UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O POTENCIAL E USO DOS …tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2017/07/Art18-vol19-julho2017.pdf · portões da escola e adentram as salas de aula. ... comunicação

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    Revista Tecnologias na Educao- Ano 9-Nmero/Vol.19- Julho 2017- tecnologiasnaeducacao.pro.br /

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    UMA INVESTIGAO SOBRE O POTENCIAL E USO DOS DISPOSITIVOS MVEIS POR PROFESSORES DE QUMICA

    Thiago Vinicius Ferreira1

    Maria das Graas Cleophas2 RESUMO As mltiplas tecnologias impem novos ritmos aos mais variados setores da sociedade,

    e a escola vem sentindo a influncia desta imposio. Para acompanhar este processo,

    os educadores esto constantemente sendo desafiados a remodelarem suas prticas

    pedaggicas, para melhor se adaptarem enxurrada de tecnologias que transbordam os

    portes da escola e adentram as salas de aula. Muitas dessas tecnologias so inseridas

    pelos prprios estudantes, que, neste contexto, passam a ser chamados de nativos

    digitais. O grande desafio da atualidade para a escola e o professor est em como aliar

    a tecnologia ao ensino, sem que um ofusque o outro durante este processo. Dessa forma,

    o presente artigo aborda e descreve os processos de insero dos dispositivos mveis no

    ensino de Qumica e destaca os limites de sua usabilidade e aplicao no mbito de

    escolas pblicas. A pesquisa de carter qualitativo e foi realizada com treze (n=13)

    professores de Qumica que atuam nas escolas da rede pblica estadual da cidade de

    Foz do Iguau (PR)/Brasil, entre os meses de setembro e dezembro de 2016. Por meio

    dos instrumentos de coleta de dados, foi possvel verificar que as atividades

    pedaggicas promovidas dentro do contexto escolar que utilizam o suporte dos

    dispositivos mveis so pouco significativas do ponto de vista de aprendizagem dos

    alunos e que a estratgia didtica m-learning (aprendizagem mvel) desconhecida

    entre os professores entrevistados, revelando que a utilizao do potencial dos

    dispositivos mveis por estes professores extremamente limitada.

    Palavras-chave: M-learning, dispositivo mvel, ensino de Qumica.

    ____________________________ 1 Licenciado em Cincias da Natureza pela Universidade Federal da Integrao Latino-Americana (Unila), Foz do Iguau/PR, e graduando em licenciatura em Qumica pela mesma instituio. 2 Doutora em Ensino das Cincias pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e professora adjunta do Instituto Latino-Americano das Cincias da Vida e da Natureza (ILACVN) da Universidade Federal da Integrao Latino-Americana (Unila), Foz do Iguau/PR. Coordena o Ncleo de Desenvolvimento de pesquisas em Ensino de Qumica NuDPEQ

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    INTRODUO

    O cenrio educacional brasileiro tem passado por constantes mudanas, muitas

    delas impostas pelos novos ritmos que as tecnologias impem. Neste vis, o papel do

    professor das mais diversas reas de saberes tem sido remodelado a novos formatos,

    com o intuito de abranger novos objetivos. A escola e o professor esto sendo

    desafiados cada vez mais a adotar as mltiplas tecnologias em seu contexto e na sua

    prtica docente. Nesse sentido, os dispositivos mveis tm muito a contribuir dentro e

    fora do espao fsico formal de ensino. Porm, observa-se uma entrada externa desses

    dispositivos em sala de aula, o que reconhecido como o movimento Bring Your Own

    Device (BYOD), o que significa traga o seu prprio dispositivo. Neste movimento,

    so os prprios estudantes que esto inserindo essas tecnologias mveis em sala de aula.

    Essa insero rpida e sem planejamento, gerada pelos dispositivos mveis, vem

    sendo vislumbrada de forma dicotmica entre os professores, pois, ao mesmo tempo em

    que pode contribuir com o processo de inovao metodolgica, tambm pode contribuir

    para o desinteresse e a desateno em sala, quando sua aplicao no bem costurada

    ao planejamento da disciplina.

    Dado o exposto, o presente trabalho tem por objetivo responder s seguintes

    questes de investigao norteadoras: como o professor de Qumica da educao bsica

    usa e medeia o potencial das tecnologias mveis em seu cotidiano escolar? E quais as

    maiores dificuldades que estes educadores encontram durante este percurso?

