conjunto Habitacional Gifu Fonte: digitalizada pela autora a partir de desenho disponível em: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
245
4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS CAPÍTULO 4
Os projetos dos quatro estudos de casos do segundo período (1961 a 2000), LiMa
(Berlim), Nemasus (Nimes) , Rue de Meaux (Paris) e Guifú (Guifú) foram
analisados com relação a programa e espaços internos e as plantas digitalizadas
para que fosse possível ter as dimensões internas de cada ambiente. O
dimensionamento foi feito com base em escala relativa ao tamanho das camas
(2,0m), ou medidas existentes nas plantas disponíveis.
Uma tabela (tabela 10) com as áreas, divididas por cômodos, foi elaborada com o
resultado da medição das áreas internas dos conjuntos analisados. A partir desta
tabela foram elaborados gráficos para ilustrar as diferenças de áreas por ambiente
e a representatividade de cada cômodo no total da área de cada apartamento. Na
tabela 10 pode-se ver as áreas dos apartamentos em questão, os números em
vermelho mostram a maior área destinada ao cômodo, e em verde a menor área
do mesmo cômodo, o modelo do 3DK japonês não entraram na comparação dos
tamanhos pelo fato de ser um modelo mínimo.
246
Tabela 10 Tabela comparativa de áreas
Fonte: Elaborada pela a autora a partir de m
edição das plantas. O
bs. *Quando os valores das áreas são 0 quer dizer que o am
biente não faz parte do programa da habitação em
questão. ** espaço com
uso não identificado
247
A partir da observação da figura 144, nota-se a grande diferença entre as quatro
cozinhas analisadas. Guifú (14,07m²) e Nemasus (22m²) têm cozinhas, no mínimo
o dobro do tamanho das dos conjuntos LiMa ( 7,92m²) e Rue de Meaux (7,17m²).
Interessante ressaltar que cozinhas de conjuntos habitacionais do mesmo país,
Nemasus (Nimes), Rue de Meaux (Paris), tenham áreas tão diferente. Os
apartamentos de Nimes têm cozinha com 22m² e os de Paris 7,17m², confirmando
o que Waswo (2002, p.1) diz quando afirma que apartamentos em grandes centros
são menores que a média nacional.
O modelo 3DK, não pode ser comparado neste quesito pelo fato de sala e cozinha
ocuparem o mesmo ambiente.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
C ozinha
Fig. 144 Gráfico comparativo do tamanho da cozinha dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora
O maior dormitório 1 é o do Nemasus (Nimes), com 20,79m², seguido pelo LiMa
(Berlim) com 17,5 m².O menor dormitório entre os estudos de caso é o do Guifú,
com 9,64m², ainda um pouco menor é o dormitório 1 do modelo japonês 3DK com
9,62 m².
Como se pode observar no gráfico da figura 145, os três menores dormitórios estão
em projetos japoneses e em grandes centros urbanos como Paris. A diferença de
248
área entre o maior e o menor dormitório é de 11,15m², este cômodo do Nemasus é
o dobro do Guifú. O 3DK tem dormitório 1 dois centésimos menor que o Guifú,
diferença inexpressiva.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
Dormitório 1
Fig. 145 Gráfico comparativo do tamanho do dormitório 1 dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora
O dormitório 2 do Nemasus também é o maior em sua categoria, 15,92m², e o
menor também pertence ao Guifú, com 9,5m². Ao se observar a figura 146
percebe-se o equilíbrio entre LiMa e Rue de Meaux em relação as áreas.
Diferente da analise dos dormitórios 1, as áreas do Guifu (9,5 m²) é 1,59 m² maior
que a do 3DK (7,91m²). As diferenças entre os dormitórios 1 e 2 estão entre 0,14m²
no caso do Guifú e 4,87m² no caso do Nemasus.
249
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
Dormitório 2
Fig. 146 Gráfico comparativo do tamanho do dormitório 2 dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora Ao se analisar o gráfico da figura 147, percebe-se um relativo equilíbrio entre as
áreas das salas do LiMa (29,47m²), Nemasus (33,5m²) e Rue de Meaux (32,28m²).
