Saber ViverSaber ViverUMA REVISTA PARA QUEM VIVE COM O VÍRUS DA AIDS

ANO 10 Nº 45 – Dezembro / 2009 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

RECOMENDADO

Programa Nacional de DST/AID

SMinistério da Saúde

LEITORES REVELAM: REVISTA É FUNDAMENTAL PARA QUEM VIVE E CONVIVE COM A AIDS

10ANOS

A TRAJETÓRIA DA AIDS E DA REVISTA NA ÚLTIMA DÉCADA

Dez anosaprendendo a viverSaber Viver

Uma publicação gratuita destinada a

pessoas que vivem com o vírus da aids

Saber Viver Comunicaçãowww.saberviver.org.br

Coordenação editorial: Silvia Chalub

Edição: Flávio Guilherme

Assistente de edição: Ester Machado

Reportagem: Bel Levy, Daniela Savaget,Ester Machado, Flávio Guilherme eMarina Pecoraro

Estagiária: Thaís de Carvalho

Consultoria lingüística: Leonor Werneck

Colaboraram neste número: Ana PaulaPrado Silveira, consultora da área dearticulação com a sociedade civil dodepartamento do Ministério da Saúde;Cristiane Oliveira, nutricionista da ONGMapa; Eduardo Barbosa, diretor-adjunto doDepartamento de DST, Aids e Hepatites Viraisdo Ministério da Saúde; George Gouvea,vice-presidente do Grupo Pela Vidda do Riode Janeiro; Lília Rossi, diretora da PactBrasil; Mariângela Simão, diretora doDepartamento de DST, Aids e Hepatites Viraisdo Ministério da Saúde; Mauro Schechter,médico infectologista da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro (UFRJ); VâniaRegina Salles Garcia, nutricionista do SAEButantã e integrante do Grupo de Estudo emNutrição e Alimentos (GENA).

Editoração eletrônica:A 4 Mãos Comunicação e Design(a4maos@a4maos.com.br)

Impressão: Sol Gráfica LTDA

Tiragem: 90.000 exemplares

Agradecimentos especiais: A todas aspessoas que colaboraram dando seusdepoimentos para as matérias

Correspondências à redação:Caixa Postal 15.088 - Rio de Janeiro (RJ)Cep 20.031-971 contato@saberviver.org.br

SUMÁRIOAlimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Projetos de capacitação e empregabilidade . . . . . . . . . 4

Jovens lideranças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7

Os 10 anos da Saber Viver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Área Útil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

APOIO:

PATROCÍNIO:

DST·AIDSHEPATITES VIRAIS

Esta é uma edição especial da Saber Viver. Afinal, esta-mos completando 10 anos! Durante todo esse tempo,assim como acontece na vida de cada um de nós, resis-

timos a muitas dificuldades e comemoramos várias vitórias.Quando começamos eram apenas 6 mil exemplares por edição.Agora são 90 mil!

Além disso, a revista deu vários “frutos” como a Saber ViverMulher, a Saber Viver Jovem, a Saber Viver Tuberculose, aSaber Viver Hepatite, a Tá na Hora, a Saber Viver Profissionalde Saúde e tantas outras.

Essa década de existência nos trouxe maturidade e muitaresponsabilidade pela frente. Queremos retribuir a enormeconfiança que nossos leitores depositam em nós, mantendo arevista disponível, com a qualidade de sempre, em todas asunidades de saúde do Brasil. Queremos ainda ampliar a comu-nicação com nossos leitores. Por isso, lançamos um blog quepode ser acessado em www.revistasaberviver.blogspot.com.

Além das páginas dedicadas aos 10 anos da Saber Viver,repletas de depoimentos, a revista traz ainda uma reportagemcom ONGs que estão investindo em projetos de empregabi -lidade e de capacitação para o mercado de trabalho, voltadospara a independência financeira das pessoas com HIV/aids. Háainda uma reportagem com os jovens que serão as liderançasdo movimento de aids no futuro e dicas de alimentos que aju-dam a manter o sistema imunológico saudável.

Boa leitura e feliz 2010!

Nesta edição, excepcionalmente, não publicamos asseções “Namoro ou Amizade” e “Passo a Passo”. Noentanto, você pode encontrar em nosso site diversoscontatos para relacionamentos e ainda todas as dicas decomo tomar mais de 40 combinações de antirretrovirais,clicando em edições anteriores.Acesse www.saberviver.org.br

Surge a SV com a missão de informar,debater e valorizar a vida. A campanha de 1º de dezembro confirma:Você pode fazer um mundo melhor. Escute,aprenda e viva com a realidade da aids.

