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Uma campanha de fomento à leitura da Secretaria Municipal … · 2013-03-03 · São Paulo em guerra – 1924 é uma adaptação de A Colu ... do movimento tenentista de 1924 não

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Uma campanha de fomento à leitura da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, em parceria com a Fundação Editora da Unesp e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Comissão Editorial

Carlos Augusto Calil Carlos Roberto Campos de Abreu Sodré

Heloisa Jahn Jézio Hernani Bomfim Gutierre

José de Souza Martins Luciana Veit

Samuel Titan Jr. Sérgio Vaz

São Paulo em guerra – 1924Baseado em A Coluna da Morte, de João Cabanas

GUAZZELLI

Editora afiliada:

© 2012 Editora Unesp

Fundação Editora da Unesp (FEU) Praça da Sé, 108

01001 ‑900 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 3242 ‑7171 Fax: (0xx11) 3242 ‑7172

www.editoraunesp.com.br www.livrariaunesp.com.br

[email protected]

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Rua da Mooca, 1921, Mooca 03103 ‑902 – São Paulo – SP

Sac: 0800 ‑0123 ‑401 [email protected]

[email protected] www.imprensaoficial.com.br

CIP — Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

G954sGuazzelli, Eloar, São Paulo em guerra – 1924: baseado em A Coluna da Morte, de João Cabanas / Eloar Guazzelli; [posfácio José de Souza Martins]. – São Paulo: Editora Unesp: Prefeitura Municipal: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012. (De Mão em Mão)

Textos em quadrinhos ISBN 978‑85‑393‑0085‑3 (Unesp) ISBN 978‑85‑7060‑928‑1 (Imprensa Oficial)

1. Cabanas, João. 2. São Paulo (Brasil) – História – Histórias em quadrinhos. 3. Brasil – História ‑ Revolução Paulista, 1924 – Histórias em quadrinhos. I. Cabanas, João. A coluna da morte. II. Martins, José de Souza. III. São Paulo. Prefeitura. IV. São Paulo. Imprensa Oficial. V. Título. VI. Série.

12‑8882. CDD: 981.05 CDU: 94(81)“1924”

04.12.1206.12.12 041207

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De Mão Em Mão

Com a distribuição de livros gratuitamente em locais de ampla circulação, este projeto procura incentivar o gos‑to pela leitura.

O leitor poderá levar as publicações, sem necessidade de registro de retirada, com o compromisso de que as obras serão entregues em pontos de devolução e assim partilhadas com futuros leitores. A iniciativa se insere dentro das ações da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo que buscam a efetivação das políticas de leitura e informação, permitindo que todos os cidadãos tenham acesso a atividades culturais.

Conheça os pontos de distribuição dos livros “De Mão Em Mão” no endereço eletrônico da Coleção: http://www.projetodemaoemmao.com.br.

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Sumário

Sobre este livro 9

São Paulo em guerra – 1924 13

Posfácio 181 São Paulo, 1924 – A retirada José de Souza Martins

Endereços úteis 193

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Sobre este livro

São Paulo em guerra – 1924 é uma adaptação de A Colu‑na da Morte, livro do tenente João Cabanas (1895‑1974) que relata sua experiência na Revolução de 1924 e no prolon‑gamento do levante tenentista pelo interior de São Paulo e Paraná, quando, chefiado pelo general Isidoro Dias Lopes, comandou destacamento que ficou conhecido como a “Coluna da Morte”.

Publicada em 1928, a obra foi escrita em 1926 durante o período em que Cabanas esteve exilado no Paraguai. O governo federal pagava então 500 contos de réis para quem o capturasse. Seus feitos militares haviam rendido lendas sobre sua capacidade sobre‑humana em combates e fugas.

Também chamado de “Revolução Esquecida”, o levante do movimento tenentista de 1924 não entrou para a his‑tória da cidade como a Revolução Constitucionalista de 1932, mas foi o maior conflito bélico ocorrido em São Pau‑lo, deixando mais de quinhentos mortos, milhares de feri‑dos, além de fábricas, casas e ruas destruídas. Trincheiras tomaram as ruas do centro durante três semanas. A cida‑de sofreu bombardeio aéreo, evento até então inédito na história do país.

