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UMA PRÉ ANALISE DAS EXPORTAÇÕES CATARINENSES E DA CAPACITAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Nathan Esaú Günther [email protected] Charles David Mendlowicz Mauller [email protected] Liliana Mendes Mugnaini [email protected] 5- Economia Industrial Joinville- SC 2012

UMA PRÉ ANALISE DAS EXPORTAÇÕES CATARINENSES E … · A concepção protecionista de mercado tem como um de seus percussores Friedrich List que em 1841 contestou a teoria Ricardiana

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Page 1: UMA PRÉ ANALISE DAS EXPORTAÇÕES CATARINENSES E … · A concepção protecionista de mercado tem como um de seus percussores Friedrich List que em 1841 contestou a teoria Ricardiana

UMA PRÉ ANALISE DAS EXPORTAÇÕES CATARINENSES E DA

CAPACITAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS EM CIÊNCIA E

TECNOLOGIA.

Nathan Esaú Günther

[email protected]

Charles David Mendlowicz Mauller

[email protected]

Liliana Mendes Mugnaini

[email protected]

5- Economia Industrial

Joinville- SC

2012

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INTRODUÇÃO

Durante os últimos anos a economia mundial, apresentou intensas transformações

que resultaram na aceleração do processo de globalização (produtiva e financeira) e no

desenvolvimento de um novo paradigma tecno-produtivo. Neste novo cenário houve um

redirecionamento das estratégias de concorrência internacional que passaram a buscar cada

vez mais a natureza sistêmica das vantagens competitivas, estruturas mais flexíveis de

produção, maior articulação entre empresas, fornecedores, clientes, universidade e instituições

de pesquisa.

Essas características acabaram por retomar uma antiga discussão a respeito dos

ganhos e perdas ocorridos através da redução das barreiras comerciais, do aumento dos fluxos

dos investimentos externos e das disparidades tecnológicas entre países e regiões.

O início destas discussões foi desenvolvido inicialmente por David Ricardo em

1817. Ricardo defendia que a Inglaterra como também os outros países poderiam elevar a

renda real de suas economias através da especialização da produção. Para o referido autor

cada país deveria dedicar-se ou especializar-se onde os custos comparativos com outros países

fossem menores. Com isto haveria um aumento da disponibilidade dos bens nos países

especializados e conseqüentemente um crescimento da satisfação da população dos países.

(SANDRONI, 2002)

Esse modelo de desenvolvimento neoliberal ganhou força, sobretudo, no fim da

década de 80, quando um grande número de países assinaram acordos comerciais

multilaterais, que estreitaram suas relações e acabaram por diminuir uma série de barreiras

tarifárias e não tarifárias.

Para os defensores deste modelo de desenvolvimento, dois aspectos que devem

ser destacados ainda. O primeiro estaria relacionado ao fato de que nenhum país poder,

isoladamente, produzir uma gama tão variada de produtos como aquela oferecida pelo

comércio internacional. E o segundo estaria relacionada ao fato de que em mercados

protegidos com elevadas barreiras comerciais, as firmas não teriam estímulos para redução de

custos, aumento da produtividade e investimentos em novas tecnologias (Markwald 2001).

A concepção protecionista de mercado tem como um de seus percussores

Friedrich List que em 1841 contestou a teoria Ricardiana do livre comércio. De acordo com

List a indústria deveria ser protegida através de barreiras comerciais, principalmente quando o

país se encontra em níveis diferentes de desenvolvimento. (SANDRONI, 2002)

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A argumentação protecionista defende ainda, que práticas de defesa do mercado

contribuem para o desenvolvimento de novas indústrias, as quais dificilmente teriam

condições de competir em escala internacional, mas ainda, em condições de capacidade

ociosa, as medidas protecionistas contribuem para o aumento do nível de emprego, atraindo a

demanda para a produção doméstica.

Na luz destas discussões o Brasil adotou durante a década de 90, uma série de

políticas neoliberais que somadas com o novo plano de estabilização econômica em 1994

(Plano Real), tiveram importantes impactos culturais, econômicos, sociais, estruturais,

entre outros.

Os defensores destas políticas a elas atribuem os ganhos de produtividade e o

aumento da competitividade obtida pela indústria ao longo da década. Do outro lado, os

críticos acreditam que as precipitações destas políticas só dificultaram a industrialização

no decorrer dos anos 90, ocasionando até mesmo um processo conhecido como

desindustrialização do parque industrial brasileiro (Coutinho, 1997).

Decorridos quase duas décadas destas mudanças, o Brasil parece ter superado

alguns de seus problemas transformando os recorrentes déficits na balança comercial,

observados, sobretudo na década de 90, em expressivos e crescentes superávits. Dentro

desta perspectiva, apesar da crise financeira ocorrida no final de 2008, ter abalado a

estrutura mundial, principalmente em países desenvolvidos, o Brasil continuou seu

processo de crescimento interno, conseguindo manter ainda em 2009, um pequeno

superávit em sua balança comercial.

No entanto, nos dias atuais existem outras questões, relacionadas com a

inserção brasileira que precisam ser evidenciadas e demandam a atenção dos formuladores

de política pública.

Uma destas questões diz respeito ao conteúdo tecnológico e ao dinamismo da

balança comercial do país, principalmente no que diz respeito à disparidade tecnológica

entre a pauta exportada e importada. Assim como destacado por De Negri (2005), o Brasil

apresenta uma especialização exportadora em produtos de baixa intensidade tecnológica,

sobretudo em produtos intensivos em trabalho e recursos naturais.

Segundo a autora, a exportação deste tipo de produto, apesar de representar

vantagens competitivas históricas da economia brasileira, e ter sido responsável pelos

crescentes superávits comerciais obtidos pelo país, reflete um padrão de especialização

diferente em relação aos países desenvolvidos, flagrante o contraste com a pauta de

importações, mais intensiva em produtos de maior conteúdo tecnológico.

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Dentro desta conformidade, o presente trabalho procura analisar dois aspectos

importantes a respeito da economia catarinense, sendo estes divididos em dois capítulos.

O primeiro aspecto estaria relacionado à qualificação dos recursos humanos presentes no

estado. Desta forma, procura-se no decorrer do capítulo 2, avaliar as potencialidades

tecnológicas de Santa Catarina, através dos indicadores de recursos humanos em ciência e

tecnologia. Sabe-se que, historicamente o Brasil nunca foi um grande exportador de

artigos com alta complexidade tecnológica, concentrando suas exportações em produtos

menos elaborados e com baixo conteúdo tecnológico.

