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Uma análise do conto “Arroz do Céu” Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 1 Uma análise de Arroz do Céu “Arroz do Céu”

Uma análise de Arroz do Céu

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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Uma análise de

Arroz do Céu

“Arroz do Céu”

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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José Rodrigues Miguéis – Vida e Obra

Nome: José Claudino Rodrigues Miguéis

Local e data de nascimento: Lisboa, 1901

Local e data de morte: Nova Iorque, 1980

1. Assinala as repostas correctas.

1.1. José Rodrigues Miguéis nasceu em:

a) Lisboa

b) Leiria

c) Luanda

1.2. Em 1935 emigrou para:

a) Londres

b) Praga

c) Nova Iorque

1.3. O conto “Arroz do Céu” está incluído na obra:

a) Páscoa Feliz

b) Gente da Terceira Classe

c) Gente Feliz

1.4. Em Nova Iorque, Miguéis foi um dos fundadores:

a) do Clube Operário Português

b) do Clube de Ténis Português

c) do Clube Salazarista Português

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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TESTE DE COMPREENSÃO ORAL DO CONTO

Depois de teres lido o conto, resolve a seguinte ficha para verificar se o

compreendeste bem.

A. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas CORRIGINDO AS

FALSAS:

1. A história passa-se em Nova Iorque.

2. O Limpa-vias é um homem que varre as ruas da cidade.

3. O Limpa-vias nasceu nos EUA.

4. A família do Limpa-vias é composta por ele, mulher, 3 filhos e uma avó.

5. A primeira vez que o Limpa-vias viu o arroz, apanhou-o e levou-o para casa.

6. O arroz que o Limpa-vias apanha vem de um armazém de arroz.

7. O céu do Limpa-vias é o chão que os outros pisam.

8. Para o Limpa-vias o arroz é uma dádiva do Céu.

B. Selecciona a melhor opção das apresentadas:

1. O Limpa-vias é originário de:

a) Alabama ou Alasca.

b) Polónia ou Letónia.

c) Ucrânia ou Geórgia.

d) Estónia ou Lituânia

2. Nos respiradouros caem:

a) peúgas, latrinas, neve.

b) luvas, botões, pastilha elástica, dinheiro.

c) botões, papeladas, óculos.

d) luvas, sapatos, latas.

3. Devido ao seu trabalho, a sua face era:

a) incolor e a raça indistinta.

b) de cor amarela e a raça oriental.

c) de cor negra e a raça africana.

d) de raça cigana.

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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4. O Limpa-vias costumava levar o arroz para casa:

a) no boné.

b) num balde.

c) num cartucho de papel.

d) no bolso.

5. A família do Limpa-vias ficou:

a) pouco satisfeita, pois não gostava de arroz.

b) pouco satisfeita, pois já comia muito arroz.

c) satisfeita, pois assim não passava fome.

d) insatisfeita, porque só comia arroz.

6. A família do Limpa-vias é:

a) rica e feliz.

b) trabalhadora e ambiciosa.

c) numerosa e trabalhadora.

d) numerosa e pobre.

O Espaço

Como sabes, a acção deste conto passa-se em Nova Iorque, e dentro da

cidade são apresentados dois espaços distintos.

Subway Uptown

↓ ↓ Símbolo do mundo ao Símbolo do mundo ao

qual o Limpa-vias pertence qual o Limpa-vias não pertence

↓ ↓

São dois mundos que se tocam,

mas nunca se misturam.

1. Associa as expressões correctas ao subway e ao Uptown.

a) “obscuridade”

b) “imponente a igreja”

c) “chão imundo e viscoso” Uptown

d) “lívida claridade” subway

e) “grande estrago de alegria”

f) “negrume interior”

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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A personagem principal

2. O Limpa-vias é a personagem principal deste conto.

2.1. Caracteriza-o, utilizando as expressões do conto.

Retrato físico Retrato psicológico Condição social

( “estrangeiro”, “raça indistinta”, “imigrante”, “patina oleosa e negra”, “face incolor”,

“sempre de olhos no chão”, “bisonho e calado”, “resignado”)

Caracterização Directa

A caracterização do Limpa-vias é uma caracterização directa. As personagens

são caracterizadas directamente, quando as suas características são apresentadas

explicitamente pelo narrador, por outras personagens ou por elas próprias. Neste caso,

as características do Limpa-vias são-nos fornecidas pelo narrador.

2.2. Caracteriza-o, agora, indirectamente.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2.2.1. Com fizeste para procederes à caracterização indirecta da personagem?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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Palavras parónimas

Uma das palavras usadas para caracterizar o Limpa-vias foi “imigrante”.

Sabes qual o seu significado?

Imigrante Emigrante

▼ ▼

pessoa que imigra; pessoa que emigra;

que vem estabelecer-se que deixa o seu país

num país que não é o seu. para se estabelecer noutro.

Estados Unidos da América ← Estónia ou Lituânia

Palavras parónimas são palavras semelhantes a nível fónico e a

nível gráfico, mas que não são equivalentes.

3. Faz corresponder as seguintes palavras de modo a obteres pares de palavras

parónimas.