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O ilustrador e quadrinista Eloar Guazzelli transformou o primeiro capítulo do livro de Cabanas, consagrado à ação em São Paulo, em uma aventura histórica em qua‑drinhos. Um posfácio do sociólogo José de Souza Martins completa esta edição, apresentando os capítulos seguintes do movimento tenentista, que culmina na Coluna Miguel Costa‑Prestes e na Revolução de 1930, dando início à pro‑funda transformação política e econômica no país.

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São Paulo, 1924 – A retirada

José de Souza Martins*

Na madrugada do dia 19 de julho de 1924, o tenente João Cabanas, da Força Pública de São Paulo, autor do livro A Coluna da Morte, aqui vertido em quadrinhos, requisitou um trem da São Paulo Railway, e da estação da Luz foi para Campinas com 95 comandados. Aquela cidade fervilhava de refugiados originários da capital. Dois terços da popu‑lação da cidade de São Paulo a abandonaram, buscando abrigo em cidades do interior. Muitos dos que não conse‑guiram sair da cidade foram para o campo de refugiados da Cruz Vermelha na zona leste, abrigados em barracas. Ali permaneceram em noites de inverno friíssimo.

Cabanas, intimado pelo major Miguel Costa, da Cava‑laria da Força Pública, ao se apresentar para o serviço no Quartel da Luz, logo na manhã de 5 de julho aderira à Revolução Militar que na cidade de São Paulo tinha início

* Professor emérito do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH‑USP).

para depor Arthur Bernardes, presidente da República. A Revolução pretendia a renovação dos costumes políticos, a republicanização da República, como diziam, o bani‑mento das oligarquias dos mandões e chefes políticos e do seu clientelismo político, o fim do voto de cabresto e da política dos currais eleitorais de eleitores sem liberdade de decisão e de voto. A República era uma farsa.

Duzentas mil pessoas abandonam a capital.

Quando Cabanas partiu da cidade, já era claro que a Revolução estava em perigo desde o início. A demora de algumas horas na chegada a São Paulo do general Isidoro Dias Lopes, que ia comandá‑la, fora‑lhe fatal. Já iniciado o levante nos quartéis, conforme o combinado, o atraso do comandante em chefe dera tempo a que o governo federal reagisse, mobilizasse tropas do Exército e da Marinha. Em poucas horas, ergueram diante da capital tomada pelos rebeldes uma barreira que os impediu de se deslocar para o Rio de Janeiro, como era o seu plano. Iam derrubar o governo e estabelecer uma ditadura provisória até que o povo brasileiro estivesse preparado para a democracia e o republicanismo. Forças militares legalistas concentraram‑‑se em Santos, subiram a serra de trem e instalaram seu

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quartel‑general em São Caetano. Dali partiriam os ata‑ques aos focos rebeldes no Ipiranga, no bairro da Glória e na Vila Mariana. Outras forças, de trem, pela Central do Brasil, chegaram à Vila Matilde e à estação de Guaiaúna, depois Carlos de Campos, perto da Penha. A partir de lá, atacariam o Belenzinho, o Brás e a Mooca. Naquela esta‑ção de Guaiaúna se instalaria, num carro ferroviário, o governador de São Paulo, Carlos de Campos. Só retorna‑ria ao bombardeado Palácio dos Campos Elíseos quando cessasse a ocupação militar da cidade pelos revoltosos, 23 dias depois.

Tanques e carros de assalto legalistas na Rua Florêncio de Abreu.

Em Campinas, Cabanas ocupou um trem da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e desalojou piquetes legalis‑tas em Itapira e Mogi Mirim, além de fazer incursões em Amparo, São João da Boa Vista e outras localidades próxi‑mas à divisa de Minas Gerais. Cabanas saíra de São Paulo, com sua pequena força, justamente para levantar uma bar‑reira contra as tropas legalistas que, vindas de Jacutinga e

Pouso Alegre, preparavam‑se para entrar em terras pau‑listas, para ir em direção a Mogi Mirim e começar o cerco da região da capital pelo oeste. Forças avançadas já haviam ocupado várias localidades e foram atacadas e dispersadas. A pequena força de Cabanas atacou, ainda, e dispersou tro‑pas de jagunços aliciados por chefes políticos do interior, vários deles famosos personagens da mesma República Velha que os rebeldes pretendiam derrubar.