No entanto, como destacado por Porter (1999), a prosperidade tecnológica não

é um fator natural, devendo ser construída através de uma série de esforços que envolvem

tanto a esfera pública como também a privada. Porter (1999) destaca ainda, que a

competitividade tecnológica de uma nação depende do esforço criativo humano, e quanto

mais qualificado for esse maior serão suas potencialidades tecnológicas deste país ou

região.

Em outras palavras, isso significa que para um país atingir um nível

tecnológico mais elevado, precisa de indivíduos altamente qualificados. A presença destes

indivíduos possibilita em última analise o acesso e a disseminação do conhecimento

científico e tecnológico nacional e internacional, sendo este decisivo para o desenvolvimento

e a difusão de novos produtos e processos. Neste sentido, identificar como se constituem os

recursos humanos de determinado país ou região, significa também identificar as riquezas e as

possibilidades que se constituem dentro dos sistemas nacionais, regionais, estaduais e locais

de inovação (FERREIRA,2005).

Assim, o capítulo 2 é dividido em duas seções, sendo que na primeira busca-se

mensurar e analisar os recursos humanos disponíveis em ciência e tecnologia no estado de

Santa Catarina. Já a segunda seção procura identificar e avaliar as pessoas ligadas a atividades

de pesquisa e desenvolvimento dentro das empresas inovadoras catarinenses.

Após avaliar a qualificação dos recursos humanos em ciência e tecnologia

procura-se no capítulo 3 examinar o crescimento do comércio internacional, sobretudo o

brasileiro, além de examinar o saldo da balança comercial do estado catarinense e do

Brasil.

Este procedimento de pesquisa busca antes de tudo evidenciar alguma

disparidade entre o comércio mundial, e o comércio brasileiro e catarinense. A observação

do crescimento das exportações mundiais deveria refletir um crescimento das exportações

brasileira e catarinense.

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Apesar de não existir uma condicionalidade que defina tal situação, é freqüente

na história brasileira que o crescimento das exportações mundiais impulsione o

crescimento das exportações brasileiras. Tal situação é explicada pelo fato de que o

crescimento mundial estimula também um crescimento no consumo das commodities

(minerais e agrícolas), setor esse que o Brasil apresenta intensa competitividade.

Outro aspecto importante a ser evidenciado no capítulo 3, é a lista dos dez

produtos mais exportados e das dez empresas mais exportadoras do estado de Santa

Catarina. Nesta seção, verifica-se não somente quais são estes produtos e empresas, mas

também qual o conteúdo tecnológico destas exportações. Com isso, observa-se qual a

especialização produtiva do estado catarinense, fato esse que determina o papel que a

economia catarinense vem assumindo dentro do contexto mundial.

2. Recursos humanos em ciência e tecnologia no estado catarinense.

O estado catarinense vem se destacando como um produtor internacional de baixa

intensidade tecnológica. Apesar da especialização neste setor gerar emprego e renda, sua

inserção no mercado internacional depende quase que exclusivamente de fatores relacionados

a preço. Tal situação apresenta ainda, uma grande sensibilidade a demanda e oferta global

destes produtos e a taxa de câmbio interna.

Essa especialização catarinense retoma a discussão acerca de que países em

desenvolvimento como o Brasil, não conseguem competir no mercado internacional em

segmentos de alta complexidade tecnológica, sendo sua importância limitada apenas como um

fornecedor de produtos básicos.

Para mudar ou diminuir as disparidades tecnológicas entre países e regiões,

muitos autores destacam a criação de um sistema de ciência e tecnologia. Para Dosi, (1988), a

consolidação deste sistema de ciência e tecnologia não é algo dado naturalmente e deve ser

construídos através de uma série de esforços que envolvem universidades, institutos de

pesquisa e empresas do setor produtivo. Estas instituições segundo o autor são as principais

responsáveis para desenvolvimento tecnológico de ponta, pois não apenas auxiliam a solução

de problemas técnicos, mas também criam as condições para criação e aperfeiçoamento de

novos produtos e processos produtivos.

Para Ferreira (2005) as condições de competitividades entre países e regiões estão

fortemente correlacionadas aos recursos humanos em ciência e tecnologia, que estas

apresentam. Assim, países e regiões que apresentam uma maior qualificação de sua população

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detêm maiores possibilidades de alcançar estágios mais avançados de desenvolvimento

científico, tecnológico, social e econômico.

Parafraseando Ferreira (2005), são os cientistas nos laboratórios, os biólogos em

seus centros de pesquisa, os engenheiros nas unidades de produção, os vendedores e

compradores no contato com clientes e fornecedores, os professores nas salas de aula, entre

outros, que são capazes de identificar novas formas de desenvolver suas atividades cotidianas,

e de difundir conhecimentos e tecnologias.

Partindo desta perspectiva, as próximas seções deste capítulo procuram através

dos recursos humanos em C&T e da mão-de-obra dedicada em pesquisa e desenvolvimento

(P&D) dentro das empresas de Santa Catarina, evidenciar as possibilidades que o estado

apresenta para alcançar níveis mais significativos de exportações em setores de maior

complexidade tecnológica.

2.1 Recursos Humanos disponíveis em Ciencia e tecnologia (RHCT) em Santa Catarina.

De acordo com o manual de Canberra (OCDE, 1995) existem duas formas para

um indivíduo fazer parte dos Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia. A primeira delas

seria através do grau de instrução (Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia em termos de

Educação, RHCTe), neste caso todos os indivíduos que possuem grau de ensino superior

deverão ser considerados. A segunda seria através da ocupação do individuo, desta forma

todos os indivíduos que possuem ocupações relacionadas ao desenvolvimento de ciência e

tecnologia deverão fazer parte deste grupo (Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia em

termos de ocupação, RHCTo).

Aqueles indivíduos que fazem parte dos recursos humanos em ciência e

tecnologia, tanto em termos de educação como também em termos de ocupação (ou seja, além

de ter nível superior de escolaridade, esta ocupada em atividades relacionadas a C&T), serão

considerados o núcleo essencial destes recursos, e quanto maior for esse tipo de recurso mais

preparado para o desenvolvimento tecnológico estará o país e a região.

