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26 de março de 2010 Este Clipping é preparado pela Secretaria Executiva da ADIMB. O conteúdo é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira UMA ESTATAL PARA FERTILIZANTES? Cada vez ganha mais força no governo a ideia da criação de uma estatal de fertilizantes no Brasil. O país é um dos únicos grandes países agrícolas que importa ostensivamente as três matérias- primas básicas para a fabricação de fertilizantes: nitrogênio, fosfato e potássio. Apenas 37% de tudo o que se consome no país é produzido por aqui. Tamanha exposição ao mercado externo já rendeu brigas homéricas entre produtores e indústria. Quando os preços internacionais sobem, os fazendeiros chiam porque os seus custos disparam. Não seria nada além de uma choradeira de ruralistas se o mercado internacional não estivesse de fato cada vez mais pressionado. “Nos últimos dois anos, o consumo na Índia e China cresceu 150% e isso está elevando os preços”, diz Rafael Weber, analista do setor da corretora Geração Futuro. A situação é particularmente mais grave no potássio. A Vale produz apenas 9% das 3,7 milhões de toneladas consumidas no país e a disponibilidade mundial é limitada. Paradoxalmente, o Brasil tem em seu subsolo a segunda maior mina de potássio do mundo. A jazida gigantesca fica na região de Nova Olinda, Amazonas, e pertence à Petrobras – mas existem restrições logísticas e ambientais para sua exploração. Soma-se a pouca oferta local um cenário de baixa competitividade no setor. Um exemplo disso ocorre com a comercialização do nitrato de amônia, produto derivado do nitrogênio, onde impera o monopólio da Fosfértil (antes controlada pela Bunge e recentemente adquirida pela Vale). “Há anos brigamos pelo aumento da produção de fertilizantes”, diz Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira. “Mas a criação de uma estatal não é a solução”, diz ele. Os produtores temem que aconteça com os fertilizantes o mesmo que ocorre hoje, por exemplo, com a estocagem de grãos (nas mãos da Conab) e o crédito agrícola (liderado pelo Banco do Brasil) – em ambos casos, há falta de oferta. A hipótese da nova estatal surgiu com as discussões de um novo marco regulatório mineral – que deve ser apresentado até o fim de março. A atual legislação não obriga que o detentor de uma autorização de lavra faça investimentos para a exploração comercial dessa jazida, permitindo que as empresas fiquem sentadas em cima das licenças. Esse teria sido o fato que motivou a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff a bancar a ideia da nova estatal – que já foi apelidada de Adubobrás. “Somos a favor de uma regulação justa, independente, mas sem a necessidade de novas estatais que implicam aumento de gasto público sem garantia de eficiência”, diz a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura. Fonte: Portal Exame

UMA ESTATAL PARA FERTILIZANTES 26mar10.pdf · 2010. 7. 2. · o grande problema em matéria de fertilizantes para o Brasil, que importa 91% do minério. Ele disse que a jazida de

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26 de março de 2010

Este Clipping é preparado pela Secretaria Executiva da ADIMB. O conteúdo é de inteira

responsabilidade dos meios de origem

A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira

UMA ESTATAL PARA FERTILIZANTES?

Cada vez ganha mais força no governo a ideia da criação de uma estatal de fertilizantes no Brasil. O país é um dos únicos grandes países agrícolas que importa ostensivamente as três matérias-primas básicas para a fabricação de fertilizantes: nitrogênio, fosfato e potássio. Apenas 37% de tudo o que se consome no país é produzido por aqui.

Tamanha exposição ao mercado externo já rendeu brigas homéricas entre produtores e indústria. Quando os preços internacionais sobem, os fazendeiros chiam porque os seus custos disparam. Não seria nada além de uma choradeira de ruralistas se o mercado internacional não estivesse de fato cada vez mais pressionado. “Nos últimos dois anos, o consumo na Índia e China cresceu 150% e isso está elevando os preços”, diz Rafael Weber, analista do setor da corretora Geração Futuro. A situação é particularmente mais grave no potássio. A Vale produz apenas 9% das 3,7 milhões de toneladas consumidas no país e a disponibilidade mundial é limitada.

Paradoxalmente, o Brasil tem em seu subsolo a segunda maior mina de potássio do mundo. A jazida gigantesca fica na região de Nova Olinda, Amazonas, e pertence à Petrobras – mas existem restrições logísticas e ambientais para sua exploração. Soma-se a pouca oferta local um cenário de baixa competitividade no setor. Um exemplo disso ocorre com a comercialização do nitrato de amônia, produto derivado do nitrogênio, onde impera o monopólio da Fosfértil (antes controlada pela Bunge e recentemente adquirida pela Vale). “Há anos brigamos pelo aumento da produção de fertilizantes”, diz Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira. “Mas a criação de uma estatal não é a solução”, diz ele. Os produtores temem que aconteça com os fertilizantes o mesmo que ocorre hoje, por exemplo, com a estocagem de grãos (nas mãos da Conab) e o crédito agrícola (liderado pelo Banco do Brasil) – em ambos casos, há falta de oferta.

A hipótese da nova estatal surgiu com as discussões de um novo marco regulatório mineral – que deve ser apresentado até o fim de março. A atual legislação não obriga que o detentor de uma autorização de lavra faça investimentos para a exploração comercial dessa jazida, permitindo que as empresas fiquem sentadas em cima das licenças. Esse teria sido o fato que motivou a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff a bancar a ideia da nova estatal – que já foi apelidada de Adubobrás.

“Somos a favor de uma regulação justa, independente, mas sem a necessidade de novas estatais que implicam aumento de gasto público sem garantia de eficiência”, diz a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura. Fonte: Portal Exame

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STEPHANES PROPÕE CRIAÇÃO DE AGÊNCIA E ÓRGÃO GERENCIADOR, MAS

DESCARTA NOVA ESTATAL

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (23) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse que no final do mês será encaminhado ao presidente da República um anteprojeto de lei propondo a criação de uma agência reguladora e um órgão responsável pelo gerenciamento de medidas político-administrativas específicas para a exploração dos insumos utilizados na produção de fertilizantes.

O ministro descartou a ideia de criar uma empresa estatal para explorar as jazidas minerais, pois a preocupação é equilibrar o jogo de mercado entre produtores e consumidores de fertilizantes. Ele observou que o Brasil é o único país altamente dependente da importação de insumos (nitrogênio, fósforo e potássio) para a produção de fertilizantes, apesar de ser um grande exportador de alimentos. - Não vamos explorar as jazidas, apenas gerenciar o processo. Pode ser uma companhia, secretaria ou departamento, mas que concentre inteligência, capacidade e seja pequeno, Não precisa mais de 50 pessoas e deve ter autoridade suficiente para participar tanto técnica quanto juridicamente dos processos - assinalou.

O ministro assinalou que os fertilizantes representam 30% do custo da produção agrícola e os preços têm uma grande flutuação, pois três países detêm quase 80% das jazidas de potássio e apenas duas empresas controlam a comercialização no mundo. Ele disse que a China impõe 135% de alíquota sobre o fósforo importado pelo Brasil, pois suas jazidas devem durar entre 50 e 60 anos, e que os Estados Unidos guardam suas reservas para o futuro. - É uma questão seriíssima e os preços tendem a crescer. O governo decidiu considerar isso uma questão estratégica. Recebemos determinação do presidente da República para elaborar um programa de auto-suficiência de fertilizantes para o Brasil, com uma legislação específica mais dinâmica - afirmou.

Stephanes criticou o comportamento das elites e dos políticos brasileiros quando o governo abriu o mercado para a China e conseguiu quebrar o monopólio de uma indústria de defensivos agrícolas. Na ocasião, disse, o governo passou a ser pressionado com o fechamento da unidade industrial na Bahia e demissão de 200 empregados. O ministro disse que recebeu telefonemas de governadores, prefeitos, deputados e senadores pressionando para que fossem impostas barreiras à concorrência do produto chinês. Ele salientou que não recebeu um telefonema sequer em nome dos milhões de agricultores brasileiros que pagavam preço de três a quatro vezes mais caro pelo mesmo produto. Fator ambiental

O ministro também chamou atenção para o fator ambiental na exploração desses minérios. Segundo ele, o Brasil já dispõe de tecnologia para recompor florestas. Ele disse que enquanto o Brasil impede a exploração em seu território, não cobra reciprocidade dos países de onde importa. Ele citou como exemplo a Europa, que exige reciprocidade no rastreamento bovino devido à doença da vaca louca. - Haverá pressão internacional, pois o aumento da oferta de potássio fará o preço cair. Surgirá discussão muito pesada por parte dos ambientalistas para que não se explore, quando temos tecnologia para explorar e repor toda a floresta da maneira que quiserem. Agora, quem paga, quem financia essa campanha, essa propaganda? Quem financia essas ONGs? - alertou.