Foi em Espírito Santo do Pinhal que o grupo comanda‑do por João Cabanas passou a ser conhecido como “Colu‑na da Morte”. Não só pela eficácia e pela rapidez de seus ataques ardilosos, mas também porque Cabanas já esta‑va rodeado por estranha fama. Diziam que a capa preta que usava lhe havia sido dada por Satanás, as balas não a atravessavam, que tinha ele o corpo fechado e outras his‑tórias mais. Ele era jovem, menos de 30 anos, mas parecia mais jovem. Era tenente, mas na Revolução e na região da Mogiana tomava decisões de grande comandante. Ele era a lei. Em vários lugares do interior de São Paulo no mais de mês da travessia, mais de uma vez determinou o fuzilamento de espiões, delatores e autores de injustiças. Certa vez, puniu com chibatadas, diante da tropa forma‑da, um velho cabo que tentara estuprar uma trabalhadora rural. Numa fotografia de sua passagem por Itapira, adota pose de general, no meio das autoridades locais, com certo ar de deboche, consciente de que está posando.

Na manhã de 28 de julho, segunda‑feira, Cabanas recebeu comunicado do governador civil de Campinas, informando‑lhe que vários trens procedentes de São Pau‑lo, desde a madrugada, estavam passando por aquela cida‑de, com soldados, cavalhada, canhões e outras armas e munição. Desde pouco depois da meia‑noite, as tropas revoltosas comandadas pelo general Isidoro Dias Lopes

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estavam deixando a capital de trem. Começara a retira‑da. Abandonavam a cidade, “transportando‑se para des‑tino desconhecido”, dizia uma nota publicada em jornal, no próprio dia 28, pelo prefeito Firmiano Pinto. Ainda de madrugada, os sinos das igrejas repicaram festivamente para anunciar que a cidade fora desocupada pelos revol‑tosos e que a vida voltaria ao normal.

Forças legalistas no quartel da Luz ao lado de automóvel blindado

construído pelos revoltosos.

Para trás, ficara uma cidade destruída, esburacada por 309 trincheiras, mesmo na região central, como na Rua Conselheiro Crispiniano, na Rua Florêncio de Abreu, na Rua do Arouche, na Avenida Duque de Caxias, no Largo General Osório, na Rua Vergueiro, na Rua da Glória, no Largo São Paulo, na região da Avenida Nazaré do entorno do Museu do Ipiranga, no Sacomã. Mais de quinhentas pessoas morreram nos tiroteios e bombardeios, sem con‑tar um imenso número de feridos.

As primeiras vítimas foram crianças do Liceu Coração de Jesus, no bairro da Luz, quando o prédio foi atingido pelas primeiras bombas disparadas pelas forças legalistas de canhões postados na esplanada do Carmo, onde hoje

começa a Avenida Rangel Pestana. Erros de cálculo fize‑ram que os tiros, que deveriam atingir o quartel da Força Pública (atual Polícia Militar) na Luz, atingissem a escola, a vários quarteirões dali, onde moravam alunos internos, que foram levados para um hospital na Avenida Paulista. Desses disparos ficaram marcas profundas na chaminé de uma usina termoelétrica que havia na Rua João Teodoro, ao lado do quartel. A chaminé ainda está lá com as cicatri‑zes bem visíveis das bombas que a atingiram.

Trincheira nas proximidades dos Campos Elíseos.

Efeito de tiro de artilharia em via pública.

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Muitas famílias se esconderam nos porões, que eram comuns nas casas populares da época. Ali foram alcançá‑‑las as bombas que, atravessando os telhados, perfuravam os assoalhos e matavam ou feriam quem ali estivesse. Na Santa Casa de Misericórdia, cadáveres, não raro mutila‑dos, de mulheres, crianças, velhos, recebiam um número e eram fotografados na esperança de que aparecesse alguém que pudesse identificá‑los. Muitas famílias inteiras pere‑ceram nos bombardeios.

No Brás, o efeito de uma granada.

