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Um Rito Oculto num Colina Sagrada 1 História, Tradição e Simbolismo Hugo M. D. Martins Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa Colina Sagrada Colina Sagrada Colina Sagrada Colina Sagrada Hugo M. D. Martins 2009-04-10

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Um Rito Oculto num Colina Sagrada 1

História, Tradição e Simbolismo Hugo M. D. Martins

Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa Um Rito Oculto numa

Colina SagradaColina SagradaColina SagradaColina Sagrada

Hugo M. D. Martins

2009-04-10

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História, Tradição e Simbolismo Hugo M. D. Martins

INDÍCE

1. Um Teatro, Uma Casa e um Largo… 3 2. Um Rito Ocultamente Público 4 3. O Rito Escocês Antigo e Aceite 5 4. Descrição do simbolismo de cada imóvel 8

4.1. Largo Raphael Bordalo Pinheiro 8 4.2. Teatro da Trindade 8 4.3. Casa Maçónica 10 4.4. Relação entre os Três e seu Significado 13

5. Conclusão 16 Bibliografia Anexos

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1. Um Teatro, Uma Casa e um Largo… Como quem vem do tão visitado, admirado e fotografado Largo do Carmo com o seu majestoso Convento do Carmo, através da Rua da Trindade, depara-se com uma casa um tanto ou quanto curiosa do resto das habitações que se encontram à sua volta. Esta apresenta uma arquitectura com cerca de três andares onde cada um apresenta duas figuras mitológicas associadas a um pilar social ou a elementos da natureza (como veremos mais á frente). No cimo da casa, temos um simbolismo caracteristicamente maçónico com o seu delta e o olho interior sobreposto numa estrela de oito pontas (com um efeito “cristalino” – devido a outras estrelas subpostas a esta) e ambos os constituintes inseridos num círculo. Possivelmente, talvez seja esta uma das razões para que a casa desperte tanta curiosidade nos turistas que se encaminham do Largo do Carmo na direcção do Teatro da Trindade. O Teatro da Trindade, datado já do século XIX com a sua arquitectura tipicamente Italiana, não deixa de encher o olho com a sua beleza e magnificência, apesar dos seus sinais tempo já se começarem a manifestar, magnetiza a nossa atenção por uns instantes (e nos turistas mais uma bela fotografia para recordação) a sua envergadura mas também, e especificamente, as siglas que se encontram no seu topo bastante (ou até demasiado) bem desenhadas com toda a perfeição e requinte exigidos. Num ponto mais ou menos entre médio destes dois imóveis, encontra-se à esquina uma placa também ela bastante requintada (em relação às restantes placas à sua volta), indicativa do nome do largo que se arquitecta transversal à rua da Trindade, o Largo Raphael Bordalo-Pinheiro. Personalidade da sociedade portuguesa do século XIX, foi um homem das artes entregando a sua vida ao Teatro, Literatura, Jornalismo, Desenho, entre outros. Apesar do seu trabalho e obra terem sido vastas, foi neste último que ficou imortalizado no povo português, com a sua cómica e também representativa caricatura do Zé Povinho.

Neste momento o leitor deverá estar a perguntar, por que razão estou a referir estas estruturas constituintes de uma zona bastante bonita e visitada da bela Lisboa. Contudo, a minha resposta será através do lançamento de outras questões que servirão de guia para a nossa pequena viagem desta zona (à partida) de passagem. Haverá alguma relação com estes três elementos? Se não há porque existe tanto interesse numa casa que não é propositadamente um local turístico, mas que suscita tanta atenção na sua “apresentação” externa com figuras míticas e símbolos? E porque é que os têm? E o Largo Rafael Bordallo-Pinheiro, terá sido baptizado naquele local devido apenas a este ter sido uma figura ilustre do teatro português ou haverá mais alguma razão? É isso que vamos tentar responder.

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2. Um Rito Ocultamente Público

Os três imóveis referidos anteriormente, segundo a minha interpretação estabelecem uma relação estrita que remonta ao século XIX, pois as suas origens de construção ou de homenagem (no caso da placa a Bordallo-Pinheiro) direccionam para esse período. Contudo, do ponto de vista geográfico na sua localização, quando traçamos a união entre os três pontos, nasce uma figura geométrica peculiar, um triângulo ou para quem quiser um Delta. No entanto, este aspecto também parece ser comprovado pela própria rua onde se localiza a “Casa Maçónica”, a Rua da Trindade (Tri-ndade), que caracteriza a Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - mas que neste caso representa também uma outra tríade específica relacionada com a primeira referida, que analisaremos mais à frente.

