Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Tecnologia e Ciências

    Instituto de Física

    Departamento de Física Teórica

    Uma Abordagem Numérica ao Problemade Ondas Gravitacionais

    Autor: Thalles Carvalho G. R. de Aguiar

    fevereiro de 2007

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Tecnologia e Ciências

    Instituto de FísicaDepartamento de Física Teórica

    Autor: Thalles Carvalho G. R. de Aguiar

    Orientador: Prof. Dr. Henrique Pereira de Oliveira

    Uma Abordagem Numérica ao Problema de Ondas

    Gravitacionais

    Autorizo a Apresentação.

    Prof. Dr. Henrique Pereira de Oliveira

    data da apresentação: fevereiro de 2007.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CATALOGAÇÃO NA FONTE

    UERJ/REDE SIRIUS/CTC-D

    A931   Aguiar, Thalles Carvalho G. R. de.

    Uma abordagem numérica ao problema de ondas gravitacionais / Thalles Carvalho G. R. de Aguiar. – 2007.

    vi, 54f. : il.

    Orientador: Prof. Dr. Henrique Pereira de Oliveira.Monografia (Final de curso) - Universidade do Estado do Rio de

    Janeiro, Instituto de Física.

    1. 1. Gravitação – Monografia. 2. Ondas gravitacionais - Mo-nografia. 3. Métodos espectrais – Monografia. I. Oliveira, Henrique

    Pereira de. II.Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto deFísica. III. Título.

    CDU 531.5

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    Agradecimentos:

    Gostaria de agradecer à minha família, à Amanda, ao meu orientador, Henrique, aos meus

    amigos, por toda a ajuda e bons momentos que passamos, e a todas as pessoas que, de alguma

    forma, me ajudaram e incentivaram durante os quatro anos de curso.

    iv

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    Resumo

    As equações de Einstein possuem uma natureza não-linear. Uma conseqüência interessante

    de quando linearizamos as equações, descrevendo pequenas perturbações, é que elas se tornamequações de onda. Isso sugere que a interação gravitacional se propaga pelo espaço-tempo

    como uma onda com velocidade igual à da luz. Uma das formas mais simples de radiação

    gravitacional são as ondas com simetria cilíndrica. Seu estudo é importante para um completo

    entendimento da interação não-linear. Nesta monografia, as equações de campo serão obtidas

    de forma bem objetiva. Em seguida será feita uma rápida exposição dos principais aspectos das

    ondas gravitacionais com simetria cilíndrica e dos métodos espectrais utilizados para a obtenção

    das soluções. O elemento de linha mais geral com simetria cilíndrica é dado por

    ds2 = e2(γ −ψ)(dt2 − dr2) − e2ψ(dz  + ωdφ)2 − r2e−2ψdφ2,

    onde ω  =  ω(t, r), ψ  =  ψ(t, r) e γ  = γ (t, r). Nosso ponto de partida será considerar o caso em

    que apenas um modo de polarização está presente, ou seja,  ω  = 0. A evolução desse modo é

    governada pela seguinte equação de onda

    ψ̈ − ψ

    r − ψ = 0,

    cuja solução exata pode ser obtida. Aqui, aplicaremos o método de Galerkin e o método de

    colocação para estudar a propagação de ondas cilíndricas no regime linear.

    Palavras-chave: gravitação, ondas gravitacionais, métodos espectrais, método de Galerkin,

    método de colocação

    v

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    Abstract

    Einsteins’s equations have a non-linear nature. An interesting consequence when one line-

    arizes the equations describing the evolution of tiny perturbations is that they become a waveequation. That suggests that the gravitational interaction propagates as a wave with the velocity

    of light. One of the simplest forms of gravitational waves are the cylindrical waves. The study

    of these waves is important for a complete comprehension of the non-linear interaction. In this

    monograph the field equations will be obtained in a very objective way. Then, we will make a

    brief exposure of the main features of the gravitational waves with cylindrical simmetry and of 

    the spectral methods used to obtain the solutions. The general cylindrical line is given by

    ds2 = e2(γ −ψ)(dt2 − dr2) − e2ψ(dz  + ωdφ)2 − r2e−2ψdφ2,

    where ω  =  ω(t, r), ψ  =  ψ(t, r) and  γ  =  γ (t, r). Our starting point will be to consider the the

    case in which just one polarization mode is present, what means that  ω  = 0. The evolution of 

    such a mode is governed by the following wave equation

    ψ̈ − ψ

    r − ψ = 0,

    where an exact solution can be obtained. Here we apply the Galerkin method and the collocation

    method to study the propagation of cylindrical waves in the linear regime.

    Keywords: gravitation, gravitational waves, spectral methods, galerkin method, collocation

    method

    vi

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    Sumário

    Lista de Figuras   ix

    1 Introdução   1

    2 Relatividade Geral a partir do Princípio Variacional   6

    2.1 Vínculos diferenciais das equações de campo   . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

    2.2 A lagrangiana de Einstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    2.3 A abordagem de Palatini   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    2.4 As equações de campo completas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.5 O limite newtoniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    3 Ondas gravitacionais   15

    3.1 Equações de campo linearizadas   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    3.2 Transformações de calibre   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    3.3 Ondas planas   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    4 Métodos espectrais e ondas cilíndricas   23

    4.1 Método de Galerkin  . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    4.2 Método de colocação   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    4.3 Ondas gravitacionais com simetria cilíndrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    5 Aplicação dos métodos espectrais   29

    vii

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    SUMÁRIO    viii

    5.1 Aplicação e resultados do método de Galerkin   . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    5.2 Aplicação e resultados do método de colocação   . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    6 Conclusões   45

    Referências Bibliográficas   47

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    Lista de Figuras

    3.1   Efeitos de uma onda plana gravitacional.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    5.1   Forma do pulso inicial da onda em função de r   . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    5.2   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo método de

    Galerkin no sistema (r, u) para N  = 10.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

    5.3   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo método de

    Galerkin no sistema (r, u) para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

    5.4   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-

    lerkin em u = 0.8 para N  = 10.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    5.5   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-

    lerkin em u = 0.8 para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    5.6   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-

    lerkin em u = 5 para N  = 10.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    5.7   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-

    lerkin em u = 5 para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    5.8   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-lerkin em u = 10 para N  = 10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    5.9   Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de Ga-

    lerkin em u = 10 para N  = 15. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    5.10   Forma do pulso inicial da onda em função de x   . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    ix

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    LISTA DE FIGURAS   x

    5.11   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo método de

    colocação no sistema (x, u) , para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    5.12   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo método de

    colocação no sistema (x, u) , para N  = 21.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    5.13  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 0.8 para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    5.14  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 0.8 para N  = 21.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    5.15  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 5 para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 435.16  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 5 para N  = 21.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    5.17  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 10 para N  = 15.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    5.18  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método de co-

    locação em u  = 10 para N  = 21.   . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

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    Capítulo 1

    Introdução

    A teoria da Relatividade Restrita surgiu, de grosso modo, da incompatibilidade entre a ele-

    trodinâmica de Maxwell e a mecânica Newtoniana. As equações de Maxwell não são invarian-

    tes sob transformações de Galileu. Talvez motivado pelas tentativas sem sucesso de detectar o

    movimento da Terra através do éter, e assumindo que as leis do Eletromagnetismo estivessem

    corretas, Einstein propôs que as transformações de Galileu fossem substituídas por outras, que

    considerassem a velocidade da luz invariante para todos os referenciais inerciais e mantivessem

    a forma das equações de Maxwell. Tais transformações de coordenadas para referenciais iner-

    ciais são as transformações de Lorentz, que se reduzem às de Galileu para baixas velocidades

    comparadas à da luz. Um dos dois postulados nos quais a teoria da Relatividade Restrita foi ela-

    borada é que todos os sistemas inerciais são adequados para descrever um fenômeno físico, ou

    seja, as Leis da Física devem ser as mesmas em qualquer referencial inercial. Este postulado é

    chamado de Princípio da Relatividade Especial. Entretanto a principal diferença entre a relativi-

    dade de Einstein e a relatividade de Galileu é o postulado de que a velocidade da luz permaneçaa mesma, independentemente do movimento do observador, pois faz com que o tempo passe

    a ser considerado uma variável na descrição de um evento, e não mais apenas um parâmetro

    como na mecânica Newtoniana [1, 2].

