44
230 Um ponto que chama muita atenção no projeto de Rue de Meaux é o revestimento de fachada, onde se combinam materiais novos como o GRC e a tradicional cerâmica. O resultado é uma fachada com uma cor e textura que normalmente não são viáveis em construções baratas. Piano desenvolveu placas de argamassa armada com fibra de vidro (GRC) 43 extremamente esbeltas e leves (45kg) que poderia formar uma série de composições diferentes, e assim ter mais flexibilidade para definição da posição das janelas. Essas placas medem 90 cm X 90 cm e tem pequenas saliências de 12 mm que servem para o encaixe, sem que haja necessidade de argamassa, das plaquetas de cerâmica (20 cm x 40 cm) (MENARD apud CASELLI 2007). A modulação da fachada varia na largura, entre 3 e 4 módulos de 90 cm, a altura sempre respeita os 3 módulos de 90 cm. Esses módulos são presos a uma estrutura em concreto em forma de “barbatanas”, visíveis nas fig. 124. 43 O GRC usa a fibra de vidro no lugar do aço, essa característica faz que a peça tenha uma boa resistência a tração, e possa ser mais fina. O problema é que a associação do vidro com o concreto pode teoricamente, trazer alguns problemas, já que o primeiro normalmente é atacado ou até mesmo destruído pelos componentes alcalinos do segundo. Problema solucionado pela Pilkington que desenvolveu uma fibra AR, tratada com zirconium

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Um ponto que chama muita atenção no projeto de Rue de Meaux é o revestimento

de fachada, onde se combinam materiais novos como o GRC e a tradicional

cerâmica. O resultado é uma fachada com uma cor e textura que normalmente não

são viáveis em construções baratas. Piano desenvolveu placas de argamassa

armada com fibra de vidro (GRC)43 extremamente esbeltas e leves (45kg) que

poderia formar uma série de composições diferentes, e assim ter mais flexibilidade

para definição da posição das janelas. Essas placas medem 90 cm X 90 cm e tem

pequenas saliências de 12 mm que servem para o encaixe, sem que haja

necessidade de argamassa, das plaquetas de cerâmica (20 cm x 40 cm) (MENARD

apud CASELLI 2007).

A modulação da fachada varia na largura, entre 3 e 4 módulos de 90 cm, a altura

sempre respeita os 3 módulos de 90 cm. Esses módulos são presos a uma

estrutura em concreto em forma de “barbatanas”, visíveis nas fig. 124.

43 O GRC usa a fibra de vidro no lugar do aço, essa característica faz que a peça tenha uma boa resistência a tração, e possa ser mais fina. O problema é que a associação do vidro com o concreto pode teoricamente, trazer alguns problemas, já que o primeiro normalmente é atacado ou até mesmo destruído pelos componentes alcalinos do segundo. Problema solucionado pela Pilkington que desenvolveu uma fibra AR, tratada com zirconium

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Os painéis de fachada em formato de veneziana fixa (brizes) acabam tendo a

função de intermediação entre o exterior e interior. Estes controlam a entrada de

luz e promovem certa privacidade nas galerias das escadas e nas varandas dos

apartamentos. Como é possível ver na fig. 125, as varandas são parcialmente

fechadas por esses brizes, a outra metade tem peitoril em concreto e tela.

Fig. 124 Módulos de fachada Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007.

Fig. 125 Brises na fachada Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007.

barbatana

Módulo de 90 x 90 cm.

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Mesmo sendo modulada a fachada não se torna monótona, com os 40 tipos de

plantas existentes, as janelas e brizes o aspecto monobloco é quebrado pela

diversidade de texturas.

No projeto os arquitetos privilegiaram a fluidez dos espaços e a luminosidade

máxima. A orientação dos dois corpos principais do conjunto, voltados para

sudoeste e nordeste, as diversas galerias e terraços e as múltiplas configurações

geraram uma riqueza de ambientes que faz com que os moradores se ocupem dos

espaços (MENARD apud CASELLI, 2007).

No pavimento térreo, voltados para o jardim existem apartamentos tipo estúdio

duplex. A questão da privacidade era muito importante, não se poderiam ter

grandes vidraças, a solução foi mesclar vidros comuns com jateados e persianas

externas em rolo. Como pode se observar na figura 126.

FIG. 126: Fachada dos estúdios do térreo. FONTE: MENARD, 1991.

Na face exterior voltada para a rua, além das entradas para automóveis e as outras

duas para pedestres, existem lojas com pé direito duplo. Para que não se fugisse

da estética da fachada o arquiteto planejou uma grade de concreto para o

Persianas externas em rolo Vidros jateados

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mezanino das lojas, como visível na figura 127 Como diz Buchanan (apud

CASELLI 2007) para que houvesse uma transição suave entre as frentes das lojas

e o resto da fachada. As janelas desta face foram dispostas de forma a manter um

ritmo similar e uma ordem estável com as antigas fachadas da rua. Essa

integração com os edifícios do entorno aconteceu também em relação à altura do

conjunto, tentou-se uma equiparação com as cornijas dos edifícios adjacentes (fig.

128).