Por conseguinte, tendo em conta a referência da “Casa Maçónica” e seus símbolos, como o triângulo ou delta que podemos verificar na união dos pontos geográficos de cada imóvel, parece indicar que estes não se encontram no local de forma aleatória e que uma relação entre eles parece coexistir, contudo de forma oculta ou esotérica. Segundo toda a análise que realizei no campo, no que toca à localização geográfica, simbolismo presente (que será analisado posteriormente) e registo histórico dos imóveis, levou-me a colocar a hipótese que esta relação existente entre os três caracteriza um Ritual Maçónico bastante antigo (entre outras coisas), mais especificamente o Rito Escocês Antigo e Aceite, que neste período era o que estava institucionalizado pela Maçonaria Portuguesa.

FIG.1 – Rua da Trindade FIG.2 – O Delta (formado pelos três

imóveis). Imagens de Satélite

representando os imóveis

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3. O Rito Escocês Antigo e Aceite

Para compreendermos melhor a razão pela qual coloco esta minha hipótese, é necessário primeiro de tudo compreendermos o que é a Maçonaria e como é que esta se implantou em Portugal.

A Maçonaria é oriunda indirectamente da Tradição Templária, a chamada Maçonaria Operativa que foi caracterizada durante a idade média pelos Monges-Construtores, responsáveis pela construção de enormes e belas igrejas pelo Mundo inteiro. Contudo, o grande ideal Maçónico não se prendia única e exclusivamente à construção de grandes edificações, mas sim à operatividade que o Templarismo se propunha a nível espiritual. A Maçonaria era pois uma operância da matéria e o Templarismo destinava-se à Espiritualidade. Esta era a matriz dos Monges-Construtores que ao trabalharem a pedra bruta na edificação externa de uma igreja, estavam ao mesmo tempo a construir o seu próprio Templo interno. Neste contexto, temos então a verdadeira função psico-social da maçonaria: a operação da regeneração mental e moral do homem levando-o a lapidar a sua pedra bruta (personalidade) em uma pedra cúbica pontiaguda, de forma a tornar uma sociedade mais Justa e Perfeita. Foi assim que a maçonaria ficou denominada como a Arte Real.

Os Monges-Construtores estavam organizados em Confrarias que tinham íntima ligação com a Ordem do Templo. Não só acompanharam os Cavaleiros Templários como corpo de ofício especializado, encarregado das construções e fortificações, como, após a dissolução do Templo, por força da Inquisição, serviram de abrigo a muitos Cavaleiros que em seu seio se refugiaram. Dessa forma, a ligação da Maçonaria com a Ordem do Templo tornara-se inegável, não apenas na qualidade de iniciadora, mas também como depositária das principais tradições. No entanto, ao que indicam vestígios de agrupamentos profissionais, as origens da Maçonaria leva-nos aos Gregos - heterias, dionisianos - aos Egípcios e até por alguns defensores, à Atlântida. Após a queda de Roma ocorreram muitas perturbações na ordem social e o que restou das Confrarias integrou-se nas Ordens Monásticas que, então, multiplicavam-se no mundo cristão. Os fortes muros dessas instituições ofereciam um refúgio seguro para a manutenção da tocha das artes e ciências, onde permitiram aos Construtores escapar à repressão e circularem com liberdade. Aos poucos a crescente paz da segurança material e a migração dos artífices permitiram que as fraternidades de Mestres Construtores se reagrupassem. Cada Corporação tinha uma sede na qual os artífices se reuniam em determinados dias para confraternizar, unidos por sentimentos de intensa solidariedade. Ai faziam presididas pelo Mestre da Confraria, refeições em comum cujo sentido religioso era incontestável. Segredos da Arte de Construir eram transmitidos e zelosamente guardados. Sua reputação como Construtores fez com que fossem requisitados pelos nobres da época. Para os Antigos Construtores o trabalho tinha um carácter sagrado, porque simbolizava a criação dos seres e das coisas pela Divindade. Deste modo eles trabalhavam nos canteiros ou nas Lojas, onde somente pessoas da profissão eram admitidas e os segredos da Arte, ou também designada Arte Real, de Construir eram transmitidos de Mestre a Aprendiz. Para além disso, as magníficas catedrais foram e ainda são o Verdadeiro Livro Esotérico da Sabedoria no qual os Mestres daquele tempo inscreveram, ocultos nos símbolos, o Conhecimento herdado dos Mistérios da Antiguidade. Durante a construção desses monumentos os membros reuniam-se para trabalhar na pesquisa metafísica e nos ensinamentos filosóficos. Esta transmissão de conhecimentos estabeleceu, o que ainda hoje é

