Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE LISBOA
Faculdade de Belas Artes
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA
O EXÉRCITO PORTUGUÊS
Francisco António Amado Rodrigues
Mestrado em Museologia e Museografia
2005
UNIVERSIDADE DE LISBOA
Faculdade de Belas Artes
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA
O EXÉRCITO PORTUGUÊS
Dissertação orientada pelo Professor Doutor Fernando António Baptista Pereira
Francisco António Amado Rodrigues
Licenciado
Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em
Museologia e Museografia
Lisboa, Junho de 2005
“HÁ VINTE ANOS UMA CONFERÊNCIA INTITULADA
O PRESIDENTE DA EMPRESA NUM MUNDO LIGADO EM REDE
NÃO TERIA SIDO POSSÍVEL. DAQUI A VINTE ANOS,
NÃO SERÁ NECESSÁRIA”1.
Peter Drucker.
1 - Frase atribuída a Peter Drucker. Ver em: Máximas de Sempre (2004), Amadora, Edição Lua Nova,
página 49.
À memória do Exmo General Manuel Themudo Barata.
AGRADECIMENTOS
Em 10 de Setembro de 2002 estava de férias com a minha família no Algarve
(Monte Gordo) quando li o anúncio, no jornal semanário “Expresso”, sobre as
condições de candidatura à frequência de Mestrado em Museologia e Museografia na
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Era uma oportunidade única,
essencialmente por duas razões:
- Estava na iminência de concluir a licenciatura em História pela Universidade
Aberta e entendia que, na sequência desse curso, tratar-se-ia de uma candidatura
coerente com aquela formação académica, associada à futura aplicabilidade no Exército
Português e, dessa forma, contribuiria simultaneamente para a valorização da sua
actividade histórica e museológica;
- Correspondia a um dos objectivos traçados pelo Comando da Academia Militar e
do Exército Português, que era a obtenção de grau académico superior a licenciatura,
colaborando assim para um melhor rácio entre professores militares com grau de
“Mestre” ou “Doutor” e o número de alunos daquele Estabelecimento Militar de Ensino
Superior.
O apoio familiar para avançar com a candidatura estava assegurado, desde o
primeiro instante e na pessoa da minha mulher, a Graça Nunes. Portanto, o principal
agradecimento vai para ela, obviamente.
No entanto, essa condição era necessária e não suficiente. Esta teria de ser adquirida
na instituição em que sirvo. Através de um telefonema para o Tenente-Coronel de
Cavalaria Carlos Nuno Gomes e Simões de Melo, meu chefe directo na Academia
Militar, obtive inequivocamente toda a sua cooperação, ânimo e confiança para
formalizar a candidatura àquele Mestrado. Portanto, o meu primeiro agradecimento na
instituição militar é dirigido à sua pessoa. Bem-haja!
Também devo agradecer à Academia Militar, na personagem do seu Comandante
em 2002, o Tenente-general Silvestre António Salgueiro Porto, pela possibilidade
proporcionada em frequentar durante algumas horas de serviço normal e em
universidade civil a desejada formação avançada de professores militares, embora fosse
numa área complementar à nossa formação de base, como é a do património cultural
militar e na qual se inserem os museus militares. Pela visão, sensibilidade e inteligência
manifestadas na decisão positiva tomada pelo meu ex-Comandante, o reiterado
agradecimento.
Ainda agradeço à Clara Camacho, pelo desafio e estímulo na tomada de decisão
para frequentar esse Mestrado, na óptica de preencher algum vazio evidente no Exército
Português e relacionado com a formação de quadros em Museologia e Museografia –
sabendo que aquela instituição tem campo de aplicação e pode beneficiar da presente
acção formativa, se assim o desejar a respectiva tutela.
À minha família e amigos próximos que souberam adequar a sua atitude à pouca
atenção por mim dispensada em determinados e diversos momentos, obviando alguns
sentimentos de culpa por não estar com eles e por estar a trabalhar na tese. Mas também
lhes agradeço pelo contrário, porque foram eles mais uma vez que souberam provocar
as interrupções necessárias na labuta e que, em certas circunstâncias, são tão saudáveis e
importantes como a sua continuidade permanente noutros instantes. Contudo, aquela
situação não impedia que se gerasse em mim outro tipo de sensação de falta, mas desta
vez por estar com eles em diversas actividades (culturais, lúdicas, desportivas, etc) e não
desenvolver trabalho para a tese. Enfim, bem-haja a todos vós pelo desejável equilíbrio
mental, emocional e físico proporcionado.
Aos meus colegas de Mestrado por tudo que me transmitiram, gerando novos
conhecimentos em áreas do saber tão diferenciadas, como por exemplo: arquitectura,
design de comunicação, desenho e pintura. Mas a ênfase deste agradecimento incide na
excelente camaradagem e amizade estabelecidas de uma maneira geral entre nós,
constituindo um óptimo apanágio do nosso curso junto de alguns profissionais de vários
museus nacionais e internacionais e, principalmente, de Professores.
Às demais pessoas e instituições que me auxiliaram, em particular a Célia Agapito
pelo seu vasto conhecimento sobre a concepção de questionários e análise de dados, e as
U/E/O respondentes aos questionários, a quem muito agradeço.
Por fim, ao meu orientador, Professor Doutor Fernando António Baptista Pereira, o
especial e enorme agradecimento pela confiança depositada, liberdade de acção
facultada e supervisão e orientação exercidas ao longo de várias reuniões de direcção de
tese, onde a inteligência, perspicácia, disponibilidade e erudição foram atributos
essenciais para que fossem excelentes e oportunas as suas indicações.
Mais uma vez, obrigado e um bem-haja a todos!
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
i
ÍNDICE GERAL
Página Nº
Índice de Figuras………………………………………………………….. x
Índice de Quadros………………………………………………………… xi
Lista de Siglas e Abreviaturas…………………………………………….. xii
Resumo e Palavras-chave…………………………………………………. xvi
Abstract and Keywords…………………………………………………… xviii
INTRODUÇÃO...........................……………………………………….... 1
CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO ORGANIZACIONAL DE
UNIDADES MUSEOLÓGICAS E PARAMUSEOLÓGICAS COM
COLECÇÕES MILITARES.
1. Elementos de índole museal sob a tutela do Exército…………………..
1.1. Estrutura superior do Exército……………………………………...
1.2. Direcção de Documentação e História Militar (DDHM)…………...
1.2.1. Antecedentes……………………………………………………
1.2.2. Evolução da missão e da orgânica……………………………...
1.3. Museus Militares……………………………………………………
1.3.1. Museu Militar (em Lisboa)……………………………………..
1.3.1.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.1.2. Evolução da missão e da orgânica………………………..
1.3.2. Museu Militar do Porto…………………………………………
1.3.2.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.2.2. Evolução da missão e da orgânica………………………..
1.3.3. Museu Militar de Bragança……………………………………..
1.3.3.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.3.2. Missão e orgânica…………………………………………
1.3.4. Museu Militar do Campo Militar de S. Jorge…………………..
1.3.4.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.4.2. Missão e orgânica
1.3.5. Museu Militar de Coimbra……………………………………...
1.3.5.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.5.2. Missão e orgânica…………………………………………
6
6
6
8
8
8
12
12
12
13
18
18
19
20
20
21
22
22
22
23
23
23
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
ii
1.3.6. Museu Militar da Madeira………………………………………
1.3.6.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.6.2. Missão e orgânica…………………………………………
1.3.7. Museu Militar dos Açores………………………………………
1.3.7.1. Antecedentes……………………………………………...
1.3.7.2. Missão e orgânica…………………………………………
1.4. Unidades, Estabelecimentos e Órgãos Territoriais com museus,
núcleos museológicos, ou outras denominações………………………...
1.4.1. No Governo Militar de Lisboa………………………………….
1.4.1.1. Academia Militar…………………………………………
1.4.1.2. Batalhão de Informações e Segurança Militar……………
1.4.1.3. Centro de Audiovisuais do Exército……………………...
1.4.1.4. Centro de Psicologia Aplicada do Exército………………
1.4.1.5. Centro Militar de Educação Física e Desportos…………..
1.4.1.6. Colégio Militar……………………………………………
1.4.1.7. Direcção dos Serviços de Saúde………………………….
1.4.1.8. Escola Militar de Electromecânica………………………..
1.4.1.9. Escola Prática de Cavalaria……………………………….
1.4.1.10. Escola Prática de Infantaria……………………………...
1.4.1.11. Escola de Sargentos do Exército………………………...
1.4.1.12. Escola Superior Politécnica do Exército………………...
1.4.1.13. Instituto de Odivelas…………………………………….
1.4.1.14. Instituto Geográfico do Exército………………………...
1.4.1.15. Instituto Militar dos Pupilos do Exército………………..
1.4.1.16. Manutenção Militar……………………………………...
1.4.1.17. Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento…………
1.4.1.18. Regimento de Artilharia Anti-aérea Nº1………………..
1.4.1.19. Regimento de Engenharia Nº1…………………………..
1.4.1.20. Regimento de Infantaria Nº1…………………………….
1.4.1.21. Regimento de Lanceiros Nº2……………………………
1.4.1.22. Regimento de Transmissões……………………………..
23
23
23
24
24
24
24
26
26
27
27
27
28
28
29
29
30
30
31
31
31
32
32
33
33
34
34
35
35
36
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
iii
1.4.2. Na Região Militar do Norte…………………………………….
1.4.2.1. Centro de Instrução de Operações Especiais……………..
1.4.2.2. Escola Prática de Transmissões…………………………..
1.4.2.3. Escola Prática do Serviço de Transportes………………...
1.4.2.4. Regimento de Artilharia Nº5……………………………...
1.4.2.5. Regimento de Infantaria Nº13…………………………….
1.4.2.6. Regimento de Infantaria Nº14…………………………….
1.4.3. Na Região Militar do Sul……………………………………….
1.4.3.1. Escola Prática de Artilharia……………………………….
1.4.3.2. Escola Prática de Engenharia……………………………..
1.4.3.3. Escola Prática do Serviço de Material……………………
1.4.3.4. Regimento de Cavalaria Nº3……………………………...
1.4.3.5. Regimento de Infantaria Nº2……………………………...
1.4.3.6. Regimento de Infantaria Nº3……………………………...
1.4.4. No Campo Militar de Santa Margarida – Regimento de
Cavalaria Nº4………………………………………………………….