Ao analisar o caso dos Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia (RHCT), a

partir da metodologia proposta pelo Manual de Canberra (1995), verifica-se que o Brasil

apresentou, em 2005, um número bem expressivo deste contingente, equivalente a 18,165

milhões de pessoas. Já em Santa Catarina os RHCT totalizam 764.500 pessoas, o que equivale

a cerca de 4,21% do total de RHCT existentes no Brasil.

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Com relação à composição dos RHCT, cabe destacar que tanto em âmbito

nacional quanto estadual, é formada, em grande parte, por pessoas ocupadas em atividades

ligadas a C&T. Com base nos dados obtidos, pode-se concluir que no Brasil os RHCTo

representam aproximadamente 54% (ou 9,809 milhões) dos RHCT de todo o país, valendo

registrar que, em Santa Catarina estes recursos assumem uma proporção um pouco menor,

com cerca de 51% (ou 386.650) dos RHCT do estado.

Ao verificar os Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia, em termos de

educação (RHCTe) tanto no Brasil quanto em Santa Catarina, pode-se perceber que estes são

bem menos significativos do que os recursos humanos em ciência e tecnologia em termos de

ocupação (RHCTo). Em âmbito nacional o RHCTe corresponde a 17,41% (ou 3,163 milhões),

enquanto em Santa Catarina este percentual é um pouco maior, contabilizando 20,93% (ou

160.050) das pessoas.

O núcleo destes RHCT é formado por aqueles indivíduos que além de possuírem

um grau de instrução de nível superior1, trabalham em atividades ligadas a ciência e a

tecnologia. (RHCTn). No Brasil fazem parte deste grupo 28,59% (5.193.000 pessoas) do total

do contingente considerado como RHCT no país (18.165.000). Em Santa Catarina tal

percentual se encontra muito próximo do brasileiro, corresponde a aproximadamente 28,49%

(217.800 pessoas) do total do considerado como RHCT no estado (764.500).

Figura 1 - Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia (RHCT), segundo categorias do

Manual de Canberra – Santa Catarina e Brasil,

2005

Fonte: Microdados PNAD/ IBGE 2005.

Elaboração: GUNTHER et all, 2009.

1 Ou segundo a ISCED (International Standard Classification on Education), um grau de escolaridade igual ou

acima do nível 5.

RHCT em termos

de ocupação

m (RHCTo)

m Santa Catarina

604.450

Brasil

15.002.000

RHCT em termos de RHCT

m educação em termos de

m (RHCTe) educação e ocupação

m (RHCTn)

Santa Catarina Santa Catarina M 377.850 217.800

Brasil Brasil 8.356.000 5.193.000

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Esta condição pode revelar uma eventual deficiência no nível de instrução dos

recursos humanos em âmbito estadual e nacional, indicando uma baixa escolaridade da

população, sobretudo nas ocupações relacionadas à ciência e tecnologia, nas quais a maior

parte dos membros dos grupos não detém nível superior de escolaridade2. Segundo Ferreira

(2005), se os pressupostos para a concepção dos indicadores estiverem corretos, tal ocorrência

no país e no estado sugere que o dinamismo tecnológico destas unidades geográficas pode ser

intensificado com políticas e programas de formação pessoal de nível superior e de incentivo

à sua inserção produtiva.

Cabe evidenciar ainda que a composição dos RHCT, tanto brasileira quanto a

catarinense, está fortemente condicionada a ocupação e não a educação, o que vem refletir

aspectos de uma situação muito mais sensível a mudanças conjunturais. Convém salientar que

aqueles indivíduos inseridos em ocupações consideradas como de ciência e tecnologia, só

fazem parte dos RHCT enquanto permanecerem na mesmo situação ocupacional. Desta

forma, estas pessoas podem deixar a classificação de RHCT e retornar a esse contingente

inúmeras vezes, a depender apenas da geração e destruição dos postos formais de trabalho e

da dinâmica ocupacional deste indivíduo. Denota-se, assim, que tanto a situação brasileira

como a catarinense estão sujeitas a expressivas variações na quantidade de seus RHCT.

Analisando estes indicadores de forma mais detalhada, pode-se perceber que tanto

o Brasil quanto Santa Catarina apresentaram entre os anos de 2003 e 2005, segundo os dados

da PNAD, um aumento significativo na quantidade de seus recursos humanos em ciência e

tecnologia, sendo que este crescimento se apresentou de forma mais intensa no estado

catarinense (9,5%) do que no país (3,1%).

Ao comparar a composição dos recursos humanos em Santa Catarina, entre os anos

analisados, verifica-se que estes não tiveram grandes alterações apesar do crescimento

observado. A maior parte destes recursos continua sendo os RHCT em termos de ocupação

apenas, que em 2003, representavam cerca de 51% do total de RHCT, e em 2005 passaram

para 50%. No que diz respeito aos RHCT relacionados apenas com a educação, passaram de

aproximadamente 19%, em 2003, para 20%, em 2005, enquanto que os RHCT em termos de

ocupação e educação mantiveram a mesma proporção de cerca de 28% do total de RHCT do

estado.

2 Em Santa Catarina aproximadamente 64% (ou, 386.650) das pessoas ocupados em atividades cientificas e

tecnológicas no Estado, não detêm nível superior de escolaridade. Já no Brasil este percentual é um pouco maior,

sendo de 65,4% (ou, 9.809.000) das pessoas ocupados em atividades cientificas e tecnológicas no país não detém

nível superior de escolaridade.

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Tabela 01 - Crescimento dos Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia (RHCT), segundo

categorias do Manual de Canberra – estado de Santa Catarina e Brasil, 2003 e 2005.

Categoria

Santa Catarina Brasil

2003 2005 Taxa de

crescimento 2003 2005

Taxa de

crescimento

RHCT em termos de educação e

ocupação (RHCTn) 199.100 217.800 9,39% 4.915.000 5.193.000 5,66%

RHCT apenas em termos de educação

(RHCTe) 138.050 160.050 15,94% 2.918.000 3.163.000 8,40%

RHCT apenas em termos de ocupação

(RHCTo) 360.800 386.650 7,16% 9.774.000 9.809.000 0,36%

Total 697.950 764.500 9,53% 17.607.000 18.165.000 3,17%

Fonte: Microdados PNAD/IBGE 2003 e 2005.

Elaboração: GUNTHER et all, 2009.