A diferença entre os dois conjuntos habitacionais franceses é de apenas 1,22m².
Guifú, o conjunto japonês tem área destinada à sala de tatame, que corresponde
ao espaço de receber do homem ocidental, com 11,5m², quase um terço da área
da maior sala analisada.
O 3DK não oferece dados neste ambiente pelo fato de ter sala combinada com a
cozinha.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
S ala
Fig. 147 Gráfico comparativo do tamanho da sala dos 4 apartamentos analisados. Fonte: Elaborado pela autora
250
Ao se observar o gráfico da figura 148, nota-se a grande diferença entre a área do
Nemasus (8,98m²) e a dos outros apartamentos. A segunda maior área é a do Rue
de Meaux com 5,48m², uma diferença de 3,5m² entre o maior e o segundo maior.
Essa diferença é maior do que o espaço destinado a banheiros, no 3DK.
Os apartamentos japoneses são mais uma vez os menores em área, o Guifú com
3,74m² e o modelo 3DK com 2,54m². O Nemasus tem área destinada à higiene 3,5
vezes maior que o 3DK, 2,4 vezes maior que o Guifu. LiMa e Rue de Meaux tem
áreas mais próximas, o primeiro com 5,39m² e o segundo com 5,48m².
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
B anheiro + WC
Fig. 148 Gráfico comparativo do tamanho da soma das áreas de wc e banheiro dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora
A figura 149 mostra gráfico das áreas de circulação, a soma da vertical com a
horizontal, de cada um dos apartamentos. Mais uma vez o Nemasus tem a maior
área, 13,34m², mas desta vez a grande diferença se justifica em parte, pelo fato
deste apartamento ter 2 pavimentos, e portanto há necessidade de área de
circulação vertical.
251
A menor área de circulação é o do Rue de Meaux, com 2,6m², e o segundo
colocado o modelo japonês do 3DK com 4,88m². No caso do modelo japonês, se
gasta mais espaço com circulação do que com banheiros (2,54m²). LiMa (8,25m²) e
Guifú (8,28m²) tem áreas muito próximas como se pode observar na figura 137.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
L ima Nemas us R ue deMeaux
G uifú 3DK
C irc ulaç ão
Fig. 149 Gráfico comparativo do tamanho da soma das áreas de circulação dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora
O hall não será analisado neste segundo período pelo fato de aparecer em apenas
dois dos estudos de casos, apenas no LiMa (2,7m²) e no Rue de Meaux (2,02m²).
As varandas também não pelo fato de não serem essenciais no dia a dia dos
moradores.
Na tabela 11 a baixo, se pode observar o quão representativa é a área de cada
ambiente dentro do total do apartamento, e com isso percebe-se uma escala de
prioridades em relação ao projeto dos apartamentos. Nos gráficos abaixo, as
porcentagens são arredondadas, por esse motivo os números colocados entre
parênteses no decorrer das análises são exatos, sem aproximação.
252
Tabela 11 Quadro com
parativo da porcentagem da representatividade de cada côm
odo em relação a área total interna dos apartam
entos. Na tabela as
porcentagens tem 2 casas decim
ais, nos gráficos abaixo os valores são arredondados. O
bs. Nos cam
pos onde os números são 0,0%
é indicado que não há no programa o côm
odo em questão.
253
Na tabela 11 observa-se que o ambiente com maior representatividade é a sala em
3 dos 4 estudos de casos, LiMa, Nemasus e Rue de Meaux. Já nos japoneses
Guifú e modelo 3DK, a maior porção da moradia é destinada à varanda e Dinning
Kitchen respectivamente.
A menor representatividade fica normalmente com as áreas destinadas a higiene
pessoal, nos conjuntos Nemasus, Rue de Meaux e 3DK o WC tem a menor
participação e no Guifú o banheiro como um todo. No LiMa o hall é o espaço com
menor área.