O ministro disse que o Brasil tem grandes jazidas de fósforo que não estão sendo exploradas. Stephanes revelou que uma delas, localizada no Sul do Amapá, em Maicurú, teve suas atividades suspensas há 25 anos por decreto presidencial. A alegação, afirmou, era que seria explorado cobre, que na verdade não existiria, e seria preservada uma floresta que segundo ele também não existe. Stephanes disse que outras duas jazidas localizadas em Pernambuco pertencem ao Serviço Geológico

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do Brasil (CPRM) e que ocorrências forma detectadas no Mato Grosso, mas faltam recursos para a pesquisa. - Hoje, o Mato Grosso importa fósforo do Marrocos, que chega através dos portos de Paranaguá ou Santos e, a um custo altíssimo, segue de caminhão até o estado - lamentou. Jazidas de potássio

Stephanes disse que a grande surpresa foi a descoberta de enormes jazidas de potássio, que é o grande problema em matéria de fertilizantes para o Brasil, que importa 91% do minério. Ele disse que a jazida de Sergipe, com três grandes faixas de exploração, foi entregue à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que explora apenas uma faixa e produz só 9% do que é consumido no país. Outra empresa está pesquisando a exploração em águas rasas do mar. Além disso, informou, a Petrobras encontrou potássio no litoral entre a Bahia e o Espírito Santo.

O ministro acrescentou que a Petrobras também encontrou a terceira maior jazida de potássio no mundo em Nova Olinda e Itaquatiara, no Amazonas. Segundo ele, a jazida está a mil metros de profundidade, mas outra empresa privada encontrou potássio a 300 metros de profundidade na mesma região, que se estende por um vale de 400 quilômetros. Usinas

Representando o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, o secretário de Mineração e Geologia, Cláudio Scliar, confirmou que a Petrobras já assumiu o compromisso de construir duas usinas para a produção de uréia e amônia, componentes dos nitrogenados (NPK - Nitrogênio, Fósforo e Potássio). Ele disse que a mineração pode ser feita de forma sustentável e citou como exemplo a mina de nióbio no município de Araxá, que convive normalmente com o balneário.

Em relação ao fosfato, Scliar disse que ainda não foi encontrada uma grande jazida no Brasil. Ele disse que a jazida de Maicurú, não é grande como em outros países e ainda necessita de maiores pesquisas. O diretor também salientou que um estudo realizado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) realizou um estudo sobre cada direito minerário do Brasil, que proporcionou um aumento de 20% na produção de minérios. - O problema é o potássio. Os dois depósitos de potássio no Brasil pertencem à Petrobras, pode-se dizer que já tem uma estatal cuidando deles. Um está com a CVRD e o outro está em Nova Olinda e Itaquatiara/AM. É o filé mignon daquela área. Foi descoberto por poços de petróleo e dormiu em berço esplêndido até 2003. Desde então estamos tentando resolver a questão da produção nessa região - afirmou. Marco Regulatório

Scliar também disse que o ministro Edson Lobão vai apresentar a proposta do novo marco regulatório para o setor mineral na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI). Segundo ele, trata-se de um novo modelo para o aproveitamento da riqueza mineral que pertence à União, que procura dar uma capacidade de regulação dos minérios no interesse do povo brasileiro. - Temos todas as condições, os dois ministérios juntos, para resolver esses entraves no controle e fiscalização dos insumos minerais - avaliou.

O senador João Tenório (PSDB-AL) disse que o governo finalmente despertou para a questão do suprimento de fertilizantes no Brasil e tomou uma iniciativa para pelo menos atenuar a grave situação dos produtores agrícolas. Após ouvir os produtores e os consumidores de fertilizantes, encontrou uma visão conflitante sobre o assunto, mas concordância quanto à necessidade do governo regulamentar o setor e se manter fora da atividade de exploração.

O senador Gilberto Goellner (DEM-MT) disse que existem outros problemas, como a tributação. Ele assinalou que, hoje, a alíquota é zero, mas o Confaz quer subir de 2.8% para 4% a alíquota interestadual, que atingirá igualmente o produto importado, sendo um desestímulo para os estados produtores agrícolas. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que Sergipe é grande produtor de fosfato, uréia e amônia, através da Petrobras, no município de Laranjeiras. A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) pediu mais explicações sobre essa nova entidade estatal. Ela observou que a governança não tem sido uma preocupação em todas as esferas de governo,

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aumentando a burocracia e as dificuldades do produtor. O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) disse que o agronegócio representa 1/3 do PIB, 34% das exportações e 37% dos empregos. Ele defendeu todos os esforços possíveis para obter auto-suficiência nos insumos utilizados na produção de fertilizantes. A audiência foi presidida pelo senador Valter Pereira (PMDB-MS), que festejou o fato do governo ter classificado como questão estratégica o problema dos fertilizantes.

Fonte: Agência Senado

CDH DEBATE DENÚNCIAS DE GARIMPEIROS CONTRA GOVERNO E

MINERADORES, EM SERRA PELADA

Depois de mais de três horas de debates, o diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Antônio Cedraz Nery, admitiu abrir processo administrativo para rever a concessão de lavra do DNPM, em 2007, a um consórcio de empresas que tem contrato com a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp).

A discussão se deu no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participação (CDH), que por iniciativa de seu vice-presidente, senador José Nery (PSOL-PA), tratou nesta quinta-feira (18) do conflito em torno da exploração de ouro em Serra Pelada, no município de Curionópolis (PA). Além de Cedraz, foram convidados representantes do Ministério de Minas e Energia, da Caixa Econômica Federal, do Banco Central, do governo do Pará, e de três associações de garimpeiros: Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada, Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada e Trabalhadores Mineiros, Etevaldo da Cruz Arantes.

Os garimpeiros querem a revisão do marco que estabeleceu o local inicial para o garimpo de Serra Pelada - um total de 110 hectares - além do pagamento de R$ 450 milhões, que seriam o equivalente a 900 toneladas de ouro em poder da Caixa Econômica Federal. O diretor-geral do DNPM, no entanto, disse que só vai abrir processo administrativo caso a Justiça condene o consórcio de empresas e a Coomigasp por fraude nos documentos para conseguir a lavra. "Por enquanto, temos a convicção de que a escolha dessa cooperativa e dessas empresas foi a solução técnica mais adequada, disse Miguel Antonino Cedraz Nery. O gerente nacional de Aplicação Pessoa Física Renda Básica da Caixa Econômica Federal, Jorge Pedro de Lima Filho, por sua vez, disse que não há dinheiro nenhum na Caixa que possa ser reivindicado pelos garimpeiros, uma vez que a CEF apenas recolhia e repassava ao Banco Central. O presidente da Associação Fiscalizadora dos Direitos dos Garimpeiros, Alexandre Valadares Vieira, disse que "não haverá paz em Serra Pelada enquanto não for revisto o marco LS-1". O advogado dos garimpeiros, Rodrigo Maia Ribeiro, acusou a Polícia Militar do Pará de estar torturando garimpeiros e prendendo e estuprando crianças em Serra Pelada, além de forjar flagrantes de drogas contra adolescentes e até crianças, filhos de garimpeiros. Tudo isso por encomenda das empresas, que querem manter o controle do garimpo. Os garimpeiros não reconhecem mais a Coomigasp como sua representante, e acusam o atual presidente, Gessé Simão de Melo, de ter-se vendido aos interesses das empresas.

O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar, disse que conhecia praticamente todos os garimpeiros presentes à audiência pública, principalmente seus líderes, porque desde 2002 vem tratando com eles a questão da reabertura do garimpo. Lembrou que, em 2002, a Coomigasp realmente era reconhecida como representante dos garimpeiros, mas tinha apenas 4.500 associados. "Hoje, são 45 mil associados, graças ao nosso trabalho conjunto. Mas se, por questões de política interna da cooperativa, os

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garimpeiros não a reconhecem mais como sua legítima representante, o poder público nada pode fazer", disse. Cláudio Scliar acrescentou que há outras oito cooperativas na região.

