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I Encontro de Trabalhos Científicos de Engenharia Elétrica Engenharia de Controle e Automação Uninorte Laureate - I ETCEECAU
Av. Igarapé de Manaus, 211 - Centro, Manaus - AM, 69020-220
UMA PROPOSTA DE UM SISTEMA DE POTEÇÃO CONTRA
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS (SPDA) PARA UMA ESCOLA
PÚBLICA NA CIDADE DE MANAUS - AM
Aluisio Macena de Almeida 1
Wilnneker Batista Bruce 2
Orientador: Djalma Bentes de Oliveira3
RESUMO
O presente estudo buscou ressaltar a importância da proteção contra descargas elétricas para
uma escola da rede pública de ensino da cidade de Manaus-AM a partir das recomendações
básicas e orientações para tomada decisões apresentadas na elaboração de uma proposta de
SPDA. A metodologia se baseia no levantamento de informações, através da pesquisa de campo
na escola com visita técnica para coleta de dados. Os resultados da pesquisa foram apresentados
no laudo de verificação técnica da necessidade do SPDA na escola. Assim sendo, o estudo
realizou um detalhamento sobre o gerenciamento de risco de proteção, a análise dos
componentes de risco às descargas atmosféricas, avaliação geral de risco, avaliação de proteção
e o dimensionamento do sistema de proteção. Com base no laudo, a pesquisa apresentou as
recomendações cabíveis para auxiliar a gestão escolar quanto a tomada de decisões, tendo em
vista a importância de proteger as pessoas e o patrimônio público dos danos causados pelas
descargas atmosféricas.
Palavras-chave: Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas. Descargas elétricas.
Patrimônio público.
ABSTRACT
The present study sought to highlight the importance of protection against electric discharges to
a school in the public school of the city of Manaus-AM, based on the basic recommendations
and guidelines for making decisions presented in the elaboration of a SPDA proposal. The
methodology is based on the collection of information, through the field research in the school
with technical visit for data collection. The results of the research were presented in the
technical verification report of the need for SPDA in school. Therefore, the study carried out a
detailed study on the protection risk management, the analysis of the components of risk to the
atmospheric discharges, general evaluation of risk, evaluation of protection and the design of
the protection system. Based on the report, the research presented the appropriate
recommendations to assist school management in decision making, considering the importance
of protecting people and public assets from the damages caused by
Keywords: Atmospheric Discharge Protection System. Electrical discharge. Public property
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação da UNINORTE e constará nos anais do I Encontro de Trabalhos Científicos de Engenharia Elétrica Engenharia de Controle de
Automação 1 Aluno finalista de Engenharia Elétrica – UNINORTE – email: [email protected] 2 Aluno finalista de Engenharia Elétrica – UNINORTE – email: [email protected] 3 Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amazonas-UFAM \ Atualmente professor de nível superior
do Centro Universitário do Norte-UNINORTE – email: [email protected]
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1. Introdução
Descarga atmosférica (raio) refere-se a um fenômeno natural de ocorrência
mundial. Em região tropical, como é o caso do Brasil, os raios ocorrem geralmente com
as chuvas, e nos meses de verão a incidência é maior. Para entendimento da formação
dos raios se remete ao ciclo da água: o calor, as águas dos mares e oceanos se evaporam
aumentado o vapor de água que existe na atmosfera. A mesma coisa acontece com as
águas dos rios, lagos, lagoas, com as poças de água formadas pelas chuvas e outros.
Ao procurar um caminho para sua descarga, o raio atinge pontos mais altos e
pontiagudos, onde existe maior concentração de cargas, por exemplo, topo de morros,
montanhas, árvores isoladas, postes metálicos, caixas d’água metálicas, torres, pontas de
para-raios, etc. Assim ele pode cair em um mesmo lugar várias vezes, ao contrário do
que diz a crença popular.