Toscos aviões foram usados, naqueles começos da aviação, não só para observar as posições ocupadas pelos revoltosos, mas também para jogar bombas. São Paulo foi a primeira cidade brasileira e a única capital a ser bom‑bardeada por avião.

Cemitérios improvisados em terrenos baldios foram encontrados na Glória, na Mooca, no Brás, no Ipiranga, no Sacomã, sem contar os muitos sepultamentos de víti‑mas feitos nos cemitérios do Araçá e da Vila Mariana. O mais notável comandante dos revoltosos, o capitão Joa‑quim Távora, que estava em combate na Rua Vergueiro, perto do quartel da Força Pública que ali ainda existe, foi enganado por uma bandeira branca alçada em trincheira contrária e levantou‑se para parlamentar. Foi atingido por uma rajada de tiros. Morreria em poucas horas. Está sepul‑tado no Cemitério do Chora Menino, bem perto do Quartel do Exército em Santana, de cuja sublevação participara.

Fábrica Crespi, na Mooca, atingida pelos bombardeios.

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Numerosos armazéns de grandes empresas, muitos dos quais tinham comestíveis, como farinha de trigo, bacalhau e cebola, foram saqueados pela multidão, viti‑mada pela escassez de alimentos. Mas houve também saque de produtos de luxo. Numerosas garrafas do caro champanhe Veuve Clicquot, que hoje custa uns R$ 300 reais, foram saqueadas da Fábrica de Biscoitos Duchen, na Mooca. Eram usados na fabricação de famosa bolacha açucarada de champanhe. Um número extenso de gran‑des fábricas na Mooca, no Brás e em outros bairros foi bombardeado e incendiado, como o Cotonifício Crespi e a Antárctica, na Mooca. Matarazzo, mais de quarenta anos depois, ainda reclamava na Justiça a devida indenização por suas fábricas saqueadas e destruídas.

Não obstante a dor, o desabrigo de numerosas pessoas e o sofrimento, tão logo retornou o governador Carlos de Campos, que fugira, ao semidestruído Palácio dos Cam‑pos Elíseos, já a multidão dos que haviam permanecido na cidade ocupava as ruas próximas. Os dias seguintes foram dias de banquetes de militares e governantes, festas e desfiles, de que o fotógrafo Aurélio Becherini nos deixou profusa coleção de fotos. Elas contrastam dolorosamente com as numerosas fotografias da destruição que foram anexadas às 15 mil páginas do Inquérito Policial Militar da Revolução. Luto e festa, estranho desencontro que, longe de selar a vitória governista, representava lúgubre indício do Brasil cindido, motivo, aliás, da Revolução. No delírio daquelas celebrações havia um clima de Antigo Regime, insano e insensível à tragédia mal‑acabada. A desocupa‑ção da cidade não encerrava a Revolução.

Ao receber a notícia da saída das tropas rebeldes, que haviam abandonado a capital, Cabanas embarcou sua tro‑pa, armas e prisioneiros e se dirigiu a Campinas, onde

chegou a tempo de alcançar o último comboio da retirada, o comandado por Miguel Costa, que a Revolução comis‑sionara como coronel e, em poucos dias, o comissionaria como general. Ficou combinado, entre os dois, que o gru‑po do tenente Cabanas seguiria, em outro trem, atrás do (trem) de Miguel Costa para explodir pontes, pontilhões e obras de alvenaria, caixas‑d’água, cortar linhas telegráficas e telefônicas, retirando trilhos e sabotando a ferrovia, de modo a dificultar a perseguição que aos rebeldes fariam as tropas legalistas do Exército. Ainda que contrariado, Cabanas evitou assumir a ofensiva contra as tropas da per‑seguição, instruído a agir apenas na defensiva.

Casa destruída pelas bombas.