1.4.5. No Comando das Tropas Aerotransportadas…………………...
1.4.5.1. Escola de Tropas Aerotransportadas……………………...
1.4.5.2. Regimento de Infantaria Nº15…………………………….
2. Dois museus de tutela não militar e com colecções militares…………..
2.1. Museu de tutela autárquica – Museu Municipal Leonel Trindade,
de Torres Vedras………………………………………………………...
2.1.1. Antecedentes……………………………………………………
2.1.2. Evolução da missão e da orgânica……………………………...
2.2. Museu de tutela privada – Museu da Fundação da Casa de
Bragança…………………………………………………………………
2.2.1. Antecedentes……………………………………………………
2.2.2. Evolução da missão e da orgânica……………………………...
36
36
37
37
38
38
39
39
39
40
40
41
41
42
42
43
43
43
44
44
44
45
46
46
46
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
iv
CAPÍTULO II – DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DAS
UNIDADES MUSEOLÓGICAS E PARAMUSEOLÓGICAS DO
EXÉRCITO PORTUGUÊS, DO MUSEU MUNICIPAL LEONEL
TRINDADE E DO MUSEU DA FUNDAÇÃO DA CASA DE
BRAGANÇA.
1. O questionário como ferramenta de diagnóstico e os sete parâmetros de
análise……………………………………………………………………...
1.1. Questionários aos museus do 1º e 2º grupos (museus, núcleos
museológicos, ou outras denominações, sob a tutela do Exército
Português) – análise estatística na óptica dos sete parâmetros……………
1.1.1. Museus do 1º grupo (sob a dependência funcional da DDHM)...
1.1.1.1. Estudo e investigação, incorporação, inventário e
documentação……………………………………………………...
1.1.1.2. Conservação e segurança…………………………………
1.1.1.3. Interpretação e exposição, e educação……………………
1.1.1.4. Sustentabilidade…………………………………………..
1.1.1.5. Públicos…………………………………………………...
1.1.1.6. Rede………………………………………………………
1.1.1.7. Natureza institucional e funcional do museu……………..
1.1.2. Museus do 2º grupo (museus, núcleos museológicos, ou outras
denominações, das U/E/O)…………………………………………….
1.1.2.1. Estudo e investigação, incorporação, inventário e
documentação……………………………………………………...
1.1.2.2. Conservação e segurança…………………………………
1.1.2.3. Interpretação e exposição, e educação……………………
1.1.2.4. Sustentabilidade…………………………………………..
1.1.2.5. Públicos…………………………………………………...
1.1.2.6. Rede………………………………………………………
1.1.2.7. Natureza institucional e funcional do museu……………..
48
48
51
52
52
52
53
54
55
55
56
57
57
57
58
58
59
60
61
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
v
1.2. Questionário aos museus do 3º grupo (dois museus de tutela não
militar e com colecções militares) – análise estatística na óptica dos sete
parâmetros…………………………………………………………………
1.2.1. Estudo e investigação, incorporação, inventário e
documentação………………………………………………………….
1.2.2. Conservação e segurança……………………………………….
1.2.3. Interpretação e exposição, e educação………………………….
1.2.4. Sustentabilidade………………………………………………...
1.2.5. Públicos…………………………………………………………
1.2.6. Rede…………………………………………………………….
1.2.7. Natureza institucional e funcional do museu…………………...
2. Caracterização da amostra – análise qualitativa na óptica dos sete
parâmetros e ampliada às perguntas da primeira secção dos respectivos
questionários……………………………………………………………....
2.1. Análise qualitativa dos museus do 1º e 2º grupos (museus, núcleos
museológicos, ou outras denominações, sob a tutela do Exército
Português)………………………………………………………………....
2.1.1. Museus do 1º grupo (sob a dependência funcional da DDHM)...
2.1.1.1. Museu Militar (em Lisboa)……………………………….
2.1.1.2. Museu Militar do Porto…………………………………...
2.1.1.3. Museu Militar de Bragança……………………………….
2.1.1.4. Museu Militar do Campo Militar de S. Jorge…………….
2.1.1.5. Museu Militar de Coimbra………………………………..
2.1.1.6. Museu Militar da Madeira………………………………...
2.1.1.7. Museu Militar dos Açores………………………………...
2.1.2. Museus do 2º grupo (museus, núcleos museológicos, ou outras
denominações, das U/E/O)…………………………………………….
2.1.2.1. Biblioteca e Museu, da Academia Militar……………………
2.1.2.2. Museu do Criptólogo General Silvino Silvério Marques, do
Batalhão de Informações e Segurança Militar………………………...
2.1.2.3. Secção Museológica, do Centro de Audiovisuais do Exército.
2.1.2.4. Museu dos Comandos………………………………………...
61
61
62
62
63
63
64
64
65
65
65
65
67
70
72
74
75
77
79
79
81
82
84
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
vi
2.1.2.5. Biblioteca e Núcleo Museológico, do Centro de Psicologia
Aplicada do Exército…………………………………………………..
2.1.2.6. Museu e Arquivo Histórico, do Colégio Militar……………...
2.1.2.7. Museu de História Natural, do Colégio Militar………………
2.1.2.8. Museu de Ciência, do Colégio Militar………………………..
2.1.2.9. Museu da Direcção dos Serviços de Saúde…………………...
2.1.2.10. Sub-secção de Museu e Biblioteca, da Escola Militar de
Electromecânica……………………………………………………….
2.1.2.11. Museu Tenente-coronel de Cavalaria Salgueiro Maia, da
Escola Prática de Cavalaria……………………………………………
2.1.2.12. Biblioteca e Museu, da Escola Superior Politécnica do
Exército………………………………………………………………..
2.1.2.13. Cartoteca, Fototeca e Museu, do Instituto Geográfico do
Exército………………………………………………………………..
2.1.2.14. Museu e Arquivo Histórico, do Instituto Militar dos Pupilos
do Exército…………………………………………………………….
2.1.2.15. Sala de Exposições Coronel Luís António Vasconcelos
Dias, da Manutenção Militar…………………………………………..
2.1.2.16. Centro Museológico e de Documentação, das Oficinas
Gerais de Fardamento e Equipamento………………………………...
2.1.2.17. Museu da Artilharia Anti-aérea, do Regimento de Artilharia
Anti-aérea Nº1…………………………………………………………
2.1.2.18. Núcleo Museológico do Posto de Comando do Movimento
das Forças Armadas, do Regimento de Engenharia Nº1………………
2.1.2.19. Museu do Regimento de Lanceiros Nº2……………………..
2.1.2.20. Museu das Transmissões, do Regimento de Transmissões….
2.1.2.21. Museu da Escola Prática de Transmissões…………………..
2.1.2.22. Museu da Serra do Pilar, do Regimento de Artilharia Nº5….
2.1.2.23. Museu do Regimento de Infantaria Nº14……………………
2.1.2.24. Secção Museológica, da Escola Prática de Artilharia……….
2.1.2.25. Sala de Honra, do Regimento de Cavalaria Nº3…………….
2.1.2.26. Sala de Honra, do Regimento de Infantaria Nº2…………….
2.1.2.27. Museu do Regimento de Cavalaria Nº4……………………..
86
88
89
91
93
94
96
98
100
102
104
105
107
109
111
113
115
116
118
120
122
124
125
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
vii
2.1.2.28. Museu das Tropas Pára-quedistas, da Escola de Tropas
Aerotransportadas……………………………………………………..
2.1.2.29. Museu do Regimento de Infantaria Nº15……………………
2.2. Análise qualitativa dos museus do 3º grupo (dois museus de tutela
não militar e com colecções militares)…………………………………..
2.2.1. Museu Municipal Leonel Trindade, de Torres Vedras…………
2.2.2. Museu da Fundação da Casa de Bragança……………………...
127
129
131
131
133
CAPÍTULO III – ENQUADRAMENTO HISTÓRICO DOS
CONCEITOS DE MUSEU E DE REDES MUSEOLÓGICAS DE
ABRANGÊNCIA TERRITORIAL NACIONAL.
