Uma Canção Inesperada - Cap.23

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  • 7/28/2019 Uma Cano Inesperada - Cap.23

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    Uma Cano Inesperada

    *Captulo 23*

    Elizabeth sentou-se em seu escritrio na escola, tocando o grosso carto impresso. Apesar de terlido dezenas de vezes desde receb-lo mais de uma semana atrs, ele ainda tinha o poder de acelerar seupulso.

    Dois meses se passaram desde que ela tinha deixado o quarto de hospital de William para correr aoAeroporto JFK e pegar seu voo para a Califrnia. Aps seu desnimo inicial, quando ele no retornou seustelefonemas ou seu bilhete, ela tinha feito o seu melhor para esquec-lo e construir uma nova vida em SoFrancisco.

    Ela adorava ensinar no conservatrio, com suas excelentes instalaes e seus alunos talentosos. Elatambm adorava estar com Jane, e era um deleite incomum ver Charlotte com tanta frequncia. EmboraElizabeth sentisse falta de seu grande crculo de amigos em Nova York, ela estava gradualmente fazendonovos amigos entre os seus colegas de trabalho e seus vizinhos no prdio do condomnio.

    Alm disso, ela tinha o prazer de se apresentar regularmente. Os membros do Golden Gate Jazz, oconjunto iniciado por Charles Bingley, seguiram sua sugesto do jantar de ensaio, convidando Elizabethpara se juntar a eles como sua vocalista. Eles se apresentavam frequentemente nos fins de semana e,ocasionalmente, durante a semana tambm.

    Considerando tudo, Elizabeth estava feliz com sua situao em So Francisco, mas Jane e Charlotteestavam insatisfeitas com a falta de romance em sua vida. Elas frequentemente exortavam-na a aceitar umdos convites para encontros que ela tinha recebido desde a sua chegada cidade.

    Oh, por favor, gemeu Elizabeth na ltima vez que o assunto surgiu. Eu no posso acreditar queestou ouvindo isso de vocs duas. Char, voc no reconheceria romance nem se ele tropeasse em voc e aderrubasse no cho. E voc est dizendo o que est faltando na minha vida amorosa?

    Voc sabe muito bem o que quero dizer, Charlotte tinha replicado. Toda vez que te convidam,

    voc sempre encontra uma desculpa para dizer no. Voc est vivendo como uma freira.Eu no estou. Isso ridculo.

    Lady Catherine de Bourghrequisita o prazer de sua companhia

    em uma recepo em honra deWilliam Darcy

    Artista da Casa do Conservatrio de Msica Pacfico

    Sexta feira, 24 de Agostos oito horas

    Rosings12 Vista Drive

    Tiburon, CalifrniaTraje rigor

    Por favor, responda at 21 de Agosto

    415-555-9724

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    Elizabeth no estava tentando evitar encontros. Ela teria ficado feliz em passar algumas noitesagradveis com o tipo certo de homem. Mas, at agora, ningum havia servido. Quando ela tentou explicarisso, Charlotte tinha feito a pergunta inevitvel:

    Ningum serviu, Liz? Como se eu no soubesse quem.Elizabeth preferiu no pensar na resposta. Enquanto isso, ela estava fazendo o seu melhor para no

    se esconder dos homens, para citar outra frase que Charlotte tinha apontado para ela. Ela gradualmente

    havia sucumbido ao suave, porm persistente encorajamento de Jane e tinha atualizado seu guarda-roupa.Sua coleo de camisas enormes, com exceo de algumas favoritas para dormir, se juntaram os trapos depoeira no armrio do corredor, e ela usara parte de cada salrio para comprar roupas mais sofisticadas parao conservatrio e roupas casuais.

    H duas semanas, principalmente para silenciar Jane e Charlotte, Elizabeth tinha ido ao seuprimeiro encontro em So Francisco, com um vizinho do condomnio. Ele era animado, inteligente e bonito,e ela tinha tido o prazer de sentir um leve formigamento de antecipao quando a campainha tocou. Masfoi tudo o que ela poderia fazer para manter-se at o fim da conversa durante o jantar, enquanto ela oolhava do outro lado da mesa. Seu cabelo era castanho mdio e liso, no escuro e ondulado. Seus olhoseram castanhos, mas eles eram de um tom leve como conhaque no eram escuros e hipnticos em suaintensidade. Ele no era alto o suficiente, nem os seus ombros suficientemente largos, e sua voz no tinhao tom profundo e macio que a teria feito tremer.

    Puramente como um experimento, ela permitiu-lhe um beijo de boa noite. Ela no sentiu nada, otoque dos lbios dele no a tinha feito sentir-se quente e fraca e tonta de uma s vez, e no houve desejode sentir seus braos envolvendo-a, esmagando-a contra ele. Obviamente, ela no tinha feito muitoprogresso em deixar William para trs. Pela primeira vez em anos, ela havia permitido que um homemtocasse seu corao e o dano estava se provando difcil de cicatrizar.

    No tinha ajudado que os problemas de sade dele haviam feito dele um importante tpico dediscusso na comunidade da msica clssica durante o vero. Seu corao havia chorado por ele quandosoube que ele tinha sido forado a cancelar vrios meses de apresentaes. Ela podia facilmente imaginar ovazio em sua vida sem a alegria de tocar.

    Ela no tinha sido capaz de tir-lo de sua mente depois de ouvir essa notcia na hora do almoo, umdia, e, finalmente, ela decidira ligar para ele. A chamada fora atendida pelo correio de voz, e ela tentaradeixar uma mensagem, mas havia desistido por suas tentativas gaguejantes de encontrar a coisa certa paradizer. Depois de duas tentativas vs de deixar uma mensagem coerente, ela desistira. No era como se eleprecisasse ou quisesse sua simpatia ele no quisera quando estava no hospital. E ele tinha famlia eamigos para cuidar dele.

    Mas ela guardava uma imagem de William em sua mente como ela o vira pela ltima vez; deitadoem sua cama de hospital, plido, cansado e dolorosamente vulnervel. Ele tinha suportado dois fardospesados dentro de apenas algumas horas: seu colapso fsico e as acusaes insultuosas dela. No era deadmirar que ele no quisesse mais nada a ver com ela.

    E agora ele ia passar um semestre inteiro no conservatrio. Quando ela ouvira pela primeira vez anotcia de sua chegada iminente, ela sentira um momento de expectativa, querendo saber se issosignificava que ele a tinha perdoado e que queria v-la novamente. Jane e Charlotte endossaram essaviso.

    claro que ele quer ver voc, Lizzy, Jane tinha assegurado. Tenho certeza de que qualquerconservatrio do pas ou mesmo do mundo ficaria feliz em t-lo como artista da casa por um semestre.Ele no teria escolhido vir a So Francisco, se no quisesse v-la.

    Jane est certa, Charlotte tinha adicionado. Na verdade, eu irei mais longe que isso. Aposto queele est vindo para c para tentar reconquist-la. No me surpreenderia se ele te ligasse a qualquer diapara dizer-lhe que ele est vindo e te implorar para v-lo logo que chegue.

    Embora Elizabeth risse esta sugesto, ela havia dado uma quantidade incomum de ateno secretria eletrnica em casa e ao correio de voz no conservatrio por quase uma semana. Ento, ela tinhapercebido a loucura dessa linha de raciocnio. de William Darcy que estamos falando. Por que ele iria

    planejar sua vida em torno do que eu estou fazendo? Ele vir e ir como lhe agradar, e por que no deveria?

    Eu no possuo direitos exclusivos sobre este lugar.Elizabeth?

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    Ela olhou para cima e viu Bill Collins em p na porta de seu escritrio. Ele se inclinou um pouco paraum lado sob o peso de uma pesada mochila de couro surrada pendurada no ombro.

    Oi, Bill. Eu pensei que voc j estaria a caminho de Rosings agora. Voc no responsvel pelacoordenao dos msicos na festa?

    Na verdade, eu sou Dra. de Bourgh est dependendo de mim, e eu no vou desapont-la. Maseu queria ver se voc tinha mudado de ideia. Eu ainda ficaria muito contente em lhe dar uma carona para

    Rosings hoje noite.Obrigada, mas eu j estou acompanhada. Vejo voc l.Estou ansioso por isso. Eu sei que voc vai ser a rainha do baile.Bill executou uma reverncia estranha e partiu. Ela ouviu o som de seus Rockports rangendo em

    caminho pelo corredor. Uma porta se abriu e fechou, e ento ela no ouviu nada alm do silncio.A exposio contnua a Bill, tanto na escola como em seu papel como tecladista do grupo de jazz,

    tinha sido um teste para a pacincia de Elizabeth no comeo. Ele embarcou em uma campanhadeterminada de insinuaes romnticas assim que ela chegara a So Francisco. Levou um ms de recusaspacientes, mas persistentes, antes que ele finalmente desistisse. Desde ento, ela tinha ocasionalmentecompartilhado sua mesa na hora do almoo no pequeno caf do conservatrio, e agora que tinha seacostumado sua maneira peculiar, achou sua companhia quase agradvel. Apesar de suas muitasexcentricidades, ele era gentil e bem-intencionado, e sua admirao bvia provia um blsamo para ocorao ferido.