FIG. 127: Fachada voltada para a rua. Fonte: Arquivo pessoal. Paris agosto de 2007

FIG. 128: Elevação voltada para a rua. FONTE: ROCCA, 1994

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Os prédios que compõe o conjunto variam entre 6 e 7 pavimentos, nos blocos mais

compridos, parte dos apartamentos dos últimos 3 níveis, são escalonados

formando varandas. Como visível na fig. 129, percebemos as áreas onde

acontecem esses recuos dos apartamentos, reproduzindo o ângulo dos telhados

em mansardas do entorno. Nas figuras 130 e 131 pode-se observar que não é todo

o topo do edifício feito em camadas.

Fig. 129: visão superior dos apartamentos escalonados. Fonte: Google Earth

FIG. 130: visão dos apartamentos escalonados. FONTE: MENARD, 1991

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FIG. 131: Corte dos apartamentos escalonados. FONTE: ROCCA, 1994 O conjunto habitacional tem 40 tipos diferentes de plantas, distribuídas entre as

220 unidades. O projeto foi feito de forma que os apartamentos genéricos, que

ficam nos andares intermediários dos dois edifícios mais compridos, tivessem

frente tanto para o pátio quanto para a rua (rua externa ou de serviços) com

varandas em ambos os lados. Como diz Buchanan (apud CASELLI, 2007) o

espaço é organizado de forma eficiente e efetiva, o planejamento das unidades

habitacionais é limpo e competente, sem grandes inovações.

Dentro dos 40 tipos de plantas existem diferentes tamanhos, alguns apartamentos

têm 1, 2 e 3 dormitórios. Em relação a banheiro, independente do número de

quartos, há sempre a mesma quantidade. A cozinha é aberta para a sala de estar,

do tipo americana com balcão. As varandas também são comuns aos projetos das

unidades, mas não presentes a todas.

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Fig. 132: Planta tipo dos apartamentos FONTE: BUCHANAN, 2005. Na fig. 132 observa-se a distribuição dos espaços do apartamento mais comum.

Essas unidades ficam nos blocos mais compridos que ladeiam o jardim, por esse

motivo é possível que a sala seja voltada para dois terraços com frente tanto para o

pátio quanto para a vizinhança. Esse apartamentos são constituídos de 2

dormitórios, cozinha, sala de estar, 2 varandas e muito diferente da realidade

brasileira, banheiro dividido em 2 ambientes, um apenas com o vaso sanitário e o

outro com lavatório e banheira44 .Nota-se a ausência de uma área de serviço,

normalmente o ato de se lavar roupa acontece em lavanderias coletivas dentro da

própria edificação.

44 No Brasil banheiras são consideradas artigo de luxo, na Europa são comuns até mesmo em conjuntos habitacionais.

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Na figura 133 pode se observar a unidade do Rue de Meaux escolhida para análise

com as medidas referentes aos cômodos e legenda descriminando cada ambiente

do programa.

4.2.4 Gifu Apartments (Guifú – 1994/1998)

Gifu Apartments (1994-1998), projeto da arquiteta Kazuyo Sejima & Associates and

Yamasei Sekkei, foi elaborado a pedido do governo municipal da cidade de Gifu no

Japão. A edificação foi construída paralela à rua, e o térreo é vazado com “pilotis”,

e é destinado a estacionamentos dos carros. Entre os pavimentos 2 e 10 estão

LEGENDA 1- Sala 2 - hall 3 - Cozinha 4 - Dormitório 1 5 - Dormitório 2 6 - Dormitório 3 7 - Circulação 8 - Circulação vertical 9 - WC

10 - Banheiro 11 - Varanda 12 - Diversos 13 - Vazio

Fig. 133 Digitalização de planta de apartamento feita pela autora a partir de planta disponível em: BUCHANAN, 2005

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distribuídas 107 unidades habitacionais, a maior parte delas duplex. O edifício tem

10 pavimentos e foi construído em concreto armado.

O arranjo dos diferentes tipos de plantas no edifício parece casual e imprevisível

(FRENCH, 2006 p. 180) fazendo com que o projeto tenha um corte complexo e que

permite que haja “varandas” em todos os apartamentos, formando vazios, que

atravessam toda a profundidade do prédio (Fig. 134), tornando-o visualmente mais

leve, deixando de ser um bloco monolítico como costumam ser os conjuntos

habitacionais convencionais.

A preocupação com a insolação fez com que cozinha, dormitórios fossem voltados

para a face mais ensolarada, a sul, e galerias de acesso e escadas voltadas ao

Norte, vide figuras 135 e 136 . Isso em parte foi possível pelo fato da edificação ser

bem estreita, 7,34m de profundidade, praticamente a profundidade de um quarto

como visível na fig. 137.

Fig 134 Varandas que atravessam toda a profundidade do edifício. Fonte: http://www.cse.polyu.edu.hk/~cecspoon/lwbt/Case_Studies/Kitagata_Sejima/wm_sejima03.JPG. Acessado em: 30.10.2007

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Fig. 135 Fachada sul dos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.178

Fig 137 Empena lateral da edificação Fonte SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

Fig. 136 Fachada Norte que concentra as galerias de acesso aos apartamentos e

Escadarias. Fonte : FRENCH, 2006 p.179

Segundo French (2006 p. 180) esse projeto foi muito criticado em relação à

sustentabilidade, isto porque o edifício é constantemente climatizado pelo fato de

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ter praticamente toda face voltada ao sul envidraçada como pode ser constatado

na figura 138.

Por sua vez neste projeto, o uso do quarto como elemento modular de um edifício

pode parecer estranho quando se fala de produção de moradia em larga escala.

