Uma Introdução à Pregação e à Teologia Bíblica

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  • 7/25/2019 Uma Introduo Pregao e Teologia Bblica

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    Uma introduo Pregao e Teologia Bblica

    (Parte 1)

    Thomas R. Schreiner09 de Setembro de 2013 -Igreja e Ministrio

    Diagnstico - O Problema com Grande Parte da Pregao de Hoje

    Na associao de igrejas qual eu perteno - aSouthern Baptist Convention[Conveno

    Batista do Sul] -, a batalha pela inerrncia da Escritura pode ter sido ganha. Entretanto,

    nem ns nem outras denominaes ou igrejas evanglicas que ganharam batalhas

    semelhantes deveramos nos congratular to rapidamente. Isso porque muitas igrejas

    conservadoras podem abraar a inerrncia da Escritura, mas, ainda assim, negar na

    prticaa suficinciada Palavra de Deus. Ns podemos dizer que a Escritura a palavra

    inerrante de Deus, mas, ainda assim, falhar em proclam-la seriamente de nossos

    plpitos.

    Existe, na verdade, uma fome pela palavra de Deus em muitas igrejas evanglicas hoje.

    Algumas sries de sermes fazem, em seus ttulos, referncias a programas de TV tais

    comoGilligans Island,BonanzaeMary Tyler Moore. A pregao, com frequncia, foca em

    passos para um casamento bem-sucedido ou em como criar filhos em nossa cultura.

    Sermes sobre questes familiares, obviamente, so adequados e necessrios, mas dois

    problemas frequentemente aparecem. Primeiro, o que as Escrituras de fato ensinam

    acerca desses assuntos frequentemente negligenciado. Quantos sermes sobre

    casamento apresentam com fidelidade e urgncia o que Paulo de fato ensina sobre ospapeis do homem e da mulher (Ef 5.22-23)? Ou acaso ns estamos constrangidos pelo

    que as Escrituras ensinam?

    Segundo, e talvez mais srio, tais sermes so quase sempre pregados no nvel

    horizontal. Eles se tornam o centro da vida semanal da congregao, e a cosmoviso

    teolgica que permeia a Palavra de Deus e prov o fundamento para toda a vida

    simplesmente ignorada. Nossos pastores se tornam moralistas como Dear Abby, dando

    conselhos sobre como viver uma vida feliz semana aps semana.

    Muitas congregaes no percebem o que est acontecendo porque a vida moral que tal

    pregao promove est de acordo, ao menos em parte, com a Escritura. Ela vai ao

    encontro das necessidades sentidas tanto por crentes como por incrdulos.

    Pastores tambm creem que devem preencher seus sermes com histrias e ilustraes,

    de modo que as anedotas enfatizem o ensino moral apresentado. Todo bom pregador

    usar ilustraes. Todavia, sermes podem se tornar to repletos de histrias que acabam

    desprovidos de qualquer teologia.

    Eu tenho ouvido evanglicos afirmarem com certa frequncia que as igrejas evanglicas

    esto indo bem em teologia porque as congregaes no esto reclamando daquilo que

    lhes ensinado. Tal comentrio completamente assustador. Ns, como pastores, temos

    http://www.ministeriofiel.com.br/autores/detalhes/364/Thomas%20R.%20Schreinerhttp://www.ministeriofiel.com.br/artigos/index/categoria:Igreja%20e%20Minist%C3%A9riohttp://www.ministeriofiel.com.br/artigos/index/categoria:Igreja%20e%20Minist%C3%A9riohttp://www.ministeriofiel.com.br/artigos/index/categoria:Igreja%20e%20Minist%C3%A9riohttp://www.ministeriofiel.com.br/autores/detalhes/364/Thomas%20R.%20Schreiner
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    a responsabilidade de proclamar "todo o desgnio de Deus" (At 20.27). Ns no podemos

    pr a nossa confiana em pesquisas de opinio congregacionais para determinar se ns

    estamos cumprindo o nosso chamado. Ns devemos pr a nossa confiana naquilo que as

    Escrituras exigem. Pode ser que uma congregao jamais tenha sido seriamente ensinada

    na Palavra de Deus, de modo que os crentes no percebem onde ns estamos falhando

    como pastores.