A antecipação do fenômeno é possível, além de ser importante para a prevenção
de mortes e acidentes por raios. Equipamentos que fazem monitoramento constante e
em tempo real da ocorrência de descargas atmosféricas são indispensáveis para
praticamente todo tipo de empreendimento. Principalmente para aqueles com áreas
descampadas ou que possuam estruturas e equipamentos condutores de descargas
elétricas como empresas.
O presente estudo buscou ressaltar a importância da proteção contra descargas
elétricas para uma escola da rede pública de ensino da cidade de Manaus-AM a partir
das recomendações básicas e orientações para tomada decisões apresentadas na
elaboração de uma proposta de SPDA. A contribuição do estudo está alinhada a duas
bases: técnica e acadêmica. Quanto a base técnica, pretenderá servir de arcabouço
técnico para a futura instalação de um projeto de SPDA na escola. Quanto a base
acadêmica, contribuir para ampliar a discussão sobre a área nas instituições de ensino,
principalmente na UNINORTE.
2. Revisão bibliográfica
2.1 Descargas atmosféricas
A NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas – define as
descargas elétricas como um fenômeno que ocorre a partir da origem atmosférica entre
uma nuvem e a terra ou entre nuvens, o que gera impulsos elétricos. A Rede Integrada
Nacional de Detecção de Descargas (RINDAT) diz que as descargas elétricas estão
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ligadas a fenômenos de luminosidade e aos trovões, que são fenômenos bastante
recorrentes nas grandes áreas urbanas (Figura 1).
Figura 1 – Descarga elétrica em São Paulo (capital)
Fonte: Rede Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas - RINDAT (2009)
2.1.1 Conceitos básicos
Alguns breves conceitos básicos podem ser analisados quanto ao fenômeno da
descarga atmosférica, tais como: o raio, o relâmpago, o trovão, o Índice Ceráunico (IC),
as Isoceráunicas e a Densidade de Raios (DR).
O raio é um impulso elétrico de uma carga atmosférica para a terra; o relâmpago
é a luz gerada pelo arco elétrico do raio; o trovão é um ruído produzido pelo
deslocamento do ar devido aquecimento no processo de deslocamento do ar; o IC
corresponde ao número de dias de trovoado em um determinado lugar durante o prazo
anual; as Isoceráunicas são as linhas curvas que ligam pontos com o mesmo IC e a DR
corresponde a quantidade de raios que caem em um percurso de 1 km² de área.
2.1.2 Formação das cargas na nuvem
A terra possui cargas negativas em excesso, sendo um dos planetas com maior
grau de referência em cargas negativas entre os planetas. Também se compreende que
as correntes do ar carregam consigo uma grande quantidade de umidade, que ao
encontrar-se com temperaturas mais baixas em regiões mais altas ocorre a condensação
e formação das gotículas de água que ficam suspensas na atmosfera. Essas gotas se
movem ascendentemente com elevada energia cinética a partir da sua formação e, dessa
forma, conseguem chegar até a parte superior das nuvens, entretanto, os íons negativos
ficam concentrados na parte inferior das nuvens, ocorrendo então a formação das
nuvens com cargas (Figura 2).
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Figura 2 – Formação das cargas nas nuvens
Fonte: Coutinho e Altoé (2003)
Muitas nuvens, por serem amplas e vastas, podem formar conglomerados de
cargas elétricas e assim agrupar maior volume de cargas negativas e positivas, podendo
se dividir em outras nuvens e gerar um outro fenômeno bastante conhecido em zonas
urbanas e áreas de deserto: tempestades elétricas.
2.1.3 Descarga
Coutinho e Altoé (2003) analisam a descarga elétrica na terra tendo em vista o
chamado piloto descendente (precursor), ou seja, um canal condutor ionizado cujo
caminho é realizado por sucessivos “saltos” em direção à terra a partir da ruptura do
dielétrico formado pelo ar no momento em que a terra ultrapassa um determinado valor
com a nuvem carregada.