Segundo os representantes dos garimpeiros, há ainda em Serra Pelada um total de 19 toneladas de ouro, e a cidade de Curionópolis está reduzida a ruínas, sem condições de moradia para os 10 mil garimpeiros que retornaram à região depois que o Senado Federal, em 2002, por meio de Decreto Legislativo, reabriu o garimpo e licitou a área. Fonte: Agência Senado

A DESCOBERTA DE UMA NOVA AMAZÔNIA

Feito com radares em vez de fotos aéreas, um mapeamento da região começa a

desvendar o que existe sob as árvores e no subsolo de uma enorme área do

tamanho de três Franças

Apesar de todos os superlativos que a Amazônia envolve, em termos de extensão, riquezas naturais e importância para o clima do planeta, há vastas áreas da região que ainda não foram devidamente mapeadas. Numa área de 1,8 milhão de quilômetros quadrados, equivalente a três Franças, não se conhecem ao certo o relevo do terreno e o percurso dos rios. Ignoram-se o potencial mineral do subsolo e detalhes do ecossistema. Esse desconhecimento geográfico de um pedaço tão grande do Brasil decorre do fato de que o último levantamento cartográfico da Amazônia foi feito em 1980, utilizando-se técnicas hoje obsoletas.

Os mapas atualmente disponíveis, elaborados por meio de fotografias aéreas, trazem poucos detalhes e muitas imprecisões. Num período de trinta anos, o curso dos rios de porte médio e pequeno, por exemplo, sofre alterações significativas. Agora, por iniciativa do Exército brasileiro, está em andamento um novo levantamento cartográfico da Amazônia, que vai revelar os detalhes de seus trechos quase desconhecidos. Os novos mapas terão papel essencial no planejamento estratégico da região, tanto na preservação da floresta quanto na exploração das riquezas naturais e nos investimentos em obras de infraestrutura como estradas e gasodutos.

O novo mapeamento da Amazônia, que custará 80 milhões de reais, usa radares transportados por aviões. Ao contrário do que ocorre com as câmeras fotográficas, mesmo aquelas instaladas em satélites, os radares conseguem enxergar além das nuvens e das árvores. Os aparelhos funcionam em duas frequências de ondas eletromagnéticas. A primeira, chamada de banda X, reflete-se na copa das árvores. A segunda, a banda P, atravessa a vegetação e chega ao solo. O cruzamento das informações colhidas pelas duas bandas fornece as curvas de nível do solo, o tamanho das árvores e outros dados necessários para elaborar um mapa preciso.

Essa tecnologia foi desenvolvida por uma empresa privada brasileira, a OrbiSat, usando como base equipamentos militares americanos. Os pilotos utilizam um GPS para percorrer linhas retas de 180 quilômetros, captando as ondas dos radares. Soldados do Exército complementam o trabalho em terra, instalando refletores no meio da floresta. Esses refletores garantem a precisão da localização geográfica do trecho do mapeamento. Depois de processadas em computadores, as informações produzem imagens com resolução de 1 para 50 000 – contra uma resolução de 1 para 100 000 dos mapas feitos com fotografias. "Ao olhar a Amazônia do alto, a impressão que se tem é a de um

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grande tapete verde, mas as alterações topográficas são enormes e só agora serão dimensionadas", diz o general Pedro Ronalt, responsável pelo projeto de mapeamento.

Olhar acurado: Região do norte do Amazonas no mapa hoje disponível (à direita) e a área em destaque nas imagens recém-produzidas por radar (à esquerda): maior riqueza de detalhes.

Como nascem os mapas

O novo levantamento cartográfico da Amazônia deverá ficar pronto em quatro anos. Com ele, será possível evitar equívocos como o ocorrido na construção da hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Como não se sabia ao certo a topografia da região, uma área maior que a necessária foi inundada. O conhecimento detalhado do curso dos rios vai ajudar a prevenir enchentes como a que inundou Manaus no ano passado. "Conhecer em detalhes a hidrografia também é importante para estancar os vazamentos de óleo, comuns na região, porque é possível prever por onde ele vai se espalhar", diz o engenheiro João Moreira Neto, que desenvolveu os radares usados no projeto. O Ministério de Minas e Energia também vai utilizar a nova cartografia da Amazônia. O objetivo será fazer o mapeamento geológico da região. Sensores instalados em aviões vão medir a densidade, o magnetismo e a radioatividade das rochas, estimando que tipo de minério existe no subsolo.

O alcance do projeto de cartografia da Amazônia evoca o esforço pioneiro do marechal Cândido Rondon (1865- 1958), o engenheiro que, no início do século passado, chefiou uma missão que levou trinta anos mapeando 50 000 quilômetros do território brasileiro, principalmente na Amazônia e no Pantanal. Viajando a cavalo, em carro de boi ou a pé, a missão atualizou mapas que ainda datavam do período colonial. Alguns dos mapas de Rondon foram usados até os anos 70, quando as fotografias aéreas e as informações obtidas por satélites modernizaram os levantamentos cartográficos. Com o atual projeto de mapeamento, será possível conhecer melhor a Amazônia e suas riquezas, tanto aquelas fornecidas pela floresta quanto as que repousam no subsolo.

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Fonte: Revista Veja – 10 de março de 2010

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CPRM coloca à venda dados SAR-Sipam para usuários da iniciativa privada

A partir de agora, empresas do setor privado interessadas em adquirir imagens dos sensores Synthetic Aperture Radar (SAR) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) poderão fazê-lo através do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A parceria entre o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e a CPRM tornou possível a distribuição destes dados, atendendo a uma demanda da iniciativa privada. Os dados disponíveis foram coletados por intermédio de sensores SAR aerotransportados em aeronaves R99-B em diversas missões entre 2004 e 2008. Estão dispostos em faixas (segmentos) com larguras de 10, 20, 40 ou 60 km, dependendo do modo de imageamento, que pode constar de duas a cinco polarizações, e da resolução espacial, que pode ser de 3, 6 ou 18 metros. A venda dos dados é feita por segmentos, sem recorte de área de interesse, e o custo (R$ 0,10 por banda polarimétrica por km linear) varia conforme o comprimento do segmento e o número de polarizações efetivamente disponíveis. Fonte: Boletim Virtual do Serviço Geológico Brasileiro – CPRM

Mais informações em www.cprm.gov.br.

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MINÉRIO DE FERRO I PEDIDOS DE PESQUISA CRESCEM 374% NO CEARÁ

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) informou que o número de pedidos

para pesquisa de minério de ferro no Ceará cresceu 374% em pouco mais de dois anos. Havia 150 áreas solicitadas em 2008, frente aos 711 terrenos requeridos até fevereiro deste ano. A partir de 2004, com áreas que foram identificadas nos municípios de Sobral, Coreaú e Frecheirinha, as solicitações não pararam de crescer.

O maior número de áreas está com requerimento ou autorização de pesquisa para as empresas mineiras Vtech Empreendimentos Minerais e Terrativa Minerais, além da Vale e duas pessoas físicas de São Paulo: Ingo Gustav Wender e Angelito Ancelmo Santana. A Terrativa Minerais aguarda autorização para começar as pesquisas. Conforme Júlio Neves, geólogo da empresa, a mesma está visando principalmente minério de ferro, mas também manganês, cobre, chumbo e zinco”. Alguns estudos devem ter início ainda este semestre. Atualmente, existem no Ceará: 370 requerimentos de pesquisa nos municípios de Viçosa do Ceará, Camocim, Morada Nova, Russas, Quixadá, Ibaretama,Ibicuitinga, Quixeramobim, Banabuiú, Boa Viagem, Santa Quitéria, Catunda; 245 autorizações de pesquisa & alvarás de pesquisa em Granja, Uruoca, Senador Sá, Quixeramobim, Quixadá, Crateús, Catunda, Santa Quitéria, Novo Oriente, Independência, Sobral, Quiterianópolis,Lavras da Mangabeira e Aurora, além de 93 áreas em disponibilidade para pesquisa. Fonte: Brasil Mineral Online, n° 443

VALE GREVISTAS MANTÊM GREVE NO CANADÁ E MARCAM ENCONTRO MUNDIAL

O presidente internacional do sindicato United Steelworkers (USW), Leo W. Gerrard, –

entidade que representa os trabalhadores das usinas nos Estados Unidos e Canadá – sugeriu ao presidente da Vale, Roger Agnelli, vender as minas canadenses por conta da greve que ocorre no país há quase nove meses. Segundo relato de Gerrard, os trabalhadores decidiram, com 88,9% de aprovação, rejeitar proposta na Vale Inco, controlada da Vale, para terminar a greve nas minas de níquel e cobre de Sudbury. Cerca de 3,2 mil trabalhadores aderiram à greve.