    Assumindo que as transformações de Lorentz sejam as mais adequadas, as leis do mo-

    1

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    CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO    2

    vimento tiveram que ser modificadas de forma que se tornassem invariantes de Lorentz, ou

    seja, para que mantivessem a mesma forma sob as transformações de coordenadas de Lorentz.

    Entretanto, a gravitação Newtoniana não pode ser incluída na Relatividade Restrita, pois sua

    formulação, dada basicamente pelas equações

    d2xi

    dt2  = − ∂φ

    ∂xi,   (1.1)

    ∇2φ = 4πGρ,   (1.2)

    onde φ é o potencial gravitacional, ρ  é a densidade de matéria e G é a constante da gravitação

    universal, não é invariante de Lorentz. A equação de movimento (1.1) é uma equação de movi-

    mento em três dimensões, e deveria ser modificada para uma equação quadridimensional. Além

    disso, o operador Laplaciano que aparece na equação de Poisson (1.2) significa que o potencial

    gravitacional "sente" instantaneamente qualquer modificação na densidade de matéria, o que

    não concorda com os postulados da Relatividade Restrita.

    Em uma primeira análise, seria razoável esperar que esses problemas poderiam ser resolvi-

    dos através de uma generalização direta das equações, entretanto, todas as formulações falham

    em algum ponto, seja ele observacional ou teórico. Após examinar as questões referentes à

    Relatividade Restrita, Einstein se voltou para a seguinte questão: por que privilegiar uma classe

    de referenciais apenas, os referenciais inerciais? Baseado nas idéias do austríaco Ernst Mach,

    Einstein formulou o que seria uma das principais bases da nova teoria da gravitação, o princípio

    de Equivalência [2].

    Para compreender o princípio de Equivalência é necessário entender os conceitos de massainercial e massa gravitacional. Quando estamos em um referencial acelerado, sentimos uma

    força atuando sobre nós e se opondo ao movimento. Tais forças, denominadas inerciais, pois

    aparecem somente em referenciais acelerados ou em rotação, são proporcionais à chamada

    massa inercial. Os efeitos gravitacionais na teoria Newtoniana são proporcionais à massa gra-

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    CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO    3

    vitacional. Entretanto, o que se constata é que a massa inercial é igual à massa gravitacional.

    Vários experimentos bastante precisos estabeleceram que a massa gravitacional e a massa iner-

    cial diferem entre si em, no máximo, uma parte em  1011. Enquanto na mecânica Newtoniana

    isso é apenas uma coincidência, na Relatividade Geral isso é um princípio fundamental. A prin-

    cipal conseqüência disso é que, localmente, em um campo gravitacional uniforme é impossível

    distinguir efeitos inerciais de efeitos gravitacionais, como fica evidente no experimento men-

    tal do elevador de Einstein. Nesse experimento, um observador em queda livre em um campo

    gravitacional uniforme é equivalente a um observador em repouso ou movimento uniforme na

    ausência de um campo gravitacional. Analogamente, um observador em repouso em um campo

    gravitacional uniforme é equivalente a um observador sendo acelerado na ausência de campogravitacional.

    Portanto, em um sistema de coordendas imerso em um campo gravitacional, é sempre pos-

    sível escolher um sistema de coordenadas localmente inercial, e assim recuperar a Relatividade

    Restrita. Esse aspecto do campo gravitacional guarda uma grande semelhança com a geome-

    tria Riemanniana. Devido a essa semelhança, podemos esperar que o campo gravitacional seja

    descrito através dos elementos dessa geometria. Na geometrica de Riemann, o espaço curvo é

    descrito pelo tensor métrico, gµν . Na formulação da Relatividade Geral, os gµν  fazem o papel

    do potencial gravitacional, e portanto, esperaríamos obter equações de movimento que envol-

    vessem o tensor métrico e suas derivadas de segunda ordem, de forma que no limite apropriado,

    recuperássemos as equações (1.1) e (1.2). de fato, as equações de campo são dadas por

    Gµν  = 8πG

    c4  T µν ,

    onde  Gµν  é o tensor de Einstein, que será melhor definido no próximo capítulo, e  T µν   é o

    tensor momento energia que representa os elementos geradores do campo gravitacional. Tais

    equações são equações diferenciais não-lineares de segunda ordem para o tensor métrico gµν , e

    a não-linearidade evidencia que o próprio campo gravitacional é fonte de campo gravitacional.

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    CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO    4

    Uma conseqüência interessante da Relatividade Geral pode ser obtida se fizermos uma apro-

    ximação linear das equações de campo. É possível mostrar que pequenas perturbações no

    campo gravitacional são propagadas através do espaço tempo segundo uma equação de onda

    [2, 3]. As ondas gravitacionais também existem em uma situação mais geral onde são governa-

    das pelas equações de campo não-lineares. Nesse caso, não é possível encontrar uma solução

    exata para as equações de campo, e muitas vezes um tratamento numérico é satisfatório, pois

    revela aspectos da natureza não linear das ondas gravitacionais.

    Até hoje, as ondas gravitacionais não foram detectadas diretamente, pois sua amplitude é

    muito pequena. Entretanto, atualmente muitos experimentos estão sendo feitos com o objetivo

    de detectá-las. Mesmo sem sua detecção direta, é possível verificar prováveis fontes de radiaçãogravitacional como, por exemplo, o binário PSR1913+16 formado por duas estrelas de nêutrons.

    Seus parâmetros orbitais foram medidos com grande acurácia e chegou-se à conclusão de que

    as duas estrelas estão espiralando em torno de seu centro de massa à medida em que perdem

    energia pela emissão ondas gravitacionais.

    Nos dois primeiros capítulos, as equações de campo da Relatividade Geral serão obtidas

    de um modo bastante objetivo, e um breve tratamento sobre ondas gravitacionais será feito. O

    objetivo é obter uma base para a discussão dos aspectos relevantes das ondas gravitacionais com

    simetria axial, como a aproximação linear e a solução exata, o que será feito no terceiro capítulo.

    Além disso, será feita uma breve exposição dos métodos espectrais, método de Galerkin e

    método de colocação, utilizados para o tratamento do problema linear. Finalmente, alguns

    dos resultados obtidos na aplicação dos métodos espectrais no problema em sua aproximação

    linear serão mostrados e comparados com a solução exata no último capítulo.

    A aplicação dos métodos espectrais [4, 5, 6] ao problema em seu regime linear é um passo

    fundamental, que deve anteceder o tratamento numérico do regime não-linear. Essa etapa é ne-

    cessária para verificar se o método escolhido pode gerar soluções aproximadas que representem

    bem a solução do problema. O trabalho desenvolvido nas páginas pode servir como parâmetro

    para uma futura aplicação dos métodos espectrais no problema mais geral, onde a evolução das

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    CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO    5

    ondas gravitacionais não é linear.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    Capítulo 2

    Relatividade Geral a partir do Princípio

    Variacional

    Assim como na dinâmica clássica, as equações de campo da Relatividade Geral podem ser

    obtidas de forma bastante concisa através do princípio variacional de Hamilton, como será feito

    nesse capítulo.

    2.1 Vínculos diferenciais das equações de campo

    Para empregar o princípio variacional [3], é necessário especificar uma densidade lagrangi-

    ana L, que é um funcional da métrica gµν  e suas derivadas. A densidade lagrangiana L deveser uma densidade tensorial de peso +1, de forma que a integral da ação possa ser resolvida.

