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Uma década para Portugal: Um cenário económico alternativo Grupo de Trabalho Coordenador: Mário Centeno Lisboa, 21 de abril, 2015

Uma Década para Portugal

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Uma Década para Portugal: um cenário económico alternativo. Documento produzido pelo Grupo de Trabalho de Economistas Independentes solicitado pelo PS.

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Uma década para Portugal:Um cenário económico alternativo

Grupo de Trabalho

Coordenador: Mário CentenoLisboa, 21 de abril, 2015

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Introdução

• Há alternativa.

– Políticas de crescimento sustentável e de equidade.

• Exercício técnico inédito em Portugal.

• Participação ativa na construção da cidadania europeia.

• Valorização da concertação social.

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• Crescimento visto a dois tempos:

– Recuperação do rendimento das famílias no curto prazo, paraas medidas estruturantes terem espaço económico para vingara médio prazo.

• Face ao cenário de Inverno da Comissão Europeia:

– Mais 6 mil milhões de euros de PIB;

– Trajetória orçamental cumpre compromissos europeus;

– Exercício realista com margem de salvaguarda.

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Produto Interno Bruto a preços constantes(em milhões de euros)

195000(em milhões de euros)

185000

190000

180000

185000

170000

175000

165000

170000

2014 2015 2016 2017 2018 2019

Cenário Final Cenário Central Inicial

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0

1.000

2.000

3.000

4.000Impacto no saldo orçamental das medidas

‐3.000

‐2.000

‐1.000

0

2016 2017 2018 2019

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Instrumento analítico

• Exercício técnico auditável.

– Escrutínio público de propostas com consequências orçamen-tais/macroeconómicas.

– Melhores práticas democráticas: Reino Unido, Holanda e E.U.A.

• Iniciamos aqui um novo tempo na sociedade portuguesa:transparência na quantificação e avaliação das políticas.

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O país que encontrámos: Trabalhadores

• Metade do trabalhadores aufere menos de 7700e anuais.

• Portugal sobrepovoa a Europa dos baixos rendimentos:

– Entre os 10% de europeus com rendimentos mais baixos, 25%são portugueses (8 vezes o peso na população total, 3%).

• 90% dos desempregados encontram emprego com um vínculo precário(a prazo).

• O incumprimento de crédito atingiu níveis superiores a 1979.

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O país que encontrámos: Administração Pública

• O poder de compra dos funcionários públicos caiu 12.9% na últimadécada.

• As carreiras estão congeladas.

• A capacidade técnica foi estrangulada.

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O país que encontrámos: Empresas

• As empresas são pequenas, sobre-endividadas e sem capacidade paragerar riqueza e relações laborais estáveis.

– Contratações caíram 40%. Destruíram-se 500 mil empregos.

– Novos empregos de baixa qualidade: salário médio 582e.

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O país que encontrámos: Fiscalidade

• Empresas e trabalhadores estão esmagados pela carga fiscal queatrasa o crescimento e desenvolvimento do país.

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Linhas directrizes das medidas

Julgar o mérito das propostas é julgar a coerência do seu conjunto.

As palavras-chave na avaliação são:

• Coerência

• Complementaridade

• Incentivos

• Previsibilidade

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O mérito do conjunto das medidas é avaliado pelo impacto sobre o cenáriocentral inicial.

A comparação de níveis de variáveis, por exemplo do PIB, obtidas emexercícios com cenários de partida distintos não é legítima.

As comparações legítimas com outros exercícios são os impactos dasmedidas, ou seja, são as variações de resultados induzidas por políticasque se podem comparar.

Não se podem comparar pontos de chegada, quando se parte de pontosdistintos.

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As políticas

Divididas em 4 grupos:

1. Com impacto directo no rendimento;

2. De estímulo à actividade empresarial;

3. Com objectivos de equidade social;

4. Relações económicas equitativas e justas.

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Com impacto directo no rendimento

1. A eliminação gradual da sobretaxa de IRS em 2016 e 2017.

Esta medida tem um impacto orçamental estimado no 2º ano deredução da receita de cerca de 430 m.e.

O impacto positivo na actividade económica limita a perda de receita.

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2. Reposição dos salários da Função Pública

Eliminação em 2016 e 2017 do corte salarial, 40%/ano.

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3. Redução temporária da taxa contributiva para a Segurança Socialna componente dos trabalhadores.

Permite aliviar as restrições de liquidez das famílias portuguesas.

Redução gradual das taxas contributivas dos trabalhadores passarãoa: 9,5% em 2016, 8% em 2017 e 7% em 2018.

A partir de 2019, a taxa contributiva aumenta 0.5 p.p./ano, sendoreposta na totalidade em 2026.

Incidirá exclusivamente sobre o salário base de trabalhadores porconta de outrém e rendimento declarado dos independentes.

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É aplicável apenas a trabalhadores com menos de 60 anos e cujaactual taxa contributiva seja a máxima em vigor.

Não põe em causa o financiamento intertemporal da SegurançaSocial.

A partir de 2021 as novas pensões serão ajustadas na proporção damenor contribuição. O efeito, entre 1,2 e 2,6%, só será sentido naspensões a receber a partir de 2027.

Nem as pensões mínimas, nem os actuais pensionistas, serão afecta-das por esta medida.

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De estímulo à actividade empresarial

1. A redução do IVA da restauração para 13% em 2016.

Perda de receita de 300 milhões de euros em 2016 com impacto de210 milhões de euros no défice público.

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2. Aceleração na execução dos fundos comunitários.

Reforço dos níveis de investimento a executar no período de 2016-2019.