Observa-se que a profundidade do prédio é de 7,34m45 e a área dos apartamentos

e de 53 a 90m².

O conjunto habitacional de Guifu, ou Sejima Wing, poderia ser chamado, segundo

French (2006, p. 178), de bloco de quartos. Isso porque a arquiteta projetou

quartos com entradas independentes, quer dizer, os moradores de uma mesma

unidade podem entrar e sair sem usar a porta principal. Porque essa total

independência? Como a própria arquiteta diz: “Collective housing today is not just

for families but a place where people live in all kinds of collective ways.” (apud

45 Medida disponível em plantas do conjunto habitacional presentes em SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

Fig. 138 Fachada sul vidraças dos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.181

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FRENCH, 2006 p. 178). Hoje a forma da família mudou muito, não seguem mais os

padrões convencionais e a casa precisa se adaptar melhor a individualidade de

cada morador de uma mesma habitação.

O projeto tem apenas quatro tipos diferentes de cômodo, o dormitório ou ambiente

privado, sala de estar ou jantar que inclui a cozinha, uma sala de tatame

tipicamente japonesa e a varanda. Vaso sanitário e chuveiro ficam encaixados

entre os módulos dos dormitórios, e o lavatório no corredor de acesso privativo aos

cômodos de algumas unidades (fig. 139). Em outros modelos de plantas, como o a

ser analisado posteriormente, o vaso sanitário, banheira e lavatório tem espaços

exclusivos e separados por portas, mas todos em um mesmo bloco entre os dois

dormitórios da habitação.

Fig 139 Corredor privativo do apartamentos, com o lavatório. Fonte : FRENCH, 2006 p.181

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A proposta de dar aos cômodos o mesmo tamanho acabou com a hierarquia dos

espaços, e em relação à liberdade e independência dos mesmos, poderia se dizer,

que são 2 ou 3 apartamentos independentes dentro de uma mesma unidade

habitacional. Os moradores podem entrar e sair de seus quartos, e por

conseqüência do apartamento, sem passar pela entrada principal utilizando a porta

que dá direto na galeria de acesso aos apartamentos (FRENCH, 2006 p.178) como

na fig. 140. Na figura 141 pode-se observar a galeria de acesso aos apartamentos,

e as inúmeras portas de acesso às unidades.

A unidade escolhida para análise tem dois dormitórios, banheiro, cozinha, sala em

estilo japonês e terraço, tudo em um único pavimento. Interessante ressaltar que o

banheiro é dividido em três compartimentos separados por portas, uma para o

lavatório, outro para o vaso sanitário e o último para banheira.

Como se pode observar desenho da fig. 142 o projeto determina quatro entradas

independentes no apartamento, uma pela cozinha, retângulo azul, outra pela sala

Fig 140– Visão de interior de dormitório, com porta aberta para corredor externo de acesso aos apartamentos. Fonte SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

Fig. 141 Galeria de acesso aos apartamentos Fonte : FRENCH, 2006 p.179

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em estilo japonês, retângulo verde e as outras pelos dormitórios, estas em

retângulos vermelhos.

Fig.142 Planta de apartamento de 2 dormitórios Fonte: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

Na figura 143 pode se ver a planta de uma das unidades do Guifú, de dois

dormitórios e suas dimensões internas. Interessante ressaltar a modulação

constante de 2,80 m de eixo a eixo das paredes que dividem os cômodos. Todos

os ambientes têm a mesma largura (2,80m), já em relação ao comprimento, os dois

cômodos dos cantos, a cozinha e a sala em estilo japonês, tem medidas que

chegam a 5,68 m que é o total da habitação, os outros medem 4,77m por causa da

circulação íntima.

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Corredor externo de acesso

LEGENDA 1- Sala 2 - hall 3 - Cozinha 4 - Dormitório 1 5 - Dormitório 2 6 -Dormitório 3 7 - Circulação 8 - Circulação vertical 9 - WC

10 - Banheiro 11 - Despensa 12 – Diversos 13 - Vazio

Fig. 143 Planta de unidade do conjunto Habitacional Gifu Fonte: digitalizada pela autora a partir de desenho disponível em: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

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4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS CAPÍTULO 4

Os projetos dos quatro estudos de casos do segundo período (1961 a 2000), LiMa

(Berlim), Nemasus (Nimes) , Rue de Meaux (Paris) e Guifú (Guifú) foram

analisados com relação a programa e espaços internos e as plantas digitalizadas

para que fosse possível ter as dimensões internas de cada ambiente. O

dimensionamento foi feito com base em escala relativa ao tamanho das camas

(2,0m), ou medidas existentes nas plantas disponíveis.

Uma tabela (tabela 10) com as áreas, divididas por cômodos, foi elaborada com o

resultado da medição das áreas internas dos conjuntos analisados. A partir desta

tabela foram elaborados gráficos para ilustrar as diferenças de áreas por ambiente

e a representatividade de cada cômodo no total da área de cada apartamento. Na

tabela 10 pode-se ver as áreas dos apartamentos em questão, os números em

vermelho mostram a maior área destinada ao cômodo, e em verde a menor área

do mesmo cômodo, o modelo do 3DK japonês não entraram na comparação dos

tamanhos pelo fato de ser um modelo mínimo.