    Paulo nos alerta que "entre vs penetraro lobos vorazes, que no pouparo o rebanho"

    (At 20.29). E, em outro lugar, ele afirma que "haver tempo em que no suportaro a s

    doutrina; pelo contrrio, cercar-se-o de mestres segundo as suas prprias cobias, como

    que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusaro a dar ouvidos verdade, entregando-se

    s fbulas" (2Tm 4.3-4). Se ns avaliamos nossa pregao pelo que as congregaes

    desejam, ns podemos estar dando espao para as heresias. Eu no estou dizendo que

    nossas congregaes so herticas, mas apenas que o teste para a fidelidade a Palavra

    de Deus, e no a opinio popular. O chamado dos pastores para alimentar o rebanho

    com a Palavra de Deus, no para agradar as pessoas com o que elas desejam ouvir.

    Muito frequentemente, nossas congregaes so treinadas de modo pobre por aqueles de

    ns que pregam. Considere o que acontece quando alimentamos uma congregao com

    uma dieta constante de pregao moralista. Eles podem aprender a ser gentis,

    perdoadores, amorosos, bons maridos ou esposas (tudo isso bom, obviamente!). Os

    seus coraes podem ser aquecidos e at edificados. Mas, medida que o fundamento

    teolgico negligenciado, o lobo da heresia passa a espreitar cada vez mais de perto.Como? No que o prprio pastor seja um herege. Ele pode ser completamente ortodoxo e

    fiel em sua prpria teologia. No entanto, elepresumea teologia em toda a sua pregao e,

    assim, torna-se negligente em pregar ao seu povo o enredo e a teologia da Bblia. Em uma

    ou duas geraes, portanto, a congregao pode, desavisadamente e por ignorncia,

    chamar um pastor mais liberal. Esse novo pastor tambm pregar que as pessoas devem

    ser boas, gentis e amorosas. Ele tambm enfatizar a importncia de bons casamentos e

    relacionamentos dinmicos. As pessoas nos bancos podem nem sequer discernir a

    diferena, uma vez que a teologia parece exatamente igual do pastor conservador que o

    precedeu. E, em um sentido, ela o , pois o pastor conservador nunca proclamou ou

    pregou a sua teologia. O pastor conservador cria na inerrncia da Escritura, mas no em

    sua suficincia, pois ele deixou de proclamar tudo o que as Escrituras ensinam sua

    congregao.

    Nossa ignorncia acerca da teologia constantemente se evidencia. No saem da minha

    mente duas ocasies nos ltimos dez anos (uma em um grande estdio, por um pregador

    cujo nome no lembro) em que um pregador convidava as pessoas para virem frente. O

    sermo no estdio pretendia ser um sermo evangelstico, mas eu posso honestamente

    dizer que o evangelho no foi pregado de modo algum. Nada foi dito acerca de Cristo

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    crucificado e ressurreto, oupor queele foi crucificado e ressurreto. Nada foi dito sobre por

    que a f salva, e no as obras. Milhares vieram frente e foram, sem dvida, contados

    como salvos. Mas eu coava minha cabea e indagava o que de fato estava acontecendo.

    Eu orei para que ao menos alguns fossem verdadeiramente convertidos, talvez porque

    eles j conhecessem o contedo do evangelho de ouvi-lo em outras ocasies. O mesmo

    aconteceu no culto de uma igreja que eu visitava. O pregador prolongou-se em um

    inspirado convite para que os ouvintes "viessem frente" e "fossem salvos", mas ele no

    deu qualquer explicao acerca do evangelho!

    Tal pregao pode encher nossas igrejas de pessoas no convertidas, as quais so

    duplamente perigosas: elas foram asseguradas por seus pastores de que so convertidas

    e de que nunca podem perder a sua salvao, mas ainda esto perdidas. Ento, daquele

    dia em diante, essas mesmas pessoas so exortadas, semana aps semana, com o nosso

    novo evangelho para esses tempos ps-modernos: sejam legais.

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