( morrer, sono, largura, prefeito, cumprimento, parecer, discrição)

comprimento sonho descrição perfeito perecer

3.1. Escreve frases onde utilizes outras palavras parónimas.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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Classificação das palavras quanto à pronúncia, grafia

e significado

Definição Exemplos

Homófonas

Mesma pronúncia,

grafia e significado

diferentes

à, há

acento (sinal),

assento (banco)

hera (planta), era

(época)

cela (prisão), sela

(cavalo)

Homógrafas

Mesma grafia,

pronúncia e

significado

diferentes

este, Este (ponto

cardeal)

pregar (pregos),

pregar (discurso)

doméstica,

domestica

cópia, copia

Homónimas

Mesma pronúncia e

grafia, significados

diferentes

amo (senhor), amo

(verbo amar)

canto (ângulo),

canto (verbo

cantar)

são (saudável), são

(verbo ser)

Parónimas

Grafia e pronúncia

parecidas,

significados

diferentes

comprimento,

cumprimento

arrolhar, arrulhar

eminente, iminente

despensa, dispensa

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4. Atenta nas frases seguintes e classifica as palavras sublinhadas:

a) A mulher do Limpa-vias comprou uma saia linda.

O Limpa-vias saía muito tarde do trabalho.

b) O Limpa-vias está sem dinheiro.

Os seus pais deram-lhe cem euros.

c) A sua mulher foi ao Banco pedir um empréstimo.

O Limpa-vias sentou-se num banco a descansar.

d) O Limpa-vias arrumou o arroz na despensa.

Ele vai pedir dispensa do serviço nocturno.

A expressividade da figura de estilo

5. Para caracterizar o Limpa-vias, o narrador utiliza a expressão “uma toupeira,

um rato dos canos”. Isto significa que…

a) O Limpa-vias gostava de andar dentro dos canos.

b) O Limpa-vias passava muito tempo no subterrâneo.

c) O Limpa-vias era peludo e cheirava mal.

5.1. Identifica a figura de estilo presente na expressão acima mencionada.

Resposta: __________________________

5.2. Procura no texto outras figuras de estilo. Justifica o seu emprego.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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O valor dos tempos verbais

6. No excerto que se segue, sublinha os verbos que indicam as tarefas realizadas

pelo Limpa-vias.

“Picava papéis na ponta de um pau com um prego, e metia-os no saco. Varria milhões

de pontas de cigarros, na maioria quase intactos, de fumadores impacientes, raspava das

plataformas o chewing gum odioso, limpava as latrinas, espalhava desinfectantes,

ajudava a pôr graxa nas calhas, polvilhava as vias de um pó branco e misterioso (…)”.

6.1. Em que tempo verbal se encontram os verbos que sublinhaste?

a) Pretérito Perfeito do Indicativo

b) Pretérito Imperfeito do Indicativo

c) Presente do Indicativo

6.2. Este tempo verbal exprime:

a) um facto habitual, duração, rotina.

b) uma acção totalmente acabada.

c) um facto anterior a outro também já passado.

6.3. Que tempo verbal exprime factos não habituais?

a) Pretérito Imperfeito do Indicativo: “Varria milhões de pontas de cigarros

(…)”.

b) Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: “(…) um cartucho que apanhara

(…) num cesto do lixo(…)”.

c) Pretérito Perfeito do Indicativo: “(…) ergueu os olhos pela primeira vez para o

Alto(…).”

6.4. Reescreve o excerto acima, colocando as formas verbais no pretérito perfeito

do indicativo.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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Empréstimos

São elementos lexicais que podem ser internos a uma língua ou estrangeirismos

adoptados por essa língua.

A palavra janela é um empréstimo da própria língua, porque além do seu

significado comum (Abre a janela para arejar a casa), passou a designar também uma

área do ecrã do computador, por tradução do inglês window. O mesmo se passa com o

vocábulo rato (o animal e o periférico de entrada que envia informação para o

computador).

Os estrangeirismos são palavras que a língua não conseguiu adaptar: marketing,

software, ballet, croissant… Na língua portuguesa, os estrangeirismos mais

significativos são os anglicismos e os galicismos, palavras inglesas e francesas.

7. No conto “Arroz do céu” surge ainda outro estrangeirismo. Identifica-o e diz

qual o seu significado.

Resposta:_______________________________________________________________

______________________________________________________________________

8. Estabelece as correspondências correctas.

Croissant

Puzzle

Robot

Lingerie Anglicismos

Bungalow Galicismos

Ballet

Internet

Software

Empréstimos

subway Uptown football

Futebol

Adaptou-se ao nosso idioma

software

Manteve a forma inglesa

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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A importância do arroz

9. Os respiradouros por onde cai o arroz são o elemento de ligação entre o subway

e o Uptown. Contudo, o arroz não tem a mesma importância para estas duas

partes da cidade. Faz corresponder as seguintes expressões ao subway e ao

Uptown, tendo em conta o significado que o arroz tem em cada um desses espaços.

(“chuva benéfica”, “prenúncio votivo de abundância”, “enchia-lhes a barriga”,”símbolo

do “crescei e multiplicai-vos” ”, ” maná”)

subway Uptown

▼ ▼

A vida do Limpa-vias muda As vidas no Uptown não mudam

por causa do arroz por causa do arroz

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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Hiperónimos e Hipónimos

10. Como sabes, o arroz é um cereal. Certamente conheces outros cereais. Procura

nesta sopa de letras o nome de seis deles, incluindo o arroz.

A Q S C Z Q I G X L

V E C E V A D A O M

E R D N X W O H C I

I T F T R I G O V L

A Y G E C E P J B H

D U H I V R A K N O

F I J O B T S L M L

H O K S N Y D Ç Q Q

I P L O A R R O Z G

E A Ç T M U F Z W K

10.1. Regista os cereais que encontraste:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

11. Estabelece, agora, as correspondências correctas.

11.1. Hiperónimo:

a) Palavra cujo significado inclui o sentido de outras palavras.

b) Palavra portuguesa de origem hispânica.

c) Conjunto de palavras com o mesmo significado.

