8
Nº43 * Informativo dos Missionários Combonianos * combonianos.org.br Uma Igreja em Saída Uma Igreja em Saída Campanha Missionária 10 Outubro - São Daniel Comboni

Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

Uma Igrejaem SaídaUma Igrejaem Saída

Campanha MissionáriaUma Igreja

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

em SaídaUma IgrejaUma IgrejaUma IgrejaUma Igrejaem Saídaem Saídaem Saídaem Saída

Campanha Campanha MissionáriaMissionáriaMissionária

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

Uma Igreja

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

em SaídaUma IgrejaUma IgrejaUma IgrejaUma Igrejaem Saídaem Saídaem Saídaem Saída

Campanha Campanha Campanha MissionáriaMissionáriaMissionária

Nº4

3 *

Info

rmat

ivo

dos

Mis

sion

ário

s Co

mbo

nian

os *

com

boni

anos

.org

.br

Uma IgrejaUma IgrejaUma IgrejaUma Igrejaem Saída

Campanha Campanha Campanha MissionáriaMissionáriaMissionáriaCampanha Campanha Campanha MissionáriaMissionária

10 Outubro - São Daniel Comboni

Page 2: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

Sobre Paulo se tem falado de tudo. Tantas coisas foram escritas a respei-to dele. Nem todas certas! Em Pau-lo Afonso, Bahia, ti vemos um Curso intensivo de Bíblia de 15 dias para agentes de pastoral. Quarenta e cinco pessoas de todo o estado da Bahia. Co-meçamos perguntando o que as pes-soas sabiam sobre Paulo. As respostas encheram três grandes cartazes. Ma-ria, uma irmã da Santa Cruz e um ser-vidor, que assessorávamos o encontro, fi camos realmente arrepiados. Aquele pessoal ti nha ouvido de tudo, de tudo mesmo! Então, como iríamos sair des-sa empreitada? Por três dias fi caram aqueles cartazes pendurados na sala. Começamos a ler a primeira carta aos Tessalonicenses. Houve trabalho de grupos e parti lha no plenário. No fi nal do primeiro dia, visitamos os cartazes e vimos o que ti nha sido esclarecido. Fo-ram riscadas várias linhas. O segundo dia, conti nuamos aprofundando as car-tas de Paulo. Filipenses também esteve presente. Visitamos os cartazes e ainda fi cavam algumas linhas pendentes para esclarecer ou aprofundar no terceiro dia. Isso foi em 1993. O que nós hoje não podemos ler ou escutar a respeito de Paulo?

Apresentando o perfi l de Paulo

2 - SEM FRONTEIRAS

EXPEDIENTE:Editores: Missionários Combonianos – Rua José Rubens, 15 – Caxingui – 05515-000 – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3721-8733 (11) 9795 68317. Diretor de Redação: João Paulo Marti ns – Dario Bossi - [email protected]. Colaboraram nesta edição: Pablo Torres, Marco Faria, Justi no Pérez, Ricardo Borges, Danilo Cimitan. Projeto gráfi co: Jorge Custódio – Fotos e desenhos: Jorge Custódio, Arquivo Comboniano, Internet. – SEM FRONTEIRAS é publicada trimestralmente em São Paulo – SP, Brasil. Propriedade dos Missionários Combonianos do Brasil sob o nome fantasia de Editora Alô Mundo (fi lial), CNPJ 27.120.062/0019-12. – Insc. Estadual 115.279.034.118. – Insc. Municipal 8.601.680-6. – São Paulo (SP). Registrada na Biblioteca Nacional sob o n. 82-370-69817 e no cartório de Registros de Títulos e Documentos de São José do Rio Preto (SP) sob o n. B1-13-22 – Site: www.combonianos.org.br.

Palavra de DEUS: XODÓ

DE PAULO

Vocês querem conhecer o coração de Paulo? Leiam a primeira carta à comunidade de Tessalônica. Querem conhecer a ternura de um apóstolo? Leiam a 1 Tessalonicenses. Querem saber como criar e

animar comunidades adultas na fé e na esperança? Leiam a primeira car-ta de Paulo aos Tessalonicenses. Querem saber como evangelizar hoje e os riscos que isso comporta? Leiam a primeira carta aos Tessalonicenses. Vocês querem perceber a dinâmica de Paulo e comungar com os valores que davam vida a uma jovem comunidade cristã tocada pelo poder do Evangelho e voltada para o Senhor Jesus? Leiam, garimpem e saboreiem a primeira carta aos Tessalonicenses.