Analisando a figura 150 que mostra a representatividade das áreas no conjunto
alemão, LiMa, se observa que a sala, em laranja, representa 30% (30,60%) da
área total do apartamento. Os dois dormitórios representam cada um 18%
(18,17%) e 14% (13,73%), somando 32% (31,9%) do total.
A circulação representa 9% (8,57%), tem maior representatividade do que a
cozinha neste exemplo, com 8% (8,22%). A varanda representa 12% (12,32%) da
área, representatividade alta para ambiente sem função prática. As áreas
molhadas somam algo em torno de 14% (13,82%).
L ima
8% 0%
18%
14%
0%30%
0%6%
9%0%3%
12% 0%0%
C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS
Fig. 150. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto LiMa. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.
254
Na figura 151 se pode ver o gráfico das áreas do conjunto francês Nemasus. Fica
evidente o predomínio das áreas destinadas à sala, 24% (25,04%) do total e da
cozinha 16% (16,44%). Os dormitórios somam 28% (27,44%) e as áreas molhadas
23% (23,15%). Aproximando um pouco os valores pode-se concluir que um quarto
da área esta reservada aos dormitórios, um quarto para as áreas molhadas, um
quarto para a sala e o restante se divide entre varanda 13% (12,51), circulação 8%
(7,89%) e outros 2% (1,89%).
Nemas us
16%
0%
16%
12%0%24%
1%6%
8%
2%0%13%
0%2%
C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS
Fig. 151. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Nemasus. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.
Na figura 152 observa-se que a sala do Rue de Meaux ocupa 34% (32,84%), a
varanda 24% (24,48%), juntos os dois ambientes somam 58% (57,32%), mais da
metade do apartamento tem área comprometida com espaços para uso social.
As áreas molhadas representam 12% (12,87%), quase um oitavo da área total do
apartamento. Os dormitórios somam 25% (25,1%) um quarto da área total, o
restante, circulação e hall somam 5% (4,71%).
255
Pela observação do gráfico da figura 152 se percebe que as áreas estão divididas
em 4 setores, varanda, sala, dormitórios e o último bloco com cozinha, banheiro,
WC, circulação e hall.
R ue de Meaux
7% 0%13%
12%
0%
34%
1%4%
3%0%2%
24%0%0%
C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS
Fig. 152. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Rue de Meaux. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.
Logo em uma primeira analise visual do gráfico da figura 153, percebe-se o
destaque da representatividade, no Guifú, da cozinha com 20% (19,84%) e da
varanda com 20% (19,99%). A área destinada a receber fica em terceiro lugar com
16% (16,22%), depois se percebe os quartos, com respectivamente 14% (13,605)
e 13% (13,40%). A circulação chama atenção pela sua representabilidade 12%
(11,68%), isso acontece devido à planta que privilegia a circulação interna e
externa da habitação. Como os apartamentos permitem que se entre e saia sem
passar pela porta principal, os cômodos devem estar um ao lado do outro com
corredores de ambos os lados, um intimo e um comum a edificação.
256
G uifú
20%
0%
14%
13%0%16%
0%5%
12%
0%0%
20%0%0%
C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS
Fig. 153. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Guifú. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.
Na figura 154 se pode observar o caso do 3DK, modelo de habitação japonês. A
planta deste apartamento tem algumas diferenças em relação aos 4 estudos de
casos, como a existência de um espaço com a função de sala e cozinha. Este
ambiente de dupla função é o que ocupa maior parte da área do apartamento, 35%
(35,46%). Em segundo e terceiro vem os dormitórios 1 e 2 respectivamente, com
22% (21,67%) e 18% ( 17,82%), somando 40% (39,49%) da área total.
A circulação aparece consideravelmente, já que representa 11% (10,99%), e
quarto colocado em relação à hierarquia de áreas. Depois da circulação vem a
varanda com 8% (8,34%) e por último banheiro e WC que somam 6% (5,72%).