    2. ENBASAMENTO TERICO

    2.1 As mltiplas tecnologias e a escola: uma histrica relao de indiferena

    As tecnologias sempre estiveram atreladas a aparatos materiais ou intelectuais

    que propiciaram facilidades nas mltiplas relaes histricas do ser humano. Assim, a

    palavra tecnologia carrega em si o sentido da atividade do modificar, do transformar e

    do agir. Casonatto et al. (2016, p. 2) deliberam que, desde o incio dos tempos, o

    domnio de determinados tipos de tecnologias e informaes distinguem os seres

    humanos. Entendemos que a relao do homem com a natureza sempre foi mediada

    pela tecnologia, sendo que esta mediao mais marcante na sociedade

    contempornea, pois as mudanas que ocorreram nesse perodo, movidas pelo

    incremento, desenvolvimento e aplicao das novas tecnologias, conduziram

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    passagem da sociedade industrial para a sociedade da informao, uma sociedade

    marcada pelo predomnio dos meios de comunicao.

    As grandes transformaes na forma como o conhecimento manuseado,

    transmitido e assimilado, assim como a forma crescente do atrelamento da

    comunicao e informao aos suportes tecnolgicos, foraram mudanas inesperadas

    nos mais diversos setores, incluindo as instituies escolares. Nesta nova sociedade da

    informao, a tecnologia ganha uma nova conotao, passa a ser chamada de

    Tecnologias da Informao e Comunicao (TIC), pois, neste novo contexto social,

    so essas tecnologias que interferem e medeiam os mltiplos processos informacionais

    e comunicativos do cotidiano, sendo ento ferramentas que possuem entre as suas

    principais funes as de reunir, distribuir e compartilhar informaes e comunicaes.

    Com o incremento das novas tecnologias, sobretudo no vis educacional,

    passou-se a deliberar e questionar sobre as vantagens e desvantagens da insero das

    TIC no mbito da escola e, principalmente, levantou-se uma dvida que permeia at os

    dias atuais em relao ao papel do professor frente s novas tecnologias.

    A introduo das novas tecnologias e suas aplicaes no ensino em nada diminuiu o papel do professor. Modificou-o profundamente. O professor deixou de ser o nico detentor do saber e passou a ser um gestor das aprendizagens e um parceiro do saber coletivo. [...] Deste modo, compete-lhe exercer toda a sua influncia no sentido de organizar o saber que, muitas vezes, debitado de uma forma catica, sem esprito crtico e sem eficcia. O novo perfil do professor levar, decididamente, a situ-lo na vanguarda do processo de mudana que a sociedade da informao ps em marcha [...] (LIMA, 2006, p. 4).

    evidente que a relao entre as TIC e a escola historicamente cercada de

    indiferena, a escola dos dias atuais, em sua grande maioria, ainda segue promovendo

    um modelo de ensino baseado em aulas expositivas e dialogadas, onde o professor

    figura como o nico detentor do conhecimento no espao escolar, renegando assim o

    potencial transformador que as TIC poderiam promover em sala de aula.

    Os professores devem sensibilizar-se a respeito das mudanas de papis vinculados presena das tecnologias de informao e comunicao no marco docente, avaliando que podem liber-los, em certa medida, da tarefa de transmitir informao e conhecimentos, para torn-los dinamizadores e referentes do processo de aprendizagem (SANCHO et al., 2006, p. 80).

    Tedesco (2004) destaca que as TIC no foram concebidas para a educao, no

    surgiram naturalmente nos sistemas de ensino, no foram demandadas pela

    comunidade docente, no se adaptam facilmente ao uso pedaggico e sua introduo

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    inicial sempre de fora para dentro do sistema educacional. Dado o exposto,

    comeamos a compreender o fenmeno da insero das mltiplas tecnologias dentro

    da escola. No caso da atualidade, as palavras de Tedesco (2004) descrevem muito bem

    o comportamento da escola frente ltima evoluo tecnolgica disponvel, os

    dispositivos mveis.