    Bill tambm tinha um comando enciclopdico das fofocas no conservatrio, e ele adoravacompartilhar seus conhecimentos. Enquanto Elizabeth, s vezes, cansada de sua disseco compulsiva dapoltica da faculdade e vida pessoal, ela geralmente aprendia alguns fatos interessantes no decorrer doalmoo.

    O que vinha de mais frequente no discurso de Bill era sua reverncia por Catherine de Bourgh.Elizabeth tinha aprendido muito sobre a mulher seu casamento com Sir Lewis de Bourgh, sua casa maciachamada Rosings, e sua filha Anne, que trabalhava no desenvolvimento do conservatrio, quando suasade permitia, como Bill tinha adicionado em um triste tom.

    Olhando para o convite novamente, Elizabeth bufou e balanou a cabea. Lady Catherine deBourgh. Bem, me desculpe. Tecnicamente, Elizabeth sups que era preciso, uma vez que o marido deCatherine tinha sido um cavaleiro britnico. Mas ela poderia ser mais pretensiosa?

    De acordo com informaes de Bill, Catherine tinha convidado todo msico notvel e patrono dasartes que vivesse a oeste das Montanhas Rochosas para a festa daquela noite, bem como alguns luminaresda cena musical de Nova York e alguns membros cuidadosamente selecionados da imprensa. Apesar docurto espao de tempo, a maioria deles aparentemente respondera afirmativamente. Todo o corpodocente tambm fora convidado, o que explicava a incluso da Elizabeth na lista de convidados. Mesmoassim, s vezes ela se perguntava se Catherine tinha simplesmente esquecido de instruir sua secretria:Mas no envie um para aquela horrorosa Srta. Bennet.

    Elizabeth no sabia o que ela tinha feito para ofender Catherine, mas sempre que se encontravamem um corredor ou durante as reunies do corpo docente, a reitora parecia olhar para ela com desdmglacial. Elizabeth tinha tentado uma vez questionar sutilmente Bill sobre o assunto, mas ele simplesmenteinsistiu: Oh, no, voc deve estar enganada! Dra. de Bourgh to solidria da faculdade, to generosacom suas sugestes e conselhos para sua melhora! Tenho certeza que ela pensa muito bem de voc, assimcomo eu.

    Ela olhou para o relgio e franziu o nariz em desagrado. Ela precisava ir para casa imediatamentepara garantir que teria tempo suficiente para se preparar. Por razes que no tinha examinado muito deperto, era essencial que ela estivesse em seu melhor esta noite.

    Mas ela ainda tinha alguns preparativos de ltima hora a fazer para sua primeira aula do semestrede outono na segunda-feira. Era um seminrio de tcnica de execuo da Broadway, em que os alunosexaminavam as performances vocais uns dos outros com a orientao de Elizabeth. Ela cantaria na primeiraaula, a fim de ajud-los a aprender o processo de crtica, e ela queria checar o sistema de som na sala deaula.

    Ela largou o convite e pegou um CD contendo o acompanhamento orquestral para sua cano. Elairia testar o sistema de som e ensaiando ao mesmo tempo. Em seguida, ela iria para casa para lavar ocabelo, colocar seu vestido e reunir sua coragem.

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    William deixou o escritrio da reitora com um suspiro de alvio. Catherine tinha-o convidado ao seuescritrio para um almoo tardio, e duas horas depois, ela ainda estava pontificando sem parar sobre umavariedade de tpicos, poucos dos quais lhe interessavam. Ela finalmente olhou para o relgio e percebeuque ela precisava ir para em casa para supervisionar os preparativos finais para a festa, deixando-o sua

    prpria sorte.Ele precisava chegar em casa tambm, mas primeiro ele queria explorar o edifcio. Ele estavaansioso para vagar pelos corredores sentir o clima do lugar. Oh, vamos ser honestos. O que eu realmentequero encontrar o escritrio de Elizabeth e ver se ela est aqui.

    Sala 132. Felizmente, a secretria de Catherine mantinha uma listagem de diretrio gravada naparede ao lado de sua mesa. Ele seguiu os sinais de sada at que encontrou uma escada e comeou adescer do terceiro andar.

    Ele decidiu dizer oi a Elizabeth privadamente, em vez de encontr-la pela primeira vez em doismeses em uma festa pomposa de Catherine. Ento, se as coisas corressem bem, eles poderiam sereencontrar durante a noite. Ele se parabenizou por garantir o lugar dela na lista de convidados. Catherinetinha inicialmente previsto convidar apenas os membros mais graduados da faculdade, junto com osprincipais administradores. Cuidadoso para no despertar suspeitas, ele casualmente sugeriu que, se elaconvidasse todo o corpo docente, poderia pedir a alguns dos professores juniores para entreter osconvidados.

    Um quarteto no terrao, um pianista na biblioteca... seriam excelentes relaes pblicas para oconservatrio mostrar alguns dos seus melhores msicos, voc no acha? Catherine tinha agarrado a isca,como ele previra.

    Ele considerou ligar para Elizabeth de Nova York, mas decidiu que poderia apresentar seu caso deforma mais eficaz pessoalmente. Ele havia planejado o que ele diria na verdade, ele tinha ensaiado vriasvezes. Ele murmurava as palavras para si mesmo quando chegou ao patamar do segundo andar econtinuou descendo.

    Elizabeth, por favor, permita-me pedir desculpas pelo meu comportamento pouco cavalheiresco,naquela noite em junho. Lamento mais do que eu possa dizer, especialmente por voc ter pensado que omeu interesse em voc era puramente fsico. Se voc estiver disposta a retomar o nosso relacionamento,eu prometo mostrar mais conteno no futuro. Mas se voc no quer me ver mais, voc no precisa sepreocupar que eu v persegui-la ou fazer qualquer outra coisa para que voc se sinta desconfortvel. Eu meimporto muito com voc para fazer isso.

    O discurso soou excessivamente formal ao seu ouvido crtico. Ele queria dizer: Lizzy, eu precisotanto de voc. Voc sempre est em meus pensamentos. Por favor, perdoe-me e deixe-me voltar para asua vida, porque eu sou miservel sem voc. Mas cada vez que ele se imaginava dizendo isso, ele a viaolhando-o friamente, rejeitando-o novamente.

    Ele abriu a porta e saiu para o corredor do primeiro andar, a adrenalina correndo em suas veias. Osnmeros de salas aumentavam gradualmente enquanto andava pelo corredor escuro e silencioso e,finalmente, ele se viu em p na frente da sala 132. O prdio parecia estar deserto Catherine tinha lhe ditoque as sextas eram tranquilas no campus, especialmente no vero e o barulho mais alto que ele ouviu foio seu corao pulsando em seus ouvidos. Ele ficou parado por um minuto, inspecionando a placa que dizia:E. Bennet. Levantando a mo, que de repente comeou a tremer, ele bateu na porta.

    No houve resposta. William ficou surpreso ao sentir uma pontada de alvio misturada com suadecepo. Ele no estava to bem preparado para v-la como ele tinha pensado.

    De acordo com seu relgio, era pouco mais de 16 h, e era hora de ir para casa. Ele queria descansarum pouco antes do jantar, que a Mrs. Reynolds estaria servindo pontualmente s seis. Ele continuou pelocorredor, procurando a porta que dava para o estacionamento.

    Ele entrou em uma rea do edifcio que continha salas de aula. Ele ficou surpreso ao ouvir os sonsde uma orquestra vindo de uma sala. Ele fez uma pausa e olhou atravs da porta entreaberta em umagrande sala com cadeiras em estilo de teatro que descia gradualmente at uma rea aberta na frente. Um

    suspiro quase escapou de sua garganta quando viu Elizabeth em um lado, brincando com algunsequipamentos eletrnicos. Ela estava vestida com cala jeans desbotada e uma blusa rosa, seu cabelo presoem um rabo de cavalo, e ela parecia ainda mais bonita do que ele se lembrava. Ele tentou impulsionar-se

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    para frente, para anunciar sua presena, mas congelou no lugar quando ela caminhou at o centro do palcoe comeou a cantar. Enquanto sua voz doce tomava conta dele, ele era incapaz de fazer qualquer coisa ano ser observ-la e ouvir sua msica.