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representado simbolicamente pela Maçonaria Azul, os três primeiros Graus fundamentais: Mestre – Companheiro – Aprendiz. O fim do grande período "operativo" da construção marcou o início do trabalho "especulativo". Em 1717, a Maçonaria Operativa oriunda dos Monges-Construtores sob as Confrarias ou Lojas de São João, seria ressurgida sob uma nova maçonaria através da Grande Loja de Inglaterra, a Maçonaria Racional ou Especulativa, influenciadora da criação do Rito Iorque (Inglês) que mais tarde evoluiu para o Rito Escocês Antigo e Aceite, como também dará origem ao Rito Francês da Franco-Maçonaria. Em 1774, o Grande Oriente Francês, dentro da Maçonaria Especulativa intitulou-se de Franco-Maçonaria remetendo-se à Arte Real como era chamada originalmente, visto intitular-se como a detentora dos segredos Misteriosos da Antiguidade que se haviam perdido ao longo dos séculos, remontando às verdadeiras origens da Maçonaria Operativa. O próprio termo franc mason estaria na origem do nome Franco-Maçonaria pois retrata a liberdade, que os Monges-Construtores, tinham ao pagamento de impostos ou influência de regulamentação pelo rei ou município local, quando eram solicitados a trabalhar na construção de uma igreja. Em Portugal a Maçonaria teve as suas origens desde o século XIV, quando em 1383 D. João I, como Grão-Mestre da Ordem de Avis, haveria de criar a Casa dos 24 como uma forma de homenagear as diferentes corporações de ofícios (ou mesteres) que o haviam apoiado até então, estabelecendo assim a promoção de dois representantes tivessem um lugar de destaque na Câmara de Lisboa. A Casa dos 24, através da criação de confrarias ou irmandades teve uma grande influência na vida religiosa e assistencial da época, sendo responsável pela construção de igrejas, pequenos hospitais e de ajuda a viúvas, órfãos, peregrinos e pobres. Ao que tudo indica, esta tinha membros, pertencentes às ditas irmandades ou confrarias, que seriam oriundos à Maçonaria Operativa. Este facto, aparece como uma evidência na fachada da igreja de S. José (sede da irmandade ou confraria de Pedreiros e Carpinteiros) em Lisboa, apresentando símbolos referentes à Arte Real, como o maço, o esquadro, o fio-de-prumo, entre outros.

O declínio da Casa dos 24 estabeleceu-se apenas no século XVIII, após o atentado a D. José I em 1758, e o seu fim seria definitivo no século XIX em 7 de Maio de 1834. Contudo, o seu fim não seria a extinção dos mestres que detinham o conhecimento oriundo da Maçonaria Operativa, pois esta estabeleceria ligações no século XVIII com a primeira loja maçónica Portuguesa, a Casa Real dos Maçons Lusitanos. Esta loja situada no Beco dos Açucares, no Cais de Sodré foi fundada em 1733 por um escocês, George Gordon. Durante o tempo de actividade esta Loja Maçónica teve figuras ilustres como por exemplo o arquitecto e engenheiro húngaro Carlos Mardel (tendo sido uma figura preponderante na reconstrução de Lisboa após 1755), e tinha como eleição um rito específico, o Rito Simbólico Regular.

Nos finais do séc. XVIII, mais especificamente em 1797, a estadia em Portugal de um contingente britânico, a bordo da fragata “Fénix”, onde trabalhavam algumas lojas exerceu grande impacto no desenvolvimento da Ordem, onde em 1802 foi criado o Grande Oriente Lusitano, reconhecido pela Grande Loja de Londres. Contudo, após a invasão e retiradas das forças napoleónicas em território português, ocorrem divisões dentro do grande Oriente Lusitano formando-se assim em 1869 o Grande Oriente Lusitano Unido, em 1882 a

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Grande Loja de Portugal, 1889 o Grémio Português e em 1897 o Grande Oriente de Portugal. Actualmente, ainda obedientes à Franco-Maçonaria Especulativa, temos o Grémio Oriente Lusitano (seguindo ainda o Rito Escocês Antigo e Aceite) e a Grande Loja Regular (desde 1991). Oriunda da Estrita Observância tem a Maçonaria Regular com suas diferentes lojas.

No que diz respeito aos diferentes Ritos Maçónicos ao longo dos séculos de maçonaria portuguesa estes sempre foram alterando-se consoante as diferentes fracções maçónicas que se criaram até aos dias de hoje. Em relação ao século XIX, sendo este o que nos interessa debater, segundo Oliveira Marques tivemos os seguintes Ritos: o Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo e Aceite, o Rito de Heredom, o Rito Eclético Lusitano e o Rito de Adopção.

Relativamente, ao Rito Escocês Antigo e Aceite o mesmo autor afirma o seguinte:

O Rito Escocês Antigo e Aceite foi introduzido em Portugal em 1837, ao nível dos três

primeiros graus:. Deveu-se à Grande Loja de Dublin (Irlanda), que instalou em Lisboa,

nesse ano, a loja Regeneração I:. No conjunto dos 33 graus, o Rito Escocês surgiu três anos

mais tarde, sob a chefia de Silva Carvalho e da loja Fortaleza, que constituíram o chamado

Grande Oriente do Rito Escocês, conseguindo, em 1841, autorização para erigir um

Supremo Conselho:. Neste mesmo anos de 1841, o Grande Oriente Lusitano introduziu o

Rito em algumas das suas lojas, criando, pouco depois, um segundo Supremo Conselho:. O

Rito Escocês Antigo e Aceite penetrou ainda no Grande Oriente de Portugal (1849), na

Confederação Maçónica Portuguesa (após 1849), no segundo Grande Oriente Lusitano

(1859) e, evidentemente, no Grande Oriente Português (1867):. Apesar da manutenção e

consolidação do Rito Francês foi, sem sombra de dúvida, o Rito com maior dinamismo e

força expansiva nos meados do século XIX, registando aumentos contínuos e consistentes no

número de lojas que agrupava:.