    2.2 A quase universalidade do dispositivo mvel em sala de aula: a presena do

    equipamento e a ausncia da aplicao no vis didtico

    As tecnologias mveis cada vez mais esto revolucionando e modificando a

    forma como aprendemos e como interagimos com o conhecimento, elas possuem o

    potencial de chegar a localidades aonde os materiais didticos fsicos, professores e

    escolas no conseguiam historicamente chegar. Os dispositivos mveis so

    ferramentas que podem ser utilizadas para a promoo de aprendizagens,

    configurando-se como uma tendncia mundial conhecida como m-learning. Neste

    contexto, os smartphones, tablets, laptops, ultrabooks, netbooks, medias players

    (iPods e similares), games consoles e outros dispositivos hbridos se configuram como

    dispositivos mveis e todos possuem potencial para a promoo de uma aprendizagem

    mvel (mobile learning).

    Os principais mediadores dessas tecnologias so os jovens com idade at 25

    anos (gerao Z, nascidos aps 1992, e gerao Alpha, nascidos aps 2010), sendo os

    mesmos chamados de nativos digitais tal termo foi originalmente introduzido por

    Prensky (2001) em um trabalho intitulado Digital natives, digital immigrants, em

    que o autor caracteriza os nativos digitais como sendo os jovens que, ao nascerem e se

    estabelecerem em uma sociedade embebida pelas tecnologias, acabaram cada vez mais

    se associando a elas de forma natural e progressiva. Segundo Leite (2015, p. 80), os

    nativos digitais falam com naturalidade e sem sotaque o idioma digital dos recursos

    eletrnicos de hoje, como se fosse a sua prpria lngua materna, adaptando-se sem

    medo realidade inconstante das novas tecnologias.

    So esses nativos digitais que constituem as salas de aula das escolas do sculo XXI, e,

    ao perceberem que muitas vezes em seu cotidiano escolar lhe so negados a oferta e o

    uso das ferramentas tecnolgicas to comuns aos mesmos, como o smartphone ou o

    acesso internet, comum a prtica da insero, por iniciativa prpria, dos seus

    dispositivos mveis no mbito da escola. Essa prtica ganhou nome, trata-se do

    movimento Bring Your Own Device (BYOD), que em traduo livre seria traga o

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    seu prprio dispositivo; neste contexto, a escola est sendo inundada por aparatos

    tecnolgicos, metodologias e informaes que so inseridas pelos prprios estudantes.

    Infelizmente, essa insero sem planificao das tecnologias mveis no vis da escola

    vem gerando reaes de descontentamento por parte dos gestores, professores e pais,

    que enxergam esses aportes mais como meio de entretenimento do que uma ferramenta

    com potencial educativo. Almeida (2011) preconiza que

    preciso criar estratgias para que os celulares sejam incorporados, pois oferecem vrios recursos e no custam nada escola. A proibio s incentiva o uso escondido e a desateno na dinmica da aula. Geralmente os estudantes, inclusive de escolas pblicas, tm celular e o levam a todos os lugares. Ele o instrumento mais usado pela populao brasileira. Basta olhar as estatsticas. [...] Os alunos, com seu celular, podem fazer o registro daquilo que encontram em uma pesquisa de campo. Podem trabalhar textos e fotos e preparar pequenos documentrios em vdeo. Isso precisa ser integrado ao contedo (ALMEIDA, 2011, p. 1).

    Para Mousquer e Rolim (2011, p. 2), a utilizao dos dispositivos mveis

    permite ao aluno trabalhar a sua criatividade, ao mesmo tempo em que se torna um

    elemento de motivao e colaborao, uma vez que o processo de aprendizagem da

    criana se torna atraente, divertido, significativo e auxilia na resoluo de problemas.

    Segundo Moran et al. (2013), o desembarque destas tecnologias pode promover

    articulao entre mobilidade, espaos e tempo, medida em que uma parte cada vez

    maior da aprendizagem pode ocorrer sem a presena fsica em sala de aula e sem a

    superviso direta do professor.

    As tecnologias mveis agilizam a pesquisa, a comunicao e a propagao das informaes em rede e, dessa forma, propiciam tambm a combinao de ambientes formais com virtuais. Facilitam ainda a organizao dos processos educativos e das abordagens situadas, flexibilizando a adaptao de estudantes e professores. As salas de aulas podem se converter em locus de pesquisa, de desenvolvimento de projetos, de produes colaborativas e integradas, de intercomunicao em tempo real, com a vantagem de combinar a essncia da dimenso presencial com a do virtual, no mesmo espao e ao mesmo tempo, utilizando todas as mdias, todas as fontes, todas as maneiras de interao (FARAUM JUNIOR et al., 2016, p. 3).