    Um rosto simptico, um tipo de cara que voc se derrete com um sorrisoO tipo de olhos que a recebem no momento em que voc entra

    Um olhar terno que voc simplesmente no pode recusar em momentos como este que uma garota poderia usar...Um cachorro

    Ele escuta quando voc lhe diz coisas, no h nada que voc no possa dizer,E ao contrrio de algumas pessoas, voc pode ensin-lo a ficarE se o mundo est te dando tristezasEle te anima mastigando seu jornal.So coisas como essas que fazem voc escolher...Um cachorro

    Outras pessoas precisam de romance, danar, brincar,Outras pessoas precisam de diverso constante,Bem, eu no sou um delesEu tenho meus ps no cho

    Uma noite tranquila, uma pilha de livros, um atum derretido no centeio,Um simples caminhar juntos debaixo de um cu estrelado,E, de repente, a noite algo raro,E tudo porque h algum especial lQuem est olhando a paisagem, a cabea em cima de seus sapatos em momentos como este eu com certeza poderia usar...Um cachorro.*

    A msica acabou, mas William permaneceu imvel, encantado. Ele tinha esquecido o poder que avoz dela tinha em tocar seu corao. E a mensagem da msica! Ela era muito corajosa para deixar a vidaderrot-la, mas o tom melanclico da cano exps o corao terno que ela tentou esconder. Ele sabia queficaria feliz em passar o resto de sua vida protegendo-a, acariciando-a, e trazendo a ela toda a alegria queela merecia, se ela lhe permitisse faz-lo.

    Espere um pouco. Estou correndo milhas frente de mim. A cano no necessariamente sobremim, ou sobre qualquer outra pessoa. Ela uma atriz e ela est apenas representando um papel. Ele tinhatido vrios problemas antes, assumindo que os sentimentos dela eram os mesmos que os seus, e ali estavaele, em So Francisco h menos de 24 horas, j repetindo seu erro.

    Ele considerou falar com ela, mas ele estava com medo de balbuciar como um idiota e estragartudo. Era para se assim, tanto que ela no tinha notado ele. Ele iria esperar at aquela noite, quando eleestaria calmo e racional. Com um suspiro, ele saiu da sala e continuou sua procura pela sada.

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    Elizabeth correu para o apartamento que dividia com Jane, jogando as chaves em uma pequenamesa ao lado da porta. Ela estava muito atrasada. Roger viria busc-la s 6:00h de modo que elespudessem jantar rapidamente antes de ir para Rosings, embora os contos que Elizabeth tinha ouvido sobrelendria hospitalidade de Catherine sugeriam que comer antes era desnecessrio.

    Charlotte sugerira que Elizabeth convidasse Roger Stonefield para a festa. Charlotte no seimportava em emprestar a Elizabeth seu namorado, como ela o chamou eufemisticamente, por umanoite, e ele prontamente concordou com o plano.

    Claro, por que no? Eu no posso esperar para ver a casa. A Architectural Digest publicou umareportagem sobre Rosings h dois anos ela soa como O lugar.

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    Elizabeth estava grata por que Roger estaria l com ela. Ela no queria que William pensasse queela no poderia ter um encontro. Alm disso, Roger, o baterista para Golden Jazz Gate, era uma boacompanhia agradvel, alegre e inteligente. Acima de tudo, j que ele estava envolvido em um casoocasional com Charlotte, ela podia relaxar e no se preocupar com as complicaes romnticas. Haveriamuita tenso esta noite sem acrescentar mais.

    Enquanto ela passava pelo balco, percebeu a luz de mensagem piscando na secretria eletrnica.

    Ela pressionou o boto Play.Liz, o Roger, resmungou uma voz quase irreconhecvel. Eu sinto muito fazer isso de ltimahora, mas eu no posso ir com voc esta noite. Estive doente durante toda a tarde. Ou algo que eu comiou eu tenho gripe. Confie em mim, voc no quer saber os detalhes. Charlotte est vindo para cuidar demim, por isso no precisa se preocupar comigo. Sinto muito, querida, eu sei que voc estava contandocomigo.

    Elizabeth mordeu o lbio enquanto contemplava esta m notcia. Ela no culpou Roger por deix-lana mo, claro o pobre homem parecia pssimo , mas a perspectiva de chegar festa de Williamsozinha era pouco atraente.

    Eu acho que eu poderia ligar para o Bill Collins e pedir-lhe para me levar festa, afinal. Ela quase riude sua prpria piada. A ltima coisa que ela precisava era inadvertidamente voltar a despertar os impulsosamorosos de Bill. Ok. Sozinha ento. No preciso ficar nervosa com isso.

    No momento em que ela saiu do banheiro, de banho tomado e, envolta em um robe de veludogrosso, ela recuperou a confiana. Ela entrou na sala a tempo de ver Jane chegar em casa.

    Oi, Lizzy! Eu estou aqui, pronta para ajudar a Cinderela a se preparar para o baile.Como foi seu dia?Bom. Mas voc no est atrasadssima?, perguntou Jane, olhando para o relgio. Eu pensei que

    voc estaria mais pronta que isso. Roger no estar aqui em poucos minutos?Ele no vem; teve que cancelar. Ele est doente.Oh, no! muito srio?Eu no acho, mas aparentemente ele se sente realmente terrvel agora. Algum tipo de problema

    de estmago. Char est indo para cuidar dele.Pobre Roger. Espero que ele esteja melhor em breve. Mas eu sinto muito por voc, tambm. Eu

    sei que voc no queria ir l sozinha.Elizabeth balanou a cabea e suspirou. . Mas parece que eu estou em carreira solo, afinal.Bem, no se preocupe, voc vai ficar bem. Talvez voc encontre algum na festa. Ou talvez voc e

    William...Elizabeth no queria ouvir o resto da frase. Eu vou secar meu cabelo, e ento podemos comear a

    trabalhar nele. Eu agradeo voc voltar para casa mais cedo para me ajudar.O prazer meu, respondeu Jane. No seque todo vai ser mais fcil de arrumar se estiver um

    pouco mido.Elizabeth voltou para seu quarto alguns minutos mais tarde, com o cabelo ligeiramente mido

    conforme as instrues, e encontrou Jane esperando por ela. Elizabeth sentou beira de sua cama, e Janecomeou a trabalhar, armada com um babyliss pr-aquecido.

    O que voc est fazendo hoje?, perguntou Elizabeth, depois de um curto silncio.Eu no sei. Charlotte e eu estvamos planejando ficar juntas, mas ela ligou h alguns minutos e

    voc estava certa, ela vai cuidar do Roger. Engraado, eu nunca teria imaginado ela como uma FlorenceNightingale.

    Embora eu suponha que ela seja muito boa na outra utilidade da cama dele, Elizabeth disse comum sorriso travesso.

    Jane riu. Voc m. Enfim, eu acho que vou ficar em casa. Talvez eu v alugar um filme. A no serque...

    A no ser o qu?Jane prendeu dois cachos no lugar. No, no importa. Foi uma ideia tola.Bem, eu poderia dar uma boa risada, ento me diga.

    Mas isso no resolveria o problema de voc no ter um par, ento, srio...Jane, por favor, me diz.

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    Bem, e se eu fosse com voc esta noite? Ou seria ainda pior aparecer com sua irm do que irsozinha?

    Elizabeth pensou por um momento. Voc est realmente disposta a ir? Voc dificilmente vai tertempo para se arrumar.

    No vai me levar muito tempo. Tenho certeza de que tenho algo para vestir talvez o vestidopreto e branco que eu usei no jantar da Ordem dos Advogados no ms passado.

    Ah, eu amo aquele vestido! Bem, se voc realmente no se importa, eu adoraria t-la comigo. claro que eu no me importo. Vale a pena s para ver Catherine de Bourgh e a famosa Rosings. Eeu sei que isso no vai ser fcil para voc; ver William depois de todo esse tempo.

    Voc a melhor! Eu me ofereceria para ajud-la com o cabelo, mas voc no iria me querermexendo nele.

    Jane deu de ombros. Eu s vou ajeit-lo um pouco e acho que vai ficar bem.Voc est certa, Elizabeth respondeu, suspirando. Dez minutos e um pouco de amaciamento, e

    voc vai ficar perfeita. Enquanto eu preciso de uma semana de preparao e um time de especialistas detodo o mundo.