Contudo, de todos estes ritos supracitados porque haveríamos de estar a reflectir perante o Rito Escocês Antigo e Aceite quando muitos outros ao longo deste século também existiram? Simplesmente porque os Rito Francês e Escocês Antigo e Aceite foi o que perdurou mais tempo ao longo do século XIX. Facto esse que o autor Oliveira Marques também afirma: Diga-se desde já que o primeiro e o terceiro (Rito Francês e Escocês Antigo

e Aceite) predominaram, a grande distância, sobre os quatro outros.

Assim, a minha hipótese relativa ao Rito Maçónico na freguesia do Sacramento, mais especificamente na Rua da Trindade, ganha mais consolidação visto sido este o Rito que estava em maior predominância em Portugal, na altura de construção dos imóveis referidos anteriormente (o Teatro, “Casa maçónica” e Largo Bordallo-Pinheiro)

Contudo, para além do aspecto histórico dos ritos maçónicos do século XIX, também temos presentes símbolos que comprovam ainda mais esta teoria. Vamos analisá-los em pormenor.

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4. Descrição do simbolismo de cada imóvel

A explicação seguinte serve apenas para fundamentar mais ainda a minha hipótese sendo esta, como é óbvio, susceptível de ser questionada, revista e até melhorada para quem quiser aceitar os factos que apresento.

4.1. Largo Raphael Bordalo Pinheiro

Rafael Bordalo-Pinheiro, figura ilustre do século XIX, foi homem de inúmeras artes nomeadamente do Teatro. Este facto apresenta assim um elo de ligação entre o Largo e o Teatro (LARGO-TEATRO). Na verdade, este dentro dos três referidos, acaba por ser o ponto fulcral ou até principal da relação entre todos. Isto porque, Bordallo-Pinheiro, para além de uma figura bastante conhecida e activa da sociedade portuguesa do século XIX era pertencente à Maçonaria existente neste período. Este facto, é o ponto de viragem na relação do Largo com a “Casa Maçónica” (LARGO-CASA MAÇONICA) e por sua vez a união de dois pontos (Teatro e Casa maçónica) num só ponto (Largo) estabelecem obrigatoriamente uma ligação entre si, perfazendo geometricamente o triângulo ou delta que referenciei anteriormente (LARGO-TEATRO-CASA).

4.2. Teatro da Trindade

O Teatro da Trindade, é um modelo arquitectónico estilo italiano do arquitecto Miguel Evaristo de Lima Pinto, que data desde 1867, como outros teatros que foram construídos durante o século XIX, como por exemplo o Teatro D. Maria II em 1845.

O simbolismo que analisei neste imóvel prendeu-se com a parte superior do edifício, mais especificamente, a forma das iniciais e itens que se situam à volta delas, e inclusive as duas janelas que se encontram à direita e esquerda respectivamente.

Assim, obtive a seguinte correspondência simbólica:

FIG.3 – Largo Rafael Bordallo-Pinheiro

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LEGENDA:

1. Coluna Bohaz 2. Coluna Jakin 3. Acácia 4. Livro Sagrado 5. Régua e Esquadro (intersecção) 6. G (G.rande A.rquitecto D.o M.undo) 7. 3 Candelabros (3 chamas)

Não sendo minha intenção explicar exaustivamente o significado simbólico de cada um dos elementos, apenas limito-me a salientar que todos estes elementos existem no interior de qualquer Loja Maçónica. Assim, temos as duas Colunas que fazem referências às colunas do Templo de Salomão, a Acácia que deve-se fazer sempre presente em toda a cerimónia visto possuir um significado muito forte na Maçonaria (flor da Iniciação e da Imortalidade), a Régua e o Esquadro que entre muitas coisas representam na sua base o elemento Activo (Homem) e o Passivo (Matéria) encontrando-se sempre em cima de um Altar Triangular (FIG. 5) onde também está o Livro Sagrado (que pode ser a Bíblia, o Corão, etc). À frente deste altar temos um outro altar onde se encontra um membro da hierarquia maçónica – o Venerável Mestre – e também o grande Delta com o Olho no seu interior (FIG.5), representando o G.A.D.U. Entre estes dois altares é presente um candelabro com uma vela acesa (representando a “Chama Eterna” ou o “Fogo Sagrado”), dando aqui o beneficio da dúvida se o pé do candelabro que está no símbolo do Teatro da Trindade é este ou é as três velas (FIG.5) que se encontram no Altar Triangular devido ao símbolo se assemelhar a três chamas. Contudo, está implícito que este elemento é a representação de um dos objectos que estão presentes numa Loja Maçónica.