Santos (2010) afirma que, de igual maneira, as descargas elétricas se
desprendem do comprimento de salto é função da carga da nuvem que origina a
descarga. No Brasil, existe uma estimativa da ocorrência de mais de 2.721 descargas só
no hemisfério norte em um período de mensal, que são estudados desde 1945.
Figura 3 – Danos com a Descarga Elétrica
Fonte: Adaptado de DURAN (2003)
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Nota-se que os danos com a descarga elétrica variam conforme a corrente
elétrica presente, que pode atingir da contração muscular a partir da reação no corpo até
o óbito, a depender da gravidade. As descargas ou correntes de retorno são responsáveis
por neutralizar as cargas aglomeradas nas nuvens, dessa forma, alguns estudos revelam
que cada descarga de retorno pode durar alguns milissegundos, como em relâmpagos
múltiplos e sequenciais.
2.2 Sistema de Proteção contra Descarga Atmosférica (SPDA)
Os estudos realizados sobre o Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA) agrega a um entendimento sobre as metodologias de proteção e
melhoria de desempenho de linhas de transmissão frente as descargas atmosféricas que
ocorrem diariamente. O SPDA pode ser considerado como um dos principais métodos
empregados para viabilizar essa otimização, principalmente com a instalação de para-
raios com um sistema eficiente de proteção. Ele é amplamente utilizado em residências,
prédios de pequeno e grande porte, área comercial, área pública, etc.
2.2.1 Definições e funções do SPDA
O SPDA é utilizado para proteger os mais diferentes tipos de estruturas das
descargas atmosféricas, tendo como objetivo a minimização dos efeitos e impactos
gerados por essas descargas, a fim de garantir a segurança dos equipamentos e
estruturas elétricas. As principais funções do SPDA podem ser destacadas como:
sistema externo de proteção; sistema interno de proteção; neutralização com o
escoamento de cargas elétricas do meio ambiente para a terra a partir do seu sistema;
redução dos riscos de incidência dos raios nas estruturas.
2.2.2 Composições dos SPDA
O SPDA possui a seguinte estrutura de composição: Captação, Descidas e
Aterramento. A captação tem a função de receber as descargas que incidam sobre o topo
e distribuí-las pelas descidas. Ela é composta por mastros e condutores metálicos
presentes na estrutura do SPDA. As descidas possuem a função de recebimento das
correntes elétricas e encaminhá-las para o solo mais rápido possível. Essas descidas
deverão ser interligadas no nível do solo em aproximadamente 50 mm² (mínimo).O
aterramento possui a função de receber as correntes elétricas e dissipa-las no solo. Ela
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deve ser dimensionada e equalizada observando os locais de frequência para minimizar
as tensões.
2.2.3 Tipos de SPDA
Os SPDA são divido basicamente em três tipos: Captor Tipo Franklin, Gaiola de
Faraday e Captor de avanço à Ignição. O Captor Tipo Franklin é constituído por uma
haste metálica, tendo em sua extremidade superior de forma pontiaguda, a fim de que
acumule mais carga. Ela é consideravelmente mais barata em comparação aos outros
tipos, porém, é menos eficiente.
A Gaiola de Faraday é um tipo de sistema que é mais complexo, ele possui
vários receptores que são disponibilizados no topo da estrutura de forma a envolver toda
a estrutura. Ela tem uma eficiência bem maior se comparada ao Captor Tipo Franklin,
porém, o seu custo é bem mais alto e inviável para implementação em algumas
estruturas. O Captor de avanço à Ignição consiste na capacidade do para-raios de
antecipar a descarga atmosférica e modificar o percurso do raio. Ele é bastante utilizado
em prédio de médio porte, pois possui grande eficiência e um baixo custo, porém, seu
uso em distâncias maiores compromete a captação dos receptores.
2.2.4 Para-raios
Os para-raios são necessários para a proteção e prevenção de danos ocasionados
por descargas atmosféricas, principalmente com incidência de raios. Ele é bastante
utilizado em empresas e condomínios, tendo em vista as grandes incidências de
sobrecargas e sobretensões ocorridas em períodos de chuva.