    Jane riu. No seja to dura consigo mesma. Fomos a um pequeno tour de compras e eu estougastando apenas alguns minutos ajudando-a com o cabelo. Que, por sinal, est feito. V olhar no espelho eveja se gosta.

    Elizabeth levantou-se e correu ao seu banheiro. Jane tinha arrumado em um coque elegante,deixando alguns cachos soltos emoldurando seu rosto. Eu amei!, ela exclamou.

    Bom, respondeu Jane quando Elizabeth voltou para o quarto. Sente-se mais uma vez para queeu possa pulveriz-lo.

    Jane empunhava o frasco de spray de cabelo, lembrando Elizabeth de sua infncia, quando, por umbreve perodo de tempo, Jane quisera ser cabeleireira. Ela tinha praticado indefinidamente em Elizabeth,com resultados cmicos ocasionais.

    Ok, isso deve ser suficiente para mant-lo no lugar e no parecer com um cabelo-capacete , disseJane. Voc precisa da minha ajuda com mais alguma coisa? Porque se no, eu vou me arrumar.

    V em frente, eu estou bem.Elizabeth rapidamente se maquiou e se inspecionou no espelho do banheiro. Pelo menos eu sou

    bom com essas coisas. Anos de apresentaes de palco a ajudaram a desenvolver habilidade em maquiar,mas no tinham sido de ajuda alguma com seu cabelo. Ele parecia ser um caso perdido.

    Ela tirou o roupo, ficando com sua lingerie preta, e passou sua loo favorita com cheiro dejasmim com baunilha por seus braos e ombros. Ento ela pegou seu vestido novo, comprado h poucosdias especialmente para a ocasio. Era simples e modesto, um longo vestido preto, com uma saia de cetime um corpete de veludo liberalmente salpicado de prolas. Ela deslizou o vestido por cima da cabea e,depois de lutar um pouco para alcanar, conseguiu fech-lo. Jane havia emprestado a ela um par de brincospretos talhados, ento eles brilhavam na luz. Sentia-se como a Cinderela vestindo-se para o baile e noera um pensamento totalmente reconfortante, considerando o que acontece meia-noite. Mas deu certono final, graas ao sapatinho de cristal. Ela esperava que suas sandlias pretas de salto alto estivessem altura da tarefa.

    A noite provavelmente ficaria fria, ento Elizabeth procurou algo para cobrir os braos nus. Seucasaco de renda preta, um presente muito antigo de sua av, seria perfeito. Ajoelhou-se no cho, a fim deabrir a gaveta inferior, tardiamente percebendo que provavelmente estava enrugando o vestido. Oh, bem.Ele vai enrugar no carro de qualquer maneira.

    Enquanto ela tirava o casaco da gaveta, seus olhos caram sobre um envelope deitado sob o casaco.No. Voc precisa se manter a calma e indiferente. Mas j era tarde demais. Ela abriu o envelope e retirouseu contedo um tronco seco com duas flores de orqudea desbotadas e esmagadas em anexo.

    Ela deveria ter deixado a haste no jardim depois de deix-la cair pela janela. Mas na manhseguinte, incapaz de bani-la de seus pensamentos, ela a recuperara e escondera em uma gaveta. Ela notinha se permitido olhar para ele... at agora.

    Lizzy, voc est pronta? Jane chamou de seu quarto do outro lado do corredor.

    Estou indo.

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    Elizabeth colocou as orqudeas de volta em seu envelope e retornou-o para a gaveta. Ela selevantou, alisou a saia e deu uma ltima olhada no espelho. Ento recolheu seu casaco e, respirando fundo,deixou o quarto.

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    William estava ladeado por Catherine e Anne de Bourgh no majestoso corredor de frente de

    Rosings, tentando ser corts com os convidados enquanto eles desfilaram pela entrada. Lustres enormessuspensos no teto abobadado inundavam a sala com luz e faziam as joias dos convidados brilharem.William suspeitou que Harry Winston e seus concorrentes tivessem milhes de dlares do inventrio emexibio esta noite.

    Sua cabea doa pelo barulho, e o calor na sala tornava difcil respirar. Ele odiava recepcionar - econversar futilmente com uma fila de estranhos, cujos nomes ele se lembraria por, no mximo, cincominutos. Pior ainda, todos os hspedes parecia saber sobre seus problemas de sade. Alm das expressesconvencionais de interesse ou simpatia e algumas declaraes imprecisas sobre sua condio, ele tambmtinha sido submetido a muitas perguntas curiosas. Ele rebateu com respostas vagas, seu ar calejado deindiferente reserva encobrindo seu aborrecimento com esta invaso bruta de sua privacidade. Por que nstemos que fazer quaisquer declaraes pblicas sobre a situao afinal? Por que no podemos apenas dizers pessoas que no era da sua maldita conta porque eu estava dando um tempo? Agora todo mundo estolhando para mim e pensando que eu sou um fraco.

    Mas ele tinha uma preocupao maior no momento. Ele examinava a linha de hspedes esperandopara cumprimentar os recm-chegados. Onde ela est?Ele exalou alto, o que lhe valeu um olhar curioso deAnne.

    Voc est bem?, ela perguntou em voz baixa. Se voc est cansado e precisa se sentar...Ele s teve tempo de balanar a cabea antes de o convidado seguinte entrar na frente dele, com a

    mo estendida. Mr. Darcy, eu sou Pamela Allenby. Voc pode se lembrar, nos encontramos em uma festada American Heart Association em Nova York no inverno passado. um prazer v-lo novamente. Eu fiqueito triste ao ouvir sobre seu ataque cardaco.

    No foi um ataque cardaco, disse ele, talvez pela centsima vez.Oh? Mas eu ouvi dizer... Ela se recuperou rapidamente. Bem, maravilhoso v-lo to bem. Meu

    marido est no conselho do conservatrio, e...Mrs. Allenby prosseguiu, mas William no ouviu sequer uma palavra do que ela disse. Ele apertou

    suas mos e trocou saudaes mecanicamente, como ele vinha fazendo pelo que pareciam ser horas,enquanto ele procurava pela sala um vislumbre de Elizabeth.

    E quando eu a vir, melhor ficar calmo. Catherine no tinha esquecido suas suspeitas sobre ointeresse dele em Elizabeth. No almoo mais cedo naquele dia, Catherine tinha falado com sua franquezacaracterstica.

    Sobre voc e Elizabeth Bennet, ela havia comeado. Voc me garantiu quando fizemos nossoacordo em relao ao salrio dela que vocs no estavam envolvidos em qualquer tipo de relao. Estouassumindo que este ainda seja o caso.

    Eu disse a verdade, Catherine.Voc no respondeu minha pergunta. Voc est ou no est envolvido com essa moa?Eu no estou. Isso era verdade... no momento, pelo menos. Como assinalei no momento, eu no

    iria querer mand-la embora de Nova York se tivssemos estado romanticamente envolvidos. Eucertamente no tinha nenhuma maneira de prever, na poca, que ia vir para c.

    Voc tem um ponto razovel a esse respeito. E eu acho que se ela fosse uma ex-amante que voctentasse descartar, voc no teria concordado em vir aqui. A menos, claro, que voc no esperassenenhum problema em mant-la distncia.

    Como eu j disse antes, ela no uma ex-amante, William respondeu em um tom arrogante.Apesar de que no seria da sua conta se ela fosse.

    Catherine olhou para ele, seu rosto severo. E voc no tem inteno de se envolver com ela?Eu no entendo a sua fascinao com a minha vida privada. William olhou para ela. Como eu

    disse, no sua conta.Voc um membro da minha faculdade agora, e isso torna a minha preocupao vlida.

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    Como ? Voc supervisiona a vida pessoal de seu corpo docente? Voc os proibi de conviver unscom os outros?

    Eu no aprovo isso, porm, h muito pouco que eu possa fazer para impedi-lo. Mas voc est emuma situao diferente.

    Por qu?Por causa de Anne. E eu estou perturbado por ter que lembr-lo disso. Como eu lhe disse quando

    eu fiz esta oferta, Anne espera v-lo muito durante a sua estada, e estou confiante de que voc no vaidecepcion-la.Enquanto lembrava dessa conversa, ele olhou involuntariamente para Anne, que estava

    cumprimentando um convidado em sua voz sussurrante. Ela era quase da altura de sua me, fazendo comque William se sentisse como Gulliver em p entre dois Liliputianos. Ele conhecia Anne havia anos, devido amizade de suas mes, mas ele no sentia nada por ela alm da simpatia e afeio fraternal.

    s vezes ele suspeitava que os sentimentos de Anne por ele eram mais profundos do que os delepor ela, mas era difcil ter certeza. Ela era to modesta e passiva quanto sua me era presunosa econtundente. Mesmo na aparncia, ela desaparecia ao fundo com sua postura leve, seu cabelo loiro liso,sua palidez quase fantasmagrica e seus olhos azuis lacrimejantes. O vestido cor de rosa, sem dvida, feitosob medida para a ocasio, era normal e no lhe fazia jus.