    O princípio de Hamilton atesta que, se fizermos variações arbitrárias em  gµν  que se anulem na

    borda do espaço Ω, a ação é estacionária. Ou seja, dada a ação

    S  =

     Ω

    LdΩ,   (2.1)

    6

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    7

    temos

    gµν  → gµν  +  δgµν  ⇒ S  → S  + δS 

    δS  = Ω

    δ Lδgµν 

    δgµν  dΩ = 0.   (2.2)

    As equações de campo são, então,

    Lµν  ≡   δ Lδgµν 

    = 0.   (2.3)

    Como δS  é um escalar,

     Lµν  deve ser uma densidade tensorial de peso +1. Entretanto, as

    equações de campo obedecem a certas identidades diferenciais. Uma maneira de determinarmos

    tais identidades a partir do princípio de Hamilton, é gerar uma variação em  gµν  . Considerando

    uma transformação infinitesimal do tipo

    xα → xα = xα + εX α,   (2.4)

    onde X α é um campo vetorial que se anula na borda de Ω e ε

    1. A métrica se transforma da

    seguinte maneira:

    gαβ (x) =

     ∂xγ 

    ∂xα∂xδ

    ∂xβ   gγδ (x).   (2.5)

    Expandindo g γδ (x) pelo Teorema de Taylor e mantendo até a primeira ordem em  ε, obtemos

    gγδ (x + εX ) = g γδ (x

    ) + εX gγδ,(x). Substituindo essa expressão em (2.5) podemos obter

    δgαβ  = −ε(X β ;α + X α;β ).   (2.6)

    Combinando a equação acima com a equação (2.2) obtemos

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    8

    δS  =

     Ω

    δ Lδgαβ 

    δgαβ  dΩ = −2ε Ω

    δ Lδgαβ 

      Lαβ(X α;β )dΩ = 0.   (2.7)

    A integral acima pode ser escrita de uma forma mais útil se observarmos que Lαβ X α;β    =(Lαβ X α);β −Lαβ ;β  X α. Substituindo essa relação na equação (2.7) podemos obter que

     Ω(Lαβ X α);β  dΩ = 

    ΩLαβ ;β   X α dΩ. Como o termo entre parênteses é uma densidade tensorial de peso 1, a derivada

    covariante é equivalente à derivada usual, e pelo teorema do divergente,

     Ω

    (Lαβ X α),β dΩ = 

    ∂ Ω

    Lαβ X αdS,

    podemos obter

     Ω

    (Lαβ X α);β dΩ = Ω

    (Lαβ ;β  )X α dΩ = 

    ∂ Ω

    Lαβ X αdS.   (2.8)

    O terceiro termo é uma integral de superfície e, como  X α = 0 na borda de Ω obtemos

     Ω(L

    αβ 

    ;β  )X α dΩ = 0 → Lαβ 

    ;β    = 0.   (2.9)

    A identidade obtida é chamada Identidade de Bianchi, e as equações geradas por qualquer

    funcional candidato à lagrangiana do campo gravitacional devem obedecer tal identidade.

    2.2 A lagrangiana de Einstein

    A densidade lagrangiana definida comoLG  = √ −gR

     é chamada lagrangiana de Einstein,

    onde R é o escalar de Ricci e g é o determinante de gµν . O sinal negativo aparece devido ao fato

    da assinatura da métrica ser negativa. Explicitamente, podemos escrever LG   = √ −ggµν Rµν ,onde o tensor Rµν  é o tensor de Ricci. Essas quantidades estão intimamente ligadas à curvatura

    do espaço-tempo. A lagrangiana de Einstein pode ser encarada como um funcional de gµν  e suas

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    19/58

    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    9

    primeiras e segundas derivadas, ou seja: LG  = LG(gµν , gµν,γ , gµν,γδ). Vale lembrar que gµν  e gsão funções de gµν . Considerando gµν  as variáveis dinâmicas, a equação de Euler-Lagrange é

    escrita como

    δ LGδgµν 

    = ∂ LG∂gµν 

     ∂ LG∂gµν,γ 

    ,γ 

    +

      ∂ LG∂gµν,γδ

    ,γδ

    = 0.

    Pode ser mostrado que

    Lµν G   =  δ LGδgµν 

    = −√ −gGµν  = 0,

    e, portanto, as equações de campo no vácuo são

    Gµν  = Rµν  − 12

    gµν R = 0,

    As equações de campo obedecem à Identidade de Bianchi, que é escrita como Gµν ;β  = 0.

    2.3 A abordagem de Palatini

    Uma abordagem mais elegante e econômica para a obtenção das equações de campo no

    vácuo é a abordagem de Palatini. Ela consiste em tratar a métrica e as conexões afim,  Γαβγ ,

    como variáveis dinâmicas independentes na Lagrangiana de Einstein. Podemos, então, afirmar

    que LG = L(gαβ , Γαβγ , Γαβγ,δ), ou, mais especificamente

    LG = √ −ggαβ Rαβ  = √ −g gαβ  (Γγ αβ,γ  − Γδαδ,β  + Γγ αβ Γδγδ − Γδαγ Γγ βδ ).

    Se considerarmos uma variação de√ −ggαβ  em relação a δgαβ , então,

    δS  =

     Ω

    δ (√ −ggαβ )Rαβ dΩ =

     Ω

    δ (

    √ −g)gαβ  + √ −gδ (gαβ )Rαβ dΩ = 0.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    20/58

    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    10

    Mas, a partir das seguintes relações,

    δ (√ −g) = 1

    2

    √ −ggγδ δgγδ   e   δgαβ  = −gαγ gβδ δgγδ ,

    podemos escrever a variação da ação como

    δS  = − Ω

    √ −g

    Rγδ − 12Rgγδ     

    Gγδ

    δgγδ  = 0,

    e, como as variações δgγδ  são arbitrárias, obtemos Gγδ = 0.

    Por outro lado, se considerarmos uma variação com respeito a  Γαβγ , lembrando que  gαβ  e

    Γαβγ  são considerados independentes, temos

    δS  =

     Ω

    √ −ggαβ  δRαβ dΩ = Ω

    (√ −ggαβ )[δ Γγ αβ ;γ  − δ Γγ αγ ;β ]dΩ,   (2.10)

    onde levamos em conta a expressão δRβδ  = δ Γαβδ;α − δ Γαβα;δ, resultante da variação de Rαβ  emrelação a Γαβγ . Integrando por partes obtemos

    δS    =

     Ω

    [(√ −ggαβ );β δ Γγ αγ  − (

    √ −ggαβ );γ δ Γγ αβ ]dΩ

    =

     Ω

    [δ β γ (√ −ggαδ);δ − (

    √ −ggαβ );γ ]δ Γγ αβ  dΩ.

    Pelo princípio da mínima ação, como δ Γγ αβ  é arbitrário, mas simétrico, chegamos à expressão

    1

    2δ β γ [ ( − g)gαδ];δ + 12δ αγ [√ −ggβδ ];δ − [√ −ggαβ ];γ  = 0.

    Segue que gαβ ;γ  = 0, e portanto,

    Γαβγ  = 1

    2gαδ(gβδ;γ  +  gγδ ;β  − gβγ ;δ).   (2.11)

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    11

    Conclui-se que, utilizando a lagrangiana de Einstein, ao considerarmos uma variação em rela-

    ção ao tensor métrico obtemos as equações de campo para o vácuo, e ao considerarmos uma

    variação com relação às conexões afim concluimos que as mesmas são os símbolos de Chris-

    toffel.

