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7/25/2019 Uma Pagina Memoravel Da HIstoria Do Reinado de Dom Pedro II - Por Gervasio Jose Da Cruz - Biblioteca Do Sena
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GR nDO
DOS R SILEIROS
SEU
l X ~ } L S O IIIPER DO R
< 7
l
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GR TIDO S
R SILEIROS
U
X LSO
I ~ { P E R O R
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UM
P GIN
MEMOR
VEL
D
HISTORI REIN DO
DO
SENI IOR OMPE RO
DEFENSOR
PERPETUO
R SIL
POR
SEGUNDO OFFICIAL DA
SECRETARIA DE ESTADO
DOS NEGOCIaS DA MARINHA
TYPOGRAPH IA PERSEVERANA
91 RUA DO
HOSPICIO 91
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heroica resoluo
que, ao saber
da
invaso da Provincia
de
S. Pedro
do
Rio Grande do
Sul,
tomou Sua
nagestalle
Imperador
de para
ali Ilartir afim
de
animar com
a
Sua
Denefica Presena omovimento
bellico,
e pGr
termo
a
.pequenas
desavenas IIue
infelizmente
existiam entre alguns gene-
raes
e
mesmo
a
resentimentos
por
ventUl a mal
enten-
(lidos,
e
(Iue
a
todo custo
convinha
destruir em bem
da
causa
sagrada
da
justia
e
(la civilisao (Iue
oIml)el io do
Cl lIzeiro
sustenta contra
o , andal0 e
barbaro dicta(lor
da
Rellllblica
do Paraguay; os episo(Hos da Sua
Viagem, e
os actos de
verdalleira magnauimillade
e afenorado patl iotismo
que pra-
ticou
durante
a
sua saudosa ausencia
de
ns,
constituem
uma pagina memoravel
da
histol ia do Reinado
do
Mesmo
Augusto Senhor,
e
bastariam sem duvida
quando
muitos
outros
lilulos
no houvessem
{
sobejo
l)ara
levar
o Seu
Excelso
Nome aos
ullimos terminos e mais remo la I)OS-
teridade.
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descripo
{lesses
sllccedimentos uma divida
sagrada
que IIDlIH ia
ser
satisfeita llara
como homenage.Jli de
suhdilos
agra{lecidos,
ser
apresentada ao
Imperador no dia {le sua
chegada
esta crte. lIombl os possantes deviam
tomar
sobre
si
to
gloriosa
tarefa
no tanto pela dillicllldade do trabalho
pois que taes acontecimentos se acham exarados nos diversos
jornaes
em
correspondencias
que
miudamente
os
narraram
lUas porque era
mister empregar
na
descripo
dos
mesmos
factos
as
mais graciosas frmas,
e
uma linguagem aprimorada
edigna delles.
Assim
o ~ n t e n i e
entendo. Entretanto
esta divida podia
ficaI
por saldar edcst arte continuarem dispersos e eSllarsos
aflui
e
acol
actos
do Imperador
que to{IGS
os Brasileiros
devem consel Var gmvados em
seus coraes.
Arreceiando-me
disto tive
vaidade {Ie conceber
ideia
de occupar-me de semelhante descripo: mil dilliculdades,
porm, vieram logo contrariar omeu Ilensamento,
que esteve
ponto
fIe
mOlTer em
embrio.
Estas {lilliculdades eram muitas: entI e ellas
sobresahia
consciencia Iue
nu tro
da
insulliciencia das minhas
foras
intellecluaes
lo
meu natural acanhamento. e sobretudo
do
IIOUCO
ou nenhum presligin
do
meu pobre
nome para
estam
paI-li na frente de um opusculo
todo relativo
ao Sabio
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~ o l l r c h do Brasil.
to
versado na litleralura enas sciencias.
eSllecialmente nas Bellas-Letras (Iue com esmero cultiva.
Pal'ecel'am-me insuperaveis
limlas
difficuldades Illas ainda
assim no recuei de
tamanho
commetlimcnto, IlOrflue desde
enlo assentei que
nafl ativa da viagem de
Sua ~ g e s t d e
Imllerador heroica provincia do Rio Grande
de ia
formar
o
livrinho.
1101'
assim dizer.
do
pBVO
Ilor{lue
nella se depara
com
omais
estremecido amor
e
dedica Co (Iue jmais Principe
algum
consagrou sua Patria e aos seus subditos.
Comllluniquei um amigo,
joven
instruido e sabedor das
letras esse meu intento,
e
com
maior
singelesa
Ilonderei
lhe lodos os obices
que
se
oppunhalll
sua
realisao
Ilor
minha
Ilarte.
e
illstei
com
elle
Ilorque
o
Iizesse
seu.
Adduzio-mc
'azes
nliosas
de cscusa.
mas
com
bondade flue lhe
innata disse-me
que, se etl linha escI'ullUlos de aliJlaI'
IlUblicidade este tmbalho litlerario ua incerteza
de
sahir
escoilllado d,\ erros
faltas
dc dico, escrevesse-fi
e o
sujeitasse
sua censura.
Islo animou-me
subremaneira
e
mais desassombrado
comeei
eSCl'ever:
fui escre endo paulatinamente.
Ilorque
como
j observei,
convicto
da
estreitesa e exiguidade
llos
meus conhecimentos, em preciso
meditar
muito.
e
afcrir
calla Ilalana cada syllaba. cada letra. Eu no llueria IlOI
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IV
modo
algum
Iue
rudeza da
l hrase Imdesse
eclypsar
o
brilho
da
grandesa
do
aSSUml)lo.
Terminada descril)o,
submelti-a ao
juizo
illuslratlo
do
meu {liguo
censor,
o
{Iual
fez no l)e{Iuenos
rellaros
consi
ra, eis modiUc3es.
Se
Ilorl3nlo
algum merecimenlo liUerario
ellcontl al o generoso
publico
Ouminense nestas
Ilaginas Iue
me
all evo
mandar iml)I imiI , aUribua-o,
no
eSllecialmellle
mim, mas ao meu Ilrezado amigo,
quem do intimo do
corao agmdeo
o
assignalado favor
qve
teve
benevolellcia
de
III eslar-me.
Os
leilores talvez
eslranhem o no
tel en descrilllo
os
aclos
llralicados pelo
IJnllerador depois
da rendio das foras
jtat aguayas
ua
villa
de
Ul Ilguayana;
mas, se
allenderem
Iue
me era
mister parar em
algum
Ilonlo, visto
ter esle OllUsculo de
Sei apresenlado ao
llUblico
dia
da
chegada de Sua
~ a g e s t a d e
tIue
nenhum outro
era Ilara
isto
mais ad IUado do Iue o
da rendio
da referida villa,
certamente me descul ilro.
Entretanto, mais
tarde, IHlblicarei
os actos do -Imlleradur
na PI ovincia
de S.
Pedro do
Sul
Ilosleriol es
rendio da
villa at sua pal lida de
Porto Alegl e Ilara esta
crte.
Restam-me poucas
ltalanas.
Eu devia dar
Sua
~ a g e s t a d e o
IllIllerador uma lll ova da
muila devoo Ilrofunda
admit ao,
alm do immorredouro
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reconhecimento
(Iue
lhe consagro. Primeiramente sou Brasi
leiro
orgulho-me
de
sei o
e
em
meu
peito, merc
de
Deos,
rerve
o
sacrosanto rogo do patriotismo: em segundo lugar
rui
educado desde mais
tenra
inl allcia
com
exemplos edi-
ficantes; aprendi
sei
grato: Imperador
de o posio
social (Iue immerecidamente
occupo.
Digne se
pois,
Ellc, por sua inexhaurhel Munificenciu,
de
aceitar
estas
paginas como penhor da minha gratido, e
da
gratido
de
todos os meus patricios
que,
no amor (Iue
tributo ao
Priucille Excelso, esto, ouso
dizei-o, identificados
comigo.
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Era o dia 30 do mez de Junho ultimo. sanimas
dos Brasileiros, e cumpre dizel-o
em
abono da
ver-
dade, de todos os estrangeiros, que, como hospedes
amigos, muito
se
tem interessado por n6s desde o
principio dessa guerra brutal que nos declarou o c -
cique do Paraguay; os animos de todos os habitantes
desta muito leal e heroica cidade de S Sebastio es
peravam anciosos pelo vapor que nos devia trazer
recentes noticias do theatro da guerra: cada minuto
que passava parecia um anno, e cada hora que a
pendula batia, um seculo ... . uma eternidade
E facil explicar a razo de tanta anciedade.
o v ~ l l i r o s
sinistros, desses que vivem na ociosida
de, e que para passar o tempo tem preciso de
in-
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ventar historias imaginar derrotas ideiar victoL ias
haviam feito espalhar boatos aterrauores e incutido
no espirito da populao menos culta srios receios de
derrota s
armas brasileiras.
