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56 | Rolling Stone Brasil | rollingstone.com.br rollingstone.com.br | Rolling Stone Brasil | 57 UMA ESTRELA CENTENáRIA POR CRISTIANO BASTOS Com presença poderosa e enorme talento, Luiz Gonzaga subverteu as raízes humildes, criou seu próprio mito e tornou universal a música do Nordeste do Brasil D ezembro é o mês da troca das estrelas no céu. O fenômeno astrológico é perfeito para explicar a inspiração celestial que regeu a vida e a obra de Luiz Gonzaga do Nascimento, que veio ao mundo em dezembro de 1912, uma sexta-feira 13, em Exu, sertão pernambucano. Gonzaga partiu no dia 2 de agosto de 1989, ano e mês que também levou outra lenda da música brasileira, o discípulo Raul Sei- xas. Nasceu na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus. Na pia batismal da matriz de Exu, recebeu o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nasci- mento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo). O legado do músico, também chamado de Rei do Baião, Gonzagão e Lua, ainda é colossal. E, apesar da violenta di- lapidação da identidade nordestina promovida atualmen- te por bandas que se escondem falsamente sob o rótulo de forró, sua herança musical permanece perene e intocável. Luiz Gonzaga foi o ourives nordestino de inestimáveis e abundantes pérolas da música brasileira. E, dentre tan- tas, basta citar uma delas: a universal “Asa Branca”. E há outras, como “Assun Preto”, “Paraíba”, “Vozes da Seca” (premonitória canção de protesto), “Respeita Januário” (ode ao pai e ao lugar de nascença) e, uma que não é dele, “A Triste Partida”, de Patativa de Assaré. Homem simples que sempre foi, no preâmbulo da gran- diosa aventura que dedicou à música, Gonzaga trabalhou duro na lavoura. O menino gastava suas horas de folga para aprender sanfona com o pai, Januário. Aos 12 anos, o acompanhava em bailes e festas. Perto dos 18 anos, mudou-se para Crato, no Ceará, onde virou corneteiro no 23º Batalhão de Caçadores. Viajou por Minas Gerais e São Paulo até chegar ao Rio de Janeiro, no final dos anos 30. Desligou-se da vida militar e passou, então, a dedicar-se exclusivamente à música. Assinou contrato com a Rádio Nacional e, daí em diante, popularizou ritmos como xaxado, forró, coco, xote, ciranda, embolada e, claro, o baião. Depois dele, a música brasileira – especialmente a nordestina – jamais foi a mesma. Em 50 anos de carrei- ra, Luiz Gonzaga gravou 625 músicas em 266 discos, os quais assim se dividem: 125 em 78 rotações, 79 LPs de 12 polegadas, seis LPs de 10 polegadas, 41 compactos simples e duplos, de 45 e 33 rpm; e 15 LPs de coletâneas. Das 625 músicas gravadas por Luiz Gonzaga, 53 são de sua autoria (sozinho), 243 são em parceria (Gonzaga e outros composi- tores) e 329 são de outros autores, sem a sua participação. TRIBUTO MEMORIAL LUIZ GONZAGA E GOVERNO DE PERNAMBUCO

Uma Estrela Centenária

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Com presença poderosa e enorme talento, Luiz Gonzaga subverteu as raízes humildes, criou seu próprio mito e tornou universal a música do Nordeste do Brasil Por Cristiano Bastos

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UMA EstrElA CEntEnáriA

por CristiAno bAstos

Com presença poderosa e enorme talento, Luiz Gonzaga subverteu as raízes humildes, criou seu próprio mito e

tornou universal a música do Nordeste do Brasil

Dezembro é o mês da troca das estrelas no céu. O fenômeno astrológico é perfeito para explicar a inspiração celestial que regeu a vida e a obra de Luiz Gonzaga do Nascimento, que

veio ao mundo em dezembro de 1912, uma sexta-feira 13, em Exu, sertão pernambucano. Gonzaga partiu no dia 2 de agosto de 1989, ano e mês que também levou outra lenda da música brasileira, o discípulo Raul Sei-xas. Nasceu na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus. Na pia batismal da matriz de Exu, recebeu o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nasci-mento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo).

O legado do músico, também chamado de Rei do Baião, Gonzagão e Lua, ainda é colossal. E, apesar da violenta di-lapidação da identidade nordestina promovida atualmen-te por bandas que se escondem falsamente sob o rótulo de forró, sua herança musical permanece perene e intocável. Luiz Gonzaga foi o ourives nordestino de inestimáveis e abundantes pérolas da música brasileira. E, dentre tan-tas, basta citar uma delas: a universal “Asa Branca”. E há outras, como “Assun Preto”, “Paraíba”, “Vozes da Seca”

(premonitória canção de protesto), “Respeita Januário” (ode ao pai e ao lugar de nascença) e, uma que não é dele, “A Triste Partida”, de Patativa de Assaré.