1. Evolução da definição de museu em Portugal…………………………..
1.1. Antecedentes………………………………………………………..
1.1.1. Da fundação à implantação da Monarquia Constitucional (1ª
etapa)…………………………………………………………………..
1.1.2. Da Monarquia Constitucional à implantação da República (2ª
etapa)…………………………………………………………………..
1.1.3. Durante a 1ª República (3ª etapa)……………………………….
1.1.4. Do Estado Novo à Revolução de 1974 (4ª etapa)………………
1.1.5. Durante o Regime Democrático (5ª etapa)……………………...
1.2. Museu – definição actual……………………………………………
2. Redes museológicas em Portugal……………………………………….
2.1. O panorama nacional até 2000……………………………………...
2.2. Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus………………...
2.3. A Rede de Museologia Militar (de 1982/83)……………………….
3. Rede de museus e sistema – uma definição teórica…………………….
4. Rede de dados do IPM e do Exército Português………………………..
4.1. Rede Corporativa Virtual ou Sistema de Comunicação de Dados
do IPM…………………………………………………………………...
4.2. Rede de Dados do Exército…………………………………………
135
135
135
136
137
138
138
140
143
143
143
146
151
156
160
160
162
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
viii
CAPÍTULO IV – PROPOSTA DE UMA NOVA REDE DE MUSEUS
PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS.
1. Pressupostos…………………………………………………………….
2. Linhas orientadoras e condicionamentos……………………………….
2.1. Objectivos…………………………………………………………..
2.2. Missão da Coordenação…………………………………………….
2.3. Condicionamentos, estrutura organizacional e critérios de
organização……………………………………………………………...
2.3.1. Condicionamentos………………………………………………
2.3.2. Estrutura organizacional………………………………………..
2.3.3. Critérios de organização………………………………………...
2.3.3.1. Descentralização territorial………………………………..
2.3.3.2. Descentralização de alguns recursos museológicos………
2.3.3.2.1. Recursos humanos………………………………...
2.3.3.2.2. Recursos materiais………………………………...
2.3.3.3. Descentralização temática………………………………
2.3.3.3.1. Dos Museus Militares……………………………..
2.3.3.3.2. Das Colecções Militares Visitáveis……………….
2.3.3.4. Centralização na gestão integrada de bens museológicos e
de recursos……………………………………………………………..
2.3.3.4.1. Bens museológicos………………………………..
2.3.3.4.2. Recursos humanos………………………………...
2.3.3.4.2.1. Da Coordenação da Rede de Museus……..
2.3.3.4.2.2. Dos Museus Militares……………………..
2.3.3.4.2.3. Das Colecções Militares Visitáveis……….
2.3.3.4.3. Recursos materiais………………………………...
2.3.3.4.4. Recursos financeiros………………………………
2.3.3.4.5. Recursos informáticos…………………………….
164
164
164
164
165
166
166
167
169
169
171
171
171
172
172
173
175
175
175
176
178
183
185
186
187
CONCLUSÕES…………………………………………………………... 189
Referências Bibliográficas.…………………………………...…………... 197
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
ix
ANEXOS………………. ……………………………………………….....
Anexo 1……………………………………………………………………
Anexo 2……………………………………………………………………
Anexo 3……………………………………………………………………
APÊNDICES…………………………………………………………...….
Apêndice 1………………………………………………………………...
Apêndice 2………………………………………………………………...
Apêndice 3………………………………………………………………...
Apêndice 4………………………………………………………………...
Apêndice 5………………………………………………………………...
Apêndice 6………………………………………………………………...
Apêndice 7………………………………………………………………...
Apêndice 8………………………………………………………………...
Apêndice 9………………………………………………………………...
Apêndice 10………………………………………………………….……
Apêndice 11……………………………………………………………….
Apêndice 12……………………………………………………………….
Apêndice 13……………………………………………………………….
Apêndice 14……………………………………………………………….
Apêndice 15……………………………………………………………….
Apêndice 16……………………………………………………………….
Apêndice 17……………………………………………………………….
Apêndice 18……………………………………………………………….
Apêndice 19………………………………………………………….……
Apêndice 20……………………………………………………………….
Apêndice 21……………………………………………………………….
Apêndice 22……………………………………………………………….
Apêndice 23……………………………………………………………….
Apêndice 24……………………………………………………………….
208
209
211
212
xix
xx
xxix
xxxix
lv
lvii
lviii
lxi
lxv
lxvi
lxviii
lxx
lxxii
lxxiii
lxxvii
lxxxii
lxxxiv
lxxxvii
lxxxix
xci
xcii
xcv
xcix
ci
ciii
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Número de Figura e significado Capítulo/Página Nº
1 – Organização da estrutura superior do Exército.
2 – Organograma actual da DDHM.
3 – Organograma do Museu Militar em 1985.
4 – Organograma do Museu Militar desde 1993 até à actualida-
de.
5 – Organograma do Museu Militar do Porto.
6 – Organograma do Museu Militar de Bragança.
7 – Organograma da estrutura superior do Museu Municipal
Leonel Trindade, de Torres Vedras.
8 – Representação esquemática de museu segundo a abordagem
sistémica.
9 – Enquadramento organizacional da rede de museus na estru-
tura superior do Exército Português.
10 – Estrutura orgânica da “Coordenação da Rede de Museus”
do Exército Português.
11 – Mapa de Portugal continental dividido pelas duas áreas de
influência dos Museus Militares de Lisboa e do Porto e
respectivo quadro de distritos.
I/6
I/11
I/16
I/17
I/20
I/21
I/45
III/158
IV/168
IV/168
IV/170
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xi
ÍNDICE DE QUADROS
Número de Quadro e significado Capítulo/Página Nº
1 – Quadro resumo de pessoal em 1985, distribuído por catego-
rias e órgãos do Museu Militar.
2 – Quadro resumo de pessoal de 1993 à actualidade, distribuí-
do por categorias e órgãos do Museu Militar.
3 – Quadro resumo de pessoal, distribuído por categorias e ór-
gãos do Museu Militar do Porto.
4 – Quadro resumo de pessoal, distribuído por categorias e
órgãos, do Museu Militar de Bragança.
5 – Algumas acções quantificáveis e salientes da EPRPM entre
2001 e 2004.
6 – Nível dos Museus Militares e respectivas dependências (em
1983).
7 – Algumas acções salientes da DSHM entre 1983 e 1993.
8 – Quadro resumo de pessoal da “Coordenação da Rede de
Museus”.
9 – Quadro resumo de pessoal do Museu Militar de Lisboa.
10 – Quadro resumo de pessoal do Museu Militar do Porto.
11 – Quadro resumo de pessoal do Museu Militar da Madeira.
12 – Quadro resumo de pessoal do Museu Militar dos Açores.
13 – Quadro tipo de pessoal de algumas Colecções Militares
Visitáveis e consideradas centrais na rede temática.
14 – Quadro tipo de pessoal de algumas Colecções Militares
Visitáveis e consideradas adicionais à rede temática.
I/17
I/18
I/20
I/21
III/148-151
III/153
III/154-155
IV/178
IV/181
IV/182
IV/182
IV/183
IV/184
IV/185
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AM – Academia Militar.
APOM – Associação Portuguesa de Museologia.
ADSL – Assymetric Digital Subscriter Line.
BISM – Batalhão de Informações e Segurança Militar.
CMTV – Câmara Municipal de Torres Vedras.
CAVE – Centro de Audiovisuais do Exército.
CIE – Centro de Informática do Exército.
CIOE – Centro de Instrução de Operações Especiais.
CMEFD – Centro Militar de Educação Física e Desportos.
CPAE – Centro de Psicologia Aplicada do Exército.
CEME – Chefe do Estado Maior do Exército.
CMSM – Campo Militar de Santa Margarida.
CM – Colégio Militar.
CD-ROM – Compact Disc Read Only Memory.
CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
DASC – Departamento de Acção Social e Cultural.
DDHM – Direcção de Documentação de História Militar.
DPCM – Direcção de Património e Cultura Militar.
DSHM – Direcção do Serviço Histórico-militar.
DSI – Direcção dos Serviços de Intendência.
DSS – Direcção dos Serviços de Saúde.
DCT – Divisão de Cultura e Turismo.
DCCR – Despesas com Compensação em Receitas.
ESE – Escola de Sargentos do Exército.
ETAT – Escola de Tropas Aerotransportadas.
EMEL – Escola Militar de Electromecânica.
EPA – Escola Prática de Artilharia.
EPC – Escola Prática de Cavalaria.
EPE – Escola Prática de Engenharia.
EPI – Escola Prática de Infantaria.
EPT – Escola Prática de Transmissões.
EPSM – Escola Prática do Serviço de Material.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xiii
EPST – Escola Prática do Serviço de Transportes.
ESPE – Escola Superior Politécnica do Exército.
EME – Estado Maior do Exército.
EPRPM – Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus.
EMII – European Museums Information Institute.