257
3DK
0%0%22%
18%
0%0%2%4%11%0%0%8%
35%
0%
C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS
Fig. 154. Gráfico de representabilidade de áreas do modelo 3DK. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.
258
5. CONCLUSÕES
Nos capítulos anteriores foram recolhidas informações gerais sobre os projetos
escolhidos e os modelos propostos tanto pelo governo (2DK e 3DK) quanto pelo II
CIAM (1929). Essas informações todas mostram um panorama da habitação no
século XX, e as diferentes concepções dos projetos dos arquitetos analisados, dos
quais se destaca pontos interessantes projeto:
O Siemenstadt (1927) de Berlim tem uma grande virtude, pois todos os seus
ambientes têm janelas, portanto ventilação e iluminação natural. Além de contar
com a infra-estrutura de uso coletivo como jardim de infância, centro de saúde,
lojas e até mesmo um sistema de calefação. A planta analisada também foi a de
menor tamanho entre os estudos de casos do primeiro período (1900 a 1960),
perdendo apenas para o modelo japonês do 2DK.
O Weissenhof (1927) de Stutgart, foram como um todo, muito importantes como
vitrine das novidades técnicas tanto em relação à construção civil, quanto ao
mobiliário e eletrodomésticos. Mies Van Der Rohe apresentou seu projeto de
habitação na exposição Weissenhof pensando na flexibilidade dos espaços, e para
tal utilizou estrutura metálica de modo que as paredes pudessem ser alteradas de
acordo com as necessidades dos moradores.
O conjunto Soviético do Narkomfin (1928/1930) foi fruto do desenvolvimento de
extensas pesquisas, naquele país, com o objetivo de propor habitações de
dimensão mínimas adequadas. Um dos aspectos mais importantes é a rua
corredor, utilizada como espaço semi-público de distribuição e de acesso aos
apartamentos e infra-estrutura de comércio e serviços, fato este que veio inspirar
Le Corbusier nas ruas internas da sua Unidade da Habitação de Marselha.
259
Um dos maiores símbolos da habitação do século passado é a Unidade de
Habitação de Marselha (Marselha - 1947/1953) de Le Corbusier. Mas esta Unidade
não alcançou esse status por ser um apartamento fantástico, e sim por ser um
conjunto habitacional em forma de cidade vertical. O projeto de Le Corbusier tinha
todo tipo de serviços dentro do prédio, inclusive comércio, clube com piscina na
laje de cobertura e restaurante comunitário. Foram estruturados 23 tipos diferentes
de plantas de apartamento, o que permitiu uma grande diversidade de moradores,
desde grandes famílias a pessoas sozinhas. Este projeto é a personificação dos
princípios modernistas (carta de Athenas). Outro aspecto que merece destaque é
que neste projeto foi utilizado o Modulor como padrão de medidas, ou seja, todo o
projeto foi pensado com base nas medidas humanas.
Os modelos do Existenzminimum (II CIAM - 1929) e do 2DK (Japão – 1951) se
mostraram como tentativas de se padronizar a construção de habitação de baixa
renda, criando um programa básico com dimensões mínimas para assegurar um
mínimo de conforto aos usuários. Entretanto observa-se que no segundo período
(1961 A 2000) aparece o 3DK, evolução do 2DK, com os mesmos objetivos. A
grande inovação dos modelos japoneses trouxe a junção do espaço de estar com o
de alimentação e preparo tendência essa que se pode perceber nos dias de hoje
com a difusão da cozinha americana.
Hertzberger em seu conjunto habitacional LiMa (1982/1986) em Berlim, dá uma
outra função para as escadas, que passam a ser locais de convívio. Tal é a
importância da circulação vertical, que o arquiteto projetou uma antecâmara na
entrada das unidades, para que fosse possível que as mães controlassem as
brincadeiras das crianças por meio de janela na cozinha. Outro fato interessante é
260
que o pátio central não é de uso restrito dos moradores, servindo de área de laser
para a comunidade local.