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Tabela 10 Tabela comparativa de áreas

Fonte: Elaborada pela a autora a partir de m

edição das plantas. O

bs. *Quando os valores das áreas são 0 quer dizer que o am

biente não faz parte do programa da habitação em

questão. ** espaço com

uso não identificado

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A partir da observação da figura 144, nota-se a grande diferença entre as quatro

cozinhas analisadas. Guifú (14,07m²) e Nemasus (22m²) têm cozinhas, no mínimo

o dobro do tamanho das dos conjuntos LiMa ( 7,92m²) e Rue de Meaux (7,17m²).

Interessante ressaltar que cozinhas de conjuntos habitacionais do mesmo país,

Nemasus (Nimes), Rue de Meaux (Paris), tenham áreas tão diferente. Os

apartamentos de Nimes têm cozinha com 22m² e os de Paris 7,17m², confirmando

o que Waswo (2002, p.1) diz quando afirma que apartamentos em grandes centros

são menores que a média nacional.

O modelo 3DK, não pode ser comparado neste quesito pelo fato de sala e cozinha

ocuparem o mesmo ambiente.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

C ozinha

Fig. 144 Gráfico comparativo do tamanho da cozinha dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora

O maior dormitório 1 é o do Nemasus (Nimes), com 20,79m², seguido pelo LiMa

(Berlim) com 17,5 m².O menor dormitório entre os estudos de caso é o do Guifú,

com 9,64m², ainda um pouco menor é o dormitório 1 do modelo japonês 3DK com

9,62 m².

Como se pode observar no gráfico da figura 145, os três menores dormitórios estão

em projetos japoneses e em grandes centros urbanos como Paris. A diferença de

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área entre o maior e o menor dormitório é de 11,15m², este cômodo do Nemasus é

o dobro do Guifú. O 3DK tem dormitório 1 dois centésimos menor que o Guifú,

diferença inexpressiva.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

Dormitório 1

Fig. 145 Gráfico comparativo do tamanho do dormitório 1 dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora

O dormitório 2 do Nemasus também é o maior em sua categoria, 15,92m², e o

menor também pertence ao Guifú, com 9,5m². Ao se observar a figura 146

percebe-se o equilíbrio entre LiMa e Rue de Meaux em relação as áreas.

Diferente da analise dos dormitórios 1, as áreas do Guifu (9,5 m²) é 1,59 m² maior

que a do 3DK (7,91m²). As diferenças entre os dormitórios 1 e 2 estão entre 0,14m²

no caso do Guifú e 4,87m² no caso do Nemasus.

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0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

Dormitório 2

Fig. 146 Gráfico comparativo do tamanho do dormitório 2 dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora Ao se analisar o gráfico da figura 147, percebe-se um relativo equilíbrio entre as

áreas das salas do LiMa (29,47m²), Nemasus (33,5m²) e Rue de Meaux (32,28m²).

A diferença entre os dois conjuntos habitacionais franceses é de apenas 1,22m².

Guifú, o conjunto japonês tem área destinada à sala de tatame, que corresponde

ao espaço de receber do homem ocidental, com 11,5m², quase um terço da área

da maior sala analisada.

O 3DK não oferece dados neste ambiente pelo fato de ter sala combinada com a

cozinha.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

S ala

Fig. 147 Gráfico comparativo do tamanho da sala dos 4 apartamentos analisados. Fonte: Elaborado pela autora

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Ao se observar o gráfico da figura 148, nota-se a grande diferença entre a área do

Nemasus (8,98m²) e a dos outros apartamentos. A segunda maior área é a do Rue

de Meaux com 5,48m², uma diferença de 3,5m² entre o maior e o segundo maior.

Essa diferença é maior do que o espaço destinado a banheiros, no 3DK.

Os apartamentos japoneses são mais uma vez os menores em área, o Guifú com

3,74m² e o modelo 3DK com 2,54m². O Nemasus tem área destinada à higiene 3,5

vezes maior que o 3DK, 2,4 vezes maior que o Guifu. LiMa e Rue de Meaux tem

áreas mais próximas, o primeiro com 5,39m² e o segundo com 5,48m².

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

B anheiro + WC

Fig. 148 Gráfico comparativo do tamanho da soma das áreas de wc e banheiro dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora

A figura 149 mostra gráfico das áreas de circulação, a soma da vertical com a

horizontal, de cada um dos apartamentos. Mais uma vez o Nemasus tem a maior

área, 13,34m², mas desta vez a grande diferença se justifica em parte, pelo fato

deste apartamento ter 2 pavimentos, e portanto há necessidade de área de

circulação vertical.

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A menor área de circulação é o do Rue de Meaux, com 2,6m², e o segundo

colocado o modelo japonês do 3DK com 4,88m². No caso do modelo japonês, se

gasta mais espaço com circulação do que com banheiros (2,54m²). LiMa (8,25m²) e

Guifú (8,28m²) tem áreas muito próximas como se pode observar na figura 137.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

L ima Nemas us R ue deMeaux

G uifú 3DK

C irc ulaç ão

Fig. 149 Gráfico comparativo do tamanho da soma das áreas de circulação dos 4 apartamentos analisados mais modelo 3DK. Fonte: Elaborado pela autora

O hall não será analisado neste segundo período pelo fato de aparecer em apenas

dois dos estudos de casos, apenas no LiMa (2,7m²) e no Rue de Meaux (2,02m²).

As varandas também não pelo fato de não serem essenciais no dia a dia dos

moradores.

