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Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 1
Uma análise de
Arroz do Céu
“Arroz do Céu”
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 2
José Rodrigues Miguéis – Vida e Obra
Nome: José Claudino Rodrigues Miguéis
Local e data de nascimento: Lisboa, 1901
Local e data de morte: Nova Iorque, 1980
1. Assinala as repostas correctas.
1.1. José Rodrigues Miguéis nasceu em:
a) Lisboa
b) Leiria
c) Luanda
1.2. Em 1935 emigrou para:
a) Londres
b) Praga
c) Nova Iorque
1.3. O conto “Arroz do Céu” está incluído na obra:
a) Páscoa Feliz
b) Gente da Terceira Classe
c) Gente Feliz
1.4. Em Nova Iorque, Miguéis foi um dos fundadores:
a) do Clube Operário Português
b) do Clube de Ténis Português
c) do Clube Salazarista Português
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 3
TESTE DE COMPREENSÃO ORAL DO CONTO
Depois de teres lido o conto, resolve a seguinte ficha para verificar se o
compreendeste bem.
A. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas CORRIGINDO AS
FALSAS:
1. A história passa-se em Nova Iorque.
2. O Limpa-vias é um homem que varre as ruas da cidade.
3. O Limpa-vias nasceu nos EUA.
4. A família do Limpa-vias é composta por ele, mulher, 3 filhos e uma avó.
5. A primeira vez que o Limpa-vias viu o arroz, apanhou-o e levou-o para casa.
6. O arroz que o Limpa-vias apanha vem de um armazém de arroz.
7. O céu do Limpa-vias é o chão que os outros pisam.
8. Para o Limpa-vias o arroz é uma dádiva do Céu.
B. Selecciona a melhor opção das apresentadas:
1. O Limpa-vias é originário de:
a) Alabama ou Alasca.
b) Polónia ou Letónia.
c) Ucrânia ou Geórgia.
d) Estónia ou Lituânia
2. Nos respiradouros caem:
a) peúgas, latrinas, neve.
b) luvas, botões, pastilha elástica, dinheiro.
c) botões, papeladas, óculos.
d) luvas, sapatos, latas.
3. Devido ao seu trabalho, a sua face era:
a) incolor e a raça indistinta.
b) de cor amarela e a raça oriental.
c) de cor negra e a raça africana.
d) de raça cigana.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 4
4. O Limpa-vias costumava levar o arroz para casa:
a) no boné.
b) num balde.
c) num cartucho de papel.
d) no bolso.
5. A família do Limpa-vias ficou:
a) pouco satisfeita, pois não gostava de arroz.
b) pouco satisfeita, pois já comia muito arroz.
c) satisfeita, pois assim não passava fome.
d) insatisfeita, porque só comia arroz.
6. A família do Limpa-vias é:
a) rica e feliz.
b) trabalhadora e ambiciosa.
c) numerosa e trabalhadora.
d) numerosa e pobre.
O Espaço
Como sabes, a acção deste conto passa-se em Nova Iorque, e dentro da
cidade são apresentados dois espaços distintos.
Subway Uptown
↓ ↓ Símbolo do mundo ao Símbolo do mundo ao
qual o Limpa-vias pertence qual o Limpa-vias não pertence
↓ ↓
São dois mundos que se tocam,
mas nunca se misturam.
1. Associa as expressões correctas ao subway e ao Uptown.
a) “obscuridade”
b) “imponente a igreja”
c) “chão imundo e viscoso” Uptown
d) “lívida claridade” subway
e) “grande estrago de alegria”
f) “negrume interior”
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 5
A personagem principal
2. O Limpa-vias é a personagem principal deste conto.
2.1. Caracteriza-o, utilizando as expressões do conto.
Retrato físico Retrato psicológico Condição social
( “estrangeiro”, “raça indistinta”, “imigrante”, “patina oleosa e negra”, “face incolor”,
“sempre de olhos no chão”, “bisonho e calado”, “resignado”)
Caracterização Directa
A caracterização do Limpa-vias é uma caracterização directa. As personagens
são caracterizadas directamente, quando as suas características são apresentadas
explicitamente pelo narrador, por outras personagens ou por elas próprias. Neste caso,
as características do Limpa-vias são-nos fornecidas pelo narrador.
2.2. Caracteriza-o, agora, indirectamente.
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2.2.1. Com fizeste para procederes à caracterização indirecta da personagem?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 6
Palavras parónimas
Uma das palavras usadas para caracterizar o Limpa-vias foi “imigrante”.
Sabes qual o seu significado?
Imigrante Emigrante
▼ ▼
pessoa que imigra; pessoa que emigra;
que vem estabelecer-se que deixa o seu país
num país que não é o seu. para se estabelecer noutro.
Estados Unidos da América ← Estónia ou Lituânia
Palavras parónimas são palavras semelhantes a nível fónico e a
nível gráfico, mas que não são equivalentes.
3. Faz corresponder as seguintes palavras de modo a obteres pares de palavras
parónimas.