As forças em retirada tinham como verdadeiro coman‑dante Miguel Costa, da Força Pública de São Paulo, embo‑ra o general Isidoro Dias Lopes fosse a figura de referência. O agrupamento se deslocou em direção a Guaíra, Foz de Iguaçu e Catanduvas. Ali as encontraram, em abril de 1925, as tropas do Exército sublevadas no Rio Grande

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do Sul, a partir do levante comandado pelo capitão Luís Carlos Prestes, em Santo Ângelo, em outubro de 1924. As duas forças formaram o que foi denominado informal‑mente de Coluna Miguel Costa, pois esse general assu‑miu o comando, tendo como chefe do Estado‑Maior Luís Carlos Prestes. Em consequência, com o tempo, a Coluna passou a ser chamada de Coluna Miguel Costa‑Prestes e, finalmente, Coluna Prestes.

Nesse mesmo abril, decidiram invadir o Paraguai para sair no Mato Grosso. O país vizinho foi atravessado em três dias. Começava, então, o deslocamento da Coluna pelo Brasil: Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. Finalmente, reentrou em Goiás e retornou ao Mato Grosso. Em feverei‑ro e março de 1927, parte da Coluna internou‑se no Para‑guai e parte, na Bolívia. Três anos de percurso marcado por combates em várias regiões, sobretudo contra forças locais de jagunços e policiais sob ordens de chefes políti‑cos, os chamados “coronéis” do sertão, sustentáculos da política da República Velha.

Começa‑se a preparação da Revolução de Outubro de 1930, que teria como comandante já escolhido Luís Car‑los Prestes. Dela participariam também vários oficiais do Exército que haviam combatido os revoltosos de São Pau‑lo, de 1924, como o general Góis Monteiro. Prestes, no entanto, renunciaria ao comando dessa Revolução. Exi‑lado na Argentina, tornara‑se comunista e aquela já não era a “sua” Revolução. O comando civil acabaria sendo de Getúlio Vargas, ex‑governador do Rio Grande do Sul e candidato derrotado à Presidência da República em vir‑tude da manipulação da contagem de votos. O coman‑do militar coube ao general Miguel Costa. No dia 3 de outubro de 1930, tem início no Rio Grande do Sul a Revo‑

lução que levaria Getúlio ao poder e iniciaria uma pro‑funda transformação política e econômica da sociedade brasileira.

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Endereços úteis

Além dos pontos de distribuição da Coleção De Mão Em Mão, conheça também as unidades do Sistema Muni‑cipal de Bibliotecas, onde é possível consultar e emprestar livros e outros materiais, bem como usufruir de ampla programação cultural.

Para efetuar empréstimo em uma das unidades, basta se inscrever e obter seu cartão de leitor, levando documen‑to de identidade e comprovante de residência. Seu cartão de leitor valerá para todas as bibliotecas do Sistema. Con‑fira o regulamento de empréstimo no site ou em uma das unidades.

Para consultar o acervo disponível em cada biblioteca, a programação cultural e outras informações, acesse o site www.bibliotecas.sp.gov.br.

Toda a programação do Sistema Municipal de Biblio‑tecas é gratuita.

A seguir estão listados endereços de unidades vincula‑das à Secretaria Municipal de Cultura.

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endereços úteis

Bibliotecas públicas descentralizadas

Ao todo, são 52 bibliotecas espalhadas pelos bairros da cidade. Onze delas fazem parte do projeto Bibliotecas Temáticas, que oferece acervo e atividades específicas nas suas áreas de atuação.

Adelpha FigueiredoPça. Ilo Ottani, 146, Canindé, tel.: 2292‑3439Afonso TaunayR. Taquari, 549, Mooca, tel.: 2292‑5126Afonso SchmidtAv. Elisio Teixeira Leite, 1470, Cruz das Almas, tel.: 3975‑2305Alceu Amoroso Lima – Temática em poesiaAv. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros, tels.: 3082‑5023 / 3081‑6092Álvares de AzevedoPça. Joaquim José da Nova, s/n, V. Maria, tel.: 2954‑2813Álvaro GuerraAv. Pedroso de Moraes, 1919, Pinheiros, tel.: 3031‑7784Amadeu AmaralR. José C. Castro, s/n, Jd. da Saúde, tel.: 5061‑3320Anne FrankR. Cojuba, 45, Itaim Bibi, tel.: 3078‑6352Arnaldo Magalhães Giácomo, Prof.R. Restinga, 136, Tatuapé, tel.: 2295‑0785Aureliano LeiteR. Otto Schubart, 196, Pq. São Lucas, tel.: 2211‑7716Belmonte – Temática em cultura popularR. Paulo Eiró, 525, Santo Amaro, tels.: 5687‑0408 / 5691‑0433Brito BrocaAv. Mutinga, 1425, Pirituba, tels.: 3904‑1444 / 3904‑2476