GenCEME – General Chefe do Estado Maior do Exército.
GML – Governo Militar de Lisboa.
IO – Instituto de Odivelas.
IGeoE – Instituto Geográfico do Exército.
IMPE – Instituto Militar dos Pupilos do Exército.
INE – Instituto Nacional de Estatística.
IPPC – Instituto Português do Património Cultural.
IPM – Instituto Português de Museus.
ICOM – International Council of Museums.
LAN’s – Local Areas Network.
MM – Manutenção Militar.
MDN – Ministério da Defesa Nacional.
MMM – Museu Militar da Madeira.
MINOM – Movimento Internacional Para Uma Nova Museologia.
MMB – Museu Militar de Bragança.
MMC – Museu Militar de Coimbra.
MMCMSJ – Museu Militar do Campo Militar de S. Jorge.
MMP – Museu Militar do Porto.
MMA – Museu Militar dos Açores.
NEMO – Network European Museums Organization.
OAC – Observatório das Actividades Culturais.
OGFE – Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento.
OMDN-E – Orçamento do Ministério da Defesa Nacional – Exército.
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte.
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
PHC – Património Histórico-cultural.
PIB – Produto Interno Bruto.
PIDDAC – Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da
Administração Central.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xiv
POS_Conhecimento – Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento.
POSI – Programa Operacional da Sociedade da Informação.
PPA/POP – Proposta de Planeamento de Actividades e Proposta de Orçamento
Programa.
QG/RMN – Quartel-general da Região Militar do Norte.
RFW – Recursos Financeiros para Windows.
RHW – Recursos Humanos para Windows.
RMW – Recursos Materiais para Windows.
RDIS – Rede Digital Integradora de Serviços.
RRING – Redes Regimentais de Informação de Gestão.
RAA1 – Regimento de Artilharia Anti-aérea Nº1.
RA5 – Regimento de Artilharia Nº5.
RC3 – Regimento de Cavalaria Nº3.
RC4 – Regimento de Cavalaria Nº4.
RE1 – Regimento de Engenharia Nº1.
RI1 – Regimento de Infantaria Nº1.
RI2 – Regimento de Infantaria Nº2.
RI3 – Regimento de Infantaria Nº3.
RI13 – Regimento de Infantaria Nº13.
RI14 – Regimento de Infantaria Nº14.
RI15 – Regimento de Infantaria Nº15.
RL2 – Regimento de Lanceiros 2.
RTm – Regimento de Transmissões.
RGSUE – Regulamento Geral do Serviço nas Unidades do Exército.
RMN – Região Militar do Norte.
RMS – Região Militar do Sul.
RAG – Repartição de Apoio Geral.
RHM – Repartição de História Militar.
RP – Repartição de Património.
RPC – Repartição de Planeamento e Coordenação.
SecPess – Secção de Pessoal.
SecExpArq – Secção de Expediente e Arquivo.
SecLog – Secção Logística.
SPHC – Sector de Património Histórico-cultural.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xv
SHM – Serviço Histórico-militar.
SSRFin – Sub-secção de Recursos Financeiros.
SSRMat – Sub-secção de Recursos Materiais.
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicações.
TCP/IP – Tansmission Control Protocol/Internet Protocol.
U/E/O – Unidade(s), Estabelecimento(s) e Órgão(s).
UNESCO - United Nations for Education, Science and Culture Organization.
VPN – Virtual Private Network.
VPN/IPM – Virtual Private Network/Instituto Português de Museus.
VCEME – Vice-chefe do Estado Maior do Exército.
WAN – Wide Area Network.
ZMA – Zona Militar dos Açores.
ZMM – Zona Militar da Madeira.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xvi
RESUMO E PALAVRAS CHAVE
O Exército Português possui um vasto e diversificado património museológico, de
abrangência territorial nacional e multidisciplinar. A sua estrutura organizacional,
diversa legislação de suporte e missão reflectem a preocupação de preservar a memória
militar, essencialmente na perspectiva histórica. Desde a dimensão e valor das colecções
do Museu Militar (em Lisboa) até à mais pequena e humilde Sala de Honra de uma certa
Unidade/Estabelecimento/Órgão há, inequivocamente, um denominador comum:
conservar os diferentes testemunhos e acções militares. Mas, sendo condição necessária,
“conservar” não é suficiente para se verificar o cumprimento de requisitos museológicos
e museográficos, que são actualmente exigidos por lei.
Perante esse enquadramento e associado à percepção de existirem insuficiências de
diversa ordem no panorama museológico do Exército Português, era determinante
avaliar e caracterizar a sua realidade para se propor um novo modelo de gestão e de
funcionamento mais eficiente e superiormente articulado.
Assim, estabeleceram-se duas perguntas:
- Quantos museus, núcleos museológicos, ou outras denominações, existem no
Exército Português?
- Quais são as características de cada um e de todos, relativamente às funções
museológicas?
As respostas a essas duas questões, na globalidade, não foram possíveis de obter
junto da tutela e do Observatório das Actividades Culturais. Em consequência, recorreu-
-se ao método do questionário para a recolha de dados e procedeu-se a diversas visitas e
entrevistas como forma complementar daquele método e contribuir desse modo para
uma caracterização mais verdadeira.
Os resultados obtidos confirmam a necessidade, importância e urgência em agir de
forma a ser implementada no Exército Português uma estrutura em rede de Museus
Militares e de Colecções Militares Visitáveis, aberta a outros museus ou colecções
visitáveis – quer no plano nacional quer no internacional – dotada de recursos
museológicos – humanos, materiais, financeiros e informáticos – adequados para
viabilizar um projecto de natureza complexa e diversificada, de dimensão variável e
organizada funcionalmente de forma a cumprir dois critérios:
- De descentralização territorial, alguns recursos museológicos e temáticos;
- De centralização na gestão integrada daqueles recursos.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xvii
São palavras-chave:
- Estrutura Organizacional;
- Missão;
- Legislação;
- Questionário;
- Museu;
- Colecção Visitável;
- Rede;
- Sistema;
- Rede de Museus;
- Recursos Museológicos;
- Qualificação;
- Certificação.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
xviii
ABSTRACT AND KEYWORDS
The Portuguese Army possesses a large and varied museological patrimony that is
also national and multidisciplinary. Its organizational structure, supporting legislation
and mission show the concern for the maintenance of the military memory, particularly
in terms of historical perspective. There is something that both the large and valuable
collections in the Military Museum (in Lisbon) and the smallest and most humble Salas
de Honra of a particular Unit have in common, which is the fact that different military
actions and testimony need to be preserved.
Nevertheless, “to maintain”, on its own, is not sufficient once we bear in mind
museological and museographical requirements. Therefore and due to some
insufficiencies related to the museums that belong to the Portuguese Army it seemed of
great importance to assess and characterize the reality of those museums. Thus, it might
be possible to formulate a proposal for a new model of management as well as for a
more effective functioning.
Two questions were formulated:
- How many museums and related structures are there in the Portuguese Army?
- Which are the characteristics of each and of all of them concerning their
functions?
Due to the impossibility of getting the answers for these questions, we decided to
use a questionnaire for data collecting and decided to go through a process of several
visits and interviews that could complement the questionnaire and contribute for a more
real characterization.
The results confirm the need, importance and urgency of implementing a net
structure in the Portuguese Army to be used with the Military Museums as well as with
other Military Collections. This structure should also be used by other museums or
collections – both in national and international territory – and possess the necessary
resources – human, material, financial and computer – to create a complex multi project
of variable dimension. This project should be organized in order to accomplish:
- Territorial decentralization of some thematic and museum related resources
- Centralization in terms of integrated management of those resources.
Key Words:
- Organization, mission, legislation, questionnaire, museum, collection, net,
system, net of museums, museological resources, classification, certification.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
1
INTRODUÇÃO
A definição do tema de uma dissertação de Mestrado constitui a primeira abordagem
ao objecto de estudo, mesmo que o seu âmbito não se encontre de início devidamente
identificado e dimensionado. No entanto, a ideia nuclear estava fixa e residia no meio
militar, sem qualquer espécie de dúvidas.
De seguida identificaram-se algumas possibilidades e vulnerabilidades – associadas
aos recursos humanos, materiais, financeiros e informáticos – relacionadas com as
actividades museológicas e museográficas dos museus das Forças Armadas Portuguesas
e que justificassem também a proposta de tema de dissertação. As várias visitas
efectuadas, durante a frequência do Mestrado àqueles museus, contribuíram
significativamente para a listagem e análise de algumas dessas possibilidades e
vulnerabilidades, ajudando a elucidar quão fundamental será para aqueles museus terem
órgãos na estrutura organizacional que, de forma inequívoca e transversal, desenvolvam
e apliquem as inúmeras competências de museologia e museografia, a fim de:
- Gerir de forma integrada os bens museológicos, os recursos humanos, materiais,
financeiros e informáticos;
- Conservar, valorizar e divulgar o seu património material e imaterial.