A me desolada chorava a perda
do
iJho querido
que
se lhe antolhava imaginao qual lugubre
realidade: o pai extremoso deplorava a triste sina de
que a morte lhe houvesse roubado to prematura
mente a unica esperana da sua velhice e o futuro
arrimo da familia: a esposa casada de pouco amando
o consorte com a impetuosidade ainda de um amor
primeiro e avigorado pela ausencia de comprido
mezes ~ s t o r c i s e nas mais desesperrnlas dres
dessas d r e ~ que fazem to
s ~ b l i m e
o corao da
mulher gemia coitada a precoce viuvez que a
deixva entregue ao desamparo miseria si a mo
paternal do Governo lhe no estendesse o obolo remu
neratorio da morte gloriosa
do
marido... gloriosa sim
porque era em defeza da patria
Neste sobresalto geral eis que subito. aborda a
nosso porto o vapor suspirauo e que desde logo espa
lha-se a grata noticia do combate de iachuelo onde
a nossa armada conquistou o mais brilhante fioro
de uma gloa immortal e deu exemplo de uma cora
gem
como
o no ha por ventura nos annaes
de
todos
os
combates
Que mudana repentina
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excepo de algumas bem poucas pessoas que
tiveram a infelicidade de perder
um
filho, um esposo,
um irmo ou um amigo, em todos os coraes flu
minenses espraiava-se um alegr.l e um jubilo, mais
facil de imaginar, do que de descrever; e ainda mesmo
quelles que se tinham abandonado s lagrimas e aos
gemidos, restava a doce consolao de -que o morto
si finara, defendendo a patria com um ardimento e
coragem lnequrrvocos.
E maior houvera sido o contentamento publico, si
a p r de
to
agradaycl noticia, no viesse outra,
eomo que desmaiar o quadro brilhante de um feito
to memoravel, e que, certo, nas suas paginas a
historia registrar em letras de ouro: est outra
no-
ticia foi a da nvaso de S Borja por uma fora
elo
exercito paraguayo, e a enumerao das tropelias, sa
ques, violencias e toda a sorte de infamias praticadas
por
um
horda de escravos
em
obecliencia
ao
seu cruel
c1ictador.
A Provincia do Rio Grande precisava ento, mais do
que nunca, de unio e concordia: infelizmente acha
va-se por esse tempo retalhada em partidos que
mu-
tuamente se hostilisavam: nossos mais aguerridos e
valentes generaes no se entendiam; e por outro lado,
a presidencia provincia segundo a notoriedade
publica, testificada pela declarao que n camara
temporaria fizeram
os
Deputados Rio Grandenses, no
oITerecia
bastantes e seguras garantias
p r
desvanecer
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4
essas desintelligencias ou cortar
essas
difficuldades o
5Iue
todavia era urgente
se
fizesse
sem
demora ncon
tinenti....
No
meio
desses acontecimentos o Brasileiro por
excellencia o Magnanimo Senhor D. Pedro Segundo no
seu
estremecido amor
pelo Brasil repassava em seu
espirito uma ideia grandiosa ideia que
ene
tinha as
sentado realizar
fossem
quaes
fossem
os
obstaculos
os empecilhos que se lhe podessem contrapor.
AProvincia de
S.
Pedro do Sul dizia a ss comsigo
o
Inclyto Monarcha
a bella Provincia
de S.
Pedro
do
Sul
est presa do inimigo:
preciso rcpellil-o e para
isto de antemo preparar todas
as
cousas. Eu sou
Brasileiro e maldito
fosse
eu
si
tendo jurado a Cons-
tituio
do
Imperio arca santa
dos
direitos
dos
meus
caros subditos e patricios me deixasse conservar entre
as delicias e os gozos
da
crte
esquecendo
os deveres
de Defensor Perpetuo do Brasil ... No
preciso
que
eu
parta e partirei .
Que. resoluo nobre e sublime Que
exemplo mag-
nifico
de
acrisolado amor da Patria
Honra e
Gloria ao
Imperador
Desde aqueUe
momento no houve palavras
no
houve conselhos que o pudessem dissuadir ela inven
civel resoluo de partir para o theatro da guerra e
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desfazer com
a
ua Graciosa
Presena tristes
di
siden
cias
entre irmos na
occasio solemne em
que a patria
estava a exigir o concurso
de
todos.
Debalde ponderou-lhe o conselho de
seus
mini tros
os perigos a que se
Elle
ia expor; debalde fez-lhe
ver os
incommodos porque teria de passar caminhan
do extensas leguas e
soffrendo os
rigores da estao;
tudo
foi
em vo:
em
seu Animo Generoso estava irre
vogavelmente determinada a viagem e
aos
conselhos
de seus ministros respondia
elle
com
as
seguintes pa
lavras significativas
do
seu patr; tismo-Antes de tudo
sou Brasileiro e si
no
partir para o Sul como Impe
rador partirei como Cidado
Impotentes os ministros para desviarem
do
esprito
du
Imperador o pensamento que e lhe plantra inli
mamenle communcaram
s
Camaras
pelo orgo do
Presidente
do Conselho
o
Venerando 13rquez
de Olind[l:
a resoluo
que Elle torneira
e desde
ento ficou
certa
a populao fluminense
de
que a Cora Imperial
ia
er
trocada
pelo bonet de
Voluntario da Patria.
Deu-se comeo
ao
aprestos
da
viagem e
designou
se o dia 10
de
Julho para a partida
de
Sua
Magestade
Imperial que deliberou ser acompanhado por
Seu
Au
gusto
Genro Sua Alteza o Senhor Duque de axe
resolvendo
tambem
que logo
que chegasse
da Europa
o enhor Conde d Eu se lhes fosse ajunlar.
.
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Raiou o dia 1 de Julho
Ainda bem no eram 8 horas
da
manh
j
o
Imperador se achava no arsenal de marinha a passar
com a maior solicitude revista a mais de 2,000
praas, que tinham de acompanha-lo ao theatro ela
guerra.
Posto que seu semblante estivesse sereno e guar
dasse aquella gravidade que lhe
natural
lia-se
comtudo em seus olhos a dI que lhe requeimava o
corao, porque ia se bem que temporariamente,
separar-se de sua Augusta Famlia, e ele seus fieis
subditos
A ideia de que por alguns mezes e havia de au
sentar dos fluminenses comeava a fazer nascer-lhe
as saudades que em breve depois, nas campinas
do
sul t r ~ de atormenta-lo com todo o imperio
da sua vehemencia.
Dotado de um coraco accessivel a toda a sorte
de sentimentos nobres e elevados, o Imperador no
podia deixar de experimentar naquelle. angustioso
momento os influxos de sua sensibilidade e benevo
lencia; mas, no obstante, com:ervava a maior calma
e tranquillidade, porque todas estas circumstancias
eram nenhumas na presena do grande pensamento
que estava prestes a realizar Por maior que fosse
o seu am0r Famlfl e aos fluminenses, o amor
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da patria actuava com maior vigor em seu p iro .
o amor da patria
um
dos mais notaveis cara
risticos
do
Senhor D Pedro Segundo.
Logo ao alvorecer do referido dia
1
o povo
corria apressurado ao arsenal
para
assistir o e
barque
do
seu Adorado Monarcha, e dizer-lhe o adeu
da despedida. Era facil lr em todas
as physion.r
mias a expresso
do
mais vivo sentimento: cada qual,
n um gemido, n um suspiro exhalado espontanea
mente
do mais intimo
d alma
vinha atraioar a
magoa que lhe corroia profundamente.
Como
belIo e arrebatador quanto enlevo no
produz a dedicao de um povo
ao
seu Monarcha,
quando essa dedicao
a de um povo livre, que,
certo
no a tributaria ao Monarcha, se
este
por
sobrados titulos, no fosse delIa merecedor No, o
sentimento de pezar, e de angustia, as attribulaes
que experimentavam todos os brasileiros
no
dia
de Julho, a pressa com que corriam a encontrar-se
com o Imperador, no eram arrancados pelo servi
lismo nem pela adulao, mas o resultado de uma
affectuosidade
merecida
devotada ao melhor dos
Prncipes, cujo throno est realmente assentado no
mais inabalavel alicerce...
no
corao de seus sub
ditos
No
havia no q.rsenal um s lugar que no esti
vesse occupado, tornava-se quasi impossivel o tran
3
le
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silo; reinava o silencio dos tumulos; a dr estava
concentrada, e como que impedia
multido m n -
festa-la por palavras, comqllanto no fossem precisas
palavras para da-la a conhecer
Era em verdade um espectaculo sublime e edifi
cante O povo a despedir-se do Monarcha; o Mo-
narcha. a corresponder
a ls
adeuses do povo
O Imperador se tinha confraternisado com o seu
povo
O mar estava inado de embarcaes de todos o
tamanhos que conduziam numerosos passageiros, e
quem olhasse para as eminencias da cidade, teria
de contemplar a maior aflluencia que
possivel
conceber
Sem hyperbole pde-se dizer que s no correu
a avistar o Imperador no saudoso dia
de
sua par
tida aqllelle a quem grave enfermidade o tolhera
de fazer.