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Camila Cerqueira CésarR. Waldemar Sanches, 41, Butantã, tel.: 3731‑5210Cassiano Ricardo – Temática em músicaAv. Celso Garcia, 4200, Tatuapé, tel.: 2092‑4570Castro AlvesR. Abrahão Mussa, s/n, Jd. Patente, tel.: 2946‑4562Clarice LispectorR. Jaricunas, 458, Siciliano, tel.: 3672‑1423Cora CoralinaR. Otelo Augusto Ribeiro, 113, Guaianases, tel.: 2557‑8004Érico VeríssimoR. Diógenes Dourado, 101, Parada de Taipas, tel.: 3972‑0450Gilberto FreyreR. José Joaquim, 290, Sapopemba, tel.: 2143‑1811Hans Christian Andersen – Temática em contos de fadasAv. Celso Garcia, 4142, Tatuapé, tel.: 2295‑3447Helena SilveiraR. João Batista Reimão, 146, Campo Limpo, tel.: 5841‑1259Jamil Almansur HaddadR. Andes, 491‑A, Guaianases, tel.: 2557‑0067José de Anchieta, Pe.R. Antonio Maia, 651, Perus, tel.: 3917‑0751José Mauro de VasconcelosPça. Com. Eduardo Oliveira, 100, Pq. Edu Chaves, tels.: 2242‑8196 / 2242‑1072José Paulo PaesLgo. do Rosário, 20, Penha, tels.: 2295‑9624 / 2295‑0401Jovina Rocha Álvares PessoaAv. Pe. Francisco de Toledo, 331, Itaquera, tels.: 2741‑7371 / 2741‑0371Lenira FraccaroliPça. Haroldo Daltro, 451, Vila Manchester, tel.: 2295‑2295

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endereços úteis

Malba TahanR. Brás Pires Meira, 100, Veleiros, tel.: 5523‑4556Marcos ReyAv. Anacê, 92, Jardim Umarizal, tel.: 5845‑2572Mário Schenberg – Temática em ciênciasR. Catão, 611, Lapa, tel.: 3672‑0456Menotti Del PicchiaR. São Romualdo, 382, Limão, tels.: 3966‑4814 / 3956‑5070Milton SantosAv. Aricanduva, 5777, Jardim Aricanduva, tel.: 2726‑4882Narbal FontesR. Cons. Moreira de Barros, 170, Santana, tel.: 2973‑4461Nuto Sant’AnnaPça. Tenório Aguiar, 32, Santana, tel.: 2973‑0072Paulo Duarte – Temática em cultura negraR. Arsênio Tavollieri, 45, Jabaquara, tels.: 5011‑8819 / 5011‑7445Paulo Sérgio MillietPça. Ituzaingó, s/n, Tatuapé, tel.: 2671‑4974Paulo Setúbal – Temática em literatura policialAv. Renata, 163, Vila Formosa, tels.: 2211‑1508 / 2211‑1507Pedro NavaAv. Eng. Caetano Álvares, 5903, Mandaqui, tels.: 2973‑7293 / 2950‑3598Prestes Maia, Pref. – Temática em arquitetura e urbanismo Av. João Dias, 822, Santo Amaro, tel.: 5687‑0513Raimundo de MenezesAv. Nordestina, 780, São Miguel Paulista, tel.: 2297‑4053Raul Bopp – Temática em meio ambienteR. Muniz de Sousa, 1155, Aclimação, tel.: 3208‑1895Ricardo RamosPça. Centenário de Vila Prudente, 25, Vila Prudente, tel.: 2273‑4860