Apesar de não terem ocorrido grandes mudanças na composição dos RHCT em Santa

Catarina, deve-se destacar o elevado crescimento desses recursos em termos de educação, que

durante o período analisado subiu aproximadamente 16%. Este aumento foi superior ao

crescimento total dos RHCT no estado, que, como observado anteriormente, subiu pouco

mais de 9%. O crescimento nos RHCT em termos de educação, somado às observações

anteriores que refletiram uma tendência para o aumento do grau de escolaridade no estado

(observado na tabela 2), pode indicar futuras mudanças na composição destes recursos, afim

de que se observe uma maior representatividade de RHCT em termos de educação.

Ao examinar a distribuição dos RHCT em relação à população economicamente ativa

de Santa Catarina e Brasil com outros países, é possível perceber significativas diferenças

entre eles. Entre estas diferenças, deve-se destacar o percentual sensivelmente mais alto dos

recursos humanos em ciência e tecnologia em relação à população economicamente ativa

(PEA). No Brasil e em Santa Catarina do total da PEA, apenas 19,6% e 23% das pessoas

estão inseridas como RHCT, enquanto em países como Alemanha, Bélgica, Dinamarca,

Espanha, França e Grécia, este percentual é de respectivamente 47,2%, 55,2%, 48,6%, 45,6%,

44,8% e 34,3%.

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Tabela 02 - Disponibilidade de recursos humanos em ciência e tecnologia de alguns países,

segundo seus componentes, em relação à população economicamente ativa – 2004.

Percentual (%)

Unidades Geográficas RHCT/PEA RHCTn/PEA RHCTe/PEA RHCTo/PEA

Santa Catarina 23 6,5 11,3 18,2

Brasil 19,6 5,6 9 16,2

Alemanha 47,2 15,1 31,7 30,6

Bélgica 55,2 21,8 46,4 30,5

Dinamarca 48,6 21,8 37,2 33,2

Espanha 45,6 17,7 40,2 23,1

França 44,8 16,2 33,8 27,2

Grécia 34,3 15,7 29,6 20,4

Itália 32,4 9,8 16,1 26,1

Portugal 22,7 10,3 16,1 16,8

Reino Unido 40,3 16,3 32,2 24,4

Fonte: Dados referentes à Santa Catarina foram obtidos através dos Microdados da PNAD/2005, enquanto os dados do Brasil

e de outros países foram retirados do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Elaboração: GUNTHER et all, 2009.

Entretanto as diferenças entre o Brasil e Santa Catarina com outros países não se

limita apenas ao percentual de pessoas que fazem parte dos RHCT em relação ao total da

PEA, sendo importante verificar também as desigualdades nas distribuições destes recursos,

segundo as categorias propostas pelo Manual de Canberra. Neste sentido, fica evidente a

diferença relacionada ao nível educacional dos RHCT brasileiro e catarinense, e de outros

países nos quais estes apresentam um percentual bem superior de pessoas inseridas em

ocupações técnico-científicas e com escolaridade superior.

Dentro desta mesma perspectiva, verifica-se ainda, que na grande maioria dos países

(excluindo o Brasil, Santa Catarina e em menor proporção Portugal e Itália) o percentual de

pessoas que fazem parte do RHCT em termos de educação (RHCTe) é maior do que o

percentual de pessoas em termos de ocupação (RHCTo), indicando que esses países tendem a

sofrer menores oscilações na quantidade de pessoas inseridas em RHCT, tendo em vista que

estes detêm uma expressiva proporção de seus recursos não dependentes exclusivamente de

suas ocupações.

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Este comparativo internacional parece evidenciar ainda mais o baixo dinamismo

educacional de Santa Catarina e principalmente do Brasil, indicando a necessidade de maiores

esforços no sentido de aumentar o nível educacional das pessoas envolvidas em atividades

técnico-científicas bem como a proporção dos RHCT em termos de educação em relação ao

total.

2.2. Pessoas ocupadas em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nas

empresas inovadoras de Santa Catarina.

Para identificação do pessoal ocupado em P&D nas empresas catarinense utilizam-se

os dados constituídos a partir da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC) 2008

do IBGE. Apesar de estes dados conterem algumas limitações no que se referem às

informações mais regionalizadas e a sua abordagem3, seus dados vêm sendo utilizados

intensamente para suprir a falta de informações cofiáveis, relacionadas ao pessoal ocupado em

P&D no Brasil e em seus estados.

Tendo em vista estas limitações, verifica-se que no Brasil existem 48.096 pessoas

ocupadas em atividades em P&D dentro das empresas, sendo que deste total pouco mais de

50% estão concentrado no estado de São Paulo. Essa preponderância paulista é bem superior a

participação do estado no que se refere ao número de empresas inovadoras, que segundos

dado da PINTEC (2008) gira em torno de 32%.

Desta forma, cabe destacar que grande parte dos dados da PINTEC (2008)

referentes ao Brasil, sobretudo aqueles referentes ao número de pesquisadores, se apresenta

fortemente condicionada às peculiaridades do estado de São Paulo.

Dentro os estados com o maior número de pesquisadores dentro das empresas, em

primeiro lugar se encontra São Paulo (24.433) seguido do Rio Grande do Sul (4.728), Minas

Gerais (3.952), Rio de Janeiro (3.939) e Santa Catarina (3.562). Esses estados somam juntos

40.613 pesquisadores, número esse que representa cerca de 85% dos pesquisadores brasileiros

empregados na indústria extrativa e de transformação.

3 Duas limitações importantes em relação à abordagem da PINTEC devem ser ressaltadas quando se utiliza este

como indicador de pessoas ocupadas no setor empresarial. A primeira limitação diz respeito ao fato que a base

de dados apenas considera o pessoal ocupado em P&D nas empresas que implementarm inovações, não

considerando assim, as empresas que detém um pessoal ocupado em P&D, mas não realizaram inovações nos

anos referentes às pesquisas. A segunda limitação, diz respeito a amplitude da PINTEC, que apenas considera as

empresas com mais de 10 empregados, deixando de lado as micro empresas que possuem menos de 10

empregados. (GUNTHER et all, 2009)

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Ao centrar a análise em âmbito nacional, verifica-se a existência de um grande

percentual de pesquisadores sem nível de ensino superior nas empresas brasileiras. Do total de

pesquisadores presentes na indústria extrativa e de transformação no Brasil, cerca de 40% não

detém nível superior. Deste total de pesquisadores sem nível superior nas empresas

brasileiras, 13.322 apresentam nível médio de ensino e outros 5.516 nem nível médio

possuem.