Eles são equipamentos usados para proteger o isolamento de vários tipos de
dispositivos elétricos, tais como: transformadores de energia, linhas de transmissão,
linhas de distribuição, equipamentos e geradores de energia. Eles funcionam como uma
alta impedância sobtensão normal e uma baixa impedância em condição de surto, tendo
a função de limitar a solicitação de tensão imposta ao equipamento protegido.
O uso dos para-raios não inibe a incidência de raios, mas reduz
significativamente os perigos, riscos e danos ocasionados por descargas atmosféricas,
tendo em vista que ele captará dos raios nas proximidades de sua instalação. Algumas
advertências quanto a sua instalação em áreas de grande circulação, por exemplo,
precisam ser avaliadas por especialistas, a fim de que um estudo de impacto seja
realizado anteriormente.
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3. Metodologia
A metodologia do trabalhou pautou-se no levantamento de informações sobre o
tema a partir da pesquisa teórico-bibliográfica, bem como a realização da pesquisa de
campo na escola através das visitas técnicas para coleta de dados.
A pesquisa de campo foi realizada em uma escola pública estadual, situada na
Zona Leste da cidade de Manaus. A escolha da instituição partiu da necessidade de
realizar a pesquisa em um espaço que não tivesse um SPDA, com o intuito de
apresentar aos gestores, a partir dos resultados do estudo, uma proposta de implantação
de um SPDA.
No processo de análise de campo realizado na escola houve também o processo
descritivo da pesquisa, cuja finalidade foi de observar e descrever a área de estudo, bem
como identificar quais os pontos críticos observados pela ausência de um projeto de
SPDA e assim coletar os dados suficientes para a aplicação do estudo técnico no espaço.
4. Resultados e discussões
4.1 Laudo de verificação
O laudo de verificação consiste na apresentação de viabilidade da proposta de
implantação de um sistema SPDA na escola. Observa-se que a referida escola não
apresenta nenhuma estrutura pré-instalada para implantação de um SPDA, com a sua
estrutura totalmente desprotegida (Figura 4):
Figura 4 – Vista da área de cima
Fonte: Google Maps (2017)
4.1.1 Parâmetros da edificação
Altura: ( ); Largura: ( ); Comprimento: ( )
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4.1.2 Avaliação do Risco de Proteção
A área de exposição análogo ( ) satisfaz a área do plano de estrutura
prolongada em todas as direções, de modo a levar em conta sua altura. Os limites da
área de exposição equivalente estão separados do perímetro da estrutura por uma
distância correspondente três vezes a altura da estrutura no ponto considerado.
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
4.1.3 Densidade de Descargas para a Terra
A densidade de descargas atmosféricas para a terra ( ) é o número de raios
para a terra por ⁄ . O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), por
meio do grupo de eletricidade de atmosférica, disponibilizou os dados de como
mostrado na figura abaixo.
Figura 5 - Raios pelo mundo
Fonte – Albrecht (2016)
4.1.4 Frequência Média Anual Previsível de Descargas
Números de eventos perigosos para a estrutura é:
⁄
: É o fator de localização da estrutura (ver Tabela A.1 na Figura 6)
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Tabela A.1- Fator De Localização Da Estrutura
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
Estrutura cercada por objetos da mesma altura ou mais baixo . Ou
seja, a estrutura será atingida por uma descarga atmosférica a cada 2 anos.
4.1.5 Avaliação do número médio anual de eventos perigosos NL devido a
descargas atmosféricas na linha
Uma linha pode consistir em diversas seções. Para cada seção da linha, o valor
de NL pode ser avaliado por:
Onde,
- É o número de sobretensões de amplitude não inferior a 1 kV (1/ano) na
seção da linha;
- É a densidade de descargas atmosféricas para a terra (1/km2 × ano);
- É a área de exposição equivalente de descargas atmosféricas que atingem a
linha, expressa em metro quadrado (m2);
- É o fator de instalação da linha (ver Tabela A.2, Figura 7);
- É o fator tipo de linha (ver Tabela A.3, Figura 8);
- É o fator ambiental (ver Tabela A.4, Figura 9);
Com a área de exposição equivalente para a linha:
Onde,
- É o comprimento da seção da linha, expresso em metros (m). Onde o
comprimento da seção da linha é desconhecido, pode ser assumido .