Homem simples que sempre foi, no preâmbulo da gran-diosa aventura que dedicou à música, Gonzaga trabalhou duro na lavoura. O menino gastava suas horas de folga para aprender sanfona com o pai, Januário. Aos 12 anos, o acompanhava em bailes e festas. Perto dos 18 anos, mudou-se para Crato, no Ceará, onde virou corneteiro no 23º Batalhão de Caçadores. Viajou por Minas Gerais e São Paulo até chegar ao Rio de Janeiro, no final dos anos 30. Desligou-se da vida militar e passou, então, a dedicar-se exclusivamente à música. Assinou contrato com a Rádio Nacional e, daí em diante, popularizou ritmos como xaxado, forró, coco, xote, ciranda, embolada e, claro, o baião. Depois dele, a música brasileira – especialmente a nordestina – jamais foi a mesma. Em 50 anos de carrei-ra, Luiz Gonzaga gravou 625 músicas em 266 discos, os quais assim se dividem: 125 em 78 rotações, 79 LPs de 12 polegadas, seis LPs de 10 polegadas, 41 compactos simples e duplos, de 45 e 33 rpm; e 15 LPs de coletâneas. Das 625 músicas gravadas por Luiz Gonzaga, 53 são de sua autoria (sozinho), 243 são em parceria (Gonzaga e outros composi-tores) e 329 são de outros autores, sem a sua participação.

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Luiz Gonzaga, sem dúvida pode-se afirmar, é o guru de todos os artistas nordestinos. E, curiosa-mente, é um dos primeiros artistas pop do Brasil. Luiz Gonzava foi pop no sentido de criar um jeito diferente de se apresentar. Ele partia do regional, mas mirava no universal. Para isso, criou toda uma indumentária. “Reforço essas características do vaqueiro, do cangaceiro, do matuto, mas não sou besta, não. É um jeito de dizer que não me envergonho do que sou, que até me orgulho de ser diferente, mas que também estou doidinho para bater um papo contigo, para interagir, para que você preste atenção em mim. Para que se renda ao meu charme”, declarou o Velho Lua.

Gonzaga abriu caminho para todos os contem-porâneos nordestinos que vieram depois dele – de Zé Ramalho, Alceu Valença a Chico César, entre tantos outros. E é Chico César quem dá o veredic-to: ‘“Asa Branca’ é tão importante quanto ‘Garota de Ipanema’. Gonzaga é pop como Elvis Presley, Michael Jackson, Madonna. Tinha postura, atitu-de, alem daqueles apetrechos - a roupa, o chapéu, os anéis, o lenço no pescoço. Todos nós, dos mais sérios aos mais loucos, pegamos uma trilha ma-ravilhosa aberta por ele. Graças a Gonzaga nos sentimos muito à vontade no mundo como nordestinos to-cando o que nos der na telha e falando do jeito que a gente quiser”. O cantor também diz que certa vez mostrou o disco instrumental Qua-drilhas e Marchinhas, de Luiz Gon-zaga, para uma moça irlandesa. E ela, intrigada, perguntou: “Por que você está me mostrando um disco com música de minha terra?”. “Ficamos teimando sobre a territorialidade da música de Gonzaga: Irlanda ou Nordeste do Brasil. Concluímos que é universal”, relata César.

O fato, aliás, é indiscutível. Basta lembrar que a maior influência brasileira do conterrâneo nordes-tino Raul Seixas, por exemplo, foi o Rei do Baião: “Luiz Gonzaga tinha um remelexo ‘elvispresley-niano’”, falou Raulzito, que publicamente aludiu e cantou Gonzaga em inúmeras ocasiões. Também foi admirado por grandes músicos, nacionais e internacionais, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Caetano Veloso e David Byrne. Gonzaga foi, ainda, um dos pouquíssimos artistas laureados com Prêmio Nipper, ao lado de figurões como

Frank Sinatra e Nelson Gonçalves, concedido pela RCA Victor apenas aos astros com maior tempo de permanência na gravadora.