O coração da missãoA primeira carta aos Tessalonicenses é muito linda, fascinante. É o primeiro escrito de Paulo. Foi em Tessalônica que começou o Novo Testamento. É o coração da missão. Nessa carta vibra o coração de Paulo, pulsa o vigor de um converti do, a paixão de um discípulo missionário. Vale a pena mergulhar porque é um escrito onde se escondem tesouros de profunda espirituali-dade missionária. Nesta carta, vibra o coração de Paulo: pastor, teólogo na estrada, discípulo, missionário. Foi durante sua segunda viagem missioná-ria que Paulo chegou em Tessalônica e aí anunciou o Evangelho. Forçado a deixar Filipos (1Ts 2,2; At 16,39-40), Paulo chega a Tessalônica pelo ano 50 e se dirige, segundo o seu costume, à sinagoga. Logo os judeus suble-vam a multi dão, e Paulo e Silas, acusados e procurados, devem abandonar a cidade às pressas (At 17,5-10). Paulo se dirige e Beréia e em seguida a Atenas. Preocupado com a perseguição aos cristãos (1Ts 2,14-15; 3,3-4), envia-lhes Timóteo para ter notí cias e encorajá-los na fé e na vivência cristã (1Ts 3,2-5). A carta tem duas fi nalidades: A de ação de graças, felicitações e encorajamento, e corrigir e aprofundar alguns desvios que despontavam na comunidade. Essa carta que devia ser lida em outras comunidades chegou até nós. Paulo segue assim encorajando hoje anunciadores do Evangelho no coração do mundo.

Justi no Martí nez Pérezjusti [email protected]

Em Comboni a missão nasce da confi ança. Na confi ança assenta a sua fé no Senhor Jesus e em Deus. Deus premia quem n’Ele confi a (Escr. 4012) e nunca o abandona (Escr. 4387): “Toda a minha confi ança está em Deus que tudo vê, que tudo pode e que nos ama” (Escr. 172).

Este grande valor humano traduziu-se em Comboni também na serena aber-tura à colaboração de todos: a obra deve ser católica e não espanhola, francesa, alemã ou italiana (Escr. 944). Sobressai igualmente na sua relação com os afri-canos (Escr. 1105), amados até ao ponto de dar a vida por eles, num momento histórico em que bem poucos confi avam neles, reconhecendo sua dignidade de homens e de irmãos (Escr. 2742).

A própria vivência da esperança está ligada, em Comboni, à confi ança e ele morre convencido de que a sua obra não morrerá (Escr. 5329), porque Deus nunca abandona quem n’Ele confi a (Escr. 7246). Com a confi ança e a esperança, a cora-gem não fraqueja (Escr. 1431), sobretudo quando apoiada na certeza na fé de que “as obras de Deus nascem e crescem sempre aos pés da cruz” (Escr. 2474).

Comboni HOJE

justi [email protected]

Em Comboni a missão nasce da confi ança. Na confi ança assenta a sua fé no Senhor Jesus e em Deus. Deus premia quem n’Ele confi a (Escr. 4012) e nunca o abandona (Escr. 4387): “Toda a minha confi ança está em Deus que tudo

Este grande valor humano traduziu-se em Comboni também na serena aber-tura à colaboração de todos: a obra deve ser católica e não espanhola, francesa, alemã ou italiana (Escr. 944). Sobressai igualmente na sua relação com os afri-canos (Escr. 1105), amados até ao ponto de dar a vida por eles, num momento histórico em que bem poucos confi avam neles, reconhecendo sua dignidade de

Em Comboni a missão nasce da confi ança. Na confi ança assenta a sua fé no Senhor Jesus e em Deus. Deus premia

Este grande valor humano traduziu-se em Comboni também na serena aber-

Bíblia

2 - SEM FRONTEIRAS

Page 3: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

SEM FRONTEIRAS - 3

O Quênia é um país da África Oriental, com uma popula-ção em torno de 45 milhões

de habitantes. Sua costa é banhada pelo Oceano Indico, tem belas praias e lá fi ca também o famoso monte Ki-limanjaro (5895 m).