1999

Linha do Tempo ano 10 n 45 dez 2009 Saber Viver 3

á está comprovado queuma boa alimentação in -ter fere diretamente no

nosso organismo. Quem querprevenir doenças futuras,como gripes e resfriados, deveinvestir em pratos coloridos,afirma Vânia Regina SallesGarcia, nutricionista do SAEButantã, em São Paulo, eintegrante do Grupo de Es -tudo em Nutrição e Alimen-tos (GENA). “A alimentaçãovariada e moderada é tudo oque você precisa”, diz Vânia.Ela alerta que é precisoprestar atenção no consumode alguns alimentos. “Mesmocom peso saudável, ou obesi-dade, você pode estar comdeficiência de alguma vitami -na ou mineral, e isto com -prome te a sua imuni dade”,ressalta.

O ideal, segundo Vânia, écomer diariamente três por -ções de frutas e de verduras elegu mes, fontes de vitaminase minerais. Outra dica ébeber um copo de suco natu-ral por dia, logo após o seupreparo, quando as vitaminasestão preservadas. Também é

Fortaleça corpoONGs oferecem serviços e oficinas de nutrição com dicas dealimentos e receitas que reforçam as defesas do corpo

importante evitar o excessode açúcares, gorduras, bebi -das alcoólicas e cigarros, queprejudicam o bom funciona-mento do organismo.

Oficinas de nutriçãoAlimentos que reforçam

as defesas do corpo fazemparte das oficinas de nutriçãorealizadas na ONG Mapa,em São Paulo. “Procuramosutilizar receitas que tenhamalimentos que favorecem aimunidade, como o gengibre,os vegetais folhosos verde-escuros, os legumes e as fru-tas”, conta Cristiane Oliveira,nutricionista da ONG.

As aulas são divididasem práticas e teóricas e têm

co mo embasamento materi-ais produzidos pelo GENA.“Nas aulas práticas há opreparo de re ceitas previa-mente pes qui sa das e testadaspela nu tricio nista, utilizandosempre ingredientes de baixocusto e preparações simples,porém saudáveis e nutriti-vas”, explica Cristiane.

Já nas aulas teóricas sãorealizadas rodas de conversa.“Aprendemos como ter umaalimentação mais saudávelcom opções bara tas”, conta aparticipante Ana Rosa Costa.O colega José Batista Netocompleta: “As oficinas sãoótimas! Ajudam a variar ocardápio e ainda dão noçõesde higiene”.

ALIMENTOS QUE REFORÇAM A IMUNIDADE

Laranja, goiaba, melancia, cenoura e brócolis: fontes de vitamina C, poderosa contra infecções.

Alho e cebola: ajudam na circulação do sangue.

Couve e alface: fontes de vitaminas A e sais minerais,melhoram as barreiras do corpo contra bactérias e vírus.

Feijão, fígado de boi e gengibre: possuem zinco, quefortalece as células contra os vírus.

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Possibilitar que pessoasvi vendo com HIV/aidspos sam inserir-se no

mer cado de trabalho e ter apers pectiva de produzir e ge rarrenda é um desafio que muitasOrganizações Não Governa-mentais (ONGs) estão dispos -tas a enfrentar. Nos últimosanos, ONGs, por meio de par -

ce rias com o Departamento deDST e Aids do MS e Agên ciasde Cooperação Inter nacionais,começaram a investir em pro-jetos de capacitação pro fis sio -nal das pessoas soro po si tivas.

“A partir do momento queconseguimos ter um olhardiferenciado na descoberta dacapacidade dessas pessoas, for-

talecendo ações que comple-mentam a prevenção, estamoscontri buindo para o rompi-mento das barreiras do pre-conceito”, afirma Adilce daConceição Silva Lima, Presi-dente e Coordenadora de Pro-jetos Sociais da AssociaçãoBrasiliense de Combate à Aids- Grupo Arco-Íris.

ONGs apostam em projetos de capacitação e geraçãode renda e preparam o caminho para a independência

financeira de pessoas vivendo com HIV/aids

A SV investe no combate àdiscriminação de soropositivos.Reportagens informam que épreciso denunciar o preconceito eque, apesar deste desafio, é possívelser feliz e namorar.

2000

MERCADO DE TRABALHO!