ssim se passou a manh
do
dia
de Julbo at
que soou o momento da partida.
uma hora la
tarde embarcou Sua Magestade Imperial em compa
nhia de seu Augusto Genro, o Senhor Duque de
Saxe e de sua comitiva no vapor
Santa aria
que,
garboso, comeou de sulcar
as
aguas da formosa
Guanabara
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Si o especlaculo linha sido grandioso mais o foi
neste momento: o Imperador e o Senhor Duque de
Saxe
no cyssavam um
s
instante de comprimentar
para terra e
de
corresponder s saudaes que ao
aceno dos lenos lhe dirigiam aquelles que o acom
panhavam por mar.
s impresses desta scena pathetica que se podia
traduzir pela troca de affectuosas s ud des s que
levava o l\1onarcha e as que deixava a seus
sub-
ditos jm is se podero apagar ou extinguir; ficaro
indelevelmente gravadas em todos os fluminenses.
lgum dia o historiador
se
ha de aproveitar dellas
para em traos verdadeiros transmittir aos vindou
ros a descripo de um reinado feliz e os justos
titulos que o Imperador do Brasil ha conquistado
para que
os
mesmos vindouros lhe team a cora
da gloria e da immortalidade.
t que perdeu-se de vista o Imperador
o vapor ia ligeiro caminho do sul
Deste modo escou-se o dia 10 de Julho do cor
rente anno que symbolisa-nos to tristes e ao mesmo
tempo to gralas recordaes: estas as que lembram
o patriotismo do Monarcha a sua mais que muito
gloriosa resoluo
de
mostrar que realmente era o
Defensor Perpetuo do Brasil; e aquellas as que nos
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memoram a magoa e a saudade que nos causou a
sua ausencia.
A multido voltava triste
j estava longe o Prin
cipe infatigavel que sem cessar dava provas
de
sua
actividade,
zelo
e interesse pelas cousas da patria.
Agora que a saudade comeava com toda a sua
fora a apoderar-se dos animos
saudade no primeiro dia da ausencia do objecto
que se ama tem um imperio absoluto: mesmo,
por assim dizer, indomavel O que ella faz sentir
ao
corao do homem, no o p6de descrever ninguem,
e s imaginar aquelle que a tem experimentado.
Amando, e deve-se dizer, tributando a populao
fluminense um verdadeiro culto ao seu )[onarcha,
no ser difficil aos leitores comprehender a extenso
do pezar que compungia a multido n sua volta
do arsenal.
E a Virtuosa Imperatriz? E a Serenissima Prin
ceza
D
Leopoldina? Oh
como
ficariam seus Au
gustos Coraes? A Imperatriz, a esposa exemplar,
alm de me carinhosa dos
Brasileiros; a Augusta
Princeza, a Senhora D Leopoldina, esse anjo
de
candura e de bondade, muito... muito deviam ter
soffrido: resignaram-se, porm, com o quinho de
gloria que lhes dera a intrepida resoluo de seu
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Preclaro Esposo c PaL Pelas Augustas Fces
rolou-
lhes mais de vez a lagrima
da saudade;
mas essa
lagrima era tambem a lagrima do enthusiasmo e do
patriotismo de uma mulher que pela dedicao se
fizera
Brasileira
e de outra que para felicidade
nossa deve o bero terra de Santa Cruz e mais
particularmente grande cidade do Rio de Janeiro.
A viagem o
Imperador
correu sem circumstan-
cias notaveis at a Provincia de Santa Catharina
onde em meio do caminho resolveu
parar
no com
o intuilo de desembarcar mas unicamente na mira
de fazer activar com o seu valioso prestigio todos
os arranjos precisos a commodida.de de seus olclados
que ficaram
na
dila provincia.
E
tudo fez apromptar com aquella actividade e
diligencia que o fluminenses tantas vezes admira-
ram
vendo o constantemente a examinar
os
arsenaes
e fortalezas onde em tantas occasies se expozera aos
maiores perigos e dos quaes em outra tantas escapaTa
por
milagre da Providencia que por sua infinita
bondade no
e
sa de velar pelo Brasil.
Que esforos no fizeram as autoridades tanto
administrativas como judiciaes da Provincia de Santa
Catharina; quantos esforos no envidara a briosa
populao dessa provincia
para lograr o ineffavel
prazer de mais uma vez ter a honra de ver o ~
Imperador?
7/25/2019 Uma Pagina Memoravel Da HIstoria Do Reinado de Dom Pedro II - Por Gervasio Jose Da Cruz - Biblioteca Do Sena
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-
-
.\ nada disto cedeo o
~ o t l a r c h a
porque llfLQ queria
que com
os
festejos
sua pessoa se consumisse o
que mais utilmente poderia ser applicado
s
neces
sidades dos seus subditos, e por ventura s urgencias
da guerra
Que
louvavel procedimento
No
tendo sio possivel
s
autoridades da dita
Provincia de Santa Catharina
c o n s e g u ~
que Sua Ua
gestade Imperial desembarcasse
is
suas plagas, foram
todas, conjunctamente com muitos cidat1os, compri
menta-lo a bordo. Em seguida apresentou-se ao Im
perador L familia de um alferes de voluntarios d
p tri
de nome Jos Severiano
de ~ l e l l o
natural
das Alag6as, a qual
se
ofl erecera inteira para partir
p r
o theatro da glierra: familia de bravos que
no receiava a morte, desde que se tr9.tava da defeza
do
solo natal
o
quadro era admiravel E o Imperador, sempre
o primeiro Brasileiro, no foi, nem podia ser, indife
rente a ene. Tratou o alferes e sua familia com
aquella amabilidade que tanto o distingue, e que
parece o apanagio da illustre casa Bragantina.
A:
hora
do
almoo convidou-os para a sua mesa,
sem que de leye posasse-lbe
no
espirito a certeza
de que empunhava um Sceptro herddo de antiquis
sima realeza.
No
este o
UlllCO
testemunho que o Imperador
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- 3
tem dado de uma abnegao sem exemplo tal vez nos
fasto das rnonarchias; ao confrario, s u p ~ r u n d m
milhares de
e emplos
como o que praticou com o
alferes Severiano. Onde quer que esteja o mereci
mento ahi est a mo dadivosa do Imperador para
recompensa-lo. O Principe philosopho no esquece
jmais o homem.
Convm no esquecer que emquanto
Sua
Mages-
tade Imperial se conservara em Santa Catharina,
volveu-se o ma 13 de
Julho:
anni versario natalicio
da Serenissima Princeza a Senhora .D. Leopoldina.
A s
.i
.3/ 4. horas da tarde do dia 14, desaferrou do
porto do Desterro o vapor SanltJ . i J
a ria
em demanda
do Rio-Grande do
Sul
6nde chegou no dia
6
desembarcando o Imperador pelas
1/2 horas
da
manh.
i no
fos
e a obrigao de,
na
qualidade de chro
nista da viagem de Sua Magestade Imperial no
deixMms de mencionar circumstancia alguma, bem
superfiuo eria dizer que fra frenetico o enthusiasmo
COIll
que
os
Rio--Grandenses receberam o seu
1\10
narcha. A Provincia do Rio-Grande do Sul j
tinha
do seu Augusto Soberano pessoal conhecimento,
quando, ha annos passados, dignou-se elle de visi
tJl-Ia, deixanuo em seu regresso,
grarauosno
animos
Rio-Granclenses, perenne recordao das sublimes
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- 4
qualidades
que
o fazem to predilectamente caro ao
paIz.
No consentio Sua Magestade o Imperador mo
grado s mais instantes supplicas das autoridades,
e de notaveis cidados da provincia, que se lhe fizesse
ruidosa recepo como alis era desejo dos Rio
Grandenses. odesembarcar na cidade do Rio-Grande,
foi seu primeiro cuidado dirigir-se igreja matriz,
onele, em face do Deos Yiyo, dirigio fervorosas ora
es, em aco de graas feliz viagem que fizera.
E naquelle momento / em que o grande espirito do
Imperador se communicava com o Altissimo, por
certo no se esquecera elle de enderear-lhe uma
prece pelo triumpho da guerra em que estamos
empenhados
o Imperador nunca se olvida da religio: em
todas as phases de sua vida, o sentimento de reli-
giosidade que profundamente lhe aquece o espirito,
vem provar a todos os Brasileiros que o seu Augusto
Monarcha tanto tem de sabio, como de religioso.
Depois de
orar na
presena do
Deo s
do
Exer-
citos, Sua Magestade o Imperador
dw se
pressa
ele
mandar
publiCaI officialmente a seguinte proclamao
que fez aos Rio-Grandenses:
Rio-Grandenses Sem a menor provocao,
por
ordem do governo do Paraguay invadiao segunda
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15
-
vez
o territorio de nossa patria. Seja
vosso
unico
pensamento o vingardes tamanha affronta, e
todos
nos ufanaremos cada
vez
mais
dos
brios e denodo
do
Brasileiros.