    Ferreira et al. (2012) deliberam que, por mais que a insero dos dispositivos

    mveis na sociedade atual seja crescente, a simples disponibilidade dessa tecnologia

    por si s no garante que o seu potencial venha a ser utilizado em termos de

    aprendizagem, nem aceito por todos de forma homognea. Para Moura (2016), os

    nativos digitais so um mito quando estudados sob a tica do contexto escolar, pois,

    apesar de usarem a tecnologia a todo momento, ainda no esto familiarizados a

    utiliz-los como uma ferramenta de aprendizagem. Althunibat (2015) tambm destaca

    que a implantao bem-sucedida do m-learning exige igualmente a qualificao do

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    aluno no uso dos dispositivos mveis de forma adequada e produtiva no contexto

    escolar. por isso que o papel do professor muito importante, pois ele ser o

    mediador do uso da tecnologia de forma inovadora, ancorando-a numa base mediada

    pela aprendizagem mvel e promovendo experincias de aprendizagens significativas

    e efetivas, baseadas em trabalho em equipe, resoluo de problemas existentes na vida

    real, simulaes, jogos educativos e abordagens mais colaborativas e interativas.

    Nesse sentido, vem se procurando por metodologias que consigam conciliar os

    dispositivos mveis e o ensino dentro do ambiente escolar; entre as muitas propostas,

    uma das que mais vm ganhando ateno o m-learning. Para Moura (2010), o m-

    learning aproveita a portabilidade dos dispositivos e a mobilidade dos sujeitos,

    podendo os mesmos estarem ou no contidos em espaos fsicos formais de ensino,

    como a sala de aula. Mousquer e Rolim (2011) defendem que a utilizao de

    dispositivos mveis auxilia na resoluo de problemas e permite que o aluno

    desenvolva aspectos relacionados com a sua criatividade, motivao e colaborao, o

    que certamente contribui para que o processo de aprendizagem se torne atraente,

    divertido e significativo. No entanto, Petrakieva (2015) alerta que a estratgia m-

    learning apenas ter sucesso caso satisfaa uma necessidade e, sobretudo, tenha um

    propsito para o utilizador. Nesse contexto, coerente apontar que o m-learning uma estratgia didtica

    ainda inovadora no ensino, porm, muitas vezes a integrao e insero dela ocorre

    sem uma correta planificao, o que gera uma ambiguidade na compreenso das

    implicaes pedaggicas para o processo de ensino e aprendizagem do estudante.

    Okita et al. (2013) preconizam que o m-learning possui em sua essncia mecanismo

    til para enriquecer a aprendizagem dos alunos. No entanto, preciso defender que

    haja um rigoroso planejamento sobre o seu uso, pois no h dvidas de que a

    aprendizagem mvel no pode ser considerada uma poo mgica que resolve todos os

    problemas referentes ao ensino e aprendizagem (RAMOS, 2009).

    Quanto mais avanadas s tecnologias, mais a educao precisa de pessoas humanas, evoludas, competentes, ticas. So muitas informaes, vises, novidades. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras e confiveis (MORAN, 2007, p. 167).

    Cleophas et al. (2015) enfatiza, no que tange contribuio dos dispositivos

    mveis educao, que existe um amplo campo para alar voos e uma rica seara a ser

    explorada. Sendo assim, no basta ter a presena do dispositivo mvel em sala de aula,

    ou promover uma usabilidade eventual, necessrio desenvolver competncias para

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    us-los com finalidade educativa, formativa e, sobretudo, contribuindo para o

    surgimento ou enaltecimento de distintas habilidades e competncias.

    3. METODOLOGIA

    Tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa. Para Goldenberg (1997, p.

    34), a pesquisa qualitativa no se preocupa com representatividade numrica, mas,

    sim, com o aprofundamento da compreenso de um grupo social ou de uma

    organizao. Minayo (2001, p. 14) destaca que a pesquisa qualitativa trabalha com o

    universo de significados, motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes, o que

    corresponde a um espao mais profundo das relaes, dos processos e dos fenmenos

    que no podem ser reduzidos operacionalizao de variveis.