Oficinas de criatividade no Gapa/BA transformamo talento dos participantes em renda

Bem-vindo aoCl

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Inclusão PositHIVaO Arco-Íris tem investido,

há alguns anos, em ações quevisam à inclusão de seus par-ticipantes no mercado de tra-balho. O projeto InclusãoPositHIVa é um exemplo. Ainiciativa, que conta com apoiodo MS, Usaid e Pact Brasil,busca capacitar pessoas viven-do com HIV/aids, oferecendocursos profissiona lizantes, co -mo os de garçom e de corte ecostura.

O aumento da renda dosparticipantes é um dos resul-tados do projeto. “Os que par-ticiparam dos cursos de bor-dado em pedraria e decus to mização foram encami -nhados à Secretaria de Esta-do de Desenvolvimento Sociale Trabalho do Distrito Federalpara aquisição da carteira deartesão”, orgulha-se Adilce.Além de dar identidade ao tra-balhador artesanal, a carteiraoferece vantagens, como a par-ticipação em feiras promovi-das por instituições que apói-am os artesãos.

Para Bruna*, as atividadessão importantes para a autoes-tima do soropositivo. “Comeceinas oficinas como aluna e de-pois a diretora me chamou paraatuar como monitora”, conta.“Esse espaço me mos trou quemesmo vivendo com HIV euposso trabalhar. Eu descobrique sou capaz”, afirma.

A experiência daBahia

O Gapa/Ba, também tema pos tado em projetos de ge ra -ção de renda. As oficinas deum projeto piloto que teve du-ração de um ano abriram novoshorizontes para seus partici-pantes.

Arislene Cerqueira sempreteve veia empreendedora.“Quando estava cansada deusar os mesmos acessórios, eupegava as minhas bijuterias emodificava”, diz. Porém, foiatravés das oficinas que ajovem começou a desenvolversua criatividade, transforman -do seu talento em renda.“Antes do projeto eu só faziacolares de fita e, para mi nhasurpresa, a última encomendaque recebi foi um convite decasamento. Eu nunca ima gi neifazer algo desse tipo”, conta.

SV noticia pesquisa do Ministério da Saúdesobre perfil do atendimento em HIV/aids edestaca a importância – e o desafio – daadesão ao tratamento. É implantada a redede genotipagem.

2001

Unindo talentosAs perspectivas são muitas.

“Quero continuar fa zendomeus trabalhos manuais e,quem sabe, no futuro, abrirminha própria loja. Eu tenhointeresse em fazer bolsas, emaprofundar minha criatividadenessa área. A ideia é produzirjunto com uma colega da ofi -cina, que já possui uma marcade bolsas”, afirma.

ONG Arco-Íris, em Brasília, forma profissionais e os encaminha ao mercado

Oficinas de artesanato da Gestos deRecife/PE

Adlene AndradeUsaid/Brasil

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A colega a quem Arislene serefere é Jaci, que viu sua pro-dução de bolsas aumentar aoparticipar do projeto. “Aprendia comprar materiais melhorese mais baratos. Consegui com-prar uma máquina industrial,terminar minha casa e com-prar um tanquinho. Tudograças ao projeto”, ressalta.

O programa Viver+, umaparceria entre o MS, a Usaid ea Pact Brasil, apoiou e viabili-zou as iniciativas de Brasília eSalvador. Os resultados obti-dos nessas duas cidades re-fletem a mudança de paradig-ma já existente no país, onde otrabalho com as pessoas quevivem com HIV/aids é cada vezmais focado na participaçãodeles no processo e não apenascomo beneficiários de ações.

Autoestima maiorTania Tenorio, coorde-

nadora do Programa de Direi -tos Humanos da ONGGestos, em Recife, acreditaser importante para a quali-dade de vida das pessoas aten-didas pelo projeto, que elas sesintam capazes de prover oseu próprio sustento. “É fun-damental promover a autono-mia financeira das mulheres,a conquista da igualdade degênero no mundo do traba lho,e a superação de preconceitose dificuldades sociais e eco -nômicas”, afirma.

Assim, tentando reverter ocontexto de desemprego vi -venciado pelas mulheres queparticipam da Gestos, a ONGoferece oficinas de artesanatocom cabaça e cerâmica. A ideiatem dado certo. “Esse projetome mostra que sou capaz, ondequero che gar”, afirma a parti -cipante Rosineide Silva.