No próximo dia 22 de março acontecerá encontro mundial de sindicatos de todos os países onde a Vale tem negócios em Sudbury, no Canadá. Os principais temas serão a avaliação da greve e o desenvolvimento de uma estratégia conjunta em relação à Vale. Fonte: Brasil Mineral Online, n° 443

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VALE NEGOCIA PREÇO DO MINÉRIO COM SIDERÚRGICAS JAPONESAS

A Vale está negociando reajuste superior a 90% para o preço do minério de ferro junto às siderúrgicas japonesas para o ano de 2010. No ano passado, a Companhia negociou a commodity a US$ 55 por tonelada para contratos com preço anual fixo. No mercado spot, o minério vem sendo negociado a US$ 130 por tonelada, impulsionado pelo mercado chinês. O Japão é contra reajuste superior a 100% e as partes devem entrar num acordo.

Fonte: Brasil Mineral Online, nº 443

RIO NOVO IMPLANTARÁ DUAS MINAS NO BRASIL A empresa Rio Novo Gold Inc., que estreou na bolsa de Toronto, no Canadá, no início de

março, com um bem sucedido IPO, vai instalar duas novas minas de ouro no Brasil, em áreas que anteriormente pertenciam à Vale e que foram negociadas em troca por uma jazida de níquel. A primeira mina a entrar em operação será a de Almas, no estado do Tocantins, onde será instalada uma operação de mineração a céu aberto e uma planta de concentração pelo método CIL. De acordo com Júlio Carvalho, presidente da empresa, a capacidade de produção será de 100 mil onças e o teor é considerado muito bom (quase duas gramas de ouro por tonelada de minério), o que possibilita um cash cost baixo. Caso o preço do ouro se mantenha nos níveis atuais, a operação poderá gerar um cash flow líquido de US$ 80 milhões por ano. Como o investimento previsto para a implantação é da ordem de US$ 42 milhões, o projeto se pagará em menos de um ano. A operação em Almas deve ser iniciada no final de 2011. O outro empreendimento é o projeto Guarantã, no Mato Grosso, onde existem reservas medidas e indicadas de 365 mil onças, mais 500 mil onças em estágio de definição. O estudo de pré-viabilidade indicou que é possível se implantar uma operação para produzir inicialmente 100 mil onças anuais, com possibilidade de ser ampliada, já que existe potencial na área para mais de 1 milhão de onças. A idéia é implantar uma instalação central, para tratar minério extraído num raio de 20 a 25 km. O investimento previsto é de US$ 70 milhões e a operação deve ser iniciada até o final de 2012. Em sua estréia na bolsa de Toronto a empresa conseguiu captar US$ 46 milhões, assegurando os recursos para implantação do projeto Almas.

Fonte: Brasil Mineral Online, nº 443

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VALE LANÇA 750 MILHÕES DE EUROS EM BÔNUS COM VENCIMENTO EM OITO

ANOS A mineradora Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, lançou nesta quarta-feira

um bônus de 750 milhões de euros com prazo de oito anos. Espera-se que a operação seja completada ainda nesta quarta-feira, afirmou a empresa.

Os bancos BNP Paribas, Credit Agricole, HSBC e Santander estão coordenando a operação. A agência de classificação de risco Moody's deu a nota ("rating") Baa2. As agências Standard

& Poor's e Fitch deram as notas BBB+ e BBB, respectivamente. Fonte: Agência Reuters

ASSOCIAÇÃO CHINESA OPÕE-SE A AUMENTO DE ATÉ 90% DO PREÇO DO

MINÉRIO A Associação de Ferro e Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), expressou oposição à proposta

das mineradoras globais de elevar o preço de referência do minério de ferro este ano em até 90%. Essa é a primeira vez que a associação anuncia em público a magnitude do aumento do preço contratual pedido pelas mineradoras em 2010 e a primeira expressão de oposição contra o reajuste.

A Cisa é uma das líderes nas negociações contratuais entre as siderúrgicas chinesas e as grandes mineradoras globais. “No dia 11, a Eurofer (associação de siderurgia da Europa) disse em seu site que se opunha fortemente aos planos das mineradoras de elevar os preços em 80% a 90%”, afirma o comunicado da Cisa.

“A Cisa concorda (com a postura da Eurofer) e a apoia.” Na semana passada, fontes disseram à agência Dow Jones que as mineradoras globais haviam suspendido as negociações com a China. Fonte: Agência Estado

STEEL DO BRASIL FAZ DUAS AQUISIÇÕES E DESEMBOLSA US$ 435 MILHÕES

A Steel do Brasil Participações, empresa criada para atuar no setor de mineração, anunciou de uma só vez seus dois primeiros negócios no domingo. A empresa comprou 70% da Mhag Serviços e Mineração, por US$ 245 milhões, e pelo menos 80% dos 5 bilhões de toneladas do minério de ferro do Projeto Jiboia, da Mineração Minas Brasil (Miba).

Além da compra da produção, ficou acertada uma joint venture entre as duas empresas (com 50% de participação de cada uma) com o objetivo de explorar outros ativos da Miba no norte de Minas Gerais. Essas duas aquisições custarão à Steel US$ 190 milhões. Ou seja, no total a empresa fará um desembolso de US$ 435 milhões.

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A Mhag, segundo a Steel, tem potencial de mais de 3,5 bilhões de toneladas de minério - 400 milhões de toneladas já foram confirmadas por meio de sondagens. A Steel é presidida desde janeiro por Juarez Saliba de Avelar, ex-CSN. Seu controlador é o Metropolis Capital Markets, com 90,90% do capital. Fonte: Agência Estado

MINERAÇÃO: O EMBATE ENTRE A PREFEITURA DE TUCUMÃ E A CARAÍBA

METAIS

A mineradora Caraíba adquiriu os direitos de prospecção do projeto Boa Esperança em Tucumã (PA), da estatal chilena CODELCO por 80 milhões de dólares em 2007.

A mineradora propõe a implantação de um projeto mineral para lavra de beneficiamento de cobre, no município de Tucumã, no qual pretende lavrar cerca de 3,7 milhões de toneladas/ano de minério de cobre. O projeto prevê um investimento de 630 milhões de reais e a “geração de 1000” empregos diretos durante a implantação.

A prefeitura de Tucumã diverge da mineradora, pois não aceita os argumentos da mineradora, que durante uma audiência pública não deixou claro as questões de compensação e principalmente a insistência pela isenção de tributos. Fonte: Blog Contraponto e Reflexão

MUNDO MINERALS DIVULGA RESULTADOS DE AMOSTRAGEM EM PROJETO DE

OURO EM MG A júnior australiana Mundo Minerals anunciou na quarta-feira os resultados de uma

amostragem do solo da mineralização Olhos, dentro da mina de ouro Engenho, em Minas Gerais. A amostragem definiu duas zonas de mineralização, de 250 e 170 metros, com amostragens individuais retornando até 36,7 gramas do metal por tonelada. Segundo a júnior, o desenvolvimento do projeto Crista fará com que Engenho produza 46 mil onças de ouro por ano, ante as atuais 25 mil.

Crista é um alvo ao sul, cuja primeira produção é esperada para o próximo mês de agosto. A mina Engenho era de propriedade da AngloGold Ashanti, que parou de explorá-la em 2004, depois de extrair mais de 170 mil onças de ouro. Fonte: Geólogo.com

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AMORIM ESPERA QUE NOVA AGÊNGIA RETOME MINÉRIOS DE RONDÔNIA, NAS MÃOS DE GRUPOS INTERNACIONAIS

A criação da Agência Nacional de Mineração, agência reguladora que substituirá o atual

Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e do Conselho Nacional de Política Mineral, anunciado essa semana, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, pode ser o fim da “zorra do setor mineral” do país e o fim dos pseudos donos das riquezas – empresas que detém lavras “a século” de áreas apenas no papel. A avaliação é do deputado federal Ernandes Amorim (PTB), entusiasta do setor e propositor de uma série de projetos para regular a exploração mineral e a atividade no país. Ele vê como bons olhos essa nova nomenclatura saída do novo marco regulatório mineral, e espera que “problemas seculares” em Rondônia possam ser sanados, como o caso da concessão de lavras para exploração de diamantes para grupos canadenses e sul africanos. “Não é apenas na exploração de diamantes que se encontram com esses alvarás nas mãos de grupos internacionais, isso se estende para todos os tipos de minérios. Há pessoas e empresas que detém essas lavras, não exploram as áreas nem deixam outros trabalhar. Espero que essa Agência bem como o Conselho cumpra esse papel de por fim a esse problema”, explica Amorim.

Pelo novo marco regulatório, anunciado pelo Ministério das Minas e Energia, o governo poderá retomar concessões de áreas de exploração mineral que estejam improdutivas, "Pelo que fiquei sabendo as pessoas serão chamadas para se fazer um levantamento. Quem não estiver trabalhando deverá perder a concessão de lavra. Esse é um passo importante, porque quem não estiver lavrando, a área será retomada e passada para outro”, afirma o parlamentar. A nova proposta já publicada no Diário Oficial da União deve ser encaminhada na próxima semana ao Congresso Nacional.