    Catherine deixara claro h muitos anos que ela esperava que ele se casasse com Anne. Ela alegavaainda que sua me tinha compartilhado essa esperana. Enquanto ele duvidava que Catherine estivessedizendo a verdade sobre sua me, ele sabia que Rose iria aprovar se ele casasse com Anne. As qualificaesbsicas de Rose em uma esposa para ele eram bom nascimento e riqueza, e Anne possua ambos.

    No que isso importasse. Ningum poderia for-lo a se casar com Anne, ou mesmo a passar umtempo com ela. Ela nunca iria faz-lo feliz, especialmente no quando...

    Seu crebro congelou e sua respirao ficou presa em seu peito. L estava ela, a uma curtadistncia abaixo da fila da recepo.

    _______________________________________________________________________________________

    Elizabeth, auxiliada pela altura de William e sua posio notvel na sala, tinha-o visto ao entrar nosalo. Desde ento, como tinham avanado lentamente em direo a ele, ela se esforou para se distrair,para que no olhasse para ele como uma f babando.

    Por que tinha que ser um smoking? Nenhuma mulher poderia resistir a esse homem em umsmoking. Ele estava bonito como sempre, mas ela podia ver os sinais da doena recente. Ele parecia terperdido peso, e seu rosto estava magro e plido. Acima de tudo isso, seu magnetismo estava ofuscado,como se algumas luzes estivessem queimadas dentro dele.

    Ele olhou em sua direo, e seus olhos se encontraram. Ela engoliu em seco, preparando-se parasuportar seu olhar intenso. Mas ento ele olhou para o lado e falou com um convidado que estava nafrente dele.

    Voc est bem, Lizzy? Jane perguntou em voz baixa. Voc parece nervosa.Eu no estou certa do que esperar.Vai ficar tudo bem. Tente relaxar.Elizabeth riu silenciosamente. Jane poderia muito bem ter dito a ela para tentar prender a

    respirao por uma semana ou duas. A fila rastejou para frente e, finalmente, Elizabeth viu-se cara a caracom Catherine de Bourgh.

    Boa noite, Dra. de Bourgh. Elizabeth podia sentir os olhos de William em cima dela.Miss Bennet. A voz de Catherine era glacial.Eu gostaria que conhecesse minha irm, Jane Bennet.Catherine assentiu friamente para Jane.Voc tem uma bela casa, Dra. de Bourgh. disse Jane.Obrigada. Eu presumo que vocs conheam William Darcy.Elizabeth respirou fundo e ergueu os olhos para o rosto sem expresso de William.Elizabeth, bom v-la, disse ele, com a voz fria.

    O corao dela afundou. Bem, eu acho que tenho a minha resposta. Como voc est?, elaperguntou em voz baixa.

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    Bem o bastante, eu acho, ele respondeu, apertando-lhe a mo estendida. Quando suas mos setocaram, ela pensou ter visto algo cintilar em seus olhos, mas depois desapareceu.

    Voc se lembra da minha irm Jane, eu tenho certeza. Elizabeth no tinha a inteno de soar todura.

    Ele franziu a testa. Sim, claro. Ol, Jane.Estou muito contente em v-lo novamente, William, Jane respondeu com um sorriso que,

    Elizabeth percebeu, ele no retornou. Em vez disso, ele olhou ao redor da sala, ainda franzindo a testa.Eu sou Anne de Bourgh, Miss Bennet.Elizabeth estudou a mulher minscula e plida em p perto de William. Ela cumprimentou Anne,

    apresentando Jane, e ento ela e Jane afastaram-se, aceitando taas de champanhe de um garom quepassava.

    Ele parece to magro, no ?, perguntou Elizabeth, olhando para William.Jane assentiu. Bem, ele esteve gravemente doente, de modo que no surpreendente.Eu s espero quero dizer, se ele... Elizabeth mordeu o lbio.Com um sorriso simptico, Jane apertou a mo de Elizabeth. Tenho certeza que ele est indo

    muito bem. Seus mdicos no o teriam deixado vir at aqui de outra forma.Eu espero que voc esteja certa. Elizabeth estava contrariada por encontrar-se incapaz de desviar

    o olhar de William. Ele, pelo contrrio, parecia completamente absorvido pelo fluxo de convidadospassando por ele. Ela o viu olhar ocasionalmente para baixo da fila de pessoas esperando paracumpriment-los, mas ele no mostrou nenhuma compulso de olhar em sua direo. E por que deveria?

    Acabou. Quando chegar em casa, vou jogar aquela orqudea no lixo, e vou parar de agir como uma idiota.Vamos explorar a casa, Elizabeth sugeriu. Ela no podia suportar ficar por perto e ser ignorada

    por William.Elas entraram em uma grande sala ao lado do salo de recepo. Era ricamente decorada, repleta

    de mveis e, sem dvida, inestimveis artefatos. Elizabeth se viu tentando encolher para ocupar menosespao, com medo de que batesse em algo e fosse presenteada com uma conta pelo prejuzo.

    A mesa do buffet estava posta em um canto, coberta com pratos oferecendo vrias iguariasgourmet. Elizabeth se sentia muito nervosa para comer, mas Jane pegou um prato pequeno e selecionoualguns aperitivos.

    Um quarteto estava no canto oposto tocando Haydn. Bill Collins estava perto, os olhos fechados,balanando os braos em uma imitao em pequena escala de um maestro. Elizabeth agarrou o brao deJane. Vamos encontrar outro lugar para ficar, ela sussurrou urgentemente.

    Mas j era tarde demais. Bill abriu os olhos e uma expresso de alegria tomou conta do seu rosto.Elizabeth, ele chamou, muito alto, j que os outros ocupantes da sala olharam para ele com curiosidadeaberta.

    Elizabeth lanou um olhar de desculpas a Jane e ps no rosto um sorriso educado. Oi, Bill, disseela, fazendo uma careta quando ele quase derrubou um relgio de vidro ornamentado posto em uma mesaem sua pressa para chegar ao lado dela.

    Veja, eu disse que voc seria a rainha do baile. Voc est absolutamente linda. E, Jane, voc umaviso tambm.

    Jane e Elizabeth agradeceram. Voc est muito bonito tambm, Elizabeth acrescentou.Ela estava quase dizendo a verdade. O smoking de Bill, embora no pudesse se comparar com as

    roupas formais usadas pela maioria dos convidados, era conservador e lhe caia bem. Seu cabelo, dispostoem seu caracterstico rabo de cavalo, estava obviamente recm-lavado. E depois da saudao fria edesinteressada de William, o insinuante sorriso de Bill e a genuna admirao em seus olhos no eramdesagradveis.

    Posso levar as duas adorveis senhoras em uma excurso pela casa?Tem certeza que voc pode perder esse tempo, perguntou Elizabeth. Eu sei que voc est muito

    ocupado esta noite lidando com as coisas para a Dra. de Bourgh, e eu no gostaria de distra-lo de suasresponsabilidades.

    No, no, est tudo muito bem. Eu preciso fazer as rondas para verificar os msicos de qualquer

    maneira. No esta a mais magnfica casa que voc j viu? Voc sabia que Catherine pagou US$ 15 milhesquando ela a comprou h dez anos? E vale, pelo menos, duas vezes mais hoje. Tem cinco lareiras, e os tetosornamentados em dourado so inestimveis. O teto desta sala levou um ms para ser pintado. Um ms!

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    Voc pode imaginar? Ah, e que pena que est escurecendo, ou vocs poderiam ver os campos. H duaspiscinas, spas e at mesmo uma cachoeira. E a vista! A partir desta colina, voc pode ver a ponte GoldenGate, o skyline de So Francisco... de tirar o flego.

    Bill levou-as de volta para o hall de entrada, o tempo todo apontando caractersticas da casa. Outramesa de buffetestava posta ao longo de uma parede. Elizabeth considerou encher um prato e tentar seforar a comer, mas, em seguida, Bill inclinou a cabea para Catherine, William e Anne, ainda recebendo os

    convidados, e disse: Anne de Bourgh no adorvel?Ela parece muito agradvel, respondeu Jane. uma pena que a sua sade seja to incerta. No entanto, apesar de seus problemas, ela uma

    jovem encantadora. Voc sabia que ela e William Darcy devem se casar?Elizabeth arfou antes que pudesse se parar. Jane lanou um olhar ansioso para ela e respondeu Bill.