Na tabela 11 a baixo, se pode observar o quão representativa é a área de cada

ambiente dentro do total do apartamento, e com isso percebe-se uma escala de

prioridades em relação ao projeto dos apartamentos. Nos gráficos abaixo, as

porcentagens são arredondadas, por esse motivo os números colocados entre

parênteses no decorrer das análises são exatos, sem aproximação.

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Tabela 11 Quadro com

parativo da porcentagem da representatividade de cada côm

odo em relação a área total interna dos apartam

entos. Na tabela as

porcentagens tem 2 casas decim

ais, nos gráficos abaixo os valores são arredondados. O

bs. Nos cam

pos onde os números são 0,0%

é indicado que não há no programa o côm

odo em questão.

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Na tabela 11 observa-se que o ambiente com maior representatividade é a sala em

3 dos 4 estudos de casos, LiMa, Nemasus e Rue de Meaux. Já nos japoneses

Guifú e modelo 3DK, a maior porção da moradia é destinada à varanda e Dinning

Kitchen respectivamente.

A menor representatividade fica normalmente com as áreas destinadas a higiene

pessoal, nos conjuntos Nemasus, Rue de Meaux e 3DK o WC tem a menor

participação e no Guifú o banheiro como um todo. No LiMa o hall é o espaço com

menor área.

Analisando a figura 150 que mostra a representatividade das áreas no conjunto

alemão, LiMa, se observa que a sala, em laranja, representa 30% (30,60%) da

área total do apartamento. Os dois dormitórios representam cada um 18%

(18,17%) e 14% (13,73%), somando 32% (31,9%) do total.

A circulação representa 9% (8,57%), tem maior representatividade do que a

cozinha neste exemplo, com 8% (8,22%). A varanda representa 12% (12,32%) da

área, representatividade alta para ambiente sem função prática. As áreas

molhadas somam algo em torno de 14% (13,82%).

L ima

8% 0%

18%

14%

0%30%

0%6%

9%0%3%

12% 0%0%

C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS

Fig. 150. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto LiMa. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.

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254

Na figura 151 se pode ver o gráfico das áreas do conjunto francês Nemasus. Fica

evidente o predomínio das áreas destinadas à sala, 24% (25,04%) do total e da

cozinha 16% (16,44%). Os dormitórios somam 28% (27,44%) e as áreas molhadas

23% (23,15%). Aproximando um pouco os valores pode-se concluir que um quarto

da área esta reservada aos dormitórios, um quarto para as áreas molhadas, um

quarto para a sala e o restante se divide entre varanda 13% (12,51), circulação 8%

(7,89%) e outros 2% (1,89%).

Nemas us

16%

0%

16%

12%0%24%

1%6%

8%

2%0%13%

0%2%

C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS

Fig. 151. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Nemasus. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.

Na figura 152 observa-se que a sala do Rue de Meaux ocupa 34% (32,84%), a

varanda 24% (24,48%), juntos os dois ambientes somam 58% (57,32%), mais da

metade do apartamento tem área comprometida com espaços para uso social.

As áreas molhadas representam 12% (12,87%), quase um oitavo da área total do

apartamento. Os dormitórios somam 25% (25,1%) um quarto da área total, o

restante, circulação e hall somam 5% (4,71%).

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255

Pela observação do gráfico da figura 152 se percebe que as áreas estão divididas

em 4 setores, varanda, sala, dormitórios e o último bloco com cozinha, banheiro,

WC, circulação e hall.

R ue de Meaux

7% 0%13%

12%

0%

34%

1%4%

3%0%2%

24%0%0%

C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS

Fig. 152. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Rue de Meaux. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.

Logo em uma primeira analise visual do gráfico da figura 153, percebe-se o

destaque da representatividade, no Guifú, da cozinha com 20% (19,84%) e da

varanda com 20% (19,99%). A área destinada a receber fica em terceiro lugar com

16% (16,22%), depois se percebe os quartos, com respectivamente 14% (13,605)

e 13% (13,40%). A circulação chama atenção pela sua representabilidade 12%

(11,68%), isso acontece devido à planta que privilegia a circulação interna e

externa da habitação. Como os apartamentos permitem que se entre e saia sem

passar pela porta principal, os cômodos devem estar um ao lado do outro com

corredores de ambos os lados, um intimo e um comum a edificação.

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256

G uifú

20%

0%

14%

13%0%16%

0%5%

12%

0%0%

20%0%0%

C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS

Fig. 153. Gráfico de representabilidade de áreas do conjunto Guifú. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.

Na figura 154 se pode observar o caso do 3DK, modelo de habitação japonês. A

planta deste apartamento tem algumas diferenças em relação aos 4 estudos de

casos, como a existência de um espaço com a função de sala e cozinha. Este

ambiente de dupla função é o que ocupa maior parte da área do apartamento, 35%

(35,46%). Em segundo e terceiro vem os dormitórios 1 e 2 respectivamente, com

22% (21,67%) e 18% ( 17,82%), somando 40% (39,49%) da área total.

A circulação aparece consideravelmente, já que representa 11% (10,99%), e

quarto colocado em relação à hierarquia de áreas. Depois da circulação vem a

varanda com 8% (8,34%) e por último banheiro e WC que somam 6% (5,72%).