11.2. Hipónimo:

a) Palavra de significado oposto.

b) Palavra cujo sentido está incluído num termo mais abrangente.

c) Conjunto de palavras com grafia igual e significado diferente.

CEREAL

Centeio Arroz Trigo Aveia Milho Cevada

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 13

Subclasses do nome

12. Recorda o seguinte excerto do conto “Arroz do Céu”

“Ora, à esquina de certa rua, no Uptown, há uma igreja, a de São João Baptista e

do Santíssimo Sacramento, a todo o comprimento de cuja fachada barroca e cinzenta os

respiradouros do subway formam uma longa plataforma de aço arrendado. Os

casamentos são frequentes, ali, por ser chique a paróquia e imponente a igreja. O arroz

chove às cabazadas em cima dos noivos, à saída da cerimónia, num grande estrago de

alegria. Metade dele some-se logo pelas grelhas dos respiradouros, outra parte fica

espalhada nas placas de cimento do passeio.”

Igreja de São João Baptista em Nova Iorque

12.1. Preenche o quadro com os nomes presentes no texto.

Nomes Concretos Próprios Colectivos Abstractos

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 14

Classificação dos nomes

Classe de palavras variáveis que designam seres, coisas, lugares,

instituições, nações, estados, qualidades e acções.

Concretos

designam nomes de coisas,

animais, pessoas e instituições,

ou seja, tudo o que tem

existência propriamente dita

Isabel, rapaz,

igreja, Paris,

porção, árvore

Abstractos

designam acções, noções,

qualidades e estados, ou seja,

representações do nosso

pensamento

Estado, justiça,

saúde,

inteligência,

profundidade

Próprios

designam uma pessoa, animal ou

coisa de forma individual, ou

seja, um indivíduo de uma dada

espécie

João, Portugal,

Porto, Tejo

Comuns

designam todas as pessoas,

animais ou coisas de uma espécie

ou de um grupo

homem, país,

cidade, rio, casa,

gato

Colectivos

nomes comuns que, embora

estando no singular, designam

um conjunto de seres ou coisas

da mesma espécie

alcateia,

batalhão, bando,

cardume,

exército, enxame,

horda, magote,

moda, multidão,

vara (ver tabela

dos nomes

colectivos na

gramática)

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 15

13. Faz corresponder os seguintes nomes às subclasses a que pertencem.

Nova Iorque

casamentos

passeios

Alto

estações

galerias

Lituânia Nomes comuns

Estónia Nomes próprios

respiradouros

panela

Europa

Verão

mulher

chuva

14. O filho do Limpa-vias escreveu uma carta à avó sobre os nomes colectivos.

Ajuda-o a terminar a carta, inserindo nos espaços os nomes colectivos adequados.

Querida avozinha,

Espero que estejas bem de saúde. Hoje na escola aprendi o que eram nomes

colectivos. São nomes que exprimem a ideia de muitas pessoas, animais ou coisas. Ao

grupo de meninos da minha sala, por exemplo, chama-se __________. Um

______________ é um grupo de ilhas. Sabias que um conjunto de pombos é um

____________? Um grupo de abelhas, como aquelas que o avô tem na quinta, é um

______________. Lembras-te daqueles pinheiros perto de casa da tia? A esse conjunto

dá-se o nome de _______________. E os lobos que andam juntos por essa floresta

fazem uma ___________________. Mas há muitos mais grupos de animais! Os peixes,

por exemplo, nadam todos juntos em ______________. Os nomes colectivos são um

assunto muito interessante!

Um abraço e um beijinho do teu neto, até breve.

( turma, manada, bando, alcateia, vara, cardume, grupo, pomar, pinhal, frota,

enxame, arquipélago, rebanho)

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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O Adjectivo

Adjectivos são as palavras que caracterizam um nome.

Em princípio, o adjectivo aparece depois do nome: “um homem feliz”, “uma rua

agradável”, mas quando se encontra antes deste, altera o sentido da frase. Assim, “um

homem grande” não significa o mesmo que “um grande homem” tal como em: “casa

grande” [tamanho], “grande casa”[importância].

“É uma linda igreja, cinzenta e imponente.

15. Sublinha os adjectivos presentes neste excerto do “Arroz do Céu”.

“E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira,

acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a

chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e

mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.

Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.

Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-

lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...”

15.1. Em que grau se encontram os adjectivos que encontraste no texto.

grau superlativo

grau comparativo

grau normal

15.2. Escreve frases, utilizando o adjectivo “mau”, nos graus dos adjectivos

propostos:

a) Grau Comparativo de Igualdade: ______________________________________

b) Grau Superlativo Absoluto Sintético: __________________________________

c) Grau Superlativo Relativo de Inferioridade:

________________________________________________________________

d) Grau Comparativo de Superioridade: __________________________________

e) Grau Superlativo Relativo de Superioridade:

________________________________________________________________

f) Grau Superlativo Absoluto Analítico: __________________________________

g) Grau Comparativo de Inferioridade:____________________________________

__________________________________________________

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 17

Flexão do adjectivo em grau

Grau dos adjectivos

Grau Formação Exemplos

Comparativo

de superioridade mais + adjectivo +

que, do que ou quanto

És mais alto que o

João.

de igualdade tão + adjectivo +

como

Ela é tão ágil como a

mãe.

de inferioridade menos + adjectivo +

que, do que ou quanto

Sou menos hábil que

tu.