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Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
4.1.5.1 Número de eventos perigosos para uma estrutura adjacente
, pois não temos estrutura adjacente, portanto, o valor é igual à zero.
4.1.5.2 Probabilidade de uma descarga atmosférica em uma estrutura causar
ferimentos a seres vivos por meio de choque elétrico.
Os valores de probabilidade de choque a seres vivos devido à tensão de
toque e passo devido a uma descarga atmosférica em uma estrutura dependem do SPDA
adotado e das medidas de proteção adicionais adotadas:
Onde,
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- Depende das medidas de proteção adicionais contra tensões de toque e
passo (Ver Tabela B.1, Figura 16);
- Depende do nível de proteção contra descargas atmosféricas para o
qual o SPDA de acordo com o ABNT NBR 5419-3 foi projetado (Ver Tabela B.2,
Figura 10);
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
4.1.5.3 Probabilidade de uma descarga atmosférica em uma linha causar
ferimentos a seres vivos por choque elétrico
O valor de é dado por:
Onde,
- Depende das medidas de proteção contra tensões de toque, como
restrições físicas ou avisos visíveis de alerta (Ver Tabela B.6, Figura 12);
- Depende das ligações equipotenciais para descargas atmosféricas
conforme a ABNT NBR 5419-3 e do nível de proteção contra descargas atmosféricas
para o qual o DPS foi projetado (Ver Tabela B.7, Figura 13);
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- É a probabilidade de falha de sistemas internos devido a descargas
atmosféricas na linha conectada dependendo das características da linha (Ver Tabela
B.8, Figura 14);
- É um fator que depende da blindagem, do aterramento e das condições da
isolação da linha (Ver Tabela B.4, Figura 15).
Fonte – (ABNT NBR 5419-2:2015 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2:
Gerenciamento de risco).
4.1.5.4 Probabilidade de uma descarga atmosférica em uma linha causar danos
físicos
O valor de é dado por:
4.1.5.5 Análise dos componentes de risco devido às descargas atmosféricas na
estrutura
Os componentes de risco a serem considerados para esta estrutura podem ser resumidos
esquematicamente no quadro 1 abaixo:
Quadro 1 – Componentes de risco considerados.
Fontes de danos S1: Descarga na estrutura S2: Descarga
próxima à
estrutura
S3: Descarga em uma
linha conectada à
estrutura
S4: Descarga
próxima de uma
linha conectada à
estrutura
Componentes de
risco
Ra Rb Rc Rm Ru Rv
Rw
Rz
R1: perda de vida
humana
X X X X
R2: perda de serviço
ao público
R3: perda de
patrimônio cultural
R4: perda de valor
econômico
Fonte: NBR 5419-2:2015, 2015.
Para a avaliação dos componentes de risco devido às descargas atmosféricas na
estrutura, as seguintes equações são aplicáveis:
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a) componente relacionado a ferimentos a seres vivos por choque elétrico (D1)
b) componente relacionado a danos físicos (D2)
4.1.5.7 Análise dos componentes de risco devido às descargas atmosféricas em uma
linha conectada à estrutura
Para a avaliação dos componentes de risco devido às descargas atmosféricas em
uma linha conectada à estrutura, as seguintes equações são aplicáveis:
a) componente relacionado a ferimentos a seres vivos por choque elétrico (D1)
( )
( )
b) componente relacionado a danos físicos (D2)
( )
( )
4.1.6 Avaliação geral de risco
O risco R1 a ser considerado nessa estrutura da Escola Estadual Antônio Lucena
Bittencourt contempla a seguinte definição e formula:
a) R1: risco de perda de vida humana:
4.1.7 Avaliação do Nível de proteção
Conclui-se que o nível de proteção é II em função da classificação da estrutura,
ou seja, escola, cuja falha no sistema de para-raios pode ocasionar a perda bens
estimável valor ou provocar pânico aos presentes.