A primeira ideia para se definir o âmbito da dissertação foi a seguinte: uma vez que
estão identificados denominadores comuns aos museus dos três ramos das Forças
Armadas e existindo o Ministério da Defesa Nacional (MDN) na orgânica superior
àqueles ramos para aspectos de natureza administrativo-logística, deveria ser o MDN o
enfoque do objecto de estudo. No entanto, apesar de se concordar pela edificação de
uma estrutura coordenadora do saber da museologia ao nível do MDN e transversal aos
seus três ramos, tal opção não elimina a necessidade de existir a respectiva estrutura
organizacional daquele saber também na Marinha, no Exército e na Força Aérea. Além
disso, há o condicionalismo dos prazos legalmente definidos para a conclusão do
Mestrado1, que inviabiliza um estudo em profundidade sobre universo tão vasto e
complexo, como é o caso dos museus em conjunto daqueles três ramos.
1 - Deliberação Nº 1683/2001 da Universidade de Lisboa, Diário da República Nº247, II Série, de 24 de
Outubro de 2001, ponto 9 do Artigo 13º, regulamentada posteriormente pela Deliberação Nº 961/2003,
Diário da República Nº2153, II Série, de 05 de Julho de 2003, pontos 2 e 4 do Artigo 24º.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
2
A ideia seguinte (e final) consistiu, assim, com a anuência do orientador, Exmo
Professor Doutor Fernando António Baptista Pereira, em delimitar exclusivamente ao
ramo Exército o universo em estudo.
O trabalho empírico de tipo “extensão” foi a metodologia seguida para a presente
tese, na medida em que alguns resultados desenvolvidos na diversa literatura induziram
a construção de uma hipótese geral nova, interessante e importante: “Quais serão as
linhas orientadoras e condicionamentos associados à constituição de uma rede de
museus para o Exército Português”?
No primeiro capítulo descreve-se o enquadramento organizacional de:
- Algumas unidades museológicas e paramuseológicas sob a tutela do Exército;
- Um museu de tutela autárquica;
- Um museu de tutela privada.
A organização geral do Exército inclui vários elementos de índole museal, desde o
nível de direcção até ao nível de execução da actividade museológica, e distende-se no
território continental e insular através de cerca de centena e meia de Unidades,
Estabelecimentos e Órgãos (U/E/O) territoriais2. A cada um desses elementos está
associada uma missão, a respectiva orgânica e quadros de pessoal.
A Direcção de Documentação de História Militar (DDHM), um de vários Órgãos do
Exército, exerce a autoridade técnica3 sobre os “museus, monumentos e locais com
interesse histórico-militar afectos ao Exército.”4
O Comando do Pessoal5, que compreende no seu quadro orgânico a DDHM, exerce
a autoridade funcional6 sobre: o Museu Militar, localizado em Lisboa; o Museu Militar
do Porto; o Museu Militar do Campo Militar de S. Jorge; o Museu Militar de Bragança;
o Museu Militar de Coimbra; o Museu Militar da Madeira; e o Museu Militar dos
Açores.
Os Comandos Territoriais, o Comando de Tropas Aerotransportadas, as Unidades,
os Estabelecimentos, os Órgãos Territoriais e os Campos de Instrução7 podem ter
2 - Decreto-lei Nº 50/93, Diário da República Nº48, I Série-A, de 26 de Fevereiro de 1993, Artigo 21º.
3 - Idem, ponto 4 do Artigo 3º, define autoridade técnica como “o tipo de autoridade que permite a um
titular fixar e difundir normas de natureza especializada, sem que tal inclua competência disciplinar.” 4 - Anuário da Direcção de Documentação e História Militar (2002), página 4.
5 - Decreto-lei Nº 50/93, cit., Artigo 9º, refere três Órgãos de Administração e Direcção do Exército, entre
os quais se encontra o Comando do Pessoal. 6 - Idem, ponto 3 do Artigo 3º, define autoridade funcional como sendo “caracterizada pela natureza
funcional do vínculo hierárquico entre o comando funcional e elementos subordinados responsáveis
pela execução de uma parte essencial ao cumprimento da sua missão e permite difundir normas e
ordens e exercer competência disciplinar.” 7 - Ibidem, Artigo 18º, estabelece os Órgãos de Implantação Territorial do Exército.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
3
também os seus museus, núcleos museológicos, ou outras denominações, mas nestes
casos sob a respectiva autoridade hierárquica8 instituída.
O Regulamento Geral do Serviço nas Unidades do Exército (RGSUE) determina
que “os símbolos, troféus, menções honrosas, documentos históricos, fotografias, etc.,
que se relacionem com a história e tradições da Unidade serão devidamente arrolados e
dispostos na sala de honra da Unidade.”9
O museu seleccionado de tutela autárquica foi o Museu Municipal Leonel Trindade,
de Torres Vedras, pelo valor patrimonial, histórico e cultural militar da região e
considerado significativamente representativo da história do Exército e do País, e
também pela existência de colecções essencialmente militares, em particular o
armamento. A sua missão, estrutura organizacional e respectivos quadros de pessoal são
igualmente apresentados.
O museu seleccionado de tutela privada foi o Museu da Fundação da Casa de
Bragança, especialmente pelo valor patrimonial e histórico da colecção de armaria. A
sua missão, estrutura organizacional e respectivos quadros de pessoal são analogamente
expostos.
No segundo capítulo analisam-se as respostas às perguntas: “quantos museus,
núcleos museológicos, ou outras denominações, existem no Exército Português?” e
“quais são as características de cada um e de todos, relativamente às funções
museológicas?”
A inexistência de respostas directas a essas duas questões esteve na origem da
utilização do método do questionário. No seio do Exército foram elaborados dois
questionários a fim de recolher dados para tratamento estatístico: um destinado aos
Museus Militares (sob a dependência funcional da DDHM) e o outro às Unidades,
Estabelecimentos e Órgãos com museu, núcleo museológico, ou outra denominação.
Complementarmente, realizaram-se algumas visitas às entidades museológicas e
paramuseológicas do Exército e entrevistas ou diálogos com os respectivos
Comandantes, Directores, Chefes ou Oficiais, Sargentos e Civis nomeados para o efeito.
Simultaneamente, pensou-se que fosse pertinente obter alguns dados sobre os dois
museus, um de tutela autárquica e o outro de tutela privada, para se estabelecerem
8 - Decreto-lei Nº 50/93, cit., ponto 3 do Artigo 3º, define autoridade hierárquica como sendo “a
correspondente ao exercício do comando completo e verifica-se sem prejuízo de outras dependências
que sejam estabelecidas.” 9 - Regulamento Geral do Serviço nas Unidades do Exército (1986), Despacho do Chefe do Estado-Maior
do Exército, de 3 de Fevereiro de 1986, Edição do Estado-Maior do Exército, ponto 1 do Artigo 121,
página IX-3.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
4
alguns referenciais e possíveis contributos à proposta de uma rede de museus para o
Exército. O Museu Municipal Leonel Trindade, de Torres Vedras, e o Museu da
Fundação da Casa de Bragança responderam a um questionário específico.
Para além da análise estatística e organizada na óptica de sete parâmetros, fez-se
também a análise qualitativa para melhor caracterizar cada um e todos os respondentes
aos questionários.
No terceiro capítulo descrevem-se os assuntos de natureza histórica sobre:
- Evolução da definição de museu em Portugal, apresentada em cinco etapas;
- Redes museológicas em Portugal, de abrangência territorial nacional, com especial
ênfase à Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus e à Rede de Museologia
Militar (de 1982/83). O esquema geral de funcionamento desta última rede era o
seguinte: a partir de um museu militar central, desenvolver-se-iam os museus militares
regionais e locais, e as secções militares individualizadas em museus civis.10
Foi revista alguma literatura sobre a perspectiva teórica de rede e de sistema. Apesar
de existirem diferenças conceptuais, esses dois conceitos apresentam também
coincidências em alguns dos seus aspectos caracterizadores, designadamente entre um
sistema aberto e uma estrutura em rede.
A abordagem sistémica admite que o núcleo do sistema seja preenchido ou por um
museu ou por uma colecção visitável. O primeiro está dependente do cumprimento de
todas as funções museológicas – também designadas de sub-sistemas – enquanto a
colecção visitável tem uma ou várias daquelas funções amputadas.
A ligação em rede de várias entidades museológicas e paramuseológicas, de âmbito
territorial local, regional, nacional e internacional, pode ser ampliada a uma escala e
dimensão de rede de redes, através da plataforma informática que é a infra-estrutura
tecnológica de base que liga e operacionaliza os vários elementos constituintes dessa
rede. São dois exemplos de aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicações:
- A Rede de Dados do Instituto Português de Museus;
- A Rede de Dados do Exército Português.
Igualmente, a Rede Portuguesa de Museus constitui uma referência como estrutura
de mediação e de articulação entre entidades de índole museal, “tendo por objectivo a
10
- Informação Nº 103/82, Direcção do Serviço Histórico-militar, Processo Nº 80.08.01, de 23 de
Novembro de 1982, página 3.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
5
promoção da comunicação e da cooperação, com vista à qualificação da realidade
museológica portuguesa.”11
No quarto e último capítulo propõe-se uma nova rede de museus para o Exército
Português, tendo por base os recentes conceitos de Museu e de Colecção Visitável
exarados na Lei Quadro dos Museus Portugueses12
e na eleição de alguns pressupostos
que permitam:
- Definir a missão da Coordenação, orgânica e quadros de pessoal;
- Estabelecer linhas orientadoras para a sua operacionalização;
- Identificar os condicionamentos associados à sua realização.