    2.4 As equações de campo completas

    Para obtermos as equações completas, assumimos que há outros campos presentes, além do

    campo gravitacional, descritos pela lagrangiana de matéria LM . A ação passa a ser escrita como

    S  =

     Ω

    (LG + kLM )dΩ,

    onde  k   = 8πG/c4 é uma constante que pode ser determinada através do limite newtoniano,

    e ambas as lagragianas são funcionais da métrica e suas derivadas. Então, realizando uma

    variação em relação a gαβ , obtemos

    δ LGδgαβ 

    =   −√ −gGαβ ,   (2.12)δ LM δgαβ 

    ≡   √ −gT αβ ,   (2.13)

    onde a equação (2.13) define o tensor momento-energia para os campos presentes. Nesse tensor

    está contida toda a informação sobre a energia e a matéria presentes, ou seja, toda a fonte de

    campo gravitacional. Sendo assim, as equações de campo completas são

    Gαβ  = kT αβ ,   (2.14)

    sendo que k = 8πG/c4 pode ser determinada através do fato de que as equações de Einstein de-

    vem se reduzir à equação de Poisson (1.2) no limite adequado. As equações de campo definidas

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    22/58

    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    12

    acima são equações diferenciais não-lineares de segunda ordem para o tensor métrico gµν .

    2.5 O limite newtoniano

    Para determinar a constante  k  é necessário verificar o limite das equações de campo na

    presença de campos gravitacionais fracos. Assumimos que no limite Newtoniano exista um

    referencial privilegiado

    xα = (x0, x1, x2, x3) = (ct,x,y,z ),

    na qual a métrica gµν  difere muito pouco da métrica de Minkowski  ηµν . Assumimos também

    que os campos são produzidos por corpos com baixas velocidades se comparadas à da luz.

    Considerando v  a velocidade dos corpos, definimos  ε  um pequeno parâmetro adimensional da

    ordem de v/c, de forma que podemos desprezar termos quadráticos ou de ordem superior em  ε.

    Sendo assim, a métrica pode ser escrita como

    gµν  = ηµν  + εhµν .   (2.15)

    Em um intervalo de tempo δt um corpo se move uma distância  δxa com velocidade v , ou

    seja:

    δxa = vδt  = (v/c)cδt ≈ εδx0.

    Assim, para qualquer função f , a seguinte aproximação é válida:

    ε ∂f 

    ∂xa ≈   ∂f 

    ∂x0.   (2.16)

    As condições (2.15) e (2.16) são as suposições iniciais para obtermos o limite Newtoniano.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 2. RELATIVIDADE GERAL A PARTIR DO PRINCÍPIO VARIACIONAL    13

    Consideremos, então, o movimento de uma partícula de teste com velocidade da ordem de  v

    numa linha de mundo parametrizada pelo tempo próprio cuja equação é uma geodésica do tipo

    tempo:

    d2xα

    dτ 2  + Γαβγ 

    dxβ 

    dτ 

    dxγ 

    dτ   = 0.   (2.17)

    Por definição, temos c2dτ 2 = ds2 = dt2(c2 − v2) = c2dt2(1 − ε2). Assim, dt/dτ  = 1 + O(2),e portanto, podemos substituir τ  por  t em (2.17). Podemos escrever também, pela aproximação

    (2.16), dxa ≈ ε c dt, e dessa forma, dxa/cdt = O(ε).Os símbolos de Christoffel   Γαβγ    =

      12

    gαδ(gβδ,γ   +  gγδ,β 

     − gβγ,δ)  ficam da forma   Γαβγ    =

    12

    ηαδε(hβδ,γ   +  hγδ,β  −  hβγ,δ) + O(ε2), ou seja:   Γαβγ    = O(ε). Como estamos interessadossomente na parte espacial de (2.17), obtemos, usando as expressões anteriores e dividindo por

    c2,

    1

    c2d2xa

    dt2  +

      1

    c2Γaβγ 

    dxβ 

    dt

    dxγ 

    dt  [1 + O(ε)] =

    1c2 d

    2

    x

    a

    dt2   + Γa00 + 2Γa0b dx

    b

    c dt  + Γabc dxbc dt dx

    c

    c dt + O(ε2) = 0.

    Entretanto, o segundo e terceiro termos acima são da ordem de ε2 ou superior. O segundo termo

    é

    Γa00  = −1

    2

    ∂h0a∂x0

     − ∂ h00∂xa

    =

     1

    ∂h00∂xa

      + O(ε2).

    A parte espacial da equação da geodésica pode ser escrita como

    d2xa

    dt2  = −1

    2c2

    ∂g00∂xa

     [1 + O(ε)].   (2.18)

    Comparando a equação anterior com a equação Newtoniana correspondente, d2xa/dt2 = −∂φ/∂xa,

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    24/58

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    25/58

    Capítulo 3

    Ondas gravitacionais

    3.1 Equações de campo linearizadas

    Uma pergunta que pode ser feita é: como perturbações do campo gravitacional se propagam

    no espaço segundo a teoria da Relatividade Geral? Certamente a velocidade de propagação

    dessas perturbações deve ser finita e menor ou igual à da luz, caso contrário existiria um conflito

    entre a Relatividade Geral e a Relatividade Restrita.

    A descrição geral da evolução de ondas gravitacionais não é nem um pouco trivial, devido

    à não-linearidade das equações de campo. Entretanto, é possível tratar o problema através de

    uma aproximação linear, ou seja, por meio de perturbações infinitesimais, cuja descrição é re-

    lativamente simples [2, 3]. Consideremos, portanto, uma perturbação na métrica de Minkowski

    dada por

    gµν  = ηµν  +  εhµν ,   (3.1)

    onde ε é um parâmetro adimensional infinitesimal, ou seja |ε| 1, e podemos desprezar termosde segunda ordem ou superior em  ε. Consideremos, também, que o espaço é assintoticamente

    plano, o que quer dizer que:

    15

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    26/58

    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   16

    limr→∞

    hµν  = 0.   (3.2)

    A forma contravariante do tensor métrico pode ser obtida, supondo que gµν 

    = η

    µν 

    + ε∆

    µν 

    esabendo que gµν gνρ  =  δ µρ . De fato ∆

    µν  = −hµν , e portanto, gµν  = ηµν −εhµν . O próximo passoserá obter as equações de campo linearizadas uma vez que conhecemos  gµν  e gµν . De forma a

    simplificar os cálculos a seguir, utilizaremos a seguinte forma para as equações de campo

    Rµν  = kS µν ,   (3.3)

    onde  S µν   =   T µν  − 1/2gµν T . Essa forma pode ser obtida escrevendo o escalar de Ricci emfunção do traço de T µν  através de uma contração com com gµν . No vácuo, T µν  = 0, e portanto,

    as equações de campo se tornam  Rµν   = 0. Inserindo as expressões que definem  g µν  e gµν  na

    equação (2.11) que define os símbolos de Christoffel temos

    Γαβγ  = 1

    2gαδ(gδγ,β  + gβδ,γ  − gβγ,δ) = 1

    2ε(hαγ,β  + h

    αβ,γ  − h   αβγ , ).   (3.4)

    Para calcular as componentes do tensor de Riemann, é necessário achar as derivadas dos sím-bolos de Christoffel, pois

    Rαβγ δ  = Γαβδ,γ  − Γαβγ,δ + Γµβδ Γαµγ  − Γµβγ Γαµδ.