A rapidez das communicaes enlre a capital do
Imperio e a
vossa
provincia permitte a mim e a
meus
genros, meu
novo filho
: pre enciar
1 0
nobres feitos.
Rio-Grandenses Fallo-vos como pai que zela a
honre da Familia Brasileira, estou certo de que proce
dereis
como
irmos, que
se
amam ainda mais quando
qualquer delles soffre.
Palacio
do
Rio-Grande,
16
de Julho
de 1865 -
D. PEDRO II
Imperador Constitucional e Defensor
Perpetuo
do
Brasil.
Esta proclamao. cuja linguagem prova viva
do
. entimento d amor que o Excelso
~ l o n r h
consagra nossa
paLria
commum,
deye
ser decorada
repetida por
lodos os
Brasileiros.
Fallo-vos
como
pai, disse Sua Magestade Imperial
ao
llio-Grandense
E na verdade propriamente
o epitheto que ao Senhor D. Pedro Segundo dve ser
dado pelo paiz inteiro -
Pai
e Pai extremos dos
bras.1eos -
, emelhante proclamao surtio o
efi eito
desejado,
como
adiante se vera, quando virmos completamente
desfeita a cliscordia que reinava na provincia entre
pe
soas que deviam sempre viver unidas.
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16
Na cidade do Rio-Grande demorou-se Sua Uages
tade Imperial at o dia 18 embarcando s horas
desse mesmo dia com destno a Porto-Alegre.
Ahi
no desmentio o interesse que smpre revela pela
prosperidade dos estabelecimentos publicos tendo
sido o seu primeiro cuidado visitar os quarleis hos
pitaes casas de caridade etc. A carida
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1i
de
Horacio em eus respectivos ongmaes.
Chegou
cidade
do
Rio
Pardo
no
dia
29
desembarcando pela
G horas da tarde.
Incansavel,
sem
que
os
incommodos inherentes a
todas as
viagens, c que prostram
no
abatimento
as
mais atleticas consttuies, lhe
fizessem
a menor
mossa; quando o corpo devera estar exigindo des
canso c repouso a tanta fadiga, o Imperador
no
se
descuidou de ir antes
de tudo
matriz, e ajoe
lhar-se diante do Rei
dos
Reis, o Supremo Creador
da humanidade.
Vinda
que foi a orao, passou a
Yisitar os
esta
belecimentos
da
cidade: tudo via, tudo examinava,
de
tudo
inqueria, e a
torlos
penhorava por sua
admiravel tratabi1idarle.
No
Rio Pardo teYe Sua
l\1agestade
Imperial noticia
de que o major
de
voluntario da patria Felicio
-
heiro se achava gravemente molesto.
Pois bem} dirigio- e para logo casa deste cidado,
afim de visita-lo. Esta I isita um dos mais notaveis
episodios da viagem Imperial Provincia
le
S. Pedro
do
Sul Sua Mage tade fallara ao mencionado major
de
frma que mais parecia
um
irmo dirigindo-se
a outro umo, do que um
filho dos Cezares
a um
seu subdito; e no
s
fallaya-Ihe,
como
lhe dirigia
phrases
de
consolao, animava-o, dando-lhe conforto
para que podesse soffrer
as
dres da molestia
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1
o
enfermo no tinha expres. es com que slgm
ficasse o seu reconhecimento, eslava
confuso
iliante
da magestade bondosa,
mas
experimentou o benefico
influxo
de
to honrosa visita, e certamente sentio
allivio a seus male ...
Este procedimento do Imperador foi \ el c1aueiramentr
sublime, porqne
foi
verdadeiramente evangelico ...
Na
cidade
do
Rio Pardo passou Sua Magestade Im
perial o dia 29 de Julho, e indubitavelmcnlc hem
gratas recordaes lh as espertou elle: era anul
versario natalicio
da
Serenissima Princeza Imperial, a
Senhora D. Izabel, qle
j
linha regrp.ssaclo ele sua via
gem
Europa.
No dia 31 partio para u Cachoeira, onde chegou em
o
0
de Agosto
por
, olta
das;) 1/2 hora da tarde.
As pessoas que tiveram a fortuna
de
acompanhar o
Imperador foram testemunhas jubilosas
de
um quadro
sobremaneira tocante
Em
caminho,
uma-
infeliz
-
lher
me
de nove filhos,
mas
reduzida ao ultimo extre
mo da miseria, e achando-se a ponto
de
ouvir o derra
deiro gemido dos filhos das suas entranhas,
e,
horror
a palavra
fome
pronunciada no
meio
dos estertores
da agonia; uma infeliz mulher, dizemos, debulhada
em
lagrimas, prostrou-se aos ps
do
Imperador, con
lou-lhe a lugubre historia
dos
seus infortunios, o seu
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I
estado
de
desesperao, e a duplice
magoa
ue lhe
dilacerava o corao - a
de
no
ter
que
co:
er
- e
a
de
no
ter
que dar
aos filhos
causava
d
a sua
desventura;
SWlS
palavras entrec-ortadas
de
repetidos
soluos davam a medida
ela
inceridade
de
to triste
narrao Senhor disse ella ao Imperador, sois
vs
a
minha unica esperana, apiedai-vos de mim,
no
por
amor de mim, mas por amor de meus filhos que sem
o
vosso
auxilio morrero de miseria Sua ~ g e s t d e
visivelmente
com
movido
, sentindo
as
dres
da
misera,
como
si.
ella
mesma
as
sentira, defel'io sua supplica
deu-lhe uma avultada esmola
Factlls como
este
no se commentam, porque a
penna, por mais elegante que
seja
confessa-se pobre
para devidamente apreciaI-o
Era na cidade da Cachoeira que tinham
de
comear
os incommodos do Imperador; mas todos estes -
commocLos, que a
qUDIquer
tiriam sido sufficientes
para arripiar carreira,
como
que lhe
augmentavan;J.
o
alento, e lhe emprestavam
novas foras
para elirigir
se
intrepido
ao
seu
destiilO.
E o Senhor
Duque
de Saxe
compartilhava alegre e contente
os mesmos
incommo
dos,
como
e frusse
em
companhia
de
seu preclarissi
mo
sogro
dos gozos ela crte
Dissemos que na Cachoeira
que tinham
de
haver
como
os incommodos do Imperador, e assim
foi.
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No hg r
denominado Cl U :; . t1ta o n ~ fez ene o
. eu prin:eiro acampamento nu mesma paragem em
que acamparam os solclados; vassou com seu Augusto
Genro uma noite ele absoluta privaes no lendo
comido durante dia mais que po secco at s 9
horas d
noi te
que poderam ler uma melhor refeio
A noile dormiram os Augustos Viajantes em carre
tilhas pois
nfo
fora de
moelo
algum possivel
UrmFll
barracas
Tendo recebido durante o
ulLimo
trajecto uma no
ticia importante relativamente s opcrae bellicas
o Imperador fez-se rodear dos eidados que o acom
panhavam e lhes leu em voz alta a dita noticia. No
era o Soberano de um vasto Imperio cercado de poder
e de prestigio era um simples cidado que se mistu
rava com outros cidados e com elles se regosijava
dos triumphos que a causa
d
civilisao ia ganhando
contra a dictadura de um despola
Anoite era procellosa chovia a cantaros a trovoada
em horrivel frgr fazia-se ouvir os fuzs relampade
j v m
ao vivo o frio enregelava
os
membros e a
escurido er medonha
o
Imperador no deixava de providenciar ainda a
respeito das cousas mais insignificantes: um dos seus
criados desacostumado aos rigores daquella estao
e desprovido de um arrimo que o pozesse a coberto
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l
da intensidade do inverno tiritava
de
frio: Sua Ma-
gestade Imperial presentio-o alta noite mas apezar
tlisto ergueu-se
do
leito
e
compadecendo-se
dos
soIfrimentos do criado deu suas ordens para que o
pobre homem ficasse
bem
agazalbado e no regressou
ao leito seno depois que Yio suas ordens estrietu
mente executadas ...
Na
serie
dos
actos praticados
pelo
Imperad.or
so
tantos
os
identicos a
~ s t q ~ l e
o espirito vacilla em
dizer qual delles majs admiravel e sorprehendente;
fora porm reconhecer que a bondade do Senhor
D Pedro Segundo ~ ~ s e n o da altura de sua magestade
para acudir a
um
misero criado que tiritava
de
frio
e um exemplo altamente edificanle e que eleve ser
imitado por essa infinidade
de
vaidosos da terra que
soberbos por occuparem uma
lal
ou qual posio
social mas
to distante ela do Imperador como so
distantes do solos oulros planetas esquecem-se
daquelles a quem a sorte no concedeu igual posi
o
....