Wanessa Lima, que tam-bém realiza as oficinas, acre ditaque a iniciativa é uma etapapara a realização de so nhos.“Eu quero ser bem sucedidacom esse trabalho com as

cabaças e com as cerâmicas,que meu grupo tenha con-tinuidade e renda bastante paradar um futuro melhor para nos-sos filhos e filhas e ter minhaindependência financeira, queé o que mais quero na vida”.Para a colega Edna Belarmi-no, o projeto se resume empoucas palavras: “alcançar osnossos objetivos”.

* Nome fictício

Edna Belarmino descobriu seu talento nas oficinas da Gestos, em Recife/PE

A cobertura da Conferência Mundial deAids aproxima o público de avançosclínicos e debates políticos internacionais.É criado o Fundo Global para o Combate aAids, Tuberculose e Malária.

2002

Adlene Andrade

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Vinte e dois jovens de to-das as regiões do país eque vivem com HIV/

aids participam de uma inicia-tiva inédita. Durante 11 meses,eles receberão formação em li -derança na área do HIV/aids eatuarão nas coordenações es-taduais e municipais de DST eAids, serviços de saúde e espa -ços de mobilização comunitária.Nesse período, os jo vens, proce-dentes das cinco regiões do país,receberão bolsas mensais de R$472,00. Em outubro, em Brasí -lia, teve início a primeira fasedo projeto, uma parceria do De-

partamento de DST/Aids doMinistério da Saúde com a PactBrasil, Usaid, Unaids e outrasagências das Nações Unidas.

“Vocês vão segurar a ban-deira que a gente carrega hoje”,disse emocionada MariângelaSimão, diretora do Departa-mento de DST e Aids.

OportunidadesAlexandre Câmara, um

dos participantes do projeto,enxerga possibilidades de mu-danças. “Vejo nessa formação aoportunidade de um jovemvivendo com HIV superar pre-

conceitos e ampliar sua visãonas questões sociais, aprimo -rando sua formação pessoal epro fissional”. Para MatheusDiamantino, participar do gru -po também significa contribuirpara o fim do preconceito.“Minha expectativa é ser umjovem líder que busca na socie -dade o enfrentamento doHIV/aids” afirma.

“Eu desejo que a cadeiraque eu ocupo hoje seja de umdeles no futuro”, ressaltou Edu -ardo Barbosa, diretor-adjuntodo Departamento de DST eAids.

A OMS reconhece o programa brasileirocomo referência internacional. A SVdestaca exemplos de sucesso: gravidezsegura e longevidade para pessoasvivendo com HIV/aids.

2003

Futuras e atuais lideranças em HIV/aids, reunidas após a primeira etapa da formação de jovens líderes

"TEMOS UM PEDAÇO DO TOM EM CADA UM DE NÓS"O movimento social brasileiro perdeu no dia 2 de novembro de 2009 uma desuas jovens lideranças: Thompson Toledo, 22, da Rede Nacional de Adoles-centes e Jovens Vivendo com HIV/aids. Tom, como era conhecido, nasceu como HIV e tornou-se um ativista ao levar sua história de luta contra o preconceitoa outros jovens. “Acompanho o Tom há cinco anos e o vi inúmeras vezes dizer ‘chega de escu-

tar as mesmas coisas, chega de não ver resultados’, relembra Wallace Alcântara, da Rede. “OTom não se foi, todos nós temos um pedaço dele conosco, é só nos unir mos”, conclui.

Formando líderes para o futuroLe

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Em 1999, apenas alguns serviços de saúdedo Rio de Janeiro recebiam os 6 milexem plares da revista. Hoje, dos grandes

centros urbanos aos municípios mais afasta-dos, todos os Estados brasileiros têm acessoaos 90 mil exemplares impressos a cada edição.Nestes 10 anos, a Saber Viver rompeu fron-teiras e chegou também a outros países, comoCuba, Inglaterra, Portugal e países africanos delíngua portuguesa.

“A Saber Viver veio preencher lacunas, in-terferindo positivamente na vida das pessoascom HIV/aids. Foi um impulso para fortalecera luta contra aids, agora multiplicado por dez”,comemora o psicanalista George Gouvea, vice-presidente do Grupo Pela Vidda do Rio deJaneiro.

“A Saber Viver tem um significado muitoimportante na história da epidemia de aids noBrasil. Chegou devagarzinho, ocupando gru-pos de ajuda mútua, serviços de saúde e hoje éum espaço único de protagonismo para as pes-

soas que vivem com HIV. Seus 10 anos são mo-tivo de orgulho para todos nós”, reconhece o di-retor do Departamento Nacional de DST/Aidse Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, quecomeçou no movimento antes de chegar aoMinistério da Saúde.