As principais mudanças propostas às novas regras de exploração mineral são: criação da Agência Nacional de Mineração, agência reguladora que substituirá o atual Departamento Nacional de Produção Mineral, e o Conselho Nacional de Política Mineral; apenas empresas poderão extrair minérios, pessoas físicas só poderão ficar com atividades mais simples, como extração de brita, cascalho, areia, argila etc; mineradores terão de fazer investimento mínimo e comprovar pesquisa, caso contrário perdem a área; cria áreas especiais, onde pode haver minérios considerados estratégicos. Essas áreas serão bloqueadas e licitadas; e, os atuais detentores de direitos minerários poderão perder suas autorizações, caso não estejam produzindo. Fonte: Rondônia Dinâmica

AGÊNCIA REGULADORA PARA A MINERAÇÃO TERÁ TERCEIRO MAIOR QUADRO DE

SERVIDORES

Se levados em conta os quadros de funcionários que tocam o trabalho nas agências reguladoras brasileiras, a nova Agência Nacional da Mineração (ANM) começará com número de servidores superior ao da maioria das dez agências existentes. A proposta do Executivo compõe o marco regulatório para o setor mineral e está sob análise do Ministério do Planejamento.

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Em defesa do projeto, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tem reiterado que a criação do órgão não implicará em mais gastos com pessoal por parte da União. Isso porque seria aproveitado o quadro contratado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), atualmente com 981 funcionários na ativa. Com esta estrutura, a ANM responderia pela terceiro maior quadro de trabalhadores, depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com 2.078 contratados, e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com 1.046 pessoas. A Agência Nacional de Águas (ANA) é a que tem estrutura mais enxuta, com 157 servidores.

Ainda assim, o ministro já ouviu reivindicações por mais cargos para a nova agência. O pedido partiu do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara. O parlamentar atribui ao excesso de trabalho e à falta de estrutura o fato de o DNPM não conseguir fiscalizar o setor, caracterizado por Lobão pelo desregramento na concessão de lavras. Em Minas Gerais, dez mil processos estariam parados por estes motivos. Fonte: Canal Rural RS

DNPM REALIZA VISITA TÉCNICA AO EMPREENDIMENTO AURIZONA

O empreendimento mineral Aurizona, localizado no município de Godofredo Viana (MA), recebeu a visita de uma comitiva composta pelo superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral no Maranhão (DNPM-MA), Jomar Feitosa; do senador Edison Lobão Filho (DEM); do secretário Washington Rio Branco (Meio Ambiente) e do superintendente do Ibama, Alberto Chaves Paraguassu. O grupo constatou in loco o trabalho de orientação técnica que o órgão está realizando na maior área de extração de ouro do estado.

O senador Edison Lobão Filho e os representantes dos órgãos ambientais tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho que a força-tarefa formada por técnicos do DNPM está realizando na área em que se instalou a mineração Aurizona S.A, que consiste na reavaliação da reserva mineral, análise do relatório final de pesquisa e a imissão de posse para que seja iniciada a operação ainda este mês.

Durante a vista ao empreendimento, Jomar Feitosa explicou que o DNPM vem atuando de acordo com um planejamento previamente elaborado pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), no sentido de que todo o apoio técnico seja dado aos investidores de mineração que estão se implantando no estado.

Além de fomentar o setor mineral, o DNPM também vem atuando desde o ano passado como um canal de articulação política entre os empreendimentos de mineração, a exemplo do Grupo Aurizona, e o Governo do Estado, apresentado os grupos aos representantes dos órgãos ambientais.

A visita da comitiva foi acompanhada pelo presidente da mineradora Aurizona, James Bahan, do diretor da empresa, Luís Carlos Celaro, e da engenheira de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho do Grupo Aurizona, Fernanda Zuin. Os diretores fizeram questão de apresentar cada setor do empreendimento aos visitantes e explicar todos os procedimentos da operação.

Operação Após oito meses em obras, a empresa iniciará a fase de operação este mês, com projeção

inicial para exploração de 10 anos, embora já existam estudos que apontam que esse período deverá se estender para 15 anos. A mão-de-obra empregada é predominantemente local, sendo 790 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos.

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Os diretores explicaram que durante a fase de implantação a empresa vem contribuindo com mais de R$13 milhões em impostos estaduais, federais e municipais. Estima-se que durante a fase operacional a contribuição será de R$12 milhões por ano. Parte desta contribuição será revertida ao município de Godofredo Viana, que hoje tem renda per capita de R$ 65,00 e IDH de 0,596. Após a visita, o presidente da Aurizona, Jim Bahan, disse que receber o grupo foi uma grande satisfação para a empresa, avaliando ser muito importante que o governo saiba da existência de um projeto desse porte e avalie a importância dele para uma região tão carente como é o município de Godofredo Viana.

O grupo conversou com a prefeita de Godofredo Viana, Conceição Mattos, que demonstrou sua imensa satisfação com o empreendimento por proporcionar a melhoria da arrecadação financeira no município e melhorar a qualidade de vida da população. Fonte: O Diário do Maranhão

BRITÂNICA ATRÁS DE COBRE

Resguardada pelo nome da desconhecida subsidiária Mineração Guaporé, a Anglo American, uma das gigantes mundiais da mineração, pesquisa cobre desde 2008 em Caçapava do Sul. A aposta do grupo britânico está ao sul do entroncamento entre as BR-290 e BR-153. A área já foi prospectada nos anos de 1970 pela Vale e na década seguinte pela Companhia Brasileira do Cobre (CBC). Na época, o projeto não era rentável. Procurada, a Anglo American não forneceu detalhes alegando que, por enquanto, apenas obteve os direitos minerais.

Os resultados mais promissores para cobre até agora estão nas mãos da Mining Ventures do Brasil, braço do grupo de investimento e desenvolvimento de projetos EuroVentures, com sede na Grã-Bretanha. As primeiras pesquisas em antigos prospectos na localidade de Minas dos Andradas, a leste da sede do município, indicam 20 milhões de toneladas de minério com teor de 0,5% e 0,6%, mas ainda é necessário ampliar as reservas para justificar o investimento em uma mina. Procurada, a empresa informou que não se manifestaria.

O geólogo Luís Antônio Cruz Maciel, do DNPM no Estado, pondera que a logística pode facilitar a abertura de minas nos municípios pesquisados devido à boa oferta de rodovias na região, à proximidade com uma ferrovia (a pouco mais de cem quilômetros em Bagé) e à localização do porto de Rio Grande a menos de 300 quilômetros dos principais alvos de prospecção. Para o economista Antônio Lannes, gerente de dados do Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram), a valorização das commodities metálicas nos últimos anos e a perspectiva de continuidade da alta dos preços, mesmo que em intensidade menor, tendem a tornar possível a lavra em locais desconsiderados. “Isso já aconteceu com o minério de ferro em Minas Gerais, onde muitas minas com baixíssimo teor foram reativadas. Mas depois também foram as primeiras desativadas durante a crise”, compara Lannes, acrescentando que a oferta de metais básicos deve crescer menos do que a demanda nos próximos anos. Segundo Lannes, o cobre é ainda mais exposto do que o zinco ao acelerado crescimento da China. Fonte: Zero Hora

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ESTUDOS ENCONTRAM NOVOS ALVOS

Além da valorização dos metais, a retomada do trabalho de identificação de áreas com potencial para exploração pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), também conhecida como Serviço Geológico do Brasil, reforçou o interesse renovado das mineradoras. O primeiro estudo com a definição dos novos alvos foi apresentado em 2007 pelo órgão, vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

Segundo o superintendente do CPRM no Estado, José Alcides Ferreira Fonseca, está em andamento um novo trabalho para identificar metais pelos sedimentos depositados nos leitos de rios da região e, ainda este ano, será feito um levantamento aerogeofísico, em aviões, para detectar novos depósitos. “A mineração é uma atividade de risco, e as empresas precisam que alguém já tenha feito algum estudo antes. Precisam partir de algo conhecido”, explica o chefe substituto do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Rio Grande do Sul, Roberto Ferrari Borba. Fonte: Zero Hora

EM BUSCA DO OURO ESQUECIDO

Gigantes da mineração prospectam metais preciosos na área que já teve minas em produção no sul

do Estado

A disparada do preço do ouro na última década reacendeu o interesse pelas reservas gaúchas

do metal precioso. Jazidas já conhecidas, antigos garimpos e novas áreas com potencial incrustadas na região geologicamente conhecida como Escudo Sul-Riograndense são alvo de um intenso trabalho de pesquisa para detectar pontos promissores, ampliar as reservas existentes e tornar rentável a exploração da riqueza que repousa no subsolo.

Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), responsável pela concessão de alvarás para o estudo de áreas e fiscalização de empresas, atestam essa nova corrida do ouro com uma explosão de requerimentos de autorização para pesquisas nos municípios de Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Vila Nova do Sul e São Sepé. Conforme o cadastro, chegam a 162 os processos ativos de prospecção, oito vezes mais do que apenas seis anos atrás. Não é só ouro que reluz na região. Depósitos conhecidos de cobre e zinco voltam a despertar a atenção de uma lista de empresas que inclui gigantes do setor como Votorantim Metais e Anglo American e também podem dar um impulso para recolocar o Estado no mapa da mineração de metais básicos.

A caça aos minérios se estende a outros municípios, como Encruzilhada do Sul, Santana da Boa Vista e Pinheiro Machado. Em Encruzilhada, até a Vale, por meio da discrição de uma controlada anônima, investigou a existência de minério de ferro.

Além da acelerada demanda da China, que puxou para cima a cotação dos metais, no caso do ouro, os preços tiveram forte escalada pela procura como reserva financeira depois do enfraquecimento do dólar, diz o presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), Hecliton Santini. Uma das pesquisas mais adiantadas é a da canadense Amarillo Mineração, em Lavras do Sul. Conforme o DNPM, uma das áreas tem reserva comprovada de 12 toneladas de ouro. O esforço é para elevar o depósito para pelo menos 20 toneladas, o que permitiria a abertura de uma mina. O gerente-geral da Amarillo, Luis Carlos Ferreira, não confirma os volumes, mas se mostra confiante nos resultados de Lavras do Sul: – É promissor. Estamos tentando intensificar os

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estudos na região. O Rio Grande do Sul é um Estado que mostra potencial. Até hoje, as pesquisas estavam muito voltadas para Minas Gerais e o norte do país. Mesmo demonstrando confiança, Ferreira ressalta que é preciso ter cautela e prefere não falar em prazos. Visão semelhante tem o geólogo Maurício Sampaio, da também canadense Iamgold, que prospecta em Lavras e Caçapava: – Potencial, tem. Mas é preciso determinar as reservas e a viabilidade econômica. Fonte: Zero Hora

METAIS VOLTAM A RELUZIR

Garimpos desativados, jazidas já conhecidas e novas áreas com potencial para a retirada de ouro, cobre e zinco no sul do Estado são alvo de pesquisa por gigantes do setor de mineração. A intenção é localizar áreas nas quais a exploração se torne economicamente rentável.

A valorização das commodities metálicas nos últimos anos e a perspectiva de manutenção ou mesmo alta das cotações podem tornar atrativa a exploração de locais antes desconsiderados. Fonte: Zero Hora

GOVERNO TEME EFEITO IBSEN NO CÓDIGO MINERAL

A confusão gerada pela emenda Ibsen Pinheiro, responsável por retirar do Rio de Janeiro cerca de R$ 7 bilhões caso seja aprovada, pode levar o Congresso a discutir medidas semelhantes durante os debates em torno do novo Código de Mineração, cujos royalties ficam, atualmente, apenas com os municípios e estados produtores. O governo quer elevar a porcentagem dos royalties da mineração. Parlamentares do Rio, Espírito Santo e São Paulo devem apresentar proposta semelhante, como forma de retaliação, caso o Senado não derrube a emenda Ibsen Pinheiro.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ontem que a base aliada não pretende cometer, no novo Código da Mineração, o erro cometido com o pré-sal. De acordo com Vaccarezza, o assunto será vetado quando os projetos sobre o novo marco regulatório do setor mineral chegarem ao Congresso Nacional. – Nós cometemos um erro ao discutir royalties junto com o marco regulatório do petróleo. Então, se aparecer alguma coisa (no marco regulatório da mineração), nós vamos ser contra – disse Vaccarezza, em entrevista após reunião de líderes na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Segundo Vaccarezza, a discussão sobre esse assunto deve ser feita à parte, em uma lei específica. – Eu estou defendendo inclusive que o presidente vete qualquer coisa sobre royalties, seja lá o que for aprovado. E que o governo envie para o Congresso um projeto sobre os royalties da mineração no Brasil. E aí incluem-se o petróleo e todos os minerais – alegou o líder.

O texto do novo marco regulatório do setor mineral foi concluído pelo Ministério de Minas e Energia e foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após análise do presidente, os projetos serão encaminhados ao Congresso e deverão tramitar sem regime de urgência, conforme afirmou o ministro Edison Lobão. A questão dos royalties ficou fora do texto inicial do novo código. Ele prevê a

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criação de uma agência reguladora e a retomada pela União de áreas concedidas para exploração que não estão sendo usadas. Fonte: Jornal do Brasil

PARA BANCADA MINEIRA, SITUAÇÃO DO MINÉRIO É DIFERENTE

Além de defenderem uma partilha igual entre todos os Estados dos royalties do petróleo,

parlamentares mineiros rejeitam a ameaça de Minas Gerais também ser obrigada, com a nova regra, a dividir os royalties do minério. “São situações diferentes. O minério é extraído dentro do município, deixa um buraco e impactos no local”, argumenta o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

O deputado federal Humberto Souto (PPS-MG) também faz duras críticas à reclamação dos governadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Eles não aceitam o projeto aprovado. O Rio de Janeiro, por exemplo, perderia cerca de R$ 4 bilhões. Além disso, há a postura do governo federal em querer reparar eventuais perdas. “Esse dinheiro sempre foi um adicional. Se o presidente quer ajudar, faça isso com os 40% da União”, sugere.

Em relação à divisão com todo o país dos royalties do minério explorado em Minas, Souto provoca: “o Rio e qualquer outro Estado podem ficar com o minério produzido no mar”. (MR) Fonte: O Tempo

VOTORANTIM PESQUISA AÇO

A exaustão do cobre na localidade de Minas do Camaquã, em 1996, levou a pequena comunidade do interior de Caçapava do Sul da pujança de décadas anteriores quando contava até com cinema à condição de cidade-fantasma. A esperança das cerca de 270 famílias está agora em outra riqueza do subsolo: o zinco.

A Votorantim Metais tem mais de um terço dos cerca de 400 requerimentos e alvarás de pesquisa de minérios metálicos cadastrados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) no Estado. A área mais promissora estudada pela maior produtora de zinco da América Latina e sexta no mundo é a Jazida Santa Maria, a poucos quilômetros de Minas do Camaquã e considerada o principal projeto de pesquisa da empresa para a produção do metal no Brasil. O diretor de Exploração Mineral da Votorantim, Jones Belther, diz que já é conhecida uma reserva de 33,4 milhões de toneladas com concentração de 2,5% de zinco e chumbo, insuficiente para abrir uma mina. A empresa procura pelo menos 20 milhões de toneladas de minério com um teor de 7%.”Os resultados são interessantes”, diz Belther, referindo-se à procura por teores mais atrativos.

Para dar escala ao projeto, a Votorantim também pesquisa em Encruzilhada do Sul, Santana da Boa Vista e Pinheiro Machado. A despeito do teor baixo, pesam a favor a logística e a simpatia do povo pela atividade devido à lembrança de quando o cobre gerava riqueza.

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Após o abandono dos primeiros anos com o fechamento da mina, a localidade voltou a florescer pelo retorno de antigos moradores saudosos e alguma atividade turística, o que permitiu a abertura de hotéis, restaurantes e pequenos mercados.

Apesar de a população não ter saciada a curiosidade pela atividade das empresas, o subprefeito de Minas do Camaquã, Valter Garcia da Fontoura, ex-funcionário das minas de cobre, aposta na volta dos tempos áureos. Fonte: O Tempo

LOBÃO COGITA AUMENTO DE ROYALTIES DA MINERAÇÃO PARA ALÍQUOTA DE 6%

No calor do debate sobre os royalties do pré-sal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,

afirmou nesta quarta-feira que a alíquota das compensações financeiras pela exploração mineral é baixa no Brasil, e é possível que o governo eleve os royalties do setor. Atualmente, as alíquotas variam de 0,2% a 3%, sobre o total das receitas de vendas de minérios. Segundo o ministro, uma alíquota de 6% seria "razoável" no país. Mas para essa elevação, seria necessária a concordância do Ministério da Fazenda em reduzir algum tributo. "Mas eles estão resistentes", disse Lobão.