Em Pernambuco, no mês de dezembro, uma série festejos vão comemorar em grande estilo o centenário do Rei do Baião. A cargo da Secretaria de Cultura do Estado, uma vasta programação acontecerá em Recife e Exu entre os dias 13 e 16 de dezembro. Nomes como Alceu Valença, Elba Ramalho e Fagner, entre outros, se apresentarão no Recife antigo. Em Exu, shows de Gilberto Gil, Dominguinhos e Daniel Gonzaga vão fazer a festa. Sobre os lançamentos discográficos previstos para

o centenário, as gravadoras brasileiras, lamenta-velmente, fazem pouco caso. A Sony/BMG – que detém quase todo o extenso catálogo (78 títulos) do Lua na RCA Victor – deverá reeditar alguns títulos. Porém, apenas em 2013. Um desses títulos, o único com garantia de lançamento, é um álbum de duetos póstumos, idealizado por Fagner, o qual unirá digitalmente a voz de Luiz repaginada com a de artistas vivos, chamado Baião de Dois. A gra-vadora EMI, que detém os discos lançados pelo Rei do Baião na extinta Odeon, não preparou nada. Se o mercado fonográfico dorme, pelo menos a vida de Gonzaga se manteve presente na tela grande. A cinebiografia Gonzaga – De Pai Pra Filho, de Breno Silveira, já é umas das maiores bilheterias do ano - em pouco mais de um mês, arrecadou um R$ 1,3 milhão de reais.

As façanhas musicais de luiz gonzaga não estiveram circunscritas apenas ao Brasil. Ele também gozou de seu momento internacional.

A cantora paraense Nazaré Pereira, difusora da música nordestina na capital francesa, hoje radi-cada em Paris, foi quem levou o Velho Lua à Fran-

ça pela primeira vez, em 1982. Nazaré diz que deve muito de sua carreira a ele. Gonzaga chamava-lhe de “sua filha”, o que, de acordo com a cantora, chega-va a causar ciúmes por

parte das filhas do sanfoneiro. Juntos, escreveram a “Acre Doce”, sucesso na voz de Elba Ramalho. Nazaré conta um caso engraçado

sobre o Rei do Baião durante sua estadia parisien-se. Ela diz que um dos hábitos dos quais Gonzaga não abria mão era de sua religiosa janta. Chegando em Paris, Gonzagão queria comer frango assado com farofa no restaurante mais chique da cidade, o mítico Bobino. Mas, como não tinha jeito, Nazaré arrumou um jeito: foi até sua casa, buscou uma fa-rofa paraense que lá tinha guardada, comprou um frango no supermercado e, ela mesma, fez a comida pra ele – na cozinha do restaurante mais chique da cidade. Falando em Elba Ramalho, a qual Gonzaga chamava de “minha cachacinha”, a paraibana conta que sua primeira participação em uma música dele

foi no baião “Danado de Bom”. Resumia-se apenas a uma fala introdutória. Elba diverte-se contando. “Na música ele [Gonzagão] falava com aquela voz bem grave: ‘Ô Elba, tá danado de quê?’. E eu então respondia: ‘Tá é danado de bom, Seu Lua!’”.

Tamanha era a fama de Gonzaga que, nos anos 60, época em que vivia um período de ostracis-mo, nem os Beatles escaparam do falatório envol-vendo Gonzaga. Em 1968, a imprensa brasileira disparou, por conta dos boatos disseminados pelo agitador cultural Carlos Imperial, o fac-toide: de que os Beatles gravariam “Asa Branca” – composta por Gonzaga e seu grande parceiro Humberto Teixeira. Boato ou não, vários jornais, revistas e rádios daquela época confirmaram o boato como fato. Gonzaga teria comentado: “Agora é que eu quero ver se os Beatles vendem mesmo. Minha gravação vendeu mais de dois milhões de discos”, provocou. Os rumores afir-mavam que Luiz Gonzaga ganharia US$ 50 mil

dólares, no mínimo, pela liberação dos direitos. A confusão, na verdade, teria se dado por cau-sa da música “The Inner Light”, de autoria de George Harrison, a qual possui uma sequência melódica próxima a de “Asa Branca”. Anos mais tarde, Gonzagão admitiu que Imperial tinha aplicado o golpe. “Todo mundo queria saber a verdade: se eu tinha ganhado dinheiro com essa história toda. Não passou de uma grande men-tira”, deixou bem claro.

Desde menino, alceu valença gostava de escutar Luiz Gonzaga nos auto-falantes de São Bento do Uma (PE), sua cidade de nas-

cença, e sentia uma identidade muito forte com sua música, seu estilo e melodias. Por ter nascido

numa região muito próxima à de Gonzaga, cres-ceu escutando as mesmas manifestações que ajudaram o Rei do Baião a consolidar a sua obra. O pequeno Valença escutava os aboiadores, que tangiam o gado próximo às fazendas da região e adorava ver os cegos cantadores de feira, embo-ladores e cordelistas que recitavam seus versos em decassílabos. Valença finalmente conheceu Gonzaga pessoalmente no início de carreira. Ele foi assistir a um show seu em Juazeiro do Norte (CE). “Fiquei observando de longe, de cima do palco. Mas ele estava sem chapéu e eu achei sua cabeça muito grande. Fiquei em dúvida se era ele mesmo. Quando o show terminou, veio me abraçar. Perguntei: ‘Seu Luiz, o senhor veio fazer algum show na região?’. Ele disse, com aquele jeito peculiar: ‘Vim de novo a Exu só pra lhe ver’. Fiquei pensando: ‘Será que ele gostou do meu som, pe-sado, com guitarras? e perguntei o que ele achava da música que eu fazia. Luiz respondeu: ‘Adorei, Alceu. É uma banda de pífanos elétrica’.”