Em relação ao Brasil, o estado de Santa Catarina representa 7,4% do total de pessoas

envolvidas em atividades de P&D nas indústrias extrativa e de transformação, sendo o quinto

estado com maior número de pesquisadores nestas indústrias.

Segundo a PINTEC/2008, o estado catarinense apresenta 3.209 empresas

inovadoras, sendo que estas são responsáveis por empregarem 3.562 pessoas envolvidas em

atividades relacionadas à pesquisa e desenvolvimento. Isto significa que o estado de Santa

Catarina apresenta uma média de 1,11 pesquisadores por empresa. Tal indicador fica um

pouco abaixo do indicador nacional que é 1,26 pesquisadores por empresa.

No que se refere ao grau de instrução dos pesquisadores da indústria extrativa e de

transformação do estado de Santa Catarina, cabe observar que dos 3.562 pesquisadores,

apenas 51% (1.816 pessoas) detém curso superior de ensino. Outros 1.190 pesquisadores

(33% do total do catarinense) detêm apenas o ensino médio e 556 pesquisadores (16% do total

catarinense) não apresentem o ensino médio completo.

Assim, observa-se que os percentuais relacionados à qualificação da mão-de-obra

ocupada em atividades de P&D no estado de Santa Catarina se apresentam de forma desigual

em comparação ao Brasil. Enquanto no país cerca de 61% das pessoas empregadas em

atividades de P&D na indústria detém nível superior, em Santa Catarina tal percentual é

apenas de 51%.

Isto significa que as pessoas ligadas às atividades relacionadas à P&D na indústria

de extrativa e de transformação em Santa Catarina, detêm níveis de escolaridade muito aquém

do esperado, configurando um cenário com expressivo número de pessoas dedicadas a P&D

nas empresas, mas com um baixo nível de escolaridade.

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Tabela 03 - Pessoas ocupadas nas atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento das

empresas das indústrias extrativas e de transformação, que implementaram inovações, por

nível de qualificação, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação selecionadas – 2008

Atividades

selecionadas

da

indústria e dos

serviços

Total de

empresas

Inovadoras (A)

Pessoas ocupadas nas atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento das empresas

que implementaram inovações, por nível de qualificação

Nível superior Nível

médio Outros

Total de

pesquisadores

(B)

Pesquisadores

por empresa

B/A

Pós-

graduados Graduados Sub-Total

NORTE 1 239 101 482 583 248 67 898 0,73

Amazonas 449 72 397 469 187 52 708 1,58

Pará 433 29 44 74 21 15 109 0,25

NORDESTE 3 618 106 546 652 493 988 2 133 0,59

Ceará 840 21 231 252 143 900 1 295 1,54

Pernambuco 729 8 43 51 103 6 160 0,22

Bahia 1 083 65 231 295 185 75 554 0,51

SUDESTE 20 253 3 438 18 377 21 815 8 344 2 649 32 808 1,62

Minas Gerais 5 208 488 1 489 1 978 969 1 006 3 952 0,76

Espírito Santo 953 36 302 338 106 40 485 0,51

Rio de Janeiro 1 713 934 1 452 2 387 1 423 129 3 939 2,30

São Paulo 12 379 1 980 15 133 17 113 5 846 1 474 24 433 1,97

SUL 10 879 689 5 156 5 846 3 487 1 796 11 129 1,02

Paraná 3 641 173 1 969 2 141 599 99 2 839 0,78

Santa Catarina 3 209 208 1 608 1 816 1 190 556 3 562 1,11

Rio Grande do Sul 4 029 309 1 580 1 889 1 698 1 141 4 728 1,17

CENTRO-OESTE 2 310 63 299 362 750 15 1 128 0,49

Goiás 1 261 11 192 203 680 11 894 0,71

BRASIL 38 299 4 398 24 860 29 258 13 322 5 516 48 096 1,26

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria, Pesquisa de Inovação Tecnológica 2008.

Elaboração: Própria

3 O COMÉRCIO MUNDIAL

A nova ordem do comércio mundial, decorrida, sobretudo através do processo de

globalização alterou completamente a forma a qual o mundo a observa e estuda. Nos dias

atuais, da mesma forma que uma produção em massa e de baixo custo fabricada no outro lado

do mundo proporciona ao consumidor local a aquisição de produtos de luxo, a baixa produção

local de determinados produtos pode comprometer a oferta global.

A interdependência econômica entre as nações tem aumentado substancialmente

nas últimas cinco décadas, com o comércio internacional de bens e serviços expandido a taxas

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superiores às da produção. Também o fluxo financeiro internacional tem-se elevado muito e

contribuído significativamente para a melhoria do padrão de vida da população em vários

países.

Ao observar as exportações mundiais durante os anos de 2003 até 2009, verifica-

se que a recente crise financeira internacional ocorrida nos EUA, se espalhou por todo o globo

provocando uma forte ruptura no crescimento das exportações. Entre os de 2008 e 2009 as

exportações mundiais decresceram cerca de 23%. No entanto, não foi nos EUA que

exportações mais caíram, muito pelo contrario foi nos países que mais dependiam deste

mercado, neste sentido, em quanto que nos EUA a queda nas exportações foi de apenas 18%,

em países como Alemanha e Japão a queda foi de respectivamente 22% e 26%.

O ano de 2009 quebrou definitivamente o paradigma do comércio mundial, que

durante muito tempo foi dominado pelas principais potências ocidentais. Durante quase toda

primeira década do século XXI a liderança dos países que mais exportavam no mundo era

disputada entre Estados Unidos e Alemanha. No entanto essa situação mudou em 2009,

quando a China alcançou o status de maior exportador do mundo, sendo responsável por cerca

de 10% das exportações mundiais.

A importância chinesa no comércio internacional não gera nenhuma surpresa, pois

desde o final da década de 90 vem se observando um expressivo crescimento das exportações

chinesas. Todavia o mais impressionante é o ritmo desde crescimento que durante o período

de 2003 até 2009 registrou um crescimento de 175%. As razões e as conseqüências deste

crescimento têm sido objeto de preocupações e de inúmeros estudos sobre as características

desse processo, do fôlego desta expansão bem como dos impactos de sua retração.

Alemanha e EUA (segundo e terceiro maiores exportadores em 2009)

apresentaram durante o período 2003 e 2009 um crescimento em suas exportações bem mais

modesto que o da China sendo este respectivamente de 49% e 46%. Este crescimento ficou

abaixo do crescimento mundial das exportações, que durante o mesmo período foi de 65%.