( morrer, sono, largura, prefeito, cumprimento, parecer, discrição)
comprimento sonho descrição perfeito perecer
3.1. Escreve frases onde utilizes outras palavras parónimas.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 7
Classificação das palavras quanto à pronúncia, grafia
e significado
Definição Exemplos
Homófonas
Mesma pronúncia,
grafia e significado
diferentes
à, há
acento (sinal),
assento (banco)
hera (planta), era
(época)
cela (prisão), sela
(cavalo)
Homógrafas
Mesma grafia,
pronúncia e
significado
diferentes
este, Este (ponto
cardeal)
pregar (pregos),
pregar (discurso)
doméstica,
domestica
cópia, copia
Homónimas
Mesma pronúncia e
grafia, significados
diferentes
amo (senhor), amo
(verbo amar)
canto (ângulo),
canto (verbo
cantar)
são (saudável), são
(verbo ser)
Parónimas
Grafia e pronúncia
parecidas,
significados
diferentes
comprimento,
cumprimento
arrolhar, arrulhar
eminente, iminente
despensa, dispensa
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 8
4. Atenta nas frases seguintes e classifica as palavras sublinhadas:
a) A mulher do Limpa-vias comprou uma saia linda.
O Limpa-vias saía muito tarde do trabalho.
b) O Limpa-vias está sem dinheiro.
Os seus pais deram-lhe cem euros.
c) A sua mulher foi ao Banco pedir um empréstimo.
O Limpa-vias sentou-se num banco a descansar.
d) O Limpa-vias arrumou o arroz na despensa.
Ele vai pedir dispensa do serviço nocturno.
A expressividade da figura de estilo
5. Para caracterizar o Limpa-vias, o narrador utiliza a expressão “uma toupeira,
um rato dos canos”. Isto significa que…
a) O Limpa-vias gostava de andar dentro dos canos.
b) O Limpa-vias passava muito tempo no subterrâneo.
c) O Limpa-vias era peludo e cheirava mal.
5.1. Identifica a figura de estilo presente na expressão acima mencionada.
Resposta: __________________________
5.2. Procura no texto outras figuras de estilo. Justifica o seu emprego.
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 9
O valor dos tempos verbais
6. No excerto que se segue, sublinha os verbos que indicam as tarefas realizadas
pelo Limpa-vias.
“Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões
de pontas de cigarros, na maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das
plataformas o chewing gum odioso, limpava as latrinas, espalhava desinfectantes,
ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso (…)”.
6.1. Em que tempo verbal se encontram os verbos que sublinhaste?
a) Pretérito Perfeito do Indicativo
b) Pretérito Imperfeito do Indicativo
c) Presente do Indicativo
6.2. Este tempo verbal exprime:
a) um facto habitual, duração, rotina.
b) uma acção totalmente acabada.
c) um facto anterior a outro também já passado.
6.3. Que tempo verbal exprime factos não habituais?
a) Pretérito Imperfeito do Indicativo: “Varria milhões de pontas de cigarros
(…)”.
b) Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: “(…) um cartucho que apanhara
(…) num cesto do lixo(…)”.
c) Pretérito Perfeito do Indicativo: “(…) ergueu os olhos pela primeira vez para o
Alto(…).”
6.4. Reescreve o excerto acima, colocando as formas verbais no pretérito perfeito
do indicativo.
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Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 10
Empréstimos
São elementos lexicais que podem ser internos a uma língua ou estrangeirismos
adoptados por essa língua.
A palavra janela é um empréstimo da própria língua, porque além do seu
significado comum (Abre a janela para arejar a casa), passou a designar também uma
área do ecrã do computador, por tradução do inglês window. O mesmo se passa com o
vocábulo rato (o animal e o periférico de entrada que envia informação para o
computador).
Os estrangeirismos são palavras que a língua não conseguiu adaptar: marketing,
software, ballet, croissant… Na língua portuguesa, os estrangeirismos mais
significativos são os anglicismos e os galicismos, palavras inglesas e francesas.
7. No conto “Arroz do céu” surge ainda outro estrangeirismo. Identifica-o e diz
qual o seu significado.
Resposta:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
8. Estabelece as correspondências correctas.
Croissant
Puzzle
Robot
Lingerie Anglicismos
Bungalow Galicismos
Ballet
Internet
Software
Empréstimos
subway Uptown football
Futebol
Adaptou-se ao nosso idioma
software
Manteve a forma inglesa
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 11
A importância do arroz
9. Os respiradouros por onde cai o arroz são o elemento de ligação entre o subway
e o Uptown. Contudo, o arroz não tem a mesma importância para estas duas
partes da cidade. Faz corresponder as seguintes expressões ao subway e ao
Uptown, tendo em conta o significado que o arroz tem em cada um desses espaços.
(“chuva benéfica”, “prenúncio votivo de abundância”, “enchia-lhes a barriga”,”símbolo
do “crescei e multiplicai-vos” ”, ” maná”)
subway Uptown
▼ ▼
A vida do Limpa-vias muda As vidas no Uptown não mudam
por causa do arroz por causa do arroz
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 12
Hiperónimos e Hipónimos
10. Como sabes, o arroz é um cereal. Certamente conheces outros cereais. Procura
nesta sopa de letras o nome de seis deles, incluindo o arroz.