Ponte entre ONG e usuárioDirigentes de ONGs reconhecem que

muitos soropositivos chegam pelas reportagensou pela Área Útil da Saber Viver. Essa ponte trazbenefícios para os dois lados: fortalece o papeldas ONGs no combate à epidemia e oferece umcaminho aos leitores que buscam nessas orga-nizações serviços ou a porta de entrada para omovimento social.

É por isso que os 10 anos da Saber Viver sãocelebrados por todos. Nas próximas páginasvocê lerá depoimentos de soropositivos, diri-gentes de ONGs e profissionais de saúde quenesta última década nos ajudaram a fazer parteda história da aids no Brasil e no mundo.

10 anos de luta,protagonismoe muita saúde

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SÃO 10 ANOS. 45 EDIÇÕES. 90 MIL EXEMPLARES DISTRIBUÍDOS EM MAIS DE 680 UNIDADES DE SAÚDE

E ONGS EM 283 CIDADES NAS CINCO REGIÕES DO PAÍS.

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SV completa 5 anos e lança segunda ediçãoda Saber Viver Mulher: gravidez,menopausa e osteoporose são temasabordados. É criado o Festival Internacionalde Humor em DST/Aids.

2004

Com imenso prazer tenho achance de relatar a ajuda querecebi ao ser motivado pela

revista a realizar opreenchimento

da face depoisde ter meurosto defor-mado pela

lipodistrofia.Jorge, Rio de

Janeiro/RJ

Em 6 anos, passei dotipo que acha que amorte está chegandopara uma pessoacheia de vida. Tudocomeçou a mudarquando conheci arevista Saber Viver.Conheci a realidadeda doença, recebipreciosas dicas dealimentação, infor-mações sobre direitose até encontrei um

amor. Hoje faço trabalhovoluntário levando asdicas da Saber Viver parapessoas aflitas.Sergio, por e-mail

A Saber Viver se tornou uma impor-tante ferramenta de denúncia e

de militância contra os descasosde nossos gestores, estigmas epreconceitos às pessoas vivendocom aids. Além de ter me aju-

dado a me tornar um militantemais público e respeitado (fui a

capa nº1 da revista), eu aprendi a saberviver com aids, lendo cultura, dicas de qualidade devida, e de como dar um basta no HIV. Cazu Barroz , por e-mail

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Meu namorado ésoropositivo e na SaberViver encontrei res -postas para muitasdúvidas. As matérias

ajudam quem tem o vírus e as pes-soas próximas. A Saber Viver meajudou muito na busca por infor-mações sobre a doença.Marcia, por e-mail

Os exemplos de superaçãorelatados na revista são fonte de inspiração paraviver com sabedoria. Aprendi a aproveitar me lhoro tempo e a ajudar quem passa pelo susto dodiagnóstico positivo. Lírio, por e-mail

Recebi meu diagnósticoem 96. Estava muitodebilitado, pesando 46 kge sem esperanças. Em2000, através da SaberViver, encontrei forçaspara lutar pela vida! Hojesou mais que feliz esaudável. Paulo, Itajaí/SC

Quando comecei a ler a SaberViver comecei a pensar deoutro jeito. Já tinha decididoparar de tomar a medicação,mas graças a Deus conheci arevista que me mostrou aimportância da terapia antir-retroviral que hoje faz parte daminha vida.Elisangela, São Paulo/SP

Fui capa da Saber Viver Mulher e até hojerecebo abraços e e-mails de pessoas quese fortaleceram ao lerem a reporta gem.Nunca mais me escondi e se hoje sourespeitada é porque a revista tratou

minha historia de forma sensível ehumana. E mostrou que a aids pode nos

trazer limitações (fiquei cega em decorren-cia do citamegalovirus), mas não nos deixa inca-

pazes de grandes realizações.Maria Aparecidda, Rio de Janeiro/RJ

SV comemora a inclusão do tratamento dalipodistrofia no SUS e destaca desafios:diagnóstico tardio, falta de acesso aexames importantes e crise noabastecimento de antirretrovirais.