Em outras palavras isso significa que durante o período analisado essas duas potências

perderam espaço no mercado mundial para outros países.

No entanto esse aspecto não diminui a importância alemã e americana no

comércio mundial, visto que os dois juntos representaram 18% do total exportado no mundo

em 2009.

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Tabela 04 – Principais países exportadores segundo preços correntes em milhões de dólares,

durante o período 2003 até 2009.

PAÍSES

ORDEM EXPORTAÇÕES (US$ MILHÕES) - PREÇOS CORRENTES - FOB

2009 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

China 1 438.228 593.326 761.953 968.978 1.220.060 1.430.693 1.201.534

Alemanha 2 751.560 909.887 970.914 1.108.107 1.321.214 1.446.172 1.120.927

Estados Unidos 3 724.771 814.875 901.082 1.025.967 1.148.199 1.287.442 1.056.895

Japão 4 471.817 565.675 594.941 646.725 714.327 782.047 580.845

Países Baixos 5 296.012 357.417 406.372 463.630 550.755 637.918 498.648

Brasil 24 73.084 96.678 118.529 137.808 160.649 197.942 152.995

OUTROS PAÍSES 4.620.594 5.638.495 6.467.808 7.460.213 8.546.005 9.960.524 7.534.424

MUNDO 7.376.066 8.976.353 10.221.599 11.811.428 13.661.209 15.742.738 12.146.268

Fonte: OMC/Março 2010

Elaboração: MDIC/SECEX

No que se refere ao Brasil observa-se que ao longo dos anos que o país vem

aumentando sua importância mundial alcançando em 2009 a vigésima quarta posição dentre

aqueles países que mais exportam no mundo. Entre o período de 2003 até 2009 as exportações

brasileiras obtiveram um expressivo crescimento passando de US$ 73.084 milhões para US$

197.942 milhões, perfazendo assim um crescimento de aproximadamente 110%.

Apesar da importância deste crescimento, o Brasil ainda apresenta uma baixa

participação no comercio mundial, sendo responsável em 2009 por apenas 1,25% do total das

exportações globais. Este percentual se encontra muito aquém das possibilidades deste país

que detém a quinta maior área do planeta, a quinta maior população do mundo e o oitavo

maior PIB do mundo.

3.1 A Balança Comercial Catarinense e Brasileira.

A exportação catarinense obteve um crescimento importante entre os anos de

2003 á 2009. Neste período o comercio internacional no Estado passou de 3.701.854 para

6.427.614 mil dólares, valores estes que representam um crescimento de aproximadamente

74%. No entanto quando se compara este aumento na participação internacional do estado

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com o crescimento brasileiro (que foi cerca de 110%) percebe-se que o estado catarinense

vem perdendo representatividade.

Esta perda de representatividade não deve ser compreendida por uma debilidade

das exportações catarinenses e sim por um expressivo crescimento das exportações brasileiras

que como visto no capítulo anterior foi maior que o crescimento das exportações mundiais

(que foi de 65%). Cabe ressaltar assim que o crescimento das exportações de Santa Catarina

se apresentou de forma mais consistente do que o crescimento das exportações mundiais

reforçando o ganho de competitividade dos produtos do estado no mercado nacional.

No entanto ao não acompanhar o crescimento brasileiro, o estado catarinense que

no ano de 2003 era responsável por cerca 5,05% do total das exportações nacionais, passou

em 2009 a ser responsável por apenas 4,20%. Tal participação se encontra um pouco acima da

representatividade catarinense em termos econômicos, visto que e a participação do estado no

PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro nos últimos anos gira em torno de 4%.

A crise financeira que teve início nos EUA no final de 2008, não ficou restrita a

este país, atingiu e se espalhou por todo mundo, inclusive Brasil e Santa Catarina. Assim, o

ano de 2009, acabou por representar o fim do ciclo de crescimento das exportações

catarinenses e brasileiras.

Em Santa Catarina a retração das exportações de 2008 para 2009 foi de 22,66%, o

que representou uma perda de quase 2 bilhões de dólares. Percentualmente, a retração das

exportações brasileiras (22,71%) foi um pouco maior que a do estado catarinense, no entanto

em termos monetário a perda registrada atingiu a surpreendente marca de 45 bilhões de

dólares.

Ao observar as importações catarinenses em 2009, verifica-se que a queda sofrida

em decorrência da crise financeira mundial foi muito inferior à queda nas exportações. Essa

característica condicionou a balança comercial catarinense a apresentar o primeiro saldo

comercial negativo da história recente do estado, fato esse que não ocorria a mais de 20 anos

(segundo base de dados do MDIC/SECEX de 1991 até 2008, Santa Catarina sempre

apresentou superávit na balança comercial).

Esse déficit na balança comercial catarinense é consolidado pelo expressivo

aumento nas importações do estado ao longo do tempo que cresceram entre o período de 2003

a 2009 mais de 600%. Em 2009, quase 6% do total importado pelo país teve como entrada o

estado catarinense, percentual esse que se encontra acima das saídas.

Deve-se destacar, que nem tudo que é exportado ou importado por Santa Catarina,

é produzido ou consumido dentro do estado, no entanto, é importante traçar metas e políticas

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eficazes, a fim de inibir eventuais discrepâncias na balança comercial em nível nacional e

estadual.

Tabela 05 – Exportações, importações e o saldo comercial da balança comercial de Santa

Catarina e do Brasil, durante os anos de 2003 até 2009

SANTA CATARINA US$ 1.000 FOB

ANO

EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO Média

Dolar VALOR (A) Var% VALOR (B) Var% (A)-(B)

2003 3.701.854 17,13 993.810 6,7 2.708.044 3,07

2004 4.862.608 31,36 1.508.950 51,83 3.353.658 2,93

2005 5.594.239 15,05 2.188.540 45,04 3.405.699 2,43

2006 5.982.112 6,93 3.468.768 58,50 2.513.344 2,18

2007 7.381.839 23,40 5.000.221 44,15 2.381.618 1,95

2008 8.310.528 12,58 7.940.724 58,81 369.804 1,84

2009 6.427.614 -22,66 7.283.252 -8,28 -855.637 1,99

BRASIL US$ 1.000 FOB

ANO

EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO Média

Dolar VALOR (A) Var% VALOR (B) Var% (A)-(B)