    Mas como Γαβγ  ∼  ε, os termos com multiplicação são da ordem de  ε2 e, portanto, podem serignorados. Assim

    Rν βγ δ  = Γν βδ,γ  − Γν βγ,δ.   (3.5)

    As derivadas dos símbolos de Christoffel ficam

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   17

    Γν βδ,γ  = 1

    2ε(hν δ,βγ  + h

    ν β,δγ  − h   ν βδ, γ ),   (3.6)

    de onde é possível obter a expressão para o tensor de Riemann,

    Rαβγδ = 1

    2ε(hαδ,βγ  + hβγ,αδ − hβδ,αγ  − hαγ,βδ),   (3.7)

    onde observamos que Rαβγδ ∼ O(ε). O tensor de Ricci, definido como  Rµρ  =  gλν Rλµνρ, podeser escrito como

    Rαβ  = ηγδ Rγαδβ  +

    O(ε2) =

     1

    2ε(hδ

    β,αδ

     + hδ

    α,βδ −h,αβ 

    −hαβ ),

    e, portanto, as equações de campo linearizadas no vácuo são:

    hδβ,αδ + hδα,βδ − h,αβ  −hαβ  = 0.   (3.8)

    3.2 Transformações de calibre

    Analisaremos o que acontece às equações de campo linearizadas quando submetidas a uma

    transformação de coordenadas do tipo:

    xα = xα + εξ α.   (3.9)

    que representam a liberdade de calibre na Relatividade Geral. A transformação dada pela equa-

    ção (3.9) é a transformação de coordenadas mais geral que mantém coerência com o campodefinido pelo tensor métrico (3.1). Se considerarmos como a métrica se transforma,

    gαβ  = ∂xγ 

    ∂xα∂xδ

    ∂xβ  gγδ ,   (3.10)

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   18

    e, como  g µν  =   ηµν  − εhµν , podemos obter a expressão para  hµν , desprezando os termos deordem ε2 ou superior, no novo sistema de coordenadas, ou seja

    hαβ  = hαβ  − (ξ β,α + ξ α,β ).   (3.11)

    De fato, pode ser verificado que se  hµν  é solução da equação (3.8),  hµν   também será. Tanto

    o tensor de curvatura, quanto suas contrações são invariantes de calibre. Devido à liberdade

    de calibre, podemos escolher um sistema de coordenadas em que as equações de campo se

    reduzem a uma equação de onda. Esse sistema de coordenadas é tal que

    gµν Γλµν  = ηµν Γλµν  + O(ε2) = 0,   (3.12)

    de onde podemos obter o calibre de Einstein,

    hµν,µ = 1

    2h,ν .   (3.13)

    De fato, usando (3.13) em (3.8), obtemos as equações de campo,

    hµν  = 0.   (3.14)

    Ou seja, as pequenas perturbações no campo gravitacional se propagam pelo espaço-tempo

    segundo uma equação de onda, com a velocidade da luz. Portanto, hµν  satisfaz (3.14) sujeito

    à equação (3.13). No caso de hµν  não satisfazer o calibre (3.13), é possível encontrar um

    hµν  que o satisfaça, realizando uma transformação do tipo (3.11) com  ξ α  sujeito à equação

    ξ α =  hβ α,β  − 1/2 h,α.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   19

    3.3 Ondas planas

    Consideremos as soluções de ondas planas para as equações de campo . O estudo das ondas

    planas é bastante útil, pois a solução de uma equação de onda na presença de uma fonte secomporta como uma onda plana quando  r → ∞. Como são a forma mais simples de ondas,sua análise é relativamente simples e vários aspectos das ondas gravitacionais ficam evidentes.

    A solução de (3.14), sujeita à (3.13), é uma superposição linear de soluções da forma

    hµν  = eµν  exp (ikλxλ) + e∗µν  exp (−ikλxλ).   (3.15)

    onde o tensor constante e simétrico  eµν  é chamado tensor de polarização, e define as com-ponentes de  hµν , e  kλ  é o quadrivetor de onda. Se a expressão (3.15) satisfaz a equação de

    onda (3.14) e o calibre de Einstein (3.13), as seguintes relações também devem ser satisfeitas,

    respectivamente,

    kµkµ = 0   e   kµe

    µν  =

     1

    2kν e

    µµ.   (3.16)

    Um tensor simétrico de  2a ordem possui 10 componentes independentes, mas as 4 equações

    dadas pela segunda expressão em (3.16) reduzem esse número para 6, pois podemos escrever4 componentes de eµν  que seriam independentes em função das componentes restantes. Entre-

    tanto, é possível mostrar que apenas 2 dessas 6 componentes representam graus de liberdade

    físicos. Isso pode ser feito realizando uma transformação de coordenadas do tipo (3.9), com

    ξ µ = iµ exp(ikλxλ) − iµ∗ exp (−ikλxλ).   (3.17)

    O tensor hµν  expresso no novo sistema de coordenadas pode ser escrito como hµν  = eµν  exp (ikλxλ)+

    e∗µν  exp (−ikλxλ), onde

    eµν  = eµν  +  kµν  + kν µ.   (3.18)

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   20

    O tensor  hµν  é solução de (3.14) e (3.13), portanto, as relações (3.16) continuam válidas no

    novo sistema de coordenadas. Assim, com a expressão (3.17) é possível relacionar 4 das 6

    componentes independentes, de forma que no novo sistema de coordenadas apenas 2 compo-

    nentes são realmente independentes. Para melhor ilustrar esse aspecto, suponhamos uma onda

    plana viajando no sentido positivo do eixo  OX , com o vetor de onda dado por

    k2 = k3 = 0   e   k1 = k0 = k > 0.   (3.19)

    Nesse caso, das 4 equações definidas pela segunda expressão em (3.16) podemos obter as se-

    guintes relações, que reduzem o número de componentes independentes de eµν  de 10 para 6:

    e12  =  e02, e11  = −e00, e13 =  e03, e33 = −2e01 − e22.

    Quando submetemos o sistema a uma transformação do tipo (3.9) com (3.17), as 6 componentes

    restantes se transformam segundo as seguintes relações:

    e22

     =  e22   e23

     =  e23

    e00  =  e00 + 2k0   e01  =  e01 + k1 + k0

    e02  =  e02 + k2   e03  =  e03 + k3

    Portanto, apenas  e22  e  e23  possuem importância física. De fato, as demais componentes são

    nulas se a transformação realizada possuir

    0

     =−

    e00

    2k ,

    1 =

    −e01

    −e00

    k  ,

    2 =

    −e02

    k  ,

    3 =

    −e03

    k  .

    Neste caso, fica evidente que

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   21

    hµν  =

    0 0 0 0

    0 0 0 0

    0 0   h22   h23

    0 0   h23   −h22

    No caso em que h23 = 0 o elemento de linha se torna ds2 = dt2−dx2−(1−εh22)dy2−(1+εh22)dz 

    2. Supondo que h22 seja dado por (3.15), verificaremos o que acontece quando uma onda

    desse tipo incide sobre uma distribuição de partículas teste. Consideremos, primeiramente, duas

    partículas situadas no plano Y Z  que, inicialmente possuem coordenadas (y0, z 0) e (y0 + dy,z 0).

    A distância própria entre elas é dada por ds2 = −(1 − εh22)dy2. Então, se h22  >  0 as partículasse aproximam e se  h22   <   0   as partículas se afastam. O oposto acontece se considerarmos

    partículas com coordenadas (y0, z 0) e (y0, z 0+dz ), já que agora ds2 = −(1+εh22)dz 2. Portanto,se uma onda plana oscilatória propagando na direção  X   incide sobre um anel de partículas

    situado no plano Y Z , o anel é deformado em uma elipse cujo eixo maior está sobre o eixo Y  ,

    ou Z . O caráter transverso da onda é evidente. Nesse estado, é possível dizer que a onda possui

    polarização em +.

    Analogamente, se considerarmos  h22   = 0 e  h23  dado por (3.15), o elemento de linha se

    torna ds2 =  dt2 − dx2 − dy2 + 2εh23dydz − dz 2. Ao considerarmos uma rotação de  45◦ emtorno do eixo X , ou seja,

    y =   1√ 2

    (y + z ), z  =   1√ 2

    (−y + z ),

    o elemento de linha anterior se torna  ds2 =   dt2 − dx2 − (1 − εh23)dy2 − (1 + εh23)dz 2.Comparando essa expressão com o elemento de linha obtido na situação em que  h23   = 0,

    é possível observar que nesse caso a onda produz exatamente o mesmo efeito, mas com os

    eixos rotacionados em 45◦. Esse estado da onda gravitacional é chamado de polarização em ×.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 3. ONDAS GRAVITACIONAIS   22

    Figura 3.1:  Efeitos de uma onda plana gravitacional.