Seguem-se as conclusões que reflectem as principais evidências detectadas, em
particular pela análise estatística às unidades museológicas e paramuseológicas do
Exército Português e aos dois museus de tutela não militar e com colecções militares.
Também são referidos alguns objectivos a alcançar na implementação da rede pelas
duas fases, algumas consequências da actual proposta na missão, na orgânica e nas
relações de autoridade entre os vários elementos de índole museal que intervêm nas
actividades museológicas e tecidas pequenas considerações finais sobre alguns aspectos
das linhas orientadoras e condicionamentos associados.
Por fim, apensam-se três anexos e vinte e quatro apêndices.
11
- Despacho Normativo Nº 28 do Ministério da Cultura, Diário da República Nº 132, I Série-B, de 7 de
Junho de 2001, página 3488. 12
- Lei Nº47/2004, Diário da República Nº 195, I Série-A, de 19 de Agosto de 2004, página 5379.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
6
CEME
VCEME
GabCEME Órgãos de
Conselho e de
Inspecção
EME Órgãos Centrais
de Administração e Direcção
Órgãos de Implantação
Territorial
Elementos da Componente
Operacional do Sistema de Forças
Nacional
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO ORGANIZACIONAL DE
UNIDADES MUSEOLÓGICAS E PARAMUSEOLÓGICAS COM
COLECÇÕES MILITARES.
1. Elementos de índole museal sob a tutela do Exército
São elementos de índole museal da organização geral do Exército todos aqueles que
intervêm nas actividades museológicas, desde o nível de direcção, passando pela gestão,
até à execução, a seguir indicados: Estado Maior do Exército (EME), Divisão de
Logística, Comando da Logística, Direcção dos Serviços de Intendência (DSI),
Comando do Pessoal, Direcção de Documentação e História Militar, Museus Militares e
Unidades, Estabelecimentos e Órgãos Territoriais com museus, núcleos museológicos,
ou outras denominações.
De forma a simplificar o entendimento sobre as várias relações existentes entre a
estrutura superior do Exército e alguns desses elementos que mais directamente
intervêm naquelas actividades, apresenta-se concisamente essa estrutura e algumas das
suas competências, e, em separado desta e de forma mais desenvolvida, a evolução da
missão e da orgânica da actual DDHM, dos Museus Militares e das U/E/O com museus,
núcleos museológicos, ou outras denominações.
1.1. Estrutura Superior do Exército
A organização adoptada para a estrutura superior do Exército pelo Decreto-lei Nº
50/93 de 26 de Fevereiro de 1993 compreende13
: o Estado Maior do Exército (EME),
vários Órgãos Centrais de Administração e Direcção, Órgãos de Conselho e de
Inspecção, diversos Órgãos de Implantação Territorial e Elementos da Componente
Operacional do Sistema de Forças Nacional.
Figura Nº1 – Organização da estrutura superior do Exército.
13
- Decreto-lei Nº50/93, Diário da República Nº 48, Iª Série-A, de 26 de Fevereiro de 1993, páginas 823.
Legenda:
CEME – Chefe do Estado Maior do Exército.
GabCEME – Gabinete do CEME. VCEME – Vice-Chefe do Estado Maior do Exército.
EME – Estado Maior do Exército.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
7
O EME “constitui o órgão de planeamento e apoio à decisão do Chefe do Estado
Maior do Exército”14
. Tem na sua orgânica o Estado Maior Coordenador que inclui, por
sua vez, a Divisão de Logística15
e a quem compete “elaborar os estudos respeitantes às
diferentes funções logísticas e difundir as normas, os planos e as directivas que
orientem e determinem as acções a realizar no âmbito das suas áreas de
responsabilidade.”16
Um dos três Órgãos Centrais de Administração e Direcção é o Comando da
Logística. De carácter funcional, “visa assegurar as actividades do Exército no domínio
da administração dos recursos materiais e financeiros”17
. A sua estrutura orgânica
compreende a DSI, a par de outras direcções18
, estando esta sob autoridade hierárquica
daquele Comando. A DSI, entre outras atribuições, tem também a seu cargo os
“abastecimentos de material de museus”, sendo igualmente a entidade gestora19
. O
Comando da Instrução é o segundo desses três órgãos com as competências para
assegurar a instrução, ensino e formação do pessoal do Exército. O terceiro é o
Comando do Pessoal. Também é de carácter funcional e “visa assegurar a
superintendência e execução em áreas ou actividades inerentes ao pessoal, ao tratamento
da documentação do Exército e à documentação militar”20
. A sua estrutura orgânica
compreende a DDHM, a par de outras direcções, estando esta sob autoridade
hierárquica daquele Comando. Dependem deste, mas sob autoridade funcional, os
museus militares, adiante identificados21
.
Os Órgãos de Implantação Territorial compreendem22
: os Comandos Territoriais,
que são o Governo Militar de Lisboa (GML), as Regiões Militares do Norte e do Sul, as
Zonas Militares dos Açores e da Madeira e o Campo Militar de Santa Margarida
(CMSM); o Comando das Tropas Aerotransportadas; as Unidades, os Estabelecimentos
e os Órgãos Territoriais; e os Campos de Instrução.
14
- Decreto-lei Nº50/93, cit. 15
- A Divisão de Logística tem as Normas de Execução Permanente (NEP) Nº04.03.03.04, de 9 de Maio
de 2000, que normaliza os procedimentos relativos à gestão de materiais destinados a fins
museológicos, de decoração ou culturais. 16
- Decreto Regulamentar Nº 43/94, Diário da República Nº203, I Série-B, de 2 de Setembro de 1994,
página 5160. 17
- Decreto-lei Nº50/93, cit, página 824. 18
- A Direcção dos Serviços de Engenharia tem a seu cargo também os assuntos relacionados com
fortificações e obras militares de carácter histórico. 19
- Decreto Regulamentar Nº44/94, Diário da República Nº 203, cit, páginas 5173-5174. 20
- Decreto-lei Nº50/93, cit, página 824. 21
- Idem. 22
- Ibidem, página 825.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
8
1.2. Direcção de Documentação e História Militar
1.2.1. Antecedentes
A sua história remonta a 1959, ano em que foi criado o Serviço Histórico Militar
(SHM), no âmbito de uma reforma do Exército23
.
Em 1976, a publicação de um novo Decreto-lei reestruturou também o SHM, mas
de forma incompleta. Esta situação originou um vazio regulamentar que foi
sucessivamente minimizado por vários despachos do General Chefe do Estado Maior do
Exército (GenCEME), em especial alguns de 1982, e pela determinação de 18 de
Outubro de 1991 do Director do SHM24
, e dos quais resultaram alterações na missão e
orgânica interna do SHM, adiante caracterizadas. Posteriormente, desde a publicação
em Diário da República de 14 de Julho de 1993, a Direcção do SHM passou a
denominar-se por Direcção de Documentação e História Militar, com uma nova missão
e orgânica25
. Contudo, a sua criação efectiva só entrou em vigor a partir do Despacho do
GenCEME Nº 179/94 de 2 de Setembro de 1994.
1.2.2. Evolução da missão e da orgânica
A DSHM em 1959 tinha a seguinte missão26
:
- Estudar e dar informação sobre todos os assuntos de interesse histórico-militar;
- Obter e compilar todos os documentos e objectos que, pela sua antiguidade,
raridade ou valor, interessem à história militar;
- Superintender, do ponto de vista histórico e arqueológico, na parte que interesse ao
Exército, em todos os trabalhos de investigação, restauro e conservação relativos a
locais, monumentos, objectos, bibliografia ou quaisquer outros elementos com interesse
histórico-militar;
- Publicar trabalhos com interesse histórico-militar ou prever a colaboração nesses
trabalhos;
- Colaborar em comemorações com carácter histórico-militar;
- Orientar e superintender, do ponto de vista histórico e arqueológico, na
organização, exploração e conservação de museus, monumentos ou locais histórico-
-militares afectos ao Exército em qualquer ponto do território nacional.
23
- Decreto-lei Nº 42564, de 7 de Outubro de 1959, e Ordem do Exército Nº 8, 1ª Série de 19 de
Novembro de 1959, página 623. 24
- Anuário da DSHM, Estado Maior do Exército, 1991, página III-17. 25
- Diário da República Nº 163, II Série, de 14 de Julho de 1993, página 7504. 26
- Idem.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
9
A DSHM dependia directamente do CEME e compreendia27
:
- O Director;
- A Repartição da História Militar;
- A Direcção de História Militar;
- O Arquivo Histórico Militar;
- A Secção de Expediente e Arquivo.
Relativamente aos museus afectos ao Exército, designadamente o Museu Militar e
suas delegações, aqueles dependiam da DSHM, por intermédio da sua Repartição da
História Militar28
.