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Roberto Santos – Temática em cinemaR. Cisplatina, 505, Ipiranga, tels.: 2273‑2390 / 2063‑0901Rubens Borba de MoraesR. Sampei Sato, 440, Ermelino Matarazzo, tel.: 2943‑5255Sérgio Buarque de HolandaR. Augusto C. Baumman, 564, Itaquera, tel.: 2205‑7406Sylvia OrthofAv. Tucuruvi, 808, Tucuruvi, tels.: 2981‑6264 / 2981‑6263Thales Castanho de AndradeR. Dr. Artur Fajardo, 447, Freguesia do Ó, tel.: 3975‑7439Vicente de CarvalhoR. Guilherme Valência, 210, Itaquera, tel.: 2521‑0553Vicente Paulo GuimarãesR. Jaguar, 225, V. Curuçá, tels.: 2035‑5322 / 2034‑0646Vinicius de MoraesAv. Jardim Tamoio, 1119, Itaquera, tel.: 2521‑6914Viriato Corrêa – Temática em literatura fantásticaR. Sena Madureira, 298, V. Mariana, tels.: 5573‑4017 / 5574‑0389

Bibliotecas centrais

Tradicional instituição do país, a Biblioteca Mário de Andrade possui acervo expressivo com destaque para as coleções de artes, mapas, periódicos, obras raras e acervo da ONU.

Já a Biblioteca Infanto‑Juvenil Monteiro Lobato reú‑ne significativo acervo de literatura brasileira, infantil e juvenil, acervo bibliográfico e museológico sobre Montei‑ro Lobato de textos teatrais.

Mário de AndradeAv. São Luis, 235, República, tel. 3256‑5270

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endereços úteis

Monteiro LobatoR. Gal. Jardim, 485, V. Buarque, tel.: 3256‑4038

Bibliotecas do Centro Cultural São Paulo

Abrigam um dos mais significativos patrimônios bibliográficos do país.

Na Biblioteca Sérgio Milliet destacam‑se obras nas áreas de literatura latino‑americana, filosofia, religião, ciências sociais e história. Possui seções especializadas em artes, hemeroteca, recursos audiovisuais e banco de peças teatrais.

A Biblioteca Louis Braille, planejada e equipada para atender a pessoas com deficiência visual, possui acervo em braile e áudio.

A Gibiteca Henfil tem mais de 8 mil títulos entre qua‑drinhos, fanzines, periódicos e livros sobre histórias em quadrinhos.

A Discoteca Oneyda Alvarenga possui acervo especia‑lizado em música erudita e popular, nacional e estrangei‑ra, constituído por livros, partituras, discos de 33 e 78rpm e CDs.

Centro Cultural São PauloR. Vergueiro, 1000, ParaísoBiblioteca Sérgio Milliet – tels.: 3397‑4003 / 3397‑4074 / 3397‑4075Biblioteca Louis Braille – tel.: 3397‑4088Gibiteca Henfil – tel.: 3397‑4090Discoteca Oneyda Alvarenga – tels.: 3397‑4071 / 3397‑4072

endereços úteis

199

Biblioteca do Centro Cultural da Juventude

A Biblioteca Jayme Cortez possui um acervo com mais de 10 mil exemplares entre livros, álbuns de HQ, mangás, periódicos e material audiovisual. Conta também com um Laboratório de Idiomas.

Biblioteca Jayme CortezAv. Deputado Emílio Carlos, 3641, Cachoeirinha, tel.: 3984‑2466, ramal 24

Pontos de leitura

Espaços criados em bairros desprovidos de equipamen‑tos culturais ou de difícil acesso a Bibliotecas Públicas.

André VitalAv. dos Metalúrgicos, 2255, Cidade Tiradentes, tel.: 2282‑2562ButantãAv. Junta Mizumoto, 13, Jardim Peri Peri – Butantã, tels.: 3742‑6218 / 3744‑4369Carolina Maria de JesusR. Teresinha do Prado Oliveira, 119, Parelheiros, tel.: 5921‑3665Graciliano RamosR. Prof. Oscar Barreto Filho, 252 (Calçadão Cultural do Grajaú), Parque América – Grajaú, tel.: 5924‑9135Jardim LapennaR. Serra da Juruoca, s/n (Galpão da Cultura e Cidadania), Jar‑dim Lapenna, tel.: 2297‑3532Juscelino KubitschekAv. Inácio Monteiro, 55, Cidade Tiradentes, tel.: 2556‑3036