    No, eu no acho que tenha ouvido isso.Oh, sim. O que poderia ser mais apropriado? Um gnio musical como William Darcy, casado com a

    filha de duas lendas musicais como Sir Lewis de Bourgh e, claro, a Dra. de Bourgh. Ambos filhos de famliasprivilegiadas, com riqueza e importncia. Eles so como a realeza.

    Eles esto noivos?, perguntou Jane.Eu no acredito que o noivado seja oficial ainda, mas a Dra. de Bourgh me garante que no nada

    mais do que uma formalidade. por isso que William veio aqui, sabe passar o tempo com Anne, empreparao para o anncio de seu noivado.

    Elizabeth mordeu o lbio inferior com fora, quase tirando sangue enquanto olhava para Anne. Elano podia imaginar essa criatura sem vida arrancando um sorriso encantado ou uma gargalhada deWilliam, como ela tinha sido capaz de fazer. Ela tambm no podia imagin-lo olhando para Anne com ocalor da paixo em seus olhos. Mas ela est em seu nvel social. E eu no estou, e nunca estarei.

    Bill desculpou-se com uma exclamao frustrada e correu para os membros do quarteto, quetinham acabado de sair da sala de desenho, aparentemente, fazendo uma pausa no autorizada.

    Jane virou-se para Elizabeth. Lizzy, isso no necessariamente verdade.Mas isso explica muita coisa, no ? Eu era apenas a ltima folia antes de ele se estabelecer. No

    me admira ele no ter retornado minhas ligaes. No me admira que, esta noite, com a sua noiva ao seulado e do outro sua futura sogra, ele tenha agido como se mal me conhecesse.

    Lizzy, Bill est apenas dizendo o que Catherine de Bourgh disse a ele. E claro que ela querWilliam como genro. Que me no gostaria? Isso no quer dizer que ele esteja interessado em Anne. Notire concluses precipitadas.

    Os olhos de Elizabeth se fixaram em William. Ele estava sorrindo, com mais animao do que elatinha visto nele naquela noite, agitando as mos com entusiasmo com um convidado do sexo masculinoque parecia vagamente familiar. O homem virou-se na direo delas, e Elizabeth suspirou. Oh, meu Deus.

    O que foi? Os olhos de Jane seguiram os de Elizabeth, e de repente ela agarrou o brao de suairm.

    Charles Bingley estava saindo da fila de recepo, e estava indo em direo a elas. Ele no pareciat-las notado ainda. O aperto de Jane no brao de Elizabeth se intensificou quando ambas viram a loiraelegante ao lado dele, com o brao ligado possessivamente com o dele.

    Eu deveria ter percebido que ele seria convidado, disse Jane, sua voz tremendo. Sua famliadoou dinheiro para o conservatrio foi assim que ele conheceu Bill Collins.

    Eu sinto muito, Jane.No, est tudo bem. Acabou, ento por que ele no deveria sair com outras mulheres? Eu estou

    namorando algum tambm.Sim, mas...No, Lizzy, tudo bem, srio. Acho que devemos ir l e cumpriment-lo.Jane puxou Elizabeth para frente. Elizabeth viu Charles hesitar quando notou Jane, mas sua

    expresso se tornou animada. Ento ele olhou para sua acompanhante e Elizabeth viu os cantos dos seusolhos se apertarem.

    Ol, Charles, disse Elizabeth.

    Elizabeth. Jane. Boa noite. Elizabeth podia ouvir a tenso em sua voz.Jane cumprimentou Charles calmamente, e ento ficaram olhando em silncio um para o outro. O

    silncio tornou-se estranho at Charles finalmente se lembrar de suas maneiras.

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    Sinto muito. Jane, Elizabeth, esta Elena Foxworth. Elena, eu gostaria que voc conhecesse Jane eElizabeth Bennet.

    Elena levantou uma sobrancelha perfeitamente feita. Ol.Elizabeth olhou para Elena enquanto a cumprimentava, notando o olhar entediado em seus olhos

    e a curva desdenhosa dos lbios vermelhos brilhantes. Ela estava perfeitamente arrumada, desde seucoque suave at as unhas dos ps pintadas espreitando para fora de suas sandlias, abaixo da bainha de

    seu vestido de seda preto elegante. O novo vestido preto de Elizabeth, comprado na Macy s, de repente,parecia barato e brega. E os diamantes que ela est usando, provavelmente, custam mais do que eu ganhoem um ano.

    Um silncio desconfortvel caiu novamente sobre o quarteto. Elizabeth olhou involuntariamenteatravs da sala para William, e viu-o observ-los com uma careta. Lembrou-se de seu desconforto ao verJane, e de repente entendeu. Ele devia ter sabido que Charles estaria aqui esta noite.

    Bem, hum, acho que deveramos pegar um pouco de champanhe. Talvez nos vejamos mais tarde,disse Charles, com os olhos em Jane.

    Aproveitem a noite, respondeu Elizabeth.Elena balanou a cabea, ainda parecendo entediado, e ela e Charles se afastaram.Oh, Jane, eu sinto muito, disse Elizabeth. Que coisa horrvel para voc ver ele com outra

    pessoa.Jane estava claramente lutando contra as lgrimas. Essa a mulher com quem seu pai sempre quis

    que ele ficasse. Ele mencionou o nome dela para mim uma vez.Bem, ele parece infeliz. Eu acho que ele no tem o menor interesse naquela esnobe arrogante.No diga isso, Lizzy. Tenho certeza de que ela muito agradvel, e eu tenho certeza que ele gosta

    muito dela.No pense assim. Voc no viu o jeito que ele olhou para voc? Ele ainda...Uma voz por trs das irms interrompeu a conversa. Bem, Jane, eu no sabia que iria v-la hoje

    noite! Que prazer inesperado! E Elizabeth. Voc est aqui tambm. Era Caroline Bingley, com um sorrisobrilhante no rosto.

    Caroline, eu no sabia que voc tinha sido convidada, disse Elizabeth friamente.Bem, claro que fui! Catherine queria que alguns dos amigos mais prximos de William

    estivessem aqui para ajudar a receb-lo para So Francisco e, alm disso, todos da alta sociedade foramconvidados. Nunca me ocorreu que a veria aqui mas suponho que Catherine sentiu que no poderiaexcluir ningum do corpo docente.

    O tom alegre e arrogante de Caroline enlouqueceu Elizabeth, mas ela engoliu o insulto para evitarenvergonhar Jane.

    Eu vi vocs falando com Charles e Elena agora, continuou Caroline, seu tom enjoativamente doce.Jane, querida, voc est bem?

    Sim, eu estou bem um pouco surpresa, mas bem.Sim, disse Caroline com um suspiro. Charles tem passado muito tempo com Elena

    recentemente. Papai quer que ele se estabelea com ela. Quando eu ouvi pela primeira vez que ele vinhapara a festa, eu esperei que ele te convidasse para acompanh-lo cheguei mesmo a sugerir isso. Vocsabe que eu nunca parei de tentar reconciliar voc dois. Mas o pai queria que ele trouxesse Elena. Eles voficar o fim de semana Charles reservou uma sute no Fairmont.

    Eu suponho que Charles queira ficar o fim de semana para ter mais tempo para visitar William,Elizabeth sugeriu, esperando distrair Jane da imagem de Charles passando um fim de semana romnticoem So Francisco com Elena.

    Bem, no, eu no acho que esse seja o plano dele. Ele sabe que eu e William estaremostotalmente ocupados neste fim de semana, Caroline murmurou. Ela olhou para ele. O pobrezinho, tendoque ficar todo esse tempo na fila de recepo, quando eu sei que ele preferiria sentar-se em algum lugarcomigo e relaxar.

    Ele parece cansado, comentou Elizabeth.No nada comparado a como ele estava no incio deste vero, logo depois de sair do hospital.

    Fui visit-lo regularmente, sabe. Sua av disse que minhas visitas pareciam anim-lo, e que eu era semprebem-vinda, ento eu estive voando de costa a costa durante todo o vero. Que alvio finalmente t-lo aqui,onde podemos ver um ao outro sempre que quisermos.

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    Caroline, voc nunca mencionou essas suas viagem, Jane disse suavemente.Eu no digo todos os meus segredos, Jane, querida, respondeu Caroline, sua expresso tmida.

    William queria ser discreto em primeiro lugar. Agora que ele decidiu vir aqui para ficar comigo, claro quetudo isso vai mudar.