No Quênia, há aproximadamente 1,3 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS. Atualmente, o Quênia pos-sui uma elevada taxa de HIV, infec-ções, doenças e mortes. Korogocho é uma das maiores favelas na cidade de Nairóbi, com uma população de aproximadamente 160 mil pessoas, que vivem na parte nordeste da cida-de. De acordo com a tradição cultu-ral Kikuyu, o nome Korogocho signifi -ca “confusão”.

As pessoas convivendo com HIV/AIDS são os mais pobres e abando-nados. Isto é o que eu vi em Korogo-cho no meu trabalho pastoral nesta região. Senti -me desafi ado porque vi muitas pessoas com HIV/AIDS e eu não podia fazer nada por elas. Quan-

ja tem infl uenciado e transformado a vida das pessoas através de sua inter-venção social nesta realidade. É inegá-vel que os programas sociais coorde-nados pelos missionários/as Combo-nianos/as e outras congregações reli-giosas, ajudam a melhorar a situação de vida do povo, através de cuidados médicos e de projetos sociais.

Contudo, um grande número de pessoas vivendo com HIV/AIDS sofre discriminação e rejeição e, indepen-dentemente do que se diga, suas fe-ridas sempre estarão presentes. Por isso, um dos maiores desafi os nesta região é o de superar o esti gma so-cial profundamente enraizado entre as víti mas, o que fez com que a maio-ria deles perdessem seus direitos e dignidade humana. Deste modo, o maior desafi o, em Korogocho, é a exclusão social. Por isso, somos con-vidados a ser bons samaritanos para todos os necessitados (Lc 10,24-37).

Ricardo Borges, comboniano em formação

do eu já era capaz de me expressar em Kiswahili, enfrentei outro desafi o: como fazer para dizer a essas pes-soas, convivendo HIV/AIDS, que Deus as ama? Claro que esta pergunta me levou a aproximar-me mais delas.

Com pouca infraestrutura, poucos recursos, superlotação e proximida-de com o lixão, a saúde em Korogo-cho é também precária. Percebe-se também que, devido ao elevado ní-vel de pobreza e más condições de vida, a maioria dos residentes tende a envolver-se nas drogas, tais como alcoolismo, cheirar “cola”, uso de maconha, etc. Segundo os programas ofi ciais que cuidam das pessoas que vivem com HIV/AIDS, em Korogocho, a percentagem esti mada de pessoas infectadas pelo HIV é de 16%.

Pobreza da infraestrutura, várias doenças crônicas e infecciosas, mar-ginalização e pobreza extrema em Ko-rogocho são fatores que explicam as condições miseráveis em que o povo tem que viver. Mas felizmente, a igre-

Korogocho, Nairobi:

Opção pelos pobres e marginalizados

Além Fronteiras

SEM FRONTEIRAS - 3

Page 4: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

4 - SEM FRONTEIRAS SEM FRONTEIRAS - 5

O Congresso Missionário Nacional será em Recife, de 7 a 10 de Setembro. O tema é “A alegria do Evangelho para uma Igreja em

Saída”, conforme algumas das palavras mais caras ao papa Francisco. Está prevista a participação de 600 delegados dos 18 conselhos missionários regio-nais, para além dos convidados.

Esses dias serão de celebração, reflexão e festa, com o objetivo de animar o caminho de nossas comuni-dades, na perspetiva missionária além fronteiras e no Brasil. O congresso em Recife é um passo impor-tante rumo ao V Congresso Americano Missionário, que se realizará em 2018 na Bolívia.

É uma oportunidade para cada batizado assumir seu compromisso com Jesus e com a fé. Partimos do princípio que missão é partilha de vida, com ati-tudes de amor, respeito e misericórdia. Segundo o papa Francisco, a igreja não cresce por proselitis-mo mas por contato pessoal e amizade genuína. Se olharmos para as páginas do Evangelho é isto que nós vemos em Jesus.