A Q S C Z Q I G X L
V E C E V A D A O M
E R D N X W O H C I
I T F T R I G O V L
A Y G E C E P J B H
D U H I V R A K N O
F I J O B T S L M L
H O K S N Y D Ç Q Q
I P L O A R R O Z G
E A Ç T M U F Z W K
10.1. Regista os cereais que encontraste:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
11. Estabelece, agora, as correspondências correctas.
11.1. Hiperónimo:
a) Palavra cujo significado inclui o sentido de outras palavras.
b) Palavra portuguesa de origem hispânica.
c) Conjunto de palavras com o mesmo significado.
11.2. Hipónimo:
a) Palavra de significado oposto.
b) Palavra cujo sentido está incluído num termo mais abrangente.
c) Conjunto de palavras com grafia igual e significado diferente.
CEREAL
Centeio Arroz Trigo Aveia Milho Cevada
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 13
Subclasses do nome
12. Recorda o seguinte excerto do conto “Arroz do Céu”
“Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e
do Santíssimo Sacramento, a todo o comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os
respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço arrendado. Os
casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz
chove às cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de
alegria. Metade dele some-se logo pelas grelhas dos respiradouros, outra parte fica
espalhada nas placas de cimento do passeio.”
Igreja de São João Baptista em Nova Iorque
12.1. Preenche o quadro com os nomes presentes no texto.
Nomes Concretos Próprios Colectivos Abstractos
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 14
Classificação dos nomes
Classe de palavras variáveis que designam seres, coisas, lugares,
instituições, nações, estados, qualidades e acções.
Concretos
designam nomes de coisas,
animais, pessoas e instituições,
ou seja, tudo o que tem
existência propriamente dita
Isabel, rapaz,
igreja, Paris,
porção, árvore
Abstractos
designam acções, noções,
qualidades e estados, ou seja,
representações do nosso
pensamento
Estado, justiça,
saúde,
inteligência,
profundidade
Próprios
designam uma pessoa, animal ou
coisa de forma individual, ou
seja, um indivíduo de uma dada
espécie
João, Portugal,
Porto, Tejo
Comuns
designam todas as pessoas,
animais ou coisas de uma espécie
ou de um grupo
homem, país,
cidade, rio, casa,
gato
Colectivos
nomes comuns que, embora
estando no singular, designam
um conjunto de seres ou coisas
da mesma espécie
alcateia,
batalhão, bando,
cardume,
exército, enxame,
horda, magote,
moda, multidão,
vara (ver tabela
dos nomes
colectivos na
gramática)
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 15
13. Faz corresponder os seguintes nomes às subclasses a que pertencem.
Nova Iorque
casamentos
passeios
Alto
estações
galerias
Lituânia Nomes comuns
Estónia Nomes próprios
respiradouros
panela
Europa
Verão
mulher
chuva
14. O filho do Limpa-vias escreveu uma carta à avó sobre os nomes colectivos.
Ajuda-o a terminar a carta, inserindo nos espaços os nomes colectivos adequados.
Querida avozinha,
Espero que estejas bem de saúde. Hoje na escola aprendi o que eram nomes
colectivos. São nomes que exprimem a ideia de muitas pessoas, animais ou coisas. Ao
grupo de meninos da minha sala, por exemplo, chama-se __________. Um
______________ é um grupo de ilhas. Sabias que um conjunto de pombos é um
____________? Um grupo de abelhas, como aquelas que o avô tem na quinta, é um
______________. Lembras-te daqueles pinheiros perto de casa da tia? A esse conjunto
dá-se o nome de _______________. E os lobos que andam juntos por essa floresta
fazem uma ___________________. Mas há muitos mais grupos de animais! Os peixes,
por exemplo, nadam todos juntos em ______________. Os nomes colectivos são um
assunto muito interessante!
Um abraço e um beijinho do teu neto, até breve.
( turma, manada, bando, alcateia, vara, cardume, grupo, pomar, pinhal, frota,
enxame, arquipélago, rebanho)
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 16
O Adjectivo
Adjectivos são as palavras que caracterizam um nome.
Em princípio, o adjectivo aparece depois do nome: “um homem feliz”, “uma rua
agradável”, mas quando se encontra antes deste, altera o sentido da frase. Assim, “um
homem grande” não significa o mesmo que “um grande homem” tal como em: “casa
grande” [tamanho], “grande casa”[importância].
“É uma linda igreja, cinzenta e imponente.
15. Sublinha os adjectivos presentes neste excerto do “Arroz do Céu”.
“E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira,
acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a
chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e
mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.
Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.
Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-
lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...”