Posla
de
Parle a digresso conlinuemos em
n il
narrativa:
o enthusiasmo que o I.mperador despertou
nos
animo
dos
Cachoeiranos
foi
indisivel :
foi
nessa ci
dade flue o anligo cirurgio-mr Christovo Jos
Vieira compartindo daquelle enthusiasmo e no
podendo extinguir
llem
abafar o fogo que o abra
sava entoou
um viira
-
o
oldado
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1 2 -
Tornou- e notavel a peregrinao de sua lagestade
Cachoeira, porque ani commandou Elle no dia 4
de
Agosto uma brigada composta dos batalhes n
S
e
21
de voluntarios,
do 4
batalho de artilharia
e
do
corpo policial da Corte mandando fazer diversos
exerCIClOi .
Da Cachoeira seguio Sua ~ a g e s t a d e Imperial
no
dia
7 para Caapava, sendo que neste trajeclo raiou,
trajando gallas e louanias, o dia 9 anniversario
natalicio de sua Alleza o enhof Duque
ele Saxe. _Tem
uma l l y m toldava o horizonte,
que
dir-se-hia ter
assomado to bello para festejar o natal
do
Principe ,
que esquecra commodidades e gozos para correr em
defeza
da patria de Sua
u g l l ~ t a
Esposa, e ua
pelo
corao ....
Sua
Mageslade
o Imperador fez servir um lauto jan
lar em honra
ele
seu Gemo, e para este festim
foi
con
vidada
toda
a comitiva imperial.
Tudo
concorreu
para tornar
em
YerUac1e n o ~ v o jantar: o brilho
do
horizonte e a poelica vista das campinas no meio
das quaes bril1dava-se o nalalicio
do
. enbor Duque de
Saxe.
Mas
o observador aUento leria divisado no sem-
blante
do
Augusto
Duque
alguma distraco
no
meio
do prazer
com
que
elle
correspondia
s
s a u d a ~ s
que
os
convivas
lhe dirigiam ... . E cra
bem
natural
e. ta distraco: era a lembrana da Esposa que
qUlzra a s
lado para unificar-se
com filIe
naquelle
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-
3
-
festejo.... Ainda que alegre e contente, seu espirita
divagava por longiquas regies, e a graciosa figura
da Senhora
D
Leopoldina vinha de quando em quando
poisar-lhe na imaginao
No elia
11 a uma hora da tarde chegou o Impe
rador a Caapava. No meio desta viagem, na altura
pouco mai ou menos
d
estancia chamada de oo
Thoma
encontrou-se Sua Magestade com um velho
soldado que
ou
tr ora militra nas fileiras de
D
niogo
de
Suza e
do
General Curado.
Houve entre o velho e o Imperador uma entrevi
ta
digna
ele
ser rememorada.
Dirigindo-se o velho soldado
ao
Excelso Peregrino,
tlisse-lhe com um accento compungidor:
Acho-me, Imperial Senhor, absolutamente pobre,
ainda mai
do
que pobre, acho-me indigente: alque
brado pela idade e por longos e dolorosos sofIrimen
tos; extenuado das foras
do
corpo, ao passo que o
espirito busca desprender-se deste jnvolucro terrestre,
eu no pude correr ao campo d batalha p r asso
ciar-me aos valentes soldados de Vossa Magestade que
l pugnam pela
elefeza ela
patria
Ah
Senhor a mi-
nha dr immensa, eu quizra unir me quelles bra
vos p r com elles ter a sati fao e a gloria de mos
trar
ao
despota
elo
Paraguay que no seculo
XIX
se
. 5
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38/65
no insulta impunemente a
uma
nao civilisada como
o Brasil
minha querida
patri a Ah . .. no
posso;
mas Senhor aqui esto meus tres filhos unco arrimo
da
minha velhice e dos bem poucos dias que ainda
poderei habitar este valle de Iagrimas E apresentou
a Sua Magestade Imperial os seus tres filhos
Imperador
ouvio e devidamente apreciou a
de-
dicao do pobre velho; e deu-lhe generosa esmola ...
Os leitores
j
veem que ena sua viagem pela Provin-
cia de S. Pedro do Sul Sua Magestade confirmou o
nosso conceito
ha
pouco emittido e que convm
re-
petir:
- Que a caridade o mais beno fIoro entre
os muitos flores do seu refulgente
diadema
-
Logo em -seguida a to tocante acto deu-se outro
de no somenos generosid ade
Um
malventurado cego conduzido
por um
joven
extendeu a m o ao Obolo Imperial e a mo munifi
cente do
Monarcha no deixou vasia a do cego
Achava-se ainda Sua l\Iagestade no dia
em Ca
apava quando, sabendo que o Senhor Conde
d Eu
e
lhe tinha ido ajuntar, via-se obrigado a retroceder
distancia de meia legua afim deencontrar-se com
e e
Fizera Sua Alteza compridas marchas para to de
pressa unir-se ao Imperador.
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39/65
-
5
o
encontro foi o que no podia deixar de
ser:
o
mais interessante possiveI, como
os
leitores facilmente
comprehenderO lVlutuamente sogro e genro troca
ram
afi ectuosas expresses; mutuamente o Senhor
Conde e o Senhor Duqtle eo: amplexo da mais sincera
amizade mataram saudades reciprocas
Mas o Imperador especialmente estava pos uido de
visivel contentamento, porque no
{
com que o
Princ;ipe correu a se lhe encontrar, conheceu que
tinha um genro digno delle. Via seus desejos cum
pridos,
cumpridos mais cedo
do
que esperava....
Como
Monarcha amigo da sua patria, pensava no
futuro d e l l ~ u j o s destinos um dia (afaste-o a Pro-
dencia
para
bem longe) tero de ser confiados
Senhora
O.
Izabel. Ento comprazia-se
de
er que no
esforado e valente mancebo, seu genro, ter o Brasil
seno um Imperador, certamente mais um Defensor
Perpetuo
Entretanto a alegria que Sua ~ l g e s t d e
experimen
tava com o encontro
do
Senhor Conde d Eu no foi du
radoura. Uma noticia cruel veio fazer sangrar o cora
o
do
Imperador, quando se deleitava
El1e com
a
presena do seu querido
recem cheg}.do
...
o
Primeiro Voluntario da Patria,
Aquel1e
Immortal
Brasileiro que tudo seria capaz de sacrificar em bene
ficio do seu paiz, no podia conservar-se tranquillo,
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nem de animo sereno ao receber a desagradavel nova
de que
uma
fora paraguaya havia invadido a impor-
tante e florescente
vi a
de
Urugayana
seu corao
magnanimo no podia deixar de profundamente con-
tristar se.
No que se arreceiasse Elle que
os
barbaros sahis-
sem victoriosos de sua ousadia mas porque primeiro
que a bravura das armas brasileiras
os
expellissem
do territorio patrio milhares de depredaes de rou-
bos e de assassinatos teriam elles praticado e assim
a florescente villa ficaria reduzida a um monto de
ruinas Era isto o que previa Sua Uagestade e o que
magoava o seu paternal corao.
E sem passarmos adiante releva consignarmo
aqui que foi
em
Caapava que se deu nova oegani-
sao ao exercito terminando o Imperador graas
ao seu prestigio e s suas efficazes providencias com
as dissidencias entre os diversos generaes chamando-
os concordia para que todos se unissem em defeza
da
causa commUI
Deste modo prestou Sua
~ g e s t e l e
Ull imporlan-
fissimo servio ao paiz.
Continuava amargurado o corao
elo
Inclyto Monar-
cha pela noticia como
j
vimos
da
invaso ela villa
de Uruguayana por selvagens paragayos; mas bem
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41/65
1
depressa approuve
Providencia que sua amargura
encontrasse um lenitivo. no completo triumpho que
ob liveram as armas brasileiras em Yatahy. O corao
magnanimo
do
Imperador sentio allivio, e sua phy-
sionomia radiou de prazer. Foi, na verdade, assigna
lado o triumpho, pois que havia sido derrotada uma
fora de
~
paraguayos, que teve o arrojo de querer
medir com as nossas as suas armas
No dia 24 dirigio-se Sua Magestade com seus
u-
gustos Genros e mais comitiva para S. Gabriel, e
s
4
2
horas da trde acampou na localidade conhe
cida por
Tapem de Rod rigues Chaves
Foi um dia realmente aziago, e no qual o Impera
dor soffreu
os
maiores incommodos.
noite desabou
um medonho temporal. A penna no pde descrever
esta noite infernal, em que
os elementos da natureza
estiveram em completa luta. o era s a chuva que
cahia copiosamente, era tambem um tremendo fura-
co, que levra de vencida, arruzando tudo quanto
estava de p: ao furor
do
rento quasi todas as bar
racas voaram, conservando-se muito pouca e insuffi
cientes para darem guarida comitiva imperial
Que
horrivel venrlaval ...
o
furacuo destruidor i viera ajuntar-se a trovoada
e os relampagos: os raios cahiam perto, tudo era
confuso ...