Minas e Energia e a Fazenda formaram uma comissão para estudar o tema, e devem chegar a uma conclusão em 30 dias, afirmou Lobão. "Estamos concluindo estudos sobre o que fazer com os royalties [da mineração] que são baixos no Brasil, muito mais elevados no exterior. Porém existe uma carga tributaria no setor mineral que também é elevada", disse. Lobão afirmou que não é possível elevar os royalties sem aliviar os tributos, pois prejudicaria a competitividade das mineradoras brasileiras no exterior. "É uma situação delicada, que precisa ser examinada com a razão e não com a emoção", disse.

Os principais Estados beneficiados seriam Minas Gerais, que detém 43% dos royalties da mineração, o Pará, com 33%, Goiás, com 5% e São Paulo, com 4%. Lobão esteve em audiência pública na Comissão de Minas e Energia para discutir o novo código de mineração brasileiro. Pré-sal

O ministro anunciou que sairá da pasta em dez dias, retornando para sua cadeira no Senado, onde a discussão sobre o marco regulatório do pré-sal se encontra. Lobão disse que o presidente da República deverá vetar os pontos que não concordar do marco regulatório, inclusive a questão dos royalties. Lobão afirmou que os projetos do pré-sal podem ser retirados do regime de urgência se o presidente da Casa e os líderes pedirem. No entanto, é possível que o governo reitere o pedido caso o projeto demore mais do que o esperado no Senado. Para o ministro, o ideal é que os quatro projetos sejam votados até o final do primeiro semestre. Fonte: Folha Online

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LOBÃO DIZ QUE DECISÃO SOBRE ROYALTIES DE MINERAÇÃO É "DELICADA"

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a questão dos royalties da mineração é "delicada no Brasil". Segundo ele, apesar de os valores dos royalties pagos atualmente serem baixos, a carga tributária brasileira é alta, o que dificulta a definição sobre o melhor percentual a ser pago pelas empresas mineradoras pela exploração. "Nós estamos concluindo estudos com o Ministério da Fazenda, estudando o que fazer com os royalties que são baixos no Brasil. Porém, existe uma carga tributária elevada, nós não podemos retirar de nossos mineradores a competitividade no exterior. Então é uma questão delicada que precisa ser examinada com a razão e não com a emoção", disse o ministro ao sair de audiência pública sobre o novo código mineral na Câmara dos Deputados. Ele disse acreditar que, sem alterar a carga tributária, os royalties do setor mineral possam ficar em torno de 6%. O ministro confirmou que o governo estuda uma legislação específica sobre o assunto numa comissão entre os ministérios de Minas e Energia e Fazenda. "O governo vai propor ao Congresso uma legislação sobre essa questão. Não se decidiu ainda que rumo tomará, está estudando ainda. Acredito que em 30 dias teremos uma posição", disse o ministro.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza, disse que defende que o governo vete qualquer emenda sobre royalties - tanto nos projetos do pré-sal quanto nos do novo marco regulatório da mineração. Segundo ele, o ideal é que o governo faça um projeto único sobre o assunto que valha para todos os produtos minerais, petróleo inclusive. O ministro voltou a afirmar que o governo pode vetar a emenda de autoria do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que altera o texto original do projeto de partilha do pré-sal, distribuindo os royalties igualmente por todos os Estados da federação. "O governo estudou profundamente essa questão. O Congresso tem a liberdade de melhorar os projetos que mandamos. Naquilo em que o governo não concordar, nós vamos vetar", disse. Ele falou ainda sobre a possível retirada da urgência constitucional para os projetos do pré-sal no Senado. De acordo com Lobão, se o presidente da Casa, José Sarney, e os líderes partidários solicitarem, a urgência pode ser retirada. "O que não impede o governo de recolocar a urgência se houver um atraso maior que o esperado", afirmou o ministro. Ele disse que a expectativa é de que os projetos sejam finalizados no Congresso até o fim do primeiro semestre. Fonte: Valor Online

NOVO CÓDIGO DE MINERAÇÃO INCENTIVARÁ O CONTEÚDO LOCAL

O governo adotará parâmetros similares aos definidos nas regras do pré-sal para os futuros

leilões de áreas de mineração O governo adotará parâmetros similares aos definidos nas regras do pré-sal para os futuros leilões de áreas de mineração. Segundo o novo marco regulatório do setor, que deverá ser enviado ao Congresso em abril, vencerão os leilões a serem feitos pela Agência Nacional de Mineração (ANM) as empresas que apresentarem maior bônus de assinatura, que tiverem investimento mínimo mais elevado e maior conteúdo nacional em sua cadeia de produção.

O objetivo deste último critério, como no caso do pré-sal, é substituir importações, estimulando a indústria nacional a fornecer máquinas e equipamentos, como sondas, tratores e

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pequenos vagões, diz o secretário de Geologia e Mineração do Ministério das Minas e Energia, Cláudio Scliar.

Deverão ir a leilão mais de 150 mil áreas onde não há atividade mineral. Pelo novo código, o governo terá mais poder para cassar as licenças. "A norma atual tem uma série de procedimentos burocráticos centralizadores que protelam essa ação", disse o ministro Edison Lobão. Fonte: Valor Online

NACIONALISMO ECONÔMICO PREOCUPA MÚLTIS NA CHINA

Empresas veem ambiente menos simpático a estrangeiros Andrew Browne e Jason Dean, The

Wall Street Journal, de Pequim Algumas empresas estrangeiras afirmam que seu relacionamento com a China está começando a azedar, à medida que políticas governamentais mais rígidas e a intensificação da concorrência interna se juntam para deixar um dos mercados mais importantes do mundo menos simpático às multinacionais.

Entrevistas com executivos, advogados e consultores com longa experiência na China apontam para acontecimentos que, segundo eles, estão tornando mais difícil a vida para muitas empresas estrangeiras. Eles dizem que as mudanças sugerem que Pequim está reavaliando a ênfase dada há algum tempo pela China à abertura de sua economia a empresas estrangeiras - cujo maior exemplo são as mudanças que fez para entrar na Organização Mundial do Comércio, em 2001 - e pendendo à promoção de empresas estatais com forte presença.

Fontes: Escritório Nacional de Estatísticas e Ministério do Comércio. OBS: os números excluem o setor financeiro.

No mais recente ataque às companhias estrangeiras, as autoridades de uma província rica

próxima de Xangai criticaram na terça-feira a qualidade de marcas ocidentais de roupas de luxo, entre elas Hermès, Hugo Boss, Tommy Hilfiger, Versace e Dolce & Gabbana. Na semana que vem, a Câmara Americana de Comércio da China vai divulgar um novo levantamento com seus membros que, segundo se espera, vai documentar uma queda no otimismo.

Executivos da área de tecnologia dizem que estão altamente preocupados com regras de compras governamentais divulgadas no fim do ano passado, que favorecem fornecedores locais que ofereçam "inovação nativa". As regras, se implementadas, podem limitar o acesso estrangeiro a

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dezenas de bilhões de dólares em contratos para o fornecimento de computadores, equipamentos de telecomunicações, equipamentos de escritório e outros produtos.

Regras de patente impostas desde 1º de fevereiro ameaçam elevar os custos de inovadores estrangeiros na China em setores como o farmacêutico e permitem que autoridades forcem farmacêuticas estrangeiras a licenciar a produção a empresas locais, a preços estabelecidos pelo governo. Executivos de vários setores dizem que a liberalização promovida pela entrada da China na OMC está estancando. Fabricantes estrangeiras de turbinas eólicas e painéis de energia solar informam que estão sendo excluídos de grandes projetos de energia renovável. Barreiras de regulação limitam na prática a participação no setor de seguros: as empresas estrangeiras só podem ter 4,7% do mercado de seguro de vida na China a partir de junho, e 1% do mercado de seguro comercial, de acordo com a PricewaterhouseCoopers. "Eu sou pró-China e sou a favor de fazer negócios na China, mas tenho sérias preocupações em relação ao que está acontecendo nos últimos 12 meses", disse Fraser Mendel, advogado do escritório americano de advocacia Schwabe, Williamson & Wyatt.

As autoridades chinesas rejeitam as queixas de que o ambiente para as empresas estrangeiras tenha piorado, mas há sinais de que os principais líderes estão reparando nas preocupações. O ministro chinês do Comércio Exterior, Chen Deming, chamou os principais executivos na China de mais de 20 multinacionais para uma reunião este mês, promovida como "uma chance para ouvir questões que sejam motivos de preocupação", disse um participante. Chen prometeu que a China vai "continuar resolutamente" a abrir seus mercados, mas criticou o protecionismo no Ocidente. No domingo, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, prometeu que a China vai "implementar inarredavelmente sua política de abertura". Ele admitiu que seus "contatos com investidores estrangeiros não têm sido tão próximos" e prometeu aumentar a interação.