15.1. Em que grau se encontram os adjectivos que encontraste no texto.
grau superlativo
grau comparativo
grau normal
15.2. Escreve frases, utilizando o adjectivo “mau”, nos graus dos adjectivos
propostos:
a) Grau Comparativo de Igualdade: ______________________________________
b) Grau Superlativo Absoluto Sintético: __________________________________
c) Grau Superlativo Relativo de Inferioridade:
________________________________________________________________
d) Grau Comparativo de Superioridade: __________________________________
e) Grau Superlativo Relativo de Superioridade:
________________________________________________________________
f) Grau Superlativo Absoluto Analítico: __________________________________
g) Grau Comparativo de Inferioridade:____________________________________
__________________________________________________
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 17
Flexão do adjectivo em grau
Grau dos adjectivos
Grau Formação Exemplos
Comparativo
de superioridade mais + adjectivo +
que, do que ou quanto
És mais alto que o
João.
de igualdade tão + adjectivo +
como
Ela é tão ágil como a
mãe.
de inferioridade menos + adjectivo +
que, do que ou quanto
Sou menos hábil que
tu.
Superlativo
Absoluto sintético
acrescentam-se os
sufixos -íssimo, -imo,
-rimo
belíssimo, felicíssimo,
facílimo, libérrimo
Absoluto analítico
antepõem-se ao
adjectivo os advérbios
muito, bem, assaz,
bastante,
imensamente, etc.
muito fácil, bem
pobre, assaz difícil,
bastante largo,
imensamente bom
Relativo de
superioridade
antepõe-se o (a) ao
comparativo de
superioridade
É o mais antigo prédio
Foi a mais hábil
professora
Relativo de
inferioridade
antepõe-se o (a) ao
comparativo de
inferioridade
O Carlos é o aluno
menos estudioso do
colégio
16. Associa, agora, os seguintes adjectivos aos graus em que se encontram.
a) O metropolitano era rápido.
b) O tempo estava péssimo.
c) A igreja era mais alta do que a capela.
d) As paredes eram tão negras como a noite.
e) O Limpa-vias era muito magro.
f) Era o arroz mais polido que havia.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 18
O narrador
Como sabes, para se partilhar uma história é necessário contá-la.
O narrador é uma entidade imaginária que conta a história. É uma das três
entidades da história, sendo as outras o autor e o leitor. O leitor e o autor habitam o
mundo real. A função do autor é criar um mundo alternativo, com personagens,
cenários e acontecimentos que formem a história. A função do leitor é entender e
interpretar a história. Já o narrador existe no mundo da história (e apenas nele) e
aparece de uma forma que o leitor possa compreendê-lo.
17. Lê o seguinte excerto:
“Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um
desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de
abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). A gente pára a
olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na
freguesia?»
“Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala
no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à
sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco
dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do
subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos
passageiros.”
17.1. Quem conta este excerto da história do Limpa-vias?
a) O Limpa-vias
b) O autor
c) O sacristão
d) O narrador
Narrador participante / não participante
18. O narrador pode contar a história de diferentes maneiras.
18.1. Pode participar na história que está a narrar e nesse caso é um narrador
_______________. Assim, se for a personagem principal da história que conta é um
narrador _______________. Se for apenas uma das personagens secundárias é um
narrador ____________________. Estes narradores narram a acção na
______________ pessoa.
18.2. Pode contar uma história na qual não participa e nesse caso é um narrador
_____________________. Este narrador narra a acção na _____________ pessoa.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 19
19. Identifica no excerto as oito formas verbais que te indicam que estamos na
presença de um narrador heterodiegético, ou seja, não participante.
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a
estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do
lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com
mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as
pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que
viria tanto arroz?”
20. Se o narrador fosse o Limpa-vias as formas verbais passariam para a 1ª pessoa
e estaríamos perante um narrador participante. Imagina então que o narrador é o
Limpa-vias e transforma o texto.
“A primeira vez que ________ aquele arroz derramado no chão, e __________
os bagos a ___________ debaixo das botifarras, não ________ caso; __________ com
o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como
_________ agora por ali com mais frequência, ___________ que a coisa se repetia. O
arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da
galeria. E _______________: donde é que viria tanto arroz?”
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 20
Flexão do nome em grau
Grau Formação Exemplos
Aumentativo
acrescentam-se os
sufixos: -aço, -aça;
-ão, -ona; -alhão;
-anha; -alha; -eiro;
-eira
ricaço; bigodaça;
casarão; mulherona;
dramalhão; montanha;
muralha; maluqueira;
mexeriqueiro
Diminutivo
acrescentam-se os
sufixos: -acho; -eta,
-ete; -ico; -ilho, -ilha;
-elho, -elha; -im;
-inho, -inha; -ito, -ita;
-ola; -ulo
fogacho; cançoneta;
ramalhete; burrico;
pecadilho; anilha;
garotelho; varandim;
mocinho; casinha;
cãozito; pequenita;
criançola; montículo
Na maioria dos aumentativos ressalta um valor depreciativo ou pejorativo; o
emprego do diminutivo indica a linguagem afectiva.
21. Lê o seguinte excerto:
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a
estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do
lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com
mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as
pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que
viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o Alto, e avistou a
vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me
compreendem, obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível
do interior. Era dali, com certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da
chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os
ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as
elegâncias. No casamento dele não tinha havido
arroz de qualidade nenhuma, nem cru, nem doce,
nem de galinha.