    Na figura (3.1) estão ilustrados os efeitos de uma onda gravitacional plana, com os modos de

    polarização +  e ×, respectivamente, atravessando um anel de partículas massivas. Uma ondamais geral é dada pela superposição de ondas de ambos modos de polarização.

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    Capítulo 4

    Métodos espectrais e ondas cilíndricas

    Nesse capítulo apresentamos características básicas dos métodos numéricos empregados e

    do problema estudado, ou seja, da evolução de ondas gravitacionais com simetria cilíndrica. Os

    dois métodos apresentados a seguir, Colocação [4, 6] e Galerkin [4, 5, 6], fazem parte de um

    conjunto maior de técnicas utilizadas para resolver equações diferenciais, sejam elas ordiná-

    rias ou parciais. Supondo uma equação diferencial do tipo  L(u) = 0, onde L  é um operador

    diferencial e u   =   u(x, t), em um domínio  D(t, x), com condições de contorno  S (u) = 0 na

    borda de D, os métodos espectrais consistem basicamente em supor uma solução aproximada

    na seguinte forma

    uap =N 

    n=0

    an(t)χn(x),   (4.1)

    sendo χn funções de base escolhidas, que geralmente formam um conjunto completo de fun-

    ções, ou seja, são ortonormais e obedecem a uma relação de fechamento. Ao substituirmos a

    solução aproximada na equação diferencial obtemos uma função residual

    R(a0, a1,...,x,t) = L(uap) =N 

    n=0

    L(an(t) χn(x)).

    Ambos os métodos têm como ponto principal a obtenção dos coeficientes an(t) de forma que

    23

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

    34/58

    CAPÍTULO 4. MÉTODOS ESPECTRAIS E ONDAS CILÍNDRICAS   24

    R seja minimizada. Os coeficientes espectrais são obtidos impondo a condição

    (wi(x), R) =    wi R dx = 0   , i = 0, 1,...,N,   (4.2)onde wi são as funções teste e a integração é feita sobre todo o domínio espacial.

    4.1 Método de Galerkin

    O método foi desenvolvido pelo matemático e engenheiro russo Boris Grigoryevich Galyor-

    kin (transliterado como Galerkin) por volta de 1915. Nele as funções teste  wi são escolhidas

    como sendo as próprias funções de base, ou seja, wi(x) = χi(x). De fato, a função residual R

    pode ser expandida como uma série das funções de base

    R =∞

    n=0

    rn(a0, a1,...,an, t)χn(x),

    e os coeficientes  rn(a0, a1,...,an, t) são obtidos pelo produto  rn   = (R, χn). Os coeficientes

    para n > N  decaem rapidamente com n. Então, de forma a minimizar  R, estabelecemos que

    rn = (R, χn) = 0   , n = 0, 1,...,N.

    Dessa forma obtemos um sistema de N  + 1 equações para os coeficientes an(t). Resolvendo tal

    sistema, que pode ser um sistema de equações algébricas, caso a equação diferencial  L(u) = 0

    seja elíptica, ou um sistema de equações diferenciais ordinárias se a equação diferencial L(u) =

    0 for hiperbólica ou parabólica, determinamos os coeficientes espectrais  an(t).

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 4. MÉTODOS ESPECTRAIS E ONDAS CILÍNDRICAS   25

    4.2 Método de colocação

    O método de colocação consiste em tomar a função teste como wk  =  δ (x − xk), sendo os

    pontos xk chamados pontos de colocação. Dessa forma, a equação (4.2) se torna

    R(xk) = 0   , k = 0, 1,...,N.   (4.3)

    Ou seja, a equação residual é igual a zero nos pontos de colocação, o que significa dizer que

    a solução aproximada satisfaz a equação diferencial nos pontos de colocação. Resolvendo as

    N  + 1 equações obtidas de (4.3) obtemos os coeficientes ak.

    Uma vantagem desse método em relação ao método de Galerkin é o fato de não precisarmosresolver integrais para a determinação do sistema de equações para os coeficientes modais.

    Entretanto, de um modo geral, para conseguirmos uma precisão comparável à do método de

    Galerkin, é necessário considerarmos muito mais pontos de colocação e, portanto, mais termos

    na expansão da solução aproximada.

    4.3 Ondas gravitacionais com simetria cilíndrica

    Ondas gravitacionais cilíndricas são a forma mais simples de radiação gravitacional [8].

    Apesar de não possuir sentido físico, seu estudo pode auxiliar na compreensão da interação

    não-linear das ondas. O ponto de partida do estudo é a métrica geral cilíndrica de Jordan-

    Ehlers-Kompaneets [9], cujo elemento de linha é dado por

    ds2

    = e2(γ 

    −Ψ)

    (dt2

    − dr2

    ) − e2Ψ

    (dz  + ωdφ)2

    − r2

    e−2Ψ

    dφ2

    ,   (4.4)

    onde as funções γ , Ψ e ω são funções de t e r. As equações de campo no vácuo [11] são

    Ψ̈ − Ψ

    r − Ψ =  e

    2r2

    ω̇2 − ω2 ,   (4.5)

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    CAPÍTULO 4. MÉTODOS ESPECTRAIS E ONDAS CILÍNDRICAS   26

    ω̈ + ω

    r − ω = 4

    ωΨ −  ω̇ Ψ̇

    ,   (4.6)

    γ  =  r

    Ψ̇2 + Ψ2

    + e4Ψ

    4r

    ω̇2 + ω2

    ,   (4.7)

    γ̇  = 2r Ψ̇Ψ + 4Ψ

    2r  ω̇ω.   (4.8)

    Nas equações acima,  Ψ e  ω representam os dois graus de liberdade do campo gravitacional,

    correspondendo aos modos de polarização  + e ×, respectivamente. Mais precisamente, a fun-ção γ  representa a energia do campo gravitacional, ou energia C  [10]. Mais precisamente, γ  dá

    a energia gravitacional por unidade de comprimento entre o eixo de simetria e o raio r  em um

    tempo t. As equações de campo obtidas acima são equações diferenciais parciais não-lineares

    e suas soluções analíticas não são conhecidas.

    No capítulo seguinte aplicaremos os métodos espectrais a uma aproximação linear da evolu-

    ção das ondas gravitacionais, e compararemos com a solução exata das equações nesse regime,

    que pode ser obtida. O regime linear ocorre quando apenas um modo de polarização está pre-

    sente, digamos +. Nesse caso, ω(t, r) = 0, e as equações de campo são reduzidas a

    ¨Ψ −

     Ψ

    r  − Ψ = 0,   (4.9)γ  =  r

    Ψ̇2 + Ψ2

    ,   (4.10)

    γ̇  = 2r Ψ̇Ψ.   (4.11)

    A equação que descreve a evolução da função Ψ(r, t) se torna uma equação diferencial de onda

    em coordenadas cilíndricas. Para que Ψ(r, u) represente uma solução fisicamente aceitável, ela

    deve obedecer às seguintes condições de regularidade e contorno:

    limr→0

    Ψ(r, t) = 0,   limr→∞

    Ψ(r, t) = 0,   limr→∞

    Ψ(r, t) = 0   (4.12)

    Assumindo que Ψ(r, t) = τ (t)R(r), a equação (4.9) pode ser desmembrada em duas,

  • 8/18/2019 Uma abordagem Numérica ao Problema de Ondas Gravitacionais

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    CAPÍTULO 4. MÉTODOS ESPECTRAIS E ONDAS CILÍNDRICAS   27

    τ̈  + α2τ  = 0   (4.13)

    rR + R + α2rR  = 0,   (4.14)

    onde α é uma constante real e arbitrária. De imediato, a solução de (4.13) pode ser escrita como