Poderá atingir um acréscimo médio anual de cerca de 1000 milhõesde euros, sem exigência elevada ao orçamento nacional.

Deverá fazer parte da agenda permanente do Conselho de Ministros.

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3. Inovação e internacionalização.

Reforçar os recursos numa área chave para a competitividade e ocrescimento.

Aumentar o papel do Estado na promoção de competências relevantespara as empresas exportadoras, em particular, na área do capitalhumano.

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A inovação é um elemento chave para a competitividade e cresci-mento pela criação de valor:

a) Aumento de recursos para área de transferência de tecnologia.

b) Convocar as universidades portuguesas para criar uma Agendaem Parceria com o Governo com o objetivo de que “LigaçãoUniversidade-Empresa” atinja um novo patamar

c) Dar uma atenção especial às empresas com elevado crescimentoe potencial de demonstração.

d) Medidas para aumentar o empreendedorismo.

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4. Crédito fiscal ao investimento.

Aumento para 10 milhões de euros do limite do investimento paraefeitos de aplicação de crédito fiscal automático de 25% no âmbitodo Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI).

Permite aumentar a dimensão dos projetos e diminuir a burocraciaassociada.

Simultaneamente, o regime contratual passa a aplicar-se a inves-timentos superiores a €10 milhões, consagrando-se um aumentosignificativo do valor mínimo de referência de crédito fiscal de 10%para 20% do valor do investimento realizado.

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Com objectivos de equidade social

1. Complemento salarial anual.

Crédito fiscal aplicável a rendimentos do trabalho.

Função do rendimento e da composição do agregado familiar.

Incentivo à integração no mercado de trabalho; é atribuído apenas aindivíduos que declararam rendimentos do trabalho.

Mecanismo universal de combate à pobreza através da promoção doemprego.

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2. Reposição dos mínimos sociais

Minimizar os efeitos negativos e a deterioração dos rendimentosfamiliares e das condições de vida dos portugueses.

Três medidas que visam repor ou reforçar algumas condições deatribuição das principais prestações sociais de combate à pobreza.

Incidência nas famílias com crianças e jovens e nos idosos commenores recursos, assegurando a progressividade do conjunto dasmedidas.

Aplicado ao RSI, CSI, Abono de Família

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3. Alargamento da base de financiamento da Segurança Social.

Face ao baixo crescimento e às dificuldades de financiamento daSegurança Social, é necessário alargar a base de financiamento:

• Imposto sucessório para as heranças de maior valor.

• Reversão da redução planeada do IRC e consignação da receita.

• Mecanismo de penalização das empresas com rotação excessivade trabalhadores, dado que impõem custos ao sistema deproteção social que não são financiados pelas empresas.

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Nesta fase de relançamento da economia, estas três fontes de fi-nanciamento são utilizadas para compensar numa redução da taxacontribuitiva a cargo do empregador até 4 p.p. para todos os contra-tos permanentes.

Estímulo à contratação permanente.

Redução indicidirá apenas sobre o salário base e para trabalhadoresque não beneficiem já de reduções da taxa contributiva.

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As medidas que incidem na taxa contributiva são um compromissoque se estabelece com os trabalhadores e as empresas:

a) Contribui para a recuperação do rendimento das famílias

b) Aumenta a competitividade das empresas

c) Estímulo ao emprego

d) Garante a sustentabilidade da Segurança Social

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De equidade e justiça nas relações económicas

1. Limitação dos contratos a prazo à substituição temporária de traba-lhadores.

Limitação do âmbito de aplicação do regime de contrato a prazo.

Deixa de ser a regra universal de contratação, sendo restringida asua utilização apenas a situações de substituição de trabalhadores.

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2. Via conciliatória na cessação de contratos de trabalho com aumentodas indemnizações.

Mantendo a atual legislação de cessação de contratos de trabalho,cria-se um regime conciliatório aplicável apenas aos novos contratos.

As empresas podem iniciar um procedimento conciliatório, englo-bando todos os motivos de razão económica (de mercado, estruturaise tecnológicas) que tenham posto em causa a sobrevivência do em-prego.

Para este regime, as indemnizações passam para 18 dias nos primeiros3 anos trabalhados e, após esse período, para 15 dias por anotrabalhado.

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3. Centros de competência e carreira da Administração Pública.

Criação de “Centros de Competência” em diferentes áreas técnicas,que agreguem funções dispersas por diferentes Ministérios.

Estes centros devem prestar serviços transversais a vários progra-mas orçamentais (que hoje coincidem aproximadamente com osministérios sectoriais), mas também ao sector privado.

Reforçar a colaboração técnica com as Universidades.

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Esta reorganização será um segundo fator de motivação interna dosserviços públicos, já que apela à valorização interna e relevânciaexterna dos mesmos.

A perda de capacidade de resposta da AP em determinadas áreasao longo das últimas décadas é resultado da reduzida capacidade demotivação dos funcionários públicos e de deficiências na organizaçãodos serviços.

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4. Descentralização dos serviços públicos.

Assegurar o acesso de todos cidadãos aos serviços públicos.

Em colaboração com as autarquias locais, abrir lojas do cidadão ebalcões multisserviços, unidades móveis de proximidade e utilizaçãoassistida de serviços eletrónicos.

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ConclusõesO conjunto de políticas proposto:

• promove o crescimento económico,

• cria emprego,

• aumenta a competitividade, e

• assegura a sustentabilidade da dívida pública

num quadro de cumprimento dos compromissos de cidadania europeia.

É possível fazer diferente.

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Uma década para Portugal:Um cenário económico alternativo

Obrigado