2003 73.203.222 21,12 48.325.567 2,29 24.877.655 3,07

2004 96.677.497 32,07 62.835.616 30,03 33.841.882 2,93

2005 118.529.184 22,6 73.600.376 17,13 44.928.809 2,43

2006 137.807.470 16,26 91.350.841 24,12 46.456.629 2,18

2007 160.649.073 16,58 120.617.446 32,04 40.031.627 1,95

2008 197.942.443 23,21 172.984.768 43,42 24.957.675 1,84

2009 152.994.743 -22,71 127.647.333 -26,21 25.347.409 1,99

Fonte: MDIC/SECEX

Elaboração: Própria

No Brasil como um todo, o ano de 2009 não apresentou um déficit comercial,

sendo que o saldo da balança comercial ficou um pouco acima de 2008. Dois aspectos

contribuíram para esta situação: 1) o crescimento das importações brasileiras (165% durante

os anos de 2003 até 2009), se apresentou de forma mais suave que as importações

catarinenses 2) em 2009 as importações (-26,21%) brasileiras caíram percentualmente de

forma mais expressiva que as exportações (-22,71%).

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A crise financeira internacional que atingiu o Brasil e, sobretudo o estado Santa

Catarina, atou em dois lados distintos. O primeiro deles foi através de uma retração da

demanda externa, na qual os países retraíram seu consumo enxugando gastos e produção. O

segundo, e principal deles, foi à desvalorização da moeda internacional, o dólar, que deixou

os produtos brasileiros e catarinenses mais caros e aumentou a competitividade dos produtos

importados no mercado interno.

Essa desvalorização da moeda internacional é agravada ainda pela política

monetária brasileira, que detêm umas das maiores taxas de juros do mundo. Segundo Michel e

Squeff (2010) os juros elevados praticados no Brasil, atraem o capital externo que valoriza a

taxa de câmbio que, por sua vez, desestimula as exportações e barateia as importações

resultando em um menor saldo na balança comercial.

Ao observar as taxas de câmbio médias durante o ano, no período de 2003 até

2009, verificas-se que esta vem caindo consideravelmente durante o período, passando de

3,07 em 2003 para 1,99 em 2009. O resultado desta valorização da moeda nacional, explica

em grande parte o aumento desenfreado das importações, principalmente a catarinense, além

de limitar o crescimento das exportações, que apesar de positivo durante o período foi bem

inferior ao das importações.

3.2. A especialização produtiva internacional do estado de Santa Catarina

Ao observar os produtos mais exportados por Santa Catarina durante os anos de

2008 e 2009, verifica-se a importância de três indústrias em especial: alimentos, fumo e de

moto compressores.

Em 2009 a indústria alimentícia foi responsável por quase 31% do total exportado

pelo estado catarinense, sendo que o produto mais exportado foi pedaços e miudezas de

galos/galinhas que sozinho foi responsável por 15,42% das exportações catarinense. Dentre as

empresas mais exportadoras deste segmento destacam-se a Seara Alimentos SA, Sadia AS,

BRF Brasil Foods e Cooperativa Central do Oeste Aurora.

A Seara Alimentos SA, foi em 2009 a empresa mais exportadora do estado de

Santa Catarina sendo responsável por aproximadamente 10% do total exportado pelo Estado.

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Tabela 06 – Principais produtos exportados e empresas exportadoras em Santa Catarina,

durante os anos de 2008 e 2009.

SANTA CATARINA

DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS 2009 2008

US$ F.O.B. PART.% US$ F.O.B. PART.%

PEDACOS E MIUDEZAS,COMEST.DE GALOS/GALINHAS,C 991.238.691 15,42 1.263.816.975 15,21

FUMO N/MANUF.TOTAL/PARC.DESTAL.FLS.SECAS,ETC. 679.131.875 10,57 614.012.781 7,39

MOTOCOMPRESSOR HERMETICO,CAPACIDADE<4700 FRIG 343.813.165 5,35 409.686.353 4,93

PREPARACOES ALIMENTICIAS E CONSERVAS,DE GALOS 276.753.952 4,31 293.691.307 3,53

CARNES DE GALOS/GALINHAS,N/CORTADAS EM PEDACO 266.372.176 4,14 282.863.339 3,40

OUTRAS CARNES DE SUINO,CONGELADAS 261.855.793 4,07 318.359.202 3,83

CARNES DE OUTS.ANIMAIS,SALGADAS,SECAS,ETC. 187.046.836 2,91 202.000.122 2,43

MOTOR ELETR.CORR.ALTERN.TRIF.75KW<POT<=7500KW 184.549.978 2,87 197.023.190 2,37

MOTOR ELETR.CORR.ALTERN.TRIF.750W<P<=75KW,ROT 122.393.833 1,90 232.408.911 2,80

FUMO N/MANUF.TOTAL/PARC.DESTAL.FLS.SECAS,TIPO 118.259.945 1,84 122.240.766 1,47

OUTROS PRODUTOS 2.996.198.175 46,62 4.374.425.059 52,64

TOTAL SANTA CATARINA 6.427.614.419 100,00 8.310.528.005 100,00

SANTA CATARINA

PRINCIPAIS EMPRESAS EXPORTADORAS 2009 2008

US$ F.O.B. PART.% US$ F.O.B. PART.%

SEARA ALIMENTOS S/A 622.625.671 9,69 739.756.693 8,9

WEG EQUIPAMENTOS ELETRICOS S/A 518.906.825 8,07 658.200.009 7,92

WHIRLPOOL S.A 505.642.735 7,87 623.936.641 7,51

SADIA S.A. 473.460.901 7,37 587.186.533 7,07

UNIVERSAL LEAF TABACOS LTDA 378.904.548 5,89 286.857.150 3,45

BRF - BRASIL FOODS S.A. 359.190.999 5,59 --- ---

SOUZA CRUZ S/A 306.049.245 4,76 344.833.318 4,15

TUPY S/A 167.793.133 2,61 347.780.767 4,18

COOPERATIVA CENTRAL OESTE CATARINENSE 161.644.063 2,51 232.471.727 2,8

DIPLOMATA INDUSTRIAL E COMERCIAL LTDA 119.683.154 1,86 196.519.009 2,36

DEMAIS EMPRESAS 2.813.713.145 43,78 4.292.986.158 51,66

TOTAL DAS PRINCIPAIS EMPRESAS 6.427.614.419 100,00 8.310.528.005 100,00

Fonte: MDIC/SECEX

Elaboração: Própria

A indústria do fumo e de moto compressora também detém significativa

importância nas exportações catarinenses sendo responsáveis por 12% e 10% do total

exportado pelo estado em 2009. Nesta indústria destacam-se empresas como: Universal Leaf

Tabacos Ltda, Souza Cruz SA e WEG Equipamentos Elétricos SA que são responsáveis

respectivamente por 5,89%, 4,76% e 8,07% do total exportado por Santa Catarina no ano de

2009.