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257

3DK

0%0%22%

18%

0%0%2%4%11%0%0%8%

35%

0%

C OZ. DE S P E NS A DOR M. 1 DOR M. 2DOR M. 3 S AL A* WC B ANHE IR OC IR C UL . c irc . V ert HAL L V AR ANDAS AL A E C OZINHA OUTR OS

Fig. 154. Gráfico de representabilidade de áreas do modelo 3DK. As porcentagens no gráfico não tem casas decimais portanto os valores são arredondados, em alguns casos há a necessidade de se fazer uma compensação dos valores para que a soma do gráfico seja 100%.

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5. CONCLUSÕES

Nos capítulos anteriores foram recolhidas informações gerais sobre os projetos

escolhidos e os modelos propostos tanto pelo governo (2DK e 3DK) quanto pelo II

CIAM (1929). Essas informações todas mostram um panorama da habitação no

século XX, e as diferentes concepções dos projetos dos arquitetos analisados, dos

quais se destaca pontos interessantes projeto:

O Siemenstadt (1927) de Berlim tem uma grande virtude, pois todos os seus

ambientes têm janelas, portanto ventilação e iluminação natural. Além de contar

com a infra-estrutura de uso coletivo como jardim de infância, centro de saúde,

lojas e até mesmo um sistema de calefação. A planta analisada também foi a de

menor tamanho entre os estudos de casos do primeiro período (1900 a 1960),

perdendo apenas para o modelo japonês do 2DK.

O Weissenhof (1927) de Stutgart, foram como um todo, muito importantes como

vitrine das novidades técnicas tanto em relação à construção civil, quanto ao

mobiliário e eletrodomésticos. Mies Van Der Rohe apresentou seu projeto de

habitação na exposição Weissenhof pensando na flexibilidade dos espaços, e para

tal utilizou estrutura metálica de modo que as paredes pudessem ser alteradas de

acordo com as necessidades dos moradores.

O conjunto Soviético do Narkomfin (1928/1930) foi fruto do desenvolvimento de

extensas pesquisas, naquele país, com o objetivo de propor habitações de

dimensão mínimas adequadas. Um dos aspectos mais importantes é a rua

corredor, utilizada como espaço semi-público de distribuição e de acesso aos

apartamentos e infra-estrutura de comércio e serviços, fato este que veio inspirar

Le Corbusier nas ruas internas da sua Unidade da Habitação de Marselha.

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Um dos maiores símbolos da habitação do século passado é a Unidade de

Habitação de Marselha (Marselha - 1947/1953) de Le Corbusier. Mas esta Unidade

não alcançou esse status por ser um apartamento fantástico, e sim por ser um

conjunto habitacional em forma de cidade vertical. O projeto de Le Corbusier tinha

todo tipo de serviços dentro do prédio, inclusive comércio, clube com piscina na

laje de cobertura e restaurante comunitário. Foram estruturados 23 tipos diferentes

de plantas de apartamento, o que permitiu uma grande diversidade de moradores,

desde grandes famílias a pessoas sozinhas. Este projeto é a personificação dos

princípios modernistas (carta de Athenas). Outro aspecto que merece destaque é

que neste projeto foi utilizado o Modulor como padrão de medidas, ou seja, todo o

projeto foi pensado com base nas medidas humanas.

Os modelos do Existenzminimum (II CIAM - 1929) e do 2DK (Japão – 1951) se

mostraram como tentativas de se padronizar a construção de habitação de baixa

renda, criando um programa básico com dimensões mínimas para assegurar um

mínimo de conforto aos usuários. Entretanto observa-se que no segundo período

(1961 A 2000) aparece o 3DK, evolução do 2DK, com os mesmos objetivos. A

grande inovação dos modelos japoneses trouxe a junção do espaço de estar com o

de alimentação e preparo tendência essa que se pode perceber nos dias de hoje

com a difusão da cozinha americana.

Hertzberger em seu conjunto habitacional LiMa (1982/1986) em Berlim, dá uma

outra função para as escadas, que passam a ser locais de convívio. Tal é a

importância da circulação vertical, que o arquiteto projetou uma antecâmara na

entrada das unidades, para que fosse possível que as mães controlassem as

brincadeiras das crianças por meio de janela na cozinha. Outro fato interessante é

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260

que o pátio central não é de uso restrito dos moradores, servindo de área de laser

para a comunidade local.

Jean Nouvel privilegia o espaço no Nemasus (Nimes – 1985/1988), deixando os

acabamentos a cargo dos futuros moradores, economizando em matérias em prol

de ambientes mais espaçosos. O arquiteto ainda se utiliza de materiais

industrializados, como escadas metálicas, divisórias como paredes, portas para

varandas e pisos industrializados para estas. O intuito era diminuir ao máximo os

serviços executados no canteiro de obras.

Renzo Piano elabora o projeto do Rue de Meaux (Paris – 1988/1991) com o

objetivo de tirar o estigma de popular da construção. Para tal utiliza revestimento

cerâmico nas fachadas e pátio central com jardim, sem função de integração social

entre os moradores. O arquiteto diz que (PIANO apud GLA’s Architecture and

Urbanism Unit) que qualidade na arquitetura não é questão de preço.

Guifú (Guifú – 1994/1998), o conjunto habitacional japonês tem como ponto alto a

possibilidade de total liberdade de ir e vir dos moradores de um mesmo

apartamento, as entradas independentes dos cômodos permitem muito mais

privacidade entre os membros de uma família. Outro ponto interessante é a

modulação rígida, 2,80m entre os eixos dos cômodos, sendo o programa da

habitação distribuído entre esses eixos.