2005

Alex Ferro

ArquivopessoalJorge

Paulo Mumia

Além das experiênciaspessoais que a Saber Viverdescreve, as dicas desaúde sempre dão o quefalar. As receitas, práticas,baratas e deliciosas, ensi-

nam como aproveitar melhoros alimentos. A sardinha napressão foi um sucesso!Maria Madalena, enfermeirada Secretaria de Estado deSaúde do Distrito Federal

Tenho incluído as experiências apresentadas pela revista nodesenvolvimento de minhas aulas. O conteúdo da revista con-tribui para valorizar a atenção e assistência centradas no sujeito,incluindo o combate ao preconceito que ainda existe no atendi-mento. Florence Tocantins, Depart. Enfermagem SaúdePública da Universidade do Rio de Janeiro

A revista aborda temáticas atu-ais e interessantes, que con-tribuem para embasar minhasaulas e as discussões com osalunos. Priscila de Araújo, pro-fessora auxiliar do curso degraduação em Enfermagem daUniversidade Estadual de Feirade Santana/BA

Muitas vezes vejo pacientesentrando na sala de consulta com arevista na mão e noto um certo "ar"de auto-confiança. Ao mesmotempo em que valoriza a qualidadee a veracidade da informação, aSaber Viver não perde o olharamoroso sobre o ser humano.Telma Queiroz, infectologista, Hos-pital São José de DoençasInfecciosas do Ceará

Saber Viver ano 10 n 45 dez 200912

A revista foi fundamental no trabalho do ambulatório deAids da Volkswagen. Através dos depoimentos, dicas sobrealimentação e efeitos colaterais, a Saber Viver estimulou atroca de experiência e a formação de grupos de pessoasvivendo com HIV dentro da Volks. Reinaldo Bonfim da Paz,infectologista do Centro de Referência e TreinamentoDST/Aids-SP e Coordenador do Programa de Aids da Volkswagen.

Temos usado a Saber Viver nos atendimentos individuaisou em grupo. O número especial "Tá na hora" é usado emnosso trabalho com pacientes em início de tratamentoou junto a pessoas com dificuldades de adesão. As pu -blicações da Saber Viver voltadas para os adolescentessão excelentes. Não há outras assim disponíveis. Temosusado a revista nos processos de revelação do diagnós-tico e para melhorar a adesão. Os adolescentes adoram!Eliane Seidl, psicóloga, professora do Instituto de Psi-cologia da Universidade de Brasília e coordenadora doProjeto Com-Vivência

Entrego a revista para ajudar o paciente a entender como é vivercom o HIV. A seção Passo a Passo colabora para a adesão aotratamento e os depoimentos ajudam a tratar de temas de licados.Wanda Soares, enfermeira do ambulatório de HIV do HospitalSão José de Doenças Infecciosas, Fortaleza/CE

A Saber Vivernos auxiliamuito na ori-entação dospa cientes. Lembro de uma matéria com umajovem que afirmava que apesar da doença elaqueria viver. Eu atendia um paciente que estavamal e havia tentado suicídio. A revista o ajudou aficar bem. Eliane Fonseca, infectologista do Cen-tro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP

Considero excelente o nível dasmatérias. As reportagens infor-mam, dão dicas de saúde e trazemapoio por meio de depoimentospositivos. Um recurso excelente éa seção de cartas como propostapara diminuir a solidão e adepressão, comuns após o diag-nóstico. Neide Gravato, assistentesocial do Centro de Referência emAids de Santos/SP

Pessoas vivendo com HIV protagonizam acampanha de 1º de dezembro. A SV chamaatenção para problemas emergentes: Aidsna população idosa e co-infecção porhepatites virais.

2006

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ano 10 n 45 dez 2009 Saber Viver

ATÉ NOS PRESÍDIOSA revista Saber Viver também chega nospresídios. O conteúdo da revista despertagrande interesse e a seção Namoro ouAmizade é unamidade entre eles.“Estou privado da liberdade, mas isso nãoimpede que eu me relacione. Agradeçomuito a Saber Viver por estar me proporcio -nando esta chance de amenizar, nem queseja um pouco, a solidão em que me en -contro”, escreveu Jorge, em carta à redaçãoda revista. “Sou apenas um dos milhares de leitoresque se beneficiam com as orientações darevista Saber Viver. Só tenho a agradecer”,diz Daniel, que também recebe a revista nopresídio. Os profissionais que trabalham em centrosde detenção, como o Nelson Furlan, em SãoPaulo, recomendam a leitura da Saber Viver.“A Saber Viver é a única revista na área desaúde que circula no centro de detenção.Como não temos muito tempo paraconversar, a revista nos ajuda muito com asdicas sobre forma de tomar o medicamento,efeitos colaterais e as dicas de saúde”,afirma Rosemeire do Amor Divino Santos,Diretora de Saúde do Centro de DetençãoProvisória Nelson Furlan.