Superlativo

Absoluto sintético

acrescentam-se os

sufixos -íssimo, -imo,

-rimo

belíssimo, felicíssimo,

facílimo, libérrimo

Absoluto analítico

antepõem-se ao

adjectivo os advérbios

muito, bem, assaz,

bastante,

imensamente, etc.

muito fácil, bem

pobre, assaz difícil,

bastante largo,

imensamente bom

Relativo de

superioridade

antepõe-se o (a) ao

comparativo de

superioridade

É o mais antigo prédio

Foi a mais hábil

professora

Relativo de

inferioridade

antepõe-se o (a) ao

comparativo de

inferioridade

O Carlos é o aluno

menos estudioso do

colégio

16. Associa, agora, os seguintes adjectivos aos graus em que se encontram.

a) O metropolitano era rápido.

b) O tempo estava péssimo.

c) A igreja era mais alta do que a capela.

d) As paredes eram tão negras como a noite.

e) O Limpa-vias era muito magro.

f) Era o arroz mais polido que havia.

Page 18: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 18

O narrador

Como sabes, para se partilhar uma história é necessário contá-la.

O narrador é uma entidade imaginária que conta a história. É uma das três

entidades da história, sendo as outras o autor e o leitor. O leitor e o autor habitam o

mundo real. A função do autor é criar um mundo alternativo, com personagens,

cenários e acontecimentos que formem a história. A função do leitor é entender e

interpretar a história. Já o narrador existe no mundo da história (e apenas nele) e

aparece de uma forma que o leitor possa compreendê-lo.

17. Lê o seguinte excerto:

“Volta e meia há casório, sobretudo no bom tempo, ou aos domingos. É um

desperdício de arroz, não sei donde vem o costume: talvez seja um prenúncio votivo de

abundância, ou um símbolo do «crescei e multiplicai-vos» (como arroz). A gente pára a

olhar, e tem vontade de perguntar: «A como está hoje o arroz de primeira cá na

freguesia?»

“Aquela chuva de grãos atravessa as grades, resvala

no plano inclinado do respiradouro, e, se não adere à

sujidade pegajosa ou ao chewing gum (o bairro é pouco

dado a mastigar o chicle), ressalta para dentro do

subterrâneo, numa estreita passagem de serviço vedada aos

passageiros.”

17.1. Quem conta este excerto da história do Limpa-vias?

a) O Limpa-vias

b) O autor

c) O sacristão

d) O narrador

Narrador participante / não participante

18. O narrador pode contar a história de diferentes maneiras.

18.1. Pode participar na história que está a narrar e nesse caso é um narrador

_______________. Assim, se for a personagem principal da história que conta é um

narrador _______________. Se for apenas uma das personagens secundárias é um

narrador ____________________. Estes narradores narram a acção na

______________ pessoa.

18.2. Pode contar uma história na qual não participa e nesse caso é um narrador

_____________________. Este narrador narra a acção na _____________ pessoa.

Page 19: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 19

19. Identifica no excerto as oito formas verbais que te indicam que estamos na

presença de um narrador heterodiegético, ou seja, não participante.

“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a

estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do

lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com

mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as

pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que

viria tanto arroz?”

20. Se o narrador fosse o Limpa-vias as formas verbais passariam para a 1ª pessoa

e estaríamos perante um narrador participante. Imagina então que o narrador é o

Limpa-vias e transforma o texto.

“A primeira vez que ________ aquele arroz derramado no chão, e __________

os bagos a ___________ debaixo das botifarras, não ________ caso; __________ com

o resto do lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como

_________ agora por ali com mais frequência, ___________ que a coisa se repetia. O

arroz limpo e polido brilhava como as pérolas de mil colares desfeitos no escuro da

galeria. E _______________: donde é que viria tanto arroz?”

Page 20: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 20

Flexão do nome em grau

Grau Formação Exemplos

Aumentativo

acrescentam-se os

sufixos: -aço, -aça;

-ão, -ona; -alhão;

-anha; -alha; -eiro;

-eira

ricaço; bigodaça;

casarão; mulherona;

dramalhão; montanha;

muralha; maluqueira;

mexeriqueiro

Diminutivo

acrescentam-se os

sufixos: -acho; -eta,

-ete; -ico; -ilho, -ilha;

-elho, -elha; -im;

-inho, -inha; -ito, -ita;

-ola; -ulo

fogacho; cançoneta;

ramalhete; burrico;

pecadilho; anilha;

garotelho; varandim;

mocinho; casinha;

cãozito; pequenita;

criançola; montículo

Na maioria dos aumentativos ressalta um valor depreciativo ou pejorativo; o

emprego do diminutivo indica a linguagem afectiva.

21. Lê o seguinte excerto:

“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a

estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do

lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com

mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as

pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que

viria tanto arroz? Intrigado, ergueu os olhos pela primeira vez para o Alto, e avistou a

vaga luz de masmorra que escorria da parede. Mas o respiradouro, se bem me

compreendem, obliquava como uma chaminé, e a grade, ela própria, ficava-lhe invisível

do interior. Era dali, com certeza, que caía o arroz, como as moedas, a poeira, a água da

chuva e o resto. O limpa-vias encolheu os

ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as

elegâncias. No casamento dele não tinha havido

arroz de qualidade nenhuma, nem cru, nem doce,

nem de galinha.