Aspecto importante a ser comentado é o fato de todos os estudos de caso serem

fruto de verba governamental. A iniciativa privada não esteve presente em nenhum

dos edifícios analisados no século XX, deixando a cargo do estado a

responsabilidade da produção de moradias de dimensões mínimas.

As tabelas 6 e 9, contém o dimensionamento de cada ambiente dos apartamentos

analisados no 1º período (1900 a 1960) e 2º período (1961 a 2000), a partir delas

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261

pode-se tirar algumas conclusões sobre habitação mínima. Nestas tabelas constam

tanto projetos construídos, estudos de caso, quanto modelos não executados, que

tinham a função de ser apenas um protótipo.

Nos dois períodos determinados, entre 1900-1960 e 1961-2000, a sala representa

o ambiente com maior área, portanto sendo o ambiente que maior conforto

espacial oferece ao morador. Interessante ressaltar que o ambiente da sala não

tem uma função muito definida, pois serve para o convívio dos integrantes da

família, receber convidados, momentos de lazer, descanso, refeições e outros.

Talvez o predomínio deste espaço esteja relacionado com a necessidade por

espaços multifuncionais.

No primeiro período (1900-1960), 3 dos 4 estudos de casos analisados,

Siemenstadt, Weissenhof e Unidade de Habitação têm a sala com maior

representividade dentro da área total do conjunto. No modelo 2DK o ambiente que

mais ocupa espaço, na verdade está diretamente ligado à sala, pois a Dining

Kitchen (cozinha-sala) não deixa de ser uma espécie de continuidade da sala. Por

sua vez o Existenzminimum e o Narkomfin têm como cômodo mais expressivo o

dormitório 1, nesta pesquisa, o dormitório de casal.

No segundo período (1961/2000) a sala é mais representativa em relação à área

total em 3 dos estudos de casos analisados, LiMa, Nemasus e Rue de Meaux. O

3DK tem a Dining Kitchen como maior espaço dentro da habitação, semelhante ao

caso do 2DK retratado anteriormente, a Dinning-kitchen pode ser considerada

também como sala. No conjunto habitacional Guifú o maior ambiente é a varanda.

As áreas destinadas à higiene são as menores em ambos os períodos, sejam elas

ambiente apenas com vaso sanitário (WC) ou banheiro completo, as figuras de 143

a 155 mostram WC e banheiro de todos os estudos de casos e modelos

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selecionados. Quando o WC está próximo ao banheiro, mas separado como um

ambiente independente está circulado em vermelho.

No primeiro período têm o WC como ambiente de menor área o Narkomfin,

Unidade de Habitação e os dois modelos, o 2DK e o Existenzminimum. Em

contraponto Siemenstadt e o Weissenhof, tem respectivamente como áreas menos

representativas a circulação e a despensa, nestes dois conjuntos não existe

espaço separado para WC e banheiro.

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263

BANHEIROS E WC PRIMEIRO PEÍODO (1900 A 1960)

Fig. 155 Planta do banheiro do Siemmenstadt Fonte: Modificada de TEIGE, 2002 p. 203

Fig. 156 Planta do banheiro do Weissenhof Fonte: Modificada de Benévolo, 2006, p. 461

Fig. 157 Planta do banheiro e WC do Fonte:www.archi.fr/DOCOMOMO-FR/Narkomfin (Moscou)-fr.htm Acessado em: 30.04.07

Fig.158 Planta de banheiro e WC da Unidade de Habitação de Marselha Fonte: Modificada de Le Corbusier 1910 – 1965 p. 145

Fig.159 Planta WC do Existenzminimum Fonte: Modificada de BENEVOLO, 2006, p. 497

Fig.160 Planta banheiro Existenzminimum Fonte: Modificada de BENEVOLO, 2006, p. 497

Fig. 161 Planta banheiro 1º modelo do 2DK Fonte: Modificado de WASWO, 2002, p.72

No segundo período apenas o modelo 3DK e dois conjuntos habitacionais dos

estudos de casos apresentam WC separado do banheiro, Nemasus e Rue de

Meaux e. Nos dois projetos a área de WC são as menores em relação ao outros

cômodos. No caso do Guifú o banheiro completo representa o menor espaço do

WC

Lav.

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apartamento, lembrando que na realidade todos os equipamentos do banheiro

deste projeto são separados por portas e permitem uso simultâneo.

BANHEIROS E WC SEGUNDO PERIODO (1961 A 2000)

Fig. 162 Planta banheiro LiMa Fonte: Modificado de BERGEIJK, 1997 p.87

Fig. 163 Planta de WC Nemasus. Fonte: www.cse.polyu.edu.hk/ ~cecspoon/lwbt/Case_Studies/ Nemausus/Nemausus.htm. Acessado em 24/10/2007

Fig. 164 Planta banheiro Nemasus. Fonte: www.cse.polyu.edu.hk/ ~cecspoon/lwbt/Case_Studies/ Nemausus/Nemausus.htm. Acessado em 24/10/2007

Fig. 165 Planta WC e banheiro do Rue de Meaux FONTE: Modificado de BUCHANAN, 2005.