    A presente pesquisa, dentro do bojo qualitativo, se configura como um estudo

    de caso. Stake (1994) descreve o estudo de caso como um mtodo que tem por

    objetivo o estudo de um determinado objeto, que pode ser uma pessoa, um programa,

    uma instituio, uma empresa ou um determinado grupo de pessoas que compartilham

    o mesmo ambiente e as mesmas experincias. Goode e Hatt (1973) comentam que o

    estudo de caso pode ser considerado um estudo profundo de um objeto, que tem por

    objetivo permitir um amplo e detalhado conhecimento sobre o objeto da pesquisa. Para

    realizar a coleta dos dados da pesquisa, utilizou-se de um questionrio semiestruturado

    contendo questes mistas (questes abertas e fechadas). As questes abertas objetivam

    levantar fragmentos textuais elaborados pelos sujeitos da pesquisa.

    O universo desta pesquisa constituiu-se de treze (n=13) professores efetivos e

    temporrios da disciplina de Qumica que ministram aulas em escolas pblicas

    estaduais vinculadas ao Ncleo Regional de Educao (NRE), localizado na cidade de

    Foz do Iguau, no estado do Paran. Os professores, sujeitos desta pesquisa, atuam nos

    trs nveis do ensino mdio e foram convidados a participar da pesquisa atravs do

    preenchimento de um questionrio contendo questes mistas (questes abertas e

    fechadas). Tais questionrios foram aplicados entre os meses de setembro e novembro

    de 2016, em diversos colgios estaduais da cidade de Foz do Iguau (PR).

    4. ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS

    4.1 Caracterizando o sujeito da pesquisa

    Sobre a caracterizao dos sujeitos da pesquisa, 61,5% (n=8) so professores do

    gnero masculino, enquanto 38,5% (n=5) so do gnero feminino. Quanto idade, a

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    maioria possui idade entre 20 e 30 anos (n=5), tendo os demais de 41 a 50 anos (n=4),

    de 41 a 50 anos (n=3) e de 51 a 55 anos (n=1). Sobre o tempo de atuao dos sujeitos

    entrevistados como professores de Qumica na rede pblica de educao do Estado do

    Paran, a maioria (n=9) atuou entre 1 e 5 anos como professores na disciplina de

    Qumica. Quanto ao vnculo empregatcio com a Secretaria Estadual de Educao do

    Paran, a maioria, 69,2% (n=9), de professores temporrios contratados atravs do

    processo seletivo simplificado (PSS), enquanto que apenas 30,8% (n=4) so professores

    efetivos do quadro prprio do magistrio.

    4.2 O professor de Qumica da escola pblica e os dispositivos mveis

    Quando questionados sobre os dispositivos que apresentam caractersticas

    mveis, os professores entrevistados apontaram o notebook 92,3% (n=12) , o

    smartphone 100% (n=13) , o tablet 92,3% (n=12) e o celular 92,3% (n=12)

    como dispositivos com caractersticas mveis. Apenas 15,4% (n=2) dos entrevistados

    consideraram o e-reader um dispositivo mvel, o que nos deixa claro que sua existncia

    ainda desconhecida para a maioria dos entrevistados e seu carter mvel renegado.

    Pois os e-readers (leitores de livros digitais) j so comuns em vrias partes do mundo,

    incluindo o Brasil, e em muitas escolas livros didticos foram substitudos justamente

    por estes equipamentos.

    Outro ponto que chama a ateno a falta de ambiguidade entre os dispositivos

    mveis smartphone e celular, pois muitos professores assinalaram que fazem uso dos

    dois recursos, mas na realidade os mesmos usam apenas o smartphone ou o celular, o

    que nos leva a compreender que os professores entrevistados acreditam que ambos os

    equipamentos desempenham as mesmas funes, e os categorizam como sendo a

    mesma coisa. Neste vis, Lemos (2007) preconiza que os celulares so dispositivos

    mveis, ou seja, so portteis, porm, essa caracterstica isolada no suficiente para

    lhes conceder o ttulo de smartphone, pois este, alm de ser porttil, tambm oferece

    diversos outros recursos que um mero celular nunca conseguir oferecer. Neste sentido,

    necessrio salientar que a aplicabilidade do celular como uma estratgia m-learning

    extremamente limitada, pois estes dispositivos, quando comparados aos smartphones,

    no apresentam recursos essenciais para sua finalidade educativa, a citar: um sistema

    operacional avanado; um catlogo de aplicativos; conexo com a internet atravs das

    redes wireless ou das redes de internet mvel (3G ou 4G), etc.