Em 1976, pela publicação do Decreto-lei Nº 949 de 31 de Dezembro desse ano, a
DSHM passava a depender do Vice-chefe do Estado Maior do Exército (VCEME) e, no
cumprimento das suas missões fundamentais, deixava de fazer qualquer referência
explícita a museus29
. Contudo, remetia para o Director do Serviço “accionar
directamente os museus militares do Exército e suas dependências”30
. Também não
definia a organização interna do Serviço e no Artigo 29º, o das disposições finais,
afirmava-se o seguinte: “A constituição, a orgânica e as atribuições específicas dos
órgãos do Exército referidos neste decreto-lei serão reguladas ou completadas por
diplomas especiais.”
Para atingir esse fim, de regulamentar o Serviço e a sua organização, foi
inicialmente elaborado em 4 de Julho de 1978 um projecto de Decreto-lei. Decorridos
quase dois anos e na ausência de despacho superior, o Director do Serviço nomeou em
30 de Maio de 1980 um Grupo de Trabalho para efectuar a revisão da sua organização31
.
Após algumas vicissitudes entre o VCEME e a DSHM32
, muitas delas resultantes do
processo de reestruturação do Exército nessa época, aquele (VCEME) fez publicar o
Despacho Nº3/82 de 11 de Janeiro de 1982, exarando no ponto 4 o seguinte teor:
“…deve a DSHM, tendo em cuidada atenção a integração máxima possível e
conveniente de todos os Órgãos de interesse para a História Militar, a funcionalidade
dos Serviços e a necessidade de economia de pessoal…”33
.
27
- Ordem do Exército Nº 8, cit., página 659. 28
- Idem, Ponto 2 do Artigo 148º. 29
- Diário da República Nº 303, I Série, Ponto 1 do Artigo 18º, de 31 de Dezembro de 1976, página 121. 30
- Idem, ponto 2 do Artigo 18º, página 122. 31
- Anuário da DSHM, cit, páginas III-5 – III-7. 32
- Sobre este assunto, o volume anexo ao Anuário da DSHM de 1991 apresenta as várias Informações e
Despachos produzidos pelas duas entidades. 33
- Anuário da DSHM, cit, página III-9.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
10
Na sua sequência, o Director do SHM, General Manuel Freire Themudo Barata34
,
propôs a reestruturação do Serviço, da qual resultou o Despacho Nº76/A/82 do General
CEME, de 28 de Junho de 1982.
A DSHM passou, então, a ter a seguinte articulação provisória35
:
- Director;
- Inspector;
- Centro de Planeamento e Coordenação;
- Centro de Estudos de História Militar;
- Centro de Património Histórico Militar;
- Secretaria.
É de salientar a criação do cargo de Inspector.
Mais tarde, por determinação de 18 de Outubro de 1991 do Director do Serviço, foi
introduzida nova reorganização pelo incremento de três Gabinetes: de Heráldica, de
Artilharia e de Uniformologia, para além da orgânica que existia do antecedente.
Essa modificação, associada ao facto de não existirem quadros orgânicos aprovados,
resultou em prejuízo de efectivos, tomando como referência as quotas de pessoal
atribuídas36
. Assim, nesse ano a quota de pessoal militar atribuída era de 31 elementos,
mas de facto apenas existiam 21 militares (diferença negativa de 10), e a de pessoal civil
e civil militarizado era de 5, mas havia 6 (diferença positiva de 1)37
.
Por fim, a mais recente reorganização do Exército – que decorreu da aprovação do
Decreto-lei Nº50/93, de 26 de Fevereiro de 1993, do Despacho Nº72/MDN/93, de 30 de
Junho de 1993, do Ministro da Defesa Nacional38
, e dos Despachos Nº178/94 e
Nº179/94, ambos de 2 de Setembro de 1994, do GenCEME – foi também consequente:
o SHM foi efectivamente extinto (Despacho Nº178/94) e verificou-se a criação efectiva
da DDHM (Despacho Nº179/94).
A missão da DDHM passou a ter a seguinte redacção39
:
- Propor, promover e controlar as actividades referentes à pesquisa, à preservação e
à conservação dos documentos históricos e do património histórico-militar;
- Promover a investigação, a recolha e a divulgação dos valores culturais
correspondentes;
34
- Ver ANEXO 1 – Alguns dados biográficos do General Themudo Barata. 35
- Anuário da DSHM, cit, página III-14. 36
- Idem, cit, páginas IV-1 – IV-2. 37
- Ibidem, página IV-2. 38
- Diário da República Nº 163, II Série, de 14 de Julho de 1993, páginas 7502-7504. 39
- Diário da República Nº 203, cit, Ponto 1 do Artigo 14º, página 5168.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
11
- Propor, coordenar e dirigir as actividades relativas à administração e ao controlo da
documentação e das bibliotecas do Exército.
Ainda compete, em especial, à DDHM, entre outras obrigações40
:
1) Orientar e zelar pela conservação do património histórico-militar afecto ao
Exército;
2) Incentivar, coordenar e executar a investigação e a recolha de elementos
susceptíveis de enriquecer o património;
3) Providenciar o estudo científico, técnico e cultural dos valores inerentes ao
património e promover a sua adequada divulgação;
4) Orientar e coordenar as actividades relativas à organização, ao funcionamento e à
conservação de museus, monumentos e locais com interesse histórico-militar afectos ao
Exército.
O seu organograma é o seguinte41
:
Figura Nº2 - Organograma actual da DDHM.
Legenda:
RPC – Repartição de Planeamento e Coordenação.
RHM – Repartição de História Militar.
RP – Repartição de Património.
RDB – Repartição de Documentação e Bibliotecas.
RAG – Repartição de Apoio Geral.
Dessa estrutura da DDHM, compete42
:
- À Repartição de Planeamento e Coordenação (RPC) exercer as competências
referidas na alínea 4) do parágrafo anterior;
40
- Ordem do Exército Nº9, I Série, 1994, Ponto 2 do Artigo 14º, página 401. 41
- Diário da República Nº 203, cit, Artigo 15º, páginas 5168-5169. 42
- Ordem do Exército Nº9, cit, página 402.
DIRECTOR
SUB-DIRECTOR
RPC RAG RDB RP RHM
DIRECTOR
RPC RAG RDB RP RHM
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
12
- À Repartição de História Militar (RHM) exercer, entre outras, as competências
referidas na alínea 3) do parágrafo anterior;
- À Repartição de Património (RP) exercer, entre outras, as competências referidas
na alínea 1) e 2) do parágrafo anterior.
O actual quadro orgânico de pessoal aprovado contempla 24 militares e 12 civis, ou
seja 36 pessoas no total43
. No entanto, de momento existem 20 militares e 6 civis.
1.3. Museus Militares
Os museus militares “são órgãos de carácter cultural depositários e expositores do
espólio de interesse histórico para o Exército.”44
Inserem-se no sub-grupo “Outros
órgãos administrativo-logísticos”, do grupo “Órgãos territoriais”45
. Por esta razão, para
além da dependência funcional anteriormente identificada, os museus militares
dependem também dos respectivos Comandos Territoriais, por estarem implantados em
áreas geográficas da acção de comando por parte destes últimos, designadamente em
aspectos de segurança, de apoio de serviços e de finanças.
1.3.1. Museu Militar (em Lisboa)
1.3.1.1. Antecedentes
O processo embrionário para a criação do museu verificou-se em 1842, através da
Ordem da Inspecção Geral Nº 224 de 15 de Novembro desse ano, emanada do Inspector
do Arsenal do Exército, Tenente General José Baptista da Silva Lopes, Barão de Monte
Pedral46
. Nela estão exaradas as medidas necessárias para a classificação, guarda e
conservação dos objectos raros e curiosos que existiam no Arsenal.
O documento fundador do museu é o Decreto de 10 de Dezembro de 185147
,
garantindo “a existência do Museu de Artilharia actualmente estabelecido no Arsenal do
Exército.”
O seu extraordinário desenvolvimento e a conveniente separação da administração
do Arsenal, por aquele não se relacionar com o fabrico, concerto, armazenagem e
conservação do material de guerra, foram reconhecidos pelo Decreto de 16 de
Dezembro de 1909, que aprovou e mandou executar o Regulamento do Museu de
43
- Anuário da DDHM, cit, página 15. 44
- Decreto Regulamentar Nº47/94, Diário da República Nº203, cit, página 5188. 45
- Idem, Ponto 2 do Artigo 10º e Ponto 2 do Artigo 16º, páginas 5186-5187. 46
- Catálogo do Museu de Artilharia de 1906 – 4ª Edição, página 17. 47
- Diário do Governo Nº296 de 16 de Dezembro de 1851, Artigo 19º, página 1295.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
13
Artilharia, ficando este museu subordinado à Secretaria da Guerra por intermédio da
Direcção de Artilharia48
.
Na sequência da reorganização do Exército ocorrida após a implantação da
República e determinada pelo Decreto de 25 de Maio de 191149
, “anexo ao Arsenal
haverá o Museu de Artilharia, destinado a guardar e conservar os artigos de material de
guerra com valor histórico.” De novo, este voltava a fazer parte do Arsenal.