166. Planta banheiro Guifu Fonte: digitalizada pela autora a partir de desenho disponível em: SEJIMA e NISHIZAWA, 2002

Fig. 167 Planta do banheiro e WC do 3 DK Fonte: Modificado de WASWO, 2002, p. 83

O fato dos banheiros, com ou sem WC integrado, serem normalmente as menores

áreas provavelmente são decorrência dos altos custos das instalações hidráulicas

e acabamentos. Não se pode esquecer, que o tempo de permanência dentro de

um banheiro é menor do que os outros cômodos, como dormitórios, cozinha e sala,

não havendo a necessidade de grandes espaços.

Interessante frizar que no primeiro período apenas dois conjuntos não tinham

varanda, o duplex do Narkomfin e o duplex do Existenzminimum. No segundo

período todos os apartamentos passam a ter varanda, mostrando a importância

WC

chuveiro lavatório

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deste espaço. A representatividade da varanda varia entre 3,72% (Weissenhof) e

14,41%(2DK) no primeiro período e entre 8,34% (3DK) e 24,48% (Rue de Meaux)

no segundo período.

No gráfico abaixo, fig. 156 se pode observar que alguns cômodos desapareceram,

outros aumentara suas áreas, outros diminuíram. A cozinha teve um ganho

significativo em relação à área, sendo que a média do primeiro período era de

6,06m² e passou a ser de 10,23m² no segundo período, um ganho de 4,17m². A

despensa aparecia em apenas um dos estudos de casos, o Weissenhof, este

cômodo desapareceu através dos tempos. O dormitório 1 foi um dos poucos

ambientes, que se mantiveram no programa das habitações atuais, que teve um

decréscimo em relação à área, passou de 17,06m² para 14,05m². O dormitório 2

teve um discreto aumento, de 11,40m² para 11,70m². O dormitório 3 presente

apenas na Unidade de Habitação de Marselha desaparece no segundo período. A

sala também cresceu, passando de 19,33m² para 21,35m². Os WC também têm

uma diminuição de áreas, passam de 0,70m² para 0,61m². O banheiro teve um

discreto acréscimo de área, de 4,39m² para 4,61m². A circulação horizontal teve

uma inexpressiva diminuição de seu espaço em 0,05m², e a vertical de 0,92m².

Mas essa pequena diminuição na circulação vertical não é indicio de uma

tendência de se construir em um só pavimento, muitos dos conjuntos analisados no

segundo período apresentavam plantas de um ou mais pisos. O Hall aparecia em

boa parte dos conjuntos analisados (estudos de casos e modelos) no primeiro

período, apenas dois não apresentavam já no segundo período o hall só aparece

em dois dos estudos de casos, conseqüentemente há uma diminuição da área de

0,98m. No gráfico da figura 156 percebe-se um crescimento considerável da área

da varanda, esta passa de 5,09m² para 14,11m², mesmo sendo uma área sem uso

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indefinido, este foi o ambiente cuja área teve um maior acréscimo, de 9,02m². As

varandas são um resquício das casas, com seus quintais, talvez esteja no

saudosismo o sucesso das varandas. As salas cozinha aparecem apenas nos

modelos japoneses 2DK e 3DK, mas se pode notar pelo gráfico da figura 156 que

houve um aumento considerável de área, 8,16m², aumento menor do que o da

varanda. A categoria outros diminuiu sensivelmente, 0,10m², fato ocorrido pelo fato

de se estar cada vez mais próximo de um programa essencial da habitação, não

havendo espaço para cômodos sem função prática.

0,005,00

10,0015,00

20,0025,00

COZ.

DE S PE NSA

DORM

. 1

DORM

. 2

DORM

. 3

S AL AW

C

BANHE IRO

C IRC UL .

c irc. V

ert

HALL

VAR ANDA

S AL A E C

OZ INHA

OUTR OS

1º P eríodo 2º P eríodo

Fig. 168 Gráfico com a média das áreas em metro quadrado por ambiente no 1º período (1900 a 1960) e no 2º período (1961 a 2000) Fonte: Elaborado pela autora com base nas tabelas 7 e 10

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QUADRO COM AS MÉDIAS DE ÁREAS POR PERIODO

PERÍODOS 1º Período 2º Período AMBIENTES COZ. 6,06 10,23 DESPENSA 0,32 0,00 DORM. 1 17,06 14,05 DORM. 2 11,40 11,70 DORM. 3 2,80 0,00 SALA 19,33 21,35 WC 0,70 0,61 BANHEIRO 4,39 4,61 CIRCUL. 6,96 6,91 circ. Vert 1,48 0,56 HALL 1,92 0,94 VARANDA 5,09 14,11 SALA E COZINHA 7,58 15,74 OUTROS 0,61 0,51 TOTAL* 78,1 85,59

Tabela 12 – Planilha elaborada pela autora com base nas tabelas 7 e 10. * A área total média das unidades do primeiro e segundo períodos não levaram em consideração as Sala cozinha dos modelos japoneses.

Com os dados oriundos das tabelas 7 e 10 se construiu a tabela 12 com as médias

das áreas dos ambientes separados pelos 2 períodos. Ao se observar os aumentos

e diminuições de áreas, pode-se concluir que o programa está se adaptando às

necessidades do usuário e possibilidades do mercado da construção civil.

Observando a tabela 12, se percebe que existem 8 ambientes que tiveram suas

áreas diminuídas, e 6 que foram aumentadas, mas no total houve um acréscimo de

área das moradias de 7,49 m², 9,59% de aumento nos últimos 40 anos do século

XX.

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268

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