Até que um dia, depois de olhar em roda,
não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se,
ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e
encheu com eles um bolso do macaco.”
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 21
21.1. As palavras “botifarras” e “montículo” pertencem à classe dos nomes. Tenta,
através do seu significado, determinar o grau em que se encontram.
Botifarras:
a) são botas pequenas, logo está no grau diminutivo.
b) são botas grandes, logo está no grau aumentativo.
c) são botas comuns, logo está no grau normal.
Montículo:
a) é um monte comum, logo está no grau normal.
b) é um monte grande, logo está no grau aumentativo.
c) é um monte pequeno, está no grau diminutivo.
21.2. Observa com atenção as imagens e faz corresponder a cada uma delas o
diminutivo e o aumentativo correctos.
_____________________ ____________________________
_________________ ______________________
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 22
_________________________ ______________________________
____________ _______________ _______________
________________ ____________________________
(canzarrão, mulherona, portinha, portão, dentuça, murinho, cãozinho, muralha, gatinho,
mulherzinha, dentinho)
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 23
A expressividade da figura de estilo I
22. Sublinha, neste excerto, a frase que caracteriza o arroz.
“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a
estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do
lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com
mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as
pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que
viria tanto arroz?”
22.1. A frase que sublinhaste descreve o arroz de uma forma muito sugestiva, trata-se
de uma _______________. O arroz é ______________ a pérolas, realçando o que
ambos têm em comum: a brancura e o brilho. Mas se pensares um pouco existem outras
coisas igualmente brilhantes: lâmpadas, estrelas, velas. Tudo isto brilha intensamente no
escuro. Por que é que o autor pretende comparar o arroz a pérolas?
22.2. O narrador compara o arroz a pérolas e não a lâmpadas, velas ou estrelas
porque…
a) …as lâmpadas e as velas são pouco brilhantes.
b) …as pérolas são mais raras e muito valiosas.
c) …as estrelas estão demasiado longe.
22.3. A comparação entre as pérolas e o arroz significa que…
a) para o Limpa-vias o arroz era tão raro e tão valioso como pérolas.
b) o Limpa-vias encontrava colares de pérolas desfeitos junto com o arroz.
c) o sonho do Limpa-vias era ter muitas pérolas.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 24
A receita culinária
Relembra o excerto que revela a reacção do Limpa-vias à visão do arroz nas
galerias do subway.
“O limpa-vias encolheu os ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as
elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem
cru, nem doce, nem de galinha.”
No casamento do Limpa-vias não houve Arroz Doce. E tu gostas de Arroz
Doce? Não sabes a receita? Eu dou-te uma ajuda!
23. Coloca nas caixas as palavras do texto correspondentes.
Depois de o leite ferver
num tacho, junta-lhe
uma pitada de sal e o
açúcar, seguido do arroz.
Junta-lhe também a
casca de limão e um pau
de canela. Quando o
arroz estiver quase
cozido, deixa-o arrefecer
um pouco e junta-lhe as
gemas previamente
batidas. Mexe esta
mistura muito bem e
leva-a novamente ao
lume para que as gemas
cozam. No final, coloca
o arroz numa travessa e
decora-o com canela em
pó.
Ingredientes
Palavras que
indicam a
ordem a seguir
Formas
verbais
A receita culinária do Arroz Doce é um texto não literário. Neste caso, uma
receita que apresenta características específicas:
- o título revela-nos qual a receita;
- a lista de ingredientes diz-nos que precisamos de usar materiais específicos;
- a ordenação das tarefas explica-nos como fazer o Arroz Doce.
Como pudeste verificar, as frases são simples e iniciam-se normalmente por um
verbo de acção que está geralmente no imperativo ou no infinitivo. Na receita, algumas
palavras indicam-nos a ordem pela qual as tarefas devem ser cumpridas e para finalizar
o vocabulário utilizado é também muito específico do assunto tratado. Como podes
concluir o objectivo do texto não literário não é ter uma dimensão estética, mas sim ser
objectivo e informativo.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 25
24. Coloca por ordem os vários passos da receita.
Coloca o leite ao lume com o pau de canela e a casca de limão e deixa ferver.
Vai adicionando o leite bem quente, a pouco e pouco, à medida que o arroz o for
absorvendo, mantendo sempre o lume brando e mexendo de vez em quando.
Deita o arroz num tacho, cobre com água e tempera com uma pitada de sal. Leva
a lume brando até evaporar a água.
Quando o leite acabar e o arroz estiver bem cremoso, junta o açúcar e mexe.
Deixa ferver mais um pouco cerca de 2 ou 3 minutos.
Coloca numa travessa funda ou em taças individuais. Enfeita com canela em pó.
Retira do lume e junta a margarina.
Bate as gemas e junta-as ao preparado, deixando cozer um pouco.
Já sabes os passos a dar para fazeres, tu próprio, um bom Arroz Doce. Só
faltam os ingredientes. Ora cá estão eles. Bom apetite!