Jean Nouvel privilegia o espaço no Nemasus (Nimes – 1985/1988), deixando os
acabamentos a cargo dos futuros moradores, economizando em matérias em prol
de ambientes mais espaçosos. O arquiteto ainda se utiliza de materiais
industrializados, como escadas metálicas, divisórias como paredes, portas para
varandas e pisos industrializados para estas. O intuito era diminuir ao máximo os
serviços executados no canteiro de obras.
Renzo Piano elabora o projeto do Rue de Meaux (Paris – 1988/1991) com o
objetivo de tirar o estigma de popular da construção. Para tal utiliza revestimento
cerâmico nas fachadas e pátio central com jardim, sem função de integração social
entre os moradores. O arquiteto diz que (PIANO apud GLA’s Architecture and
Urbanism Unit) que qualidade na arquitetura não é questão de preço.
Guifú (Guifú – 1994/1998), o conjunto habitacional japonês tem como ponto alto a
possibilidade de total liberdade de ir e vir dos moradores de um mesmo
apartamento, as entradas independentes dos cômodos permitem muito mais
privacidade entre os membros de uma família. Outro ponto interessante é a
modulação rígida, 2,80m entre os eixos dos cômodos, sendo o programa da
habitação distribuído entre esses eixos.
Aspecto importante a ser comentado é o fato de todos os estudos de caso serem
fruto de verba governamental. A iniciativa privada não esteve presente em nenhum
dos edifícios analisados no século XX, deixando a cargo do estado a
responsabilidade da produção de moradias de dimensões mínimas.
As tabelas 6 e 9, contém o dimensionamento de cada ambiente dos apartamentos
analisados no 1º período (1900 a 1960) e 2º período (1961 a 2000), a partir delas
261
pode-se tirar algumas conclusões sobre habitação mínima. Nestas tabelas constam
tanto projetos construídos, estudos de caso, quanto modelos não executados, que
tinham a função de ser apenas um protótipo.
Nos dois períodos determinados, entre 1900-1960 e 1961-2000, a sala representa
o ambiente com maior área, portanto sendo o ambiente que maior conforto
espacial oferece ao morador. Interessante ressaltar que o ambiente da sala não
tem uma função muito definida, pois serve para o convívio dos integrantes da
família, receber convidados, momentos de lazer, descanso, refeições e outros.
Talvez o predomínio deste espaço esteja relacionado com a necessidade por
espaços multifuncionais.
No primeiro período (1900-1960), 3 dos 4 estudos de casos analisados,
Siemenstadt, Weissenhof e Unidade de Habitação têm a sala com maior
representividade dentro da área total do conjunto. No modelo 2DK o ambiente que
mais ocupa espaço, na verdade está diretamente ligado à sala, pois a Dining
Kitchen (cozinha-sala) não deixa de ser uma espécie de continuidade da sala. Por
sua vez o Existenzminimum e o Narkomfin têm como cômodo mais expressivo o
dormitório 1, nesta pesquisa, o dormitório de casal.
No segundo período (1961/2000) a sala é mais representativa em relação à área
total em 3 dos estudos de casos analisados, LiMa, Nemasus e Rue de Meaux. O
3DK tem a Dining Kitchen como maior espaço dentro da habitação, semelhante ao
caso do 2DK retratado anteriormente, a Dinning-kitchen pode ser considerada
também como sala. No conjunto habitacional Guifú o maior ambiente é a varanda.
As áreas destinadas à higiene são as menores em ambos os períodos, sejam elas
ambiente apenas com vaso sanitário (WC) ou banheiro completo, as figuras de 143
a 155 mostram WC e banheiro de todos os estudos de casos e modelos
262
selecionados. Quando o WC está próximo ao banheiro, mas separado como um
ambiente independente está circulado em vermelho.
No primeiro período têm o WC como ambiente de menor área o Narkomfin,
Unidade de Habitação e os dois modelos, o 2DK e o Existenzminimum. Em
contraponto Siemenstadt e o Weissenhof, tem respectivamente como áreas menos
representativas a circulação e a despensa, nestes dois conjuntos não existe
espaço separado para WC e banheiro.