Brasil decreta licenciamentocompulsório do Efavirenz. SV recebeo 6º Prêmio Arco Íris de DireitosHumanos e confirma: viver com aidsé bem mais que tomar remédios.

2007

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É NAMORO OU AMIZADE?Enfrentar o dia-a-dia do tratamentoda aids não é tarefa fácil. Encarareste desafio sozinho é ainda maisdifícil. Por isso é que a revista SaberViver criou a seção Namoro ouAmizade, espaço dedicado àquelesque querem encontrar novos ami-gos e relacionamentos. “Durante muito tempo vivi triste,solitária e sem esperanças. Achavaque nada me restava a não seresperar pela morte. Na seçãoNamoro ou Amizade, encontrei oanúncio de um ser humano mara -vilhoso, um homem muito especialque transformou a minha vida. Oque posso dizer é que voltei a sorrir,a sonhar e a ser feliz”, conta aleitora Regina, de São Paulo. Casais sorodiscordantes tambémutilizam a revista para reconstruiro relacionamento após a revelaçãoda soropositividade. “Achei que meunamorado fosse surtar e nãoaceitaria. Mas, passados dois dias,ele voltou e quis entender tudosobre a doença. Lendo a revista,podemos conhecer mais sobre oassunto. Estamos juntos há trêsanos!”, conta a leitora Giselle, deNatal.

A Saber Viver ajudou Giselle, deNatal/RN, a revelar sua

soropositividade ao novo amor

Presidiários criam “obras de arte” para secomunicar com a Saber Viver. Recortes,

grafismo e desenhos são usados com frequênciapara demonstrar o carinho dos leitores.

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Arquivo pessoal Giselle

Muitos avanços foram ob-servados no tratamentodas pessoas vivendo com

HIV/aids nos últimos 10 anos. Osurgimento de novos me di camentos– mais potentes, com menos com-primidos e efeitos colaterais; o testede genotipagem – que identifica aresistência do HIV aos medica-mentos; e o tratamento contra alipodistrofia – que possibilita recu-perar a autoestima perdida foramalgumas dessas conquistas.

O infectologista MauroSchechter, da Universidade Fe -de ral do Rio de Janeiro (UFRJ),destaca o surgimento da classedos inibidores de integrase: “Asdrogas dessa classe impedem queo DNA do HIV se integre ao ma-

terial genético do paciente, o queimpede que novas células sejaminfectadas e interrompe o ciclo devida do vírus”.

Outra conquista importantedessa década, segundo Schechter,é a redução do índice de transmis-são do HIV durante a gravidez e oparto, atualmente inferior a 1%.

Próximos desafios Apesar dos avanços, os de-

safios para o futuro são muitos. Odiagnóstico precoce é um deles.“Muitas pessoas têm medo de re-alizar o exame, mas conhecer ainfecção é o primeiro passo paraenfrentá-la”, aponta Schechter.

A atenção integral ao pacienteé outro ponto de destaque. “A

tendência da epidemia está mu-dando. Atualmente, a maioria dasmortes de pessoas com HIV éprovocada por doenças cardiovas-culares. É preciso estar atento a fa-tores como níveis de lipídios e co-lesterol, por exemplo, para preveniressas doenças”, afirma o médico.

Para o diretor do Departamen-to de DST/Aids e Hepatites Viraisdo Ministério da Saúde, EduardoBarbosa, a adesão continua sendoum grande desafio. “Disponibilizaro medicamento não basta. Osserviços de saúde devem ser ca-pazes de entender e atender ousuário como um sujeito diverso, apartir de sua individualidade e res -peitando as dificuldades específi-cas de cada um”, considera.

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Saber Viver ano 10 n 45 dez 200914

PALAVRA DE COLECIONADOR“A Saber Viver é um material único.A revista inova a cada edição. Foi as-sim com a lipo dis trofia, os direitosrepro dutivos das mu lheres vivendocom HIV, as ex plicações da seçãoPasso a Passo e as edições temáticassobre Hepatites Virais e Tu ber culose.E o mais im por tante: tudo conta doem primeira pessoa, a partir da ex-periência de quem vive com o vírus daaids. É essa pro xi midade que pro -por ciona um impacto tão positivo so-bre os leitores”, afir ma George Gou-vêa que possui todas as edições daSaber Viver.