Ingredientes: 1,5l de leite
1 pau de canela
1 casca de limão
180g de arroz
2dl de água
150g de açúcar
40g de margarina
3 gemas
sal e canela em pó
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 26
O verbo
Mesmo não tendo tido Arroz Doce no seu casamento, o Limpa-vias
aproveitava todo o arroz que encontrava, pois esse… “(…) enchia-lhes a barriga, a
ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. (…)”.
25. Repara na palavra que se encontra destacada. Como a classificas
morfologicamente?
“Enchia-lhes” pertence à classe dos…
a) advérbios
b) determinantes
c) verbos
26. Sublinha os verbos de acordo com a conjugação a que pertencem.
Vermelho – verbos da 1.ª conjugação
Verde – verbos da 2.ª conjugação
Azul – verbos da 3.ª conjugação
“se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum”
“e encheu com eles um bolso do macaco”
“a mulher cruzou as mãos de assombro”
“varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara abandonado num cesto de lixo
da estação”
“O Limpa-vias nunca perguntou”
“até parecia uma colheita regular”
“não sabia a que atribuir o fenómeno”
“ no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem”
“O homem matutou”
27. Lê com atenção as seguintes frases do conto e coloca as formas verbais nos
tempos verbais correctos.
“depois de olhar em
roda”
“não andasse alguém”
“varreu o arroz para
dentro de um cartucho
que apanhara
abandonado num cesto
de lixo da estação”
“Ignorando que lá em
cima era a Igreja de São
João Baptista e do
Santíssimo Sacramento”
“Vê lá se hoje há arroz
(…)”
Pretérito Perfeito do Indicativo ____________________
Presente do Indicativo ____________________________
Gerúndio _______________________________________
Pretérito Imperfeito do Indicativo __________________
Infinitivo Impessoal ______________________________
Pretérito Mais-que-perfeito do indicativo ____________
Pretérito Imperfeito do Conjuntivo _________________
Imperativo ______________________________________
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 27
O PRESENTE DO INDICATIVO
E O PRESENTE DO CONJUNTIVO
28. Observa o seguinte quadro:
COLUNA A COLUNA B
Penso que o Limpa-vias tem um trabalho
muito difícil.
Não penso que o Limpa-vias tenha um
trabalho muito difícil.
Parece-me que o subway é medonho. Não me parece que o subway seja medonho.
É evidente que o Limpa-vias não gosta do
seu trabalho.
É provável que o Limpa-vias não goste do
seu trabalho.
É verdade que o Limpa-vias leva para casa
o arroz que cai no subway.
Não é verdade que o Limpa-vias leve para
casa o arroz que cai no subway.
Ele afirma que o arroz vem do céu. Ele nega/duvida que o arroz venha do céu.
Ele quer trabalhar no subway que fica perto
de uma igreja.
Ele quer trabalhar num subway que fique
perto de uma igreja.
Ele é um óptimo profissional, mas detesta o
ruído do metro.
Embora seja um óptimo profissional, detesta
o ruído do metro.
Provavelmente, o Limpa-vias passa
dificuldades económicas.
Talvez o Limpa-vias passe dificuldades
económicas.
O Limpa-vias agradece a Deus aquela
dádiva divina.
È natural que o Limpa-vias agradeça a Deus
aquela dádiva divina.
Os filhos do Limpa-vias rezam
fervorosamente.
É preciso que os filhos do Limpa-vias rezem
fervorosamente.
28.1. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso):
a) Nas frases da coluna A, os factos expressos pelos verbos são considerados irreais.
___
b) Nas frases da coluna B, os factos expressos pelos verbos são considerados certos e
reais. ___
c) Nas frases da coluna B, encaramos a existência ou não existência dos factos como
incerta, eventual, duvidosa ou, até mesmo, irreal. ___
d) Nas frases da coluna A, os factos expressos pelos verbos são considerados certos e
reais. ___
e) As formas verbais da coluna A estão no Presente do Indicativo e as da coluna B
encontram-se no Presente do Conjuntivo. ___
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 28
29. Redige duas frases para cada um dos “verbos de opinião” a seguir
apresentados (uma frase na forma afirmativa e outra na forma negativa). Situa a
acção no momento da enunciação.
Verbos de
opinião
Afirmativa Negativa
parecer
que
Parece-me que
Não
achar que Acho que
Não
crer que Creio que
Não
julgar que Julgo que
Não
pensar
que
Penso que
Não
29.1. Regista as tuas conclusões relativamente à utilização do presente do
conjuntivo.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Verbos pronominais e pronominais reflexos
Verbos pronominais
A aluna lê o livro.
A aluna está a ler o livro.
As alunas lêem o livro.
Nestas frases podes substituir os elementos destacados pelo pronome o:
A aluna lê-o.
A aluna está a lê-lo.
As alunas lêem-no.
O verbo ler passou, nestes casos, a ser utilizado com o pronome pessoal, mas
este não faz parte da sua conjugação.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 29
Observa o quadro seguinte:
o, a, os, as
+
lo, la, los, las, no, na, nos, nas
30. Substitui os elementos destacados pelos pronomes pessoais do quadro acima:
a) O Limpa-vias apanhou o cartucho.
O Limpa-vias ____________.
b) Os colegas do Limpa-vias não viram o lixo no chão.