Até que um dia, depois de olhar em roda,

não andasse alguém a espiá-lo, abaixou-se,

ajuntou os bagos com a mão, num montículo, e

encheu com eles um bolso do macaco.”

Page 21: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 21

21.1. As palavras “botifarras” e “montículo” pertencem à classe dos nomes. Tenta,

através do seu significado, determinar o grau em que se encontram.

Botifarras:

a) são botas pequenas, logo está no grau diminutivo.

b) são botas grandes, logo está no grau aumentativo.

c) são botas comuns, logo está no grau normal.

Montículo:

a) é um monte comum, logo está no grau normal.

b) é um monte grande, logo está no grau aumentativo.

c) é um monte pequeno, está no grau diminutivo.

21.2. Observa com atenção as imagens e faz corresponder a cada uma delas o

diminutivo e o aumentativo correctos.

_____________________ ____________________________

_________________ ______________________

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

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_________________________ ______________________________

____________ _______________ _______________

________________ ____________________________

(canzarrão, mulherona, portinha, portão, dentuça, murinho, cãozinho, muralha, gatinho,

mulherzinha, dentinho)

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Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 23

A expressividade da figura de estilo I

22. Sublinha, neste excerto, a frase que caracteriza o arroz.

“A primeira vez que viu aquele arroz derramado no chão, e sentiu os bagos a

estalar-lhe debaixo das botifarras, o limpa-vias não fez caso; varreu-os com o resto do

lixo para dentro do saco cilíndrico, com um aro na boca. Mas como ia agora por ali com

mais frequência, notou que a coisa se repetia. O arroz limpo e polido brilhava como as

pérolas de mil colares desfeitos no escuro da galeria. O homem matutou: donde é que

viria tanto arroz?”

22.1. A frase que sublinhaste descreve o arroz de uma forma muito sugestiva, trata-se

de uma _______________. O arroz é ______________ a pérolas, realçando o que

ambos têm em comum: a brancura e o brilho. Mas se pensares um pouco existem outras

coisas igualmente brilhantes: lâmpadas, estrelas, velas. Tudo isto brilha intensamente no

escuro. Por que é que o autor pretende comparar o arroz a pérolas?

22.2. O narrador compara o arroz a pérolas e não a lâmpadas, velas ou estrelas

porque…

a) …as lâmpadas e as velas são pouco brilhantes.

b) …as pérolas são mais raras e muito valiosas.

c) …as estrelas estão demasiado longe.

22.3. A comparação entre as pérolas e o arroz significa que…

a) para o Limpa-vias o arroz era tão raro e tão valioso como pérolas.

b) o Limpa-vias encontrava colares de pérolas desfeitos junto com o arroz.

c) o sonho do Limpa-vias era ter muitas pérolas.

Page 24: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 24

A receita culinária

Relembra o excerto que revela a reacção do Limpa-vias à visão do arroz nas

galerias do subway.

“O limpa-vias encolheu os ombros, sem entender. Desconhecia os ritos e as

elegâncias. No casamento dele não tinha havido arroz de qualidade nenhuma, nem

cru, nem doce, nem de galinha.”

No casamento do Limpa-vias não houve Arroz Doce. E tu gostas de Arroz

Doce? Não sabes a receita? Eu dou-te uma ajuda!

23. Coloca nas caixas as palavras do texto correspondentes.

Depois de o leite ferver

num tacho, junta-lhe

uma pitada de sal e o

açúcar, seguido do arroz.

Junta-lhe também a

casca de limão e um pau

de canela. Quando o

arroz estiver quase

cozido, deixa-o arrefecer

um pouco e junta-lhe as

gemas previamente

batidas. Mexe esta

mistura muito bem e

leva-a novamente ao

lume para que as gemas

cozam. No final, coloca

o arroz numa travessa e

decora-o com canela em

pó.

Ingredientes

Palavras que

indicam a

ordem a seguir

Formas

verbais

A receita culinária do Arroz Doce é um texto não literário. Neste caso, uma

receita que apresenta características específicas:

- o título revela-nos qual a receita;

- a lista de ingredientes diz-nos que precisamos de usar materiais específicos;

- a ordenação das tarefas explica-nos como fazer o Arroz Doce.

Como pudeste verificar, as frases são simples e iniciam-se normalmente por um

verbo de acção que está geralmente no imperativo ou no infinitivo. Na receita, algumas

palavras indicam-nos a ordem pela qual as tarefas devem ser cumpridas e para finalizar

o vocabulário utilizado é também muito específico do assunto tratado. Como podes

concluir o objectivo do texto não literário não é ter uma dimensão estética, mas sim ser

objectivo e informativo.

Page 25: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 25

24. Coloca por ordem os vários passos da receita.

Coloca o leite ao lume com o pau de canela e a casca de limão e deixa ferver.

Vai adicionando o leite bem quente, a pouco e pouco, à medida que o arroz o for

absorvendo, mantendo sempre o lume brando e mexendo de vez em quando.

Deita o arroz num tacho, cobre com água e tempera com uma pitada de sal. Leva

a lume brando até evaporar a água.

Quando o leite acabar e o arroz estiver bem cremoso, junta o açúcar e mexe.

Deixa ferver mais um pouco cerca de 2 ou 3 minutos.

Coloca numa travessa funda ou em taças individuais. Enfeita com canela em pó.

Retira do lume e junta a margarina.

Bate as gemas e junta-as ao preparado, deixando cozer um pouco.