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    Os sujeitos da pesquisa tambm foram questionados sobre o significado didtico

    do termo m-learning: 84,7% (n=11) dos entrevistados afirmaram no saber o

    significado do referido termo, enquanto que apenas 15,3% (n=2) afirmaram ter

    conhecimento sobre a estratgia didtica. Isso denota uma falta de conhecimento acerca

    de estratgias didticas que promovam de forma pedaggica o uso das mltiplas

    tecnologias, principalmente as com caractersticas mveis, por parte dos professores.

    Moran (2005) aponta que, ao no dominar tais recursos tecnolgicos, os professores das

    mais diversas reas do conhecimento tentam conter ao mximo a entrada dessas

    tecnologias em sua aula, fazendo eventualmente pequenas concesses, sem mudar o

    essencial, promovendo e mantendo assim uma estrutura de ensino baseada no controle,

    represso e repetio de velhos hbitos. Existe uma sensao de necessidade de

    mudana, porm, os professores muitas vezes no sabem como e nem por onde

    comear. Para Abu-Al-Aish et al. (2013), existem muitas barreiras que impedem o

    avano do m-learning no interior das escolas. Ele destaca que as questes pedaggicas,

    as falhas de compatibilidade na infraestrutura de informaes, a capacidade de

    penetrao dos dispositivos mveis, a aceitao do usurio e as presses enfrentadas em

    nvel pblico e social contribuem para a estagnao desta estratgia.

    [...] a principal funo do professor no pode mais ser uma difuso dos conhecimentos, que agora feito de forma mais eficaz por outros meios. Sua competncia deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. O professor torna-se um animador da inteligncia coletiva dos grupos ao seu encargo (LVY, 1999, p. 170).

    Porm, quando questionados se os mesmos possuem habilidade no uso dos

    dispositivos mveis em seu contexto pessoal, 100% (n=13) destes afirmaram possuir tal

    habilidade. O fato acima demonstra que, para todos os entrevistados, existe uma

    intrnseca sensao de domnio dos recursos mveis, porm, essa concepo de domnio

    muitas vezes est restrita apenas a uma parcela de funes que esses dispositivos

    oferecem, ou seja, o professor muitas vezes acaba no promovendo as mesmas funes

    que est habituado a dominar em seu contexto pessoal, trata-se de uma bolha

    tecnolgica que infelizmente no acompanha as rpidas mudanas promovidas pelas

    tecnologias e nem contribui de forma efetiva para o ensino e aprendizagem dos nativos

    digitais.

    Foi questionado aos professores se os seus alunos utilizam os dispositivos

    mveis (smartphone, tablet) em sala de aula sem a sua prvia autorizao: 69,2% (n=9)

    dos entrevistados afirmaram que seus alunos fazem uso destes dispositivos em sala de

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    aula, enquanto que 30,8% (n=4) afirmaram que seus alunos no utilizam. Este fato

    corrobora o que preconizado por Leite (2015) e Moura (2016), sobre a necessidade do

    uso e porte das tecnologias mveis pelos nativos digitais durante o seu cotidiano.

    Quando arguidos a respeito da promoo do uso do smartphone ou tablet em

    atividades didticas envolvendo a Qumica dentro de sala de aula, 69,2% (n=9) dos

    professores entrevistados afirmaram no promover o uso de tais dispositivos mveis

    dentro de sala de aula, e apenas 30,8% (n=4) afirmaram que incentivam

    pedagogicamente o uso destes dispositivos mveis em atividades na sala de aula. Moura

    (2009) aponta que o medo e a insegurana pelo novo levam o professor a demonizar os

    dispositivos mveis. Ainda, Moran (2005) destaca que esse mesmo medo do novo leva

    o professor a ignorar as novas tecnologias e promover um ensino baseado em velhos

    paradigmas, ou seja, fica clara a necessidade do professor em repaginar o seu

    pensamento e concluses acerca dos dispositivos mveis. Nesse contexto, percebemos

    que a formao inicial e continuada essencial no processo de construo e

    desconstruo de barreiras ideolgicas atreladas ao uso pedaggico das tecnologias.