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42/65
No
meio disto notava-se, porm, resignao c a
serenidade de Sua l\ Iagestade: era Elle o primeiro a
animar a todos, e sem que o perigo o podesse amen
drontrar, .no deixava um s instante de dar suas
01 -
dens
e
providencias. Dir-se-hia que antes queria Elle
soffrer todos
os
incommodos,
do
que que
os
soffressem
aquelles que o acompanliavam
No
dia posterior 25) viam-se
os
vestigios
da
tor
menta: o campo estava todo alagado, varias soldados
em estado inteiramente algido tiritavam, e estavam a
ponto de morrer
de
frio, e
um
consideravel numero
de cavallos
do
piquete imperial mortos no cho, victi
mas da procella. O Imperador no descontinuava
nunca de consolar
seus
soldados, emidando todos os
esforos para que os ses soffrimentos, si no desap
parecessem,
ao
menos se attenuassem.
A tormenta obstinada e teimosa, entretanto, no di
minuia, antes, pelo contrario, cad
vez
mais crescia
e se alongava ....
Neste estado de cousas era temeridade de mais
pro
seguir na viagem, n ninguem, a no ser o Imperadol
que arrosta com a mais espantosa e sorprehendente co-
ragem todos os perigos, o teria feito. O Monarcha ~ s o l -
veu, no obstante a borrasca, continuar o seu itine
rario.
Vmente empregaram o ministro da guerra, con-
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43/65
-
selheiro Angelo Muniz da Silva Ferraz e os ajudantes
de
campo
Uarquez de Caxias e general Cabral todos
os
seus sforos para que o Imperador no prose
gui
se em
quanLo o tempo no melhorasse
o l i n i ~ t r o da Guerra zelando como lhe cumpria
a Sagrada Pessoa
do
Monarcha ponderou-lhe todos
os incomenientes de uma viagem que naquel1as cir
cumstancias era mais que temeraria punha
em
perigo
a sua preciosa vida
mas
a nada attendeu Sua
~ l g s -
tade.
Dotado
de uma resoluo
inV encivel
e
de
uma
fora
de
vontade
que
a
tudo
resiste respondia s pon
deraes que lhe eram respeitosamente feitas: -
preciso que no haja demora convm partir antes que
os
rios trasbordem e no
dm
passagem. -
Portanto prosigamos. Era assim
que
sempre proce
dia o Imperador cada vez mais
devotado
e
solicito
pela causa do paiz.
o cantor
dos
Luziadas disse:
Depois de
procellosa tempestade
Nocturna ombra e ibilante vento
Traz a manh serena claridade
Esperana
de
porto e salvamento.
Has no realizou-se na viagem imperial o pensa
mento
do
famoso
epico portuguez: depoi da procellosa
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- 3
tempestade e da nocturna
ciombra
e sibilante vento da
noite
do
dia 24
em
que Sua
Mage.stade com
sua comi
tiva acamparam na Tapem
de
R odrigues
C/wves
a ma
nh seguinte
em vez
de ser clara e serena
foi
mais
proceUosa ainda.
Tendo o Imperador deliberado a todo o transe con-
tinuar na viagem partia de feito no dia
;
mas a
impetuosidade
do
vendaval
foi to
consideravel que a
certa distancia no
foi
possi el mais caminhar ven
do-se Sua Magestde obrigado a acampar com os
seu ;
junto a
um
ramal do
Rio
Santa Barbara perto
de
um
pardieiro de uma pobre mulher de
nome
_Maria Joa-
quina
de
Toledo.
Foi esta talvez a occasio
em
que maiores incom
modos supportou o Imperador sem recursos nenhuns
o que no de admirar e at facilmente
se
explica
em
razo do temporal e
de
ter
em
consequencia
delle muito soffrido a bagagem imperial.
Referimos que
Sl la
J.Vlageslade havia
~ m p d o
pro
ximo
ao
pardieiro
de
Maria Joaquina mas
como
a
chuva fosse extraordinariamente copiosa e todos esti
vessem muito molhados
foi
mister procurarem gasa
lhaclo
no
dito pardieiro. Entraram pois.
A pobre mulher extremamente bisonha ficou atto
nita e submersa no maior espanto e e tupefac o
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3
vista
de
to grande numero
de
pessoas, como ella
jmais presencira em dia algum de sua existencia
neste mundo. Simples e lhana,
como
:filha
do
campo,
mas tambem hospitaleira, dirigio-se comitiva com a
maior franqueza e disse-lhe: - Nada
tenho
que
vos
possa
dar e
YOS
possa aquecer da chuva e do frio,
alm
deste humilde e pequeno albergue, onde vos podereis
hospedar, e daquelle pte d agua,
com
a qual podereis
matar a sde
Mal
sabia a pobre mulher que o seu humilde alber
gue
tinha a insigne honra
de
hospedar o ~ n a r c h a do
Brasil
Indigente, porm prendada
de
alma grande, Maria
Joaquina procurava por todas as frmas desculpar-se
de
no ter nada com que pudesse alimentar seus hos-
pedes, que
oro
amente, pela
fadiga
da
viagem
dizia
cll l deviam
ter fome.
o Imperador prestava-lhe grande atteno, e exci
tanuo-a a
faUar
porque j previa que ella era mais
uma infeliz a quem Elle devia soccorrer, contou a
desgraada toda a historia
das
suas attribulaes,
da
suas privaes e da sua mais que hedionda miseria
Contou que naqueUe pardieiro haviam-se para ella
echoado outr ora dias, seno felizes ao menos serenos
e
calmos
porque
vivia
em companhia de seu marido
que a presava, e que, graas a insano trabalho, ganhava
6
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- 3
sempre alguns poucos vinlens
com
que provia sua e
subsistencia
deUa
mas que tendo eUe ultimamente
morrido, e gastado
_ella
com
o seu enterro
os
ultimas
vintens que possuia, achava-se alm disSQ devendo a
quantia
de
150:t JOOO
rs. e
arriscada a
perder
o seu
albergue, testemunha dos seus dias passados, porque
um enteado pretendia tomaI-o, vi to ser a elle
que
ena
devia.
Posto que fanasse
em
linguagem rustica, a desgra
ada
Toledo
conseguia commover
os
animos dos seus
hospedes; e especialmente de Sua MRgestade que al
o fim da sua narrativa prestou-lhe amidos attentos.
Depois
de ter Maria Joaquina fallauo, expondo lodos
os contratempos da sua vida, e debulhando-se
em
sentidas lagrimas, quando narrou a sorte que ag :lar-
dava o seu pardieiro, e que ella ia ficar
~ m
ter um
tecto que a resalvasse das tempestades, o Imperador,
grandemente commovido, dirigio- e infeliz mulher,
e
com
a sua habitual bondade declarou-lhe: -
l; iquo
tranquilla, que a sua divida ha
de
ser paga, c o
seu albergue n ha
de
ser tomado por seu entea
do.
- Maria Toledo sabendo ento .que
quer;n.
lhe
fa)lava e lhe fizera promessa
to
generosa era o Im
perador, o que at ento ignorava, banhaua Clll
abundantissimo
pranto
luou -se-lne aos
ps
c
dirigia mil supplicas aos cos em bem do Imperador,
que efectiv(lmente deu 6 sua hospede quantia supe
rior que
eUa
devl
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-
Boa maneira sem duvida de agradecer a Deos de
lmre-lo livrado dos perigos da tempestade
Vintr. e quatro
110ms p s ~ u
Sua Magestade e seus
dous genros, bem como todo o sequilo
imperial
a
comer simplesmente l e queijo duro, e entretanto
comprazia-se com estas privaes, e se
acostumava
com
el1as como se estivesse habituado a sofIre-las
Por essa occasio um soldado do piquete no podia
resistir ao frio, estava inteiramente algido, e estiri
ndo gemia; ento o Imperador condoendo-se da
sorte do me mo aldado, ordenou que elle se reco
lhesse
e
com
uma caridade que excede todos os
limites conceptiveis, tirou de seus bombros sua capa
c com
ena
cobrio o corpo do infeliz soldado
A historia tem registrado em suas paginas feitos
de caridade praticados por Principes pbilantropos,
mas certamente como o que
aC< parrios
de registrar
nunca apontou algum nm facto virgem, e que
sobremodo honra quelle CJ.0 o praticoll
o
nlol1archa Brasileiro comprehende relmenle a
misso dos Reis
na
terra
e . abe que esta misso
no consiste unicamente
na
administrao
do
,paiz ,
confiado
ao
seu governo: comprehende e sabe que
a misso ,dos Reis lU terra
abrange
alm do go
verno e regimem dos povos, uma esphera mais larga
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e
ao
mesmo tempo mais nobre
generosa a de
melhorar, quanto nelles couber, a sorte
dos
seus
governados
ou
subditos.
o pobre e
infeliz
soldado morreria de frio, si o Im
perador lhe no cobrisse
os
membros com a sua
capa. Elle previo-o e atirou-lhe. a capa Privou-se
do unico recurso que tinha s para no deixai
morrer o seu soldado Este facto
a mais elo
quente e a mais sublime apotheose
do
Imperador
do
Brasil
frio no
decrescia
ele
intensidade: o Imperador
privado de sua
cap
, e
tenuo
unicamente
sobro .si
um capote de borracha, comeou
de
experimentar
seu turno
os
rigores da estao; nada dizia, porm;
visivelmente incommodado, manteve todavia
uma
calma que sua comitiva no pde deixar ele causar
profunda admirao, no sabendo explicar,
como
o
Imperador, criado com todos os commodos e no
meio
de todos os gozos podia supportar
tantos
tormentos ...