A jornalista francesa Dominique Dreyfuss, que dirigiu a Rolling Sto-ne França, e é responsável pelo livro Vida de Viajante: a Saga de Luiz Gonzaga, enfatiza que a carreira do Velho Lua teve dois períodos funda-mentais: a primeira, dos anos 40 até 1958, quando chegou a bossa nova (que deixou a sua música em se-gundo plano), e a segunda, do final do anos 1960, com a aparição dos tropicalistas (que os resgataram), até sua morte em 1989. “Ele so-freu uma fase de esquecimento e de descriminação, – mas qual artista com tal longevidade não sofreu algo igual?”, argumenta a pesquisadora. Na opinião de Dominique, ele voltou para as luzes da ribalta graças ao apoio da turma da tropicália e este retorno foi prestigioso e prestigiado. “Para se fazer uma tal carreira é

necessário ter publico e, portanto, ser amado. Se Gonzaga durou tanto e com tal sucesso é porque, afinal, ele foi amado”, pontifica.

A cantora e compositora Amora Pêra, filha de Gonzaguinha e neta de Gonzagão, acredita que celebrar o Seu Luiz (como ela ainda o chama), hoje, é primordial. “Ele nos lembra-nos de um outro Brasil, um outro momento cultural. Ele, Gonzagão, é fundador de muitas coisas. Mexeu em nossos consciente coletivo na parte musical, poética e estética”, divaga. Ela também opina que se não fosse ele e mais alguns, como Oswald e Ma-rio de Andrade, Grande Otelo, Oscarito, Dorival Caymmi, Glauber Rocha e, João Gilberto, o Brasil seria completamente outro. “Gonzagão foi um bravo, um guerreiro, um desbravador e, sobretudo, um homem. Um extremo humano. Sem tirar nem pôr, cheio de belezas e dores. Das coisas que mais me emocionam na vida é esse homem e o que ele trouxe para mim e pra nós”, finaliza.

luiz GonzaGa foi pop ao criar

um jeito de se apresentar.

mas mirava no universalele partia do reGional,

DO BRASIL PARA O MUNDO 1. Luiz Gonzaga no final dos anos 60 em um almoço em família; 2. O mestre no começo da década de 80 mostrando sua arte para o público francês; 3. Ainda na capital francesa, com a Torre Eiffel de testemunha

NA ESTICAO jovem Gonzaga antes de conquistar o Brasil

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O Rei do Baião ganha uma biografia à sua altura, dividida com seu filho. É Gonzaguinha & Gonzagão – Uma História Brasileira (****, Leya) de Regina Echeverria. Nos 22 capítulos da obra, a autora achou uma solução para tornar clara uma biografia dupla: ela intercalou

o tema dos capítulos, ou seja, se um foca em Gonzagão, o próximo vai falar sobre Gonzaguinha. Assim, as duas vidas, tão distantes e ao mesmo tempo tão próximas, vão correndo paralelamente, até o encontro definitivo entre os dois na turnê Vida de Viajante, em 1980. Cheia de detalhes

e aspas esclarecedoras, a biografia foi baseada nas mesmas fitas usadas por Breno Silveira, para a elaboração de Gonzaga – de Pai pra Filho, em que Gonzaguinha entrevista o pai. Em alguns momentos, os próprios, conversando, contam suas histórias. No livro, descobrem-se coisas

como o Gonzagão maçom, que usava a condição para conseguir asfalto, telefones, luz e outras “modernidades” para o interior do Rio de Janeiro, estado onde viveu, e para Exu, onde nasceu. O perfil politizado de Gonzaguinha também é esmiuçado por Regina Echeverria. mArcOs LAurO

nas livrarias OBRA qUE COmPLEmENtA FiLmE CAmPEãO dE BiLHEtERiA diSCUtE RELAçãO dO REi dO BAiãO E SEU FiLHO

www.rollingstone.com.brVeja no site mais fatos sobre Luiz Gonzaga e acompanhe a cobertura dos shows comemorativos

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