    Para os 30,8% (n=4) que afirmaram que fazem uso dos dispositivos mveis em

    sala de aula, foi solicitado que citassem algumas das atividades promovidas. O Quadro

    1 apresenta os recortes textuais das respostas dos professores.

    Quadro 1. Recortes textuais de algumas das atividades promovidas em sala de aula usando os dispositivos mveis pelos professores de Qumica que afirmaram fazer uso de tais recursos.

    Professor Recorte textual P.01 Uso de aplicativo de tabela peridica e de funes orgnicas. P.02 Uso de aplicativo com tabela peridica e busca na internet de determinados

    conceitos. P.03 Uso da tabela peridica, pesquisa na internet e prticas de Qumica. P.04 Consulta de aplicativos como a tabela peridica e laboratrio virtual.

    Fonte: Elaborada pelos autores.

    Atravs da anlise do Quadro 1, compreende-se que mesmo aqueles professores

    que promovem alguma atividade em sala de aula usando os dispositivos mveis acabam

    por no utilizar todo o potencial de tais recursos tecnolgicos, pois todos parecem

    promover as mesmas atividades, tais como o uso da tabela peridica e de pesquisas na

    rede de internet, demonstrando novamente que ou desconhecem as mltiplas aplicaes

    e o potencial destes dispositivos mveis no vis do ensino da Qumica, ou que haja uma

    possvel escassez de aplicativos que abordem outros temas que vo alm da j

    saturada temtica da tabela peridica. Neste contexto, Nichele e Schlemmer (2014)

    realizaram um estudo em que quantificaram os aplicativos voltados ao ensino de

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    Qumica e suas respectivas reas de estudo disponveis na AppStore, para o sistema

    operacional iOS, da Apple. Os estudos de Nichele e Schlemmer (2014) podem ser

    resumidos atravs da Figura 1, onde, do montante dos aplicativos disponveis na

    AppStore voltados ao ensino de Qumica, a grande maioria se enquadra no grupo de

    aplicativos voltados ao ensino da tabela peridica, seguido pelos aplicativos para estudo

    da estrutura atmica e, em menor nmero, aplicativos que resumem as funes

    orgnicas.

    Figura 1. Nmero de aplicativos disponveis na AppStore e suas reas de estudo.

    Fonte: Adaptado de Nichelle e Schlemmer (2014).

    Isso denota que, muito alm das dificuldades intrnsecas de cada professor em

    dominar os recursos tecnolgicos e direcion-los ao ensino de Qumica, tambm existe

    a dificuldade operacional em encontrar materiais pertinentes ao contedo de estudo em

    um vasto universo de aplicativos. Essa escassez pode ser o fator determinante que acaba

    por desestimular aqueles professores que decidem abraar o m-learning como uma

    estratgia didtica de ensino em sala de aula.

    Quando questionados sobre o nvel de dificuldade apresentado em relao ao

    processo de adaptao de um dado contedo de sua rea do saber, e desenvolv-lo,

    preferencialmente, usando os dispositivos mveis como estratgias de ensino, 61,5%

    (n=8) dos professores entrevistados classificaram o nvel de dificuldade desta adaptao

    como intermediria, outra parte, 23,1% (n=3), classificou como difcil, e somente

    15,4% (n=2) classificaram como fcil, demonstrando, assim, que os professores

    sentem dificuldade no apenas em inserir o dispositivo mvel em sua disciplina, como

    tambm classificam como intermedirio o grau de dificuldade em adaptar um contedo

    de seu domnio para o vis da tecnologia, corroborando novamente o estudo de Nichelle

    e Schlemmer (2014) sobre a escassez de aplicativos que abordem os mais variados

    contedos da Qumica. Percebe-se, na prtica, que os professores sentem essa

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    dificuldade na adaptao, porque muitas vezes no encontram esses materiais

    disponveis nas grandes lojas virtuais de aplicativos.