    O ltimo dos convidados tinha finalmente passado pela fila de recepo, e os olhos de Caroline seiluminaram como um co de caa no rastro de um perfume interessante quando ela viu que William estava

    finalmente livre. Ela rapidamente tirou o casaco bolero que ela usava por cima do vestido de cetim verdeesmeralda, e Elizabeth teve que fingir um acesso de tosse para cobrir sua gargalhada. Um grande volumeera bem aparente no quase indecente decote do vestido, em ntido contraste com as curvas anteriormenteinexistentes de Caroline.

    Desculpem-me, senhoras. Aproveitem a noite, disse ela de repente, os sapatos de salto agulhafazendo barulho no cho de madeira enquanto corria na direo de William.

    melhor ela ir mais devagar ou ela vai saltar para fora desse vestido. Elizabeth no conseguia maissegurar o riso.

    Lizzy, Jane sussurrou, voc viu...Sim, claro que eu vi, Elizabeth disse alegremente. Eles esto impossveis de no olhar com esse

    vestido. Gostaria de saber quando ela fez isso?Bem, vamos ver. Almoamos cerca de seis semanas atrs. Definitivamente foi desde ento.William parecia totalmente revoltado quando Caroline quase empurrou Anne de Bourgh em sua

    pressa para enfiar o brao no dele. Caroline colou-se ao seu lado, de p com as costas arqueadas de umaforma peculiar que Elizabeth finalmente percebeu que era planejada para exibir suas curvas recm-adquiridas ainda mais proeminentemente. Ela observou William atentamente, curiosa para ver a reaodele e, finalmente, ela viu seu olhar ir na direo pretendida por Caroline. Ele manteve o rosto inexpressivoe, em seguida, desviou o olhar novamente, sua expresso irritada substituda por um olhar deperplexidade.

    Elizabeth balanou a cabea, sorrindo ao v-lo soltar o brao de Caroline. Se ele realmente veioaqui para um descanso, desejo-lhe sorte. De qualquer forma, era bom ser momentaneamente desviada desuas prprias frustraes envolvendo William.

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    Algum tempo depois, Jane e Elizabeth estavam na sala de estar, cada uma mordiscando um pastel.Bill Collins passou apressado com um aceno alegre. Ele, felizmente, tinha estado muito ocupadosupervisionando a festa para se juntar a elas.

    As pessoas vo pensar que ele o garom-chefe, Elizabeth riu.Jane riu. Mas a inteno boa ele s est fazendo tudo que pode para ajudar a Dra. de Bourgh.A resposta de Elizabeth morreu em sua garganta quando ela viu William se aproximando. A ltima

    vez que o tinha visto, ele estava concentrado conversando com Charles e Elena.Ol, Elizabeth, Jane. Era a voz profunda e suave que ela conhecia to bem.Ol, William, disse Jane. Est uma festa linda.Catherine fez um timo trabalho, ele concordou. Mas ela sempre faz.Elizabeth forou-se a olhar em seus olhos. Sua expresso estava mais quente agora do que tinha

    estado na fila de recepo. Fico feliz em v-lo, disse ela em voz baixa.Ser que algum de vocs gostaria de um copo de champanhe?, perguntou Jane. Eu vou pegar

    um.Elizabeth e William recusaram, e Jane deixou-os sozinhos.Eu estive preocupada com voc, quero dizer, sobre a sua sade , Elizabeth gaguejou. Quando eu

    fui ao hospital, a enfermeira no queria me dizer...Seus olhos brilharam. Ento voc foi ao hospital. claro, Elizabeth encolheu os ombros. E deixei o bilhete que voc ignorou completamente.Foi muito gentil da sua parte. Ele parecia desconfortvel, como se estivesse escolhendo cada

    palavra com cuidado.

    Eu gostaria de ter sido capaz de dizer oi, mas voc estava dormindo e eu tive que pegar o aviopara So Francisco. Alm disso, voc teve muitas outras pessoas l para cuidar de voc.

    William olhou para ela. Ele abriu a boca como se fosse falar, mas as palavras no saam.

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    Como voc est se sentindo?, perguntou Elizabeth.Eu me canso com facilidade, e s vezes fico tonto ou ofegante, mas eu estou bem, no geral.Eu fico contente. Eles esperam que os sintomas restantes desapaream?No h garantias. por isso que eu estou dando um tempo, para tentar reverter o dano.Dano? Isso soou srio.William olhou para longe, balanando a cabea. Estou fazendo isso soar pior do que . Allen disse

    que viu voc no hospital.Sim. Ele um bom homem. Ele me ofereceu uma carona para o aeroporto, mas eu sabia que ele jtinha muito com o que se preocupar j.

    Como voc sabia que eu estava no hospital?Eu prometi que no iria revelar minha fonte.Por favor? Uma dica de um brilho suavizou a expresso solene de William. Eu estive curioso.Se voc realmente quisesse saber, voc poderia ter me ligado e perguntado. Voc tem que

    prometer que no vai criar problemas pra ela.Ela?Voc promete?Ele suspirou e revirou os olhos, os lbios curvando-se em uma leve dica de um sorriso. Eu

    prometo. De quem voc est falando?O nome dela Serena. Eu acho que ela ajuda a Mrs. Reynolds s vezes. Eu passei pela sua casa

    para devolver a orqudea, e ela estava l. Ela disse alguma coisa sobre todo mundo estar no hospital, e nocomeo eu pensei que a Mrs. Reynolds estivesse doente. Ento claro que eu continuei questionando atque ela explicou.

    Oh. Entendo. Ela viu o brilho desaparecer. Ele parecia sombrio agora. Voc estava devolvendo aorqudea?

    Sim, porque eu pensei... Elizabeth respirou fundo. Olha, William, eu eu lhe devo um pedido dedesculpas. Eu exagerei naquela noite. Eu fui rude e insultante, e voc no merecia aquilo. Eu meio que melembrei de algo que aconteceu comigo h muito tempo. Mas eu no deveria ter agido daquela maneira. Foi

    bem, eu sinto muito.Assim como eu. Foi rude da minha parte me comportar daquela maneira.Eu suponho que nenhum de ns estava no nosso melhor naquela noite.William assentiu. Isso certo.De qualquer forma, com ns dois trabalhando no conservatrio, tornaria as coisas mais fceis se

    pudssemos deixar o passado para trs, voc no acha?Sim.Ento, eu estava pensando, Elizabeth continuou, que talvez pudssemos ser amigos?Amigos. Seu tom era neutro, sua expresso ilegvel.Seria mais fcil do que tentar evitar um ao outro constantemente, voc no acha? E

    costumvamos ter algumas conversas agradveis. Como as noites no telefone quando voc estava emChicago.

    A sugesto de um sorriso tocou seus lbios, mas seus olhos eram graves. Sim, eu me lembro.Ento, o que voc acha? Podemos manter as conversas cordiais no corredor? Talvez at mesmo

    um almoo amigvel de vez em quando?William olhou para ela em silncio, e ela sentiu seu estmago apertar. Ser que ele vai me dizer que

    nem sequer quer ser meu amigo?Ento, finalmente, ele falou. Elizabeth, eu...William! A est voc. Ns estivemos procurando por voc em todos os lugares. Por favor, venha

    comigo agora. Era Catherine de Bourgh, falando com uma voz estridente.William olhou para Elizabeth, linhas repentinas abrindo vincos em sua testa. Me desculpe, mas

    preciso ir.Sim. Voc vai nos desculpar, Miss Bennet, Catherine disse em um tom rgio.Est tudo bem, Elizabeth disse, ignorando Catherine e dando a William um sorriso de falsa

    alegria. O dever chama.

    Amigos. No era o que ela queria. Mas o mximo que voc pode esperar, especialmente depois detudo o que aconteceu.

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    Elizabeth encontrou Jane no salo principal, conversando com um homem atraente que tinha uma

    leve semelhana com Charles. Era gratificante ver o verdadeiro Charles Bingley de p a uma curta distnciacom Elena e Caroline, ignorando-as completamente, enquanto ele olhava para Jane e seu companheiro. Pormais que tentasse, Elizabeth no conseguiu sentir qualquer simpatia por ele. Ele tinha que viver com suasescolhas... assim como ela.

    William e Catherine haviam desaparecido aps a sua sada abrupta do salo. Gostaria de saber doque se tratava. Talvez ela s no gostasse de ver seu futuro genro falando com algum to intil quanto eu.Eu realmente gostaria de saber por que ela me odeia eu deveria perguntar a ela algum dia.

    Bill Collins desfilou importante pelo corredor e levantou a voz, Senhoras e senhores, posso ter suaateno? Ele repetiu duas vezes antes de os convidados ficaram em silncio.