    τ (t) =  e−iαt. Com relação à segunda equação, multipliquemos por  r  e introduzamos a nova

    variável definida por ξ  = αr, de modo que ela passe a ser reescrita como

    ξ d2R

    dξ 2

      + dR

    dξ 

      + ξR  = 0,

    que é uma equação de Bessel de ordem zero. A solução pode ser escrita como   R(r) =

    C 1J 0(αr) + C 2Y 0(αr). Observando as condições de regularidade (4.12),  C 2   = 0, pois tanto

    Y 0(αr) quanto sua derivada divergem em r  = 0. A solução fica Ψ(r, t) = A(α)e−iαtJ 0(αr), e a

    solução geral para o problema é obtida somando sobre todos os possíveis valores de  α. Se α é

    uma variável contínua, o somatório pode ser substituído por uma integral, e a solução geral tem

    a seguinte forma

    Ψ(r, t) =

      ∞0

    A(α)J 0(αr)e−iαtdα.   (4.15)

    Para determinar A(α) é necessário inverter a expresão anterior. Para isso consideramos  t  = 0

    pois, dessa forma, só é necessário conhecer a forma do pulso da onda nesse instante de tempo,

    f (r). A expressão de A(α) pode ser determinada da seguinte forma

    Ψ(r, 0) = f (r) =

      ∞0

    A(α)J 0(αr)dα.

    Multiplicando a equação acima por rJ 0(αr) e integrando em r de 0 a infinito obtemos

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    CAPÍTULO 4. MÉTODOS ESPECTRAIS E ONDAS CILÍNDRICAS   28

      ∞

    0

    rJ 0(αr)f (r)dr   =

      ∞

    0

    rJ 0(αr)

      ∞

    0

    A(α)J 0(αr)dα dr  ∴

    ∴   A(α) =  ∞0

    rJ 0(αr)f (r)dr,   (4.16)

    onde utilizamos a seguinte relação de ortogonalidade das funções de Bessel [7],

      ∞0

    xJ m(kx)J m(kx)dr =

      1

    kδ (k − k).   (4.17)

    Assumindo que o resultado da integral anterior seja A(α) = C e−aα, onde a e C  são constantes

    arbitrárias, a função Ψ(r, t) fica completamente estabelecida por

    Ψ(r, t) = C 

      ∞0

    J 0(αr)e−iαte−aαdα.   (4.18)

    De fato, a solução geral é dada por

    Ψ(r, t) = C   (a2 + r2 − t2)2 +2 +4a2t2 + a2 + r2 − t2

    (a2

    + r2

    − t2

    )2

    + 4a2

    t2

      .   (4.19)

    A forma inicial da onda,  f (r), pode ser obtida fazendo  t  = 0 na expressão acima. A solução

    encontrada representa, a medida em que o tempo passa, um pulso incidente na origem para

    valores negativos de t, chega na origem em t  = 0, é refletida e passa a se propagar no sentido

    oposto, ou seja, como se tivesse sido emitido pela origem, para valores positivos de t.

    Conhecido Ψ(r, t), podemos determinar a energia gravitacional fazendo

    γ  =   r0

    γ̇dr  = 2   r0

    r Ψ̇Ψdr.   (4.20)

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    Capítulo 5

    Aplicação dos métodos espectrais

    Nesse capítulo serão expostos procedimentos, propriedades e resultados obtidos na aplica-

    ção dos métodos espectrais ao problema de ondas gravitacionais com simetria cilíndrica em sua

    aproximação linear.

    5.1 Aplicação e resultados do método de Galerkin

    A partir da solução expressa pela equação (4.19) é conveniente para o tratamento que será

    realizado fazer a transformação de coordenadas (r, t) → (r, u), de forma que u =  t−r, portanto,t =  u + r. Substituindo tal transformação, a = 2 e C  = 1/

    √ 2 na equação (4.19), obtemos

    Ψ(r, u) =

      (4 + u2)(u2 + 4ur + 4 + 4r2) + 4 − u2 − 2ur

    (4 + u2)(u2 + 4ur + 4 + 4r2)  ,   (5.1)

    que satisfaz as seguintes equações

    2 Ψ̇ − Ψ − 1r

    (Ψ −  Ψ̇) = 0,   (5.2)

    γ  =  rΨ2,   (5.3)

    γ̇  = 2r Ψ̇(Ψ −  Ψ̇),   (5.4)

    29

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   30

    que são as equações de campo (4.9), (4.10) e (4.11) expressas no novo sistema de coordenadas.

    Nesse sistema, a solução exata apresenta as seguintes características,

    limr→∞

    Ψ(r, u) = 0   e   limr→∞

    Ψ(r, u) = 0,   (5.5)

    além da própria função e suas derivadas serem finitas na origem. Um aspecto interessante a se

    observar é a forma como a função acima se comporta na origem e quando  r tende a infinito

    pois podemos comparar com a função de base que representará a solução aproximada. Em um

    instante u = 1, por exemplo, a expansão de Taylor em torno da origem é

    0.565685 − 0.226274r − 0.033941r2 + O(r3),   (5.6)

    e sua expressão assintótica é dada por

    0.351578

     1

    r + 0.196539

    1

    r

    32

    + O

    r−5

    2

    .   (5.7)

    Nesse sistema de coordenadas, a solução representa uma onda incidindo sobre a origem

    e decaindo a zero, conforme  u, que consideramos ser a coordenada temporal, cresce. Paravalores negativos de u o pulso se move em direção à origem. Em  u = 0 o pulso atinge a origem

    e começa a decair. Escolheremos como instante inicial  u  = 0, e a expressão do pulso inicial é

    dada quando consideramos Ψ(r, u = 0), ou seja,

    f (r) = 1

    2

     √ 1 + r2 + 1

    1 + r2  .   (5.8)

    Para determinar a solução aproximada é necessário escolher as funções de base. Uma boa

    escolha é uma composição de funções ortonormais, devido à sua convergência, facilidade de

    computação e completeza. Em vista disso, as funções escolhidas foram os polinômios de

    Chebyshev. Entretanto, como a convergência dos polinômios ocorre dentro do intervalo [−1, 1]e o domínio da variável r é [0, ∞[ , é necessário fazer um mapeamento para que o domínio seja

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   32

    limr→0

    T Lk(r) = −1   e   limr→∞

    T Lk(r) = 1.

    Quanto à escolha das funções de base χk(r), uma combinação bastante simples dos polinômios

    acima que satisfaz as mesmas condições de contorno satisfeitas por  Ψ(r, u) dadas por (5.5), é

    χk(r) = T Lk+1(r) − T Lk(r).   (5.10)

    A expansão da função χ3(r), por exemplo, em torno da origem é dada por

    2 − 16.666667r + 28.666667r2 + O(r3),   (5.11)

    e como pode ser observado, se comporta de forma semelhante à solução exata. A expansão

    assintótica da função de base χ3(r) é dada por

    − 42r

      + 1134

    r2  + O

    1

    r3,   (5.12)

    e embora decaia de forma diferente da solução exata, esta pode ser bem representada pelo

    conjunto de funções escolhido.

    Para determinar os coeficientes espectrais   ai(u), procedemos como descrito no capítulo

    anterior. O primeiro passo é substituir a solução aproximada na equação (5.2), de onde obtemos

    a equação residual, dada por

    R =N 

    i=0

    2r

    dai(u)

    du

    dχi(r)

    dr  +

     dai(u)

    du  χi(r) − rai(u)d

    2χi(r)

    dr2  − ai(u) dχi(r)

    dr

    .   (5.13)

    Em seguida, devem ser feitas as projeções (R, χ j(r)) = 0, com j   = 0, 1,...N . Com isso,

    obtemos um sistema de  N  + 1 equações diferenciais envolvendo os coeficientes  ai(u). Para

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   34

    Figura 5.2:  Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo mé-todo de Galerkin no sistema (r, u) para N  = 10.