5 Pilares da pastoral missionária

Por isso, uma pastoral mis-sionária, em nossas comuni-dades e igrejas locais (dioceses), tem que estar fun-dada em 5 pilares:a) Todo discípulo missionário/batizado parte da es-

cuta da Palavra de Deus: “A Sagrada Escritura é fonte de evangelização” (EG 174).

b) Precisamos sair para as periferias sociais, geo-gráficas e existenciais a fim de ir ao encontro das pessoas lá onde elas se encontram.

c) “Ouvir a todos e todas” (EG 31) favorecendo a participação que promove “uma comunhão di-nâmica, aberta, missionária” (EG 31) e sinodal, isto é, caminhando juntos.

d) A igreja em saída exige de cada uma e cada um a “saída de si próprio para o irmão” (EG 179). Tenho que me despojar para partir com o coração aber-to às feridas e esperanças do outro(a) (EG 46). So-mente a saída de si é verdadeira missão.

e) Centrar-se no “essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e mais necessá-rio” (EG 35) sem fugir da vida e realidade concre-ta que a gente está vivenciando, lá mesmo onde se vai dar o encontro de olhares e corações.

3 Símbolos da missão

Toda comunidade e/ou paróquia precisa viver a missão de diferentes ma-neiras. O congresso missionário Nacional é um mo-mento para aprofundar e sobretudo viver a missão própria de cada batizado(a). Cada uma das imagens que seguem ajuda a vivenciar um aspeto da missão.

- Pastor - Como Jesus mesmo, também cada irmã e irmão na fé está chamado a ser pastor. Cada mem-bro da comunidade continua fazendo ressoar a voz de Jesus, a fim de que as ovelhas continuem escu-tando a voz do Mestre e encontrem pastagem. Acon-tece o crescimento da fé, da oração e da ação den-tro e fora da comunidade. As figuras do pastor e da mãe igreja se aproximam.

- Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder da semente que leva e lança a todo tipo de terreno. Aqui o “campo é o mundo” (Mt 13,48). Nenhuma condição adversa

abala sua esperança de que a semente vai dar fru-to. A comunidade e/ou paróquia não pode nunca es-quecer nossa sociedade secularizada e muito menos nossas juventudes…

- Pescador - Os primeiros seguidores de Jesus eram pescadores e Jesus os fez pescadores de pessoas. O mar é o lugar do desconhecido, do risco, da tempes-tade e, todo o género de surpresas. Temos aqui a fi-gura do missionário(a) que parte para além frontei-ras. Se você já entrou num barco, você entende o que significa não ter chão para assentar seus pés! Isso acontece ao pescador e ao missionário(a). Mas ela e ele acredita que a missão não lhe pertence. Por isso confia e se entrega sem reservas, fazendo tesouro das palavras de Jesus: “Eu estarei convosco todos os dias…” (Mt 28,20).

Uma Igreja em Saída por Amor

Em Foco

COM JESUS E O PAPA FRANCISCO

3 Símbolos da

Toda comunidade e/ou paróquia precisa viver a missão de diferentes ma-neiras. O congresso missionário Nacional é um mo-

Uma Igreja em Saída por AmorUma Igreja em Saída por Amor

Em Foco

4 - SEM FRONTEIRAS SEM FRONTEIRAS - 5

Page 5: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

4 - SEM FRONTEIRAS SEM FRONTEIRAS - 5

O Congresso Missionário Nacional será em Recife, de 7 a 10 de Setembro. O tema é “A alegria do Evangelho para uma Igreja em

Saída”, conforme algumas das palavras mais caras ao papa Francisco. Está prevista a participação de 600 delegados dos 18 conselhos missionários regio-nais, para além dos convidados.

Esses dias serão de celebração, reflexão e festa, com o objetivo de animar o caminho de nossas comuni-dades, na perspetiva missionária além fronteiras e no Brasil. O congresso em Recife é um passo impor-tante rumo ao V Congresso Americano Missionário, que se realizará em 2018 na Bolívia.

É uma oportunidade para cada batizado assumir seu compromisso com Jesus e com a fé. Partimos do princípio que missão é partilha de vida, com ati-tudes de amor, respeito e misericórdia. Segundo o papa Francisco, a igreja não cresce por proselitis-mo mas por contato pessoal e amizade genuína. Se olharmos para as páginas do Evangelho é isto que nós vemos em Jesus.