200

endereços úteis

OlidoAv. São João, 473, Centro, tel.: 3397‑0176Parque do PiqueriR. Tuiuti, 515, Tatuapé, tel.: 2092‑6524Parque do RodeioR. Igarapé da Bela Aurora, s/n, Cidade Tiradentes, tel.: 2555‑4276Praça do BambuzalR. da Colônia Nova, s/n (Praça Nativo Rosa de Oliveira – Praça do Bambuzal), Jardim Ângela, tel.: 5833‑3567São MateusR. Fortaleza de Itapema, 268, Jardim Vera Cruz – São Mateus, tel.: 2019‑1718Severino do RamoR. Barão de Alagoas, 340, Itaim Paulista, tels.: 2963‑2742 / 2568‑3329Tide SetubalRua Mário Dalari, 170 (Clube da Comunidade Tide Setubal), Jardim São Vicente – São Miguel, tel.: 2297‑5969União dos Moradores do Parque AnhangueraR. Amadeu Caego Monteiro, 209, Parque Anhanguera, tel.: 3911‑3394Vila MaraR. Conceição de Almeida, 170, São Miguel Paulista, tel.: 2586‑2526

Bosques de leitura

Ambientes culturais alternativos em parques da cidade. Abrem aos domingos e, em alguns endereços, também aos sábados. Confira os dias e horários de funcionamento no site www.bibliotecas.sp.gov.br ou pelo telefone 3675‑8096.

endereços úteis

201

AnhangueraAv. Fortunata Tadiello Natucci, 1000, PerusCarmoAv. Afonso de Sampaio Souza, 951, Itaquera

Cidade de TorontoAv. Cardeal Motta, 84, PiritubaEsportivo dos TrabalhadoresR. Canuto Abreu, s/n, TatuapéIbirapueraAv. República do Líbano, 1151, Portão 7A, MoemaJardim da LuzR. Ribeiro de Lima, 99, LuzLajeadoR. Antonio Thadeo, 74, LajeadoLions Clube TucuruviR. Alcindo Bueno de Assis, 500, TucuruviParque GuarapirangaAv. Guarapiranga, 575, Jardim São LuisRaposo TavaresR. Telmo Coelho Filho, 200, Vila Albano – ButantãRodrigo de GásperiAv. Miguel de Castro, 321, Vila Zatt – PiritubaSanto DiasR. Jasmim da Beirada, 71, Capão RedondoTroteR. Nadir Dias de Figueiredo, s/nº, Vila Guilherme

Ônibus‑biblioteca

Os ônibus‑biblioteca levam livros, jornais, revistas, gibis e programação cultural às comunidades de bairros

periféricos da cidade. Conta com paradas predetermina‑das para cada dia da semana. Confira os roteiros da sua região no site www.bibliotecas.sp.gov.br ou pelo telefone 2291‑5763.

203

Títulos da coleção De Mão em Mão

1 ‑ Missa do galo e outros contosMachado de Assis

2 ‑ Contos PaulistanosAntônio de Alcântara Machado

3 ‑ A nova Califórnia e outros contosLima Barreto

4 ‑ São Paulo! comoção de minha vida…Mário de Andrade

5 ‑ Histórias de horrorVários autores

6 ‑ Ninguém morre duas vezesLuiz Lopes Coelho

7 ‑ São Paulo em guerra – 1924Guazzelli

SOBRE O LIVRO

Formato: 12 x 21 cm Mancha: 18 x 37 paicas

Tipologia: Minion Pro 10/13,5 Papel: Lagenda 80 g/m² (miolo) Cartão triplex 250 g/m² (capa)

1ª edição: 2012

CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

EQUIPE DE REALIZAÇÃO

Acompanhamento editorial Luciana Veit

Adaptação Eloar Guazzelli

Roteiro Ananda Stücker, Eloar Guazzelli e Luciana Veit

Fotografias Acervo Iconográfico/Casa da Imagem de São Paulo/ SMC

Editoração Eletrônica Estúdio Bogari

Capa Estúdio Bogari

Coordenação De Mão Em Mão Ananda Stücker (Secretaria Municipal de Cultura)

Oscar D’Ambrosio (Editora Unesp)