263
BANHEIROS E WC PRIMEIRO PEÍODO (1900 A 1960)
Fig. 155 Planta do banheiro do Siemmenstadt Fonte: Modificada de TEIGE, 2002 p. 203
Fig. 156 Planta do banheiro do Weissenhof Fonte: Modificada de Benévolo, 2006, p. 461
Fig. 157 Planta do banheiro e WC do Fonte:www.archi.fr/DOCOMOMO-FR/Narkomfin (Moscou)-fr.htm Acessado em: 30.04.07
Fig.158 Planta de banheiro e WC da Unidade de Habitação de Marselha Fonte: Modificada de Le Corbusier 1910 – 1965 p. 145
Fig.159 Planta WC do Existenzminimum Fonte: Modificada de BENEVOLO, 2006, p. 497
Fig.160 Planta banheiro Existenzminimum Fonte: Modificada de BENEVOLO, 2006, p. 497
Fig. 161 Planta banheiro 1º modelo do 2DK Fonte: Modificado de WASWO, 2002, p.72
No segundo período apenas o modelo 3DK e dois conjuntos habitacionais dos
estudos de casos apresentam WC separado do banheiro, Nemasus e Rue de
Meaux e. Nos dois projetos a área de WC são as menores em relação ao outros
cômodos. No caso do Guifú o banheiro completo representa o menor espaço do
WC
Lav.
264
apartamento, lembrando que na realidade todos os equipamentos do banheiro
deste projeto são separados por portas e permitem uso simultâneo.
BANHEIROS E WC SEGUNDO PERIODO (1961 A 2000)
Fig. 162 Planta banheiro LiMa Fonte: Modificado de BERGEIJK, 1997 p.87
Fig. 163 Planta de WC Nemasus. Fonte: www.cse.polyu.edu.hk/ ~cecspoon/lwbt/Case_Studies/ Nemausus/Nemausus.htm. Acessado em 24/10/2007
Fig. 164 Planta banheiro Nemasus. Fonte: www.cse.polyu.edu.hk/ ~cecspoon/lwbt/Case_Studies/ Nemausus/Nemausus.htm. Acessado em 24/10/2007
Fig. 165 Planta WC e banheiro do Rue de Meaux FONTE: Modificado de BUCHANAN, 2005.
166. Planta banheiro Guifu Fonte: digitalizada pela autora a partir de desenho disponível em: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002
Fig. 167 Planta do banheiro e WC do 3 DK Fonte: Modificado de WASWO, 2002, p. 83
O fato dos banheiros, com ou sem WC integrado, serem normalmente as menores
áreas provavelmente são decorrência dos altos custos das instalações hidráulicas
e acabamentos. Não se pode esquecer, que o tempo de permanência dentro de
um banheiro é menor do que os outros cômodos, como dormitórios, cozinha e sala,
não havendo a necessidade de grandes espaços.
Interessante frizar que no primeiro período apenas dois conjuntos não tinham
varanda, o duplex do Narkomfin e o duplex do Existenzminimum. No segundo
período todos os apartamentos passam a ter varanda, mostrando a importância
WC
chuveiro lavatório
265
deste espaço. A representatividade da varanda varia entre 3,72% (Weissenhof) e
14,41%(2DK) no primeiro período e entre 8,34% (3DK) e 24,48% (Rue de Meaux)
no segundo período.