    Outro ponto importante questionado se o grupo de professores entrevistados

    acredita que o interesse de seus alunos aumentaria se os dispositivos mveis fossem

    inseridos em sua disciplina; a grande maioria 76,9% (n=10) acredita que haveria sim

    um aumento no interesse dos seus alunos pela Qumica se esses recursos fossem

    inseridos em suas aulas, enquanto que 23,1% (n=3) acreditam que no haveria mudana

    no interesse do aluno pela Qumica. O resultado mostra claramente que os professores

    conseguem enxergar os benefcios sobre o uso dos dispositivos mveis quando

    aplicados ao ensino de Qumica. Quando alinhados com os objetivos didticos, o uso

    correto dos dispositivos mveis, em sala de aula ou fora dela, pode contribuir com a

    melhoria nas interaes sociais, estimular a busca pelo conhecimento, a concentrao, a

    autonomia e a resoluo de problemas. Cleophas et al. (2015) apontam que esse

    intrnseco interesse dos jovens em geral pelas tecnologias mveis vem de seu carter

    ldico.

    Isto coaduna com a ideia de que as TIC possuem muitos elementos incorporados em sua essncia que so originrios do ldico, pois, ao desenvolver uma atividade com o apoio das TIC, notamos que os alunos se sentem mais motivados a resolverem os problemas impostos sobre os contedos, j que se sentem mais confortveis em utilizar as ferramentas tecnolgicas disponveis, ou pelo fato de serem desafiados pela habilidade que as TIC requerem. Valendo ressaltar que este aspecto prazeroso no algo individual, sendo compartilhado entre os indivduos, construindo assim, uma situao de colaborao mtua e prazer em superar os obstculos momentneos que as TIC algumas vezes impem (CLEOPHAS et al., 2015, p. 13).

    Sendo assim, as contribuies dos dispositivos mveis ao ensino de Qumica

    podem ser gigantescas, pois, alm de serem uma ferramenta familiar aos nativos

    digitais, podem se tornar uma ferramenta que converta o ensino em algo mais prazeroso,

    quando alinhada ao seu carter ldico.

    5. CONCLUSES

    O presente estudo se debruou sobre a atual concepo do uso e da perspectiva

    do potencial dos dispositivos mveis no vis da escola pblica, focalizando no mbito

    do ensino de Qumica. Foi um objetivo incessante desta pesquisa compreender a forma

    como a escola se molda frente aos constantes avanos tecnolgicos que cada vez

    atravessam seus muros e se instalam de forma definitiva no contexto escolar.

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    Por meio de um estudo de caso que investigou a prtica docente de treze (n=13)

    professores de Qumica da educao bsica pblica estadual do Paran, conseguimos

    compreender que, no contexto estudado, existe um grande e crescente abismo, no que

    concerne ao reconhecimento de estratgias didticas que efetivem o uso dos dispositivos

    mveis como um recurso pedaggico no ambiente da escola. Ficou muito claro que a

    estratgia didtica m-learning desconhecida no universo de professores pesquisados.

    Outro ponto marcante que a maioria dos entrevistados no promove atividades em sala

    que aproveitem os recursos tecnolgicos que os seus prprios estudantes inserem no

    ambiente, porm a maioria dos entrevistados se queixa da crescente entrada de tais

    dispositivos com carter mvel no contexto da escola. Entre a minoria que afirmou

    promover alguma atividade que utilize os dispositivos mveis em sala, ficou clara

    tambm a existncia de uma bolha metodolgica, pois professores de diferentes

    escolas e com diferentes metodologias promovem as mesmas atividades quando usam

    os dispositivos mveis, denotando, assim, uma grande carncia didtica que tais

    professores tm no vis do uso das tecnologias mveis para fins pedaggicos na

    disciplina de Qumica e, igualmente, a escassez de aplicativos que abordem as mais

    variadas temticas do ensino de Qumica.

    Tal estudo demonstrou a urgente necessidade de se discutir o papel da

    tecnologia e do professor no processo de aquisio de conhecimentos, dentro do mbito

    da escola, e a grande necessidade de se oferecer um letramento digital que v alm do

    funcionamento do equipamento (como ligar ou desligar), mas que promova

    encadeamentos didticos e metodolgicos entre tecnologia, conhecimento e pessoas,

    para que assim finalmente tais recursos tecnolgicos mveis possam contribuir de forma

    efetiva no contexto educacional.

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Recebido em abril 2017

    Aprovado em junho 2017