Já sabes os passos a dar para fazeres, tu próprio, um bom Arroz Doce. Só

faltam os ingredientes. Ora cá estão eles. Bom apetite!

Ingredientes: 1,5l de leite

1 pau de canela

1 casca de limão

180g de arroz

2dl de água

150g de açúcar

40g de margarina

3 gemas

sal e canela em pó

Page 26: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 26

O verbo

Mesmo não tendo tido Arroz Doce no seu casamento, o Limpa-vias

aproveitava todo o arroz que encontrava, pois esse… “(…) enchia-lhes a barriga, a

ele, à patroa e aos seis ou sete filhos. (…)”.

25. Repara na palavra que se encontra destacada. Como a classificas

morfologicamente?

“Enchia-lhes” pertence à classe dos…

a) advérbios

b) determinantes

c) verbos

26. Sublinha os verbos de acordo com a conjugação a que pertencem.

Vermelho – verbos da 1.ª conjugação

Verde – verbos da 2.ª conjugação

Azul – verbos da 3.ª conjugação

“se não adere à sujidade pegajosa ou ao chewing gum”

“e encheu com eles um bolso do macaco”

“a mulher cruzou as mãos de assombro”

“varreu o arroz para dentro de um cartucho que apanhara abandonado num cesto de lixo

da estação”

“O Limpa-vias nunca perguntou”

“até parecia uma colheita regular”

“não sabia a que atribuir o fenómeno”

“ no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem”

“O homem matutou”

27. Lê com atenção as seguintes frases do conto e coloca as formas verbais nos

tempos verbais correctos.

“depois de olhar em

roda”

“não andasse alguém”

“varreu o arroz para

dentro de um cartucho

que apanhara

abandonado num cesto

de lixo da estação”

“Ignorando que lá em

cima era a Igreja de São

João Baptista e do

Santíssimo Sacramento”

“Vê lá se hoje há arroz

(…)”

Pretérito Perfeito do Indicativo ____________________

Presente do Indicativo ____________________________

Gerúndio _______________________________________

Pretérito Imperfeito do Indicativo __________________

Infinitivo Impessoal ______________________________

Pretérito Mais-que-perfeito do indicativo ____________

Pretérito Imperfeito do Conjuntivo _________________

Imperativo ______________________________________

Page 27: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 27

O PRESENTE DO INDICATIVO

E O PRESENTE DO CONJUNTIVO

28. Observa o seguinte quadro:

COLUNA A COLUNA B

Penso que o Limpa-vias tem um trabalho

muito difícil.

Não penso que o Limpa-vias tenha um

trabalho muito difícil.

Parece-me que o subway é medonho. Não me parece que o subway seja medonho.

É evidente que o Limpa-vias não gosta do

seu trabalho.

É provável que o Limpa-vias não goste do

seu trabalho.

É verdade que o Limpa-vias leva para casa

o arroz que cai no subway.

Não é verdade que o Limpa-vias leve para

casa o arroz que cai no subway.

Ele afirma que o arroz vem do céu. Ele nega/duvida que o arroz venha do céu.

Ele quer trabalhar no subway que fica perto

de uma igreja.

Ele quer trabalhar num subway que fique

perto de uma igreja.

Ele é um óptimo profissional, mas detesta o

ruído do metro.

Embora seja um óptimo profissional, detesta

o ruído do metro.

Provavelmente, o Limpa-vias passa

dificuldades económicas.

Talvez o Limpa-vias passe dificuldades

económicas.

O Limpa-vias agradece a Deus aquela

dádiva divina.

È natural que o Limpa-vias agradeça a Deus

aquela dádiva divina.

Os filhos do Limpa-vias rezam

fervorosamente.

É preciso que os filhos do Limpa-vias rezem

fervorosamente.

28.1. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso):

a) Nas frases da coluna A, os factos expressos pelos verbos são considerados irreais.

___

b) Nas frases da coluna B, os factos expressos pelos verbos são considerados certos e

reais. ___

c) Nas frases da coluna B, encaramos a existência ou não existência dos factos como

incerta, eventual, duvidosa ou, até mesmo, irreal. ___

d) Nas frases da coluna A, os factos expressos pelos verbos são considerados certos e

reais. ___

e) As formas verbais da coluna A estão no Presente do Indicativo e as da coluna B

encontram-se no Presente do Conjuntivo. ___

Page 28: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 28

29. Redige duas frases para cada um dos “verbos de opinião” a seguir

apresentados (uma frase na forma afirmativa e outra na forma negativa). Situa a

acção no momento da enunciação.

Verbos de

opinião

Afirmativa Negativa

parecer

que

Parece-me que

Não

achar que Acho que

Não

crer que Creio que

Não

julgar que Julgo que

Não

pensar

que

Penso que

Não

29.1. Regista as tuas conclusões relativamente à utilização do presente do

conjuntivo.

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Verbos pronominais e pronominais reflexos

Verbos pronominais

A aluna lê o livro.

A aluna está a ler o livro.

As alunas lêem o livro.

Nestas frases podes substituir os elementos destacados pelo pronome o:

A aluna lê-o.

A aluna está a lê-lo.

As alunas lêem-no.

O verbo ler passou, nestes casos, a ser utilizado com o pronome pessoal, mas

este não faz parte da sua conjugação.

Page 29: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 29

Observa o quadro seguinte:

o, a, os, as

+

lo, la, los, las, no, na, nos, nas

30. Substitui os elementos destacados pelos pronomes pessoais do quadro acima:

a) O Limpa-vias apanhou o cartucho.