Posteriormente, e após o Pronunciamento Militar de 28 de Maio de 1926, o Exército
foi objecto de nova reorganização pelo Decreto Nº12161 de 21 de Agosto desse ano. O
Arsenal foi extinto e o museu voltou a fazer parte da Arma de Artilharia, tendo-lhe sido
o nome alterado para Museu Militar, com o fundamento de reunir outro material
museológico além de artilharia50
.
Mais tarde, por Despacho do Ministro da Guerra de 16 de Junho de 1948, o Museu
Militar passou a depender da 3ª Direcção Geral do Ministério da Guerra51
, até à
publicação de novo diploma legal que determinou a sua dependência do EME
(juntamente com o Arquivo Histórico e a Comissão de História Militar)52
, saindo da
dependência da Arma de Artilharia desde 1 de Janeiro desse ano.
Depois de nova organização geral do Exército estabelecida pelo Decreto-lei
Nº42564 de 7 de Outubro de 1959, o Museu Militar passou a depender da DSHM53
.
Por fim, com a reorganização definida pelo Decreto-lei Nº 50/93 de 26 de Fevereiro
de 1993, e conjugado com o Decreto Regulamentar Nº43/94 de 2 de Setembro de 1994,
o Museu Militar passou a depender funcionalmente do Comando do Pessoal, por via da
DDHM, mantendo-se esta relação até à data.
1.3.1.2. Evolução da missão e da orgânica
O Museu Militar, desde a sua fundação (1851) até à actualidade teve várias
orgânicas. Em 1868 aquele museu era designado por Museu de Artilharia e era uma
Secção do Depósito Geral de Material de Guerra, do Arsenal do Exército, “e seu chefe o
Adjunto do Director do mesmo Depósito”54
.
48
- Decreto de 16 de Setembro de 1909, Diário do Governo Nº241, de 23 de Outubro de 1909, Artigo 3º,
página 3512. 49
- Diário do Governo Nº122 de 26 de Maio de 1911, Artigo 105º, página 2143. 50
- Ordem do Exército Nº10, I Série, de 31 de Agosto de 1926, Artigo 23º, página 531. 51
- Portaria Nº12408, Ordem do Exército Nº3, I Série, de 30 de Junho de 1948, página 72. 52
- Decreto Nº37082, de 2 de Outubro de 1948, Ordem do Exército Nº7, I Série, de 15 de Novembro de
1948, páginas 157-159. 53
- Ordem do Exército Nº8, cit, páginas 595-667. 54
- Ordem do Exército Nº80, I Série, de 31 de Dezembro de 1868, Ponto único do Artigo 7º, página 569.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
14
No ano seguinte, foi determinado que o Museu ficaria sob a orientação do Director
da Fábrica de Armas (esta fábrica era um de três estabelecimentos fabris do Arsenal),
teria um Sargento guarda e era coadjuvado por um servente55
.
A aprovação em 1909 do Regulamento do Museu de Artilharia estabelecia o
seguinte pessoal, para garantir o seu regular funcionamento: um director (Oficial
General), um adjunto (Oficial de patente inferior à do director), um amanuense, um
chefe dos guardas, um decorador, um servente e o número necessário de guarda-
-salas56
.
Em 1914 foram introduzidas alterações àquele regulamento. Tiveram
essencialmente o fim de harmonizar a reinserção do Museu de Artilharia na estrutura do
Arsenal e franquear a sua abertura ao público aos domingos e dias úteis, das 11 às 15
horas, excepto às segundas-feiras e dias de feriado nacional, em que estava fechado57
. O
anterior quadro de pessoal e respectivas funções manteve-se de uma maneira geral,
exceptuando algumas condições para o cargo de director e de adjunto, em que o
primeiro podia não ser Oficial General.58
A segunda alteração ao regulamento verificou-se em 1920. O director do museu
podia ser um General ou um Coronel e o adjunto devia ser um Oficial Superior.59
Após a reorganização do Exército de 1926 e na sua sequência, em 1927 foi alterado
o regulamento pela terceira vez. O museu tinha mudado de denominação – passando a
designar-se Museu Militar, desde 1926 – e ficara compreendido novamente na Arma de
Artilharia, razão pela qual o director correspondia-se com a Direcção da Arma de
Artilharia sobre todos os assuntos que dependessem de resolução superior60
. Para além
do quadro de pessoal atrás referido, também foi incrementado um carpinteiro, um
espingardeiro e dois serventes, trabalhando nas respectivas oficinas (de carpinteiro e de
espingardeiro)61
. Ainda foi definido o preço de entrada, as condições de acesso gratuito
e um novo horário de abertura ao público62
.
55
- Decreto de 13 de Dezembro de 1869, Diário do Governo Nº290 de 21 de Dezembro de 1869, Artigo
72º, página 1619. 56
- Diário do Governo Nº241, de 23 de Outubro de 1909, Artigo 5º, página 3512. 57
- Decreto de 30 de Maio de 1914, Ordem do Exército Nº12, I Série, de 19 de Maio de 1914, Artigos 2º
e 4º, página 648. 58
- Idem, página 649-650. 59
- Decreto Nº7195 de 19 de Novembro de 1920, Ordem do Exército Nº14, I Série, de 22 de Dezembro
de 1920, Artigo 6º, página 626. 60
- Decreto Nº13224 de 26 de Fevereiro de 1927, Ordem do Exército Nº5, I Série, de 16 de Maio de
1927, páginas 507-511. 61
- Ordem do Exército Nº5,cit, páginas 507-509. 62
- Idem, página 508.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
15
Em 1935 foi publicado outro regulamento, em substituição do antecedente, do qual
se destacavam as seguintes alterações:
- O museu constituía um dos organismos da Direcção da Arma de Artilharia;
- O horário de abertura ao público vigorava todos os dias, entre as doze e as
dezasseis horas, excepto nos dias de feriado e nas segundas-feiras;
- O quadro de pessoal incluía: um sub-director (em vez do adjunto); um contínuo; o
número de guardas que fosse necessário, até vinte (fixação de um limite superior); um
carpinteiro decorador (além do carpinteiro); e cinco serventes (em vez de dois);
- O director podia ser General, Brigadeiro ou Coronel.63
Em 1948 o museu passou a depender inicialmente da 3ª Direcção Geral do
Ministério da Guerra, em consequência da reforma dos depósitos, e finalmente do EME.
O seu quadro de pessoal contemplava militares e civis, contratados ou assalariados. Os
militares eram: o director (de graduação não inferior a Coronel), o sub-director (Oficial
Superior), o adjunto (Capitão ou Subalterno) e os guardas das salas. Os civis
contratados eram os seguintes: um terceiro-oficial, um chefe de guardas, dois guardas de
noite, um segundo-contínuo e um porteiro. E os civis assalariados eram: um carpinteiro-
-decorador, um carpinteiro, um serralheiro, um serralheiro-espingardeiro e cinco
serventes64
.
Com a criação do Serviço Histórico Militar em 1959, os museus afectos ao Exército,
designadamente o Museu Militar e suas delegações, passavam a depender desse
Serviço, por intermédio da Repartição de História Militar65
. Também é desse ano a
publicação do (primeiro) Estatuto da Liga dos Amigos do Museu Militar66
, instrumento
legal muito importante para a possível implementação de acções favoráveis ao
desenvolvimento e divulgação da sua riqueza patrimonial, mas sem consequências em
termos organizacionais (sobre este assunto, ver a Portaria Nº311/86 de 24 de Junho de
1986 – estabelece o Estatuto das Ligas dos Amigos dos Museus Militares – que revoga
o Estatuto de 1959).
63
- Decreto Nº25837 de 9 de Setembro de 1935, Ordem do Exército Nº10, I Série, de 30 de Setembro de
1935, páginas 517-520. 64
- Ordem do Exército Nº7, cit, página 158. 65
- Ordem do Exército Nº8, cit, Ponto 2 do Artigo 148º, página 659. 66
- Portaria do Ministério do Exército de 12 de Abril de 1959, Ordem do Exército Nº2, I Série, de 30 de
Abril de 1960, páginas 221-227.
UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO PORTUGUÊS
16
Posteriormente, pelo Despacho do GenCEME de 21 de Março de 1985 fora
aprovada a missão, o organograma e o Quadro Orgânico de Pessoal do Museu Militar, a
seguir identificados67
.
A sua missão era a seguinte68
:
- Obter e expor em permanência e de forma sistematizada os testemunhos
museológicos que constituem património histórico-militar, e eventualmente os
espécimes que, pela sua antiguidade, raridade ou valor, tenham relevante significado
cultural ou científico;
- Guardar, classificar, inventariar, catalogar e conservar o património pelo qual é
responsável;
- Colaborar, conforme lhe for determinado, com outros órgãos ou entidades
militares ou civis, em trabalhos de investigação histórico-militar;
- Como Museu Central, apoiar e aconselhar, conforme lhe for determinado, nos
aspectos técnicos e museológicos, os restantes museus afectos ao Exército;
- Colaborar, conforme lhe for autorizado ou determinado, na organização e
realização de cerimónias e manifestações de interesse histórico-militar ou com relevante
significado histórico-cultural.
O organograma tinha a seguinte configuração