Raltegravir chega ao Brasil e inauguranova classe de antirretrovirais:inibidores de integrase. SV completa10 anos, comemora muitas conquistase debate desafios para a próximadécada.

2008/2009

AVANÇOS NO TRATAMENTO DA AIDS

Thaí

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Car

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ACREREARD - Rede Acreana de Reduçãode DanosTravessa Santa Inês, 74Bosque - Rio Branco(68) 9984-2826

ALAGOASGrupo Cidadã PosithivaRua do Comércio, 436, TérreoCentro - Maceió(82) 3033-0394

AMAPÁAMPH - Associação de Amigas eMulheres Amapaenses PositivasAv. Cora de Carvalho, 579 sala BCentro - Macapá(96) 3242-2755

AMAZONASAssociação de Apoio à Criança com HIVRua Pedro Álvares Cabral, 395D. Pedro - Manaus(92) 3238-4355 / (92) 3656-1250

BAHIAGapa-BARua Comendador Gomes Costa, 39Barris – Salvador(71) 3328-4270 / (71) 3328-4623

DISTRITO FEDERALGrupo Arco-Íris – AssociaçãoBrasiliense de Combate à AidsSERS Área Especial D/20, sala 423Cruzeiro – Brasília(61) 3361-9511 / (61) 3361-9665

CEÁRARede de Solidariedade PositivaRua Maria Monte, 468Domingos Olimpio - SobralCEP:62.022-445 (88) 3611-4249

NIV - Núcleo de Integração pela VidaRua Dona Tereza Cristina, 1944Benfica - Fortaleza(85) 3214-3986

RIO DE JANEIROGrupo Pela Vidda RJServiços: aconselhamento e apoio psi-cológico a pessoas vivendo comHIV/aids e aconselhamento individualcom dias e horários marcados. Énecessário passar pela reunião derecepção e acolhimento do Grupo PelaVidda para ter acesso aos serviços.Horários: 3ª feiras, às 17h30min e 6ªfeiras, às 18h Resp.: Psicanalista George GouveaAv. Rio Branco, 135/ 7º andarCentro - Rio de Janeiro(21) 2518-3993 / (21) 2518-1997george.gouvea@pelavidda.org.br

Gurpo Arco-Íris de Cidadania LGBTRua Monte Alegre, 167Santa Teresa - Rio de Janeiro (21) 2222-7286 / (21) 2215-0844

SÃO PAULOMAPA - Movimento Apoio ao Paciente de AidsRua Oreste Colobari, 47Jardim Cláudia - Sâo Paulo(11) 3782-4961

A SABER VIVER É DISTRIBUÍDA GRATUITAMENTE

Associação Civil AnimaAv. Otacilio Tomanik, 1569Rio Pequeno - Butantã - SP(11) 3763-2159

RNP+SAMPA (11) 2285 1845 dejenoel@yahoo.com.br www.rnpvha.org.br

CEFRAN - Centro Franciscanode Luta Contra a AidsRua Serra do Jairé, 316Belém - São Paulo(11) 6604-5688 / (11) 6601-7763

MOÇAMBIQUEApós seis anos divulgando informaçõessobre o cenário do vírus HIV e outrasno tícias relacionadas ao tema, a Agên-cia de Notícias Aids resolveu ampliarsua atuação. Em agosto, foi inauguradaem Maputo, capital de Moçambique, naÁfrica, a Agência de Notícias de Res -posta ao Sida. A Agência é resultado deuma parceria que envolve o UNAIDS/ONUSIDA (Programa Conjunto dasNações Unidas para o HIV/Aids do Brasile Moçambique) UNICEF, CICT (CentroInternacional de Cooperação Técnicaem HIV/Aids do Ministério da Saúde),MISA (Instituto de Comunicação Socialda África Austral). Para ter acesso àsinformações, visite o site www.agenciasida.co.mz.

Agência de Notícias de Resposta ao SidaAv. Ahmed Sekou Toure, 2710 - FundosMaputo - Moçambique

Vamos conversar?Para comemorar seus 10 anos, a Saber Viver lançou um Blog, que podeser acessado através do site da Saber Viver www.saberviver.org.br oudiretamente em www.revistasaberviver.blogspot.com.O Blog é para trocar ideias, sugestões e informações. É um espaço paraos leitores conversarem e a gente ficar sempre em contato!