No gráfico abaixo, fig. 156 se pode observar que alguns cômodos desapareceram,
outros aumentara suas áreas, outros diminuíram. A cozinha teve um ganho
significativo em relação à área, sendo que a média do primeiro período era de
6,06m² e passou a ser de 10,23m² no segundo período, um ganho de 4,17m². A
despensa aparecia em apenas um dos estudos de casos, o Weissenhof, este
cômodo desapareceu através dos tempos. O dormitório 1 foi um dos poucos
ambientes, que se mantiveram no programa das habitações atuais, que teve um
decréscimo em relação à área, passou de 17,06m² para 14,05m². O dormitório 2
teve um discreto aumento, de 11,40m² para 11,70m². O dormitório 3 presente
apenas na Unidade de Habitação de Marselha desaparece no segundo período. A
sala também cresceu, passando de 19,33m² para 21,35m². Os WC também têm
uma diminuição de áreas, passam de 0,70m² para 0,61m². O banheiro teve um
discreto acréscimo de área, de 4,39m² para 4,61m². A circulação horizontal teve
uma inexpressiva diminuição de seu espaço em 0,05m², e a vertical de 0,92m².
Mas essa pequena diminuição na circulação vertical não é indicio de uma
tendência de se construir em um só pavimento, muitos dos conjuntos analisados no
segundo período apresentavam plantas de um ou mais pisos. O Hall aparecia em
boa parte dos conjuntos analisados (estudos de casos e modelos) no primeiro
período, apenas dois não apresentavam já no segundo período o hall só aparece
em dois dos estudos de casos, conseqüentemente há uma diminuição da área de
0,98m. No gráfico da figura 156 percebe-se um crescimento considerável da área
da varanda, esta passa de 5,09m² para 14,11m², mesmo sendo uma área sem uso
266
indefinido, este foi o ambiente cuja área teve um maior acréscimo, de 9,02m². As
varandas são um resquício das casas, com seus quintais, talvez esteja no
saudosismo o sucesso das varandas. As salas cozinha aparecem apenas nos
modelos japoneses 2DK e 3DK, mas se pode notar pelo gráfico da figura 156 que
houve um aumento considerável de área, 8,16m², aumento menor do que o da
varanda. A categoria outros diminuiu sensivelmente, 0,10m², fato ocorrido pelo fato
de se estar cada vez mais próximo de um programa essencial da habitação, não
havendo espaço para cômodos sem função prática.
0,005,00
10,0015,00
20,0025,00
COZ.
DE S PE NSA
DORM
. 1
DORM
. 2
DORM
. 3
S AL AW
C
BANHE IRO
C IRC UL .
c irc. V
ert
HALL
VAR ANDA
S AL A E C
OZ INHA
OUTR OS
1º P eríodo 2º P eríodo
Fig. 168 Gráfico com a média das áreas em metro quadrado por ambiente no 1º período (1900 a 1960) e no 2º período (1961 a 2000) Fonte: Elaborado pela autora com base nas tabelas 7 e 10
267
QUADRO COM AS MÉDIAS DE ÁREAS POR PERIODO
PERÍODOS 1º Período 2º Período AMBIENTES COZ. 6,06 10,23 DESPENSA 0,32 0,00 DORM. 1 17,06 14,05 DORM. 2 11,40 11,70 DORM. 3 2,80 0,00 SALA 19,33 21,35 WC 0,70 0,61 BANHEIRO 4,39 4,61 CIRCUL. 6,96 6,91 circ. Vert 1,48 0,56 HALL 1,92 0,94 VARANDA 5,09 14,11 SALA E COZINHA 7,58 15,74 OUTROS 0,61 0,51 TOTAL* 78,1 85,59
Tabela 12 – Planilha elaborada pela autora com base nas tabelas 7 e 10. * A área total média das unidades do primeiro e segundo períodos não levaram em consideração as Sala cozinha dos modelos japoneses.
Com os dados oriundos das tabelas 7 e 10 se construiu a tabela 12 com as médias
das áreas dos ambientes separados pelos 2 períodos. Ao se observar os aumentos
e diminuições de áreas, pode-se concluir que o programa está se adaptando às
necessidades do usuário e possibilidades do mercado da construção civil.
Observando a tabela 12, se percebe que existem 8 ambientes que tiveram suas
áreas diminuídas, e 6 que foram aumentadas, mas no total houve um acréscimo de
área das moradias de 7,49 m², 9,59% de aumento nos últimos 40 anos do século
XX.
268
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