    Lady Catherine de Bourgh pede que vocs se juntem a ela no salo de baile. Nosso convidado dehonra, o Mr. Darcy, consentiu em tocar para ns, e claro que vocs no vo querer perder essaapresentao.

    Ele passou a diante, sem dvida, para fazer seu anncio em outras salas. Em meio a um burburinhode conversa animada, os convidados comearam a se mover na direo que Bill tinha indicado.

    Jane terminou sua conversa com um adeus cordial e virou-se para Elizabeth. Pronta para ir para osalo de baile?

    Elizabeth viu a tenso no rosto de Jane enquanto ela observava Charles e Elena se juntarem multido andando a frente delas. Voc prefere sair?

    Claro que no. Vou ficar o tempo que quiser.Elizabeth olhou atentamente para a irm. Eu sinto muito. Eu deveria ter te levado daqui h muito

    tempo.No, Lizzy, eu estou bem, mesmo, Jane protestou. Eu tive uma boa conversa com Jordan.Ele se parece com Charles.Acho que sim, disse Jane, com a testa franzida. Eu realmente no tinha notado. De qualquer

    forma, ele pediu meu nmero de telefone. Ser que voc tem chance de se acertar com William?Elizabeth hesitou. Mais ou menos.Perguntou por que ele no retornou suas ligaes?Eu no preciso perguntar. completamente bvio.No, no . Voc no deve acreditar automaticamente no que Bill disse sobre William e Anne de

    Bourgh.Eu no vejo porque no. Faz todo o sentido.O hall estava quase deserto. Jane pegou o brao de Elizabeth. Vamos l, Lizzy, eu sei que voc quer

    ouvir William tocar. Eu nunca soube que voc recusou uma oportunidade assim.Elizabeth assentiu com relutncia. Ok, vamos l.Elas chegaram no salo para encontr-lo quase cheio. Com os convidados indo de sala em sala, no

    tinha ficado bvio quantas pessoas estavam presentes na festa. Agora, todos reunidos em um nico local,formavam um grupo grande e impressionante, fino e elegante em seus trajes formais.

    A multido, porm, era eclipsada pela prpria sala. Era como se um bando de artistas intoxicadostivesse sido autorizado pintar o salo com latas de tinta de ouro em meio a acessos de fria. Com exceodo soalho reluzente, todas as superfcies ou eram douradas ou cobertas com um ornamentado fresco, ouambos. Cortinas de brocado em um rico tom de azul penduradas em janelas que subiam a alturasvertiginosas. Enormes lustres brilhantes pendurados no teto elevado concluam o efeito. O salo continhaainda outra mesa de buffete um bar totalmente abastecido.

    Elizabeth e Jane encontraram um lugar para ficar perto de um banco de portas francesas que seabriam para um terrao. Elizabeth estava desapontada por elas no serem capazes de ver as mos deWilliam em movimento atravs do teclado; no entanto, seu rosto estaria visvel enquanto estivesse sentadono piano, permitindo-lhes ver as emoes brincando em suas feies. Ele estava ao lado de Catherine,escaneando os rostos na sala, com uma expresso ansiosa. Parecia impossvel que tocar para aquele grupodeix-lo-ia nervoso.

    Catherine levantou uma mo imperiosa para silenciar a multido.

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    Boa noite, disse ela. Estou muito contente que vocs tenham se juntado a ns nesta noite parahomenagear William Darcy, artista da casa do Conservatrio Pacfico pelo segundo semestre. Ele consentiuem tocar para ns como um favor especial para minha filha, Anne.

    A multido aplaudiu quando William andou at o piano, com os olhos ainda examinando amultido. Quando ele olhou na direo de Elizabeth, seus olhos se arregalaram e ela segurou seu olhar.Enfim, talvez se lembrando do pblico em espera, ele desviou o olhar e sentou-se ao piano. Ele olhou para

    Elizabeth, novamente, hesitou, e depois comeou a tocar.Elizabeth fez um pequeno e sufocado som quando ela ouviu as notas de abertura da pea que eletinha escolhido. Era o Intermezzo por Brahms ** que ele tinha tocado para ela na noite de seu jantar deencontro. Imagens e sentimentos daquela noite inundaram sua mente a intimidade calorosa de quandoela se sentara ao lado dele no banco do piano, a beleza comovente de sua msica, sua preocupao suavepelas lgrimas dela, e a paixo que irrompeu entre eles. No entanto, agora ele tocava para outra mulher.

    Ela virou-se para as portas francesas, procurando cegamente por uma sada. Ela tinha de sair dasala, ir para longe da msica. Finalmente ela conseguiu abrir uma porta. Ela saiu da casa para um grandeterrao com vista para a baa, com uma Jane assustada logo atrs dela.

    Lizzy, o que houve? Voc est indisposta?No, Elizabeth disse, sua voz grossa pelas lgrimas. Eu s preciso ficar sozinha por um tempo.

    Volte para dentro, Jane, eu estou bem.Eu no posso deix-la assim.Sim, voc pode. Por favor. Eu s preciso de algum tempo sozinha. Por favor, volte para dentro.Jane tomou as mos de Elizabeth nas dela. Voc tem certeza?Elizabeth assentiu com a cabea, com lgrimas escorrendo pelo seu rosto. Eu sei que no parece,

    mas eu vou ficar bem. Eu estou indo passear no jardim. Vejo voc mais tarde.Jane relutantemente soltou as mos de Elizabeth. Depois de um olhar longo e perscrutador, ela

    deslizou de volta para o salo de baile.O terrao em que Elizabeth estava era muito perto da casa ela ainda podia ouvir a msica filtrada

    atravs da porta assim ela seguiu um caminho no gramado. Mesmo em meio s lgrimas, ela viu que Billestava correto em sua avaliao dos pontos de vista da colina isolada de Catherine. O skyline de SoFrancisco brilhava distncia, como se iluminado por milhares de vaga-lumes.

    Ela vagava em torno das terras, at estar longe de casa e tudo estar quieto. Finalmente, ela se viuao lado de uma piscina na encosta. Uma cachoeira, iluminada por efeito dramtico, espirrava gua napiscina. Ela deu um passo para a borda de cimento e olhou para a gua. medida que os minutospassavam, ela comeou a relaxar, embalada pelo barulho suave dos salpicos da cachoeira. Uma busca emsua bolsa lhe mostrou um leno, que ela usou para secar os olhos.

    Agora que ela estava mais calma, Elizabeth comeou a lamentar seu comportamento idiota. Ela spodia esperar que apenas Jane tivesse observado sua sada frentica. Controle-se, Lizzy. Uma vez ele tocouaquela pea para voc. Grande coisa. Voc no pode estar se despedaando cada vez que ele toca algumacoisa, especialmente se voc tem qualquer esperana de dar prosseguimento histria de ser amigos.

    Elizabeth desejou ter seu casaco, mas ela o havia entregado a um empregado em sua chegada casa. Ela esfregou os braos nus para aquecer-se, finalmente, decidindo que era tolice ficar l foracongelando. Era hora de voltar para a casa, encontrar Jane e ir para casa antes algo mais acontecesse eacabasse em um vexame. E quando chegarmos em casa, poderemos devorar um pote de sorvete demanteiga de amendoim com calda quente de chocolate, claro. Os nicos homens que precisamos hoje soBen e Jerry.

    Ela se virou para voltar para dentro, mas parou abruptamente quando viu um homem alto,caminhando em sua direo. Seu corao comeou a bater antes que ela soubesse o motivo ele era maisrpido do que o seu crebro para reconhecer aquela silhueta e a poderosa graa daqueles movimentos. Eleparou a uma curta distncia dela, e mesmo que seu rosto estivesse escondido nas sombras, ela podia sentirseu olhar intenso queimando-a por dentro.Elizabeth, disse ele, precisamos conversar.----------------------------------------------------------------------------

    *Times Like This from the musical Lucky Stiff(Flaherty & Ahrens). Sung by Christiane Noll onBroadwayLove Story.

  • 7/28/2019 Uma Cano Inesperada - Cap.23

    17/17

    **Intermezzo in A, Opus 118, No. 2, by Johannes Brahms. Performed by Van Cliburn on My FavoriteBrahms, 1999, BMG Entertainment.

    Texto Original:http://darcymania.com/aus/chr/23.htmTraduo: Lizzie Rodrigueshttp://lizzierodrigues.blogspot.com.br/

    http://darcymania.com/aus/chr/23.htmhttp://darcymania.com/aus/chr/23.htmhttp://darcymania.com/aus/chr/23.htmhttp://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://lizzierodrigues.blogspot.com.br/http://darcymania.com/aus/chr/23.htm