FIG. 4 – Simbolismo do Teatro da Trindade

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No entanto, a questão que surge é a seguinte: Seria Miguel Evaristo de Lima Pinto um Maçom? De acordo com a minha pesquisa não encontrei nenhuma referência a tal, contudo não deixa de ser interessante, que o grande escritor Eça de Queirós refira no seu tão aclamado romance, Os Maias, inúmeras vezes o Teatro da Trindade e inclusive um dos pontos fundamentais no desenrolar da história, mais precisamente na trágica revelação das cartas que demonstram que Maria Eduarda era irmã de Carlos da Maia, passar-se exactamente após o sarau de beneficência que tinha decorrido no Teatro da Trindade. Seria este aspecto apenas porque o Teatro neste período tinha uma grande importância na sociedade portuguesa? Caso o caro leitor não saiba, Eça de Queiroz também era Maçom!

4.3. Casa Maçónica

Este imóvel, teve a sua inauguração em 1325 sendo utilizado como casa da Ordem da Santíssima Trindade, oriunda dos finais do século XII sobe a protecção da Rainha Santa Isabel, e afectada pelo terramoto de 1755. Após o restauro, viria a ser loteada e posta à venda em consequência da supressão do convento em 1834.

Nesse ano, foi instalada neste local a Fábrica de Cerveja da Trindade e que em 1836, aproveitado o local que servia de refeitório aos frades, a Cervejaria Trindade, que chegou a ser a cervejaria da Casa Real transformando-se numa referência da vida boémia da altura, e a cervejaria mais antiga do país. Posteriormente, as empresas fundadoras da Central de Cervejas compraram a Fábrica e a Cervejaria da Trindade onde património constituiu em 1935 a Cervejaria Trindade, actualmente um dos mais distintos restaurantes da cidade.

A compra do edifício, seria realizada pelo capitalista galego e maçom assumido, Manuel Moreira Garcia, em 1836 a Joaquim Peres, o primeiro detentor do imóvel, em 1834 em hasta pública. Em 1863, encomendaria a Luís Ferreira, uma belíssima fachada de azulejos com inspiração maçónica, da qual também constituiriam os painéis da cervejaria.

FIG. 5 – Interior de uma Loja Maçónica

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No seu exterior, esta contém um grande número de símbolo maçónico, representado através de um trabalho rico em azulejos que estabelece uma originalidade do ponto de vista estético à arquitectura em si (visto representar receptáculos com estátuas “fictícias”). Trata-se de uma exaltação do gosto popular, numa aproximação ao movimento do arts and crafts, tão caro ao espírito romântico, extremamente bem conseguido. Estes azulejos feitos por encomenda tinham como objectivo prestigiar a casa do seu morador e eram feitos para um projecto arquitectónico específico (prática oriunda de emigrantes endinheirados vindos do Brasil). Contudo, muitas destas encomendas não se encontram assinadas (não sendo o caso desta), denotador que esta era feita por uma clientela exclusiva, retratando assim a pouca importância dada nesse período aos pintores de azulejos.

No entanto, o autor responsável pela azulejaria existente neste imóvel tem como nome já referido, Luís Ferreira (1807-1870), mais conhecido por “Ferreira das Tabuletas” tendo sido uma grande referência do azulejo em Portugal e director artístico da Fábrica Viúva de Lamego. O seu trabalho, cobre inúmeras fachadas de casas existentes em Lisboa, caracterizadas por símbolos maçónicos e jacobinos, elementos neoclássicos, traços barrocos, alguma chinoiserie e elementos naturalistas, como a representação alegórica dos 4 elementos, terra, água, ar e fogo.

O imóvel apresenta três andares com várias janelas e duas varandas (a partir do segundo andar no sentido ascendente), terminando com a forma em triângulo no seu topo. Tem representado cerca de quatro figuras mitológicas (duas gregas e duas romanas) associadas a um pilar social e duas figuras naturalistas. Para além disso, no topo está desenhado o Delta (Resplandecente) com o Olho (do Supremo Arquitecto) no centro sobre várias estrelas sobrepostas (sol raiado – alusão à própria Maçonaria ou Maha-Sun, “Grande Luz”), símbolo claramente Maçónico. Na análise que realizei, toda a casa é representativa do Rito Escocês Antigo e Aceite como também da própria estrutura base da Loja Maçónica. Tal como referenciei anteriormente na simbologia do Teatro da Trindade, onde este representava as Colunas Maçónicas (referentes ao Templo de Salomão) e ao Altar Triangular ou do Juramento (pois é lá que o maçom presta os seus juramentos durante a cerimónia), também o topo da “Casa Maçónica” é representativa do segundo Altar onde está o Olho dentro do Delta (FIG. 5). No fundo, esta é a continuação simbólica do Teatro da Trindade. Para além disso, o rectângulo que a casa forma mais na zona central, poderá representar toda a parte central da Loja (onde se situam os representantes da hierarquia maçónica) e as zonas laterais desta, uma representação das alas esquerda e direita que na maçonaria designam de “Coluna do Norte” e “Coluna do Sul”, respectivamente (onde se situam os assistentes, Aprendizes e Companheiros), completando assim toda a arquitectura de uma Loja Maçónica.