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4.1.8 Escolha do método
Método de Faraday foi escolhido, pois se trata de uma estrutura com uma grande
área horizontal, que consiste em envolver a parte superior da construção com uma
malha captora de condutores elétricos nus, cuja distância entre eles é em função do nível
de proteção desejado e dado pela norma NBR 5410-3/2015, que estabelece a largura do
módulo da malha de proteção, o comprimento do módulo não pode ser superior ao
dobro da sua largura.
4.2 Dimensionamento do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
4.2.1 Dimensões da malha captora
De acordo com os dados apresentados no levantamento da NBR 5410-3/2015, a
largura e o comprimento do módulo da malha de proteção são de no máximo
, devido a classe de proteção ser nível II, para esse projeto foi escolhido ,
largura e comprimento que se adapta ao projeto respectivamente.
5. CONCLUSÃO
Tendo em vista a relevância do tema abordado na pesquisa observou-se que
existem diversos estudos sobre a importância de elaborar, de forma eficaz e planejada,
um sistema de proteção para evitar os problemas ocorridos por descargas elétricas,
comum em grandes áreas urbanas. O levantamento bibliográfico realizado na pesquisa
permitiu com que o assunto fosse amplamente estudado e que através da observação de
outros estudos de caso foi possível compreender a eficiência de um projeto de SPDA.
O estudo objetivou contribuir, de forma prática e acadêmica, com a proposição
de um projeto de SPDA para a escola pública estadual, com o objetivo de auxiliar na
tomada de decisões quanto a proteção do seu patrimônio público. Foram apresentadas
recomendações necessárias para evitar acidentes atmosféricos, bem como conscientizar
a gestão escolar sobre a preservação do seu patrimônio a partir da implementação de um
SPDA.
O laudo de verificação para a necessidade do SPDA apresentou todas as
informações técnicas coletadas na pesquisa in loco e detalhadas no gerenciamento do
risco de proteção. Foi realizada a avaliação dos riscos, a análise dos parâmetros
normativos, a avaliação do nível de proteção e o dimensionamento do SPDA. A
elaboração do laudo auxiliou na definição das recomendações e observações sobre a
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preservação dos patrimônios, que foram apresentadas à gestão escolar após a realização
do estudo.
REFERÊNCIAS
ALBRECHT, R. et al. Where are the lightning hotspots on Earth? Bulletin of the
American Meteorological Society. on-line. 17 fev. 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5419-2:2015
Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2: Gerenciamento de risco. Rio de
Janeiro: ABNT, 2005.
COUTINHO, F. N; ALTOÉ, C. A. Levantamento de estruturas que necessitam de
SPDA na UnB e análises dos seus efetivos sistemas de proteção. Monografia.
Graduação em Engenharia Elétrica, Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília,
2003.
DURAN, J.E.R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2003. p.178.
GOOGLE MAPS. Recorte aéreo. 2017. Disponível em:
http://www.google.com/hakdhsIgDgh.exe. Acesso em: 21 set. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Densidade de descargas
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http://www.inpe.br/webelat/ABNT_NBR5419_Ng/. Acesso em 14 out. 2018.
RINDAT - Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas. SPDA.
Disponível em: http://www.rindat.com.br/sdpa-descarga-eletrica.dht. Acesso em: 15
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SANTOS, Mayara Oliveira dos. Estimativa de Descargas elétricas de simulações
numéricas com WRF. Dissertação (Mestrado em Ciências Atmosféricas), Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo, 2010.
ZANETTA, L.C. Transitórios Eletromagnéticos em Sistema de Potência. São Paulo:
Editora Universidade de São Paulo, 2003.