O Limpa-vias ____________.

b) Os colegas do Limpa-vias não viram o lixo no chão.

Os colegas do Limpa-vias não _____________ no chão.

c) O Limpa-vias vai arrumar o arroz na despensa.

O Limpa-vias vai ______________ na despensa.

d) A mulher e os filhos do Limpa-vias comeram arroz ao jantar.

A mulher e os filhos do Limpa-vias ____________ ao jantar.

Repara agora na frase:

Ele queixou-se do barulho dos colegas.

O verbo queixar-se é um verbo que se utiliza sempre acompanhado de um

pronome pessoal átono. Por tal facto é considerado um verbo pronominal.

Verbos pronominais reflexos

O Limpa-vias levantou-se.

Neste caso, o verbo utiliza-se acompanhado do pronome se. Este indica que a

acção expressa pelo verbo recai sobre o sujeito que a pratica – trata-se de um verbo

pronominal reflexo.

Os verbos pronominais são os que se utilizam, sempre ou em algumas construções,

acompanhados de um pronome pessoal átono.

Os verbos pronominais reflexos são os que se utilizam acompanhados dos pronomes

reflexos me, te, se, nos, vos, se; neste caso, o pronome átono que acompanha o verbo

refere-se a uma pessoa que coincide com a pessoa do sujeito.

Page 30: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 30

31. Preenche os espaços em branco, colocando as formas verbais correctas. Mas

atenção, utiliza apenas as formas verbais pronominais reflexas:

(despiu-se; lavámo-nos; arrumei-o; calçou-se; chateaste-o; vesti-me; observou-se;

encontrou-o; sujaram-se)

a) Os trabalhadores _____________ ao cair no buraco.

b) Eu ____________ à pressa pois estava atrasada.

c) A mulher __________ ao espelho.

d) O rapaz __________ porque estava com calor.

e) Eu e a Marta _____________ antes do jantar.

f) O Limpa-vias _____________ à pressa.

O pronome pessoal refere-se aos participantes do discurso, através de

uma das três pessoas gramaticais, ou representa um nome anteriormente

expresso. Varia quanto à pessoa, ao número, ao género e à função.

PRONOMES PESSOAIS Funções sintácticas número pessoa sujeito complemento

directo

complemento

indirecto

complemento

preposicional

singular

eu

tu

ele, ela

me

te

o, a, se

me, mim

te, ti

lhe, ele, ela, si

mim, comigo

ti, contigo

consigo, ele ,ela

plural

Nós

Vós

eles, elas

nos

vos

os, as, se

nos, nós

vos, vós

lhes, eles, elas, si

nós, connosco

vós, convosco

consigo, eles, elas

Os pronomes o; a; os; as :

- depois de formas verbais terminadas em r, s, z e depois dos pronomes

pessoais nos e vos, tomam as formas lo; la; los; las.

Ex.: Ele traz o bolo. Ele trá-lo.

Eles deram-nos a novidade. Eles deram-no-la.

- depois de formas verbais terminadas em nasal, tomam as formas no,

na, nos, nas.

Ex.: Ele põe a mesa. Ele põe-na.

Elas compram um disco. Elas compram-no.

Page 31: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 31

32. Substitui as expressões sublinhadas pelos pronomes pessoais correctos.

a) O Limpa-vias metia os papéis no saco.

O Limpa-vias _____________ no saco.

b) Os garotos tentavam encontrar tesouros no fundo das galerias.

Os garotos tentavam _____________ no fundo das galerias.

c) O sacristão não varre o arroz quando acabam os casamentos.

O sacristão não ____________ quando acabam os casamentos.

d) O Limpa-vias, a mulher e os filhos encheram a barriga de arroz.

O Limpa-vias, a mulher e os filhos _______________ de arroz.

e) A mulher do Limpa-vias faz muitas receitas com o arroz.

A mulher do Limpa-vias __________ com o arroz.

f) Os convidados atiram arroz aos noivos.

Os convidados _____________ aos noivos.

Page 32: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 32

Caracterização do Limpa-vias

“O limpa-vias nunca perguntou donde é que chovia tanto grão, sobretudo no

bom tempo, pelo Verão, e aos domingos, que até parecia uma colheita regular.

Embrulhava-o num jornal ou metia-o num cartucho, e assim o levava à família.

Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo

Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da

raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem.”

33. Tendo como base o excerto transcrito, responde às seguintes questões.

33.1. Para o Limpa-vias, o arroz:

a) caía, porque era atirado aos noivos nos casamentos.

b) caía, quando chovia ou nevava.

c) caía do céu, enviado por Deus.

33.2. O Limpa-vias reagiu a este fenómeno:

a) fazendo uma festa para os amigos.

b) guardando segredo e rezando para agradecer.

c) vendendo o arroz.

34. Sublinha no texto todas as frases e expressões que revelam atitudes,

comportamentos, crenças ou acções que ajudam a caracterizar o Limpa-vias.

“Ignorando que lá em cima era a Igreja de São João Baptista e do Santíssimo

Sacramento, e como tal de bom-tom, não sabia a que atribuir o fenómeno. Pelo lado da

raiz, no subway, os palácios, os casebres e os templos não se distinguem.

E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou

por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a chuva,

a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e

mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.

Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.

Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-

lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...

O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.”

35. Como deves ter reparado, os últimos parágrafos do conto têm várias expressões

com significado religioso. Lê atentamente o excerto e seguidamente escreve nos

espaços vazios as palavras ou expressões ligadas à religião, preenchendo o

esquema.