Relativamente ao Rito, o terceiro grau da Maçonaria Simbólica – o Grau de Mestre – está simbolizado nos três andares que possui na sua arquitectura, tal como nas três estrelas de seis pontas (representativa da junção entre o esquadro e o compasso, logo identidade maçónica aqui patente) que existem em cada varanda, e a cabeça de leão (e a garra do leão ou garra do maçom, designa simbolicamente a ressurreição de Hiram Abiff, o arquitecto fenício do Templo bíblico do rei Salomão) conotando-a exactamente com o número três e caracterizando o terceiro grau maçónico . Inclusivamente, no nível superior, as alas esquerda e direita destas como foi descrito anteriormente, existem de

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uma forma muito peculiar e quase desapercebida ao olho, duas caras olhando uma para outra de cada extremo. No entanto, esta simetria não é exactamente igual, visto apresentarem diferenças estéticas, pois a da esquerda é uma cara jovem, enquanto a da direita uma cara mais idosa. Isto poderá também ser elucidativo de todo o ciclo de iniciação até ao mais alto nível, desde o primeiro até ao ultimo grau, do Aprendiz até ao Soberano Grande Inspector Geral (ANEXOS).

LEGENDA:

1. Água 7. Delta com Olho – G.A.D.U. 2. Terra 8. Cara Nova 3. Atena – Indústria 9. Cara Idosa 4. Hermes – Comércio 10. Estrela de seis pontas 5. Minerva – Ciência 11. Símbolo Heráldico de Moreira Garcia (e da Ordem 6. Ceres – Agricultura Trinitária)

FIG. 6 – Casa na Rua da Trindade com grande simbolismo maçónico

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4.4. Relação entre os Três e seu Significado Após a análise simbólica descrita anteriormente, resta-nos perceber a relação geral que todo o conjunto histórico-geográfico e arquitectónico-simbólico estabelece na hipótese colocada.

a) Delta Iniciático

Voltando ao triângulo formado pelos três pontos geográficos, o seu simbolismo na Maçonaria está associado ao Delta Iniciático mas também segundo Vítor Manuel Adrião, à “Terceira Hipóstase Logoidal”. Ao que tudo indica o delta iniciático ou a “abreviatura pontiaguda” foi tardiamente utilizado pela Maçonaria Especulativa no século XVIII, contudo esta abreviação advém já da idade média oriunda dos Monges-Construtores pertencentes às Confrarias Companharis medievais, atribuindo a este um significado séptuplo e passo a citar o autor referido:

De facto, nas Confrarias Companheiris medievais, a tripontuação pertencia

exclusivamente ao Mestre Obras, com um significado séptuplo que agora revelo

pela primeira vez:

1 – A Terceira Pessoa da Trindade

2 – Céu, Terra e Inferno

3 – Espírito, Alma e Corpo

4 – Sacerdote, Guerreiro e Povo

5 – Mestre, Companheiro e Aprendiz

6 – Altura, Comprimento e largura

7 – Pedra Pontiaguda, Pedra Cúbica e Pedra Bruta

Nos pontos que destaco a negrito da citação do autor Vítor Manuel Adrião, é mais uma confirmação da relação estrita entre os três imóveis e o seu significado bastante bem definido e comprovado no local onde estes se encontram.

CASA MACÓNICA – MESTRE – PEDRA CÚBICA PONTIAGUA

TEATRO DA TRINDADE – COMPANHEIRO – PEDRA CÚBICA

LARGO RAPHAEL BORDALLO-PINHEIRO – APRENDIZ – PEDRA BRUTA

b) A Rua da Trindade – Santíssima Trindade

Percebendo já que os três pontos imóveis representam a Maçonaria Azul ou Lojas Simbólicas (Aprendiz, Companheiro e Mestre), a Rua da Trindade também têm aqui uma função muito importante na tríade - Aprendiz, Companheiro e Mestre – pois é esta, como representativa da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a responsável pela iniciação do Aprendiz e da evolução deste perante os graus seguintes. Sabendo-se que os graus maçónicos não se regem apenas como uma cerimónia caracterizada por sinais e senhas-passes, mas sim por uma verdadeira transcendência do ser, a evolução ao longo dos graus é uma realização individual e também colectiva que envolve o desenvolvimento da Personalidade e do Espírito

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do indivíduo, através exactamente da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Estabelecendo-se assim a seguinte associação:

PAI – MESTRE – ESPIRÍTO

FILHO – COMPANHEIRO – ALMA

ESPIRÍTO SANTO – APRENDIZ – CORPO

Pois, o Aprendiz como Personalidade deve organizar a vida física e aprender a dominar as suas emoções, como Espírito desenvolver a Inteligência Activa no corpo Mental Superior, sob a influência da TERCEIRA PESSOA ou ESPÍRITO SANTO. O Companheiro, como Personalidade deve organizar a vida emocional e aprender a dominar a sua mente, como Espírito desenvolver o Amor Espiritual no veículo Intencional, sob a influência da SEGUNDA PESSOA ou FILHO. O Mestre, como Personalidade deve organizar a vida mental e desenvolver-se nos Planos Superiores, como Espírito desenvolver o estado Nirvânico ou Vontade Espiritual, sob a influência da PRIMEIRA PESSOA ou PAI.

O Espírito, a Alma e o Corpo é a relação que cada imóvel, na sua relação que caracteriza o Delta Iniciático estabelece com a Santissima Trindade

c) Os 30 Graus Filosóficos

O Rito Escocês Antigo e Aceite inicialmente apresentaram apenas sete graus, passando posteriormente a vinte, de seguida a trinta e dois e finalmente, em 1758, trinta e três graus (ver em ANEXOS, todos os graus que constituem o rito). Ora bem, como já vimos que a Loja Simbólica ou Azul já está implícita em cada imóvel (1º, 2º e 3º grau), resta perceber onde estão os restantes 30 graus do Rito Escocês Antigo e Aceite? Estes simplesmente estão simbolizados no número da porta de entrada que dá acesso à via pública da “Casa Maçónica”, que é nada mais, nada menos que o número 30 como podemos verificar na imagem.

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Portanto, podemos dizer que desde a localização geográfica dos imóveis, da “Casa Maçónica” se situar na Rua da Trindade e da própria forma real dos imóveis (Casa Maçónica – cubo e um triângulo; Teatro – Cubo; Largo – Solo, sendo este elucidativo do material bruto, pedra bruta vinda do solo) e o simbolismo existente em cada um, temos uma confirmação pura que o local foi estrategicamente pensado e idealizado para o sentido iniciático que todo o ideal maçónico pretende – o trabalho sobre a pedra bruta (homem) levando ao seu aperfeiçoamento.

FIG.7 – Número 30 da porta de entrada, representativo dos 30 Graus do Rito Escocês

Antigo e Aceite

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5. Conclusão

No sentido de compreender-se a globalidade de todos os factores enunciados, seu significado e a relação que estabelecem, torna-se útil resumi-los de uma forma sistemática e analítica. Assim, obteremos através dois grandes veículos de síntese de todos os factores – Histórico/Geográficos e Arquitectónico/Simbólicos – a seguinte tabela:

FACTORES SIGNIFICADO

Histórico-Geográficos

Século XIX:

⇒ Rafael Bordallo-Pinheiro (1846-1905)

⇒ Teatro da Trindade (1867)

⇒ “Casa Maçónica” (1834 – loteada e comprada)

Rua da Trindade:

⇒ Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo

⇒ Carácter Iniciático e Evolutivo do Rito Maçónico nos três primeiros graus

Arquitectónico – Simbólicos

Largo Teatro “Casa Maçónica”

Pedra Bruta Pedra Cúbica Pedra Cúbica Pontiaguda

1º Grau – Aprendiz

2º Grau – Companheiro

3º Grau – Mestre

30 Graus Filosóficos

Inicio e Fim do Rito (Caras – Nova e Velha)

O Maçom Colunas e Altar do Juramento

Delta com Olho no centro

Representação planta da Loja

Através de toda a sistematização acima referida dos imóveis em causa e a sua estrita relação histórico-geográfica e arquitectónica-simbólica podemos afirmar que todo o complexo apresenta um SIGNIFICADO TRIPLO, resumindo-se ao seguinte:

1. Delta Iniciático – Iniciação e Maçonaria Simbólica (3 primeiros graus) 2. O Rito Escocês Antigo e Aceite – Rito Maçónico 3. Conjunto Simbólico de cada Imóvel – Loja Maçónica