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Desta forma, pode-se perceber que as exportações catarinenses são concentradas

em produtos de baixo conteúdo tecnológico. Segundo Leitzke e Triches (2010), a participação

dos produtos exportados por Santa Catarina, classificados em baixa intensidade tecnológica

mantém-se em torno de 60%, sendo que a grande maioria destas são dos segmentos

alimentícios, de bebida, e tabaco. Os referidos autores destacam ainda, que entre os três

estados da região sul, o estado catarinense é o que apresenta a menor participação de

mercadoria exportada com alta intensidade tecnológica.

Tal condição reflete uma posição favorável de Santa Catarina no curto prazo, visto

que tanto a demanda mundial como também os preços internacionais dos alimentos vem

subindo vertiginosamente nos últimos anos.

Contudo no longo prazo, o baixo dinamismo tecnológico das exportações

catarinenses sinaliza uma situação de dependência, na qual a especialização produtiva

catarinense vem se desenvolvendo em setores extremamente sensíveis ao preço. Tal situação é

contraposta a de países desenvolvidos como EUA, Alemanha e Japão, que ao apresentarem

um grande dinamismo tecnológico de suas exportações, sendo seus produtos não sensíveis ao

preço e sim ao conteúdo tecnológico que eles possuem.

4. Conclusão

Ao analisar os indicadores de recursos humanos disponíveis em ciência e

tecnologia em Santa Catarina observou-se que apesar do estado dispor de um expressivo

número de recursos humanos em C&T, estes se apresentam com baixo grau de escolaridade.

Tal evidencia, é consubstanciada pelo significativo número de pessoas que ocupam atividades

relacionadas a C&T e não apresentam nível superior de escolaridade.

A concentração destes recursos humanos deve ser compreendida como uma

importante debilidade no sistema de C&T catarinense, não somente pelo fato deste

contingente deter um baixo grau de instrução para o exercício de atividades ligadas ao

desenvolvimento científico e tecnológico, mas também por esses recursos estarem

dependentes unicamente da vinculação ocupacional do indivíduo. Isto significa que estas

pessoas só fazem parte do sistema de C&T em detrimento de sua ocupação e não por deterem

um grau de escolaridade superior (situação esta que qualifica um indivíduo como RHCT,

independente se esta pessoa esta empregada ou não).

A baixa qualificação da mão-de-obra catarinense pode ser observada ainda, no

pessoal ocupado em pesquisa e desenvolvimento (P&D) dentro das empresas catarinenses.

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Apesar de o estado apresentar um grande número de pessoas envolvidas em atividades de

P&D nas empresas, destaca-se o número de pessoas nestas atividades sem nível superior de

escolaridade. Tal condição restringe consideravelmente a possibilidade de transformação dos

conhecimentos científicos e tecnológicos presente no ambiente acadêmico e nas instituições

de pesquisa em geração de riquezas para o setor industrial.

O fraco dinamismo dos recursos humanos catarinense acaba por determinar as

possibilidades tecnológicas das empresas catarinenses, condicionando a competitividade

destas em setores de menor valor agregado e complexidade tecnológica.

Dentro desta perspectiva, ao verificar o comércio internacional em Santa Catarina

percebe-se que o estado vem obtendo um significativo crescimento ao longo dos anos. No

entanto esse crescimento é substanciado em setores de baixo conteúdo tecnológico, sendo em

sua grande maioria de origem agrícola. Dentre os produtos mais exportados por Santa

Catarina estão os pedaços e miudezas de galos e galinhas, fumo não manufaturado e

preparações alimentícias e conservas de galos, que juntos correspondem a quase 1/3 das

exportações catarinenses.

De forma geral percebe-se que Santa Catarina vêm se especializando na exportação

de produtos do tipo commodities. Essa especialização produtiva caracteriza-se por seu grande

potencial de instabilidade que decorre, sobretudo da produção e preço internacional. Em um

ano o produto catarinense pode ser competitivo, pois seu valor esta abaixo do preço

internacional, mas nada garante que no próximo ano uma super produção em outro lugar do

mundo faça o preço internacional cair fazendo com que o produto catarinense perca sua

competitividade.

Assim a característica fundamental dos produtos do tipo commodities fica sendo o

preço e não o conteúdo tecnológico do produto. Com isso o que determina a competitividade

de um país o região neste tipo de segmento é forma como ele explora seus recursos, a fim de

obter os menores custos possíveis.

O caso das exportações com maior valor agregado se apresenta de forma diferente,

pois o que determina a competitividade do produto não é o preço e sim a tecnologia nele

contida. Isto não significa que o preço não é determinante neste tipo de produto, significa

apenas que a competitividade não é determinada pelo menor preço de mercado e sim pelo

elemento tecnológico contido no produto.

No intuito de contribuir para solução de alguns dos problemas diagnosticados nesta

pesquisa, segue abaixo algumas sugestões de políticas públicas para o Brasil e Santa Catarina:

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Aumentar significativamente os investimentos em educação, principalmente

àqueles relacionados à pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos

nas universidades e nos centros de pesquisa.

Investir e incentivar a criação de “instituições pontes” que liguem os interesses

econômicos e privados com os conhecimentos e interesses da área acadêmica.

Isto significa em outras palavras, que as dificuldades e desafios das empresas

podem em determinados casos estarem relacionados a questões acadêmicas,

necessitando assim apenas uma ligação entre as partes.

Direcionar e incentivar as exportações de produtos com maior conteúdo

tecnológico, a fim de diminuir a dependência externa e aumentar participação

dos produtos com alta complexidade tecnológica no total das exportações.

Negociar internacionalmente a criação de barreiras não tarifária de importação,

em produtos de maior complexidade tecnológica. Nesta política é importante

avaliar antes todo seu impacto, pois muitos setores dependem de tecnologias

já consolidadas e a dificuldade de importação pode determinar ineficiência de

toda uma cadeia produtiva comprometendo ainda mais a competitividade dos

produtos produzidos internamente.

5. Bibliografia

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