“E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira,

acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz vinha do Céu, como a

chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e

mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada.

Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece.

Page 33: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 33

Resignou-se a ser o objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-

lhe fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do Céu...

O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.”

Campo lexical

Muito bem.

Ao seleccionares as palavras e ao agrupá-las em volta do conceito de religião,

acabaste de criar um campo lexical. Como podes ver, trata-se de um conjunto de

palavras que se podem associar à volta de uma ideia, conceito ou realidade.

Religião

Page 34: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 34

Desenlace do conto “Arroz do Céu”

O conto termina com a frase “O Céu do Limpa-vias é a rua que os outros

pisam.” Qual o sentido dessa frase e de que modo nos ajuda a compreender o

conto?

“O Céu do Limpa-vias é a rua que os outros pisam.”

▼ ▼ Esta visão diferente do Uptown e o significado que ele tem quer para o Limpa-vias

quer para os outros, reforçam uma vez mais a ideia de que se trata de um mundo ao

qual ele não tem acesso.

A frase final é profundamente irónica, dando a entender que há um Céu para os

ricos e outro Céu (muito mais baixo) para os pobres.

Uptown

Para o Limpa-vias simboliza o Céu, pois é de lá que cai o

arroz.

Para os outros, é apenas o chão que pisam diariamente

sem se aperceberem.

Page 35: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 35

A carta

Como sabes, o Limpa-vias é imigrante em Nova Iorque. O seu país de

origem é a Estónia ou a Lituânia e, provavelmente, deixou lá alguns familiares.

Hoje, ele resolveu escrever uma carta à mãe, o que te vai permitir recordar este

tipo de texto.

Nova Iorque, 19 de Novembro de 2006

Querida mãe,

Espero que, quando receberes esta carta, estejas de perfeita saúde.

Bem sei que esperavas notícias minhas mais cedo, mas nem sempre posso

escrever quando quero. A nossa vida por cá continua muito difícil. Ainda não entendo

muito bem o inglês e sinto-me muito sozinho. Além disso, o dinheiro é pouco e quase

não chega para comer. Mas ultimamente temos tido uma ajuda vinda do Céu. Tem

caído muito arroz para dentro da estação de metro onde trabalho. Não sei bem o que

se passa, mas acho que Deus não se esqueceu de nós…

Gostávamos muito de ir passar o Natal convosco, mas infelizmente não temos

dinheiro para a viagem. Pelo menos, este ano temos arroz com fartura para a ceia de

Natal.

Tenho de terminar. Estou cheio de saudades vossas e mal posso esperar pela

hora de vos voltar a ver e a abraçar.

Um grande abraço cheio de saudades.

O teu filho

36. Analisa a estrutura formal desta carta:

(Fecho; Cabeçalho; Corpo da carta)

37. A carta, quanto ao seu conteúdo, apresenta:

(Saudação e denominação do destinatário; Assinatura; Conclusão; Introdução; Fórmula

de despedida; Desenvolvimento; Local e data)

Page 36: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 36

38. A mãe do Limpa-vias recebeu a carta do filho, mas preferiu responder a um

dos netos que lhe tinha escrito uma carta anteriormente. Por que razão terá

sido?

38.1. Ordena correctamente as partes da carta.

□ Como estão as coisas? Estou com muitas saudades vossas – de ti, dos teus irmãos e

dos teus pais. _______________________

□ Fiquei muito feliz por receber a tua carta. Achei muito interessante aquele assunto

dos nomes colectivos. Aprendi umas coisas novas! Também recebi a carta do teu pai e

fiquei triste por saber que não podem passar o Natal cá na terra, mas tenho uma

surpresa. Consegui juntar algum dinheiro com a venda dos bolos. Eu e o avô vamos

passar o Natal convosco! Mas não digas nada aos teus pais. Vai ser uma surpresa e isto

fica um segredo nosso, está bem? ___________________________

□ Estónia/Lituânia, 9 de Dezembro de 2006 _______________________

□ Termino a carta muito ansiosa por saber que falta tão pouco tempo para vos voltar

a ver. Além disso, eu e o avô estamos cheios de vontade de conhecer a América.

_________________________

□ Muitos beijos e até breve. ________________________

□ A tua avó

Maria __________________

□ Meu querido neto, _______________________________

Page 37: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 37

O arroz: algumas curiosidades

O hábito de atirar arroz aos noivos…

Teve origem na China. Um dia, um mandarim quis mostrar a sua riqueza e

decidiu que o casamento da filha se realizaria sob uma chuva de arroz.

Este gesto simboliza…

Um desejo de felicidade, fartura e fecundidade para os recém-casados, uma vez

que os grãos de arroz simbolizam a fertilidade.

Os chineses ofereciam arroz aos mortos…

Para lhes servir de alimento durante a viagem que iriam fazer para o além,

colocavam uma tigela de arroz, juntamente com os pauzinhos, aos pés da pessoa

falecida.

Existe um tipo de papel chamado papel de arroz…

Muito comum no Oriente, onde as portas e

janelas são forradas com este papel.

Na China, é comum utilizar o papel de arroz

para desenhar e pintar. O pintor Wang-Fô,

personagem principal do conto “A Fuga de Wang-fô”,

também pintava alguns dos seus quadros em papel de

arroz.

Page 38: Uma análise de  Arroz do Céu

Uma análise do conto “Arroz do Céu”

Maria Filomena Ruivo Ferreira Santos Página 38