    Figura 5.3:  Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelo mé-todo de Galerkin no sistema (r, u) para N  = 15.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   35

    Figura 5.4:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 0.8 para N  = 10.

    Figura 5.5:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 0.8 para N  = 15.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   36

    Figura 5.6:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 5 para N  = 10.

    Figura 5.7:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 5 para N  = 15.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   37

    Figura 5.8:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 10 para N  = 10.

    Figura 5.9:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo método deGalerkin em u = 10 para N  = 15.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   38

    5.2 Aplicação e resultados do método de colocação

    Nessa seção serão expostos os resultados obtidos pela aplicação do método de colocação.

    Diferentemente do método de Galerkin, o método de colocação só pode ser aplicado a domíniosfinitos. Para isso, reescreveremos a solução (5.1) e a equação (5.2) no sistema de coordenadas

    (x, u), compactando o domínio, com x definido pela transformação inversa de (5.9), dada por

    r = −L1 + xx − 1 .   (5.15)

    Nesse caso, utilizaremos como funções de base os próprios polinômios de Chebyshev  T k(x). A

    equação (5.2) pode ser escrita como

    (1 − x2) Ψ̇ +  x(1 − x)2

    6  Ψ − (1 + x)(1 − x)

    3

    12  Ψ +  Ψ̇ = 0,   (5.16)

    onde a linha agora representa derivação com relação a x. A solução exata no novo sistema de

    coordenadas, escolhendo novamente L = 3, fica

    Ψ(u, x) =    a(u, x) + b(u, x)c(u, x) + (b(u, x))2 (x − 1),   (5.17)onde

    a(u, x) = 

    (u2 + 4)(u2x2 − 2u2x + u2 − 12ux2 + 12u + 40x2 + 64x + 40),

    b(u, x) =   −4x − 6ux + u2x − u2 + 4 − 6u,

    c(u, x) = 16(ux − u − 3x − 3)2.

    O pulso inicial é obtido substituindo u = 0 na equação (5.17), ou seja,

    f (u, x) =

    √ 2

    4

     (√ 

    2√ 

    5x2 + 8x + 5 + x − 1)(x − 1)5x2 + 8x + 5

      .   (5.18)

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   39

    Figura 5.10:  Forma do pulso inicial da onda em função de  x

    Escolhemos os N  pontos de colocação como sendo os extremos dos polinômios de Chebyshev,

    ou seja, xi  = cos(πi/N ), com i  = 0, 1,...N . Substituindo a equação aproximada na equação

    (5.16) obtemos a função residual, que é igual zero nos pontos de colocação, o quer dizer

    N i=0

    (1 − x2) dai

    du

    dT idx

      + x(1 − x)2

    6  ai

    dT idx

     − (1 + x)(1 − x)3

    12  ai

    d2T idx2

      + daidu

     T i

    = 0,   (5.19)

    com i = 0, 1,...N . A expressão (5.19) nos fornece N  + 1 equações diferenciais para os N  + 1

    coeficientes modais  ai(u). Para resolvê-las, assim como no método de Galerkin, é necesário

    determinar o valor de cada coeficiente no instante inicial  u   = 0, ou seja,  ai(0). No instante

    u = 0 supomos que Ψ(0, x) = f (x) =N 

    i=0 ai(0)T i(x), e portanto

    a j(0) =  2

    N ̄c j

    N n=0

    1

    c̄nf (xn)T  j (xn),   (5.20)

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   40

    onde fizemos uso da seguinte relação de ortogonalidade, válida nos pontos de colocação  xn,

    2

    N ̄ck

    n=01

    c̄nT  j(xn)T k(xn) = δ  jk,

    e o parâmetro c̄k é definido como

    c̄k =

    2,   se   k = 0, N 

    1,   se   k  assume qualquer outro valor

    Dessa forma, após resolver o sistema de equações para os coeficientes espectrais podemos

    comparar a solução exata com a solução aproximada, como é mostrado nas figuras a seguir.Para valores de u próximos de u  = 0, ambos os métodos apresentam bons resultados, e as

    soluções obtidas se aproximam bem da solução exata. Entretanto, mesmo com uma truncagem

    muito maior,  N   = 21, a solução obtida pelo método de colocação não acompanha a curva

    exata tão bem quanto a solução aproximada obtida pelo método de Galerkin à medida em que  u

    cresce. Para valores relativamente baixos de u, há uma discrepância razoavelmente grande nos

    resultados obtidos pelo método de colocação, embora como já foi dito, um modo de melhorar

    os mesmos é aumentar o número de pontos de colocação. Nesse aspecto, o método de Galerkin

    é muito mais eficaz, pois a representação da solução exata pela solução aproximada se mantém

    boa para altos valores de u, com N  relativamente pequeno.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   41

    Figura 5.11:   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelométodo de colocação no sistema (x, u) , para N  = 15.

    Figura 5.12:   Comparação do pulso inicial com a solução aproximada obtida pelométodo de colocação no sistema (x, u) , para N  = 21.

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    CAPÍTULO 5. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS ESPECTRAIS   44

    Figura 5.17:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo métodode colocação em u = 10 para N  = 15.

    Figura 5.18:  Comparação entre as soluções exata e aproximada obtida pelo métodode colocação em u = 10 para N  = 21.

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    Capítulo 6

    Conclusões

    A partir dos gráficos expostos no capítulo anterior fica evidente a eficiência dos métodos

    espectrais, sobretudo a do método de Galerkin. Apesar dos gráficos apresentarem o compor-

    tamento das soluções até r   = 40, a solução aproximada representa bem a solução exata até o

    infinito, pois as funções de base e a solução exata obedecem às mesmas condições de contorno.

    Paragandes valores de u, com uma solução de 15 termos, começam a apracer pequenas discre-

    pâncias entre as soluções exata e aproximada. Entretanto, Esse problema pode ser resolvido

    com um pequeno aumento no número de termos da solução aproximada, por exemplo, para

    N   = 21. A implementação do método de Galerkin é simples, embora o método exija um es-

    forço computacional moderado, devido às diversas integrações que devem ser realizadas para a

    determinação dos coeficientes modais.

    O método de colocação pôde ser implementado de forma extremamente simples, exigindo

    um esforço computacional relativamente pequeno. Entretanto, as soluções geradas por este

    método não tiveram a mesma precisão das soluções geradas pelo método de Galerkin, emborase tenha considerado mais termos na série. Por ser um método de fácil execução, é possível

    aumentar sua acurácia considerando mais termos na solução aproximada, ou seja, mais pontos

    de colocação.

    O instante inicial  u0   = 0 utilizado para resolver o sistema dinâmico para os coeficientes

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    CAPÍTULO 6. CONCLUSÕES   46

    espectrais é completamente arbitrário. É possível escolher qualquer outro valor de  u0, contanto

    que a solução exata seja conhecida nesse instante.

    Quanto à convergência dos métodos, fica claro ao observarmos os gráficos que quanto maior

    o número de termos considerados nas soluções aproximadas de ambos os métodos, mais estas

    se aproximam da solução exata.

    Em vista dos resultados obtidos na aplicação dos métodos espectrais na aproximação linear

    da evolução de ondas gravitacionais cilíndricas, podemos esperar que o caso mais geral possa

    ser bem representado pelas soluções aproximadas geradas por ambos os métodos, desde que

    seja considerada uma truncagem grande o suficiente, da ordem de  N   = 21 ou maior para o

    método de Galerkin. Nesse tipo de aplicação dos métodos apresentados, as mesmas funções debase devem ser escolhidas, pois as condições de contorno são as mesmas tanto para o regime

    linear quanto para o regime não-linear, onde os dois modos de polarização estão presentes.

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    Referências Bibliográficas

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