Os colegas do Limpa-vias não _____________ no chão.
c) O Limpa-vias vai arrumar o arroz na despensa.
O Limpa-vias vai ______________ na despensa.
d) A mulher e os filhos do Limpa-vias comeram arroz ao jantar.
A mulher e os filhos do Limpa-vias ____________ ao jantar.
Repara agora na frase:
Ele queixou-se do barulho dos colegas.
O verbo queixar-se é um verbo que se utiliza sempre acompanhado de um
pronome pessoal átono. Por tal facto é considerado um verbo pronominal.
Verbos pronominais reflexos
O Limpa-vias levantou-se.
Neste caso, o verbo utiliza-se acompanhado do pronome se. Este indica que a
acção expressa pelo verbo recai sobre o sujeito que a pratica – trata-se de um verbo
pronominal reflexo.
Os verbos pronominais são os que se utilizam, sempre ou em algumas construções,
acompanhados de um pronome pessoal átono.
Os verbos pronominais reflexos são os que se utilizam acompanhados dos pronomes
reflexos me, te, se, nos, vos, se; neste caso, o pronome átono que acompanha o verbo
refere-se a uma pessoa que coincide com a pessoa do sujeito.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 30
31. Preenche os espaços em branco, colocando as formas verbais correctas. Mas
atenção, utiliza apenas as formas verbais pronominais reflexas:
(despiu-se; lavámo-nos; arrumei-o; calçou-se; chateaste-o; vesti-me; observou-se;
encontrou-o; sujaram-se)
a) Os trabalhadores _____________ ao cair no buraco.
b) Eu ____________ à pressa pois estava atrasada.
c) A mulher __________ ao espelho.
d) O rapaz __________ porque estava com calor.
e) Eu e a Marta _____________ antes do jantar.
f) O Limpa-vias _____________ à pressa.
O pronome pessoal refere-se aos participantes do discurso, através de
uma das três pessoas gramaticais, ou representa um nome anteriormente
expresso. Varia quanto à pessoa, ao número, ao género e à função.
PRONOMES PESSOAIS Funções sintácticas número pessoa sujeito complemento
directo
complemento
indirecto
complemento
preposicional
singular
1ª
2ª
3ª
eu
tu
ele, ela
me
te
o, a, se
me, mim
te, ti
lhe, ele, ela, si
mim, comigo
ti, contigo
consigo, ele ,ela
plural
1ª
2ª
3ª
Nós
Vós
eles, elas
nos
vos
os, as, se
nos, nós
vos, vós
lhes, eles, elas, si
nós, connosco
vós, convosco
consigo, eles, elas
Os pronomes o; a; os; as :
- depois de formas verbais terminadas em r, s, z e depois dos pronomes
pessoais nos e vos, tomam as formas lo; la; los; las.
Ex.: Ele traz o bolo. Ele trá-lo.
Eles deram-nos a novidade. Eles deram-no-la.
- depois de formas verbais terminadas em nasal, tomam as formas no,
na, nos, nas.
Ex.: Ele põe a mesa. Ele põe-na.
Elas compram um disco. Elas compram-no.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 31
32. Substitui as expressões sublinhadas pelos pronomes pessoais correctos.
a) O Limpa-vias metia os papéis no saco.
O Limpa-vias _____________ no saco.
b) Os garotos tentavam encontrar tesouros no fundo das galerias.
Os garotos tentavam _____________ no fundo das galerias.
c) O sacristão não varre o arroz quando acabam os casamentos.
O sacristão não ____________ quando acabam os casamentos.
d) O Limpa-vias, a mulher e os filhos encheram a barriga de arroz.
O Limpa-vias, a mulher e os filhos _______________ de arroz.
e) A mulher do Limpa-vias faz muitas receitas com o arroz.
A mulher do Limpa-vias __________ com o arroz.
f) Os convidados atiram arroz aos noivos.
Os convidados _____________ aos noivos.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 32
Caracterização do Limpa-vias
“O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no
bom tempo, pelo Verão, e aos domingos, que até parecia uma colheita regular.
Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.
Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo
Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da
raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem.”
33. Tendo como base o excerto transcrito, responde às seguintes questões.
33.1. Para o Limpa-vias, o arroz:
a) caía, porque era atirado aos noivos nos casamentos.
b) caía, quando chovia ou nevava.
c) caía do céu, enviado por Deus.
33.2. O Limpa-vias reagiu a este fenómeno:
a) fazendo uma festa para os amigos.
b) guardando segredo e rezando para agradecer.
c) vendendo o arroz.
34. Sublinha no texto todas as frases e expressões que revelam atitudes,
comportamentos, crenças ou acções que ajudam a caracterizar o Limpa-vias.
“Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo
Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da
raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem.
E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou
por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva,
a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e
mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.
Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.
Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-
lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...
O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.”
35. Como deves ter reparado, os últimos parágrafos do conto têm várias expressões
com significado religioso. Lê atentamente o excerto e seguidamente escreve nos
espaços vazios as palavras ou expressões ligadas à religião, preenchendo o
esquema.