5 Pilares da pastoral missionária

Por isso, uma pastoral mis-sionária, em nossas comuni-dades e igrejas locais (dioceses), tem que estar fun-dada em 5 pilares:a) Todo discípulo missionário/batizado parte da es-

cuta da Palavra de Deus: “A Sagrada Escritura é fonte de evangelização” (EG 174).

b) Precisamos sair para as periferias sociais, geo-gráficas e existenciais a fim de ir ao encontro das pessoas lá onde elas se encontram.

c) “Ouvir a todos e todas” (EG 31) favorecendo a participação que promove “uma comunhão di-nâmica, aberta, missionária” (EG 31) e sinodal, isto é, caminhando juntos.

d) A igreja em saída exige de cada uma e cada um a “saída de si próprio para o irmão” (EG 179). Tenho que me despojar para partir com o coração aber-to às feridas e esperanças do outro(a) (EG 46). So-mente a saída de si é verdadeira missão.

e) Centrar-se no “essencial, no que é mais belo, mais importante, mais atraente e mais necessá-rio” (EG 35) sem fugir da vida e realidade concre-ta que a gente está vivenciando, lá mesmo onde se vai dar o encontro de olhares e corações.

3 Símbolos da missão

Toda comunidade e/ou paróquia precisa viver a missão de diferentes ma-neiras. O congresso missionário Nacional é um mo-mento para aprofundar e sobretudo viver a missão própria de cada batizado(a). Cada uma das imagens que seguem ajuda a vivenciar um aspeto da missão.

- Pastor - Como Jesus mesmo, também cada irmã e irmão na fé está chamado a ser pastor. Cada mem-bro da comunidade continua fazendo ressoar a voz de Jesus, a fim de que as ovelhas continuem escu-tando a voz do Mestre e encontrem pastagem. Acon-tece o crescimento da fé, da oração e da ação den-tro e fora da comunidade. As figuras do pastor e da mãe igreja se aproximam.

- Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder da semente que leva e lança a todo tipo de terreno. Aqui o “campo é o mundo” (Mt 13,48). Nenhuma condição adversa

abala sua esperança de que a semente vai dar fru-to. A comunidade e/ou paróquia não pode nunca es-quecer nossa sociedade secularizada e muito menos nossas juventudes…

- Pescador - Os primeiros seguidores de Jesus eram pescadores e Jesus os fez pescadores de pessoas. O mar é o lugar do desconhecido, do risco, da tempes-tade e, todo o género de surpresas. Temos aqui a fi-gura do missionário(a) que parte para além frontei-ras. Se você já entrou num barco, você entende o que significa não ter chão para assentar seus pés! Isso acontece ao pescador e ao missionário(a). Mas ela e ele acredita que a missão não lhe pertence. Por isso confia e se entrega sem reservas, fazendo tesouro das palavras de Jesus: “Eu estarei convosco todos os dias…” (Mt 28,20).

Uma Igreja em Saída por Amor

Em Foco

COM JESUS E O PAPA FRANCISCO

3 Símbolos da

Toda comunidade e/ou paróquia precisa viver a missão de diferentes ma-neiras. O congresso missionário Nacional é um mo-

Uma Igreja em Saída por AmorUma Igreja em Saída por Amor

Em Foco

4 - SEM FRONTEIRAS SEM FRONTEIRAS - 5

Page 6: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

6 - SEM FRONTEIRAS

Os povos indígenas, no Brasil têm vindo a sofrer violentos ataques e mortes. D. Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho é também o presidente

do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).D. Roque é testemunha do grave momento que o país

vive, em especial no que se refere à sorte dos povos in-dígenas: “Nós denunciamos a violência das empresas mi-neradoras, daquelas da agro-indústria e da madeira, mas também do governo com suas repressões policiescas em relação às populações indígenas”.

A indiferença da sociedade brasileira é um grande problema; foi problema no passado e continua a sê-lo ainda hoje. Outras dificuldades sérias são as invasões de terrenos já demarcados, inclusive por grandes obras do governo; “Podemos aqui recordar as centrais de Belo Monte Balbina, Jirau e muitas outras” - rematou o pre-sidente do CIMI. O pior é que ultimamente, a situação tem vindo a agravar-se muito mais, devido ao recuo e ‘anulação legal’ da legislação anterior que defendia os

Brasil Hoje: Quem manda de verdade?

P. Toninho Hammes conversa com o antigo cacique Itabira

O Grito dos Excluídos

D. Roque Paloschi

povos indígenas, atri-buindo-lhes terras e outros direitos.

Ilusão do Desen-volvimento e Cultura Desumana

Infelizmente nos encontramos aqui com uma verdade nua e crua: A sociedade e a cultura ocidental se tornaram progressiva-mente desumanas. O mesmo papa Francisco

tem vindo a repetir e a criticar abertamente, também na Laudato Si, nossa cultura, pois ela está dando a primazia ao dinheiro, deixando de lado a pessoa. Quando vamos acordar?