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Terminando esta minha análise e defesa da hipótese, tendo a afirmar que esta minha elucidação, que se manifestou à minha pessoa num simples passeio à colina sagrada (sagrada por sempre foi local de religiosidade e fé) de Chagas, poderá surpreender à primeira vista, contudo neste período a Maçonaria tinha uma influência muito forte na sociedade que possivelmente hoje não a têm. Relembro que foi esta que contribuiu, por exemplo, para a implantação da República em 1910. Para além disso, não deixa de surpreender o facto do símbolo do Teatro da Trindade estar apenas orientado para a rua da Trindade e não para nenhum dos outros lados que constituem o teatro. Na minha humilde e sincera opinião, não foi escolhido por simples acaso. Para além disso, a “Casa Maçónica”, já existia antes do Teatro da Trindade existir e já com a azulejaria absolutamente maçónica que hoje se apresenta, encomenda pelo maçom Manuel Garcia Moreira em 1863. O Largo, em memória a Rafael Bordallo-Pinheiro seria assim o culminar da tríade que constituiria o culto e tradição maçónica naquela zona. Não esqueçamos que a Maçonaria neste período específico, século XIX, teve inúmeras figuras importantes da sociedade portuguesa, como Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Rafael Bordallo-Pinheiro, entre outros, então não me surpreende que esta magnifica Obra Oculta tenha sido deixada num local tão exclusivo e importante da cidade de Lisboa. Se seria uma casa para se realizarem rituais maçónicos? Nem pensar! Qualquer loja maçónica não apresenta nenhuma ligação para o exterior (apenas uma porta), sendo totalmente selada para evitar uma possível violação. Poderia ser utilizada como local de arquivo? Não sei até que ponto essa hipótese será viável, visto que a casa em si é um local de habitação comum, com inquilinos e estabelecimentos públicos que ai se encontram. Na minha opinião, foi apenas uma obra criada e dedicada ao culto, espírito e tradição maçónica que se pretendeu estabelecer e registar para a eternidade na magnífica cidade de Lisboa acrescentando um pouco mais de culto e iniciação numa das suas colinas sagradas.

FIM

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Bibliografia

• Adrião, Vitor Manuel (2002). Dogma e Ritual da igreja e da Maçonaria. Dinapress.

• Adrião, Vitor Manuel (2007). Lisboa secreta. Via Occidentalis Editora, Lda.

• Adrião, Vitor Manuel (no prelo). Guia de Lisboa Insólita. Éditions Jonglez, Paris.

• Ferreira, F.C.; Carvalho J. S.; Da Ponte T. N.; col. (1987) Guia Urbanístico e

Arquitectónico de Lisboa. Associação dos Arquitectos Portugueses. Lisboa

• Naudon, Paul (1991). Les Origins de la Franc-Maçonnerie: Le Sacré et le Métier. Paris: Éditions Dervy.

• Oliveira Marques, A. H. (1989). “O Grande Oriente Lusitano”. "Rebeldia", no. 5, Grémio Rebeldia, Lisboa.

• Oliveira Marques, A. H. (1993). "Para a História do Ritual Maçónico em Portugal no

Século XIX (1820-1869)". Separata da Revista de História das Ideias, Vol. 15, Faculdade de Letras, Coimbra.

• Pais, Alexandre Nobre e col. (2002). A arte do azulejo em Portugal. Lisboa, Instituto Camões.

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ANEXOS

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

Lojas Azuis ou Oficinas Simbólicas

1º Grau - Aprendiz

2º Grau - Companheiro

3º Grau - Mestre

Lojas ou Oficinas de Perfeição

4º Grau - Mestre Secreto

5º Grau - Mestre Perfeito

6º Grau - Secretário Íntimo

7º Grau - Preboste e Juiz

8º Grau - Intendente das Construções

9º Grau - Cavaleiro Eleito dos Nove

10º Grau - Cavaleiro Eleito dos Quinze

11º Grau - Sublime Cavaleiro Eleito

12º Grau - Grão-Mestre Arquitecto

13º Grau - Cavaleiro do Real Arco

14º Grau - Grande Eleito da Abóboda Sagrada ou Perfeito e Sublime Maçom

Capítulos ou Oficinas Vermelhas

15º Grau - Cavaleiro do Oriente ou da Espada

16º Grau - Príncipe de Jerusalém

17º Grau - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

18º Grau - Cavaleiro ou Soberano Príncipe Rosa-Cruz

Aerópagos ou Oficinas Filosóficas

19º Grau - Grande Pontífice ou Sublime Escocês de Jerusalém Celeste

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20º Grau - Soberano Príncipe da Maçonaria ou Venerável Mestre de todas as Lojas Regulares

21º Grau - Noaquita ou Cavaleiro Prussiano

22º Grau - Cavaleiro Real Machado ou Príncipe do Líbano

23º Grau - Chefe do Tabernáculo

24º Grau - Príncipe do Tabernáculo

25º Grau - Cavaleiro da Serpente de Bronze

26º Príncipe da Mercê ou Escocês Trinitário

27º Grau - Grão-Comendador do Templo

28º Grau - Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto

29º Grau - Grão-Cavaleiro Escocês de Santo André ou Patriarca das Cruzadas

30º Grau - Grão-Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra

Administrativos

Tribunais

31º Grau - Grande Juiz Comendador ou Grande Inspector Inquisidor Comendador

Consistórios

32º Grau - Sublime Cavaleiro do Real Segredo, Soberano Príncipe da Maçonaria

Supremo Conselho

33º Grau - Soberano Grande Inspector-Geral.