“E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira,
acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a
chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e
mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.
Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 33
Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-
lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...
O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.”
Campo lexical
Muito bem.
Ao seleccionares as palavras e ao agrupá-las em volta do conceito de religião,
acabaste de criar um campo lexical. Como podes ver, trata-se de um conjunto de
palavras que se podem associar à volta de uma ideia, conceito ou realidade.
Religião
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 34
Desenlace do conto “Arroz do Céu”
O conto termina com a frase “O Céu do Limpa-vias é a rua que os outros
pisam.” Qual o sentido dessa frase e de que modo nos ajuda a compreender o
conto?
“O Céu do Limpa-vias é a rua que os outros pisam.”
▼ ▼ Esta visão diferente do Uptown e o significado que ele tem quer para o Limpa-vias
quer para os outros, reforçam uma vez mais a ideia de que se trata de um mundo ao
qual ele não tem acesso.
A frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os
ricos e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres.
Uptown
Para o Limpa-vias simboliza o Céu, pois é de lá que cai o
arroz.
Para os outros, é apenas o chão que pisam diariamente
sem se aperceberem.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 35
A carta
Como sabes, o Limpa-vias é imigrante em Nova Iorque. O seu país de
origem é a Estónia ou a Lituânia e, provavelmente, deixou lá alguns familiares.
Hoje, ele resolveu escrever uma carta à mãe, o que te vai permitir recordar este
tipo de texto.
Nova Iorque, 19 de Novembro de 2006
Querida mãe,
Espero que, quando receberes esta carta, estejas de perfeita saúde.
Bem sei que esperavas notícias minhas mais cedo, mas nem sempre posso
escrever quando quero. A nossa vida por cá continua muito difícil. Ainda não entendo
muito bem o inglês e sinto-me muito sozinho. Além disso, o dinheiro é pouco e quase
não chega para comer. Mas ultimamente temos tido uma ajuda vinda do Céu. Tem
caído muito arroz para dentro da estação de metro onde trabalho. Não sei bem o que
se passa, mas acho que Deus não se esqueceu de nós…
Gostávamos muito de ir passar o Natal convosco, mas infelizmente não temos
dinheiro para a viagem. Pelo menos, este ano temos arroz com fartura para a ceia de
Natal.
Tenho de terminar. Estou cheio de saudades vossas e mal posso esperar pela
hora de vos voltar a ver e a abraçar.
Um grande abraço cheio de saudades.
O teu filho
36. Analisa a estrutura formal desta carta:
(Fecho; Cabeçalho; Corpo da carta)
37. A carta, quanto ao seu conteúdo, apresenta:
(Saudação e denominação do destinatário; Assinatura; Conclusão; Introdução; Fórmula
de despedida; Desenvolvimento; Local e data)
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 36
38. A mãe do Limpa-vias recebeu a carta do filho, mas preferiu responder a um
dos netos que lhe tinha escrito uma carta anteriormente. Por que razão terá
sido?
38.1. Ordena correctamente as partes da carta.
□ Como estão as coisas? Estou com muitas saudades vossas – de ti, dos teus irmãos e
dos teus pais. _______________________
□ Fiquei muito feliz por receber a tua carta. Achei muito interessante aquele assunto
dos nomes colectivos. Aprendi umas coisas novas! Também recebi a carta do teu pai e
fiquei triste por saber que não podem passar o Natal cá na terra, mas tenho uma
surpresa. Consegui juntar algum dinheiro com a venda dos bolos. Eu e o avô vamos
passar o Natal convosco! Mas não digas nada aos teus pais. Vai ser uma surpresa e isto
fica um segredo nosso, está bem? ___________________________
□ Estónia/Lituânia, 9 de Dezembro de 2006 _______________________
□ Termino a carta muito ansiosa por saber que falta tão pouco tempo para vos voltar
a ver. Além disso, eu e o avô estamos cheios de vontade de conhecer a América.
_________________________
□ Muitos beijos e até breve. ________________________
□ A tua avó
Maria __________________
□ Meu querido neto, _______________________________
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Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 37
O arroz: algumas curiosidades
O hábito de atirar arroz aos noivos…
Teve origem na China. Um dia, um mandarim quis mostrar a sua riqueza e
decidiu que o casamento da filha se realizaria sob uma chuva de arroz.
Este gesto simboliza…
Um desejo de felicidade, fartura e fecundidade para os recém-casados, uma vez
que os grãos de arroz simbolizam a fertilidade.
Os chineses ofereciam arroz aos mortos…
Para lhes servir de alimento durante a viagem que iriam fazer para o além,
colocavam uma tigela de arroz, juntamente com os pauzinhos, aos pés da pessoa
falecida.
Existe um tipo de papel chamado papel de arroz…
Muito comum no Oriente, onde as portas e
janelas são forradas com este papel.
Na China, é comum utilizar o papel de arroz
para desenhar e pintar. O pintor Wang-Fô,
personagem principal do conto “A Fuga de Wang-fô”,
também pintava alguns dos seus quadros em papel de
arroz.
Uma análise do conto “Arroz do Céu”
Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 38