Quando vamos dizer BASTA? Em nome de qual pro-gresso, são constantemente sacrificados inúmeros irmãos e irmãs, do mesmo sangue, carne e com um coração como o de você e como o meu?

“Desde o século XVI” - continua Dom Roque com fir-meza: “que os povos indígenas puseram em causa a vio-lência e a rapina contra a Mãe terra (...) Os povos Indíge-nas podem-nos ensinar uma relação harmoniosa com o meio ambiente e a natureza. Podem-nos ensinar a viver sem ser escravos do dinheiro, nem da acumulação”. E con-cluiu: “A decisão está nas nossas mãos: ou acolher o grito dos povos indígenas, ou destruir a nossa Casa comum, em nome do lucro e do suposto bem estar de poucos.”

Baseado no trabalho do Jornalista Paolo Miola, em revista Além Mar - Outubro

“A decisão está nas nossas

mãos: ou acolher o grito dos povos

indígenas ou destruir a nossa Casa comum em nome do lucro e do suposto bem

estar de poucos”

Igreja em saída

6 - SEM FRONTEIRAS

Que futuro espera esta criança e todas as crianças do mundo?…

Page 7: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

7 - SEM FRONTEIRAS

Meu nome é Marco Anto-nio, tenho 33 anos e sou irmão comboniano. Aca-

bo de fazer a primeira profi ssão reli-giosa e me sinto muito feliz e realiza-do com o caminho para o qual Deus me iluminou e eu aceitei seguir.

Antes dessa iluminação, eu se-guia um caminho no qual eu pen-sava que seria feliz. Tive a sorte de trabalhar desde muito cedo em uma multi nacional. Aos 14 anos, frequentei um curso de aprendiza-gem industrial, já como funcioná-rio desta grande empresa. Aos 18 anos, comecei a cursar engenharia mecânica, me formando com 23 anos, então já em uma outra em-presa, com melhor salário e melho-res condições de trabalho.

Posso dizer que era um jovem que ti nha o que muitos outros jo-vens buscam ter. Era (e conti nuo sendo) extroverti do. Com 18 anos já ti nha meu próprio carro e indepen-dência fi nanceira. Saía com meus amigos para festas e baladas, algu-mas viagens, gostava de saltar de paraquedas e prati car outros espor-tes. Resumindo, ti nha saúde, dinhei-ro, carro, amigos, namoradas, ou seja, tudo o que muitos jovens bus-cam ter, para alcançar a felicidade.

Ainda assim, senti a que me

eu gostaria que fi zessem comigo, nisto estava o segredo da felicidade. Se eu dedicasse todo o meu tempo, toda minha vida a fazer o bem aos mais necessitados, eu poderia ser plenamente feliz.

Foi o que eu busquei fazer da-quele momento em diante. Pri-meiro, parti cipando de um grupo de jovens, procurando ajudar aos mais necessitados; depois, como seminarista, na minha diocese e, fi -nalmente, como irmão missionário comboniano, para ser enviado, nas palavras de São Daniel Comboni, aos “mais pobres e abandonados do universo”, concretamente, o povo africano.

É por isso que hoje eu sou um irmão missionário comboniano, e posso afi rmar, com toda seguran-ça, que sou muito feliz. Muito mais que quando eu dedicava meu tem-po a acumular riquezas e aos praze-res momentâneos.

Assim, convido você também, a fazer essa refl exão. Onde realmen-te está a felicidade? Nos prazeres momentâneos, ou na duradoura e permanente paz interior?

Espero que você também se encontre em uma profunda rela-ção com Deus e de paz interior.Paz e Bem.

faltava alguma coisa. A euforia das festas, estar alguns momentos com alguma garota, logo passava e eu senti a um certo vazio interior. Foi quando eu comecei a refl eti r mais profundamente sobre o senti do da felicidade. Aproveito para lhes fazer também essa pergunta que fi z a mim mesmo, há 10 anos atrás: Qual é o maior senti mento do ser humano? Qual será a maior sensação de felici-dade que podemos experimentar? A resposta que me encheu de senti do foi AMOR. Desde aquele momento busquei entender como eu poderia viver mais plenamente este que é o maior senti mento do ser humano.