Muitos executivos estrangeiros dizem que veem um aumento no nacionalismo econômico, acelerado pelo desempenho superior da China durante a recessão e por um recente desdém pela gestão econômica ocidental. "A crise econômica e a retração deram ânimo àqueles que vinham se opondo" aos esforços para liberalizar os mercados, disse Duncan Clark, presidente do conselho da BDA, uma consultoria com sede em Pequim. Sinais de nacionalismo são evidentes na formação de estatais para dominar seus setores como "potências nacionais", geralmente às custas de empresas privadas chinesas, bem como das estrangeiras. De companhias aéreas à mineração, passando por laticínios, as políticas governamentais estão expandindo o papel do Estado em muitos setores.

Um ano atrás, numa ação que críticos estrangeiros chamaram de protecionista, autoridades chinesas vetaram uma oferta da Coca-Cola de comprar a China Huiyuan Juice, afirmando que ela iria sufocar empresas menores e elevar os preços ao consumidor. As duas juntas teriam apenas um quinto do mercado chinês de sucos. Em julho, quatro executivos da gigante mineradora anglo-australiana Rio Tinto foram detidos, acusados inicialmente de roubar "segredos de Estado", em meio a tensas negociações entre mineradoras globais e o setor siderúrgico chinês para determinar o preço do minério de ferro. A Rio Tinto nega que seus homens tenham ferido a lei. A empresa e o governo australiano informaram que os executivos irão a julgamento, respondendo a acusações que foram reduzidas apagamento de propinas e furto de segredos comerciais. Os problemas do Google ressaltam o clima de frustração. A empresa de buscas na internet, há muito incomodada com as regras chinesas de censura, ameaçou em janeiro sair da China depois de dizer que um ataque de hackers chineses invadiu sua rede de computadores. Ataques semelhantes atingiram dezenas de multinacionais. O Google deve em breve fechar seu site chinês, Google.cn., deixando que empresas locais dominem um mercado de internet com 400 milhões de usuários. "O problema do Google teve um efeito cristalizador", disse Lester Ross, sócio-gerente em Pequim da firma americana de advocacia Wilmer Cutler Pickering Hale and Dorr. "Ele elevou a consciência do governo e dos conselhos de empresas e outras partes interessadas" em relação às dificuldades de se fazer negócio na China, diz ele.

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Os investidores estrangeiros há muito tempo se queixam do complicado sistema legal e regulatório da China. Mas isso não passava de mera irritação quando a China era um mercado emergente.

Atualmente, o enorme mercado chinês é cada vez mais fundamental para a saúde de grandes multinacionais ocidentais. Se perderem lá, dizem executivos ocidentais, essas multinacionais sairão enfraquecidas mundialmente. Alguns setores não foram significativamente prejudicados. Montadoras, como a Volkswagen e a General Motors, beneficiaram-se enormemente da expansão do mercado chinês no ano passado. Mas a mídia estatal noticiou planos governamentais de aumentar o mercado das marcas nacionais para 50% dos automóveis até 2015, ante 44% no ano passado. Fonte: Valor Online

O VENDEDOR DE ILUSÕES

Sem gerar caixa real e empregos, quanto outros conglomerados, negócios de Eike

Batista já geram dúvidas

Eike Batista está na moda. Folgadamente, é o brasileiro mais rico e um dos 10 mais endinheirados do planeta. Mas, aos poucos, o próprio mercado financeiro começa a agir com ceticismo, diante de um jeito de amealhar fortuna com negócios e projetos não construídos, sem geração de caixa real, nem tantos empregos, muito menos com divisas para a nação, na proporção dos outros magnatas.

Como definir Eike? Empresário? Investidor? Especulador? Financista? Empreendedor? “Empresário, no sentido tradicional que conhecemos, não é”, diz um analista do setor de mineração que trabalha numa empresa de consultoria paulista. Basta comparar as atividades de suas empresas com as outras corporações estrangeiras e brasileiras, cujos comandantes, também aparecem no ranking. Sua holding, a EBX, congrega a MMX (de mineração), a LLX (logística), a MPX (energia) e OGX (petróleo), entre outras, acumulando patrimônio estimado em US$ 27 bilhões, segundo o último levantamento da revista americana Forbes. Já vendeu seguros na Alemanha, explorou petróleo na Amazônia, produziu cosméticos, construiu termelétricas, envolveu-se com mineração, tendo sido até

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expulso da Bolívia. Mas seu forte mesmo é mexer com coisas que não são palpáveis. “O Eike está fazendo fortuna com projetos não construídos, sem geração de caixa real. Está vendendo sonhos, projetos e papéis”, diz um empresário do segmento da mineração que pediu para não ser identificado. Bill Gates, por exemplo, o segundo do ranking dos bilionários, criou a Microsoft, marca forte, que emprega mais de 90 mil pessoas em todo o mundo, está presente em 105 países e catapulta receitas acima de US$ 50 bilhões todo ano. Carlos Slim, o bilionário da América Móvil, que tem 125 milhões de clientes, forra um caixa superior a US$ 20 bilhões, anualmente. Entre os brasileiros, também há diferença de constituir renda e riqueza. Antônio Ermírio de Moraes (do conglomerado Votorantim), Abílio Diniz (rede Pão de Açúcar), e grupos, como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Vale comprovam algumas dessas diferenças. Venturoso De bom gosto com as mulheres (foi marido da modelo e atriz Luma de Oliveira) e esportista (é campeão mundial de offshore, uma corrida em lanchas de alta velocidade), a visão edulcorada de um homem venturoso, que carrega saiu arranhada ao longo da semana passada, numa operação não bem sucedida de oferta inicial de ações (IPO), na Bovespa. Ele levantou “tão somente” 30% dos quase R$ 10 bi que esperava captar com a estréia da OSX, empresa do ramo de construção naval. “O problema é que a OSX é um projeto, mas queriam vendê-la a preço de concorrentes estrangeiras já estabelecidas”, resume um gestor de ações. A empresa tem, até agora, apenas um navio e uma dívida de R$ 750 milhões. “Fica até difícil falar do preço das ações, porque a OSX ainda não produz nada”, continua o gestor. A frieza atual no mercado atual, contrasta com a euforia inicial de até há não mais que um mês, depois que a Forbes divulgou sua tradicional lista dos mais ricos do mundo ( e, pela primeira vez, pôs um brasileiro no top ten). Muda o olhar sobre esse mineiro de Governador Valadares, nascido há 53 anos. Ele é inteligente? Não há por que duvidar. Brilhante? Para ganhar dinheiro, sem dúvida. É ousado? Sim, ao menos no mundo das finanças. E é bom que Eike esteja no topo? Bem, aí a resposta imediata nunca será a melhor.O homem que multiplicou sua fortuna por quatro, em dois anos (de US$ 6,6 bilhões, em 2008, para os atuais US$ 27 bilhões) diz mais sobre nossa economia do que muito tratado acadêmico. “Sua fortuna se constrói não com base na receita de suas empresas, mas principalmente, no compra e venda de papéis”, garante o gestor. O geólogo e investidor em mineração João Carlos Cavalcanti é ex-sócio de Eike. Diz não ter sido surpreendido com o resultado ruim do IPO da OSX. “Me associei a ele num projeto no norte da Bahia”, afirma. “Depois de três anos, percebi que o projeto não andava, Acabei perdendo a área, mas Eike ainda me deve R$ 8 milhões”. Procurada, a assessoria do investidor alegou que a agenda de Eike estava tomada, mas sublinhou o investimento “superior a US$ 1 bilhão”, feito pela MMX, empresa de mineração do grupo no estado. Destacou também as minas na região de Serra Azul, com capacidade anual de produção de 8,7 milhões de toneladas de minério de Ferro. Impropérios Em Conceição do Mato Dentro, cidade da região central de Minas, é difícil falar de Eike Batista e não perceber de volta impropérios. A população se queixa da devastação ecológica feita na região, famosa pelas cachoeiras. A vereadora Flávia Magalhães reclama da operação realizada entre Eike e a Anglo American. No começo de 2008, a multinacional, de capital britânico, comprou 49% do sistema Minas-Rio, controlado, na época, pela MMX. Em agosto daquele ano, tornou-se proprietária de 100% do projeto. Pagou, no total, US$ 5,5 bilhões – US$ 3 bilhões teriam ido diretamente para o bolso de Eike. Não há, pelas informações conhecidas, ilegalidade na operação de compra e venda. O problema é outro. “Vendeu um projeto para a Anglo e deixou uma confusão enorme para atrás”, lamenta Magalhães. Fonte: Correio Braziliense – 21 de março de 2010