Augmentaram se os
incommodos
de
Sua
Uagestade
que
j
principiava a tiritar ele frio. E ele que moelo
abrigar-se,
si como
j
os
leitores viram apena:
tinha elle por toda a cobertura um capote de bor
racha? ..
.... O general Francisco Xavier Ca]mon da - ilva
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- 35 -
Cabral, velho servidor
do
)Ionarcha, achava-se feliz-
mente a seu
l do
e
com
aquelle devotamento
que
tributa a seu Augusto Amo, tirou dos seus hombros,
com um movimento que trahio a maior espontanei
dade, a capa que o cobria, e offereceu-a ao Impe
rador. Este a principio recusou, porque no queria,
por amor dos seus commoos, expr a vida
do
Sf J l
ajudante de campo.
o
general, porm, supplicou-lhe que aceitasse e e
servisse da capa: Sua
1 IagestJil.de
aceitou-a, mas uma
lagrima de -gratido que
se
lhe deslisou pelas faces,
foi
a sublime
e x p r e s ~ o
com ( ue agradeceu
ao
ge-
neral a ua dedicao
o
procedimento. magnifico
do
general Cabral, ex-
pondo-se
em
idade sexagenaria duras consequencias
de
um enregelamento cruel para que o Imperador
no continuasse a experimentar a aco malefica
do
frio, 6 digno
de todl)s
os encomios, e revela a
nobre qualidade que
a
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3 }
Pouco adiante da choupana ele Maria JoaqJinn ele
Toledo, ~ p r u Sua Magestade
na
sa da residencia
dI
tenente Jos Marinheiro. Neste
19.9ar
recebeu
uma
carta general Venancio Flres, na qual lbe
participava barel n o m l ~ o
uma
commisso composta
do coronel Bernab Magarinos, chefe do estado
ma-ior
do
exercito da vanguarda, e de seu secretario
errrl a,
com honroso fim de felicitar em seu
nnlll a Sua Magestade pela heroica resoluo de
~ t i r n r s e
aos soITrimpntos de uma viagem peno. a ,
o intuito de seI; presente ao theatro
da
guerra; re
,oluo,
lue,
alm de heroica, hayia l1ece saria
lente de incutir demasiada coragem c Y
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- 7
ta
sem a receber commlssao os emissarios
do
ge
neral Flres. Partio a commisso que
de
volta
apresentou
.a
Sua
Magestade
smente o coronel Ma
gal inos visto que Herrel u por incommodado ficara
em meio
lo caminho.
Magarinos declarou
em
eu discurso ao Imperador
o que
di semos acima manifestando-lhe
as
expres
ses
de
verdadeira e aIfecluosissima amizade que lhe
tributa o general Flres.
o
Imperauol agradeceu
com
phrases
do m
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-
ua Magestade.
foi
immediatamente visitar o il1ustre
general dispensando-lhe palavras de animao e
acorooando-o a que tivesse
s p l ~ n s
n indefectivel
bondade da Providencia Divina que se havia
de
con
doer elos seus sofi rimentos e breve restitui-lo com
pletamente restabelecido patria que havia mister
ainda elos seus bons servios militares.
o general Menna Barreto sabem-o
os
leitores
foi
um
dos heres
do
Paysand: ahi obrou
e e prodi-
gios de valor; mas desde ento
p r
infelicidade sua
e do paiz que O conta no numero dos seus mais
distinctos filhos uma enfermidade que o minava havia
longos anuos exacerbou-se privando o exercito da
presena
ele
to denodado e intrepido cabo de guerra.
o general debilitado sofi rendo hurri veis dres no
leito da doena ou antes no sal cophago
d
agonia
mal pde em principio reconhecer a Visita Augusta
que o honrava; mas pouco a pouco e como que
se a presena
do
Imperador tivesse o poder de res
tituir-lhe a vida que
j
se lhe ia sumindo seus
membros comearam a adquirir algum vigor seus
olhos at aquella occasio cerrados se abriram e
accenderam-se de
um
chamma benellca que fez com
que elle reconhecesse o grande hospede que o ma
gnificava.
Seus labios se entreabriram e deixaram escapar
um
como
soiso
que
o
passo que exprimia
sua
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-
9
satisfao manifestava as
dres
que a molestia lhe
dava a experimentar...
Depois
com um
movimento
que
se
no descreve levou
aos
labios a dextra
Imperial
que
uma e
mil
vezes beijou
com
a maior
ternura e a maior effuso de sua alma
Sua Magestade Imperial retirou-se deixando o ge
neral na contemplao da subida merc que lhe
outorgra....
A3 de Setembro seguio o Impe.mdor para Alegrete
onde chegou
no dia 8
s
3 horas da tarde e acam-
pou
com a sua comitiva no lugar denominado
-
b osio margem esquerda
do
rio Santa Maria
que vai desaguar no Uruguay. A noite quiz Sua
Magestadc causar uma agradavel sorpresa ao seu fiel
ajudante de
campo
o general Cabral dirigindo-se
barraca deste na qual
se
achavam o chefe de es-
quadra conselheiro de Lamare o
mordomo
da
viagem
commendador Francisco Pinto de Mello o g ~ l r l
Gama e o velho Ambrosio que d nome ao lugar
do
acampamento. Demorou-se o Imperador nesta visita
at
s
10 horas entretendo-se a conversar
com
o
general Gama e o velho Ambrosio em lingua Guarany .
.
usa notavel
\ dia 7 de Setembro que traz lembrana dos
leiros o magico grito de lndepen len i ou morte
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-
4
soltado nas campinas
do
Ypiranga pelo here dos
dous mundos, o Senhor
D
Pedro
I,
de sempre sau
dosa
memoI:I,-o Senhor
D
Pedro Segundo, digno filho
e herdeiro
do
valor claquelle Prncipe immortal, pe
regrinava p ~ s campinas da vastissima Pl:ovincia de
S
Pedro
do
Rio Grande
do
Sul, no
para
soltar
-
famoso bradb que libertou um povo inteiro da
de
nominao de
uma
orgulhosa metropole, mas
para
defender a essa mesma patria que seu Augusto Pai
havia libertado, e expellir della a ousada invaso de
UIll
tyranno
brutal
No
dia 7 de Setembro de
1822-0
Rei Generoso
e Magnanimo-que abdicou duas coras, soltava, para
emanoipar um povo grande e digno
do
mais brilhante
futuro, o grito da -liberdade no dia 7 de Se
tembro de 1865, 43 annos depois, o Inclyto succes
Sal das suas glorias, arrostava todos
os
perigos para
com sua presena animar
os
seus soldados, e aos
soldados alliados afim de levarem elles a civilisao
terra da barbaria, e a hberdacle terra da escra
vido
o
E quo doces remnuscencias no vieram
mente
do Imperador naquE lle dia
to
grato a todos
os
Bra-
sileiros? facil advinha-lo .
Tendo chegado a Alegrete depois de marchas de
7 e mais leguas por dia, dirigia-se Sua Magestade
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-
41
a
~ I a t l z
onde fez orao, visitanao depois
os
quarteis ,
a enfermarias e mais estabelecimentos
blicos, e
distribuindo constantemente esmolas por 1J.de passa
ra e onde quer que se llospedava.
Entretanto convinha demorar-se pouco em Alegrete,
porque a sua principal mira era chegar quanto antes
a ruguayana.
No
dia 9 pelas 9 horas da manh j fazia o Im
perador caminho fIa villa de Uruguayana, onde che
gou
no
dia 11, fazendo parece incrivel ) 15 leguas
por dia Os generaes Mitre, Presidente da Republica
Argentina, e
lores
nossos dignos alliados, em
csmpanhia
vice-almirante Yisconde de Tamandar,
correram a encontrar-s com Sua Uagestade.
Foi notavel o encontro dos tres Chefes das naes
alliadas, pela affabilidade com que se
saudaram
trocando-se reciprocamente as mais lisongeiras e affec
tuosas palavras. Seguiram aps isto todo juntos,
tendo o Imperador acampado no meio do exercito,
em distancia aproximada de
uma
legua
do
inimigo,
que intrincheirado, se achava defronte na Uru
guayana.
A coragem dos soldados Bra.sileiros nunca foi des- .
mentida: quando se trata da defeza do solo sagrado
natal, cada um dos nossos soldados um marte: a
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coragem dos alliados
igualmente heroica; mas
certo que o
Imperador
chegando Uruguayana no
momento em que
uma batalha
deci iva tinha de
destroar completamente as foras paraguayas,
que
estavam sitiadas, de modo que ou se haviam de
render,
ou
morrer
necessariamente, contribuira muito
para ~ a v i g o r a r o valor e o harelimento dos mesmo
soldados
Pois
que
quando o illustre descendente de tantos
Cesares, e eUe mesmo o u t l ~ Cesar, testemunha o
mais indomito valor, no havia ele ferver o sangue
de tantos bravos? No desejariam elles que soasse
apressado o momento da victoria das armas alIiadas,
e por conseguinte da derrota dos parDguayos?