Nessa busca, a frase “Deus é amor” me fez interessar em ler a bíblia, mais especifi camente o Novo Testamento. Senti a-me mais apaixonado a cada pá-gina que lia, e cheguei à conclusão de que amar a Deus mais que a qualquer coisa, amar ao próximo como a mim mesmo, ou seja, fazer o bem como

TESTEMUNHO

“amar a Deus mais que a qualquer coisa,

amar ao próximo como a mim mesmo, ou seja, fazer o bem

como eu gostaria que fizessem comigo”

Vinde e Vede

SEM FRONTEIRAS - 7

Page 8: Uma Igreja em Saída - combonianos.org.br · - Semeador - A pessoa que semeia no Evangelho não escolhe o campo nem o terreno. Simplesmente sai. Ele tem uma fé absoluta no poder

Em todos os lugares a cons-ciência negra surge em se-tores importantes, dos 60

milhões de negros que compõem a população brasileira. O surgi-mento dessa consciência tem dois signifi cados fundamentais

1- O primeiro detecta o pecado original que está subjacente em toda nossa sociedade; o mecanis-mo da violência organizada que preside nossas relações sociais, tornando-se ilusória nossa demo-cracia racial.

2- O segundo exige o resgate de uma identi dade negada e opri-mida e, ao mesmo tempo, faz uma poderosa reafi rmação de uma cul-tura silenciada, cujos valores de-vem entrar em um projeto coleti vo que supera as contradições e antagonismos presentes, hoje, numa perspecti va na-cional e globalizada.

Consciência negra como negação da negação

A consciência negra nos faz perceber os cinco “nãos” históricos de que os ne-gros, geralmente pobres e marginaliza-dos, são víti mas.

O primeiro “não” vem do processo colonial: ser colônia signifi ca ser não--povo, sem autonomia, consti tuído por não-pessoas.

O segundo “não” vem da escravidão: não poder ser pessoa, ser objeto, coisa, ser besti al.

O terceiro “não” resulta da exclusão social: é ser não-cidadão. É ser jogado diretamente na favela, sem qualquer re-compensa ou um pedaço de terra ou casa.

O quarto “não” vem de racismo: é ser não-digno, não-inteligente, não-puro, ser inferior e desprezível, pelo fato de ser de raça negra e escuro.

Finalmente, o quinto “não” decorre de marginalização religiosa: deve ser considerado não-fi lho de Deus.

Aqueles cinco “nãos” provoca-ram um sofrimento generalizado, tão grande que quase matou, nos negros, a consciência de ser povo. E, apesar disso, os negros resisti ram a tudo e existem em nossa sociedade, com uma esperança e uma fé que confun-de a sabedoria da razão.

A consciência negra mantém viva a memória “da dor” e alerta para a má consciência “necessária” de que somos a causa das desigualdades que os afl igem. E nós temos um dever de reparação histórica e de fazer justi ça que, a meu ver, parece que ainda não chegou.

Essa reparação supõe um camin ho de libertação que inclua: a) Reforma

agrária que favoreça negros e mesti ços; b) Uma políti ca de urbanização das fa-velas onde habita a população negra; c) Uma estratégia de educação e facultar o acesso à saúde; d) Geração de emprego e caminhos para a profi ssionalização e a parti cipação nos diversos estratos da so-ciedade.

Leonardo Boff , tradução de “Conciencia Negra y Proceso de Liberación”

OBRA DO REDENTOR Fundada por S. Daniel Comboni, para apoiar a Missão

- Missas por você e por seus familiares, vivos ou defuntos, todos os dias, durante um ano - Você participa e apoia a Evangelização dos Missionários Combonianos e da Igreja

Por favor assinale o valor: Normal: 50 reais Outro: reaisForma de pagamento: http://goo.gl/K8IUjo Cheque Depósito: Bradesco Agência: 02199-7 - Conta: 000599-1

Cheques e transferências em nome de: Província dos Missionários Combonianos do Brasil, CNPJ: 27120062/000193

NOME:

E-MAIL:

VIVOS Suas intenções DEFUNTOS

Envie-nos uma cópia do cheque ou comprovante de depósito, junto com este cupom. Muito Obrigado!

Consciência negra e proces so de libertação

Forma de pagamento: http://goo.gl/K8IUjo Cheque