E no era
s
a appario do
~ o n a r c h a
que con-
tribuia para accender o denodo no soldados alliados,
era
tambem o apparecimento dos Principes
os
Senhores
Conde d Eu e Duque de Saxe, seno Brasileiros por
nascimento, verdadeiros patricios nossos por seu
amor terra de suas Augustas Consortes
o primeiro cuidado do Imperador, ao chegar a
ruguayana, foi tratar de reconhecer a posio occu-
pada pelo inimigo, ao passo que pelo rio Uruguay,
a bordo do vapor l aquct? y igup econhecimento
fizeram o general Mitre, min s
t O
da
guerra conse-
lheiro Ferraz e o general Bar o de Porto Alegre.
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4
o dia
12
era o do anniversario natalcio do con-
selheiro Angelo l\Iuniz da Silva
Ferraz
a quem coube
a honra de acompanhar a Sua l\Iagestade o Impe-
rador
ao theatro das operaes bellicas.
o conselheiro Ferraz prestou nessa viagem
rele
antissimos servios servios que ninguem nem mes-
mo o seu maIs incarniado inimigo poder pr em
duvida
: energia
intelligencia e sobretudo
uma
acti-
ade
espantosa mostrou
o ministro
da
guerra.
Suas providencias pram dadas a tempo
e pelo
que respeita esp clalmente ao
Imperador
nas occa-
sies mllis solemnes em que
era
preciso que no
desmentisse elle o seu cavalheirismo nada faltava
mo grado a escassez de todos os recursos.
Era
tudo devido
prompta
actividade
o
ministro
da
guerra.
Em atteno ao servio do
~
secretario de es-
tado Sua Magestade Imperial dignou se de offere-
er lhe
um
profuso jantar dando assim a entender
a grande considerao e o apreo em que tinha os
mesmos senios.
om effeito sem que de nossa parte haja o menor
incenso de lisonja
que no estamos habituados a
queimar
ninguem fora reconhecer que o con-
selheiro Angelo Muniz da Silva Ferraz
na
verdade
merecedor do apreo imperial: a honra que o Im
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-
peradf
lhe fez
serb
mais um estimulo para que o
illus-trado ministro conline a prestar
paiz ser
vios iguaes aos que prestou
no
Rio Grande do Sul
e que sempre ha prestado nas mui differentes po
sies que
tem
merecidamente occupudo.
o senador Ferraz
um dos vultos brasileiros que
j pertencem historia...
No dia
deu. Sua Uagestade outro jantar ao
distinctos
chefes
das duas naes alliadas comnosco
no
empenho sagrado
de
destruir a dictadura do
ca-
cique do Paraguay fazendo surgir para aquelle poro
infeliz a luz do
meio
das trvas em que at agora
de.sde _a dominao jesuitica tem el1e sempre vivido.
Empenho sacrosanto tIue
vai
sendo fomentado pela
visivel proteco da Prl videncia Divina
Ao
percorrer o
~ o n r c h
o acampamento
da
ca
vaHaria rio-grandense appi. oximou se o mais possivel
do inimigo: nessa occasio avisou uma sentinella ao
marquez
de.
Caxias que uma fora parguaya mo
via-se o que este immediatamente communicou
ao
Imperador. A esta communicao respondeu Sua
Magestade -
o
honrs que
nos fazem
Os
discursos as respostas e as observaes
do
-
perador so sempre laconicas mas exprimem e signi-
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5
ficam o seu pensamento por tal frma, que bem re
velam a
su a
s-abedoria. O verdadeiro sabia e
pbilo
sopho no emprega palavras ociosas ou superflnas,
n uma
s
pbrase, e
s
vezes em
um
s vocabulo,
expressam todo o seu pensamento. O Uonarcba Bra
sileiro segue risca o preceito
o
velho
Horacio
cuja importancia elle assaz comprehende
Esto b l e-
vis ct
placebis.
Em Uruguayana passaram-se para o
dias de
aturado
lrabalho nos quae
elle sua colossal actividade.
Imperador
desenvolvia
O Principe, habituado a conversar com os livros
no seu gabinete, o infatigavel cultor das lettras, no
eslava salisfeito com a grinalda
da
sciencia que lhe
enfeita a cabea; ambicionava outra cora e con
quistou-a-a
ele intrepido
guerreiro.-
O Principe philosopho tornou-se lambem - Rei
o l J a d o . -
O Imperador tudo examinava, e sobre tudo dava
acertadissimas providencias. Depois
e
organisadas
Iodas as cousas
para
romper-se o fogo, no caso de
que o inimigo persistis e em no render-se como
tresloucadamente tinha persistido at ento foram
trocadas
ainda
divel as notas ao chefe da fora pa
raguaya
para
o fim da rendio,
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- 6
Pl oseguindo em sua obstinao s notas s mais
rasoaveis que lhe eram trocadas respondia o chefe
da fora que em hypothese alguma se renderia: em
face de to decidida resistencia assentou-se em ata
car a praa. Para semelhante effeilo tudo se achava
optimamente disposto.
Amanheceu o dia 18 de Setembro no obstante
a teima do chefe inimigo Sua ~ ~ g e s t a d e queria
por todos os meios uma vez que fossem decoro
sos s naoes eJliadas evitar o derramamento de
sangue.
Apesar de saqueadores e assassinos apesar de
verdadeiramente reprobos o Imperador via a conside
rabilissima superioridade numerica das foras alliadas
em relao s do inimigo e que s deste teriam nece
sariamente de succumbir no combate; por outro lado
reflectia que c O ~ q ~ l a l l t o tivesse o mesmo inimigo re-
duzido a um monto de ruinas a villa ele l -
guayana todavia os soldados no faziam mais do
que cumprir s ordens de um senhor inexorav
sabia quanto
os
paraguayos eram supersticiosos de
vido isto educao que recebem; e repassando
todas estas reflexes em seu animo generoso sentia
e lamentava proflmdamente que as foras contrarias
fossem outros tantos cadaveres q e dentro em pouco
e t riam estendidos na villa. s no havia reme
dio era mister retomar Uruguayana livrando-l I a
presena funesta do inimigo cruel.
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- -
Por conseguinte
tudo se
preparou, o exercito le
vantou acampamento e marchou ,obre
os
muros da
vil1a debaixo o commando em chefe do Imperador.
Os
soldados Brasileiros e alliados e
lavam
anciosos
por combater: os actos
de
vandalismo praticados pelo
inimigo s lvagem, e o
lucLlloso
espectaculo que a
seus olhos apresentava a bella urugua ana, outr ora
to
florescent , e agora inteiramente
destl Oada, con
vidava-os a umcombate encarniado,
no
qual dese
javam elles mostrar
que
eram dignos de seu Gene
ral
em hefe,
c
lUP comparticipa ram tIo
seu patrio-
tico
enthusiasmo. .
O
chefe
das
foras
inimigas, porm, reconheceu a
imprudencia que tinha commettido
em se
no haver
rendido ha mai tempo. Rendeo-se, pois, entregan
do-
e
com
mais
de
5.000 hom n
ao
Imperador
lo
Brasil.
Conseguia
portanto o
i\Ionarcha
o principal
fim de
sua viagem heroica Provincia de . Pedro do
Rio
Grande
do
Sul: depois
de
haver conciliado
es
piritos divergentes, por
meio de
medidas e providen
cias opportunas e adequadas
que
produziram unio
e
concorclia,
viu a referida provincia livre completa
mente das garI , ferozes
de seus
inimigo .
Com
a ua presena, e assumindo o posto
de
Ge
neralissimo
dos
exercito alliados, alcanara a reto-
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mada da villa de Urugayana, vindo o oberbo chef
dos
inimigos lanar-se
s
suas plantas, reduzido
arte de prisioneiro de guerral E no entanto nem
uma
goUa
de sangue derramado
A retumada de Uruguayanu, essa victoria incruen
te
na qu aI Sua Magestade O Imperador representou
o papel de Protagonista , dever
ficar
indelevelmen
te
gravada na
l e m l r n ~
de
todos
os
Brasileiros,
ser
por elles
r petida a seus filhos, e conservada
ate os derradeiros vindouros
como
a mais al ata dn
tudas a recordae
Com a retormada da villa Je Uruguayana, conse
guia o Excelso Monarcha Brasileiro o grande d si-
d r tum de sua viagem ao Sul:
os
acrificios que
Elle fez
foram
extraordinarios : pois bem, gratido.
dos
Brasileiros para
f om
o seu Augusto Soberano
deve ser imm orredolll H
HONRA
E GLOIUA AO
IPEIU OR
z
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Hospicio n 9
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